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Atividade Diagnóstica – Sociologia e Filosofia

Prof. Mateus Chaves

1) O protagonismo indígena vem optando por uma estratégia de “des-invisibilização”,


valendo-se da dinâmica das novas tecnologias. Em outubro de 2012, após receberem
uma liminar lhes negando o direito a permanecer em suas terras, os Guarani de Pyelito
Kue divulgaram uma carta na qual se dispunham a morrer, mas não a sair de suas terras.
Esse fato foi amplamente divulgado, gerando uma grande mobilização na internet, que
levou milhares de pessoas a escolherem seu lado, divulgando
a hashtag “#somostodosGuarani-Kaiowá” ou acrescentando o sobrenome Guarani-
Kaiowá a seus nomes nos perfis das principais redes sociais.
CAPIBERIBE, A.; BONILLA, O. A ocupação do Congresso: contra o que lutam os
índios? Estudos Avançados, n. 83, 2015 (adaptado).

A estratégia comunicativa adotada pelos indígenas, no contexto em pauta, teve por


efeito:
A) enfraquecer as formas de militância política.
B) abalar a identidade de povos tradicionais.
C) inserir as comunidades no mercado global.
D) distanciar os grupos de culturas locais.
E) angariar o apoio de segmentos étnicos externos.

O texto aborda a estratégia de mobilização pela internet adotada pelos Guaranis Pyelito-
Kue frente a negação dos seus direitos de permanência em suas terras. Ao utilizarem as
redes sociais, o grupo busca o apoio de outros setores e segmentos da sociedade, a nível
nacional e internacional.

Essa mesma estratégia foi usada na Primeira Árabe. Ou seja, a mobilização de mais
pessoas através da internet.
A diferença entre os movimentos socias de antigamente, com os contemporâneos é
justamente a utilização das redes de comunicação para a mobilização de uma maior
massa de indivíduos. Criando assim uma "Aldeia Global" para fortalecer os
movimentos.

2) Houve crescimento de 74% da população brasileira encarcerada entre 2005 e 2012.


As análises possibilitaram identificar o perfil da população que está nas prisões do país:
homens, jovens (abaixo de 29 anos), negros, com ensino fundamental incompleto,
acusados de crimes patrimoniais e, no caso dos presos adultos, condenados e cumprindo
regime fechado e, majoritariamente, com penas de quatro até oito anos.
BRASIL. Mapa do encarceramento: os jovens do Brasil. Brasília: Presidência da
República, 2015.
Nesse contexto, as políticas públicas para minimizar a problemática descrita devem
privilegiar a:
A) flexibilização do Código Civil. 
B) promoção da inclusão social. 
C) redução da maioridade penal.
D) contenção da corrupção política.
E) expansão do período de reclusão.

Gabarito- Letra B

Um Estado comprometido com a cidadania promoverá a inclusão social oferecendo


condições para sua população de se manter afastada do encarceramento, seja por
melhores condições materiais que diminuirão o volume de delitos patrimoniais, seja
pela capacidade de interagir melhor com a estrutura jurídica. Muitos presos estão
encarcerados irregularmente ou cometem delitos por desconhecimento.

3) O feminismo teve uma relação direta com o descentramento conceitual do sujeito


cartesiano e sociológico. Ele questionou a clássica distinção entre o “dentro” e o “fora”,
o “privado” e o “público”. O slogan do feminismo era: “o pessoal é político”. Ele abriu,
portanto, para a contestação política, arenas inteiramente novas: a família, a
sexualidade, a divisão doméstica do trabalho etc. HALL, S. A identidade cultural na
pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2011 (adaptado).
O movimento descrito no texto contribui para o processo de transformação das relações
humanas, na medida em que sua atuação:
A) subverte os direitos de determinadas parcelas da sociedade.
B) abala a relação da classe dominante com o Estado.
C) constrói a segregação dos segmentos populares.
D) limita os mecanismos de inclusão das minorias.
E) redefine a dinâmica das instituições sociais.

Movimentos sociais que produzem importantes transformações sociais, como o


feminismo, são constantemente abordados em questões de prova e devem ser
devidamente estudados. O texto de apoio aborda historicamente o movimento feminista
e demonstra sua importância como fator de mudança social. O enunciado questiona a
opção que demonstra claramente qual a transformação das relações humanas foi
influenciada pela ação do movimento.

A) A busca é pela equidade então não é possível afirmar que direitos foram subvertidos
pelas reivindicações feministas.
B) O movimento não é diretamente relacionado à luta de classes sociais. 
C) Não se trata de um movimento segregacionista em suas ações e demandas. 
D) Não aborda diretamente a questão das demandas de grupos minoritários e tampouco
busca reduzir sua inclusão.
E) Como exposto no texto de apoio ao tornar aspectos particulares da vida privada parte
do debate público já está diretamente responsável por alterar a dinâmica das
instituições sociais. Alternativa correta. 

4) Num país que conviveu com o trabalho escravo durante quatro séculos, o trabalho
doméstico é ainda considerado um subemprego. E os indivíduos que atuam nessa área
são, muitas vezes, vistos pelos patrões como um mal necessário: é preciso ter em casa
alguém que limpe o banheiro, lave a roupa, tire o pó e arrume a gaveta. Existe uma
inegável desvalorização das atividades domésticas em relação a outros tipos de trabalho.
RANGEL, C. Domésticas: nascer, deixar, permanecer ou simplesmente estar. In:
SOUZA, E. (Org.). Negritude, cinema e educação. Belo Horizonte: Mazza, 2011
(adaptado).

Objeto de legislação recente, o enfrentamento do problema mencionado resultou na:

A) criação de novos ofícios.


B) ampliação de direitos sociais.
C) redução da desigualdade de gênero.
D) fragilização da representação sindical.
E) erradicação da atividade informal.

Nossa herança escravocrata legou à sociedade comportamentos que consideram


determinados postos de trabalho claramente subalternos. Esta relação se evidencia em
estruturas da vida cotidiana como "quartinho de empregada" e acesso distinto para
prestadores de serviços nos edifícios. Por muito tempo o trabalho doméstico foi tratado
como uma relação pessoal entre o empregador e o empregado não sendo raras
declarações que indicam que tal empregado "é parte da família" ou é tratado como tal,
sendo que, na prática, trata-se de um prestador de serviço mal remunerado e precarizado
não contando com qualquer garantia social e trabalhista. Tal situação foi alterada em
2015 com a promulgação da legislação do trabalho do doméstico, que estendeu para
estes trabalhadores, em sua grande maioria mulheres, os direitos trabalhistas como
gozam os trabalhadores de outras atividades. Trata-se, portanto, de uma ampliação de
direitos sociais, letra B. 
Como a questão coloca, o trabalho doméstico e a forma como é visto em nossa
sociedade tem relação com nosso passado escravocrata, logo, não pode referir-se a
"criação de novos ofícios"(A); embora as mulheres sejam maioria neste ofício e isso
desencadeie numa desigualdade de gênero (C), não é disso que trata a questão; também
nada se refere à questão sindical (D) nessa questão nem mesmo à erradicação da
atividade informal (E), mas somente regulamentá-la a partir da expansão dos direitos.

5) A elaboração da Lei n. 11.340/06 (Lei Maria da Penha) partiu, em grande medida, de


uma perspectiva crítica aos resultados obtidos pela criação dos Juizados Especiais
Criminais direcionada à banalização do conflito de gênero, observada na prática
corriqueira da aplicação de medidas alternativas correspondentes ao pagamento de
cestas básicas pelos acusados.

VASCONCELOS, F. B. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 11 dez.


2012 (adaptado).

No contexto descrito, a lei citada pode alterar a situação da mulher ao proporcionar sua:

A) atuação como provedora do lar.


B) inserção no mercado de trabalho.
C) presença em instituições policiais.
D) proteção contra ações de violência.
E) participação enquanto gestora pública.

A violência de gênero que buscou-se coibir com a Lei Maria da Penha (Lei n.
11.340/06) refere-se principalmente à violência doméstica praticada, em sua ampla
maioria, por familiares contra mulheres. O Brasil possui um dos mais altos índices de
feminicídio do mundo (5o, segundo a Organização Mundial da Saúde), sendo em sua
grande maioria causado por familiares ou companheiros afetivos (50% e 33%
respectivamente). A promulgação da lei tinha como objetivo combater esses números e,
principalmente, esta prática ao aumentar a proteção para as mulheres contra ações
violentas. Resposta, letra D.

A atuação como provedora do lar (A) e a inserção no mercado de trabalho (B) são
questões econômico-sociais enquanto que a presença em instituições policias (C) e a
participação enquanto gestora pública (E) correspondem à participação das mulheres na
estrutura pública que, sim, podem ser modificadas e/ou incentivadas por lei e políticas
públicas, mas nada têm a ver com a referida lei.

6) Ao longo das três últimas décadas, houve uma explosão de movimentos sociais pelo
mundo. Essa diversidade de movimentos — que vão desde os movimentos por direitos
civis e os movimentos feministas dos anos de 1960 e 1970, até os movimentos
antinucleares e ecológicos dos anos de 1980 e a campanha pelos direitos homossexuais
da década de 1990 — é normalmente denominado pelos comentadores do tema como
novos movimentos sociais.

GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005 (adaptado).

Uma explicação para a expansão dos chamados novos movimentos sociais nas últimas
três décadas é a:

A) fragilidade das redes globais comunicacionais, como internet e telefonia.


B) garantia dos direitos sociais constitucionais, como educação e previdência.
C) crise das organizações representativas tradicionais, como partidos e sindicatos.
D) instabilidade das instituições políticas democráticas, como eleições e parlamentos.
E) consolidação das corporações transnacionais monopolistas, como petrolíferas e
mineradoras.

Uma explicação para a expansão dos chamados novos movimentos sociais nas últimas
três décadas é a crise das organizações representativas tradicionais, como partidos e
sindicatos (c). 

Ora, se não fosse a crise da representatividade tradicional, não haveria motivo para tal
inquietação popular galvanizada nos movimentos sociais, isto é, esses movimentos
surgiram porque havia uma estagnação política, neste caso, de cunho tradicional.

7) Em uma das reuniões do GPH (Grupo de Pais de Homossexuais) na rua Major


Sertório, no centro de São Paulo, mais de 80 jovens ocupam uma sala. Sentados em
cadeiras, sofás ou em almofadas no chão, conversam, esclarecem dúvidas e falam sobre
as dificuldades e prazeres típicos desta fase da vida. No final, participam de uma
confraternização com lanche e música. O que os une nesta tarde de domingo não é
política ou religião, mas a orientação sexual: eles são LGBT (lésbicas, gays, bissexuais,
travestis e transexuais) ou querem conhecer pessoas que sejam, por conta de dúvidas
quanto à própria sexualidade.
FUHRMANN, L. Mães e filhos: um grupo em São Paulo ajuda familiares a lidar com a
homossexualidade de jovens e adolescentes. Carta Capital. N° 589, São Paulo:
Confiança, mar. 2010.

Tendo em conta as formas de incompreensão e intolerância que ainda marcam certas


visões sobre o tema da diversidade sexual, o que embasa a criação de movimentos
sociais como o GPH e de outros grupos LGBT com o mesmo perfil?

A) A liberalidade frequente dos pais de homossexuais.


B) As normas legais que amparam os homossexuais.
C) A participação político-partidária dos grupos LGBT.
D) A necessidade de superar o medo e a discriminação.
E) As tentativas de atrair os consumidores gays.

8)

Para além de objetivos específicos, muitos movimentos sociais interferem no contexto


sociopolítico e ultrapassam dimensões imediatas, como foi o caso das mobilizações
operárias, ocorridas em 1979 na cidade de São Paulo. Nesse sentido, ao mesmo tempo
em que lutavam por seus direitos, essas mobilizações contribuíram com o(a):

A) elaboração de novas políticas que garantiram a estabilidade econômica do país.


B) instalação de empresas multinacionais no Brasil.
C) legalização dos sindicatos no Brasil.
D) surgimento das políticas governamentais assistencialistas.
E) processo de redemocratização do Brasil.

O movimento grevista do ABC em 1979 rompeu com uma grande letargia que se abatia
sobre os movimentos sociais brasileiros desde a instauração da ditadura civil-militar, em
1964. Os anos de chumbo, inaugurados pela promulgação do AI-5 (Ato Institucional nº
5 em 1968) que suspendeu diversos direitos civis, criou ainda maiores dificuldades para
grupos sociais que lutavam por direitos. A década de 70 foi marcada por uma forte
repressão aos movimentos negros, sindicais e sociais culminando com ações violentas
de grupos armados da sociedade civil pró e contra o governo. A greve de 79 produziu
um forte movimento sindical que durante os primeiros anos de década de 80 forçou o
fim do regime de exceção conduzindo o Brasil à redemocratização que se concretiza
com a Constituição de 1988 e as eleições diretas em 1989. A resposta é letra E.

9) Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se os que hoje são chamados reis e
soberanos não forem filósofos genuínos e capazes e se, numa mesma pessoa, não
coincidirem poder político e filosofia e não for barrada agora, sob coerção, a caminhada
das diversas naturezas que, em separado buscam uma dessas duas metas, não é possível,
caro Glaucon, que haja para as cidades uma trégua de males e, penso, nem para o
gênero humano.
PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
A tese apresentada pressupõe a necessidade do conhecimento verdadeiro para a:
A) superação de entraves dialógicos.
B) organização de uma sociedade justa.
C) formação de um saber enciclopédico.
D) promoção da igualdade dos cidadãos.
E) consolidação de uma democracia direta.

O argumento de Platão em "A República" é o de que para se organizar uma sociedade


justa é preciso que os governantes acumulem saber filosófico, por isso advogava o reino
de "reis filósofos" como o melhor arranjo de governo possível para a fictícia república
de seu título.
Aristóteles, Platão e Sócrates acreditavam que a política tem fundamento na
organização da cidade, devemos buscar o bem comum e a melhoria da vida em
sociedade.
Platão é um grande crítico da democracia, ele defende um tipo de governo chamado
sofocracia (governo dos sábios / reis / filósofos). Ele acredita que uma grande parcela da
população está presa na caverna. Inclusive ele chama essa caverna de República no seu
livro. Ou seja, a maioria das pessoas não tem capacidade de discernir o que é melhor, o
que é verdadeiro ou falso. Sendo assim, o único indivíduo capaz de sair da caverna é o
filósofo, consequentemente o mais apto para governar. E ele governaria pra o bem -
comum.
Alternativa A: essa é uma discussão dos sofistas. (errada)
Alternativa B: o Platão defende uma sociedade justa. Só os indivíduos que
conseguiram romper a barreira da caverna, do mundo ilusório para o real conseguiriam
promover o bem - comum. (correta)
Alternativa C: essa é uma discussão moderna. (errada)
Alternativa D: Platão não acredita que pessoas são iguais. Para ele as pessoas são
essencialmente diferentes, por isso umas são mais aptas que as outras. Mas cada pessoa,
diante sua diferença, pode contribuir com uma parte na melhoria da cidade. (errada)
Alternativa E: Platão não gostava da ideia de democracia. Inclusive, foi essa
democracia que o condenou a morte. (errada)
10) Sem dúvida, os sons da voz (phone) exprimem a dor e o prazer; também a
encontramos nos animais em geral; sua natureza lhes permite somente sentir a dor e o
prazer e manifestar-lhes entre si. Mas o lógos é feito para exprimir o justo e o injusto.
Este é o caráter distintivo do homem face a todos os outros animais: só ele percebe o
bem e o mal, o justo e o injusto, e os outros valores; é a posse comum desses valores
que faz a família e a cidade.
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (adaptado).
Para o autor, a característica que define o ser humano é o lógos, que consiste na:
A) evolução espiritual da alma.
B) apreensão gradual da verdade.
C) segurança material do indivíduo.
D) capacidade racional de discernir.
E) possibilidade eventual de transcender.

A distinção traçada por Aristóteles se refere à capacidade de expressar mais do que


sentimentos, de expressar aquilo que é fruto do discernimento. A emissão de sons
(phone) é comum a homens e animais e expressa dor e sentimento de forma simples,
mas a capacidade de expressar valores através do lógos é exclusiva do ser humano, pois
refere-se à sua capacidade racional de discernir.

Gabarito do professor: Alternativa D.

A distinção traçada por Aristóteles se refere à capacidade de expressar mais do que


sentimentos, de expressar aquilo que é fruto do discernimento. A emissão de sons
(phone) é comum a homens e animais e expressa dor e sentimento de forma simples,
mas a capacidade de expressar valores através do lógos é exclusiva do ser humano, pois
refere-se à sua capacidade racional de discernir.
Novamente os termos gerais da filosofia classica grega aparecendo; Logos: faculdade de
raciocinar, razão ; Physis: ''física'', natureza, força responsável pelo surgimento e
transformação dos seres; Arkhe: princípio presente em tudo, a substância da qual deriva
todas as coisas que existem, o princípio de tudo.
11) Há um tempo, belas e boas são todas as ações justas e virtuosas. Os que as
conhecem nada podem preferir-lhes. Os que não as conhecem, não somente não podem
praticá-las como, se o tentam, só cometem erros. Assim praticam os sábios atos belos e
bons, enquanto os que não o são só podem descambar em faltas. E se nada se faz justo,
belo e bom que não pela virtude, claro é que na sabedoria se resumem a justiça e
todas as mais virtudes.

XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. Apud CHALITA, G. Vivendo a


filosofia. São Paulo: Ática, 2005.

Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática narrada por Xenofonte, o


texto indica que a vida virtuosa está associada à:

A) aceitação do sofrimento como gênese da felicidade suprema.


B) moderação dos prazeres com vistas à serenidade da alma.
C) contemplação da  physis como fonte de conhecimento.
D) satisfação dos desejos com o objetivo de evitar a melancolia.
E) persecução da verdade como forma de agir corretamente.

Sócrates, considerado pelo Oráculo de Delfos o homem mais sábio de sua época,
desenvolveu um método de diálogo, a maiêutica, no qual conduzia seus interlocutores a
confrontarem os limites de seus conhecimentos que, em muitos casos, acreditavam
dominar. Essa é a essência da moral socrática presente nos "diálogos socráticos",
escritos por Platão, seu discípulo. O que Sócrates desejava demonstrar era que
somente a busca sincera pela verdade, pelo justo, pelo bom e pelo belo, permitiria uma
vida correta. 

Resposta, letra E.

12) Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das
características de nossa civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo
pedagogos, ainda que seja necessário reconhecer a notável originalidade de um
Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte, por exemplo. Por um salário, eles
ensinavam a seus alunos receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, defender,
com a mesma habilidade, o pró e o contra, conforme o entendimento de cada um.

HADOT, P. O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado).

O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam
a(o):

A) ideia do bem, demonstrado na mente com base na teoria da reminiscência.


B) relativismo, evidenciado na convencionalidade das instituições políticas.
C) ética, aprimorada pela educação de cada indivíduo com base na virtude.
D) ciência, comprovada empiricamente por meio de conceitos universais.
E) religião, revelada pelos mandamentos das leis divinas.

Os sofistas, mestres de oratória, não estavam muito preocupados com a "substância" das
coisas, com a essência, com aquilo que verdadeiramente é, estes homens não sentiam o
amor pela busca do conhecimento, pela rigidez conceitual e pela profundidade
intelectual. Não agiam exatamente a partir de valores ético e não eram filósofos.
Objetivamente eram professores de retórica, ou seja, mercadores da habilidade de
florear um discurso e convencer seus ouvintes. Ensinavam técnicas de argumentação e
persuasão e, a partir de uma crítica relativista, contestavam toda e qualquer verdade
absoluta, inclusive aquelas que sustentavam as instituições políticas e suas convenções. 

Resposta, letra B.
Os sofistas eram considerados os mestres do saber e da retórica (capacidade de
argumentar e defender esses argumentos).
Isso causa um desencontro de ideia entre os sofistas e Sócrates, que chama os sofistas de
"mercenários do saber", porque eles ensinavam as pessoas em troca de um salário.
Pro Sócrates, o papel da filosofia é a busca pela verdade. Para os sofistas, a verdade é
relativa.
Protágoras, Górgias e Antifonte acreditavam que o que importa não é a verdade, mas
sim a capacidade de convencer, o argumento utilizado.

13) Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma
com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com
vistas ao que lhe parece um bem; todas as comunidades visam algum bem, é evidente
que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este
objetivo e visa ao mais importante de todos os bens.
No fragmento, Aristóteles promove uma reflexão que associa dois elementos essenciais
à discussão sobre a vida em comunidade, a saber:
A) Ética e política, pois conduzem à eudaimonia.
B) Retórica e linguagem, pois cuidam dos discursos na ágora.
C) Metafísica e ontologia, pois tratam da filosofia primeira.
D) Democracia e sociedade, pois se referem a relações sociais.
E) Geração e corrupção, pois abarcam o campo da physis.
O conceito de Eudaimonia de Aristóteles refere-se ao bem viver individual dentro de
uma comunidade. Se cada indivíduo deve buscar o bem, a sociedade deve ter como fim
a busca coletiva por algum bem. Para o filósofo, os modos e práticas que conduzem a
busca individual do bem é a ética enquanto que o conhecimento para a busca coletiva do
bem é a política.
Gabarito do Professor: Letra A.

14) Vimos que o homem sem lei é injusto e o respeitador da lei é justo; evidentemente
todos os atos legítimos são, em certo sentido, atos justos, porque os atos prescritos pela
arte do legislador são legítimos e cada um deles é justo. Ora, nas disposições que tomam
sobre todos os assuntos, as leis têm em mira a vantagem comum, quer de todos, quer
dos melhores ou daqueles que detêm o poder ou algo desse gênero; de modo que, em
certo sentido, chamamos justos aqueles atos que tendem a produzir e a preservar, para a
sociedade política, a felicidade e os elementos que a compõem. ARISTÓTELES. A
política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010 (adaptado).
De acordo com o texto de Aristóteles, o legislador deve agir conforme a:
A) moral e a vida privada.
B) virtude e os interesses públicos.
C) utilidade e os critérios pragmáticos.
D) lógica e os princípios metafísicos.
E) razão e as verdades transcendentes.

O texto de apoio aborda fragmento de Aristóteles sobre a política e os legisladores. O


enunciado busca a alternativa correta sobre como deve agir o legislador.

A) No trecho em que afirma que "as leis tem em mira a vantagem comum", já é possível
descartar a vida provada como princípio norteador das ações do legislador.
B) Para Aristóteles, a lei deve ser objeto de reflexão sobre as necessidades em comum
da sociedade e não apenas tradições transmitidas e a virtude defendida para o bom
legislador é a de ser justo e os interesses públicos são o objetivo da lei que "tem
em mira a vantagem comum". Alternativa correta.  
C) Critérios pragmáticos observam os objetivos finais e desconsideram princípios
anteriores, como a obrigatoriedade de ser justo e observar a vantagem comum.
D) Para que a metafísica fosse observada no fragmento, deveria ter alguma passagem
buscando a finalidade última da lei e da ação do legislador enquanto observamos apenas
a importância da virtude de ser justo e considerar os interesses públicos.
E) Para que o princípio do legislador descrito no texto fosse o da razão, seria necessário
que as motivações da produção de uma lei estivessem descrito e separados por critérios
que os diferenciassem uns dos outros. 

15) Tomemos o exemplo de Sócrates: é precisamente ele quem interpela as pessoas na


rua, os jovens no ginásio, perguntando: “Tu te ocupas de ti?” O deus o encarregou disso,
é sua missão, e ele não a abandonará, mesmo no momento em que for ameaçado de
morte. Ele é certamente o homem que cuida do cuidado dos outros: esta é a posição
particular do filósofo. FOUCAULT, M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2004.
O fragmento evoca o seguinte princípio moral da filosofia socrática, presente em sua
ação dialógica:
A) Examinar a própria vida.
B) Ironizar o seu oponente.
C) Sofismar com a verdade.
D) Debater visando a aporia.
E) Desprezar a virtude alheia.

O trecho da questão, citado de Michel Foucault, evoca uma das características do


método socrático do fazer filosófico, a maiêutica. Sócrates ficou conhecido por
questionar as pessoas em Atenas acerca de seus ditos conhecimentos e, através do
diálogo, conduzir a investigação até o reconhecimento de falhas no que parecia
estabelecido. Era assim que Sócrates discutia justiça com juízes, o belo com artistas e
sempre demonstrava equívocos na fundação de tais concepções, pois as mesmas não
podem ser simplesmente mantidas através do discurso, ou seja, do sofisma. O caminho,
segundo Sócrates, era conhecer a si mesmo, conforme dizia a inscrição no portal do
Oráculos de Delfos que o considerou como o homem mais sábio do mundo.

A resposta é letra A.
"O fragmento evoca o seguinte princípio moral da filosofia socrática, presente em
sua ação dialógica:

Dialógica = diálogo = conversa = fala

Então o fragmento dialógico seria quando Sócrates fala, ou seja " Tomemos o exemplo
de Sócrates: é precisamente ele quem interpela as pessoas na rua, os jovens no ginásio,
perguntando: “Tu te ocupas de ti?” "

"Tu te ocupas de ti?" = "Você pensa/examina sua vida?"

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