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Mortágua
Março 2023
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Ficha Técnica
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Dedicamos este ensaio filosófico,
A todos aqueles que não têm condições de viver uma vida digna;
Às crianças que passam pelo inimaginável mundo da pobreza;
E a todos que vivem como cativos do sofrimento.
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Índice:
Capa……………………………………………………………………………………
……..1
Dedicatória………………………………………………………………………………
…2
Ficha
técnica……………………………………………………………………………...3
Índice…………………………………………………………………………………..
…….4
1.
Introdução………………………………………………………………………..……5
1.1 Objetivo do ensaio e a sua importância………………………....……5
1.2 Apresentação de problemas………………………………………..…..….5
1.3 Iniciação ao tema da pobreza………………………….………….…....5-6
1.4 Classificação dos tipos de pobreza…………………………….……...6-7
2. A educação e a pobreza…………………………………………….…...….7-8
2.1 Pode a educação quebrar o ciclo da pobreza?........................9
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7. Como está Portugal em relação à pobreza?.........................15-16
8.
Conclusão…………………………………………………….…………………..16-17
9.
Mensagem………………………………………………..…………………………..18
10.
Webgrafia…………………………………………………………………………….19
11.
Contra-capa…………………………………………………………………..……..20
1-Introdução
Todos ouvimos diariamente novas informações sobre a pobreza no mundo, mas será
que estaremos nós mais perto de a erradicar? Quanto mais tempo levará até
deixarmos de viver em um mundo bipolarizado, onde o rico prevalece e o pobre,
padece? Será um dever dos cidadãos ajudar os mais pobres? Temos nós obrigação
moral para com eles? Podemos criticar aqueles que não ajudam?
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1.3 Iniciação ao tema da pobreza
Simboliza a situação de beber água suja, viver na escuridão durante a noite. É uma
contínua devastação oculta que assume uma forma de "violência diária", onde as
pessoas não vêem qualquer esperança nas suas vidas. É uma questão de segurança
dos indivíduos, da sociedade, da nação, e que ameaça a sobrevivência da sociedade
humana no globo.
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Num "mundo de abundância", o número de seres humanos que morrem ou sofrem
de fome, subnutrição e doenças relacionadas com a fome é espantoso.
Segundo o Banco Mundial, mais de 1 bilião de pessoas, pelo menos um quarto da
população mundial, vive na pobreza.
A pobreza pode ser definida quer em termos absolutos quer em termos relativos.
Onde a pobreza absoluta significa falta de recursos para sustentar alguns padrões
mínimos de vida, enquanto que a pobreza relativa é a privação em comparação com
os padrões de vida de outros, muitas vezes, a maioria.
Termos como Produto Nacional Bruto (PIB) e rendimento per capita são
frequentemente utilizados como indicadores do bem-estar social de um país e,
portanto, do nível de pobreza. Embora os termos sejam utilizados como medidas
estatísticas pelos governos e pelas agências governamentais, tendem a ser muito
utilizados sobre a pobreza, tais como a distribuição e a extensão.
A pobreza é uma circunstância em que ninguém quer estar, mesmo que seja forçada
devido a falta de experiência, natureza, catástrofes naturais, ou falta de educação
adequada.
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2. A educação e a pobreza
O problema é que cerca de 244 milhões de crianças e jovens estão fora da escola em
todo o mundo, de acordo com os dados da UNESCO divulgados em 2022.
As crianças não frequentam a escola por muitas razões, entretanto a maioria delas
provêm da pobreza.
As famílias que vivem na pobreza têm muitas vezes de escolher entre enviar os seus
filhos para a escola ou suprir outras necessidades básicas. Mesmo que as famílias não
tenham de pagar propinas, a escola vem com os custos acrescidos de uniformes,
livros, material, e/ou taxas de exames.
A pobreza é o fator mais importante que determina se uma rapariga pode ou não ter
acesso à educação, de acordo com o Banco Mundial. Se as famílias podem suportar os
custos da escola, são mais propensos a enviar rapazes do que raparigas. Cerca de 15
milhões de raparigas nunca terão a oportunidade de frequentar a escola, em
comparação com 10 milhões de rapazes.
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mais difícil para as raparigas ganharem independência financeira se não conseguirem
ter acesso a uma educação de qualidade.
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3. Temos responsabilidade moral para com os mais pobres?
Imagine que está a caminhar junto a um lago raso e vê uma criança a afogar-se. Tem
a obrigação moral de salvar a criança, mesmo que isso signifique estragar a sua
roupa? - Sim!
Este princípio explica porque devemos salvar a criança que se afoga: a vida da
criança é muito mais importante do que a sua roupa.
Em suma, Peter Singer argumenta que não há diferença moralmente relevante entre
não ajudar a criança que se afoga e não ajudar alguém que poderia ser salvo por uma
doação para caridade. Existem algumas diferenças entre os casos, a criança afogada
está mesmo à sua frente e as pessoas que morrem de causas evitáveis estão longe,
mas Singer diz que estas diferenças não diminuem as nossas obrigações morais.
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Frances Kamm é um filósofo proeminente que tem argumentado que a distância
pode importar moralmente. Da perspetiva de um ser humano, o que está próximo “é
maior” do que o que está longe. Kamm argumenta que a moralidade nos permite agir
a partir desta perspectiva “centrada no agente ", e se o fizermos, adquiriremos
deveres fortes para ajudar aqueles que estão perto de nós.
Singer responde que se o seu argumento é sólido, então não importa quão radical é.
A moralidade é por vezes desafiante.
3.5 Distância
Outros argumentam que seríamos obrigados a ajudar a criança afogada porque ela
faz parte da nossa comunidade local, argumentando que as nossas obrigações morais
derivam das relações que temos com os outros, e por isso não somos obrigados a
ajudar aqueles que se encontram em países longínquos.
Mas suponha que havia um botão no lago que, se premido, salvaria a vida de uma
criança num outro país. Se pensar que ainda é obrigado a arruinar a sua roupa para o
apertar, então a distância não altera as nossas obrigações.
Mas os custos de ajudar as pessoas nos países ricos são significativamente mais
elevados do que a ajuda nos países empobrecidos, tornando a sua doação menos
eficaz.
Alguns argumentam que não temos a obrigação de doar a agências de ajuda, uma
vez que há muitas outras que não estão a doar.
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Mas suponhamos que no caso do afogamento de uma criança, havia pessoas em pé
na costa a observar e a não fazer nada. Praticamente ninguém ficaria de pé a ver uma
criança a morrer quando ela poderia facilmente entrar e salvá-la, independentemente
da inação dos outros.
Mas suponhamos que a razão pela qual a criança se está a afogar é porque há um
parque infantil mesmo ao lado do lago e as crianças continuam a cair lá dentro.
Certamente, devemos defender a mudança do parque infantil. Mas não antes de
salvar a criança! Da mesma forma, parece que temos razões para ajudar tanto
aqueles que sofrem atualmente como para defender soluções de maior escala.
Robert Nozick defende que nunca somos moralmente obrigados a ajudar os outros.
Ajudar é uma coisa boa de se fazer e por vezes falhar em ajudar pode ser egoísta ou
sem coração, mas não temos a obrigação de ajudar. Nozick é um libertista. Ele pensa
que somos obrigados a não interferir uns com os outros, mas não temos a obrigação
de os ajudar. Isto porque o corpo de cada pessoa lhe pertence e forçá-la a usá-lo para
ajudar os outros mina esta auto-propriedade.
Nozick defende que deveríamos ser uma pessoa que prefere ser deixada sozinha
sem requisitos para ajudar os outros ou expectativas de receber ajuda de outros.
Mas mesmo se isso for verdadeiro e correto, continuaríamos a ocupar esta posição
se adoecêssemos ou se nos feríssemos? E se fosse alguém da nossa família que
precisasse da ajuda de um estranho?
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Tendo tudo acima referido em conta, para Nozick não temos então responsabilidade
moral para com os mais pobres.
Immanuel Kant argumentou que temos a obrigação de, pelo menos por vezes,
ajudar os outros, mas argumentou que este dever era "imperfeito".
Isto significa que temos muitas vezes uma grande escolha sobre como ajudar os
outros. No entanto, Kant também argumentou que devemos "tratar sempre a
humanidade como um fim em si mesmo". Temos de nos preocupar genuinamente
com o bem dos outros. Portanto, mesmo que normalmente tenhamos muita escolha
sobre como ajudar os outros, se o facto de não ajudarmos numa determinada ocasião
mostrasse que não nos preocupamos realmente com o bem dos outros, então
seríamos obrigados a ajudar nessa ocasião.
Kant acreditava que só devemos agir com base em princípios que possamos
racionalmente querer como leis universais - leis sobre as quais todos irão agir. Como
agente racional, sei que por vezes preciso da ajuda de outros para atingir os meus
objectivos. Assim, seria irracional da minha parte que todos agissem com base no
princípio de nunca ajudar os outros.
Embora possa parecer um pouco vago, a ética da virtude afirma que quando agimos
com retidão nos tornamos pessoas mais completas. Assim, a ação mais moral para
nós próprios, seria ajudar os outros e, ao fazê-lo, tornarmo-nos pessoas mais
virtuosas.
Já para John Rawls, somos egoístas. Por conseguinte, estamos a fazer coisas em
nosso próprio benefício. Não nos tornamos uma pessoa mais virtosa, mas obtemos
algo. Tendemos também a fazer coisas para o nosso próprio cumprimento. Se
estamos a fazer algo por nós próprios, não estamos a ser virtuosos.
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6. Estamos mais próximos de erradicar a pobreza?
Olhando para a pobreza em termos mais gerais, quase metade do mundo, mais de 3
mil milhões de pessoas, vivem com menos de 6,85 dólares por dia, que é a típica linha
de pobreza nacional dos países de rendimento médio-alto. A prevalência e
persistência da pobreza escurece as perspectivas para milhares de milhões de pessoas
que vivem em todo o mundo. Isto deveria ser um alerta para os decisores políticos
em todo o mundo.
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O relatório 2022 Poverty and Shared Prosperity, publicado no início de Outubro,
oferece o primeiro olhar abrangente sobre o panorama global da pobreza no rescaldo
da COVID-19 - mostrando quais as políticas fiscais que funcionam melhor numa crise
e quais as políticas que devem ser evitadas.
Portugal está também a ser assolado pela pobreza, apesar das diversas ajudas do
governo, como meio para o apoio social.
Portugal está a tornar-se um país, onde o pobre está a ficar mais pobre, e o rico está
a ficar mais rico ainda.
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Muitos pensam que as pessoas mal remuneradas são aquelas que não tiveram
acesso a um estudo adequado, perdendo assim alguns “privilégios”. No entanto,
Portugal evidencia que ter uma licenciatura, mestrado e doutorado não garante-nos
nenhuma estabilidade financeira. Tomamos por exemplo, a luta dos professores em
Portugal, onde estes trabalham muito, e pouco ganham.
8. Conclusão
Concluímos, com este ensaio, que existe por todo o mundo muita pobreza e que,
infelizmente, vivemos numa sociedade egoísta. Desta forma podemos afirmar que os
ricos ficarão mais ricos e os pobres mais pobres.
A razão pela qual existem muitas pessoas a morrer à fome e sem abrigo, é porque
existe demasiada pobreza de espírito no mundo.
Quem nada faz para ajudar as pessoas que se encontram em situações difíceis, não
merece ser criticada dado que nada interfere na vida das mesmas. Por outro lado, o
ato de ajudar as pessoas necessitadas é algo louvável, já que podemos dar-lhes uma
vida melhor e um futuro mais auspicioso.
Todos sabemos que é moralmente correto ajudar quem vive na pobreza, mas não
temos a obrigação de ajudar. Não vejamos a ajuda como uma obrigação mas sim
como algo que pode mudar a vida do próximo, uma nova luz ,esperança, em sua vida.
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Para nós a melhor forma de darmos “baby steps” até a nossa linha de chegada,
sendo esta não a erradicação da pobreza,mas sim, a amenização da situação, pois do
nosso ponto de vista, a erradicação da pobreza é intangível. Como a pobreza é uma
falta de recursos para satisfazer necessidades particulares, a solução óbvia é a
redistribuição do rendimento.
A pobreza também pode ser reduzida tornando alguns bens mais acessíveis: ao
extremo, retirando-os do mercado e tornando-os livres, ou fortemente subsidiados,
no ponto de consumo.
A pobreza está longe de ser erradicada. Não acreditamos que seja possíver acabar
com a pobreza extrema até 2030 e nem eliminar no mínimo 50% da pobreza até lá,
como está a tentar a ser atingido de acordo com os Objetivo de Desenvolvimento
Sustentável nº1.
O que não significa nada para nós, pode significar muito para o outro.
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“A pobreza e a esperança são mãe e filha. Ao se entreter com a filha,
esquece-se da mãe”
-Sartre
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10. WEBGRAFIA
https://unric.org/pt/eliminar-a-pobreza/
https://jus.com.br/artigos/20511/para-nao-confundir-caridade-com-dever-etico
http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/919
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/tede/5588/1/arquivototal.pdf
https://mystudybay.com.br/blog/a-solucao-de-peter-singer-para-a-pobreza-no-mund
o/?ref=1d10f08780852c55
https://www.redalyc.org/journal/5766/576664591007/html/
https://filosofianaescola.com/politica/robert-nozick-autopropriedade-direitos-individ
uais-e-estado-minimo/
https://www.worldbank.org/pt/news/press-release/2022/10/05/global-progress-in-r
educing-extreme-poverty-grinds-to-a-halt
https://www.publico.pt/2022/04/12/mundo/noticia/250-milhoes-pessoas-pobreza-e
xtrema-ate-final-ano-profunda-queda-humanidade-pobreza-ha-memoria-2002224
https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/10/05/mundo-nao-eliminara-pobreza-
extrema-em-2030-alerta-banco-mundial.ghtml
https://observador.pt/opiniao/a-luta-dos-milhares-de-professores-tambem-e-a-minha
https://www.portugal.gov.pt/pt/gc23/comunicacao/comunicado?i=portugal-com-me
nos-300-mil-pessoas-em-situacao-de-risco-de-pobreza-ou-exclusao-social
https://criticanarede.com/fazerbemaquem.html
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Fim
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