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RESUMOS FILOSOFIA – 3 PERÍODO

Caracterização dos valores

Valores: não são coisas nem propriedades físicas das coisas, mas qualidades do que é
desejável ou digno de escolha. São ideias que orientam a nossa conduta, dividindo o campo da
ação humana entre o desejável e o indesejável, constituindo guias fundamentais da ação
humana. São objetivos porque são orientadores da ação humana e subjetivos pois cada um
atribui o seu significado a cada valor.

Hierarquização: aspeto distinto dos valores que consiste na sua organização em escalas de
acordo com a importância que lhes atribuímos. Não são rígidas nem predeterminadas, são
construções dos indivíduos e das sociedades, sujeitas a alterações.

Polaridade: os valores são polares. Só os percebemos tendo noção do que eles significam
numa perspetiva positiva e numa perspetiva negativa, apresentando-se em pares de opostos
existindo valores: éticos (justo/injusto), estéticos (belo/feio) e religiosos (sagrado/profano).

Distinção entre juízos de facto e juízos de valor

Reconhece-se a possibilidade de duas abordagens distintas da realidade.

Juízo de facto: é uma descrição objetiva da realidade, que fornece informação sobre algo.
Pode ser verificado por meios racionais ou experimentais e a sua veracidade é independente
das crenças ou gostos de quem as profere. Ex: Os tradicionais livros serão substituídos pelos
livros eletrónicos.

Juízo de valor: é a expressão ou manifestação de uma preferência ou de uma escolha.


Expressam preferências valorativas, isto é, avaliações sobre diferentes aspetos da realidade,
não a descrevendo apenas. Saber se os juízos de valor são verdade ou não é uma questão
filosófica em aberto. Ex: É mais agradável ler um livro em papel do que num ecrã.

Subjetividade e objetividade dos valores

Subjetivismo axiológico: defende que a verdade dos juízos de valor depende exclusivamente
da perspetiva do sujeito que avalia (os seus pensamentos, crenças, desejos e vivências), sendo
que nenhuma preferência é objetivamente correta ou incorreta desde que os critérios
valorativos existem apenas como preferências individuais. A verdade dos juízos de valor é
subjetiva e relativa (algo depende e condicionado) a cada um.

Objetivismo axiológico: afirmam que a verdade dos juízos de valor é independente dos
estados mentais ou sentimentos dos indivíduos que avaliam. São objetivos e absolutos (algo
independente e incondicionado) sendo possível em teoria justificar racionalmente a sua
verdade ou falsidade.

Os valores são absolutos porque existem e tem o seu valor próprio, não dependendo do
tempo ou do espaço e também são relativos na medida em que o seu significado depende das
pessoas e também pelas circunstâncias pelo tempo e pelo espaço em que são vividos.
Cultura, Etnocentrismo, Relativismo Cultural

Cultura: conjunto de todas as facetas do comportamento humano (atitudes, pensamentos,


ideias, arte, crenças, etc.) transmitidas e adquiridas após o nascimento no processo de
socialização. Distingue-se do inato, daquilo que é geneticamente adquirido ou programado.
Fornece ao ser humano os meios de adaptação ao seu ambiente e desempenha um papel
fundamental na unidade e diversidade da espécie. Em sentido abstrato é universal, pois onde
quer que exista seres humanos existe cultura. Mas, com rigor, na cultura há uma enorme
diversidade que varia no tempo e no espaço. Padrão de cultura é a forma característica e
coletiva de conduta cultural que uma sociedade particular estabelece, transmite e interioriza.

Etnocentrismo: tem por base a convicção de que o povo a que se pertence, com as suas
crenças, tradições e valores, é um modelo absoluto a que tudo o mais deve referir-se. Conduz
à rejeição do outro, ao racismo, à xenofobia, ao fanatismo e em alguns casos ao etnocídio e
genocídio.

Relativismo Cultural: doutrina segundo a qual os valores e os códigos morais variam


consoante os indivíduos e as culturas, o que resulta em desacordos nas relações entre pessoas
e entre culturas. Certo e errado são sempre determinados pela tradição de uma cultura
específica, sendo que todas são equivalentes no que toca ao valor e código moral. É contra o
etnocentrismo em nome da riqueza e diversidade de culturas. No entanto, para ser coerente o
relativista não pode criticar práticas intoleráveis da sua ou de outras culturas acabando por
promover práticas que põe em risco os membros de determinada cultura.

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