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UNITPAC

Aluno: Ihan Gustavo Oliveira Melo / 5º Período;


Professora: Lilian Rocha;
Curso: Medicina.

O que significam as fases da Interfase? Onde ocorrem as duas principais


checagens (Checkpoints)? Quais as diferenças?
A duplicação do DNA ocorre em determinado período da interfase o que
permitiu a divisão da interfase em 3 estágios sucessivos, G1, S e G2.
O período G1 se caracteriza por uma intensa síntese de RNA e proteínas,
ocorrendo um marcante aumento do citoplasma da célula-filha recém formada.
É nesta fase que se refaz o citoplasma, dividido durante a mitose. O período S
está relacionado a síntese. Inicialmente a célula aumenta a quantidade de DNA
polimerase e RNA e duplica seu DNA. As duas cadeias que constituem a dupla
hélice separam-se e cada nucleotídeo serve de molde para a síntese de uma
nova molécula de DNA devido a polimerização de desoxinucleotídeos sobre o
molde da cadeia inicial, graças a atividade da DNA polimerase. O período G2
representa um tempo adicional para o crescimento celular, de maneira que a
célula possa assegurar uma completa replicação do DNA antes da mitose.
Neste período ocorre uma discreta síntese de RNA e proteínas essenciais para
o início da mitose. É considerado o segundo período de crescimento. A célula
agora está preparada para a mitose, que é a fase final e microscopicamente
visível do ciclo celular.
O primeiro ponto R (ponto de restrição) é regulado principalmente pelos
fatores de crescimento extracelulares que sinalizam a proliferação celular. Na
presença dos fatores de crescimento apropriados, as células atravessam o
ponto de restrição e entram na fase S. Uma vez que tenham passado pelo
ponto de restrição, as células estão comprometidas a entrar na fase S e
prosseguir com a divisão celular, mesmo na ausência de um fator de estímulo
suplementar. Ao contrário, se os fatores de crescimento não estiverem
disponíveis em G1, a continuação através do ciclo celular para no ponto de
restrição, e essas células entram em G0. Um mecanismo de controle que
ocorre em G1 é a interrupção temporária do ciclo celular nessa fase, induzida
pela presença de danos no DNA, para que mecanismos de reparo operem
antes da fase de replicação. Nos mamíferos, o sinal de parada é dado em G1
por uma proteína conhecida como p53, cujos níveis intracelulares aumentam
em resposta a eventuais danos à molécula de DNA, impedindo que a célula
prossiga e efetue a replicação do DNA danificado.
No segundo ponto R a célula permanece em G2 até que todo o seu
genoma tenha sido replicado e os possíveis danos reparados antes de serem
transmitidos às células-filhas. É durante esse período que as proteínas não-
histônicas, que vão se associar aos cromossomos durante a mitose, ainda
serão sintetizadas e é também o período em que ocorre o acúmulo de um
complexo proteico citoplasmático, denominado de fator promotor de maturação
(MPF). O MPF é considerado o regulador geral da transição de G2 para M,
induzindo a entrada na mitose e sendo responsável por quatro eventos típicos
dessa fase: condensação cromossômica, ruptura do envoltório nuclear,
montagem do fuso e degradação da proteína cíclica. Ainda durante o período
G2, temos a síntese de RNA’s, principalmente daqueles extranucleares, e a
síntese proteica, iniciada no período G1, que continua a ocorrer, somente
sendo interrompida no período seguinte, a mitose.
Relação Teórico-Prática
O estágio G1 é o mais variável em termos de tempo. Pode durar horas,
meses ou anos. Nos tecidos de rápida renovação, cujas células estão
constantemente em divisão, o período G1 é curto, como exemplo temos o
epitélio que reveste o intestino delgado, que se renova a cada 3 dias. Todos
estes tecidos são extremamente sensíveis aos tratamentos que afetam a
replicação do DNA (drogas e radiações), razão pela qual são os primeiros a
lesados nos tratamentos pela quimioterapia do câncer ou na radioterapia em
geral.
Embora seja considerado um gene supressor de tumor, porque a maioria
das mutações leva à perda de função, o p53 quando sofre alguns tipos de
mutações pode exercer um efeito negativo dominante, ou seja, o produto do
único alelo mutado interage e inativa o alelo normal, induzindo o câncer e
atuando, portanto, como um oncogene. É interessante que algumas
substâncias sabidamente carcinogênicas podem induzir mutações específicas
em p53. Mutações em p53 também podem aumentar a quimio resistência, de
acordo com a hipótese de que ele serve como marcador da resposta ao
tratamento, o que já foi confirmado, inclusive, em câncer de pulmão e de
cabeça e pescoço.
A relação entre mutações no p53 e clínica adversa já está bem
estabelecida, o que reflete a importância de sua proteína na regulação e
crescimento das células tumorais. Por exemplo, em LMC (leucemia mieloide
crônica), embora o início da doença dependa da junção BCR/ABL, a
progressão envolve alterações em p53. Em pacientes com LMC, alterações em
p53 são encontradas em cerca de 30% dos casos, especialmente em crise
blástica e os estudos moleculares têm indicado que em cerca de 25% dos
casos em progressão, há inativação do p53 provocada por rearranjos ou
mutações em ponto.
Referências
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier.
13ª ed., 2017.
FETT-CONTE, Agnes C.; SALLES, Andréa BCF. A importância do gene p53 na
carcinogênese humana. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia,
v. 24, p. 85-89, 2002.

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