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•o juízo de valor apenas expressa a posição de um sujeito em relação a um objeto (como o sujeito vê o
objeto) – reflete as suas preferências individuais
Assim, quando alguém afirma que “X é errado” está simplesmente a afirmar “eu reprovo X” e quando
alguém afirma “Y é correto” está simplesmente a dizer “eu a aprovo Y”
•o seu valor de verdade não é independente da perspetiva do sujeito: ele é verdadeiro para o sujeito que o
emite
• reconhece que os indivíduos podem assumir posições diferentes e, por isso, deve haver respeito e
tolerância
•Não há verdades morais objetivas e universais: não há critério para avaliar as diferentes valorações
1. O principal argumento que tem sido apresentado a favor desta perspetiva é o argumento dos
desacordos/ discordância
Baseia-se no facto de que não é muito frequente haver amplos consensos relativamente a
questões morais (aborto, eutanásia, estatuto moral dos animais, a justiça da guerra…)
O argumento pode ser apresentado assim:
P1- existem amplos e profundos desacordos no que diz respeito ao valor de verdade dos juízos morais
P2- Se além das nossas preferências pessoais e subjetivas, houvesse um domínio de factos morais ao qual
pudéssemos apelar, então tais desacordos não teriam lugar
3- logo, não há um domínio de factos morais além das nossas preferências pessoais e subjetivas (MT, 1 e
2)
Nos juízos de facto, quando há discordância, há maneiras objetivas de decidir quem tem razão: observar as
coisas cuidadosamente. Mas e quando há conflitos de valores? Não parece que haja uma maneira objetiva
de decidir quem tem razão e é por isso que os valores são subjetivos
legítimo pensarmos que somos moralmente infalíveis? Se assim fosse, nunca teríamos boas razões para
mudar de opinião em relação a questões morais. Se assim fosse, nunca seria possível o progresso social
obrigam a que toda e qualquer valoração tenha de ser aceite legitimando ações que atentam com os
direitos fundamentais do ser humano
se é verdade que discordamos de muitos valores, não é verdade que discordamos de todos os valores. Há
um forte consenso quanto a questões relacionadas com a escravatura, o homicídio, a exploração de
mulheres e crianças… Pensemos por exemplo na Declaração Universal Direitos Humanos que mostra que há
um conjunto de valores fundamentais que, apesar de não estarem a ser respeitados em todos os países,
devem servir como guias orientadores
Reduz os valores a questões subjetivas/ relativas é esquecer que há a possibilidade da chegada a
consensos por via argumentativa
Quanto aos conflitos de valores: imagina que podemos criar uma lei que favoreça as mulheres na entrada
para a universidade. As mulheres talvez a aceitassem mas os homens não o fariam (conflito de valores). Faz
agora uma experiência mental: imagina que todos os indivíduos estariam cobertos pelo véu de ignorância.
Não seriam capazes de chegar a uma conclusão? Assim sendo, parece que encontrámos uma maneira
objetiva de resolver conflitos de valores.
• Os juízos morais são verdadeiros/ falsos no seio da sociedade em que são proferidos (para se poderem
avaliar têm de ser contextualizados na sociedade/ cultura a que se referem)
• O juízo de valor expressa o que uma sociedade considera como correto. O “certo” e o “errado” são
construções sociais e culturais
• São as convicções da maioria dos membros de uma sociedade as autoridades supremas em questões
morais
• Os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se estiverem em conformidade com o que a sociedade
considera correto
• Não se devem formular juízos de valor acerca dos valores de cada cultura pois não existe nenhum critério
universal para determinar o que é correto e o que não é correto
• Todas as práticas / valorações devem ser aceites desde que estejam de acordo com a vontade da
sociedade em que estão inseridas
Afirma que se não aceitarmos o relativismo seremos intolerantes. Isto porque tentaremos impor os valores
da nossa sociedade a sociedades diferentes da nossa que pensamos estarem completamente erradas.
Teremos tendência para impor às outras sociedades os nossos próprios costumes e tradições como se
fossem obrigatórios. E iremos pensar que as sociedades diferentes da nossa são inferiores, primitivas ou
selvagens, quando na verdade são apenas diferentes e talvez até melhores, em alguns aspetos
Qual a tua posição acerca desta teoria? Parece-te que apresenta argumentos fortes?
O facto de haver culturas com códigos morais diferentes não é condição suficiente para que não haja uma
verdade moral objetiva: pode dar-se o caso de haver culturas com códigos morais errados
O facto de uma maioria dos membros de uma sociedade estar disposto a aceitar um certo código moral
não é condição suficiente para o legitimar. A maioria pode legitimar um sistema injusto e intolerante para
com uma classe minoritária. Assim sendo, o consentimento inerente a qualquer acordo é, na melhor das
hipóteses, uma condição necessária para a sua legitimidade, mas não é suficiente
Deixaríamos de poder afirmar que há sociedades/culturas moralmente melhores do que outras. Obrigar-
nos-ia a tolerar culturas com pressuposto morais condenáveis como a escravatura, a perseguição religiosa,
a discriminação racial ou de género…
Por outro lado, nunca poderíamos afirmar que ocorrera progresso moral/ melhoria moral pois apenas
poderia ter havido uma mudança
Conduz ao conformismo: ao afirmar que uma prática é correta ou incorreta segundo os códigos morais de
cada cultura, apela à passividade perante os valores de uma cultura, anulando o espírito crítico e qualquer
perspetiva de evolução motivada por opiniões dissidentes
P1- a Premissa 1 estabelece que certos juízos morais, como por exemplo, “A escravatura é justa” não
podem ter uma justificação imparcial (as razões que os esclavagistas apresenta a favor do seu direito a
possuir escravos não são imparciais- o escravo não defende essas razões)
Tomemos outro exemplo: a Clara defende que quem tem olhos azuis deveria ter mais direitos que os
outros. Quando lhe perguntamos porquê, ela afirma que tem olhos azuis e, por isso, esta medida ia
beneficiá-la. Parece óbvio que esta justificação não é imparcial pois beneficia o seu defensor.
Como é que podemos testar a imparcialidade de uma justificação? Usando o véu de ignorância.
P2- acrescenta que o facto de haver juízos morais com razões a seu favor que qualquer ser racional
pode assumir como suas mostra que existe uma certa forma de objetividade ética, ou seja, mostra que
há juízos morais objetivamente verdadeiros