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GENÉTICA HUMANA

Aula 4 – Ciclo Celular: Mitose e Meiose –


Aspectos Genéticos

PROFESSOR:

Gilberto Faustino
Base de Saúde
O CICLO CELULAR E COMO ELE É CONTROLADO

O crescimento e o desenvolvido de cada organismo dependem,


em grande parte, da multiplicação, do crescimento e da
diferenciação de suas células; estas estão envolvidas nas etapas
do ciclo celular nas quais elas crescem e replicam seu DNA.

Todas as células têm a capacidade de crescer e se reproduzir.


Nas células eucariontes isso ocorre de maneira cíclica, em um
processo chamado ciclo celular.
Esse ciclo pode ser dividido em dois grandes períodos:

1. Interfase – a célula cresce, com um aumento


quantitativo de suas variadas moléculas e de seu
material genético, e se prepara para a próxima divisão.

2. Mitose – a célula se divide


(núcleo e citoplasma) em duas
células-filhas.

Em seguida, cada célula-filha entra


novamente no período de interfase,
perpetuando o ciclo.
A multiplicação das células, por meio desse processo,
permite o crescimento dos tecidos, dos órgãos e todos
os organismos pluricelulares, como nós.

No adulto, esse processo de proliferação celular é


importante para reposição de células mortas e para a
regeneração dos tecidos.

Ao mesmo tempo, ocorre um processo fisiológico de


morte celular programada, denominado apoptose,
que elimina células danificadas ou indesejáveis e
mantém o número de células nos tecidos constante.

Tanto o processo de proliferação celular como a


apoptose são controlados por fatores específicos. A
duração total do ciclo celular e de cada uma das suas
etapas é variável, devido a um controle por fatores
extracelulares e intracelulares.
A interfase corresponde a cerca de 95% do tempo total do ciclo celular, que dura geralmente de 12 a 24h. Esse período pode
ser subdividido nas seguintes fases: G1, S e G2.

A fase G1 é a mais influenciada por fatores extracelulares e pode ter


duração bastante variável. Além disso, a proliferação pode ser
bloqueada nessa fase por inibidores e mutações.

Nessa fase, há um momento crítico denominado ponto de restrição


(ponto R) que precisa ser vencido pela célula para que ela possa
progredir para a fase S.

A partir da fase S não há mais influência de fatores extracelulares.


Os eventos passam a ser controlados por disparos intracelulares e
têm duração mais constante.

A fase S dura cerca de 8h. Em seguida, ocorre a fase G2, que dura
de 2 a 4h, e depois a mitose, que dura aproximadamente 1h.
De acordo com o tempo de proliferação, podemos classificar as células animais em três grupos:

1. Células de divisão contínua.


2. Células que se dividem apenas em resposta a estímulos.
3. Células que praticamente não se dividem e são consideradas terminalmente diferenciadas.

Na segunda categoria, as células podem permanecer em um período


chamado G0, que corresponde a um estado de dormência no qual a
célula mantém um baixo metabolismo e não se prolifera, se estimulada
por fatores específicos, ela pode reingressar no ciclo celular na fase G1,
um pouco antes da fase S, como observado na figura ao lado.
FASES DO CICLO CELULAR

Vamos observar mais sobre os eventos que ocorrem em


cada um dos períodos do ciclo celular.

INTÉRFASE MITOSE

Compreende os A mitose consiste na divisão da


períodos G1, S e G2. célula em duas células-filhas. Esse
processo pode ser subdividido em
quatro fases: Prófase, Metáfase,
Anáfase e Telófase.

https://gfycat.com/embarrassedrashalaskajingle
INTERFASE

PERÍODO G1

Nessa fase, inicia-se novamente a síntese de RNA (principalmente


rRNA) e proteínas, que havia sido descontinuada durante a mitose.

Esse período é caracterizado pelo crescimento contínuo da célula.

Nessa fase, ocorre uma importante decisão: se a célula vai continuar


se proliferando ou se irá entrar em um estado quiescente (G0).

Os fatores de crescimento extracelulares vão sinalizar respostas


intracelulares para influenciar nessa decisão.

Há também um mecanismo de controle induzido pela presença de


danos no DNA, que permite que o ciclo seja interrompido para que os
mecanismos de reparo atuem antes de a célula ser replicada.
INTERFASE

PERÍODO S

Nesse período, ocorre o processo de replicação do


DNA, ou seja, de todo o genoma da célula, assim
como a duplicação da quantidade de histonas, para
que toda a cromatina seja duplicada.

https://gfycat.com/deafeninglividjohndory
INTERFASE

PERÍODO G2

Essa é uma fase crítica de checagem que antecede a


mitose; a célula permanece em um ponto de
checagem em G2, até que a replicação tenha sido
completada, e que possíveis erros do DNA tenham
sido reparados antes que eles se transmitam para as
células filhas.

Nesse processo, ocorre o acúmulo do complexo


Ciclina Cdk (do inglês cyclin-dependent kinases), que
é importante para o controle de todo o ciclo celular.

Além disso, ocorre a síntese de proteínas, que serão


necessárias para a condensação cromossômica
durante a mitose.
MITOSE

A mitose consiste na divisão da célula em duas células-filhas.

Esse processo pode ser subdividido em quatro fases, como veremos a seguir.
MITOSE

PRÓFASE

Nessa etapa ocorre a condensação das fibras de cromatina, que se tornam


mil vezes mais condensadas do que quando estavam na interfase, e a
migração de dois pares do centríolo para os polos opostos da célula, para
organizar os microtúbulos citoplasmáticos.

As duas cromátides de cada cromossomo permanecem unidas pelo


centrômero até a anáfase.

Nessa fase, há uma interrupção da transcrição e uma desorganização dos


nucléolos.

Com a ruptura do envoltório nuclear, os microtúbulos do fuso têm acesso


aos cromossomos.

Portanto, no citoplasma, os chamados centrossomos atuam formando


feixes de microtúbulos, que vão constituir as fibras do fuso mitótico.

Alguns microtúbulos se prendem aos cinetócoros ao nível dos


centrômeros, e vão direcionar os cromossomos para o polo equatorial da
célula. https://gfycat.com/honoredwillingblackbear
MITOSE

METÁFASE

Nessa fase, a cromatina atinge o grau máximo de condensação, por


isso podemos visualizar os cromossomos ao microscópio óptico.

Os cromossomos são direcionados para a região equatorial,


formando a chamada placa metafásica.

O fuso é estabelecido entre


os dois polos opostos da
célula e a região equatorial.

https://gfycat.com/giganticlateanchovy
MITOSE

ANÁFASE

Essa fase é caracterizada pela separação das


cromátides irmãs com a migração de cada uma
delas para polos opostos.

Elas, então, são chamadas de cromossomos-filhos.

Nessa migração, as fibras do fuso se encurtam,


tracionando os cromossomos-filhos para os polos.

https://gfycat.com/grimygloriouscapybara
MITOSE

TELÓFASE

Quando os cromossomos filhos atingem seus


respectivos polos, ocorre o desaparecimento dos
microtúbulos do fuso e tem início a telófase.

Essa fase é caracterizada pela reconstituição do


envoltório nuclear e descondensação da cromatina,
formando os núcleos das células filhas.

Além disso, ocorre a divisão citoplasmática, para


que as duas células-filhas recebam partes iguais do
conteúdo citoplasmático.

https://gfycat.com/imaginarynexthoiho
MEIOSE

A meiose corresponde a um processo de divisão celular que não é


cíclico.

Esse processo ocorre apenas nas chamadas células germinativas, e


permite a formação de células gaméticas que contêm apenas a
metade do número cromossômico, ou seja, são células haploides.

Assim, essa divisão celular é chamada de reducional.

Ela origina células diferentes dela mesma.

A fusão das duas células gaméticas no processo chamado


fecundação forma novamente uma célula diploide para a origem de
um novo organismo.

O processo da meiose compreende duas divisões, chamadas


meiose I e meiose II.

https://gfycat.com/calculatingtallbarracuda
Na meiose I ocorre a disjunção dos cromossomos homólogos, enquanto
na meiose II ocorre a disjunção das cromátides-irmãs.

Cada uma das divisões é subdividida nas quatro etapas: prófase,


metáfase, anáfase e telófase.
MEIOSE I
PRÓFASE I
A prófase I pode ser subdividida em cinco etapas:
A prófase I também tem início após o período S, no qual o leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese.
teor de DNA é duplicado de 2C para 4C.

Lembrando que toda célula eucarionte inicia seu ciclo em G1


com uma quantidade de DNA igual a 2C.

A prófase I é muito mais demorada que a prófase da mitose.

Nesse processo ocorre o pareamento dos cromossomos


homólogos, que não ocorre durante a mitose.

Aqui ele é muito importante para que cada núcleo-filho


receba um membro de cada par de cromossomos homólogos.

Além disso, o pareamento permite que ocorra a recombinação


genética, ou seja, trocas de fragmentos entre os cromossomos
de origem paterna e materna em um par de homólogos.

Isso permite a variabilidade genética importante para o


processo evolutivo.
No LEPTÓTENO ocorre a condensação gradual da cromatina em
cromossomos.

No ZIGÓTENO, observamos a aproximação e o pareamento entre os


cromossomos homólogos, em um processo chamado sinapse.

No PAQUÍTENO, os cromossomos homólogos permanecem


emparelhados, e pode ocorrer a troca de segmentos de DNA entre eles,
na chamada recombinação genética (denominada também permuta ou
crossing-over).

No DIPLÓTENO, a separação entre os cromossomos homólogos se


inicia, mas não se completa. Os cromossomos homólogos continuam
ligados em certos fragmentos, e são denominados quiasmas (em forma
de cruz). Esses locais correspondem aos fragmentos que sofreram troca
de DNA durante o paquíteno.

Na DIACINESE ocorre um aumento da separação entre os


cromossomos, de forma que os quiasmas são deslocados para as ex-
tremidades. Nessa etapa ocorre, também, a ruptura do envoltório
nuclear e a ligação entre as fibras do fuso e os cromossomos
homólogos, preparando para o início da metáfase
METÁFASE I
Nessa etapa, os pares de cromossomos homólogos se dispõem na
região equatorial das células, lembrando que cada cromossomo
permanece com duas cromátides até o final da Telófase I. Cada
cromossomo do par se liga aos polos opostos da célula.

ANÁFASE I
Aqui, é importante que ocorra a movimentação de cada cromos-
somo do par de homólogos, de maneira que em cada par os
cromossomos materno e paterno (geralmente com segmentos
trocados) se
dirijam para polos diferentes. As cromátides-irmãs de cada cromos
somo permanecem unidas pelo centrômero e migram juntas para
um mesmo polo.

TELÓFASE I
Nessa fase, os grupos cromossômicos haploides chegam a seus
respectivos polos, e logo é reconstruído o envoltório nuclear. Em
seguida, cada célula sofrerá a segunda divisão meiótica.
MEIOSE II

PRÓFASE II
Essa fase é de curta duração, porém suficiente para ocorrer
novamente a montagem do fuso mitótico e o desaparecimento do
envoltório nuclear.

METÁFASE II
Aqui os cromossomos se dispõem na região equatorial e as cro-
mátides-irmãs se prendem às fibras dos lados contrários do fuso.

ANÁFASE II
Nessa etapa, ocorre a disjunção das cromátides-irmãs: elas são
tracionadas para os polos opostos da célula.

TELÓFASE II
Por fim, ocorre a divisão do citoplasma em duas células-filhas.

Como a meiose I origina duas células, que vão sofrer a meiose II,
aqui no final da telófase II serão formadas no total quatro células
haploides (n), cada uma delas contendo uma quantidade C de DNA.
MEIOSE NA GAMETOGÊNESE HUMANA

Não podemos nos esquecer de que a meiose tem consequências


genéticas essenciais, como redução do número de cromossomos
pela metade; segregação dos cromossomos paternos e maternos e
recombinação genética.

O processo da meiose especificamente na formação dos gametas


humanos. Esse processo é diferente no sexo feminino (denominado
OVOGÊNESE) e masculino (denominado ESPERMATOGÊNESE).
Na mulher, a OVOGÊNESE se inicia nas células chamadas ovogônias,
localizadas no folículo primário dos ovários durante o período
embrionário.

Essas células entram na Prófase I da Meiose e permanecem no período do


diplóteno durante muitos anos, até que a mulher entre na puberdade.

Nessa etapa da vida, a cada mês, cerca de 20 a 30 células completam a


Meiose I, e seguem até a Metáfase II, quando são denominadas Ovócitos
II.

Nessa fase, podem ocorrer duas coisas: ou a célula é fecundada e


termina o processo Meiótico, ou ela se degenera e é eliminada através da
menstruação.

No final da Meiose I são originadas duas células – o Ovócito II e uma


célula pequena, chamada primeiro corpúsculo polar, que se degenera. O
Ovócito II continua a Meiose II e, no final dela, será forma do um segundo
corpúsculo polar, que também é degenerado.
No homem, a ESPERMATOGÊNESE tem início
apenas na puberdade, mas continua até o fim
da vida do indivíduo.

Ela ocorre nos túbulos seminíferos dos


testículos.

A Meiose I dura cerca de 24 dias, e a Meiose II,


cerca de 8 horas.

Após esse processo, as células resultantes


sofrem diferenciação e maturação durante 40
dias, até a formação final dos espermatozoides.
Na fecundação ocorre a fertilização do ovócito II pelo
espermatozoide, cerca de cem espermatozoides penetram a
chamada corona radiata, e desencadeia-se um processo
chamado de reação acrossômica, que permite a fusão das
membranas plasmáticas dos dois gametas.

Com isso, o ovócito II retoma a segunda divisão meiótica.

Em seguida, ocorre a união dos pronúcleos masculino e


feminino, e tem início a primeira divisão mitótica.

Dessa forma, vemos que o ciclo diploide (2n) é restabelecido


por meio da fecundação.
DIFERENCIAÇÃO CELULAR

Após a fecundação, ocorre uma proliferação acelerada


das células embrionárias.

Essas células vão se diferenciando para produzir os


diferentes tecidos e órgãos do organismo.

As células menos diferenciadas são chamadas de células-


tronco.

Elas têm a capacidade de produzir células-filhas iguais a


elas ou que se diferenciem em outras células,
Sugestão de material complementar...

O CICLO CELULAR – A MITOSE E A MEIOSE.

https://netnature.wordpress.com/2016/05/25/o-ciclo-celular-e-a-mitose-e-meiose/

CONTROLE DO CICLO CELULAR (HD ANIMATION LEGENDADO)

https://www.youtube.com/watch?v=awLH5bhgmWo
Obrigado
E-mail:

gilberto.filho@sereducacional.com

@prof_gilbertofaustino

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