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Ciclo Celular

Sendo a célula a unidade básica da estrutura e da função de qualquer ser vivo, é de esperar que esta se
divida e origine células com características semelhantes a si. A divisão celular dos seres procariontes é mais
simples e mais rápida. Apenas acontece a replicação do cromossoma bacteriano e a divisão do citoplasma.
Já no caso dos seres eucariontes, a célula terá de passar por 5 fases: G1, S, G2, mitose e citocinese.

Interfase
A interfase, correspondente a 90% do tempo de duração de um ciclo completo, divide se em: G1, S, G2.
G1 – A célula prepara-se durante bastante tempo até atingir o tamanho adequado e as condições propícias
à divisão. Nesta fase, a célula sintetiza enzimas e outras moléculas necessárias para assegurar o seu
funcionamento.
S – Nesta fase ocorre a replicação semiconservativa do DNA presente no núcleo, assim como a síntese
proteica a eles associada. Aqui os cromossomas ficam duplicados no final deste processo e, nas células
animais, os centríolos são duplicados.
G2 – O principal papel desta fase é confirmar
que a replicação dos cromossomas está
completa e que os eventuais "estragos"
provocados na molécula de DNA estão
reparados. A síntese proteica é intensa neste
período. No final da interfase, as células que
possuem centríolos apresentam-nos agora
duplicados.

Mitose ou Cariocinese
Após a fase G2, a célula está apta para dar início à divisão definitiva do seu material nuclear. A mitose
ocorre em quatro passos: prófase, metáfase, anáfase e telófase.
Prófase – Nesta etapa, os cromossomas condensam e tornam-se visíveis. A membrana nuclear e os
nucléolos desaparecem e pares de centríolos/áster (dos centríolos irradiam vários microtúbulos em
diversas direções aos quais se dá o nome de ásters; no caso de células vegetais estas não apresentam
centríolos, em vez disso apresentam centros organizadores de microtúbulos permitindo a produção do
fuso mitótico) deslocam-se para os polos opostos e forma-se o fuso mitótico entre eles. Aqui cada
cromossoma possuí 2 cromatídeos.
Metáfase – Aqui existe a condensação máxima dos cromossomas e estes deslocam-se para a zona mais
central ou mediana da célula, formando a placa equatorial, e forma-se assim o fuso acromático (entre a
prófase e a metáfase formam-se dois cinetócoros que ligam a zona terminal dos microtúbulos aos
cromossomas e proteínas como a coesina e condensina mantêm os cromatídeos irmãos unidos e
condensam os cromossomas).
Anáfase – É a fase mais curta da mitose, que garante a separação dos cromatídeos. Inicia-se a cisão
simultânea de todos os cromatídeos irmão através do centrómero. Estes são puxados pelos microtúbulos
do fuso acromático efetuando a ascensão polar, ao mesmo tempo que a célula se alonga ligeiramente.
Telófase – Quando os dois conjuntos de cromossomas atingem os polos opostos da célula estes
descondensam, descompactando do DNA, o invólucro nuclear volta a aparecer. Assim que os núcleos estão
formados termina a telófase.
Citocinese
A citocinese é divisão do citoplasma.
 Nas células animais, a citocinese é por estrangulamento através de um anel contrátil que vai puxando a
membrana para dentro, centrípeta – ocorre da periferia para o centro.
 Nas células vegetais, forma-se, a partir da zona mediana da célula, centrífuga – do centro para a
periferia, através da fusão das vesículas golgianas forma-se nova membrana e deposita-se celulose
para formar a parede celular.
Nota: A fase mitótica ocorre na generalidade dos tecidos dos animais, no entanto, no caso das plantas,
ocorre nos meristemas – regiões com células indiferenciadas, que se multiplicam rapidamente, levando ao
crescimento de órgãos ou à renovação de zonas lesadas.
Variação da quantidade de DNA ao longo do ciclo celular
 Em S a quantidade de DNA duplicou porque ocorreu a replicação
semiconservativa do DNA.
 Na Anáfase a quantidade de DNA reduz para metade porque ocorreu a
separação e ascensão polar dos cromatídeos filhos/irmãos.
 A fase S e a anáfase são processos complementares e compensatórios.
Nota: na mitose formam-se, por cada célula, 2 células-filhas com o mesmo
número de cromossomas e com a mesma informação genética.

Controlo do ciclo celular


Ponto de controlo G1 – São verificadas as condições da célula para avançar para a etapa S, onde ocorre a
replicação do DNA, em algumas situações a célula não avança para a etapa seguinte (células de divisão
lenta que só iniciam mais tarde a fase S, células que não irão sofrer mais divisões esperam pela sua morte e
nunca realizam a replicação do DNA como os neurónios ou então células que não apresentam condições
para realizar a divisão celular aguardam que a situação se modifique e as condições ideais sejam
restabelecidas) ficando assim em G0, o que pode ser definitivo ou temporário.
Ponto de Controlo G2 – Verifica-se a integridade do DNA depois de passar pela etapa S, onde ocorre a
replicação semiconservativa do mesmo. Os erros da célula podem ser reparados ou ela entra em apoptose
celular (diferente da necrose celular que tem haver com condições externas).
Ponto de controlo M – Ocorre entre a metáfase e a anáfase da mitose. Caso os centrômeros não estejam
bem alinhados no plano equatorial e corretamente ligados aos microtúbulos, a mitose não continua.
E se a célula não tiver os centrómeros corretamente ligados aos microtúbulos, mas passa-se neste ponto
de controlo? Esta célula não realizou corretamente o porto de controlo de metáfase. Assim, um dos seus
cromossomas, constituído por dois cromatídeos, ficou ligado no fuso acromático apenas a um dos polos da
célula, ou seja, apenas se originou, junto ao centrómero, um único cinetócoro. Este cromossoma foi
puxado pelas fibríolas do fuso mitótico com os seus dois cromatídios unidos para um dos polos da célula.
Após a citocinese uma célula filha apresentará um cromossoma o mais e a outra um cromossoma o menos,
ou seja, apresentam uma mutação cromossómica numérica. Esta mutação, podia inviabilizar a
sobrevivência das células ou originar linhagens de células
mutantes. Esta falha no controlo do ciclo celular originando células
mutantes poderia levar à divisão descontrolada das células que
acumulam ainda mais mutações, e não realizam apoptose celular,
ou seja, são células cancerígenas ou cancerosas.

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