Você está na página 1de 3

Diferenças e semelhanças principais na fase mitótica das células animais e vegetais

Semelhanças
Prófase Os cromossomas apresentam-se curtos e
espessos
Metáfase Os cromossomas atingem o máximo
encurtamento e dispõem-se no plano
equatorial das células.
Anáfase Dá-se a cisão dos centrómeros e em cada
cromatídio de cada cromossoma, graças aos
microtúbulos
Telófase Os cromossomas estão no polo das células,
reconstituindo-se a membrana nuclear e o
citoplasma da célula está-se a dividir.
Citocinese Individualizam-se as duas células filhas. Os
cromossomas estão descondensados e cada
célula-filha é geneticamente idêntica à célula
mãe.
Diferenças:

Ao contrário das células animais, nas células das plantas superiores o centro
organizador de microtúbulos não possui centríolos visíveis. Os microtúbulos estão na
dependência do centro de organizador de microtúbulos e é à sua coordenação que se
deve o movimento de cromossomas.
Nas células animais a citocinese ocorre por estrangulamento. Nas células vegetais, a
parede celular rígida não permite este processo. Neste caso, vesículas derivadas do
complexo de Golgi alinham-se na região equatorial e fundem-se para formar uma
estrutura plana. Nesta estrutura as membranas das vesículas originam as membranas
plasmáticas das células-filhas e o conteúdo das vesículas possui os precursores da
parede celular.

Apesar de as células eucarióticas se dividirem segundo os mesmos mecanismos, o ritmo e


o momento são muito variáveis, dependendo do tipo de célula e de vários fatores
ambientais.

Regulação do ciclo celular

Os mecanismos de regulação do ciclo celular atuam fundamentalmente em três pontos: no


final de G1, durante a mitose e no final de G2.

Na etapa G1, as células fazem como que uma “avaliação interna” relativamente ao
prosseguimento do ciclo celular. Se a avaliação é negativa, as células não se dividem,
permanecendo num estádio denominado G0. O tempo de permanência em G0 depende
não só do tipo de célula, mas também das circunstâncias que a rodeiam. As células que
não voltam a dividir-se permanecem no estádio G0 semanas ou mesmos anos, até à sua
morte, mas quando são devidamente estimuladas podem abandonar este estado e
prosseguir o seu ciclo celular.

No caso de o ciclo celular prosseguir e ainda na fase final de G1, se as moléculas de DNA
não se apresentam de forma adequada, desencadeia-se a apoptose ou morte celular
programada.
No final de G2, há também um momento de controlo antes de se iniciar a mitose. Se a
replicação do DNA ocorreu corretamente, o ciclo prossegue. No caso de terem ocorrido
anomalias na replicação do DNA, esta ainda não ter terminado ou o DNA se apresentar
danificado por radiações solares ou raios X, por exemplo, o ciclo em regra é interrompido.
Durante a mitose também há um momento em que o ciclo pode ser interrompido, o que
acontece no caso de a repartição dos cromossomas pelas células-filhas não se estar a
efetuar de forma equitativa.

Estes mecanismos de regulação do ciclo celular, são de primordial importância, uma vez
que, quando estes mecanismos falham, pode ocorrer, por exemplo, um cancro ou
neoplasia maligna.

Numa neoplasia as células dividem-se descontroladamente e podem adquirir caraterísticas


de malignidade. As células dos tumores malignos podem invadir os tecidos vizinhos ou
espalhar-se por outras partes do corpo – metastização. Sendo que os mecanismos de
regulação influenciados por moléculas provenientes quer do exterior quer do interior, é
fácil compreender que determinadas substâncias químicas como o fumo do cigarro,
poluentes, corantes e outros podem causar um perigo para a saúde. Por outro lado, há que
evitar todas as situações que possam danificar o DNA, como radiações, na medida em que
os mecanismos de reparação e de controlo podem não atuar.

Estabilidade do programa genético

Na divisão celular, o programa genético de uma célula é transmitido, em regra, com


fidelidade às células-filhas, garantindo-se assim a estabilidade genética através de
sucessivas gerações.

Durante a interfase, no período S, ocorre a replicação semiconservativa das moléculas de


DNA. Os cromossomas ficam constituídos por 2 cromatídios ligados pelo centrómero.
Neste momento as células têm a informação genética duplicada. Desde o inico da fase G2
cada um dos cromatídios de cada cromossoma é, tanto no plano genético como na sua
fisiologia, idêntico ao cromossoma inicial da fase G1 que o precedeu. Como, no entanto, os
dois cromatídeos se encontram ligados pelo centrómero, constituem um único
cromossoma.

Durante a mitose, e após a clivagem dos centrómeros, cada um dos cromossomas-irmãos


migra para os polos da célula. Deste modo, na anáfase ocorre uma distribuição equitativa
dos cromossomas e, por isso, do DNA, pelas células-filhas. Estas recebem, por este
processo, um número de cromossomas idêntico ao da célula-mãe e, portanto, a mesma
informação genética, garantindo, se nenhum erro ocorrer, a estabilidade genética através
das gerações.

Crescimento e reparação de tecidos

O desenvolvimento de um individuo compreende, em regra, um conjunto de fenómenos


biológicos que decorrem desde a célula-ovo até ao estado adulto incluindo a divisão
celular. Para além de permitir o crescimento de seres pluricelulares, é ainda fundamental
na manutenção da integridade dos indivíduos adultos sendo que muitas das células que
constituem o nosso corpo precisam de ser repostas com regularidade e isto só é possível
devido à divisão celular. Também a regeneração dos tecidos depende das divisões
celulares. Para além da reprodução e do crescimento, a divisão celular é fundamental para
assegurar a manutenção da integridade física dos indivíduos e assim, dar continuidade à
vida na Terra.

Diferenciação celular

As células de um organismo, que provieram da célula-ovo por divisões mitóticas


sucessivas, contêm, no seu núcleo, exatamente os mesmos cromossomas e, por isso, a
mesma informação genética. Contudo, verifica-se que as células constituem tecidos e
órgãos muito diversos, onde assumem formas e funções completamente diferentes. Ao
longo do desenvolvimento de um individuo ocorre, em regra, um conjunto de processos
através dos quais as células geneticamente idênticas se especializam no sentido de
desempenharem uma ou várias funções – especialização bioquímica e morfológica –
diferenciação celular.

Clonagem- conjunto de procedimentos que leva à origem de clones – conjunto de genes,


de células ou indivíduos multicelulares, geneticamente idênticos entre si e que são todos
descendentes de um único ser ancestral (gene, célula ou individuo).

TIPOS DE CÉLULAS
Células-tronco ou totipotentes São as primeiras células – podem dar origem a
um ser completo
Células pluripotentes Podem multiplicar-se indefinidamente e
originar todos os tipos de células
Células multipotentes Células especializadas num tipo de tecido
Células unipotentes A sua função está definida – só formam um tipo
de células
Células especializadas Células maturas e diferenciadas
Em determinadas circunstâncias, as células diferenciadas podem perder a sua
especialização transformando-se em células indiferenciadas. Estas células readquirem a
capacidade de formar um individuo completo. As células diferenciadas conservam todo o
seu DNA original, embora apenas uma parte esteja ativa.

Atualmente, é uma área de investigação de grande interesse – obtenção de órgãos e


tecidos específicos a partir de células totipotentes para o tratamento de doenças. Há duas
formas de proceder: utilizar células totipotentes dos embriões – células estaminais
embrionárias ou células tronco-embrionárias ou utilizar células estaminais presentes em
alguns órgãos de um indivíduo adulto como a pele e a medula óssea ou o cordão umbilical
dos recém-nascidos.

Uma porção significativa dos genes tem como função controlar a atividade de outros
genes, mantendo apenas ativos genes cuja ação proporciona condições vitais para a célula
e lhe conferem funções especificas. O controlo da expressividade dos genes pode fazer-se
a vários níveis, quer ao nível da transcrição quer ao nível da tradução, e é influenciado por
elementos provenientes do ambiente. As metaplasias são mudanças reversíveis num
determinado tipo de células que são substituídas por outras.

Exemplos: paredes da traqueia e dos brônquios tem uma forma colunar e apresentam
cílios à superfície. Nos fumadores, essas células vão ser substituídas por outras sem cílios,
perdendo-se importantes mecanismos de autodefesa que ajudam a eliminar elementos
prejudiciais transportados no ar. Também pode acontecer no refluxo gástrico crónico e
durante a gravidez.

Você também pode gostar