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Relativismo: considera que o valor de verdade dos juízos morais depende de cada

sociedade.

O que distingue o subjetivismo de relativismo é o facto de não ser à escala dos indivíduos, mas
sim da cultura que integram.

o que é uma cultura?


É as normas, hábitos e ações adquiridos pelo Homem, enquanto membro de uma sociedade.
Podemos dizer que é tudo aquilo que não é fruto da natureza.

Todas as culturas são próprias e distintas de todas as outras. É transmitida pelas tradições e
expressa pelas práticas religiosas, educativas, alimentares, artísticas e lúdicas. Inclui também
as regras de organização familiar e dos agrupamentos políticos.

Características da cultura

1. Universal e diversa:
 Universal, pois em todo o lugar que há humanos há cultura
 Diversa, pois todas as culturas são distintas, têm os seus costumes,
práticas e valores
2. Fator de diferenciação e identificação
3. Localização no espaço e tempo:
 No espaço, pois existem por referência a uma dada região ou território
 No tempo, pois têm uma história que é transmitida de geração em
geração

Diversidade cultural: coexistência de diferentes culturas no mesmo espaço geográfico.

É motivada pelo:

 Turismo
 Emigração
 Guerras, que levam á deslocação dos refugiados

Tornam impossível a homogeneidade cultural.

Problema da diversidade cultural


Há tensões entre membros de diferentes culturas, quer sejas por motivos económicos,
religiosos, diferentes formas e estar ou pensar, …
Como lidar com a diversidade cultural?
1. Etnocentrismo: visão que existe uma cultura superior às restantes, que lhes deve
ser imposta.

Quando se sobrevaloriza o que é nosso, tudo o que é próprio e característico dos outros é para
ser dominado e até exterminado. Um exemplo perfeito de etnocentrismo é o nazismo.

Conduz à extinção de culturas, de todo o seu matrimonio material e imaterial.

Estas culturas acabam ligadas ao racismo, xenofobia, ao nacionalismo e até ao terrorismo.

2. Relativismo cultural: defende que não culturas superiores e inferiores, estão


todas ao mesmo nível.

Cada cultura apenas pode ser avaliada a partir do seu interior e não do seu exterior, isto é, de
outras culturas. A veracidade dos juízos dos juízos depende apenas e só da cultura que os
emite.

Assim, não existem juízos de valor absoluto, mas apenas relativo. Nenhuma cultura tem
legitimidade para julgar, já que todas estão certas.

Críticas ao Relativismo Cultural

1. Se a tolerância for levada ao limite acaba por negar-se a si própria, pendendo ser
suprimida pelos intolerantes. Imaginemos, por exemplo, uma dada sociedade cujo
valor fundamental é a intolerância. Sendo relativistas, e assim tolerantes, temos de o
aceitar. Se não o fizermos estamos a contradizer-nos. Sendo assim, só é admitida
dentro de determinados limites.
2. Considerando que todos os juízos morais são verdadeiros, apenas dependem do
contexto cultural inseridos, é ilegítimo julgar. Ficamos assim, sem poder condenar os
costumes de uma cultura por mais absurdos que sejam.
3. A veracidade dos juízos de valor está dependente da vontade da maioria. A maioria
impõe à minoria as suas tradições e vontades, que nem sempre estão certas. Isto pode
conduzir ao conformismo e à estagnação, à aceitação da opinião da maioria.
4. Se formos relativistas temos de considerar que não há progresso civilizacional, já que
não culturas superiores ou inferiores. No entanto, é pouco sensato que se considere
que a escravatura e a conquita de diretos laborais tenham o mesmo valor.
5. Se não existem pontos de vista absolutos ou objetivos, a Universalidade dos Direitos
Humanos é colocada em causa, já que todas as culturas estão certas.
É necessário, segundo alguns pensadores, compatibilizar o relativismo com valores que
ultrapassem qualquer delimitação cultural.

Assim a solução é a existência de valores transculturais, comuns a todas as culturas, que fazem
com que qualquer cultura não comprometa a sua existência. Para isso é necessário um diálogo
intercultural que permita encontrar soluções para os problemas que assolam hoje a
humanidade.

 Educação: nenhuma cultura sobrevive sem ela.


 Saúde: sem a vitalidade dos seus membros não consegue sobreviver.
 Verdade: se a verdade não fosse um valor de uma cultura desconfiaríamos de
tudo o que os outros dizem. Se não nos comunicarmos, não há sociedade.
 Vida: sem o respeito pelo valor vida, as pessoas acabariam por se isolar,
temendo as restantes e a cultura acabaria por desaparecer.

Moral e ética
Nós atribuímos ou reconhecemos valores éticos ou consideramos que determinadas ações são
moralmente corretas ou boas.

Moral vs ética
 Moral: conjunto de normas, princípios ou valores que ordenam a ação no interior de
cada sociedade, que é interiorizado pelos seus membros através da educação, sem
que ocorra nesse processo uma reflexão sistemática sobre a sua importância.
 Ética: reflexão sobre os problemas fundamentais da moral, avalia as nossas ações,
constatando o que têm de bom e mau.

Ética
1. Ética normativa: área da ética que trata do problema da fundamentação da moral e
procura esclarecer o que é uma ação moralmente correta.

 A que princípio tem de obedecer a minha ação, para ser uma boa ação?
 A que critério devo atender para resolver um dilema moral?

2. Ética aplicada: área da ética que procura esclarecer casos particulares, reais e atuais,
como as questões ambientais, direitos dos animais e questões ligadas à bioética.

 Que direitos devem ter os animais?


 O que pode justificar o recurso à eutanásia?
3. Metaética: área da ética que procura clarificar os conceitos morais, esclarecer a sua
natureza e o seu significado.

 O que é o Bem?
 O que é a Justiça?
 Podem os juízos morais ter valor de verdade?

A ética exige uma justificação racional dos nossos atos, bem como imparcialidade, ou seja,
deve ser analisado do ponto de vista universal e não apenas do interesse de A ou B ou dos
meus pequenos interesses. Deste ponto de vista o egoísmo ético é inaceitável.

O que é o egoísmo ético?


O egoísmo ético é a teoria que defende que devemos agir apenas em função do nosso
interesse pessoal.

O egoísmo ético admite a existência de atos altruístas, mas considera esses atos moralmente
incorretos. No entanto, o egoísta ético não apenas aceita como defende que as outras pessoas
realizem e promovam o altruísmo, porque, se as pessoas com as quais o egoísta ético se
relaciona forem altruístas, o egoísta terá maiores probabilidades de promover os seus
interesses pessoais. O egoísta ético desempenha assim um papel de “disfarce”, porque, por
um lado, assume-se como egoísta ético e, por outro, pretende que as outras pessoas sejam
altruístas.

O egoísta ético insistirá, por exemplo, na ideia de que em muitas ocasiões devemos ajudar os
outros, se isto futuramente nos beneficiar.

Nota: altruísmo é a atitude que visa o bem-estar do próximo, não tendo em consideração
interesses particulares.

Texto de James Raches:


Os desejos e necessidades dos outros são tão validos quanto os nossos, já que não há nada
que de facto justifique a nossa distinção, nos torne especial. Assim, devemos importar-nos
com os interesses das outras pessoas, já que são comparáveis aos nossos. Se é bom para mim
e igualmente bom para os outros e vice-versa.

Deste modo, o egoísmo ético revela-se uma doutrina arbitrária, fracassando.

Nota: arbitrário é algo que não segue princípios lógicos; que está sujeito aos desejos ou
vontades da pessoa que age.

A teoria do egoísmo ético apoia-se na teoria do egoísmo psicológico.

 Altruísmo é o oposto de egoísmo.


Egoísmo psicológico
O Egoísmo psicológico é meramente descritivo, afirma que somos movidos pelo nosso
interesse próprio, enquanto o egoísmo ético é normativo, não nos diz com o agimos, mas
como devemos agir.

Para o defensor do egoísmo psicológico, somos todos egoístas pois sempre que agimos
procuramos visar a satisfação dos nossos interesses. Põe em causa todo o ato altruísta
propriamente humano.

Quem aceita os dois tipos de egoísmo tende antes pensar o seguinte: é verdade que só o amor
próprio nos move, que no fundo só estamos interessados no nosso próprio bem-estar, e não
há nada de errado nisso, só que muitas vezes estamos enganados quanto àquilo que é melhor
para nós; por isso, devemos modificar o nosso comportamento, procedendo de uma maneira
racional, de modo a fazermos aquilo que é mesmo melhor para nós.

Este argumento remete-nos para a regra de ouro. Esta diz-nos o seguinte: “Faz aos outros
aquilo que gostarias que eles te fizessem a ti.” Agora, a versão da mesma regra, à maneira do
egoísta ético: “Ajuda os outros para que eles te ajudem a prosseguir o teu interesse próprio.”

Consciência moral:
 “espírito que corrige e orienta a alma”, espírito que indica se um ato é justo ou
não.
 sanção corretora dos nossos atos
 uma faculdade que julga a moralidade das nossas ações

A consciência moral pode ser concebida ou adquirida. Pode considerar-se que se


adquire pela educação ou que se adquire no decurso da história, da evolução natural,
das relações sociais, etc. Uma prova desta teoria é a de que o seu conteúdo depende
por sua vez do conteúdo natural, histórico, social.

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