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E que não respondem mais aos sinais de controle de multiplicação, morte e diferenciação que
comanda a comunidade celular.
O câncer é causado em quase todos os casos por mutação ou por alguma anormalidade de
genes (oncogêneses) que regulam o crescimento e a mitose celular.
Ou ainda por produtos tóxicos da própria célula (radicais livres, por exemplo).
Os estudos apontam que, durante os seus três estágios (iniciação, promoção e progressão),
ocorre um acúmulo de mutações no DNA celular.
Em especial em genes que garantem a ordem dos eventos do ciclo de divisão celular, nos que
consertam eventuais erros na replicação do material genético ou nos que promovem e
mantêm o estado de diferenciação celular.
Ou por hormônios esteroides e citocinas (proteínas que atuam como hormônios), todos
produzidos por elas mesmas ou por células ao seu redor.
O que ocasiona uma série de reações químicas e eventos morfológicos, de modo sucessivo e
ordenado dentro de cada fase do ciclo de divisão celular (G1, S, G2 e mitose).
Essas reações e eventos são interrompidos durante a transição das fases G1/S e G2/mitose.
Esse mecanismo de controle de falhas e erros na linha de montagem de uma nova célula é
essencial.
Ou seja, genes normais que se tornam um oncogene devido a uma mutação ou ao aumento de
expressão gênica.
A ativação pode ser causada por mutações, deleções (eliminação de trechos) e translocações
cromossômicas.
Quando uma célula normal recebe cópias extras dos oncogenes ativados, haverá estimulação
constante dos eventos bioquímicos da proliferação celular e da transformação celular.
Nesses casos, o que faz as células crescerem de forma autônoma é a inativação de genes
supressores de tumor.
Com isso, a célula deixa de checar os erros e falhas que provocariam o bloqueio no ciclo celular
ou a morte por apoptose.
Chegando até a órgãos distantes do local onde se iniciou o tumor, formando as metástases.
Todo o câncer se desenvolve devido à alteração(ões) genética(s) e apenas pequena parte
desses são hereditários. O câncer se forma quando o DNA de uma célula normal é danificado ou
mutado. Essas mutações podem ocorrer em células germinativas, e dessa forma, podem ser
transmitidas para a próxima geração (câncer hereditário); ou podem ocorrer em células
somáticas e ficarem restritas apenas ao indivíduo (câncer esporádico). Mas, para saber melhor
sobre o câncer, é fundamental relembrar alguns conceitos básicos de biologia molecular e
genética.
Vamos relembrar…
Hoje sabemos que o DNA é a molécula que carrega a informação genética de todos os seres
vivos. O DNA é uma estrutura linear, em dupla hélice, composta de uma sequência, não
aleatória, de nucleotídeos (adenina, guanina, citosina e timina). Na verdade, a sequência exata
desses nucleotídeos é a informação genética em código, e alterações nessa sequência são
reconhecidas como mutações, que podem ou não ter consequências para o indivíduo. As
sequências codificantes do DNA, ou seja, que possuem as informações genéticas que são
transcritas em RNA para a produção de proteínas, são conhecidas como genes. São esses
genes, ou as mutações presentes neles, que são exaustivamente estudados na oncologia
como marcadores moleculares, ou seja, marcas moleculares que diferenciam uma célula normal
de uma célula cancerígena.
Uma mutação pode ser resultante de erros durante algum processo biológico como a replicação
do DNA ou de outros tipos de danos ao DNA. A fumaça do cigarro, por exemplo, contém
produtos químicos que danificam o DNA. A radiação solar contém raios ultravioleta (ou UV) que
também danificam essa sequência. Entretanto, existem diferentes tipos de mutações no DNA.
Algumas mutações são apenas de um único nucleotídeo, chamadas mutações de ponto ou de
pequenas sequências de nucleotídeos que incluem deleções, duplicações ou inserções de novos
nucleotídeos. Várias desses tipos de mutações são estudadas no gene EGFR, especialmente
em câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC). As mutações de ponto L858R, L861Q
e G719A/C/S e deleções no éxon 19 do gene estão relacionadas a boas taxas de resposta aos
inibidores tirosina quinase (TKI). Por outro lado, a alteração de ponto T790M e inserção no éxon
20 condizem com resistência aos TKI de primeira e segunda geração.