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• Os juízos morais são juízos de valor que dizem respeito àquilo que
devemos ou não devemos fazer, ou seja, são juízos que envolvem
as noções de certo e errado, justo e injusto, louvável e censurável, etc.
EXEMPLOS
• A guerra é injusta.
• O racismo é moralmente
errado
• o subjetivismo;
• o relativismo; e
• o objetivismo.
Em 1, segundo o subjetivista a pessoa está dizer «Não gosto que o aborto seja permitido», ou seja, está
apenas a descrever que tem sentimentos negativos relativamente ao aborto. E, se estiver a ser sincera, o seu
juízo é verdadeiro. O juízo é verdadeiro se descrever um sentimento sincero. A verdade é a verdade do que
eu sinto.
Em 2 estaria, para o subjetivista, a descrever um sentimento de aprovação acerca do aborto. E o seu juízo
também será verdadeiro se descrever um sentimento sincero.
• Em suma, a cada indivíduo a sua verdade, de acordo com o que sente. Nenhuma verdade é melhor do que
outra.
SUBJETIVISMO
• Neste sentido, podemos dizer que o subjetivismo se caracteriza por defender que:
Quando
Quando
alguém
alguém
afirma
afirma
“x “x
é errado”
é errado”
está
está
simplesmente
simplesmente
a dizer
a dizer
“eu“eu
reprovo
reprovo
x”,x”, e quando
alguém afirma “x é correto” está simplesmente a
dizer “eu aprovo x”.
(2) Se, além das nossas preferências pessoais e subjetivas, houvesse um domínio de
factos morais ao qual pudéssemos apelar, então tais desacordos não teriam lugar.
(3) Logo, não há um domínio de factos morais além das nossas preferências pessoais
e subjetivas (não há verdades morais objetivas e universais).
POSSÍVEIS OBJEÇÕES
(manual)
• De acordo com o subjetivismo, cada um dos nossos juízos morais refere-se às nossas
preferências subjetivas e, por conseguinte, sempre que formulamos um juízo moral
sincero, estamos a fazer uma afirmação verdadeira acerca dessas preferências.
• Isto significa que, por mais estranho que um dado juízo moral nos pareça (seja ele “O
genocídio de milhares de judeus é correto” ou “Não há nada de errado em torturar
inocentes por prazer”), ele não poderá ser falso.
• Ora, isso implicaria que somos moralmente infalíveis, ou seja, que nunca podemos
estar errados acerca do valor de verdade dos juízos morais. Mas isso é simplesmente
absurdo! Portanto, o subjetivismo moral está errado.
FILOSOFIA 10º ANO
OBJEÇÕES AO SUBJETIVISMO
Nem sempre os nossos juízos morais correspondem às nossas preferências
subjetivas
• É possível que alguns dos nossos juízos morais não correspondam às nossas
preferências subjetivas ou pessoais, ao contrário do que defende o subjetivismo.
Enquanto o subjetivismo afirma que a verdade ou falsidade dos juízos morais depende dos sentimentos e
preferências do indivíduo, o relativismo cultural afirma que depende do que a maioria das pessoas de
cada sociedade acredita ser moralmente correto (verdadeiro) ou incorreto (falso):
Se numa dada sociedade o infanticídio for considerado um mal, isso não significa que o infanticídio seja
em si mesmo errado; significa apenas que os códigos morais dessa sociedade o desaprovam.
O RELATIVISMO cultural
Não há culturas nem melhores nem piores: diferentes
O relativismo dá muita importância à diversidade cultural:
povos diferentes têm valores e costumes diferentes:
Daí que não se pode dizer que os valores de uma sociedade são
melhores ou piores do que os de outra.
• A mutilação genital feminina é moralmente certa.
• A mutilação genital feminina é moralmente errada.
(2) Se culturas diferentes têm códigos morais diferentes, então não há uma verdade
moral objetiva, pois a verdade dos juízos morais é sempre relativa à cultura ou ao
código moral (ou conjunto de normas) adotado pelos membros dessa sociedade.
(3) Logo, não há uma verdade moral objetiva, pois a verdade dos juízos morais é
sempre relativa à cultura ou ao código moral (ou conjunto de normas) adotado pelos
membros dessa sociedade.
POSSÍVEIS OBJEÇÕES
OBJEÇÕES AO RELATIVISMO
O argumento da diversidade cultural não é sólido
• É fácil perceber que a premissa (2) do argumento da diversidade cultural é falsa. ( Se
culturas diferentes têm códigos morais diferentes, então não há uma verdade moral objetiva …)
• O facto de haver culturas com códigos morais diferentes não é uma condição
suficiente para que não haja uma verdade moral objetiva. Pode simplesmente dar-
se o caso de haver culturas com códigos morais errados.
• O facto de a maioria dos membros de uma sociedade estar disposta a aceitar uma
determinada opinião não nos permite concluir que ela é verdadeira.
• A maioria pode estar errada por ser ignorante acerca do assunto em questão.
Como vimos, concluir que uma opinião é verdadeira com base na sua popularidade é
incorrer na falácia ad populum.
• Ver exemplo: (na época dos Descobrimentos a maioria da população da Europa não via nada de
errado em escravizar os nativos africanos não os encaravam como seus semelhantes. Esta convicção
veio a revelar-se infundada. Logo, o apoio social não é uma condição suficiente que um juízo moral
seja verdadeiro)
FILOSOFIA 10º ANO
OBJEÇÕES AO RELATIVISMO
Não permite explicar o progresso moral das sociedades
• Se o relativismo fosse verdadeiro, a ideia de progresso moral não teria sentido –
por esta teoria entender que não é possível fazer juízos morais negativos acerca de
outras culturas. Todas as culturas estão corretas e não devemos julgar os seus
códigos morais.
• Porém, ao longo dos tempos houve progresso moral nas sociedades.
• Por exemplo, atualmente em Portugal estamos muito melhores no que diz respeito à
igualdade de género, à discriminação racial, aos direitos da criança, ao tratamento
dos animais não-humanos, abolição da escravatura, etc.
• Portanto, o relativismo é falso.
• Este argumento afirma o seguinte: o objetivismo pressupõe que propriedades morais, como a correção
ou incorreção, são propriedades reais e objetivas das coisas/ atos ou ações.
• Mas os críticos defendem que a correção ou incorreção apenas nos dão razões para agir desta ou daquela
maneira e não parece haver nada no mundo com essas características. Aquilo que nos leva a agir são
sempre as nossas preferências, valores e desejos, mas isso são aspetos subjetivos e não propriedades
objetivas das coisas.
• Por exemplo, o facto de que está um copo de água em cima da mesa não me dá, por si só, uma razão para
fazer seja o que for. É a minha sede que me faz ter vontade de pegar no copo e beber a água que se encontra
no seu interior.