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sociedade.
O que distingue o subjetivismo de relativismo é o facto de não ser à escala dos indivíduos, mas
sim da cultura que integram.
Todas as culturas são próprias e distintas de todas as outras. É transmitida pelas tradições e
expressa pelas práticas religiosas, educativas, alimentares, artísticas e lúdicas. Inclui também
as regras de organização familiar e dos agrupamentos políticos.
Características da cultura
1. Universal e diversa:
Universal, pois em todo o lugar que há humanos há cultura
Diversa, pois todas as culturas são distintas, têm os seus costumes,
práticas e valores
2. Fator de diferenciação e identificação
3. Localização no espaço e tempo:
No espaço, pois existem por referência a uma dada região ou território
No tempo, pois têm uma história que é transmitida de geração em
geração
É motivada pelo:
Turismo
Emigração
Guerras, que levam á deslocação dos refugiados
Quando se sobrevaloriza o que é nosso, tudo o que é próprio e característico dos outros é para
ser dominado e até exterminado. Um exemplo perfeito de etnocentrismo é o nazismo.
Cada cultura apenas pode ser avaliada a partir do seu interior e não do seu exterior, isto é, de
outras culturas. A veracidade dos juízos dos juízos depende apenas e só da cultura que os
emite.
Assim, não existem juízos de valor absoluto, mas apenas relativo. Nenhuma cultura tem
legitimidade para julgar, já que todas estão certas.
1. Se a tolerância for levada ao limite acaba por negar-se a si própria, pendendo ser
suprimida pelos intolerantes. Imaginemos, por exemplo, uma dada sociedade cujo
valor fundamental é a intolerância. Sendo relativistas, e assim tolerantes, temos de o
aceitar. Se não o fizermos estamos a contradizer-nos. Sendo assim, só é admitida
dentro de determinados limites.
2. Considerando que todos os juízos morais são verdadeiros, apenas dependem do
contexto cultural inseridos, é ilegítimo julgar. Ficamos assim, sem poder condenar os
costumes de uma cultura por mais absurdos que sejam.
3. A veracidade dos juízos de valor está dependente da vontade da maioria. A maioria
impõe à minoria as suas tradições e vontades, que nem sempre estão certas. Isto pode
conduzir ao conformismo e à estagnação, à aceitação da opinião da maioria.
4. Se formos relativistas temos de considerar que não há progresso civilizacional, já que
não culturas superiores ou inferiores. No entanto, é pouco sensato que se considere
que a escravatura e a conquita de diretos laborais tenham o mesmo valor.
5. Se não existem pontos de vista absolutos ou objetivos, a Universalidade dos Direitos
Humanos é colocada em causa, já que todas as culturas estão certas.
É necessário, segundo alguns pensadores, compatibilizar o relativismo com valores que
ultrapassem qualquer delimitação cultural.
Assim a solução é a existência de valores transculturais, comuns a todas as culturas, que fazem
com que qualquer cultura não comprometa a sua existência. Para isso é necessário um diálogo
intercultural que permita encontrar soluções para os problemas que assolam hoje a
humanidade.
Moral e ética
Nós atribuímos ou reconhecemos valores éticos ou consideramos que determinadas ações são
moralmente corretas ou boas.
Moral vs ética
Moral: conjunto de normas, princípios ou valores que ordenam a ação no interior de
cada sociedade, que é interiorizado pelos seus membros através da educação, sem
que ocorra nesse processo uma reflexão sistemática sobre a sua importância.
Ética: reflexão sobre os problemas fundamentais da moral, avalia as nossas ações,
constatando o que têm de bom e mau.
Ética
1. Ética normativa: área da ética que trata do problema da fundamentação da moral e
procura esclarecer o que é uma ação moralmente correta.
A que princípio tem de obedecer a minha ação, para ser uma boa ação?
A que critério devo atender para resolver um dilema moral?
2. Ética aplicada: área da ética que procura esclarecer casos particulares, reais e atuais,
como as questões ambientais, direitos dos animais e questões ligadas à bioética.
O que é o Bem?
O que é a Justiça?
Podem os juízos morais ter valor de verdade?
A ética exige uma justificação racional dos nossos atos, bem como imparcialidade, ou seja,
deve ser analisado do ponto de vista universal e não apenas do interesse de A ou B ou dos
meus pequenos interesses. Deste ponto de vista o egoísmo ético é inaceitável.
O egoísmo ético admite a existência de atos altruístas, mas considera esses atos moralmente
incorretos. No entanto, o egoísta ético não apenas aceita como defende que as outras pessoas
realizem e promovam o altruísmo, porque, se as pessoas com as quais o egoísta ético se
relaciona forem altruístas, o egoísta terá maiores probabilidades de promover os seus
interesses pessoais. O egoísta ético desempenha assim um papel de “disfarce”, porque, por
um lado, assume-se como egoísta ético e, por outro, pretende que as outras pessoas sejam
altruístas.
O egoísta ético insistirá, por exemplo, na ideia de que em muitas ocasiões devemos ajudar os
outros, se isto futuramente nos beneficiar.
Nota: altruísmo é a atitude que visa o bem-estar do próximo, não tendo em consideração
interesses particulares.
Nota: arbitrário é algo que não segue princípios lógicos; que está sujeito aos desejos ou
vontades da pessoa que age.
Para o defensor do egoísmo psicológico, somos todos egoístas pois sempre que agimos
procuramos visar a satisfação dos nossos interesses. Põe em causa todo o ato altruísta
propriamente humano.
Quem aceita os dois tipos de egoísmo tende antes pensar o seguinte: é verdade que só o amor
próprio nos move, que no fundo só estamos interessados no nosso próprio bem-estar, e não
há nada de errado nisso, só que muitas vezes estamos enganados quanto àquilo que é melhor
para nós; por isso, devemos modificar o nosso comportamento, procedendo de uma maneira
racional, de modo a fazermos aquilo que é mesmo melhor para nós.
Este argumento remete-nos para a regra de ouro. Esta diz-nos o seguinte: “Faz aos outros
aquilo que gostarias que eles te fizessem a ti.” Agora, a versão da mesma regra, à maneira do
egoísta ético: “Ajuda os outros para que eles te ajudem a prosseguir o teu interesse próprio.”
Consciência moral:
“espírito que corrige e orienta a alma”, espírito que indica se um ato é justo ou
não.
sanção corretora dos nossos atos
uma faculdade que julga a moralidade das nossas ações