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Introdução

Com este trabalho pretendemos demonstrar os diferentes pontos de vista desta questão
filosófica: se é positivo a utilização de animais para fins experimentais ou se é negativo esta
mesma utilização dos animais por parte do Homem. A experimentação animal para fins
médicos e comerciais também será examinada e discutida, dado que também possui uma
vasta relevância sobre o assunto principal.
O ser humano sempre utilizou animais para a alimentação, locomoção, entretenimento,
vestuário e também se serviu deles para realizar aprendizagens e pesquisas nas várias
áreas do conhecimento. Submetendo os animais aos interesses e supostas necessidades,
infligindo enorme sofrimento. O uso de animais em experiências científicas tem uma vasta
importância para a evolução dos conhecimentos na área da saúde.

Tese
Após uma longa discussão filosófica entre todos os membros do grupo, chegamos à
conclusão que a experimentação animal é um mal necessário mas que devem ser feitos
todos os possíveis para reduzir o sofrimento dos animais, para assegurar a segurança dos
mesmos e para garantir que os resultados desta experiência sejam benéficos. Aceitamos a
utilização dos animais para fins experimentais se a sua utilização for refletir num “bem
maior”, como os avanços na ciência, como por exemplo, o desenvolvimento de vacinas, o
desenvolvimento de técnicas de transplantes de órgãos e o desenvolvimento de tratamento
de várias doenças como o cancro. Mas ao mesmo tempo condenamos a utilização dos
mesmos, se estes forem utilizados para outros fins, como a indústria dos cosméticos faz á
imenso tempo, ignorando totalmente o bem estar dos animais e as outras alternativas
existentes, revelando assim que continuam com esta experimentação por lazer ou simples
costume, já que é a saida “mais facil” ou “ de menor custo”.
Referências filosóficas: Peter Singer, Tom Regan e Kant

Argumentos

Peter Singer: O nosso grupo partilha a mesma perspectiva que Singer, uma perspectiva
utilitarista, uma vez que o mesmo concorda que só é permitido o uso de animais em
experiências laboratoriais em casos destinados a tratar ou curar doenças graves. Peter
Singer defende que todos os seres têm interesses morais e consequentemente direitos.
Uma vez que os animais não humanos têm a capacidade de sentir dor e prazer e a
percepção do que os rodeia, então estes têm direitos tal como a espécie humana.
Este filósofo pensa que não conseguimos melhorar o nosso bem-estar sem trazer
consequências aos animais irracionais. Há testes que se fazem aos animais que são
totalmente indispensáveis, como nos produtos cosméticos, em que os animais por vezes
morrem ou ficam num estado de sofrimento grave. A tese deste filósofo centra-se no
problema que é distinguir o mal de fazer sofrer e o mal de matar. Assim, se matarmos sem
dor um animal e abrimos espaço para que outro passe a viver, não reduziremos a
quantidade global de bem- estar no mundo. Interessa, sobretudo, assegurar uma vida
docente aos animais enquanto estão vivos e não os fazer sofrer na hora da morte.

Livro: A realização deste livro é um apelo importante e convincente a consciência,


constituindo uma leitura essencial para os defensores dos direitos dos animais
Tom Regan: Já Tom Regan, na perspetiva dos direitos, rejeita o especismo, defendo então
que os animais irracionais não podem ser mortos ou maltratados para trazer felicidade
geral. Regan defende que além de interesses, os animais têm direitos e que nós temos o
dever moral fundamental de tratar com respeito todos os seres dotados de percepção,
capacidade de sofrer, de emocionar-se, de recordar, etc. Os animais irracionais têm direitos
seja qual for o valor que lhes atribuímos, por isso devem ser respeitados.

Contra-argumento

A perspectiva tradicional, que é defendida por filósofos como Aristóteles e Kant, levando
este último a afirmar que “os animais não têm consciência de si e existem apenas como
meio para um fim. Esse fim é o Homem” Na perspetiva tradicional é sustentada a ideia de
que só os seres humanos têm direitos morais e de que nós apenas temos obrigações
indiretas para com os animais. Querendo isto dizer que, se os animais não humanos têm
certas parecenças com os humanos, não os devemos tratar com crueldade pois isso
poderia fazer com que nós também fôssemos tratados de igual forma. Apenas os devemos
tratar de forma cruel, quando isso nos pode trazer benefícios, e não por diversão.

Refutação do contra-argumento

Esta perspectiva foi refutada com a teoria de Charles Darwin pois, segundo ele, os
humanos partilham a sua ascendência com os primatas e são também resultado da seleção
natural, mecanismo que produz a evolução das espécies não tendo em vista qualquer
finalidade. Desta forma, é falso dizer que os animais não-humanos existem para nosso
benefício.
Além disso, mesmo que um ser seja criado especificamente para um determinado fim, não
quer dizer que seja correto. A teoria da evolução por seleção natural proposta por Charles
Darwin revolucionou a maneira como entendemos o mundo e o nosso lugar nele. No
entanto, algumas das implicações dessa teoria foram mal interpretadas e mal utilizadas
pelos seres humanos, levando ao mau trato dos animais. A teoria de Darwin não tolera a
crueldade animal ou sugere que os humanos são superiores a outros animais. Pelo
contrário, destaca a interconexão e interdependência de todos os seres vivos e reconhece a
complexidade e a diversidade da natureza. Como membros responsáveis da sociedade e
administradores do planeta, devemos nos esforçar para tratar os animais com respeito e
compaixão, não como meros objetos para o nosso prazer ou conveniência.

Curiosidade
Em 2013, a União Europeia baniu os testes cosméticos em animais.
Muitas marcas que se dizem cruelty free, na verdade, não o são bem 100, é o caso de
muitas marcas populares como Caudalie, Cover Girl, MAC, Maybelline, Pantene, L'Oréal,
Estée Lauder, Lancôme, Kiehl's, Clarins e muitas outras.
Conclusão

Em suma, pode-se concluir que a legitimidade da experimentação animal apresenta três


perspectivas. As duas primeiras perspectivas dos dois principais defensores dos interesses
dos animais, Peter Singer e Tom Regan. A perspetiva utilitarista, defendida por Peter Singer,
que nos diz que a obrigação ética fundamental é promover o bem estar, a perspetiva dos
direitos, defendida por Tom Regan, que afirma que todos os sujeitos de uma vida animal ou
humana possui direitos morais absolutos e por último a perspetiva tradicional, defendida por
Kant, que consiste que só os seres humanos possuem direitos morais e que temos
obrigações indiretas para com os animais. Acabamos por concluir que além de ser um tema
muito discutido atualmente, é um assunto muito subjetivo.

Apresentação: https://prezi.com/p/gssfqemq5ra-/?present=1

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