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Estrutura e classificação dos

cromossomos

Prof.: Ana Carolina Proença da Fonseca

Genética e Evolução (XGB230)


Estrutura da aula

❖ Conceitos iniciais
❖ Compactação do DNA
❖ Estrutura dos cromossomos
❖ Classificação dos cromossomos
❖ Metodologias para o estudo dos cromossomos
❖ Aplicação das metodologias
Conceitos iniciais

Citogenética

Noções de citologia + genética


Conceitos iniciais

O que é um cromossomo?

• Uma única e longa molécula de


DNA helicoidizada;

• Composto por DNA, proteínas


histônicas e não-histônicas;

• Compactação máxima atingida


durante a divisão celular.

1 molécula 2 moléculas
de DNA de DNA
idênticas
Compactação do DNA
Compactação do DNA

Unidade estrutural básica

Nucleossomo
+

Histona H1

-
8 histonas

H2A
2 de
cada
H2B
H3
H4

147 nucleotídeos dão 1,7 voltas ao redor do octâmero de histonas


Compactação do DNA
Fibra da cromatina Cromátide do cromossomo metafásico
(solenoide)

Nucleossomos Fibra
Compactação do DNA

http://youtube.com/watch?v=gbSIBhFwQ4s
Grau de compactação

Regiões com menor


atividade gênica

Heterocromatina: Cromatina mais condensada.


Eucromatina: Cromatina mais distendida.

Regiões com possível


atividade gênica
Grau de compactação

❖ Heterocromatina constitutiva

É a porção da cromatina permanentemente condensada e em todas as células


do mesmo organismo. São regiões de DNA repetitivo.

Região centromérica e telomérica


Grau de compactação

❖ Heterocromatina facultativa

É a porção da heterocromatina que, num mesmo organismo, se apresenta


condensada em algumas células e em outras não.
Estrutura do cromossomo

Braço Curto (p)

Constrições
Secundárias Centrômero

Constrição
Primária
Braço Longo (q)

Cromátide
Telômeros
Estrutura do cromossomo

❖ Centrômeros
Estrutura do cromossomo

❖ Centrômeros

DNA satélite, DNA satélite


alfa ou alfoide
Estrutura do cromossomo

❖Telômero

Sequência repetida:
TTAGGG

Função:
✓ Estabilidade das extremidades.
✓ Sinalização para o pareamento correto
durante a divisão celular
Estrutura do cromossomo

❖Telomerase

Apoptose
Estrutura do cromossomo

❖Telomerase
Estrutura do cromossomo

❖Telomerase

https://www.youtube.com/watch?v=2NS0jBPurWQ
Estrutura do cromossomo

❖Constrição secundária
Regiões organizadoras de nucléolos

Constrição ✓ Genes de RNA ribossômico


secundária ✓ DNA moderadamente repetitivo

Nesta região, estão localizados os genes


responsáveis pela produção de RNAs ribossômicos, os
quais constituem parte do nucléolo. A sua importância
está em produzir e processar os rRNAs necessários para
sintetizar todas as proteínas da célula.
Cariótipo

✓ Conjunto de todos os cromossomos.

✓ Arrumação deles de acordo com o


centrômero.

✓ Doenças são investigadas pelo


cariótipo.

Cariótipo
Constituição cromossômica

Vs

Cariograma
Organização cromossômica
Cromossomos Humanos
Autossomos

Sexuais

Autossomos: 1 – 22
Cromossomos Sexuais: X e Y
Cromossomos Humanos

Gene A

Alelos

Gene B

Cromossomos homólogos
Classificação dos cromossomos

International System for Human Cytogenetic


Nomenclature (ISCN 1978)

❖Tamanho 50 a 250 Mb
❖Posição do centrômero
❖Padrão de bandeamento
Tamanho

Cromossomos sexuais

X – tamanho médio
Y – similar ao 22
Tamanho

A B

D
E

F G
Posição do centrômero

Metacêntrico Submetacêntrico Acrocêntrico Telocêntrico


2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 13, 14, 15, 21
1, 3, 16, 19, 20
10, 11, 12, 17, 18, e 22
XeY
Posição do centrômero

Metacêntrico Submetacêntrico Acrocêntrico Telocêntrico


2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 13, 14, 15, 21
1, 3, 16, 19, 20
10, 11, 12, 17, 18, e 22
XeY
Posição do centrômero
Tamanho e posição do centrômero
Grupo B
Grupo A Maiores submetacêntricos
6 maiores cromossomos após o 2 (pares 4 e 5)
1 e 3 – metacêntricos
2 - submetacêntrico

Grupo C
Cromossomos médios e
submetacêntricos
(pares 6- 12)
Grupo E
Grupo D Cromossomos pequenos
Cromossomos médios e B B 16 – metacêntricos
acrocêntricos 17 e 18 - submetacêntricos
(pares 13 - 15)
B B

Grupo F Grupo G
Cromossomos pequenos Cromossomos pequenos
e metacêntricos e acrocêntricos
(pares 19 e 20) (pares 21 e 22)
Padrão de bandeamento

Diferenças de
condensação do DNA
Padrão de bandeamento

Cromossomo Braço Região Banda Sub-banda


Padrão de bandeamento

1p22.2

Cromossomo 1
Padrão de bandeamento

Cromossomo: 1
Braço: curto
1p22.2 Região: 2
Banda:2
Sub-banda:2

Cromossomo 1
Padrão de bandeamento
Resolução do cromossômica

Baixa Alta Altíssima


• 400 • 850 • 2.000
bandas bandas bandas
(regiões (regiões, (regiões,
e bandas bandas,
bandas) e sub- sub-bandas
bandas) e sub-sub-
bandas)

Baixa resolução Alta resolução


Metodologia para o estudo dos cromossomos

Citogenética clássica Citogenética molecular

Bandeamento G FISH

Bandeamento R SKY

Bandeamento C

Bandeamento NOR

Bandeamento T
Bandeamento cromossômico

Primeira técnica de bandeamento nos anos 70.

Distribuição de DNA repetitivo


Composição das bases nitrogenadas
Depende de
Composição proteica
Grau de empacotamento do DNA

Heterocromatina e
eucromatina

Formação de bandas claras, escuras ou coloridas,


evidenciando estruturas entre 1 e 10 Mb
Bandeamento cromossômico

Fitohemaglutina

Colchicina

Cromossomo
duplicado

(Bertuzi, 2012)
Bandeamento cromossômico
Bandeamento cromossômico
Bandeamento G

✓ Enzima: Tripsina

✓ Corante: Giemsa

✓ Discrimina segmentos cromossômicos


Cromossomo 6

Bandas
• regiões ricas em AT (heterocromatina)
escuras

Bandas
• regiões ricas em CG (eucromatina) Cromossomo 11
claras
Bandeamento R

✓ Desnaturação por calor e em solução salina

✓ Corante: Giemsa

✓ Bandeamento inverso ao de banda G


Cromossomo 6

Banda R
• Banda G clara
escura

Banda R
• Banda G escura Cromossomo 11
clara
Bandeamento R

Bandeamento G Bandeamento R

Cromossomo 6 Cromossomo 6
Bandeamento C

✓ Desnaturação com Hidróxido de bário e HCl.

✓ Corante: Giemsa.
Cromossomo 21
✓ Discrimina as regiões com heterocromatina
constitutiva.
Grau de compactação

Heterocromatina constitutiva Heterocromatina facultativa

É a porção da cromatina É a porção da heterocromatina que, num


permanentemente condensada e em todas mesmo organismo, se apresenta condensada
as células do mesmo organismo. São em algumas células e em outras não.
regiões de DNA altamente repetitivo.

Região centromérica e telomérica


Bandeamento NOR

✓ Corante: Nitrato de prata.

✓ Discrimina as regiões organizadoras


de nucléolo.

Cromossomos acrocêntricos
Bandeamento T

✓ Desnaturação por calor intenso

✓ Corante: Giemsa

✓ Detecta as regiões teloméricas


Bandeamento Q

✓ Corante: Quinacrina.

✓ Bandas brilhantes e opacas.

Bandas
brilhantes Regiões ricas em
AT
Corresponde as
bandas G escuras
Aplicação do Bandeamento

47, XX, +21


Aplicação do Bandeamento

45, X
Aplicação do Bandeamento

46, XX, -5p


Hibridização in situ por fluorescência (FISH)

É uma técnica de mapeamento físico do DNA, no qual uma sonda de DNA


marcada com fluorocromo se liga ao cromossomo.

(Kliegman et al., 2013)


Hibridização in situ por fluorescência (FISH)

✓ Sondas altamente específicas.


✓ Custo elevado.
✓ Necessidade de equipamento especial.

Tipos de sondas
Aplicabilidade do FISH

✓ Enumeração de cromossomos;
✓ Identificação de alterações numéricas e estruturais;
✓ Deleções e perdas teloméricas;
✓ Deleções e duplicações gênicas;
✓ Fusão cromossômica.

Sonda para gene específico

Sondas para todo o cromossomo

Sondas para todo o cromossomo


Aplicabilidade do FISH

Sonda Centromérica

Sonda Telomérica
Cariótipo Espectral (SKY painting)

✓ Variação da técnica de FISH.


✓ Utiliza sondas heterogêneas que permite rastrear o genoma inteiro.
✓ Aplicabilidade: rastrear novos genes até diagnóstico de alterações.
Aplicabilidade do SKY

Paciente com deficiência intelectual


Translocação do cromossomo 1 com o 11

Cariótipo normal
Paciente com ataxia
Inserção de segmento do cromossomo 4 no 12

( Schröck et al., 1996)


Array CGH
(Hibridização Genômica Comparativa)

Método com potencial de detectar


desarranjos cromossômicos
anteriormente inacessíveis.

Alterações submicroscópicas
Aplicações da Citogenética Molecular

✓ Identificação de genes e sequências gênicas;

✓ Identificação de alterações estruturais e numéricas;

✓ Estrutura e organização do cromossomos;

✓ Monitoramento de indivíduos expostos à agentes mutagênicos;

✓ Identificações de alterações cromossômicas no espermatozóide;

✓ Diagnóstico pré-natal e pré-implantação.

Proporção de aneuploidia
30% vs 19%
Aplicações da Citogenética Molecular

• Falha de implantação repetitiva


2008 • Aborto recorrente
amostras • Parâmetros prejudicados
• Causas mistas

Quantidade de Aconselhamento genético e a


Anormalidades opção de testes genéticos pré-
espermatozoide
implantação
Aplicações da Citogenética Molecular

40 casos
50 amostras
10 controles

Megaesôfago Câncer de
chagásico esôfago

A – perda CDKN2A/ CEP9


B – perda EGFR/ CEP7
C- perda FHIT/ CEN3
D- ganho TP63/ perda PIK3CA
Resumo

❖ Definição dos cromossomos

❖ Compactação do DNA
❖ Estrutura dos cromossomos

❖ Cromossomos humanos

❖ Parâmetros para a classificação

❖ Metodologias de Citogenética clássica

❖ Metodologias de Citogenética Molecular

❖ Aplicações da metodologia

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