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O ciclo celular é o processo biológico que permite que uma célula se divida em
duas células-filhas geneticamente iguais. Durante o ciclo celular, a célula necessita
não só de duplicar a quantidade de DNA, mas também a quantidade das restantes
macromoléculas e organelos. O tamanho da célula também aumenta, uma vez que, se
isso não acontecesse, a cada divisão as células ficariam cada vez mais pequenas. É
composto por duas etapas: a interfase, que compreende a fase G1, S e G2 e a mitose
que compreende a prófase, a pro-metáfase, a metáfase, a anáfase, a telófase e a
citocinese. A figura do ciclo celular não se encontra à escala: a fase G1 é muito longa e
a fase M é a muito curta.
No ciclo celular existem vários checkpoints, que evitam que a célula progrida no ciclo
celular se a fase anterior não estiver completa.
A duração do ciclo celular varia consoante o tipo de célula, como podemos ver nesta
tabela. Em células embrionárias de sapo o ciclo celular demora cerca de 30 minutos,
enquanto que células do epitélio intestinal de mamíferos demoram cerca de 12 horas.
A divisão celular é bastante importante uma vez que é responsável pelo crescimento
nos organismos pluricelulares, pela reprodução em organismos unicelulares, pela
renovação e regeneração de tecidos e pela manutenção da estabilidade genética ao
longo das gerações.
Interfase
A interfase é um período relativamente longo quando comparado com a fase mitótica.
É caracterizado por uma intensa atividade biossintética, transcrição de genes e síntese
proteica, reunindo as condições necessárias à divisão celular (crescimento em massa e
replicação do DNA). Compreende 3 períodos: G1, S e G2. Por vezes, a célula pode
entrar G0, um período de repouso no ciclo celular.
G1
Decorre imediatamente após a mitose. É o período mais variável do ciclo celular em
termos de duração, no qual ocorre uma intensa atividade biossintética,
nomeadamente ao nível da síntese de proteínas estruturais, enzimas e RNA,
necessárias à síntese de DNA. Há também aumento do número de organelos celulares,
o que leva a um notório crescimento da célula. Na transição entre a fase G e a fase S
inicia-se a duplicação dos centrómeros.
Caso a célula não apresente as condições intra e/ou extracelulares favoráveis entra em
fase G0, um estado de repouso. Continua a verificar-se um metabolismo ativo, mas, no
entanto, as células não têm capacidade para se dividir, ocorrendo também a repressão
ativa de genes necessários para a mitose. Esta etapa pode ser temporária (estado
quiescente) durante dias ou anos, até que, através de estímulos (condições ambientais
favoráveis, por exemplo), a célula reentra no ciclo celular (células hepáticas, por
exemplo), ou permanente, ocorrendo em células altamente diferenciadas,
incapacitadas de se dividir (por exemplo, células nervosas, neuronais, cardíacas).
Checkpoint G1/S
A progressão em G1 é regulada por dois checkpoints: Ponto de restrição e checkpoint
de danos de DNA.
O checkpoint ponto de restrição verifica se existe um ambiente extracelular favorável à
proliferação celular. Se o ambiente não for favorável à proliferação celular, a célula
entra então em G0.
O checkpoint de danos no DNA em G1 impede a progressão no ciclo celular na
presença de erros no DNA.
A estrutura do DNA é monitorizada de forma constante, já que qualquer alteração tem
de ser corrigida rapidamente, de modo a evitar a indução de mutações ou alteração
nos cromossomas, que na maioria dos casos causa morte celular.
Quando o DNA se encontra danificado, várias cinases aproximam-se do local do erro
no DNA permitindo a paragem do ciclo celular.
Ambos os checkpoints estão ausentes em várias células tumorais, sendo que estas
continuam a proliferar-se na ausência de sinais ambientais favoráveis ou com danos no
DNA.
Fase S
Relicação semiconservativa do DNA (Bidirecional direção 5 para 3) – no final
teremos o dobro da quantidade de DNA.
Síntese de histonas
Replicação dos centríolos
Replicação do dna
DNA helicases vão promover abertura da dupla cadeia de DNA, à frente da
forquilha de replicação este processo vai exigir a hidrolise de ATP – ruptura de
pontes de H. (esta forquilha sera assimétrica)
SSB single strand DNA biding proteins – vao estabilizar as cadeias simples de
DNA que serviram de molde para a síntese das novas cadeias.
Inicia-se nas origens de replicação onde será colocado um primer de RNA com
terminal 3oh livre (enzima primase) para permitir que a DNA polimerase se
consiga ligar
Ler 3-5 e construir de 5-3
DNA tem cadeias antiparalelas (5’-3’, e outra 3’-5’)
Na cadeia leading (3 para 5) a DNA polimerase vai promover a replicação de
forma continua
Na cadeia lagging (5 para 3) vamos ter múltiplos primers de RNA a que a DNA
polimerase se vai ligar promovendo a síntese de DNA entre os primers –
fragmentos de okasaki. Posteriormente a RNAse remove o primer de rna e a
polimerase de reparação sintetiza DNA
DNA ligase faz a junção dos fragmentos de DNA (estabelece lig fosfodiester)
Fase G2
Incluída na interfase
- Crescimento da célula continua
- Síntese de proteínas
- 4 horas de duração
- Dobro da quantidade de DNA (4n )
- Síntese de moléculas necessárias à divisão celular (por exemplo centríolos-
duplicação inicia na fase s e termina no fim do período G2)
- Cromossomas bem visíveis em microscopia
Check-point G2-M
Se não tiver ocorrido nenhum dano e o DNA tiver ficado todo replicado; ou se os
erros tiverem sido reparados o complexo M-Cdk é então ativado.
Quando ativado este complexo consegue ativar indiretamente mais complexos
M-Cdk adicionais (fosforilação e ativação de mais Cdc25).
O complexo M-Cdk também desliga a cinase inibitória(Wee1), promovendo
assim a produção de mais complexos M-Cdk ativados.
O aumento abrupto deste complexo conduz à saída da célula de G2 para iniciar
a fase M.
Mitose
Após o checkpoint G2/M segue-se outra etapa do ciclo celular, a fase mitótica, que
dura entre 2% a 5% do tempo total de duração do ciclo. Sendo que é nesta etapa
que o núcleo da célula mãe se divide dando origem a dois núcleos filhos
geneticamente idênticos entre si e à célula mãe. Note-se que os novos núcleos
possuem um número diploide de cromossomas.
Esta etapa compreende cinco fases sendo estas a profase, a prometafase, a
metafase, a anafase e a telofase. É importante realçar que, paralelamente à mitose,
ocorre a citocinese onde se verifica a divisão do citoplasma.
Profase
A M-Cdk é uma proteína cinase que proporciona a maioria dos acontecimentos nos
estágios iniciais da mitose, pelo que a sua quantidade aumenta abruptamente no
inicio da mitose.
Na profase os cromossomas replicados, cada um composto por dois cromatídios
irmãos, condensam-se.
Inicia-se a formação do fuso acromático sendo este uma estrutura especializada e
temporária formada por microtúbulos que medeiam o movimento e posicionamento
dos cromossomas durante a mitose. Este fuso apenas existe devido à presença de
centrossomas que são organelos que atuam como centros organizadores dos
microtúbulos, sendo separados no fuso por motores de dineína, cinesina 5 e 14.
Estes garantem a bipolaridade do processo.
O fuso é constituído por três classes de microtúbulos:
- Microtúbulos astrais- estendem-se dos centrossomas ao córtex celular, orientam o
fuso no eixo da divisão celular
- Microtúbulos dos cinetocoros-envolvidos na ligação dos polos do fuso aos
cinetocoros dos cromossomas (responsáveis pela captura dos cromossomas)
- Microtúbulos polares- estendem-se de um centrossoma até ao outro, estando
envolvidos na manutenção da estrutura do fuso.
Nesta fase verifica-se, ainda, o aumento da instabilidade dinâmica dos microtúbulos,
devido à M-Cdk fosforilar proteínas relacionadas com a estabilidade dos filamentos
dos microtúbulos. Daqui resulta o rápido crescimento (adição de tubulina) e
encolhimento dos microtúbulos, permitindo a orientação destes no fuso. Note-se
que esta instabilidade não é exclusiva da profase.
Prometafase
Caracteriza-se por ser a fase mais longa da mitose. Verifica-se a desintegração do
invólucro nuclear, por fosforilação de uma lamina nuclear, formando pequenas
vesículas de membranas. Assiste-se, também, à ligação dos microtúbulos aos
cromossomas através de um complexo proteico - o cinetocoro. Aquando da
aproximação lateral entre o microtúbulo e o cinetocoro, uma variante
citoplasmática de dineína leva à captura dos cromossomas sendo estes depois
movimentados. Cada cromossoma, visto ser constituído por dois cromatídios
irmãos, apresenta dois cinetocoros (em lados opostos do cromossoma).
Eventualmente, os microtúbulos ligam-se aos cinetocoros e por sua vez o
microtúbulo cinetocoro liga o cromossoma a um polo do fuso acromático. Visto cada
cinetocoro estar em faces opostas do cromossoma, cada cromatídio é levado para
polos opostos do fuso. Contudo, podem existir erros nas ligações entre os
cinetocoros e os microtúbulos.
É nesta etapa que os cromossomas iniciam o alinhamento no equador da célula.
Note-se que o final desta etapa é marcado pela ligação de todos os cinetocoros
cromossomais a microtúbulos. Na espécie humana, cada cinetocoro liga-se a 20-40
microtúbulos.
Metafase
Os cromossomas vão-se alinhar no plano equatorial da célula, ou seja, (equidistantes
dos dois polos.
Anafase
Os cromatídeos irmãos separam-se de uma forma sincronizada e são puxados
lentamente para o polo do fuso ao qual estão agarrados.
Os microtúbulos do cinetocoro ficam mais pequenos e os polos do fuso também
se afastam contribuindo assim para a segregação do cromossoma.
Anafase B
Os polos do fuso afastam-se entre eles .
Citocinese
Como já foi referido anteriormente, a citocinese é um processo que ocorre
paralelamente à mitose, sendo que se inicia aquando da anafase (surge o anel
contrátil) e termina com o fim da telofase (anel desintegra-se). Na anafase verifica-
se a formação de um sulco na membrana perpendicular ao fuso mitótico. São os
microtúbulos os responsáveis por enviar sinais que determinam o plano de divisão
da célula. A ativação local da GTPase e RhoA e a desfosforilação dos substratos das
Cdks desencadeiam a montagem e contração do anel. Durante a citocinese, o
citoplasma de uma célula animal divide-se em dois em resultado da contração do
anel contrátil constituído por filamentos de actina e miosina. A atina e a miosina II
acumulam-se no anel e ao contraírem geram a força necessária à contração do anel.
Esta separação do citoplasma resulta na formação de duas células filhas cada uma
com um núcleo. Uma vez terminada a citocinese, as novas células restabelecem
ligações com o substrato e reajustam contato com células vizinhas e com a matriz de
forma a ficarem acomodadas no tecido.
Após a citocinese a célula entra num estado estável G1 onde aguarda sinais para recomeçar
o ciclo celular.
A atividade das Cdks aumenta e diminui durante o ciclo celular, o que leva a mudanças
cíclicas na fosforilação de proteínas intracelulares que iniciam ou regulam os principais
eventos do ciclo celular. No entanto os níveis de Cdk mantêm-se constantes ao longo
do ciclo celular.
Estas mudanças cíclicas das Cdks são reguladas por um complexo de enzimas e de
outras proteínas que regulam essas cinases, sendo o mais importante dos reguladores:
a CICLINA, razão pela qual as Cdks têm de estar fortemente ligadas a uma ciclina para
terem a atividade da cinase.
Para além disto, vários mecanismos adicionais ajustam precisamente a atividade das
Cdks em estágios específicos do ciclo celular:
• Cinases e fosfatases que modificam Cdks:
Cinase Ativadora de Cdk (CAK) Fosfatase Cdc25
Cinase Wee1
1. G1
2. G1/S
Transição G1-S:
Ciclina D
A sua sintetização resulta da estimulação por parte de fatores extracelulares de
crescimento que controlam a progressão das células ao longo do ponto de restrição
da fase G1
IMPORTANTE:
Alterações na regulação da Ciclina D contribuem para a perda da regulação de
crescimento - característico das células cancerígenas.
Assim, as mutações resultantes de uma contínua expressão não regulada da
Ciclina D contribuem para o desenvolvimento da variedade de cancros humanos, como
é o caso do cancro da mama.
Proteína E2F:
• Fator de transcrição, ativando vários genes que codificam proteínas envolvidas
na síntese de DNA
• Atua no final de G1
• Estimula a transcrição de genes que codificam as ciclinas A e E e Cdk2, que
permitem a progressão do ciclo celular
Os níveis de p53 são regulados pela proteína Mdm2 – promove a degradação da p53
quando os seus níveis são elevados
A fosforilação estabiliza a p53, caso contrário esta degradava-se rapidamente,
resultando num rápido aumento nos níveis de p53 na resposta ao DNA danificado
A p53 é um fator de transcrição que quando estabilizada promove a transcrição da
proteína p21 – inibe os complexos ciclina-Cdk em G1, essenciais para a célula entrar na
fase S
Assim, NIVEIS ELEVADOS DE P53 impedem a célula de entrar na fase S,
permitindo-a CORRIGIR OS DANOS PRESENTES NO SEU DNA
1. Danos do DNA
3. Estabilização da p53
6. Transcrição da p21
IMPORTANTE:
Checkpoint G2 – M
Funções do MPF:
Promove a entrada em mitose, desencadeando uma série de acontecimentos como:
• Desintegração do invólucro nuclear;
• Condensação da cromatina;
• Reorganização radical do citoesqueleto;
• Perda de adesão entre as células e a matriz extracelular;
• Reorganização do retículo endoplasmático e complexo Golgi.
Para que ocorra a ativação deste composto é necessário que:
o As duas subunidades estejam ligadas entre si;
o Fosforilação do Cdk1 no T-loop através da cinase ativadora CAK (Cdk–activating
kinase);
• Erros no Chekpoint
Se separação dos cromatídeos-irmãos tiver ocorrido com erros, estes vão afetar as
células filhas negativamente – perdem ou ganham cromossomas (aneuploidia), o que
leva à apoptose da célula na maioria dos casos, excerto raras exceções como a
trissomia 21.
COMO É QUE AS CÉLULAS SE DIVIDEM EM DUAS?
Um dos pressupostos fundamentais e principais da biologia celular é que as células se originam
a partir de outras pré-existentes, através de um processo designado mitose. A mitose é portanto
um processo contínuo de divisão celular no qual a partir de uma célula mãe se originam duas
células filhas com a mesma composição genética (mesmo número e tipo de cromossomas),
mantendo assim a composição e teor de DNA característico da espécie. A mitose integra o ciclo
celular (espaço que decorre entre duas mitoses) pois para que se formem duas células filhas
geneticamente iguais, tem de haver, anteriormente uma sequência de eventos que preparem a
célula. O ciclo celular compreende duas etapas: a interfase e a fase mitótica. A interfase é
caracterizada pelo crescimento celular e pela replicação do DNA, tratando-se de um período de
grande atividade biossintética, transcrição genética, síntese proteica e crescimento em massa.
Compreende 3 fases distintas: fase G1 na qual a célula se encontra metabolicamente muito
ativa e cresce continuamente; fase S onde ocorre a replicação semiconservativa do DNA; fase
G2 na qual o crescimento continua com a síntese das proteínas necessárias para a mitose. A fase
mitótica engloba a profase (condensação do DNA, início da formação do fuso acromático e
desintegração do invólucro nuclear), metafase (alinhamento dos cromossomas no plano
equatorial), anafase (separação dos cromatídeos) , telofase (regeneração do invólucro nuclear,
desintegração do fuso mitótico e descondensação dos cromossomas) e citocinese (divisão do
citoplasma por um anel contráctil). Alguns autores consideram que entre a profase e a metafase
ainda se pode inclui uma outra etapa, a prometafase.
https://www.khanacademy.org/science/biology/cellular-molecular-biology/stem-cells-and-
cancer/a/cell-cycle-checkpoints-article
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK9894/
PORQUE É QUE A ANGELINA JOLIE APESAR DE TER NASCIDO COM ESSA MUTAÇÃO
NÃO DESENVOLVEU LOGO CANCRO DA MAMA?
Começando do início, a Angelina Jolie, depois da mãe ter morrido com cancro do ovário, desco
briu que tinha um gene BRCA1 mutante herdado da mãe, o que, como já referi, aumentava-lhe
o risco de ter o mesmo cancro ou até o da mama. Por ter uma grande probabilidade de vir a d
esenvolver estes cancros, decidiu fazer uma dupla mastectomia e removeu os ovários.
Apesar de ter herdado a mutação da mãe, não teve logo à nascença nem na infância nenhum d
os cancros, pois este gene repara erros no DNA, erros esses que aparecem devido a fatores am
bientais externos, como o álcool, tabaco, drogas, exposição solar excessiva ou radiações, ou ao
aumento de falhas na replicação do DNA, transcrição ou tradução de RNA no ciclo celular com
o avanço da idade. Assim, a mutação existente no BRCA1 que lhe retira a capacidade de repara
r estes erros só afetará seriamente o indivíduo, podendo vir a causar-lhe cancros, em idades m
ais avançadas em que as mutações celulares sejam mais recorrentes.
WEBGRAFIA
https://en.wikipedia.org/wiki/BRCA1#Function_and_mechanism
https://en.wikipedia.org/wiki/BRCT_domain
http://scienceblog.cancerresearchuk.org/2013/05/14/angelina-jolie-inherited-breast-cancer-and-the-br
ca1-gene/
https://www.cancer.gov/about-cancer/causes-prevention/genetics/brca-fact-sheet
https://www.youtube.com/watch?v=PPTN1RBQtu8
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ubiquitina
O QUE SE DEVE FAZER QUANDO SE DESCOBRE QUE SE TEM ESTE TIPO DE MUTAÇÃO?
Quando se descobre que se tem uma mutaçao no BRCA1 o risco de vir a desenvolver certos
cancros é mais elevado;
Segum as estatisticas mais recentes, 55% a 65% das mulheres que heredam uma mutacao no
BRCA1 vem a ter cancro da mama ate aos 70 anos.
39% de mulheres que heredam uma mutacao no BRCA1 iram desenvolver cancro do ovario ate
aos 70 anos.
Estas mutacoes no BRCA1 tambem elevam o risco de desenvolver cancro das trompas de falopio
e cancro peritonal.
Homens e mulheres com mutacoes no BRCA1 tem um maior risco de desenvolver cancro no
pancreas.
Quando se obtem um resultado positivo no teste genetico existem varias opcoes disponiveis
para tratar o risco de vir a desenvolver cancro num futuro,
1. Triagem reforcada: E recomendado que mulheres que tenham uma mutacao no BRCA1
facam testes clinicos ( mamografias, resonancias magneticas etc) a partir dos 25 anos
periodicamente. Isto ajuda a detetar o cancro o mais rapidamente possivel e aumentar
a probabilidade de poder tratalo com éxito.
2. cirurgia profilactica: Consiste em remover a maior porcao de tecido ‘em risco’ posivel.
As estatisticas mais recentes mostraram que o risco de desenvolver cancro e reducido
por um 80% gracas a este tipode cirurgia preventiva.
3. Quimioprevencao: E o uso de drogas, vitaminas ou outros agente para reducir o risco
ou atrassar o desenvolvimento do cancro. Contraceptivos orais mostraram reducir o
risco de cancro de ovario por um 50% .
Existem fatores externos e fatores internos que estão interrelacionados e que dependendo de
cada organismo podem causar cancro.
Os fatores externos relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos de um ambiente social e
cultural.
Os fatores internos são na maior parte das vezes geneticamente pre-determinados e estão
ligados a capacidade do organismo de se defender dos fatores externos.
Ambos fatores podem interagir aumentando a probabilidade de mutações malignas nos genes
eventualmente causando cancro.
De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles
são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode
causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, como
alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente
desconhecidos.
O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes
causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é
diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela
vem fumando.
Fatores de risco de natureza ambiental
Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados
no meio ambiente ou podem ser herdados. A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada
ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco.
Hereditariedade
São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, a pesar de
os fatores genéticos exercerem um grande papel no seu desenvolvimento.
Cinco grandes classes de proteínas são geralmente reconhecidas como sendo codificadas
por genes supressores de tumores:
Genes Caretakers:
Funcionam como uma primeira linha de defesa contra o cancro, codificando proteínas que,
atuando após a replicação do DNA, asseguram a sua fidelidade e exatidão, garantido que não
ocorreu, por exemplo, oxidação de bases ou erros de emparelhamento, e, caso isso seja
detetado, removendo os nucleótidos defeituosos. Isto é possível, uma vez que danos no DNA
alteram a configuração espacial da dupla hélice e tais alterações podem ser detetadas pela
célula. Uma vez que o dano seja localizado, moléculas específicas de reparação da classe dos
caretakers são enviadas para o local, formando um complexo “reabilitador”. Assim, os genes
caretakers suprimem indiretamente o crescimento neoplásico, codificando proteínas que atuam
na manutenção da integridade do genoma.
Genes Gatekeepers:
A mutação dos genes supressores de tumores é recessiva, sendo necessários dois eventos
mutacionais para que ambos os alelos fiquem mutados
Exemplos de genes supressores tumorais:
p53: é um gene que está localizado no cromossoma 17. Na célula, a proteína resultante deste
gene liga-se ao DNA de modo a estimular um outro gene a produzir a proteína p21. Por sua
vez, a proteína p21, interage com com CDK2, impedindo que a divisão celular continue.
Caso o gene supressor sofra uma mutação, consequentemente, não ocorrerá a
produção de p21. Assim, na ausência desta proteína que agia com “sinal stop” da divisão
celular, as células passam a dividir-se descontroladamente, originando tumores.
(https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK22268/)
(https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16936740)