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com

J Vet Intern Med2002;16:452–456

Melanoma Metastático em Cavalos

Katherine Cole MacGillivray, Raymond W. Sweeney e Fabio Del Piero

Os achados clínicos e patológicos são revisados para 14 cavalos com melanoma metastático. Todos eram cavalos cinzas mais
velhos, com idade média de 16 anos. Os locais mais comuns de tumores primários foram a cauda ventral, períneo e glândula
salivar parótida. As metástases foram encontradas em vários locais e causaram uma variedade de síndromes clínicas. Os locais
mais comuns de metástases foram os gânglios linfáticos, fígado, baço, músculo esquelético, pulmões e vasos sanguíneos
circundantes ou dentro de todo o corpo. Muitos dos cavalos tiveram melanomas dérmicos por anos (intervalo de 1 a 6 anos) antes
de sucumbir à doença metastática. A característica histológica das massas dérmicas não foi preditiva de malignidade na maioria
dos casos. Tratamento que consiste em citorredução cirúrgica e administração de cimetidina, uma vacina autógena,
Palavras-chave:Melanocitose dérmica; Cavalo; Neoplasia; Períneo; Tumor.

M elanomas, com uma prevalência de 4-15%, são comuns

tumores cutâneos de equinos.1A verdadeira incidência
pode ser maior porque esses tumores são facilmente
identificados e raramente submetidos a exame histológico.
Muitos relatórios estimam que até 80% dos cavalos cinzas mais
velhos desenvolverão melanomas dérmicos, sendo a maioria
dessas massas benignas.1,2A afirmação também foi feita de que
muitos desses melanomas dérmicos histologicamente benignos
podem eventualmente metastatizar e, portanto, devem ser
considerados potencialmente malignos.1,2A verdadeira incidência
de melanoma metastático em cavalos é desconhecida. Durante o
período do estudo (1990-2001), 101 cavalos foram
diagnosticados com melanomas cutâneos em nosso hospital. A
prevalência de melanoma metastático nessa população foi de
aproximadamente 14%. No entanto, dada a infrequência com
que esses tumores são submetidos ao diagnóstico histológico, a
verdadeira prevalência de melanomas metastáticos pode ser
menor. O objetivo deste estudo foi descrever as características
clínicas e histológicas do melanoma metastático em 14 cavalos.
Materiais e métodos
Prontuários médicos de cavalos admitidos no hospital universitário e no
serviço de necropsia foram examinados durante um período de 11 anos.
Cavalos com um melanoma confirmado histologicamente presente em um
local diferente da epiderme foram incluídos no estudo. Os prontuários dos
pacientes foram revisados e foram registrados sinais, queixas
apresentadas, sinais clínicos, tratamento anterior, resposta ao tratamento
e achados patológicos. A distribuição etária dos casos foi comparada com
a distribuição etária da população geral do hospital usando a análise qui-
quadrado com um nível de significância deP# .05.
Um exame post-mortem bruto foi realizado em todos os 14 cavalos. O cérebro
e a medula espinhal foram avaliados em 11 dos 14 cavalos. Para histopatologia,
amostras de tecido com espessura não superior a 1 cm foram fixadas por 4 a 10
dias em formalina tamponada a 10%. As amostras de tecido foram reduzidas,
colocadas em cassetes de histologia e progressivamente desidratadas em álcool
Do Departamento de Estudos Clínicos (MacGillivray, Sweeney) e do
Departamento de Patobiologia (Del Piero), New Bolton Center, University
of Pennsylvania, Kennett Square, PA. O Dr. Sweeney é atualmente afiliado
ao Mid-Atlantic Equine Medical Center, Ringoes, NJ.
Solicitações de reimpressão: Katherine Cole MacGillivray, DVM,
Departamento de Estudos Clínicos, New Bolton Center, Universidade da
Pensilvânia, 382 West Street Road, Kennett Square, PA 19348; e-mail:
peteandkc@msn.com.
Enviado em 2 de outubro de 2001; Revisado em 11 de dezembro de 2001; Aceito em 7
de janeiro de 2002.
direito autoralq2002 pelo Colégio Americano de Medicina Interna
Veterinária
0891-6640/02/1604-0000/$3,00/0
(70-100%) e xileno. Após inclusão em parafina, os tecidos foram seccionados para
obtenção de 5-mm cortes histológicos, que foram desparafinizados em xileno,
reidratados progressivamente em álcool (100-70%) e água, corados com
hematoxilina e eosina, desidratados em álcool e cobertos com lamínulas.
Algumas seções também foram clareadas para remover grânulos de melanina
para permitir uma melhor avaliação da morfologia das células neoplásicas e dos
melanófagos associados.
Resultados
Quatorze cavalos com melanoma metastático foram
identificados ao longo do período de 11 anos. Durante o mesmo
período, aproximadamente 64.000 pacientes equinos foram
internados no hospital universitário e 101 casos de melanoma
cutâneo foram relatados. No entanto, o número real de cavalos
com melanoma presente na população hospitalar total é
desconhecido porque os tumores melanocíticos muitas vezes
não são relatados ou submetidos a exame histológico. Todos os
14 cavalos tiveram um exame post-mortem; 13 foram realizados
na Universidade da Pensilvânia e 1 foi realizado na Cornell
University School of Veterinary Medicine. A égua que fez o
exame pós-morte na Cornell University foi incluída no estudo
porque ela havia sido diagnosticada e tratada no New Bolton
Center antes de ser internada na Cornell University por ataxia
aguda.
Os cavalos com melanoma eram 5 puro-sangue, 2 árabes, 2
Oldenburgs, 3 cruzamentos de tração, 1 Trakehner e 2 raças de
pôneis. A idade variou de 10 a 26 anos, com mediana de 16,5
anos. A distribuição etária diferiu significativamente daquela da
população geral do hospital (P,
. 01). Doze (86%) dos 14 cavalos tinham 14 anos de idade ou
mais. Os cavalos incluíam 8 fêmeas, 5 machos castrados e 1
garanhão. Todos os cavalos com melanoma metastático eram
cinza.
A queixa inicial foi determinada para todos os casos. Quatro
cavalos com histórico de depressão, perda de peso e melanoma
dérmico foram encaminhados diretamente ao Departamento de
Patologia de Grandes Animais para exame post-mortem. Antes
da apresentação para eutanásia e exame pós-morte, a palpação
retal foi realizada em 2 desses 4 cavalos e massas intra-
abdominais foram detectadas em ambos os cavalos. Um cavalo
tinha um grande melanoma dérmico localizado no lado
esquerdo da cabeça que estava presente há vários anos. Uma
égua, com histórico de perda de peso, apresentou-se à seção de
cirurgia para ressecção de extensas massas perineais que
impediam a defecação normal. O proprietário desta égua optou
pela eutanásia devido a preocupações financeiras e nenhum
outro diagnóstico foi realizado antes da morte.

Melanoma Metastático em Cavalos
tem exame. Uma 2ª égua reprodutora, diagnosticada 3
anos antes com melanoma no períneo e no canal pélvico,
morreu secundária a uma hemorragia da artéria uterina.
Os 8 cavalos restantes apresentavam várias condições
clínicas, muitos com mais de 1 condição. Essas condições
incluíam perda de peso (n54), cólica (n53), edema
periférico (n53), epistaxe (n52), ataxia (n52) e desconforto
respiratório (n51).
Seis cavalos (43%) apresentaram edema periférico na
apresentação. A égua reprodutora, no final da gestação, está
incluída no 6, embora seu edema possa estar associado ao
final da gestação. A localização mais comum do edema
periférico foi o abdome ventral. A região peitoral, prepúcio e
membros distais também foram afetados. No exame post-
mortem, nenhuma evidência foi encontrada de melanoma
obstruindo os vasos linfáticos em nenhum dos cavalos. Em 4
dos 6 cavalos com edema, o melanoma estava infiltrando os
vasos sanguíneos, embora nenhum tenha ocluído os vasos
próximos ao edema. Além disso, 4 dos 6 cavalos com edema
tiveram envolvimento hepático no exame post-mortem. A
causa definitiva do edema periférico não foi determinada.
Seis cavalos estavam febris na apresentação, 2 dos quais
também apresentavam edema.
Vários testes clinicopatológicos foram realizados nos 10
cavalos que se apresentaram ao hospital para avaliação.
Nenhum teste clínico-patológico foi realizado para os 4 cavalos
que se apresentaram diretamente na seção de patologia. A
contagem de glóbulos brancos, PCV e concentração de proteína
total foram avaliados em todos os 10 cavalos. Dois cavalos,
ambos apresentando epistaxe, estavam anêmicos (21 e 12%;
intervalo de referência 32–52%). Um desses 2 cavalos era
pancitopênico e apresentava sinais de coagulopatia intravascular
disseminada. A concentração de fibrinogênio foi medida em 9
dos 10 cavalos e aumentou (922 e 515; faixa de referência 150–
375 mg/dL) em 2 cavalos e diminuiu (109 mg/dL) no pônei
demonstrando sinais de coagulopatia intravascular disseminada.
Um perfil bioquímico sérico foi avaliado em 7 cavalos. A atividade
da aspartato aminotransferase estava acima do normal
(intervalo 839–1.168; intervalo de referência 205–555 U/L) em 6
(86%) dos cavalos e a atividade da gama-glutamiltransferase
estava acima do normal (intervalo 76–193 U/L; intervalo de
referência 12–45 U/L) em 3 (43%) dos 7 cavalos. A concentração
de lactato desidrogenase foi medida e encontrada acima do
normal em 2 cavalos (856 e 6.297; intervalo de referência 162–
412 U/L). Nenhuma outra anormalidade bioquímica foi detectada
nos 7 cavalos.
Tumores de pele, caracteristicamente firmes, pretos e elevados,
estavam presentes em 11 (79%) dos 14 cavalos. Os locais mais
comuns foram a cauda e o períneo. Massas perineais e perianais e
massas envolvendo a cauda foram consideradas sítios tumorais
primários. Onze (79%) dos 14 cavalos apresentavam massas cutâneas
envolvendo o ânus e o períneo. Nove desses 11 cavalos também
apresentavam massas (8 múltiplas e 1 única) envolvendo a cauda. Um
pônei não apresentava massas cutâneas e o tumor primário foi
hipotetizado como uma massa envolvendo a glândula salivar
parótida. Massas subcutâneas foram encontradas em 7 (50%) de 14
cavalos e dentro do tecido adiposo em 2 cavalos (14%). Biópsias
foram feitas desses tumores primários de pele em 6 cavalos e todos
os melanomas dérmicos foram examinados grosseiramente e
histologicamente durante a ex-morte post-mortem.
19391676, 2002, 4, baixado de https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1939-1676.2002.tb01264.x pela CAPES, Wiley Online Library em [27/04/2023]. Consulte os Termos e Condições (https://onlinelibrary.wiley.com/terms-and-conditions) na Wiley Online Library para obter as regras de uso; Os artigos OA são regidos pela Licença Creative Commons aplicável
453
aminação. O exame histológico desses tumores não ajudou no
reconhecimento de cavalos com probabilidade de ter ou no futuro
desenvolver doença metastática.
Testes diagnósticos antemortem adicionais foram realizados
em 9 dos 10 cavalos que se apresentaram ao hospital para
avaliação e melanoma metastático foi confirmado em 5 (56%)
desses 9 cavalos. A palpação retal foi realizada em 4 cavalos, 3
dos quais com melanoma dérmico. Massas associadas a
linfonodos, omento, mesentério e vasos sanguíneos, incluindo a
aorta caudal, foram detectadas em todos os 4 cavalos. A
ultrassonografia abdominal foi realizada em 7 cavalos (6 cavalos
tinham melanoma dérmico) e anormalidades foram detectadas
em 6 (5 dos quais tinham melanoma dérmico) dos 7 cavalos. Em
2 dos 7 cavalos foram detectadas massas esplênicas e hepáticas,
enquanto em outros 3 dos 7 cavalos foram detectadas massas
apenas no baço. Massas intra-abdominais foram detectadas em
2 dos 7 cavalos.
A endoscopia respiratória alta foi realizada nos 2 cavalos que
apresentaram epistaxe e o melanoma foi detectado na bolsa
gutural esquerda de 1 e em ambas as bolsas do outro cavalo. A
ultrassonografia torácica foi realizada em 3 cavalos, incluindo
ambos os cavalos com epistaxe, e anormalidades foram
detectadas em 2 dos 3 cavalos. Um cavalo apresentou
desconforto respiratório e derrame pleural bilateral grave e uma
massa mediastinal foram detectados. Nos 2 cavalos com
epistaxe, 1 apresentou derrame pleural leve à direita, enquanto
o outro não apresentou anormalidades. Radiografias torácicas,
demonstrando um padrão intersticial aumentado, foram obtidas
para o cavalo com epistaxe e derrame pleural focal à direita.
Radiografias torácicas também foram obtidas em 1 cavalo que
apresentou ataxia nos membros posteriores para avaliar doença
metastática e nenhuma anormalidade foi detectada. Neste
mesmo cavalo atáxico, uma cintilografia nuclear da coluna
toracolombar e pelve (fase óssea) foi realizada e não revelou
nenhuma anormalidade.
O diagnóstico antemortem foi obtido por meio de biópsia
guiada por ultrassom ou aspiração com agulha fina do baço,
fígado ou tumor abdominal em 3 dos 6 cavalos que
apresentaram anormalidades detectadas na ultrassonografia
abdominal. A abdominocentese foi realizada após a identificação
de anormalidades ultrassonográficas em 2 cavalos e a detecção
de melanócitos no exame citológico do líquido peritoneal. Uma
biópsia foi feita de uma massa intra-abdominal em 1 dos 2
cavalos em que a abdominocentese foi diagnóstica para doença
metastática. O líquido pleural foi examinado no cavalo com a
massa mediastinal e não foram observados melanócitos na
citologia. Líquido cefalorraquidiano foi obtido no espaço
lombossacral do cavalo atáxico que fez a cintilografia nuclear e
não foram vistos melanócitos no exame citológico.
O tratamento foi tentado em um total de 7 dos 14 cavalos.
Amputação parcial da cauda e redução de volume de tumores
perineais foram realizadas em 3 cavalos, 1,5 a 6 anos antes do
diagnóstico de doença metastática. Cinco cavalos foram tratados com
cimetidina. Três dos 5 cavalos foram tratados com cimetidina e uma
vacina autógena por mais de 12 meses (intervalo de 12 a 36 meses). A
vacina autógena foi preparada a partir de material tumoral obtido
por citorredução de uma massa superficial realizada por biópsia.aO
tratamento foi iniciado devido a um padrão de crescimento rápido
observado nas massas perineais em 2 cavalos e depois que massas
internas foram detectadas durante cirurgia abdominal para um volvo
de cólon grande no

454 MacGillivray, Sweeney e Del Piero
outro cavalo. Os 2 cavalos restantes receberam cimetidina por
menos de 1 mês após o diagnóstico de doença metastática. Em
resumo, 2 cavalos tiveram redução cirúrgica apenas do tumor, 2
cavalos foram tratados com cimetidina e a vacina, 2 cavalos
foram tratados apenas com cimetidina e 1 cavalo teve redução
cirúrgica e recebeu cimetidina e a vacina.
Melanoma metastático foi a causa da morte (natural ou
eutanásia) para 12 dos 14 cavalos (86%). Os 2 cavalos
restantes incluem 1 cavalo em que as massas ao redor da
aorta e vasos mesentéricos foram um achado incidental
durante a cirurgia para corrigir um grande volvo de cólon.
Este cavalo passou mal após a cirurgia, desenvolveu diarreia,
foi sacrificado esalmonelafoi cultivado no exame post
mortem. O outro cavalo era a égua reprodutora que morreu
secundária a hemorragia da artéria uterina.
No exame pós-morte, os locais de metástases incluíam linfonodos
regionais ou distantes ou ambos em 9 (64%) dos 14 cavalos. Vasos
sanguíneos também foram locais comuns para metástases porque
massas circundando ou invadindo vasos sanguíneos, excluindo
capilares alveolares, foram encontradas em 9 (64%) dos cavalos. Além
disso, 6 (43%) dos 14 cavalos tinham melanócitos metastáticos dentro
dos capilares do septo alveolar. O baço e o fígado foram infiltrados
em 8 e 7 (57 e 50%) dos cavalos, respectivamente. Todos os cavalos
com envolvimento hepático apresentavam envolvimento esplênico.
Em 1 cavalo, o infiltrado esplênico foi visto apenas histologicamente.
O mesentério, superfícies serosas dos intestinos e omento
foram envolvidos em 8 (57%) dos 14 cavalos. Sete (50%) dos
cavalos tinham massas grandes e discretas. As massas foram
localizadas no abdome de 5 cavalos (36%), mediastino em 1
cavalo e abóbada craniana em outro cavalo (7%). Massas
envolvendo o músculo esquelético, incluindo a fáscia epimisial,
foram encontradas em 8 (57%) dos cavalos. A glândula salivar
parótida estava envolvida em 6 cavalos (43%). Nenhuma outra
glândula salivar foi afetada.
Seis cavalos (43%) apresentavam massas associadas a osso ou
medula óssea. As vértebras foram infiltradas em 3 cavalos. Déficits
neurológicos estavam presentes em 2 desses 3 cavalos. Um cavalo
desenvolveu ataxia dos membros posteriores secundária à
compressão da medula espinhal causada por uma massa epidural e
teve 2 vértebras infiltradas adicionais que não estavam causando
danos à medula espinhal. O outro cavalo desenvolveu síndrome da
cauda equina e atrofia grave do músculo glúteo devido a uma grande
massa que ocluía a cauda equina e infiltrava o osso sacral. Outros
locais de envolvimento ósseo incluíram a maxila e a costela. Os
elementos hematopoiéticos da medula óssea apresentavam infiltrado
neoplásico no pônei que era pancitopênico e demonstrava sinais de
coagulopatia intravascular disseminada.
Os locais menos comuns de metástase incluíram as glândulas
adrenais (36%), rins (36%), diafragma (29%), coração (29%),
bolsas guturais (29%) e glândula mamária (29%). Nos 5 cavalos
com envolvimento renal, 3 tinham massas sólidas dentro do
interstício do córtex e nos 2 cavalos restantes, melanócitos
intracapilares glomerulares foram vistos histologicamente.
Massas associadas ao coração foram encontradas no ventrículo
direito, átrio esquerdo e vasos coronários em 2 cavalos,
pericárdio em 1 cavalo e associadas aos vasos coronários em 1
cavalo. A superfície abdominal do diafragma estava envolvida em
3 cavalos e ambas as superfícies abdominal e pleural no cavalo
restante. Em-
19391676, 2002, 4, baixado de https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1939-1676.2002.tb01264.x pela CAPES, Wiley Online Library em [27/04/2023]. Consulte os Termos e Condições (https://onlinelibrary.wiley.com/terms-and-conditions) na Wiley Online Library para obter as regras de uso; Os artigos OA são regidos pela Licença Creative Commons aplicável
locais de tumor metastático frequentes incluíram o útero
(21%), pâncreas (14%), laringe e faringe (14%), tecido
conjuntivo associado à bexiga (7%) e lábio (7%).
No exame macroscópico post mortem, as massas eram
geralmente arredondadas a ovais, ocasionalmente
arredondadas e irregulares, às vezes planas ou verrucosas, com
o maior diâmetro variando de 1 mm a 40 cm, com tamanho
médio de 4 cm. As neoplasias eram firmes e pretas, com
abundante pigmento preto na seção de corte.
Histologicamente, os melanócitos neoplásicos eram espindóides e
ocasionalmente estrelados. Os núcleos eram grandes, ovóides ou
redondos, eucromáticos, com nucléolo proeminente. Misturados com
os melanócitos estavam numerosos histiócitos de tamanhos variados,
geralmente grandes, redondos a ovais, também contendo abundante
melanina intracitoplasmática (melanófagos). As figuras mitóticas
eram raras. Em 1 caso, os melanócitos continham menos melanina,
não obscurecendo o citoplasma e, misturados com melanócitos bem
diferenciados, havia células neoplásicas com pleomorfismo
proeminente, núcleos de tamanhos variados e às vezes nucléolos e 2
a 4 figuras mitóticas por 403campo de ampliação. Necrose multifocal
e aglomerados melanocíticos intravasculares também estavam
presentes. Em conclusão, os exames histológicos dos melanomas
metastáticos e dérmicos foram semelhantes em 13 dos 14 cavalos.
Discussão
Cavalos cinzentos mais velhos têm uma alta prevalência de
tumores melanocíticos cutâneos, que muitas vezes são
diagnosticados com base apenas na aparência macroscópica da
massa.1–3Os 4 tipos de tumores melanocíticos incluem nevos
melanocíticos, melanoma maligno anaplásico, melanoma dérmico e
melanomatose dérmica. Os nevos melanocíticos ocorrem em cavalos
mais jovens, cinzas e não cinzas, são discretos, superficiais e
benignos, e a excisão cirúrgica geralmente é curativa. Melanomas
malignos anaplásicos ocorrem em cavalos não-grilos mais velhos e
têm alta incidência de metástases.1,2Melanomas dérmicos equinos são
massas discretas em que a excisão cirúrgica é geralmente curativa
com baixa incidência de metástases. Melanatose dérmica equina
refere-se a vários melanomas dérmicos misturados com uma alta
incidência relatada de metástases.1,2Tanto o melanoma dérmico
quanto a melanomatose dérmica são encontrados nos locais típicos
envolvendo o períneo, a cauda ventral e a genitália externa de
cavalos cinzas mais velhos. No entanto, a melanomatose é mais
frequentemente observada em cavalos com mais de 15 anos.
Histologicamente, os melanomas dérmicos e a melanomatose
dérmica são bastante semelhantes.1,2Para melanomas dérmicos e
melanomatose dérmica, nem a localização do tumor nem a histologia
ajudam a prever o comportamento do tumor ou o potencial
metastático. A taxa de crescimento pode auxiliar na determinação
das características do tumor porque uma mudança repentina na taxa
de crescimento tem sido associada à transformação maligna.1A
maioria dos tumores melanocíticos equinos demonstra crescimento
lento, embora uma vez presentes, se multipliquem e possam
eventualmente metastatizar, muitas vezes após vários anos.1,2,4
Neste estudo, histologicamente, todos os tumores eram
melanomas dérmicos ou melanocitose dérmica com 1 exceção. A
histologia da lesão cutânea primária não foi preditiva de
disseminação presente ou futura em 13 dos 14 cavalos. Um cavalo
era cinza, com localização típica do tumor, mas a histologia foi

Melanoma Metastático em Cavalos
preditivo de malignidade porque a morfologia celular era
consistente com melanoma maligno anaplásico.
Os locais mais comuns de suspeita de melanoma primário são a
cauda ventral, a pele perineal e a genitália externa. Glândula salivar
parótida, orelhas, pescoço, pálpebras e membros são locais menos
comuns.1–3Mais de 79% dos cavalos neste estudo tinham melanoma
presente na área perineal, na cauda ventral ou em ambos os locais.
Muitos cavalos tinham massas envolvendo vários locais que
poderiam ser interpretados como locais primários típicos.
A metástase pode ocorrer secundariamente à disseminação
hematogênica e linfática.1,3,4Além disso, em contraste com outras
espécies, as metástases podem surgir devido a múltiplos locais
de proliferação de melanócitos em cavalos.5Polia e Stannard4
afirmou que os primeiros locais de metástase foram os gânglios
linfáticos regionais e os pulmões foram os sistemas de órgãos
internos mais comumente afetados. Outros locais de metástases
são baço, fígado, vasos sanguíneos e coração.3,4,6O estudo atual
apóia essa afirmação porque 64% dos cavalos tinham massas
associadas a vasos sanguíneos, linfonodos regionais ou ambos e
43% dos cavalos tinham melanócitos dentro dos capilares
alveolares. No entanto, não está claro a partir deste estudo o
processo pelo qual ou a sequência em que as metástases se
desenvolveram.
Vários relatos de casos individuais descrevem melanoma maligno,
principalmente em cavalos cinzas mais velhos, localizado na entrada
torácica, espaço retrobulbar, músculo esquelético, terceira falange e
associado a vértebras. Os sinais clínicos foram decorrentes de
invasão local, efeitos compressivos do tumor ou ambos.5–11Nestes
relatos de casos, o exame post mortem foi realizado em 6 cavalos e o
melanoma metastático foi encontrado em 4 cavalos. Os cavalos neste
estudo foram semelhantes em que os sinais clínicos foram
secundários à localização específica das metástases. O envolvimento
de múltiplos órgãos causava sinais de depressão e má condição
corporal, além de sinais relacionados à disfunção de órgãos
específicos. No entanto, Valentim2descreveram cavalos com tumores
melanocíticos nos quais as metástases estavam presentes no exame
post-mortem, mas não foram consideradas a causa da morte. Da
mesma forma, metástases foram detectadas no exame post-mortem
como um achado incidental sem nenhuma condição clínica associada
em 2 cavalos neste estudo.
Muitas vezes, o tratamento do melanoma não é realizado devido à
natureza benigna e de crescimento lento da neoplasia, tamanho,
proximidade de grandes vasos e estruturas vitais ou extensa invasão
local.1,3,5No entanto, todos os melanomas dérmicos devem ser
considerados potencialmente malignos. A resposta ao tratamento
muitas vezes é difícil de determinar devido à baixa taxa de
crescimento da maioria dos melanomas.12Neste estudo, o tratamento
foi tentado em 7 cavalos. Três cavalos tiveram amputações parciais
da cauda na tentativa de interromper a progressão do tumor. A
excisão cirúrgica não foi tentada devido à extensa invasão dos tecidos
locais, tamanho ou simplesmente não foi recomendada nos outros
cavalos com massas cutâneas. A cimetidina foi administrada em 5
cavalos. Em todos os 5 casos, o veterinário principal e o proprietário
relataram algum sucesso em retardar o crescimento do tumor com
base apenas na avaliação subjetiva. Três cavalos neste estudo foram
tratados com uma vacina autógena preparada por um oncologista
veterinário. Essas vacinas eram compostas de antígenos tumorais
específicos que auxiliam tanto no reconhecimento quanto na
eliminação do tumor.a
Avaliar a eficácia de qualquer tratamento 1 foi difícil porque
19391676, 2002, 4, baixado de https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1939-1676.2002.tb01264.x pela CAPES, Wiley Online Library em [27/04/2023]. Consulte os Termos e Condições (https://onlinelibrary.wiley.com/terms-and-conditions) na Wiley Online Library para obter as regras de uso; Os artigos OA são regidos pela Licença Creative Commons aplicável
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porque modalidades combinadas freqüentemente eram
empregadas. No geral, a terapia não alterou perceptivelmente o
resultado da doença nos cavalos deste estudo.
Achados clinicopatológicos em cavalos neste estudo
indicaram que a anemia de doença crônica não é comum.
Anemia e trombocitopenia foram observadas no cavalo e no
pônei que apresentaram epistaxe. No cavalo, anemia e
trombocitopenia foram consideradas secundárias à perda
contínua de glóbulos vermelhos e consumo de plaquetas
associados a vários episódios de epistaxe antes da
apresentação. No pônei, o melanoma metastático
envolvendo o baço e o fígado e infiltrando as porções
hematopoiéticas da medula óssea causaram pancitopenia.
Os procedimentos diagnósticos que foram úteis na
detecção de doença metastática no estudo atual incluíram
palpação retal, ultrassonografia, biópsia ou aspiração com
agulha fina de uma suspeita de massa interna e citologia do
líquido peritoneal. As concentrações plasmáticas de
aspartato aminotransferase, gamaglutamiltransferase e
lactato desidrogenase correlacionaram-se bem com a
disfunção de órgãos específicos, mas não ajudaram na
determinação de melanomas metastáticos como a causa da
doença. O edema ventral foi um achado comum ao exame
físico. Mudança no padrão de crescimento de tumores
cutâneos foi relatada em apenas 2 cavalos. Nenhum efeito
apreciável do tratamento foi encontrado nos 7 cavalos que
receberam tratamento antes ou depois do diagnóstico de
melanomas metastáticos. Melanoma metastático, embora
relativamente incomum,
notas de rodapé
Vacina autógena, Dra. Ann K. Jeglum, Serviço de Oncologia Veterinária
a
vícios e Centro de Pesquisa, West Chester, PA
Reconhecimento
Agradecemos ao Dr. Simon Peek, da Cornell University,
Departamento de Patobiologia, pelo exame pós-morte e pela
correspondência.
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