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Solucoes das atividades do manual word

Português (Escola Secundária de Almeida Garrett)

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Mensagens 11 – soluções Word

Unidade 0 – Primeiros dias


Pág. 11
Educação Literária
1. A presença de Felicidade faz-se notar através das sensações que desperta: o olfato («Cheirava a
limão; sempre que passava por mim, eu inspirava com mais força, para reter o seu perfume.», ll. 8-
9); a visão («ela olhou uma vez para trás», l. 13; «os olhares nas aulas», l. 20); o tato («Senti o peso
dela equilibrar o meu, a sua mão segurando o meu braço», ll. 47-48).
2. A personagem é leve, elegante e volátil como uma «nuvem», quase como se não pertencesse a
este mundo. Simultaneamente, apresenta-se segura e firme, assertiva, com os «pés bem assentes na
terra», movimenta-se num passo cadenciado, como um «pêndulo». Esta descrição contrastante pode
remeter para uma personagem com múltiplas facetas, misteriosa e fascinante.
3. O «bilhetinho críptico» foi enviado ao narrador, que adivinhou logo a sua proveniência, contudo
teve dificuldade em decifrar aquela mensagem, que o fez consultar um livro de poesia na Biblioteca
do Liceu. Felicidade tinha como objetivo cativar a atenção do narrador, «jogar» com a sua perspicácia
e aguçar a sua curiosidade. A introdução dos versos de Florbela Espanca neste «jogo» indicia a
intenção de encetar um relacionamento amoroso.
4. a) 3; b) 5; c) 1; d) 4.
4.1 A antítese põe em contraste os sentimentos do narrador: primeiro «alegria» e contentamento,
quando recebe o bilhete, o que se vai opor ao sentimento de «medo» e aflição, assim que o
professor o repreende.
5. a) 1; b) 2; c) 3.

Pág. 13
Leitura
1.1 A.
1.2 D.
1.3 C.
1.4 A.
1.5 D.
1.6 C.
2. «o nosso interlocutor».
3. Modalidade: epistémica; valor
modal: certeza.

Pág. 14
Oralidade
2. D – B – A – C.
3.1 D.
3.2 A.
3.3 C.
3.4 B.

Pág. 15
Escrita
1. Ideias: liberdade, imaginação, fantasia, pensamentos...
Sentimentos: felicidade, plenitude, serenidade, calma...
2.
Introdução
1.o parágrafo: leitura como fonte de desenvolvimento e imaginação.

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Desenvolvimento
2.o parágrafo: estímulo da imaginação, despertar de sonhos e de fantasias que permitem descobertas
e conhecimento.
Exemplo: os livros de aventuras têm a capacidade de instigar os
leitores a aventurarem-se, a perseguirem os seus sonhos, por mais arriscados ou impossíveis que
possam parecer, a procurar que a realidade corresponda aos seus anseios.
3.o parágrafo: promoção da liberdade de escolhas, de pensamento livre, de expressão sobre nós e
sobre o mundo.
Exemplo: os livros permitem o contacto com realidades diferentes daquelas em que vivemos,
promovendo a cidadania; dão-nos a coragem para assumirmos quem somos, o que queremos e o
que defendemos.
Conclusão
4.o parágrafo: leitura como oportunidade de viajar sem sair do lugar, de refletir sobre o mundo que
temos, de idealizar o mundo que desejamos, de sermos livres de pensar e, sobretudo, de ser.

Unidade 1 – Padre António Vieira, «Sermão de Santo António [aos Peixes]»


Pág. 23
1.1
a) Sacerdote, missionário, pregador, escritor e diplomata. b) Lisboa.
c) Brasil; Baía.
d) Companhia de Jesus/Jesuítas.
e) 1634.
f) 1641.
g) D. João IV.
h) Funções políticas e diplomáticas.
i) Inquisição.
j) Os indígenas brasileiros (os índios).
k) «Sermão de Santo António [aos Peixes]».
l) Detenção, processo inquisitorial e prisão.
m) Cristina da Suécia.
n) 1697.
o) Livros de sermões, livros proféticos (e patrióticos).

Pág. 25
Consolida
1.
a) Falsa. A época de Vieira é um período conturbado da História de Portugal, nos planos político,
económico e social.
b) Verdadeira.
c) Verdadeira.

Pág. 26
Consolida
1.
a) os escravizavam e os exploravam.
b) escreveu sobre a sua época, denunciando as práticas sociais e políticas condenáveis.
c) a pregação, a escrita, a diplomacia, a política, a evangelização, entre outras.

Pág. 28
Ponto de partida
1.

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– Com uma exceção, nas intervenções de Bergoglio, os auditórios ouviam-no com respeito, atenção
e devoção;
– Os objetivos dos sermões de Bergoglio foram promover a reflexão sobre as atitudes e os
comportamentos humanos e denunciar os pecados;
– As suas palavras revelam um verdadeiro líder, um exemplo de coragem, de respeito, de humildade
e, sobretudo, de humanidade.

Pág. 30
Educação Literária
1. O conceito predicável é «Vos estis sal terrae», extraído do Novo Testamento. A metáfora do sal diz
respeito ao facto de o sal na época ser usado para conservar os alimentos, não os deixando
deteriorar. Assim, também os pregadores deveriam conservar as almas («terra») e preservá-las
da corrupção.
2. a) Os pregadores não ensinam a mensagem do Evangelho.
b) Os ouvintes recusam a doutrina cristã.

Pág. 31
2. c) Os comportamentos dos pregadores não são coerentes com as suas palavras.
d) Os ouvintes imitam a conduta dos pregadores e não as palavras da doutrina, que eles proferem.
e) Os pregadores, por vaidade, centram o ato de pregar em si e não na mensagem cristã.
f) Os ouvintes não se guiam pelas palavras de Cristo, mas pelos seus impulsos pecaminosos.
3. Como Cristo ensinou, os maus pregadores devem ser desprezados e expulsos da comunidade. Se
os ouvintes ignorarem os pregadores, estes devem virar-lhes as costas e pregar aos peixes.
3.1 O ato de pregar aos peixes, e não aos homens, sugere a indignação do orador pelo facto de os
seus semelhantes ignorarem a palavra que os pode salvar. Ao dirigir-se aos peixes, Santo António
denuncia a inconsciência dos homens, que parecem ter menos sensatez do que os animais
irracionais.
4. Santo António é um exemplo para António Vieira não só por ser um grande orador e um homem
virtuoso («o zelo da glória divina, que ardia naquele peito», l. 41) como também por ter tido a
persistência de não deixar de pregar quando os homens o ignoravam. Vieira pretende seguir-lhe as
pisadas e continuar a pregar aos colonos do Brasil, apesar de estes não estarem a seguir os seus
ensinamentos.
5. O orador dirige-se a Maria (mãe de Cristo) para lhe pedir inspiração. Segundo Vieira, o nome
significa «Senhora do mar»; e, como o Sermão tem um tema marinho, é a esta figura que o pregador
pede auxílio para a sua tarefa.
Gramática
1. a) 5; b) 4; c) 7; d) 2; e) 6; f) 1; g) 3.
2. a) sal; b) remuneração; c) preservar/conservar.

Pág. 32
Consolida
1.
a) denunciar/criticar.
b) índios/indígenas.
c) colonos.
d) comportamentos/vícios.
e) qualidades/virtudes.
2. A alegoria é uma estratégia literária na qual, através de símbolos, metáforas e comparações
interligados, é possível tornar concretos (no caso, através dos peixes) conceitos abstratos, como os
vícios e os pecados dos homens.

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Pág. 33
Ponto de partida
1.1 Segundo Fernando Santos, selecionador nacional de futebol, os agentes desportivos, como os
jogadores de futebol, têm a capacidade de, através do seu exemplo em campo, promover a educação
e o respeito pela liberdade, mostrando que «dentro ou fora das quatro linhas, não há espaço para a
violência nem para o discurso de ódio». Neste sentido, exorta todos os agentes desportivos a serem
um exemplo para a sociedade, na promoção da igualdade e da inclusão, porque
o exemplo é aquilo que de mais importante podem dar.

Pág. 34
Educação Literária
1. C. A retoma do conceito predicável justifica-se pelo facto de Vieira mudar de auditório, passando a
dirigir-se aos peixes. Logo, explora novamente as funções do «sal», associando-as às do Sermão.
2. Através da apóstrofe «irmãos peixes», o pregador identifica o destinatário do seu sermão – os
peixes –, dando continuidade à apresentação dos louvores, através de um discurso alegórico, no qual
usa os peixes como exemplo de virtudes ou vícios humanos. Ao considerar os peixes «irmãos», o
pregador estabelece a ligação com os homens, que são, de facto, o seu auditório real e a quem quer
(in)diretamente atingir. Constrói-se, assim, a alegoria: os peixes – elementos concretos – são
louvados e criticados, porém, no plano abstrato, pretende-se criticar os seres humanos.

Pág. 35
3. No quarto parágrafo, Vieira elogia a atitude dos peixes, que vivem afastados dos homens, não se
deixando domesticar, considerando que «se não fora natureza era grande prudência» (l. 39), numa
clara crítica aos homens, corrompidos e corruptores. Neste sentido, o episódio do Dilúvio constitui
um exemplo de autoridade que comprova a opinião do pregador: só os peixes escaparam ao castigo
universal, porque, de todos os animais do ar e da terra, apenas eles se mantiveram puros, longe do
homem e da sua corrupção.
3.1 Sugestão: Há a presença do objetivo docere, através das referências a autores clássicos (l. 29), a
exemplos bíblicos (l. 50) e Doutores da Igreja (l. 56). Está ainda presente o objetivo movere, através
do conselho aos peixes para se manterem afastados dos homens (ll. 40-41), bem como a constatação
de que o seu afastamento é a atitude mais prudente (destaque-se o uso do imperativo
e do vocativo na linha 58).
4. a) 1; b) 2; c) 3.

Pág. 36
Gramática
1.
a) Vocativo; b) Complemento do 3nome; c) Modificador do nome apositivo; d) Sujeito; e)
Complemento oblíquo.

Oralidade
Sugestão de tópicos
Introdução:
− O homem contemporâneo atua movido por interesses pessoais, alheado das graves consequências
que, inevitavelmente, advêm da sua ação.
Desenvolvimento:
− No filme Noé, tal como no Sermão de Vieira, o Dilúvio é apresentado como um castigo de
proporções universais («universal castigo» ll. 54-55), consequência do modo de vida do homem: a
raça humana é castigada por Deus pela sua corrupção e depravação, morrendo afogada.
− O ser humano continua a sofrer as consequências da sua ação: o desrespeito pela natureza leva a
que seja castigado por ela (secas extremas, fogos descontrolados, tempestades devastadoras…);

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também as relações que estabelece com o seu semelhante levam a guerras, corrupção, traições,
tudo em nome da ganância, da competição, do consumismo desenfreado.
Conclusão:
− O ser humano é racional, logo, será capaz de aprender com os seus erros e de mudar o seu modo
de vida em prol da harmonia e da sustentabilidade do planeta.

Mensagens ao minuto
1 – Elefante
2 – Baleia
3 – Cão
4 – Cavalo
5 – Leão
6 – Tigre
7 – Águia

Pág. 37
Consolida
1. O pregador concentra no púlpito, na sua pessoa e nas suas palavras toda a atenção do auditório,
tal como acontece com os atores em palco.
2. Os objetivos da eloquência são: ensinar (docere) – estratégias discursivas: citações, preocupação
em fazer-se entender – tradução do latim, explicação de conceitos complexos…; entreter/deleitar
(delectare) – estratégias discursivas: recursos expressivos (metáfora, comparação, aliteração…),
discurso dinâmico e cativante; persuadir (movere) os ouvintes a aceitar e a praticar a doutrina
pregada – estratégias discursivas: interpelação direta ao auditório (apóstrofes, formas verbais no
imperativo…), materialização de conceitos, de modo a confrontar o público com um espelho da sua
sociedade...

Pág. 41
Educação Literária
1. Peixe de Tobias: a) Grande, com entranhas sagradas; o seu fel sara a cegueira e o coração afasta os
demónios. b) Tal como as virtudes do peixe afastavam a cegueira e os males, também Santo António
conseguiu com as suas palavras iluminar e afastar os demónios; por sua vez, Vieira, com a sua
pregação, deseja afastar os «demónios» (pecados) dos moradores do Maranhão. c) Aos homens que
vivem na cegueira e cedem às tentações (demónios).
Rémora: a) Pequena, mas com força e poder; tem capacidade para manobrar o leme das naus. b)
Santo António – a sua língua, a força do seu discurso. c) Moderar as paixões humanas, refrear os
instintos e costumes vis – os homens deixam-se dominar pelos ímpetos, é preciso que alguém os
chame à razão.
Torpedo: a) Pequeno, produz descargas elétricas; a sua defesa consiste em fazer essas descargas no
braço dos pescadores. b) Santo António – a sua língua, o poder das suas palavras. c) Converter: levar
ao arrependimento e à mudança de comportamentos.
Quatro-Olhos: a) Possui quatro olhos (dois olham para cima, dois olham para baixo); esta
característica permite-lhe defender-se dos perigos da água e do ar. b) Davi e Vieira. c) Saber
distinguir o Bem do Mal (na doutrina católica, ter em mente o Céu e o Inferno); os humanos só
sabem olhar para os seus apetites.
2.
– «Ah moradores do Maranhão, quanto eu vos pudera agora dizer neste caso! Abri, abri estas
entranhas; vede, vede este coração. Mas ah sim, que me não lembrava! Eu não vos prego a vós,
prego aos peixes.» (ll. 35-37)
– «Se eu pregara aos homens, e tivera a língua de Santo António, eu os fizera tremer.» (ll. 81-82)
3. a) 3; b) 2; c) 1.

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Pág. 42
Gramática
1.
a) Apócope de m; síncope de d; crase (ee > e); b) Síncope de u; palatalização de cl; c) Apócope de m;
sonorização de t; síncope de n; sinérese (ai > [aj]); d) Apócope de m; síncope de i; dissimilação (n > l);
2. a) Derivação por sufixação; b) Derivação por prefixação; c) Composição (palavra + palavra); d)
Composição (palavra + palavra).

Oralidade
Proposta de tópicos
Introdução:
− Vieira e Tolentino Mendonça abordam a mesma temática: os homens facilmente «embarcam» em
tentações («Soberba», «Vingança», «Cobiça» e «Sensualidade»).
Desenvolvimento:
− Existe uma relação de semelhança entre a alegoria das «naus» de Vieira e a mensagem de
Tolentino Mendonça, já que este apela a que não cedamos aos instintos negativos (neste caso, à
«inveja»), tão presentes nos dias de hoje, mas que só nos levam ao afastamento do Outro, à
mesquinhez e à infelicidade.
− O texto de Vieira refere a importância de Santo António, que, através da palavra («língua»), chama
os homens à razão e ao caminho correto, antes de se perderem e «naufragarem», tal como séculos
depois o faz o cardeal.
Conclusão:
− O texto de Vieira é bastante atual, dado tratar de defeitos humanos que são atemporais, tal como o
texto do cardeal D. Tolentino de Mendonça.

Pág. 43
Consolida
1. Paralelismo frásico – «Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele
concorrer às praças, e cruzar as ruas; vedes aquele subir, e descer as calçadas, vedes aquele entrar, e
sair» (ll. 4-6); imperativo – «Olhai» (l. 1); metáfora – «muito mais se comem os brancos» (ll. 3-4);
anáfora – «Vedes [...] vedes [...] vedes [...]» (ll 4-5); interrogação retórica – «Vós virais os olhos para
os matos, e para o Sertão?» (ll. 1-2); apóstrofe – «peixes» (l. 1); apelo ao sentido da visão – «Olhai»;
(l. 1) «Vedes» (l. 4); verbos que conferem dinamismo ao discurso – «bulir» (l. 4), «andar» (l. 4),
«subir» (l. 5), «descer» (l. 5).

Pág. 44
Ponto de partida
1.
Sardinha farpada – falta de liberdade; opressão.
Repreensão de vícios – exploração; oportunismo.
A fuga – crise dos migrantes na Europa.

Pág. 46
Educação Literária
1.1 As repreensões aos peixes servem, indiretamente, para agitar as consciências dos homens
e para os fazer refletir sobre os seus atos, caso não sirvam também para corrigir os seus
comportamentos.
2. A circunstância de os peixes se comerem uns aos outros representa, por analogia, o facto de os
homens maltratarem os seus semelhantes de diferentes maneiras. São, sobretudo, «os grandes»,
com mais poder (financeiro, institucional, social, etc.), que oprimem, exploram ou enganam os mais
humildes («pequenos»).

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3. Através de verbos que remetem para sensações visuais («Olhai», «vedes»), o orador demonstra a
«carnificina» (metafórica) nas cidades, onde os homens se «devoram» numa escala muito maior do
que a que se vê entre os verdadeiros canibais do «Sertão». No primeiro caso, a antropofagia é social.

Pág. 47
4. A citação bíblica expressa a repulsa do pregador por haver homens que «devoram» outros
homens, como «um pedaço de pão». A transcrição do Antigo Testamento confere autoridade ao
argumento do pregador e sublinha a condenação deste ato, que o texto sagrado reprova com
veemência.
4.1 a) 2; b) 3.
5. Neste passo, censuram-se os homens pela sua ignorância («cegueira»), visto que a sua ambição
por honrarias e títulos os levam a arriscar e a perder, por vezes, a vida (na guerra).
6. O orador questiona os colonos do Maranhão sobre o modo como se deixam «pescar», ou seja,
como são ludibriados. Na sua resposta, o orador acusa aqueles que se deixam levar pela vaidade,
valorizando a beleza e a aparência: fascinam-se com os «trapos» (tecidos, roupas) que chegam de
Portugal (já fora de moda) e endividam-se para os comprar.
7. Ao contrário de outros homens, Santo António não se deixou enganar nem se envaideceu, apesar
de ser uma figura admirável. Desdenhou das futilidades do mundo e abraçou a vida religiosa.
8. Nos dois parágrafos finais deste capítulo, cumprem-se os objetivos do Sermão. A ideia de ensinar
(docere) está presente no exemplo de Santo António, que repudiou sempre a vaidade («Vede o vosso
Santo António, que pouco o pôde enganar o mundo com essas vaidades.»). O efeito de deslumbrar
(delectare) os ouvintes consegue-se pelo uso emotivo e artístico da linguagem, por exemplo, com
recursos expressivos como a metáfora ou a interrogação retórica («Não é maior ignorância, e maior
cegueira deixares-vos enganar, ou deixares-vos tomar pelo beiço com duas tirinhas de pano?»). O
efeito de persuadir (movere) alcança-se pela eficácia dos argumentos de Vieira e do exemplo de
despojamento de Santo António, levando os ouvintes a mudar os seus comportamentos e, aqui, a
desprezar a vaidade.

Pág. 48
Gramática
1.1 A; 1.2 C.
2. a. Complemento direto; b. Sujeito.

Escrita
Sugestão de tópicos
Introdução:
− Apresentação das repreensões aos peixes em geral, através de duas importantes críticas aos
homens.
Desenvolvimento:
− Primeira crítica: os seres humanos oprimem, exploram e enganam os seus semelhantes – os
homens, metaforicamente, «comem-se uns aos outros», sendo que os mais poderosos «devoram»
os mais fracos.
− Segunda crítica: os homens são ignorantes e vivem em estado de «cegueira» – deixam-se enganar
pela ambição de honrarias e de prestígio, acabando por morrer; revelam-se ignorantes, porque, por
vaidade, se fascinam com os «trapos».
Conclusão:
− Ao maltratarem os seus semelhantes e ao cultivarem a vaidade e a soberba, os homens afastam-se
da mensagem cristã.

Pág. 53
Educação Literária

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1.
a) Falsa. Este capítulo localiza-se no fim da Confirmação. b) Falsa. Vieira centra-se nas repreensões
em particular, apontando os defeitos de quatro peixes. c) Verdadeira. d) Verdadeira.
2. Divisão em partes:
– parágrafos 1 e 2 – Os Roncadores;
– parágrafos 3 a 6 – Os Pegadores;
– parágrafos 7 a 9 – Os Voadores;
– parágrafos 10 e 11 – O Polvo;
– parágrafo 12 – Advertência final.

Pág. 54
3. Hipóteses de respostas
a) Roncadores. b) Apesar de serem pequenos, roncam muito. c) Querem parecer maiores e mais
importantes do que aquilo que são; quando têm de agir, acobardam-se. d) São Pedro, Golias, Caifás e
Pilatos. e) Presunçosos, arrogantes e soberbos. f) «o verdadeiro conselho é calar, e imitar a Santo
António» (ll. 41-42). g) Por exemplo: interrogações retóricas («É possível que sendo vós uns peixinhos
tão pequenos haveis de ser as roncas do mar?», ll. 4-5); emprego do imperativo («Dizei-me», l. 6);
uso de provérbios e frases feitas («quem tem muita espada tem pouca língua» (ll. 7-8). h)
«Presunção e água benta, cada um toma a que quer.»; «As obras falam, as palavras calam.». i)
Figuras públicas, políticos…
a) Pegadores. b) Pegam-se aos maiores. c) Vivem como parasitas, alimentando-se dos peixes maiores
e fazendo-se carregar por eles; se algum dos últimos morre, morrem com eles. d) Bajuladores de
poderosos, como o Vice-rei, o Governador e Herodes. e) Oportunistas, ociosos, parasitas. f) «António
também se fez Menor, para se pegar mais a Deus» (ll. 92-93). g) Por exemplo: apóstrofe («Considerai,
Pegadores vivos, como morreram os outros», l. 108); uso de citações como fonte de autoridade
(«Defuncti
sunt enim qui quaerebant animam Pueri» (ll. 77-78); enumeração («Os que queriam tirar a vida a
Cristo Menino eram Herodes, e todos os seus, toda a sua família, todos os seus aderentes, todos os
que seguiam, e pendiam da sua fortuna.», ll. 78-80). h) «Quem conta com a panela alheia, arrisca-se
a ficar sem ceia.»; «Enquanto uns batem o mato, os outros apanham a caça.». i) Comitivas políticas,
«amigos» interesseiros…

pág. 55
a) Voadores. b) Usam os seus dotes naturais para se exibirem. c) Sendo peixes, querem ser aves, daí
sofrerem os perigos dos dois elementos, o que os conduz à morte. d) Simão Mago. e) Vaidosos,
ambiciosos, exibicionistas. f) «Não estendeu as asas para subir, encolheu-as para descer» (ll. 176-
177). g) Por exemplo: metáfora («mata-vos a vossa presunção, e o vosso capricho», l. 128); antítese
(«nadavas vivo no mar com as barbatanas, e agora jazes», l. 138); construções sintáticas paralelas
(«As asas para subir são muito perigosas, as asas para descer, muito seguras», ll. 173-174). h) «Quem
tudo quer tudo perde»; «Quanto mais alto se sobe, maior a queda.» i) Pessoas que não olham a
meios para atingirem os fins; quem vive acima das suas posses…
a) Polvo. b) Usa as suas defesas para trair as suas presas. c) Parece ser brando e inofensivo, no
entanto, ataca as suas presas de forma traiçoeira e sem escrúpulos. d) Judas. e) Traidores, falsos,
dissimulados. f) «Mas ponde os olhos em António, vosso Pregador, e vereis nele o mais puro
exemplar da candura, da sinceridade e da verdade, onde nunca houve dolo, fingimento ou engano.»
(ll. 223-225). g) Por exemplo: comparação («O polvo com aquele seu capelo na cabeça parece um
Monge», l. 185); gradação («o Polvo é o que abraça, e mais o que prende.», ll. 201-202); ironia («E
sabei também que para haver tudo isto em cada um de nós, bastava antigamente ser Português, não
era necessário ser Santo.», ll. 225-227). h) «Trair e coçar é só começar.»; «Obra de vilão, deitar pedra
e esconder a mão». i) Todos aqueles que parecem honestos e de confiança, mas são falsos...

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pág. 56
4. A «doutrina» a que Vieira se refere no final das repreensões, dirigida aos colonos do Maranhão,
homens dominados pelo oportunismo e pela ganância, é que não devem cobiçar o alheio nem
aproveitar-se das desgraças dos outros, nomeadamente dos naufrágios «com que se enriquece o
mar, e a terra se empobrece» (l. 238). O pregador alerta para as consequências destas ações:
excomunhão e punição no Inferno.

Gramática
1. a) 3; b) 4; c) 2; d) 1.

Escrita
Sugestão de tópicos
Introdução:
– A importância da arte enquanto força criadora com impactos na relação do homem com o outro e
com o meio em que está inserido.
Desenvolvimento:
– Manifestações artísticas promotoras de um mundo mais justo e denunciadoras de realidades
negligenciadas, com a capacidade
de transpor barreiras linguísticas e sociais (por exemplo, cartoons; arte urbana – as obras de Banksy
ou os murais de Vhils).
– Arte como forma de recriar e dar nova vida e novos sentidos a objetos, promovendo a preservação
do planeta e levando à reflexão sobre a relação do ser humano com a natureza (por exemplo, a trash
art do português Bordalo II).
Conclusão:
– A arte enquanto arma de intervenção social, política e ambiental, capaz de transformar o mundo.

Mensagens ao minuto
«A ambição cega a razão.»: Voador; «Cão que ladra não morde.»: Roncador; «Quem o alheio veste,
na praça o despe.»: Pegador; «Amigo disfarçado, inimigo dobrado.»: Polvo.

Pág. 57
Consolida
1. convencer; argumentos; exemplos; exemplar; autoridade; modelo.

Pág. 58
Ponto de partida
– Será que quem vandalizou a estátua de Vieira alguma vez leu os seus textos?
– Ódio – os colonos portugueses do Maranhão e a Inquisição; amor – índios e Fernando Pessoa.
– «umas nações se lhe revelaram mais brancas, outras mais pretas porque "umas estão mais
vizinhas, outras mais remotas ao sol"».

Educação Literária
1.1 O excerto insere-se na Peroração, na qual se conclui o Sermão com o julgamento final dos
peixes/homens; sugere-se a superioridade dos peixes e exorta-se ao louvor a Deus. Tal como refere o
«Sermão da Sexagésima», o objetivo do capítulo é «e depois disto há de colher, há de apertar, há de
concluir, há de persuadir, há de acabar», isto é, convencer e levar à mudança de atitudes do
auditório.
2. Aos peixes é explicada a razão pela qual foram excluídos do sacrifício, segundo o Levítico: não
poderem chegar mortos ao altar. O apelo é louvarem a Deus pela distinção positiva perante os outros
animais.

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3. Vieira pretende, com esta lamentação, que os homens aceitem os seus conselhos e modifiquem os
seus comportamentos, abandonando os seus vícios. A interjeição e a exclamação acentuam a
subjetividade, a emoção do orador, conferindo maior autoridade e premência ao apelo à mudança
de atitudes.

Pág. 59
4. No final do Sermão, com o exemplo dos peixes – que não são sacrificados, pois não podem chegar
ao altar mortos –, pretende-se persuadir os homens a modificarem os comportamentos, para não
chegarem a Deus com a alma morta, o que os conduziria à perdição.

Oralidade
Sugestão de tópicos
Introdução:
– Ao longo dos tempos, o homem tem abusado do poder sobre o seu semelhante, de diversas
formas.
Desenvolvimento:
– Comportamentos de abuso de autoridade, que podem ser considerados criminosos (exs.:
escravatura, guerras e perseguições, ditaduras...); atitudes pouco solidárias; egoísmo, autoritarismo
perante o outro considerado mais fraco (exs.: os sem abrigo, os refugiados, os imigrantes...).
– Relação de semelhança entre a mensagem da BD e a do Sermão: o objetivo de Vieira é alertar para
o autoritarismo dos portugueses no Maranhão, isto é, para o «abuso de autoridade» referido na tira;
Vieira vai mais longe: aponta os vícios humanos, normalmente associados a esse despotismo – o
egoísmo, a inveja, a ambição desmedida, a traição e a maldade, a soberba, a vingança –, que devem
ser banidos das vidas humanas.
Conclusão:
– Devemos respeitar e estimar o nosso semelhante, pois só assim seremos melhores seres humanos.

Pág. 60
1. Os alvos de crítica no texto de Vieira são o peixe Roncador e São Pedro, enquanto no texto de
Afonso Mendes de Besteiros o atingido é Dom Foão. Todos revelam fraco/mau caráter, como
podemos verificar pelos defeitos apontados: a presunção e a soberba (Roncador); a gabarolice e a
cobardia (São Pedro); a cobardia e a leviandade (Dom Foão).
2. No texto de Vieira: a reação do pregador quando se apercebe das características dos Roncadores
(«ouvindo os Roncadores, e vendo o seu tamanho, tanto me moveram o riso, como a ira.», ll. 2-3);
profere sentenças e tece juízos de valor («O muito roncar antes da ocasião é sinal de dormir nela.»,
ll. 16-17; «Os arrogantes, e soberbos tomam-se com Deus; e quem se toma com Deus sempre fica
debaixo.», ll. 20-21).
O sujeito poético da cantiga de escárnio e maldizer comenta a (má) fama de Dom Foão («que eu sei
que há prez de liveldade». v. 11); assevera e reitera a veracidade das suas afirmações («daquesto
som verdadeiro», v. 7).
3. C.

Pág. 62
Oralidade
2. E – B – F – D – C – G – A.
3. a) Universalismo de ser português; necessidade de dar respostas a longo prazo aos desafios do
mar e da terra; acompanhamento dos emigrantes dentro e fora das nossas fronteiras; promoção da
nossa cultura e língua; acolhimento condigno dos imigrantes…
b) O discurso está encadeado de uma forma lógica – introdução, desenvolvimento com apresentação
de argumentos, contra-argumentos e provas.
c) O discurso é eloquente, cativando e prendendo a atenção do ouvinte.

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d) O objetivo é persuadir o auditório (e um público mais lato, através dos media) para os valores da
portugalidade e para uma resposta adequada e firme aos desafios que enfrentamos no presente e no
futuro.
4. Assistimos a uma postura assertiva e sóbria, adequada à ocasião que se celebra. Relativamente à
entoação, predominam
as frases declarativas e interrogativas. Quanto ao olhar, há a preocupação de manter o contacto
visual com o público e com as câmaras televisivas que transmitem o discurso.

Pág. 63
Leitura
1.1 D; 1.2 A; 1.3 B.
2. Por exemplo: discurso eloquente; encadeamento lógico dos tópicos; temática de dimensão ética e
social; caráter persuasivo do discurso...

Pág. 64
1. O discurso político é um texto no qual se expõe uma tese, que se pretende comprovar, através de
argumentos e exemplos. O objetivo é persuadir o recetor a aderir a essa tese ou perspetiva
desenvolvida, que se prende com questões da organização e da vivência de uma comunidade.

Pág. 65
1. Tópicos de resposta
– O cartoon de Vasco Gargalo denuncia um dos grandes flagelos do século XXI – o trabalho infantil –,
que viola os mais fundamentais direitos humanos.
– Coloca em evidência a falta de cumprimento dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
– Denuncia a pobreza – simbolizada pela magreza do rapaz –, a guerra e as epidemias, que levam a
que muitas crianças sejam obrigadas a trabalhar – representadas pela máquina de costura –,
alimentando uma sociedade materialista e consumista – representada pela figura feminina.
– Erradicar a pobreza contribuiria de forma decisiva para a resolução deste problema global –
planisfério representado na máquina de costura.
2. Tópicos de resposta
– O trabalho infantil priva as crianças de um direito fundamental – a educação de qualidade.
– A oportunidade de um emprego decente está comprometida pela exploração infantil, que agudiza
as desigualdades no trabalho, nas liberdades e nos direitos.
– O acesso a uma saúde de qualidade é negado àqueles cujas vidas são sujeitas a trabalhos forçados,
em idade precoce, com implicações no seu desenvolvimento físico e mental.
– A paz e a justiça não se coadunam com a violação dos direitos humanos, que o trabalho infantil
representa.
3. (Resposta pessoal)

Pág. 68
1. D.
2. A.
3. A.
4. B.
5. B.
6. C.
7. a) delectare; docere; movere; b) simbólico; idealizar; c) peixes; homens.

Pág. 69
Grupo I
A

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1. O Polvo tem uma aparência santa e dócil («mansidão»), mas é caracterizado como falso e
hipócrita, uma vez que se camufla no cenário marinho e, quando um peixe vai a passar, como está
dissimulado, aprisiona-o à traição.
2. No texto, estabelece-se uma analogia entre o Polvo e Judas, na medida em que este ficou célebre
por ter traído Cristo, de quem se tinha feito discípulo, e por O ter entregado aos que O perseguiam,
enquanto o Polvo é falso porque, parecendo dócil e «santo» (inofensivo), camufla-se e ataca as suas
presas à traição.
3. D.

Pág. 70
B
4. De acordo com os dois primeiros versos, a «Verdade», o «Amor», a «Razão» e o «Merecimento»
dão confiança e ânimo à «alma» de qualquer ser humano. Contudo, são a «Fortuna», o «Caso», o
«Tempo» e a «Sorte» que regem o mundo e determinam o curso de vida dos indivíduos, que se
sentem vulneráveis perante estas forças.
5. Neste mundo, existem, de facto, fenómenos (surpreendentes) nos quais ninguém acredita, há
quem acredite em «cousas» que são imaginárias. Na desordem da existência, a única certeza está em
acreditar em Cristo.
6. C.
C
7. O «Sermão de Santo António», de Vieira, procurou cumprir os objetivos da eloquência que
estavam definidos para um texto sermonístico. Assim, ao dirigir as suas palavras, supostamente, aos
peixes, o orador pretendia ensinar (docere) aos homens a mensagem de Cristo e o caminho para a
virtude, afastando-se do pecado. A linguagem e as estratégias que usava tinham de deslumbrar
(delectare) os seus ouvintes para que a sua mensagem passasse de um modo mais eficaz. Vieira
mobiliza para o seu sermão recursos expressivos (a alegoria, a interrogação retórica, a apóstrofe,
etc.) que conferem força aos argumentos e apelam à emoção do público. Finalmente, pretendia-se
que o sermão sensibilizasse os ouvintes (movere) a ponto de os levar a alterar os seus
comportamentos e seguir as regras e recomendações da Igreja e das escrituras. Apesar de não o
admitir, Vieira pretende que os habitantes do Maranhão que o escutam abandonem as suas práticas
pecaminosas e reprováveis. Concluindo, se os colonos do Maranhão não escutavam as suas palavras,
não seria por falta de arte nem de uma boa estratégia por parte do pregador.

Pág. 72
Grupo II
1. D.
2. C.
3. A.
4. B.
5. D.
6. A.
7. a) 1; b) 3; c) 1.

Pág. 73
Grupo III
Tópicos de resposta
– O homem não é uma «ilha» isolada, mas sim um ser social, que vive em comunidade.
– Num mundo do efémero, da velocidade, do digital e do virtual, é fácil perdermos a noção de
Humanidade e dos valores humanistas. Cada um vive na sua «concha», na ilusão de que não precisa
de ninguém para ser feliz (ex.: atualmente, entre os jovens assiste-se a comportamentos desviantes,

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como o isolamento, a fobia social ou a dependência do digital, consequências dessa propensão, o


que traz infelicidade aos próprios e às suas famílias).
– É necessário colocarmo-nos ao serviço do Outro, com o espírito de que a nossa felicidade
individual está interligada com o bem-estar e a felicidade do nosso semelhante (ex.: ninguém pode
ser verdadeiramente feliz se, ao seu lado, existir miséria, guerra e opressão, ou se souber que a «casa
comum», o nosso planeta, está a ser destruída).
– É urgente estabelecer relações de interdependência, de partilha e de participação pró-ativa na
nossa comunidade, a nível local, nacional e internacional (ex.: maior envolvimento em associações
solidárias, grupos de voluntariado, organizações humanitárias…).
– «Eu Sou porque Tu És» – a construção de pontes urge para possuirmos um mundo mais coeso,
solidário e digno para todos.

Unidade 2 – Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa


Pág. 79
1.1
a) Leis.
b) O retrato de Vénus.
c) Liberalismo.
d) Inglaterra e França.
e) Camões e Dona Branca.
f) 1832.
g) 1834.
h) Cabralismo.
i) Um Auto de Gil Vicente, O Alfageme de Santarém e Frei Luís de Sousa.
j) Viagens na minha terra.
k) Flores sem fruto e Folhas caídas.
l) 1851.

Pág. 81
Consolida
1.
a) foi um dos responsáveis pela introdução do Romantismo em Portugal.
b) Frei Luís de Sousa, Viagens na minha terra, Folhas caídas (mas
também Um Auto de Gil Vicente, O Alfageme de Santarém, O Arco de Sant’Ana e Flores sem fruto).
c) a identificação com a natureza, a vivência intensa do sentimento do amor, a valorização do
indivíduo e da liberdade (mas também a rebeldia, o gosto do popular e do tradicional, a afirmação da
pátria e do sentimento patriótico, entre outras).
d) ao facto de ter promovido a escrita e a representação teatral e de ele próprio ter produzido
importantes textos dramáticos.

Pág. 84
1. C – B – D – A.
2. Características da tragédia: simplicidade da ação («simplicidade de uma fábula trágica antiga», l.
7); apresenta uma catástrofe («A catástrofe é um duplo e tremendo suicídio», l. 11); poucas
personagens («as figuras poucas», l. 36). Características do drama: assunto nacional («história de Frei
Luís de Sousa», l. 4); presença da religião cristã («o espírito do Cristianismo derrama por toda ela», l.
8); drama em prosa («posto que não creia no verso como língua dramática possível para assuntos tão
modernos», ll. 20-21); apologia da liberdade poética em detrimento do rigor histórico («não [me]
julguei obrigado a ser escravo da cronologia nem a rejeitar», ll. 52-53); missão social da literatura («a
literatura atual […] influi sobre ela […]. Para ensaiar estas minhas teorias de arte […] escolhi este
assunto», ll. 45-50).

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Pág. 86
Consolida
1.
a) Personagens:
– D. Madalena de Vilhena;
– D. Manuel de Sousa Coutinho;
– Telmo Pais;
– Maria de Noronha;
– Frei Jorge Coutinho;
– (D. João de Portugal, personagem aludida).
b) Espaços:
– Almada;
– Palácio de D. Manuel de Sousa Coutinho.
2.
a) D. João de Portugal.
b) sexta-feira.
c) de um romeiro.
d) D. João estava vivo.
e) morte simbólica de D. Madalena de Vilhena e de D. Manuel de Sousa Coutinho (tomada do
hábito).

Pág. 87
Ponto de partida
1. O título Amor sintetiza a mensagem que o cartoon quer passar: o amor é um sentimento que nos
deixa à deriva, inconstantes e inseguros. Deixa o nosso coração à mercê de intempéries, correntes e
marés, elementos sobre os quais não temos qualquer controlo. Por outro lado, também podemos ler
a mensagem de que o amor sobrevive e prevalece, mesmo em contextos de grande adversidade.

Pág. 88
Educação Literária
1. a) Lisboa, Quinta do Pinheiro; b) 4 de julho de 1843; c) Almada; d) sala decorada com luxo e
elegância; com vários adereços (uma mesa pequena com livros, obras de tapeçaria e um vaso com
flores; algumas cadeiras, tamboretes e contadores); duas janelas largas ao fundo; um retrato de um
cavaleiro; duas portas, uma para o interior e outra para o exterior; e) nobreza abastada (sala ampla e
decorada de forma rica e luxuosa), culta (livros) e religiosa; f) retrato de um cavaleiro da Ordem de
Malta; g) embora a ação se situe em 1599 (21 anos após 1578), na didascália refere-se «princípios do
século dezassete» e «no fim da tarde».
1.1 Ambiente de conforto e de requinte; fim de tarde, há já pouca luz do dia, há liberdade e abertura
ao exterior (grandes janelas rasgadas e portas).
2. D. Madalena vive aterrorizada, o que não lhe permite desfrutar em pleno do seu amor. Assim, a
personagem revela uma forte instabilidade emocional, lamentando não poder, como sucedia com
Inês de Castro, viver a ilusão de uma felicidade, ainda que passageira.
3. As didascálias demonstram e reforçam o estado de inquietação, de desalento da personagem
(«como quem descaiu», l. 12; «repetindo maquinalmente e devagar», l. 14), num momento de
introspeção («profunda meditação; silêncio breve», l. 24).
4. Os versos relativos ao episódio de Inês de Castro, inseridos no início da exposição, são um
presságio negativo para a ação dramática que agora principia.
5. A pontuação expressiva, recorrendo a exclamações, interrogações e reticências, sugere a tensão
emocional, a hesitação e a dor da personagem. Toda esta carga emotiva vai ao encontro das
características do drama romântico, pleno de sentimentos fortes.

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Pág. 93
Educação Literária
1. a) 3; b) 4; c) 1; d) 2.
1.1 Tópicos de resposta
– D. Madalena procurou D. João durante 7 anos (1578-1585).
– D. Madalena está casada com Manuel de Sousa Coutinho há 14 anos (1585-1599 – 2 x 7).
– Passaram 21 anos desde o desaparecimento de D. João na batalha de Alcácer Quibir e o início da
ação (1578-1599 – 3 x 7).
1.2 Estando o número 3 associado à perfeição, às três fases da existência – nascimento, crescimento,
morte –, e o 7 à conclusão de um ciclo (sete dias da semana, por exemplo), o número 21 completa a
tríade de 7, indiciando o fechar de um ciclo e o início de outro ainda desconhecido.

Pág. 94
2.1 Maria de Noronha, filha de D. Madalena e de D. Manuel de Sousa Coutinho, «Tem treze anos
feitos» (l. 22), é nobre («D. Maria é sangue de Vilhenas e de Sousas», l. 90), bondosa («Um anjo
como aquele... uma viveza, um espírito!... e então que coração!», ll. 25-26) e apresenta um
desenvolvimento precoce física («tem crescido de mais», l. 21) e psicologicamente («Maria tem uma
compreensão...», l. 73; «Compreende tudo!», l. 74; «tão perspicaz», l. 183), apesar de ser doente e
débil («não é uma criança... muito... muito forte», l. 54; «É... delgadinha, é», l. 55).
2.2 Telmo Pais, inicialmente, não aceita Maria por esta ser fruto do casamento entre D. Madalena e
Manuel de Sousa Coutinho, união que ele via como uma traição a D. João de Portugal, cuja morte se
recusa a aceitar. À medida que a menina foi crescendo, o escudeiro foi-se aproximando dela,
submetido à sua «meiguice», «formosura» e «bondade», de tal modo que considera ter-lhe mais
amor do que os seus próprios pais.
3. D. Madalena respeita Telmo como se este fosse seu familiar e amigo, reconhece a autoridade que
ele, por vezes, tem sobre ela e segue os seus conselhos, obedecendo-lhe «como filha» (l. 113).
Telmo, por sua vez, é dedicado à fidalga, respeita-a e aconselha-a, apesar de considerar que nem
sempre ela seguiu as suas orientações, referindo-se ao seu segundo casamento.
4. Os apartes de Telmo deixam transparecer as suas dúvidas relativamente à morte de D. João de
Portugal e revelam a sua intenção de salvar Maria de uma desgraça que considera iminente.
5. As informações presentes na última fala de D. Madalena permitem localizar a ação em pleno
domínio filipino (após 1578), ficando-se a saber que havia peste em Lisboa e que reinava a discórdia
entre castelhanos e portugueses.
6. A.

Pág. 95
Gramática
1. a) Complemento indireto; b) Complemento direto.
2. C.
3. a) 2; b) 4; c) 1; d) 2; e) 3.

Oralidade
Sugestão de tópicos
Introdução:
Todos vivemos acompanhados pelos nossos medos. Estes atrapalham a nossa vida e comprometem o
nosso bem-estar; no entanto, muitas vezes são úteis.
Desenvolvimento:
Por um lado, o medo condiciona a nossa ação e o nosso desempenho, nomeadamente em situações
quotidianas e banais. Há quem fique ansioso em espaços exíguos e fechados, como elevadores,
evitando-os, ou bloqueado em exposições públicas, como apresentações orais. Por outro lado, o

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medo pode salvar-nos de situações potencialmente perigosas, inibindo a nossa ação e protegendo-
nos de atos irrefletidos, como atravessar a rua sem a devida atenção.
Conclusão:
O medo é algo natural e saudável, quando nos protege de situações ameaçadoras, mas também um
obstáculo, quando nos impede de tomar as rédeas da nossa vida.

Pág. 97
Educação Literária
1. O afeto que Madalena e Maria nutrem uma pela outra exprime-se pelas palavras ternas que
dirigem mutuamente (por ex., «Minha querida Maria», l. 26) e pelos gestos que ilustram esse
sentimento («[Maria] Vai-se abraçar com a mãe», l. 32).
2. Madalena revela incómodo quando se fala da batalha de Alcácer Quibir, porque associa a
possibilidade de D. Sebastião estar vivo e poder regressar à hipótese de o seu primeiro marido não
ter morrido e poder voltar a Portugal, o que traria a desonra e o fim daquela família.
3. Através do aparte de Telmo, o leitor/espectador fica a saber que Maria revela sinais de uma
enfermidade preocupante. O aio receia também o facto de Madalena se aperceber de que Maria
apresenta sinais de agravamento do seu estado de saúde.
4.1 Madalena fica preocupada com os «desvarios» e com a imaginação precoce da filha e receia que
Maria venha a saber como
desapareceu D. João e que a sua morte nunca foi confirmada.
5. Maria é uma adolescente terna, muito expressiva e impulsiva. As suas falas revelam uma
personagem precoce, curiosa e com uma imaginação invulgar e um interesse por assuntos do âmbito
da política e da cultura (é uma patriota), que não seriam os expectáveis para uma jovem. Além disso,
Maria crê possuir uma intuição profética.
6. a) 3; b) 2.

Pág. 98
Escrita
Sugestão de tópicos – A canção de Áurea intitula-se «Frágil». Nela, o sujeito poético dirige-se a um
tu, com quem, tudo indica, manteve uma relação amorosa («Apontaste logo ao meu peito»). A
enunciadora lamenta-se por não ter sido bem tratada pelo seu interlocutor, que foi insensível ao
perceber que ela ou o amor que os unia era frágil – o adjetivo é usado de modo ambíguo e pode
aplicar-se ao sujeito poético ou à relação.
– Podemos estabelecer um paralelo entre a letra da canção e Frei Luís de Sousa, na medida em que
também na peça encontramos duas figuras femininas frágeis, sobre quem se abaterá o infortúnio.
Simultaneamente, frágil é a família destas duas personagens, porque se construiu sobre uma base
instável (a possibilidade de o primeiro marido de D. Madalena estar vivo) e porque acabará por se
desmoronar com o regresso de D. João.
– O ritmo e a sonoridade dolente da música são bonitos e estão em consonância com o estado de
espírito do sujeito poético. Além disso, a voz quente da cantora confere expressividade ao texto
cantado. Destaque-se também as imagens, metáforas e metonímias usadas para aludir à relação das
duas personagens («já sabias que era frágil»; «apontaste ao meu peito»; «e os pedaços que eu
juntei»).
– Concluindo, em «Frágil», o ritmo embalador, a voz quente e dolente da intérprete e a linguagem
poética articulam-se com as ideias centrais do poema para formar um todo harmonioso.

Pág. 99
Consolida
1. Por exemplo:
– diálogos vivos: falas curtas, palavras soltas, interrupções;
– subentendidos e deduções (ll. 1-2);

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– vocabulário próprio da expressão de sentimentos e de emoções de pendor negativo (ll. 3-4);


– pausas e frases inacabadas com reticências, traduzindo dor, constrangimento e hesitação.

Pág. 100
Ponto de partida
1. A intérprete feminina pede ao seu interlocutor para a levar a «casa», lugar de encontro consigo
mesma («Não sei o que faço aqui / Há muito tempo que me perdi»), de segurança e proteção, «uma
pessoa» onde cabem os dois amantes.

Pág. 104
Educação Literária
1. a) Cena VIII; b) Cena VI; c) Cena VII; d) Cena VII; e) Cena V.
2. Maria manifesta interesse por assuntos inadequados à sua idade, nomeadamente por batalhas e a
defesa da pátria (ll. 36-39), e revela ter valores muito sólidos de justiça, honra e solidariedade (ll. 14-
17).
3. Manuel de Sousa Coutinho não vê qualquer problema em viver no palácio do primeiro marido de
D. Madalena. Já esta associa esse espaço ao medo de «voltar ao poder dele» (p. 134) e ao terror de
que a figura de D. João de Portugal possa interferir na felicidade da família (ll. 140-141).
4. Manuel de Sousa Coutinho revela honra e patriotismo quando se insurge contra os governadores
ao serviço de um rei estrangeiro, pretendendo dar-lhes uma lição.
5. B. Ao fazer referência às circunstâncias da morte do seu pai, Manuel de Sousa estabelece uma
analogia com a sua própria situação, aludindo ao facto de a sua atitude de incendiar o palácio poder
ter consequências trágicas para si e para a sua família.
6. A metáfora surge, na fala de Manuel de Sousa, no sentido conotativo do verbo «iluminar»,
sugerindo uma receção aos governadores cheia de luz, quando, na verdade, está associada ao
incêndio do palácio. Já a ironia associada ao convite «podem vir, quando quiserem» é reveladora do
patriotismo da personagem: a receção dos «muito poderosos e excelentes senhores governadores
destes reinos» será feita com fogo e destruição, tal como estes contribuíram para a destruição da
identidade portuguesa.

Pág. 105
7. Quando vê o quadro em chamas, D. Madalena fica desesperada e aterrorizada (interjeição «Ai»;
repetição da locução interjetiva «Meu Deus»), implorando que lhe salvassem «aquele retrato».
Considera que a sua perda simboliza a destruição de D. Manuel e da harmonia familiar. Assim, o fogo
tem várias simbologias: o homem é vítima do seu fogo, da sua paixão, que o conduz inevitavelmente
à destruição; a ação do homem cria o seu destino, determinando o futuro; é ainda presságio de um
final nefasto e de um possível renascer das «cinzas».
8. O final do ato I apresenta um caráter trágico, evidenciado pelo apelo insistente à fuga, pelas
informações das didascálias – o deflagrar das chamas, os gritos, o rebate dos sinos –, culminando na
última informação, «cai o pano», a simbolizar a queda conducente à desagregação daquela família.
Esta tragicidade está alinhada com as características do drama romântico, nomeadamente o fundo
histórico (incêndio do palácio pelo próprio Manuel de Sousa), os valores exibidos por Manuel de
Sousa Coutinho na reação ao desígnio dos governadores (o patriotismo, representativo da
identidade nacional, e, simultaneamente, a expressão da liberdade individual) e o culto dos
sentimentos fortes (os gritos e os movimentos agitados).

Pág. 106
Gramática
1. a) Oração subordinada substantiva relativa; b) Oração subordinada substantiva completiva; c)
Oração subordinada adjetiva relativa explicativa; d) Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.

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1.1 a) Predicativo do sujeito; b) Complemento direto; c) Modificador do nome apositivo; d)


Modificador do nome restritivo.
2. a) 1 i; b) 2 iii; c) 1 i; d) 2 iv ; e) 1 ii.
3. a) Ato ilocutório compromissivo; b) Ato ilocutório expressivo.

Oralidade
1. Sugestão de respostas
a) Vincent van Gogh deixa uma carta dirigida ao irmão Theo, que nunca lhe foi entregue. Armand
Roulin, filho do carteiro que era amigo do pintor, é incumbido de entregar a carta ao seu
destinatário e é durante esta jornada que começa a questionar as circunstâncias da morte do artista.
b) Um traço que os aproxima é a impulsividade: Van Gogh – pintor incompreendido pela sociedade,
cujo temperamento imprevisível o terá levado a suicidar-se; Manuel de Sousa Coutinho – ao
incendiar o seu palácio, age patriótica, mas também impulsivamente, sem ponderar as implicações
do seu ato.
2. Os grandes artistas são, muitas vezes, almas desassossegadas, solitárias, incompreendidas pela
sociedade, vivendo em silêncio um turbilhão de emoções que tanto lhes permite criar, como, em
alguns casos, os leva a situações-limite como o suicídio (Amy Winehouse, Robin Williams, entre
outros).

Pág. 107
Consolida
1.
a) Falsa. Os governadores portugueses ao serviço de Espanha não são patriotas e traíram a nação.
b) Verdadeira.
c) Falsa. A peste propaga-se em Lisboa, o que representa a traição e a falta de integridade dos que
renegaram a pátria.
d) Verdadeira.

Pág. 108
Ponto de partida
1. Embora possa haver segredos que guardemos para nós, pormenores que não queremos ou
podemos confidenciar aos nossos namorados ou amigos, há situações que não devemos esconder,
sob pena de irem corroendo e, eventualmente, destruindo determinada relação. Todos nós temos
uma «bagagem» que carregamos, experiências que vivemos: umas positivas, outras negativas.
Devemos apreciar as primeiras e não nos deixar (do)minar pelas últimas.

Pág. 113
Educação Literária
1.1 a) sem janelas, escuro e, provavelmente, iluminado por tochas.
b) grandes retratos de família, muitos de corpo inteiro, bispos, donas, cavaleiros, monges; […]
reposteiros com as armas dos
condes de Vimioso.
c) de conforto e bem-estar, que sugere afeto e amor familiar.
d) o velho Portugal, que desapareceu em Alcácer Quibir.
2.1 Nesta cena, o leitor/espectador fica a saber que, após ter incendiado o seu palácio para afrontar
os governadores ao serviço de Espanha, Manuel de Sousa Coutinho teve de se esconder para não ser
punido pelo seu ato. Contudo, «oito dias» volvidos, os governantes foram persuadidos a esquecer a
afronta e o perigo que pairava sobre o pai de Maria desvaneceu-se.

Pág. 114

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3. Madalena ficou inicialmente muito inquieta com o incêndio do palácio onde vivia e com a
mudança da família para o palácio do seu primeiro marido; ficou também bastante receosa por
Manuel de Sousa ter desafiado os governadores do reino. Contudo, nesta cena, está mais serena
(«dorme em sossego»), porque os governadores já não pretendem punir Manuel de Sousa e porque
estar no palácio de D. João já não a deixa em sobressalto.
4. Inicialmente, Telmo revela consideração e estima por Manuel de Sousa, mas não tem por ele a
reverência que nutria pelo primeiro amo, D. João. Contudo, após Sousa Coutinho ter dado provas do
seu elevado patriotismo, ao incendiar o próprio palácio, nasce no velho aio uma admiração enorme e
um grande respeito pelo segundo amo.
5.1 A destruição do retrato de Manuel, pelas chamas, e a presença do retrato de D. João são vistos
como prenúncios de desgraça. Estes presságios inspiram grande receio e inquietação em D.
Madalena e em Maria, que veem neles sinais de uma tragédia que se abaterá sobre a família.
6. Os três retratos destacados na sala (de D. Sebastião, de D. João de Portugal e de Camões) aludem à
ideia do velho Portugal, que sofreu um golpe fatal na batalha de Alcácer Quibir (e veio a perder a
independência). Essa realidade que desapareceu é aqui representada pela sua figura de proa, o rei),
por um destacado membro da nobreza (D. João) e pelo poeta que celebrou a antiga glória do reino e
do império (Camões).

Gramática
1. a) Oração subordinada adverbial causal; b) Oração subordinada substantiva completiva; c) Oração
coordenada adversativa; d) Oração subordinada adverbial consecutiva; e) Oração subordinada
adjetiva relativa restritiva.

Pág. 115
Consolida
1.
a) As expectativas depositadas em D. Sebastião foram frustradas, pois o rei morreu novo e não
cumpriu o desígnio que lhe atribuíram.
b) D. Sebastião morreu em Alcácer Quibir, embora alguns tenham acreditado que ele se teria
escondido ou teria sido feito prisioneiro.
c) As personagens centrais de Frei Luís de Sousa são patrióticas, mas nem todas anseiam pelo
regresso de D. Sebastião: Manuel de Sousa e D. Madalena ficam inquietos com a ideia porque a
associam ao facto de D. João poder estar vivo.

Pág. 118
Educação Literária
1. Nas cenas IV e V, Frei Jorge confirma a D. Manuel de Sousa Coutinho já não haver perigo de
retaliações por parte dos governadores. D. Madalena, já restabelecida e bem-disposta, junta-se aos
demais. No entanto, a sua boa-disposição é passageira, pois fica apreensiva ao saber que o marido
tem de ir a Lisboa, agradecer ao arcebispo, e que Maria tenciona acompanhar o pai para conhecer
Soror Joana. As apreensões aumentam por ser sexta-feira, dia que ela considera fatídico.

Pág. 119
2. D. Madalena quer que Telmo vá com Maria a Lisboa, pois receia ficar sozinha com o velho
escudeiro, como se comprova pelo tom assertivo com que profere a réplica «não o quero cá». De
facto, apesar de se revelar incapaz de apresentar razões convincentes para a sua vontade, o que é
denunciado pelas frases suspensas e pelas repetições («Porque... Maria... Maria não está bem sem
ele – e ele também...»), D. Madalena insiste para que Telmo a acompanhe, uma vez que quer evitar a
repetição das acusações feitas pelo aio (por exemplo, no diálogo da cena II do ato I), não querendo
relembrar as razões da sua angústia: as dúvidas que a assaltam relativamente a D. João.

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3. D. Madalena revela-se muito carinhosa com Maria e zelosa pelo seu bem-estar, procurando que
nada lhe aconteça. Maria, por sua vez, tenta acalmar a mãe; no entanto, sente-se profundamente
abalada com a tristeza que esta deixa transparecer.

Pág. 120
4. A evocação de D. Joana de Castro surge a propósito de Maria a querer conhecer. D. Madalena
admira-a pela força e pela virtude demonstradas na abdicação dos bens e amor terrenos. Não se vê
capaz de tais «perfeições», considerando a atitude dos condes como uma assunção de morte. Poder-
se-á deduzir, das suas palavras, um pressentimento da sua própria desgraça, o estabelecimento de
um paralelo entre a sua situação e a de Soror Joana: a separação do homem que ama.
5. O monólogo de Frei Jorge na cena IX coloca em evidência a sua apreensão face à situação
vivenciada. As suas palavras denunciam que a racionalidade que o caracteriza, bem como a sua
constante rejeição de agouros, são postas em causa pelo ambiente de desgraça que envolve a sua
família, vendo-se ele próprio invadido pelo mesmo. Assim, o seu monólogo constitui mais um forte
indício de um final trágico.
6.1 Aquela sexta-feira é um «dia fatal» para D. Madalena por ter sido precisamente neste dia que:
– casou pela primeira vez (com D. João de Portugal);
– se deu a derrota em Alcácer Quibir, na qual desapareceram D. Sebastião e D. João de Portugal;
– viu pela primeira vez Manuel de Sousa Coutinho, por quem se apaixonou.
6.2 Com estas palavras, Madalena alude à instabilidade:
– do tempo, referindo-se aos ventos e às marés;
– da própria vida (até ao momento aparentemente calma), constituindo um indício das mudanças
que se aproximam.
6.3 A ação localiza-se no dia 4 de agosto de 1599: o dia e o mês são os da batalha de Alcácer Quibir;
a batalha deu-se em 1578; procurou-se D. João durante 7 anos; D. Madalena e Manuel de Sousa
Coutinho estão casados há 14 anos, logo, passaram 21 anos.

Pág. 121
Gramática
1.
a) Complemento indireto; b) Sujeito; c) Complemento direto.
2. A.
2.1 Oração subordinada adverbial condicional.

Escrita
Sugestão de tópicos
Introdução:
– A pintura da autoria de Edvard Munch retrata, de forma muito marcante, a amargurada Separação
de duas personagens (dois amantes?).
Desenvolvimento:
– Descrição da imagem: ambiente natural – um caminho ao longo de uma praia, o mar, um homem
representado em tons escuros, de cabeça inclinada, cara fechada e pesarosa, de olhos fechados; está
de costas para uma figura feminina: uma mulher de cabeça erguida e com os longos cabelos loiros
esvoaçantes, voltada para o mar.
– Comentário crítico: o ambiente melancólico que rodeia as personagens contribui para representar
a dor da separação; note-se a excecional técnica utilizada para criar a ideia de movimento (no cabelo
esvoaçante, as ondas do mar), que permite destacar a dor do homem que, passivamente, assiste ao
afastamento feminino. A personagem feminina parece determinada em «seguir em frente». Os
longos fios de cabelo da mulher flutuam em direção ao homem, prendendo-o, sugerindo a ideia de
que esquecê-la vai ser muito difícil.
Conclusão:

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– A dor da Separação (dos amantes, da família, dos amigos) surge extraordinariamente representada
por Munch, na qual os sentimentos das personagens «saltam» da tela e tocam os nossos corações.

Mensagens ao minuto
A palavra «hoje» repete-se 13 vezes. Este número é particularmente simbólico, porque se associa a
desgraça, a mau augúrio.

Pág. 123
Consolida
1. a) 1; b) 3; c) 4; d) 3; e) 2.
2.1 «Façam»: os criados e o momento do ato enunciativo; «disse»: Manuel e o momento do ato
enunciativo; «aí»: o patim; «aqui»: palácio de Manuel de Sousa Coutinho; «ti»: Jorge.
2.2 «irei» e «depois» (Note-se que, de certo modo, as formas verbais do conjuntivo «façam», «não
apaguem» e «encostem-nos» remetem para um momento ligeiramente posterior ao daquele preciso
ato enunciativo, como é da índole do imperativo.)
2.3 «Madalena!», «Minha querida filha, minha Maria!», «Jorge»: dêixis pessoal.
3.
a) Verdadeira.
b) Falsa. Os deíticos presentes são «Salvem» (deítico pessoal e temporal), «me» (deítico pessoal) e
«aquele» (deítico espacial).
c) Falsa. Estas expressões deíticas indicam, respetivamente, anterioridade e posterioridade
relativamente ao momento da enunciação.
d) Verdadeira.

Pág. 126
Educação Literária
1. Nesta cena é anunciada a chegada de um romeiro, que diz ter um recado e que só o transmitirá a
D. Madalena.
2. Estas cenas localizam-se no conflito da obra, correspondendo ao desenlace do ato II: o Romeiro
conta a D. Madalena que o seu primeiro marido está vivo. Após ser interrogado por Frei Jorge, esta
personagem identifica-se como «Ninguém», apontando para o retrato de D. João de Portugal.
3. Delimitação em dois momentos:
a) diálogo em que o Romeiro revela o local onde viveu durante 20 anos, o seu sofrimento e a perda
da família, tendo apenas um amigo; b) revelações do Romeiro acerca da existência de D. João de
Portugal (o que D. Madalena fica a saber) e a correspondência de ser ele próprio D. João de Portugal
(o que apenas Frei Jorge fica a saber).
Indícios da identidade do peregrino:
c) português; d) cativo da batalha de Alcácer Quibir; e) morou nos Santos Lugares durante 20 anos; f)
todos pensam que está morto; g) perda da família; h) a importância atribuída ao dia de «Hoje».
4. As didascálias espelham o crescendo de emoções de D. Madalena, à medida que o Romeiro vai
fornecendo mais informações. O terror e o sofrimento vão-se apoderando da personagem, como se
pode verificar nas didascálias «aterrada», «na maior ansiedade» e «espavorida».

Pág. 127
5.1 D. Madalena sai precipitadamente da sala, revelando-se profundamente aterrada ao tomar
consciência da sua situação de pecado e da ilegitimidade da filha, cuja debilidade física a preocupa. A
sua saída de cena é anterior à identificação da personagem do Romeiro com o retrato de D. João de
Portugal, impossibilitando-a de um reconhecimento completo acerca de quem é de facto o Romeiro.
6.1 «Ninguém» é um pronome indefinido, logo D. João de Portugal, quando se identifica através
deste vocábulo, anula-se enquanto pessoa, já que não tem existência para os outros: a sua família
construiu, a partir da sua «morte», uma nova estrutura familiar.

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Pág. 128
7. a) O aparecimento do Romeiro.
b) O Romeiro informa que D. João de Portugal está vivo.
c) O duplo reconhecimento: D. Madalena apenas sabe que o primeiro marido está vivo; Frei Jorge
sabe que o Romeiro é D. João de Portugal.
d) A profunda dor de D. Madalena ao ouvir que o primeiro marido está vivo, o que conduzirá à
destruição da sua nova família.

Oralidade
Sugestão de tópicos
Descrição sucinta:
– Curta-metragem, realizada em parceria por Salvador Dalí e Walt Disney, com a banda sonora dos
Pink Floyd, «Time». As personagens encontram-se num deserto, rodeadas de objetos simbólicos
(pirâmide – ligação terra/céu; relógios – passagem do tempo; aves – liberdade; olhos – presença de
outros; dedos apontadores – o Destino…), num cenário surrealista e inesperado.
Comentário crítico:
– A curta-metragem representa a luta humana pela felicidade, limitada por forças superiores, que
vão controlando os seus passos, e pelo fator implacável do tempo. A música confere a ambiência
perfeita ao documento, já que traduz, através do ritmo e das palavras, o conflito homem/tempo
(note-se o tique-taque inicial) na procura da sua felicidade.
Conclusão:
– A temática do Destino está presente no pensamento humano desde sempre. Questionamo-nos
acerca da existência desta força superior e até que ponto podemos desafiá-la através da nossa
resiliência.

Pág. 129
Consolida
1.
a) Verdadeira.
b) Falsa. A família de Manuel de Sousa Coutinho representa o «novo Portugal», porque é a esperança
de ressurgimento da nação portuguesa, que se encontra moribunda e sob domínio estrangeiro.
c) Verdadeira.

Pág. 130
1.1 Sugestão de tópicos
– No quadro de Magritte, observamos duas figuras numa sala que se abre para o exterior.
– Em grande plano, vemos a cabeça e parte do tronco de um homem. Os seus olhos estão fechados e
o rosto quase não tem expressão. O facto de a cabeça estar pintada em tons cinzentos e de não ter
cabelo evoca a imagem de uma máscara. Por cima do ombro esquerdo do homem emerge parte do
rosto (colorido) de uma mulher bonita, que o observa.
– O título permite que interpretemos as duas figuras como um casal. Sugere-se que o amor entre
elas se perdeu (ou que estão desavindas), pois o homem está de costas viradas (literal e
metaforicamente) para a mulher e não comunica com ela, remetendo para o título Ele não fala. A
«máscara» cinzenta do rosto masculino e os olhos fechados representam as ideias de frieza e de
encenação. O espaço fechado contribui para sugerir a tensão que se instalou entre as duas
personagens.

Pág. 134
Educação Literária

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1. a) Espaço claustrofóbico, lugar de introspeção; b) Antecipação do destino do casal, que vai abraçar
a vida espiritual; c) Solenidade que sugere morte; d) Despojamento dos bens materiais; e)
Associação ao sagrado e à Igreja; f) Referência ao ingresso de Manuel de Sousa Coutinho e de
Madalena numa vida religiosa; g) Final de um ciclo de vida de uma família, morte de Maria e nova
existência de Manuel de Sousa Coutinho e de D. Madalena.
2.1 Manuel de Sousa Coutinho sente-se devastado pela situação da filha, responsabilizando-se pelo
que sucedeu e pelo estado em que Maria se encontra: preocupam-no os efeitos da desgraça na sua
frágil saúde e as consequências sociais da sua ilegitimidade.
2.2 A personagem assume ter errado por se ter casado com D. Madalena sem terem a prova cabal da
morte do primeiro marido, apesar de este ter sido procurado durante sete anos (sem sucesso). Não
assume, porém, ter cometido um crime, pois as suas ações foram praticadas agindo de boa-fé e sem
consciência do crime de adultério que, involuntariamente, perpetrava.
3. Como modo de expiar a sua culpa, Manuel de Sousa e Madalena decidiram professar e ingressar
em ordens eclesiásticas, abraçando a vida religiosa. Desta forma, «morrerão» para o mundo.
4. Manuel de Sousa está profundamente preocupado com o destino de Maria por dois motivos: por
um lado, porque o estado de saúde da filha parece agravar-se; por outro, porque, como Maria
nasceu em pecado (fruto de um adultério), está condenada à desonra e à infâmia.
5. Madalena sabe que D. João está vivo, embora não saiba ainda que o Romeiro é o seu primeiro
marido.
6. a) 3; b) 2.

Pág. 135
Gramática
1.1 B.
1.2 C.
2. a) 1; b) 1 e 2.
Escrita
Sugestão de resposta
O estado de espírito da personagem D. Madalena, da peça Frei Luís de Sousa, de Garrett, sofre uma
evolução que é determinada pelos acontecimentos que irrompem em cena. Inicialmente, D.
Madalena vive em estado de permanente inquietação e receio, pois teme que o seu primeiro marido
esteja vivo e regresse. O medo e a tensão interior aumentam quando Manuel de Sousa Coutinho
incendeia o seu palácio, desafiando os governadores, e determina que a família vá residir para o
antigo palácio de D. João. Quando a mãe de Maria sabe que Manuel de Sousa já não é perseguido
pelos agentes do poder político, serena. Contudo, os seus receios ganham fundamento quando um
romeiro a informa de que D. João está vivo, o que leva D. Madalena a um estado de perturbação
extremo, próximo da loucura. No final da peça, perante o desmembramento da família e prestes a
abraçar a vida religiosa, revela-se conformada e aceita o seu destino. Conclui-se, pois, que,
perseguida pelo passado, a personagem não consegue encontrar a serenidade que buscava,
acabando por «abandonar o mundo» para ingressar numa ordem religiosa.

Mensagens ao minuto
− três metáforas: «peregrinação da Terra», «eterna pousada», «o arcanjo das desgraças»;
− metonímia: «Vou com esta mortalha» («mortalha» por hábito);
− antítese: «viva ou morta»;
− apóstrofe: «Jorge»;
− hipérbole: «o vaso cheio das lágrimas».

Pág. 139
Educação Literária
1. C – A – B – G – D – F – E

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2. Inicialmente, o Romeiro procura a confirmação de Telmo quanto às diligências tomadas por D.


Madalena no sentido de o encontrar (ll. 78-85), deixando transparecer uma profunda mágoa por a
sua esposa ter entregado o seu coração a outro. Após Telmo aludir à injustiça deste juízo (l. 83), à
virtude e honra de D. Madalena e de confirmar essas diligências, D. João comunica ao velho
escudeiro a sua «última resolução» de tentar solucionar a situação. Esta decisão afigurou-se a mais
correta na alma do Romeiro, ao descobrir que o casal tinha uma filha, sentindo-se responsável pelo
«mal feito» (l. 114).

Pág. 140
3. D. João pede a Telmo que minta, que diga a todos que «o peregrino era um "impostor"» (l. 88) e
que toda aquela situação era um «grosseiro embuste» (l. 89) criado pelos inimigos de Manuel de
Sousa Coutinho, decidindo desparecer para sempre – «Até ao dia de juízo» (l. 111). Segundo o
Romeiro, tal informação, dita por Telmo, teria «dobrada força» (l. 120). Inicialmente, Telmo rejeita
participar neste plano, por implicar renegar o seu «filho», D. João de Portugal, a quem amava e era
fiel; no entanto, acaba por ceder à vontade do Romeiro, sobretudo pelo amor «maior» pela «outra
filha», Maria.
4. O Romeiro, ao ouvir D. Madalena chamar pelo seu «esposo» (l. 129), por breves instantes fica feliz
e esperançoso, pensando que é a si que ela se dirige, e sente-se tentado a abrir-lhe a porta. Porém,
quando D. Madalena nomeia «Manuel», chamando-lhe «meu amor» (l. 137), fica furioso e
destroçado, dirigindo-se para a porta; contudo, cai em si e, resignado, reafirma a sua decisão, saindo
«com violência» de cena (l. 140).
5. D. João de Portugal encerra em si as virtudes do cavaleiro cristão: mostra amor pelo seu rei e pela
sua pátria, combate contra os inimigos da fé, pela qual coloca em risco a sua vida, sujeitando-se a
maus-tratos, privações, distância e «saudades» da esposa durante «vinte anos». Revela generosidade
e grandeza de alma ao não querer «desonrar a sua viúva» (l. 119), preferindo, apesar de sentir
frustração e mágoa pela perda da sua esposa, passar por «impostor», apagando-se voluntariamente,
para tentar remediar o problema que o seu regresso gerou.

Gramática
1. a) modificador do nome restritivo; b) complemento do nome; c) complemento oblíquo; d)
complemento do adjetivo.
2. a) 2 – vii; b) 2 – iv; c) 3 – vi; d) 1 – ii; e) 1 – iii; f) 2 – v; g) 1 – i; h) 1 e 3 – viii.

Pág. 142
Educação Literária
1. Ambos pretendem evitar a desgraça da família. D. Madalena tenta, em vão, convencer Manuel de
Sousa de que as palavras do Romeiro poderão ser falsas. Telmo tenta, em vão, convencer Frei Jorge a
ignorar a presença e as palavras do Romeiro, a pedido deste último.
2. O conflito interior vivido por Manuel de Sousa nesta cena deve-se ao amor e à ternura que ainda
sente por D. Madalena, e à sua racionalidade, que o obriga à separação e ao ingresso na vida
religiosa.
3. A função do Coro é reforçar o apelo de D. Madalena a Deus; a voz desta personagem coletiva
funciona como eco das palavras da personagem feminina.
4. Inicialmente, D. Madalena revolta-se contra os desígnios do Destino, que traçam a separação do
marido e a destruição da família. Para ela, a existência de D. João de Portugal é apenas uma
suposição que deverá ser questionada. Em seguida, perante a firmeza do marido e do seu cunhado,
apercebe-se de que não existe outra solução e aceita a separação e a entrega a Deus, resignando-se
ao inexorável e implacável Destino.
5. Estas cenas preparam a catástrofe que se aproxima abruptamente, na medida em que todas as
personagens se posicionam para o fim trágico: Telmo retira-se de cena, sem conseguir evitar o fim
funesto da família e, sobretudo, da «sua» Maria; Frei Jorge, voz da razão e da lei de Deus, não aceita

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nem encobre a situação de adultério; o casal conforma-se com a separação e entrega-se à vida
religiosa; D. Madalena até a filha «dá» a Deus, numa morte anunciada de Maria.

Pág. 143
Ponto de partida
1. Tópicos:
• D. Manuel e D. Madalena envergam vestes brancas porque se preparam para ingressar na vida
religiosa; abraçam a sua filha Maria sob o olhar de Frei Jorge e de outros religiosos.
• Pais e filha revelam o grande amor que sentem e o abraço tem o valor de uma despedida dolorosa.
As figuras religiosas, que olham com tristeza, aludem à vida religiosa em que D. Manuel e D.
Madalena vão ingressar.

Pág. 144
Educação Literária
1. O espaço que se revela, quando uma cortina se afasta, é o de uma igreja que comunica com o
palácio; nele encontramos vários religiosos, além de paramentos litúrgicos. As personagens passam,
assim, do espaço profano ao sagrado.
2. A expressão do Prior refere-se ao facto de Manuel e D. Madalena estarem prestes a abdicar da
vida que tinham, dos seus bens e títulos, para ingressarem em ordens religiosas. Mudarão de nome e
abandonarão a existência profana para professarem.
3. O ambiente da cena X tem a solenidade e a serenidade que se espera de uma cerimónia religiosa:
a música do órgão e os cânticos contribuem para essa gravidade. A entrada tempestuosa de Maria
em cena vem perturbara calma que se vivia e que se transforma em «confusão geral».
4.1 Maria tenta demover os pais da resolução extrema que estão a tomar («levantai-vos, vinde», l.
19), dirigindo a sua dolorosa revolta contra a falta de humanidade de um Deus que lhe rouba os seus
legítimos pais («Que Deus é esse que […] quer roubar o pai e a mãe a sua filha?», l. 25). Desafia as
normas dominantes, ao pedir aos pais que mintam, afirmando não se importar «com o outro» (l. 27),
que veio dizer que ela era «filha do crime e do pecado» (ll. 40-41). Em suma, para Maria, o valor da
família é superior aos valores sociais e religiosos, contra os quais dirige todo o seu discurso.
5.1 Maria revela à mãe o conteúdo das visões que a não deixavam dormir: o anjo que surgia com
uma espada em chamas na mão e a atravessava entre ela e a mãe. A espada atravessada entre a
família indicia a separação, e o facto de estar em chamas, significa a destruição.

Pág. 145
6. O Romeiro, ao ver o sofrimento que causou naquela família e a desgraça que se aproxima, pede a
Telmo que intervenha para «salvar» Maria e os seus pais. Revelando nobres sentimentos, D. João,
que antes ansiava por vingança, arrepende-se e quer agora que a tragédia não se abata sobre a nova
família de D. Madalena.
7.1 Em Frei Luís de Sousa, assistimos a «um duplo e tremendo suicídio», quando Manuel de Sousa
Coutinho e D. Madalena decidem abandonar voluntariamente o mundo profano («morte» para o
mundo), para se entregarem à religião, procurando deste modo restabelecer a ordem divina.

Escrita
Sugestão de tópicos:
– A obra Sem futuro, de Banksy, ilustra o facto de certos jovens poderem ter o seu futuro
comprometido por motivos de ordem económica, social e até climática.
– Os jovens pobres de nações em vias de desenvolvimento veem o seu futuro ameaçado (baixos
índices económicos dos seus países não dão esperança aos mais necessitados de sair do ciclo de
pobreza em que se encontram, como sucede em países da África e da Ásia).
– A geração mais nova de países que enfrentam guerras ou vivem sob governos ditatoriais pode não
vir a ter um futuro com as

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condições desejáveis (privada da segurança, da liberdade e até dos meios económicos essenciais), tal
como sucede a muitos jovens.
– Em conclusão, os jovens de certas regiões do planeta enfrentarão ameaças económicas, políticas e
militares na idade adulta. Contudo, o grave problema climático com que o planeta se debate põe em
perigo o porvir de todos os jovens do planeta.

Pág. 149
1. A família é a protagonista desta tragédia: uma família que se ama e vive em aparente harmonia.
Telmo Pais, o fiel escudeiro, repreende D. Madalena pela sua única desobediência: o casamento em
segundas núpcias com Manuel de Sousa Coutinho. Telmo vive um dilema, um conflito interior, entre
a lealdade ao seu antigo amo, D. João de Portugal, e a Maria, a quem se afeiçoou. Manuel de Sousa
Coutinho e Frei Jorge têm um amor fraternal que ampara e protege sempre; é nítida também a
ternura entre Frei Jorge e a sobrinha Maria. D. João de Portugal, o romeiro, vai ser o antagonista que
vem quebrar a harmonia familiar e conduzir à sua destruição.

Pág. 151
1.1 Hipótese de resposta
– A nobreza de caráter, associada a valores como a coragem, o despojamento dos bens materiais e a
firmeza, no caso de Manuel de Sousa Coutinho, e a resiliência, o espírito de sacrifício e a lealdade, no
caso da população de Lisboa.
– O patriotismo, evidente no facto de Manuel de Sousa Coutinho incendiar o seu palácio, numa clara
censura aos governantes ao serviço do rei espanhol, no excerto de Frei Luís de Sousa, e na resistência
heroica ao cerco, apesar das duras condições e do sofrimento extremo, no caso da população de
Lisboa.
2.1 Hipótese de resposta
– Manuel de Sousa Coutinho considera que «um homem [português] de honra e coração» tem o
dever de resistir à tirania castelhana, criticando a apatia do povo face à ocupação castelhana. Deste
modo, com a ação de incendiar o palácio, pretende abanar e «iluminar» consciências adormecidas,
em defesa da independência e da liberdade de Portugal.
– O narrador destaca o sofrimento por que o povo português teve de passar aquando do cerco
castelhano, bem como a sua capacidade de superação, considerando-os inigualáveis e salientando
que as gerações futuras, de que ele faz parte, são afortunadas, pois não têm de sofrer de «taes
padecimentos».
3. A.

Pág. 152
2.1 B.
2.2 A.
2.3 A.
2.4 C.
2.5 C.
2.6 B.
3. a) Os intervenientes apresentam, à vez, os seus argumentos, que vão ser contestados pelos
intervenientes seguintes, através de contra-argumentos. Por exemplo, a primeira interveniente
argumenta que Portugal é sistemicamente racista, o que é contra-argumentado pelo segundo
interveniente, com o facto de Portugal ter um governo plurirracial.
b) Os moderadores organizam e dirigem o debate, lançam as questões, dão a palavra aos
intervenientes, regulam o tempo das intervenções, entre outros aspetos.
c) Todos os intervenientes cooperam no desenvolvimento do debate, intervindo na sua vez,
defendendo as suas ideias e respeitando as opiniões alheias, de uma forma educada e cortês.

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d) Os recursos não verbais acentuam expressivamente as opiniões dos intervenientes: os gestos, o


olhar, o silêncio, a pausa e o tom de voz são também, de certa forma, «armas» argumentativas.

Pág. 155
Leitura | Gramática
1.1 D.
1.2 A.
1.3 A.
1.4 B.
1.5 B.
1.6 C.
1.7 D.

Pág. 157
1.1 Tópicos de resposta
Informação explícita: imagem –
várias pessoas de continentes diferentes lançam drones que se vão juntar no céu, formando,
primeiro, uma pomba (símbolo da paz) e, depois, uma vela envolta em arame farpado (símbolo da
Amnistia Internacional); poema – primeiramente, eram poucos a pedir justiça, muitos se foram
juntando e agora são milhões em todo o mundo a lutar pelos Direitos Humanos.
Informação implícita: a ação individual desencadeia a reação de muitos; entende-se, assim, o apelo
final dirigido a cada um de nós – «Precisamos de ti agora para ecoar os seus nomes» – isto é, para
levar a justiça a quem dela necessita.

Pág. 160
1. B.
2. C.
3. D.
4. A.
5. B.
6. a) 3; b) 5; c) 1: d) 6; e) 2; f) 4.

Pág. 162
Grupo I
A
1. D. Madalena está inquieta não só porque viu o palácio onde residia ser destruído por um incêndio,
como também porque vive receosa de que algum mal se abata sobre a sua família, identificando
prenúncios de que tal poderá suceder, como a destruição do retrato do marido. Maria, que crê ter
intuições sobre o que se passa à sua volta, também está inquieta porque pressente, pelos «agouros»
que identifica, que «uma desgraça» pode «cair» sobre a família.
2. Na frase final de Telmo, a personagem lamenta o facto de não ter antes admirado e estimado
Manuel de Sousa Coutinho como este merecia. O acontecimento que levou o velho aio a ganhar
admiração pelo novo amo foi o ato corajoso de Sousa Coutinho ao incendiar o seu próprio palácio
para manifestar o seu patriotismo e afrontar os agentes do domínio espanhol em Portugal.
3. a) 3; b) 2.

Pág. 163
B
4. Após chegar a casa, vinda da Igreja, e depois de constatar que Inês não tinha cumprido a tarefa
que lhe fora delegada, a Mãe repreende-a, ironicamente. Assim, evidenciam-se as características da

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personagem feminina, como a indolência e a rebeldia, quer ao não cumprir a tarefa, quer ao recusar
o trabalho doméstico que considera uma obrigação que lhe tira a liberdade.
5. Ao longo do diálogo, Inês evidencia o desejo de casar e rapidamente, associando o casamento à
liberdade e ao «prazer». Porém, a Mãe, enquanto voz da razão e da experiência, recorre à sabedoria
popular para aconselhar Inês a não se precipitar, porque, quando menos esperar, o casamento
acontecerá.
6. B.
C
7. Sugestão de indícios trágicos:
– Estrategicamente colocados no início, os versos do episódio de Inês de Castro, de Os Lusíadas, de
Luís de Camões, pressagiam o fim trágico do amor entre D. Madalena e Manuel de Sousa,
personagens do texto dramático, que está a principiar, tendo em conta o desfecho funesto de Inês.
– O Sebastianismo: a crença no regresso do rei / a crença de Telmo no regresso de D. João de
Portugal (duplo de D. Sebastião), que se vai concretizar, levando à destruição da família.
– O retrato de Manuel de Sousa que é consumido pelas chamas, no final do ato I, pressagiando a sua
morte simbólica e também a da sua esposa (tomada de hábito).
– No início do ato II, a mudança para o palácio de D. João de Portugal, prenúncio de desgraça, que se
veio a materializar com a chegada do Romeiro.
– O dia, sexta-feira, dia aziago, que deixa D. Madalena aterrorizada e que vem a ser avassalador para
toda a família.
– A situação dos condes de Vimioso, que D. Madalena, ironicamente, crê ser tão diferente da do
casal…

Pág. 164
Grupo II
1. A.
2. C.
3. C.
4. B.
5. D.
6. A.
7. C.

Pág. 165
Grupo III
Sugestão de resposta:
Neste cartoon de Gurbuz Dogan Eksiogl, observamos uma família num arame em tensão a uma
altura bastante considerável. O pai vai em primeiro lugar com uma vara, cujo propósito é
proporcionar um melhor equilíbrio para todos; a esposa e o filho pequeno seguem-no, todos
agarrados uns aos outros. Há escadas de um lado e doutro do arame, que parecem, porém, pouco
seguras.
Esta imagem faz-nos refletir sobre a fragilidade que a instituição família pode ter em vários
contextos. Efetivamente, a uma escala global, podemos pensar nas famílias desalojadas e refugiadas,
que pouca segurança ou comodidade têm. Além desses casos, as famílias que vivem em países com
situações de guerra ou conflitos armados, com medo de represálias fatais, vivem sempre no
«arame», correndo constantemente risco de vida. A nível nacional e local, as famílias social e
economicamente fragilizadas atravessam o «arame» da contabilidade de todos os meses, sempre
com a ameaça de escorregar. Por outro lado, todas as famílias correm o risco de se desmoronar com
a separação dos elementos do relacionamento amoroso, pelas mais diversas razões.

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Em conclusão, podemos afirmar que a família, como todos os relacionamentos humanos, nunca é
um bem garantido para sempre, devemos preservar e apoiar esta instituição, que pode assumir
vários contornos, mas que é sempre o nosso refúgio.

Unidade 3 – Camilo Castelo Branco, Amor de perdição


Pág. 171
2.1 C.
2.2 D.
2.3 A.
2.4 B.
2.5 A.
2.6 C.

Pág. 172
Consolida
1.
a) Verdadeira.
b) Falsa. O sucesso de Amor de perdição deveu-se ao ritmo rápido da narração e aos diálogos
concisos.
c) Falsa. O sentimentalismo e a expressão do amor contribuíram para o êxito da novela.
Pág. 175
Ponto de partida
1. Sugestão de tópicos
– A descoberta de uma carta sobre um amor proibido em 1965.
– Ficam no ar várias hipóteses: o facto de a personagem feminina ser casada; um desencontro dos
amantes; um acidente…
– Há histórias de amor que, pela sua intensidade ou pelo facto de terem sido de alguma forma
interrompidas, merecem uma segunda oportunidade.

Pág. 176
Educação Literária
1. a) Camilo Castelo Branco, Simão António Botelho, tio paterno.
b) Cadeia da Relação do Porto.
c) «adornar-lhe a memória como recompensa das suas trágicas e afrontosas dores em vida», através
da escrita de um «romance»; quinze dias.
2.1 Embora o narrador aluda também ao «leitor», o narratário é a «minha leitora», caracterizada
como uma figura feminina, bondosa, («a criatura mais bem formada das branduras da piedade», ll.
40-41) e solidária com os desafortunados («amiga de todos os infelizes», ll. 42-43). O narrador
procura, assim, a sua empatia relativamente à personagem principal, pretendendo envolvê-lo como
aliado naquela «triste» história e que assuma, em última instância, a mesma posição de compaixão
do narrador.
3. a) Simão António Botelho; b) solteiro; c) estudante na Universidade de Coimbra; d) Lisboa; e) 18
anos; f) Domingos José Correia Botelho e Rita Preciosa Caldeirão Castelo Branco.

Pág. 177
4. «Amou, perdeu-se, e morreu amando.» resume a estrutura tripartida da história de amor.
Introdução – Simão «amou» e foi correspondido; Desenvolvimento – foi protagonista de um ato
terrível e «perdeu-se» por amor; Conclusão – «e morreu amando», também por amor se deixando
morrer.
5. a) 2 – «Desde menino, ouvia eu contar a triste história de meu tio paterno Simão António
Botelho.» (ll. 1-2).

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b) 1 – «como se em minha alçada estivesse adornar-lhe a memória, como recompensa das suas
trágicas e afrontosas dores em vida tão breve» (ll. 6-8); «Escrevi o romance em quinze dias» (l. 11).
6. O paralelismo entre a situação de Simão Botelho e o narrador-autor é visível no encarceramento,
por «amor», na Cadeia da Relação do Porto; na chamada de atenção feita pelo narrador para a
injustiça da condenação do seu tio, sugerindo a injustiça da sua própria condenação e da de Ana
Plácido («E degredado da pátria, do amor e da família! Nunca mais o céu de Portugal, nem liberdade,
nem irmãos, nem mãe, nem reabilitação, nem dignidade, nem um amigo!… É triste!», ll. 34-36); e no
apelo à comiseração do público-leitor para a história que narra e, igualmente, para a sua própria
história («Escrevi o romance em quinze dias, os mais atormentados de minha vida», l. 11).

Gramática
1. Por exemplo: a) «me»; b)«eu»; c) «aqui»; d) «desde já».

Pág. 178
Consolida
1. a) credível; b) fontes; c) simpatia; d) caso jurídico.

Pág. 180
Educação Literária
1. a) Caldeirões; b) Rita Teresa Margarida Preciosa da Veiga Caldeirão Castelo Branco; c) Fernão
Botelho; d) «brocas»; e) «doutor Bexiga»; f) Simão; g) Rita.
2. Fisicamente, o pai de Simão é muito feio, ao passo que a mãe é lindíssima; psicologicamente, ele
não é muito inteligente («Os dotes de espírito não o recomendavam também», l. 11), subjugando-se
a D. Rita no seu matrimónio. Ela é arrogante e autoritária para com o marido («A dama do Paço não
foi ditosa com o marido.», l. 29). Socialmente, ele provém da fidalguia provinciana; ela, da
aristocracia lisboeta.
3. A metáfora/personificação de «o espelho» ser «o intriguista» que o atormentava põe em
evidência o facto de Domingos Botelho ter noção da sua fealdade, o que o colocava num plano
desigual no matrimónio, inseguro e submisso aos caprichos de D. Rita Preciosa.

Pág. 181
4. O contraste entre Lisboa e a província é apresentado pelos olhos de D. Rita, dama do Paço. A
«província» surge como um espaço rural atrasado, onde persistem os valores tradicionais: «A [liteira]
dos Correias de Mesquita era a mais antiquada no feitio, e as librés dos criados as mais surradas e
traçadas que figuravam na comitiva.» (ll. 40-42); «– Em que século?! O século tanto é dezoito aqui
como em Lisboa. – Ah! sim? Cuidei que o tempo parara aqui no século doze…» (ll. 48-49); «Dizia ela
depois, que os fidalgos de Vila Real eram muito menos limpos que os carvoeiros de Lisboa.» (ll. 53-
54).
4.1 A ironia está ao serviço da explicitação desse contraste. O atraso rural português e a decadência
da nobreza provinciana são apresentados de forma irónica e trocista.
5. Por exemplo:
– «o epíteto de “brocas” com que ainda hoje os seus descendentes em Vila Real são conhecidos» (ll.
12-13);
– «o mais novo do préstito, que ainda vivia há doze anos, me dissesse a mim» (ll. 59-60).
6. O narrador, relativamente à presença, é heterodiegético, pois não participa na história, narrando
na terceira pessoa («A dama do Paço não foi ditosa com o marido.», l. 29). Quanto à ciência, é
omnisciente, tendo conhecimento total da ação e do pensamento das personagens («Inquietava-o o
ciúme», l. 71). Quanto à posição, é um narrador subjetivo, por comentar os acontecimentos e tomar
partido sobre o que narra («não será estranha figura dizer que a luneta de Rita Preciosa era a mais
vigilante sentinela da sua virtude», ll. 66-68).

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Gramática
1. e 1.1 a) Oração subordinada substantiva completiva (complemento direto); b) Oração subordinada
adjetiva relativa explicativa (modificador do nome apositivo).
2. Pronomes pessoais.
2.1 «la» e «ela» referem-se a «D. Rita»; «o» refere-se a «O mais audacioso [dos primos]».

Pág. 182
Ponto de partida
1.1 As quatro irmãs não pretendem corresponder às expectativas que a sociedade e a família têm
para o seu futuro: casar, viver sob o domínio de um homem e limitar-se a desempenhar o papel de
esposas. Elas pretendem ultrapassar as limitações da condição de mulheres do século XIX, escolher o
seu caminho e seguir a sua vocação: uma deseja ser pintora; outra, escritora; outra ainda, atriz.

Pág. 185
Educação Literária
1. Teresa tinha assegurado ao pai que não continuaria a amar Simão. No entanto, na primeira frase, o
narrador dá conta de que Teresa não cumprirá a promessa, que tinha feito por necessidade e astúcia,
pois não se pode comandar o coração.
2. Teresa é uma personagem que não corresponde ao padrão das jovens fidalgas do seu tempo: é
determinada (pretende traçar o seu destino e decidir com quem casar), astuta e segura de si; tem
caráter e não quer ser dominada por uma figura masculina.
3. Tadeu ameaça que encerrará Teresa num convento se esta não casar com Baltasar e continuar a
amar Simão Botelho: Morrerás num convento!» (l. 64).
4. Com esta afirmação, Tadeu pretende justificar a decisão de casar a filha com Baltasar, sem o
acordo desta. O contraste expresso pela antítese sugere que, com esta imposição prepotente,
pretendia garantir a felicidade da filha, que não teria ainda a lucidez para escolher o caminho certo
para a sua vida: o ato violento seria um gesto de amor paternal.
5. As cartas são o meio de comunicação encontrado por Teresa e Simão para darem notícias um ao
outro. Mas servem também para expressarem o que sentem, para alimentarem o seu amor e para
acertarem os passos que vão dar para o proteger.
6. Ao ler a carta, Simão fica, inicialmente, encolerizado ao ter conhecimento do modo como Baltasar
se dirigiu a Teresa. Decidiu ir a casa do fidalgo de Castro Daire para o «apunhalar». Num segundo
momento, sobreveio a serenidade e o bom senso e temperou a sua impulsividade.

Gramática
1. a) 3; b) 4; c) 5; d) 2; e) 1.
1.1
a) Derivação por prefixação.
b) Derivação por sufixação.
c) Derivação por prefixação.
d) Derivação por sufixação.
e) Derivação parassintética.

Pág. 186
2. a) 1; b) 1 e 3; c) 1; d) 3; e) 2; f) 1, 2
e 3; g) 1.

Escrita
Sugestão de tópicos:
– O diálogo entre pais e filhos é essencial para uma convivência sã entre os membros de uma família.

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– O diálogo promove a confiança entre pais e filhos (ex.: escolha de comportamentos sãos e
construtivos, e não de comportamentos de risco), e desenvolve os laços afetivos entre os indivíduos
de duas gerações (ex.: a família como porto de abrigo para desabafar e proteger).
– Pode relacionar-se a BD com o capítulo IV de Amor de perdição, por exemplo, pela falta de diálogo
existente em ambos os casos – entre mãe e filho, na BD, e entre Tadeu e Teresa –, pela importância
de nos ouvirmos uns aos outros e podermos dizer abertamente o que pensamos – Jeremy tem ideias
que não revela à mãe e a Teresa não é dado o direito de exprimir o que sente, devido à repressão
paterna.
– Por falta de tempo ou de vontade, os pais dialogam menos com os filhos, o que poderá conduzir a
um afastamento progressivo entre eles. É fundamental promover hábitos de diálogo desde a
infância, para que essa prática se torne numa rotina saudável e reconfortante entre os membros da
família.

Pág. 187
Consolida
1.
a) Verdadeira.
b) Falsa. Os pais de Simão e de Teresa defendem uma sociedade hierarquizada, com classes sociais, e
em que a figura patriarcal se impõe na família.
c) Verdadeira.

Pág. 190
Consolida
1. a) Princípio da não contradição.
b) Princípio da relevância.
c) Princípio da não tautologia.
2.1 a) «ser, por um lado, uma simples peça dinâmica da intriga».
b) «por outro, surgir, […], como elemento contrastante de Simão».
d) «cujas qualidades e simpatia avultam neste jogo de oposições intencionais.»
3. a) 3; b) 5; c) 1; d) 2; e) 4.

Pág. 191
Ponto de partida
Sugestão de tópicos
– Os tipos de prisão: física, psicológica, discriminações de vária ordem…
– Consequências no ser humano: solidão, esquecimento, depressão, desejo de ser de outra forma,
de ser alguém diferente…
– Formas de lhe escapar: pelo pensamento, através de várias expressões artísticas (escrita, pintura…).

Pág. 194
Educação Literária
1. D – A – F – C – E – B – G.
2. Críticas presentes no excerto que contribuem para a crónica de costumes da época são, por
exemplo, o comportamento do padre João, que tenta namoriscar Mariana, tendo o dever de
celibato; os vícios do vinho e do tabaco, que a prioresa aparenta ter; os roubos dentro da instituição,
que deveria ser local de comportamento irrepreensível; o ciúme da prioresa pela atenção que o
padre dá a Mariana, atitude contrária à de uma religiosa.
3. Este é o único momento em que as duas personagens femininas «rivais» se encontram. O seu
diálogo é simultaneamente contido, reservado e muito emotivo. Têm origem social bem diferente,
porém estão unidas pelo sentimento amoroso que nutrem por Simão e ambas têm o objetivo de o

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proteger dos outros e de si mesmo. A sua conduta pauta-se pela determinação, pela honra, pela
abnegação por amor. Em tudo são heroínas românticas.

Gramática
1. a) Oração subordinada adverbial causal.
b) Oração coordenada copulativa.
c) Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
2.1 D.
2.2 C.
2.3 A.
3. a) Princípio da não contradição.
b) Princípio da relevância.
c) Princípio da não tautologia.

Pág. 197
Educação Literária
1. Simão Botelho é um «herói romântico» por se destacar na busca do amor absoluto configurado
em Teresa («Eras a minha vida», l. 57); apresenta uma força anímica na superação das barreiras, pois
quer afastar Baltasar do caminho («– Sempre este primo Baltasar cavando a sua sepultura e a minha!
…,» ll. 7-8); age sozinho e regido por valores próprios («hei de fazer o que a honra e o coração me
aconselharem», l. 50); centra-se em si mesmo, é egocêntrico («Poderia viver com a paixão infeliz;
mas este rancor sem vingança é um inferno.», l. 60).
2. O discurso de Mariana está pleno de presságios negativos («– É a última vez que ponho a mesa ao
senhor Simão em minha casa!», ll. 79-80; «– Até ao Juízo Final…», l. 96). As suas atitudes também
evidenciam esses presságios, pois fica atenta aos passos de Simão, apercebendo-se da sua saída.
Posteriormente, chora e reza por ele («ajoelhou orando com o fervor das lágrimas», l. 99),
antecipando uma desgraça iminente.
3. O discurso de João da Cruz é representativo do estilo e da linguagem camilianos. Concretiza a
estratégia camiliana de reproduzir diálogos espontâneos e vivos e de introduzir várias vozes no
decorrer da narrativa – neste caso, a voz de um homem rude do povo –, pelo que apresenta um
léxico popular («que o levem trinta milhões de diabos!», ll. 9-10), provérbios («D’hora a hora Deus
melhora.», l. 11), imagens («Mulheres há tantas como a praga, e são como as rãs do charco, que
mergulha uma, e aparecem quatro à tona d’água», ll. 33-34) e metáforas («quatro homens, que são
quatro dragões», l. 42).
4. a) 2; b) 3; c) 1; d) 2.

Mensagens ao minuto
verdadeiro; absoluto; ideal;
transformador; fatal; conflituoso;
avassalador; sofredor.

Pág. 198
Ponto de partida
1. A rivalidade entre grupos/famílias, por vezes, alimenta-se de questões mesquinhas ou de
preconceitos étnicos, económicos ou ainda de mal-entendidos por resolver. Apesar de poder ser
contrariado perante posturas rivais, o amor, se for sólido e verdadeiro, tudo vence.

Pág. 200
Educação Literária
1. Há, simultaneamente, uma relação de semelhança e de contraste entre a descrição da alvorada e
o estado de espírito de Simão, impregnado de ódio a Baltasar. Primeiramente, a natureza apresenta

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cores associadas ao fogo (o horizonte «escarlate», l. 13; «A púrpura da aurora, como lavareda
enorme», ll. 13-14), que espelham o ódio e a violência latente em Simão. Posteriormente, o dia
acorda «alvacento» (l. 13), pleno de «partículas de luz» (l. 14), exibindo «as maravilhas do repontar
dum dia estivo» (ll. 16-17), em tudo diferente dos sentimentos do protagonista.
2. A fala de Simão dirigida a Teresa antecipa o seu ato de violência contra Baltasar. É como se a
quisesse preparar quer para aceitar a sua atitude radical («Leve a sua cruz, sem amaldiçoar a
violência», ll. 87-88) quer para se resignar com a separação inevitável («– Sofra com resignação, da
qual eu lhe estou dando um exemplo.», ll. 86-87).

Pág. 201
3.1 O diálogo aceso e tenso entre Simão e Baltasar traduz-se no vocabulário mobilizado pertencente
ao campo lexical do domínio conceptual de «insulto» («infame», «assassino», «parvo», «patife»), na
alternância entre o tratamento por «vós» e «tu» («sua senhoria», l. 85; «tu podes», l. 97),
salientando a pretensa superioridade de Baltasar, e nas frases exclamativas e interrogativas («–
Infame… eu! E porquê?», l. 81; «– Infame, e infame assassino!», l. 82).
3.2 O diálogo entre os dois rivais é conciso e vivo, proporcionando um avançar rápido da ação.
4. Simão admite estar perdido há muito, desde que se apercebeu da impossibilidade de viver o seu
amor com Teresa. Sente-se ferido na sua honra e não suporta que outro, no caso Baltasar, desfrute
da presença da sua amada. Simão escolheu «perder-se» por amor.
5. A.

Oralidade
Sugestão de tópicos
– Este cartoon apresenta uma algema fechada, em círculo, e outra aberta, em forma de coração,
sobre um fundo de tons avermelhados.
– Apesar da sua simplicidade, o cartoon exibe uma forte carga simbólica, nomeadamente a
aproximação entre o amor e a liberdade, que podemos observar a vários níveis – quem ama não
oprime; quem ama é sempre livre; quem ama liberta…
– Relação de semelhança: Simão escolhe perder-se, ser preso, assumir o seu ato extremo; na sua
prisão, terá sempre a liberdade do amor que sente por Teresa.
– Este cartoon é pertinente nos dias de hoje, pois, muitas vezes, o amor ainda é visto como posse do
outro.

Pág. 202
Consolida
1. Por exemplo: egocentrismo, fatalidade e sentimentalismo.
2. a) No capítulo IV, quando se encontra secretamente com Teresa e, no capítulo X, quando recusa
fugir com a ajuda de João da Cruz e do meirinho.
b) No capítulo IV, vai de Coimbra a Viseu apenas para ver Teresa e, no capítulo X, mata Baltasar por
amor a Teresa.
c) Na conclusão, encontra-se num estado de desânimo profundo que antecipa a morte.

Pág. 203
Ponto de partida
1. O sujeito poético dirige-se a uma pessoa com quem teve uma relação amorosa; a relação entre os
dois terminou; nesta última carta, o sujeito poético afirma querer saber se a pessoa que amou ainda
nutre o mesmo sentimento e se ainda pensa no amor que antes os uniu.

Pág. 206
Educação Literária

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1.1 a) Simão vela no camarote do navio; b) O jovem lê a última carta de Teresa; c) Simão passa os
primeiros dias de viagem enfermo e a alucinar; d) Simão fica entre a vida e a morte e acaba por
falecer; e) O corpo de Simão é lançado à água e Mariana suicida-se, atirando-se ao mar.
2. A carta que Teresa envia a Simão serve de despedida, pois são as últimas palavras que ela lhe
dirige. Simultaneamente, serve para recordar o amor entre ambos e os seus planos, e ainda para
formular uma mensagem de esperança.

Pág. 207
2.1 Na carta de Teresa, estão presentes marcas da tragédia na expressão do sofrimento num amor
fatal e da sua tristeza, bem como a antecipação de uma morte prematura, que se avizinha. A
esperança reside no facto de Teresa acreditar que Simão e ela se encontrarão no Céu, onde poderão
viver o seu amor e ser felizes.
3. a) 3; b) 2.
4. Com esta frase, Simão dá conta de que tem consciência não só do sofrimento que causou a várias
pessoas (Teresa, Mariana, João da Cruz…) como também de ter levado alguns destes entes queridos
à morte.
5. Mariana encontra na morte a concretização do seu amor por Simão, abraçando o corpo deste para
a eternidade, como se o destino lhe reservasse essa graça no final, atirando-lhe para os braços o
corpo do seu amado («que uma onda lhe atirou aos braços», l. 150).
6. Para que a ação da novela seja verosímil, as cartas tiveram de ser recolhidas das águas do oceano.
De outro modo, não seria credível que o autor as estivesse a transcrever na sua narrativa, simulando
que teve acesso a elas.
7. Na frase final, o narrador informa o leitor de que Manuel, irmão de Simão, era o pai do autor do
romance. Assim se reforça a ideia da relação de parentesco entre a figura do autor e personagens da
novela, como Simão, Manuel e Rita.

Gramática
1. a) Complemento do adjetivo.
b) Sujeito simples.
c) Complemento direto.
d) Modificador do nome apositivo.

Pág. 208
2.1 B.
2.2 B.
3. a) Oração subordinada adjetiva relativa explicativa; b) Oração subordinada substantiva completiva;
c) Oração subordinada adverbial condicional; d) Oração subordinada adverbial comparativa.

Escrita
Sugestão de tópicos
Introdução:
− O enredo de Amor de perdição questiona valores e tradições do Portugal do final do Antigo Regime
que indiciam uma transformação social já em curso.
Desenvolvimento:
− Uma sociedade fortemente hierarquizada em classes, mas em que os privilégios dos fidalgos (as
famílias Botelho e Albuquerque) são questionados pelas ideias de igualdade do Liberalismo, que
Simão defende.
− A tradição do poder patriarcal legitima que o pai tome decisões sobre a vida dos demais membros
da família, tradição contestada por Teresa, que recusa que o pai decida com quem ela deve casar.
− A ideia de que a justiça se aplicava de modo desigual e protegia os membros da nobreza é
questionada quando Simão aceitar ser

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julgado como qualquer homem do povo.


Conclusão:
− Ainda que a ação da obra se desenrole no final do Antigo Regime, nela se encontram já sinais de
mudança social para o Portugal moderno, que triunfa com o Liberalismo.

Mensagens ao minuto
tristeza/sofrimento; espanto/confusão; indiferença/passividade; desdém/desprezo;
comoção/súplica; amor/carinho/paixão; surpresa/perplexidade; alívio/desafogo; felicidade/alegria;
irritação/ fúria.

Pág. 211
Consolida
1. Sugestão de respostas
a) Amor e perdição: Teresa e Mariana amam Simão, mas ele só ama Teresa.
b) Amor impossível: as famílias Botelho e Albuquerque nunca vão permitir a concretização do amor
entre Simão e Teresa.
c) Os adjuvantes: João da Cruz e Mariana ajudam o par amoroso, Simão e Teresa.

Pág. 213
1. O principal objetivo da carta de Simão é explicar a Teresa que não conseguirá suportar o degredo,
reafirmando o seu amor por ela («Ver-nos-emos?», l. 7). No final, deixa o seu conselho à amada:
renunciar ao amor que os une e ser feliz ou aceitar a morte. Por seu lado, o propósito da carta de
Carlos é confessar a Joaninha que lhe mentiu quando disse que a amava e justificar os seus atos,
narrando a sua experiência em Inglaterra.
2. O amor de Simão caracteriza-se pela entrega exclusiva e total, pois o jovem não concebe viver no
degredo, longe da amada. É também um amor altruísta, visto que se preocupa com o destino de
Teresa. Já Carlos vive o amor de forma mais leviana, sem se dedicar a uma mulher só («não podia
adorar um sem os outros», l. 26) e mentindo sobre os seus sentimentos.
3. As cartas reproduzidas em ambos os excertos caracterizam-se pelo uso de um registo pessoal e
confessional, em que está presente a autoanálise. Os pronomes e os determinantes (nas 1.a e 2.a
pessoas), bem como a apóstrofe, são elementos linguísticos relevantes na convocação para o texto
do emissor e do destinatário da epístola.

Pág. 215
Leitura
1.1 A.
1.2 B.
1.3 D.
1.4 A.
1.5 C.
1.6 B.
2. a) 2; b) 3; c) 1.

Pág. 216
Oralidade
2.
a) Falsa. O nome de São Valentónio é uma amálgama de São Valentim e de Santo António.
b) Verdadeira.
c) Falsa. Nem sempre a sua ação se rege pela sinceridade.
d) Verdadeira.
e) Falsa. São Valentónio é a favor do namoro honesto.

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f) Verdadeira.
3.1 A.
3.2 B.
3.3 D.

Pág. 217
2. Tópicos de resposta:
– Tema e valores: vivência da identidade de género sem limitações nem censuras (na canção);
vivência coartada segundo estereótipos (na obra). Há uma marcada hierarquia de géneros na obra: o
género feminino submete-se ao masculino (com exceção da relação matrimonial de D. Rita Preciosa
e Domingos Botelho). Na canção, apenas temos a perspetiva feminina, livre, emancipada e
descontraída, que parece ser um recado para um «tu».
– Os contextos históricos (sécs. XVIII e XXI) explicam a diferença de pontos de vista; no entanto, em
pleno século XXI, ainda há muito a fazer para que a vivência de identidade de género seja serena e
feliz.

Pág. 220
1. B.
2. C.
3. A.
4. C.
5. D.
6. B.
7. C.
8.
a) Verdadeira.
b) Falsa. O herói romântico coloca-se à margem da sua comunidade e rebela-se contra os valores que
a regem.
c) Verdadeira.
d) Verdadeira.

Pág. 221
Grupo I
A
1.1 Simão deixou de temer a morte pela forca («forca pavorosa»), mas não ultrapassou a sua
profunda angústia devido ao facto de estar preso («os pulsos ficaram em ferros»), num ambiente de
morte («ar mortal das cadeias»), e porque a expectativa do degredo e de não ter o futuro sonhado o
deixavam prostrado.
2. A interrogação retórica lança a dúvida de que o degredo na Índia podia ser uma esperança para
Simão. Para além de o degredo ser uma «humilhação» penosa, todos os seus sonhos de realização
pessoal, de felicidade e de glória se perdiam com esta pena e com o afastamento da pátria.

Pág. 222
3. D.
B
4. O sujeito poético dirige-se à sua amada, dando-lhe conta do grande sofrimento que se abateu
sobre ele («A maior coita») quando Deus («Deus quis fazer») o separou da mulher que ele amava. A
dor causada pelo afastamento foi tal que o eu lírico se surpreendeu por não ter morrido («maravilho-
m'eu como nom morri / com gram coita», vv. 9-10).

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5. No refrão, o sujeito poético expressa o seu contentamento por voltar a ver a sua amada («pois que
vos vejo»). Deste modo, nem se importa de continuar a sofrer por amor («mui gram coita tenh'em
rem») porque, pelo menos, está próximo e vê a mulher que é a sua luz («lum’») e o seu «bem».
6. a) 2; b) 3.

Pág. 223
C
7. Devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
− Família: não é o espaço protetor que deveria ser; não ampara nem protege, muito pelo contrário –
expulsa Simão e oprime Teresa. A família de Simão não se fundou no amor, por isso não o entende.
− Instituições religiosas: a cela é o prolongamento da reclusão da casa de família; o primeiro
convento para que Teresa vai corrobora a violência de que foi vítima e apresenta um clima de
hipocrisia e de vício. O segundo convento é o oposto: acolhe e dá à protagonista a esperança na fé
que conforta e alivia a alma.
− Instituição prisional: não reabilita, nem apoia, apenas condena à solidão e ao degredo; afasta da
sociedade o elemento prevaricador, que se considera irrecuperável, apesar de ser ainda um jovem.
− Instituição familiar ou social: a casa, isto é, a instituição familiar ou social, que deveria proteger,
apresenta exatamente a perspetiva oposta de repressão e de condenação.

Pág. 224
Grupo II
1. D.
2. B.
3. C.
4. A.
5. C.
6. B.
7. A.

Pág. 225
Grupo III
Tópicos de resposta:
– O diálogo entre gerações é de extrema importância para a vida em sociedade e para a transmissão
de saberes culturais.
– Embora tenham pouca experiência de vida, os jovens devem ser ouvidos e respeitados nas suas
opiniões e atitudes; são uma lufada de ar fresco na sociedade, com ideias e conceitos inovadores (na
construção de projetos sociais e culturais, na resolução de problemas sociais e ambientais, graças à
sua generosidade, atuam, voluntariamente, nas causas em que acreditam).
– Por outro lado, os adultos e os idosos também têm muito que ensinar aos jovens, a vários níveis:
valores humanistas, saberes culturais, conhecimentos profissionais, entre outros. O saber ancestral
nunca deve ser desconsiderado, pois é importante para a construção da sociedade presente e futura
(experiência de vida, profissões que estão quase em extinção, saberes culturais e artesanais,
conhecimentos que passam de pais para filhos no seio da família).
– É essencial promover a interação social e cultural entre os vários grupos etários, para que o
conhecimento seja transmitido entre gerações, sem preconceitos. Deve haver equilíbrio entre o
antigo e o moderno e, para isso, o diálogo e o respeito são imprescindíveis.

Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias


Pág. 231
1.1 B.
1.2 C.

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1.3 A.
1.4 B.
1.5 A.
1.6 D.
2.
a) Verdadeira.
b) Falsa. O autor participou nas Conferências Democráticas do Casino, proferindo uma palestra sobre
o Realismo.
c) Verdadeira.
d) Falsa. As obras A relíquia (1887) e Os Maias (1888) saíram com um ano de intervalo.
e) Falsa. Nem todas as obras de Eça foram publicadas em vida (por exemplo: A ilustre casa de
Ramires e A cidade e as serras são obras publicadas na íntegra postumamente).

Pág. 233
Consolida
1. Teófilo Braga, Antero de Quental, Eça de Queirós, Oliveira Martins e Ramalho Ortigão.
2. As Conferências do Casino pretendiam divulgar as ideias vindas do estrangeiro sobre a evolução da
humanidade, contribuindo para a transformação social, moral e política de Portugal. Todas estas
questões são abordadas à luz das leis científicas.
3. O Realismo e o Naturalismo são correntes artísticas que revelam a preocupação de representar o
real «como ele é» (isto é, de forma mimética, sem o idealizar). Os autores realistas e naturalistas
retratam os fenómenos sociais do seu tempo e pretendem contribuir para uma mudança da
realidade política e social. Por isso, abordam temas como a educação, o adultério ou as injustiças
sociais.

Pág. 236
1. a) Afonso da Maia.
b) Maria Eduarda Runa.
c) Pedro da Maia.
d) Maria Monforte.
e) secundária.
f) Carlos Eduardo da Maia.
g) Maria Eduarda.
h) principal.
i) título.
j) Episódios da vida romântica.
2. a) 1820-1875.
b) Rápido.
c) VI–XVII.
d) XVIII.
e) Lento.
3. A forma como o narrador relata os acontecimentos é importante para a economia da ação, na
medida em que a preparação da ação principal é feita recorrendo a uma analepse, sendo narrados
cerca de 55 anos da história da família Maia, desde 1820 até 1875, ano do presente da ação.
Também após a separação dos irmãos e a morte de Afonso, o narrador recorre à elipse no início do
último capítulo, para omitir os acontecimentos ocorridos durante os 10 anos que durou a viagem de
Carlos, irrelevantes para a compreensão da história narrada.

Pág. 237
Ponto de partida
1. Sugestão de tópicos:

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– Obra bastante complexa: cinquenta atores; quarenta técnicos, mil figurantes e espaços luxuosos.
– Temas atuais: bancarrota, empréstimo…
– O 11.o ano do ensino secundário é o ano certo para ler a obra.
– O filme permite inserir na imaginação a leitura porque tem o texto de Eça de Queirós.

Pág. 238
1. a) Falsa. O capítulo I apresenta as buscas policiais no palacete de Benfica, devido aos ideais liberais
de Afonso.
b) Falsa. Após os acontecimentos descritos no capítulo II, nessa mesma madrugada, Pedro suicida-se
na casa de Benfica, com um tiro.
c) Verdadeira.
d) Verdadeira.
e) Falsa. Os documentos referidos no capítulo XVII foram entregues por Guimarães.
f) Falsa. A personagem que percorre todos os textos é Afonso da Maia.
2. a) Capítulo I. b) Capítulo II. c) Capítulos IV, XIV e XVII.
3. Nos excertos podemos reconhecer:
– a pluralidade de ações (exílio de Afonso em Inglaterra, desespero de Pedro, vida de Carlos em
Celas…);
– a complexidade de tempo (referência a vários momentos temporais – partida de Afonso para
Inglaterra, formatura de Carlos, amor entre Carlos e Maria Eduarda…);
– a multiplicidade de espaços (referência a Lisboa, Santa Olávia, Celas – Coimbra, Inglaterra…).

Pág. 239
Ponto de partida
1. O sujeito poético evidencia o seu sofrimento, a sua solidão e o seu desalento, sentimentos
provocados pelo amor que sente por um tu que o abandonou.

Pág. 240
Educação Literária
1. Para que Pedro se apaixonasse imediata e perdidamente, bastou uma repentina «troca de olhares
fatal e deslumbradora» (l. 2). Segundo o narrador, tratou-se de «uma dessas paixões que assaltam
uma existência, a assolam como um furacão, arrancando a vontade» (ll. 2-4). Neste sentido, o olhar
foi o que desencadeou a paixão de Pedro por Maria Monforte, paixão essa que o assalta «como um
furação», até à sua destruição total («assolam», «arrancando», empurrando-os»), remetendo-se já
para o caráter excessivo deste relacionamento.
2. Maria Monforte destaca-se pela sua beleza. É uma mulher sedutora, com «cabelos loiros, de um
oiro fulvo», «olhos maravilhosos», «testa curta e clássica» e pele branca. Expressões como «perfil
grave de estátua» e «carnação de mármore» salientam a sua postura rígida, altiva e fria, parecendo
imediatamente a Pedro «alguma coisa de imortal e superior à Terra» e a si. Assim, o endeusamento
de Maria evidencia o seu domínio sobre Pedro, um mero mortal.

Pág. 241
3. O «violento interesse» de Pedro por Maria Monforte revela-se, por um lado, no «olhar aceso e
perturbado com que seguia a caleche» (ll. 17-18) e, por outro, no desejo de querer saber tudo sobre
ela, ao ponto de se irritar com as demoras de Alencar no seu relato, «martelando o mármore da
mesa» (ll. 30-31) e mandando retirar o champanhe para o forçar a falar mais depressa.
4. A.
5. Pedro sente-se incomodado com a atenção de que Maria é alvo e, apesar de o narrador dizer que
ele não sentia ciúmes, quando «os seus íntimos [...] se atropelavam assim tão ardentemente em
volta dos ombros decotados de Maria» (ll. 54-55), a verdade é que Pedro da Maia sentia «um desejo
violento de sacudir da sala esses homens» (ll. 53-54), isolando-se «nalgum canto, trincando com

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furor o charuto» (l. 56), o que é revelador da sua revolta e do seu sofrimento («um tropel de coisas
dolorosas e sem nome», l. 57).
6. A violência com que Pedro abre a porta, o seu ar de perturbação e de loucura («Vinha todo
enlameado, desalinhado, e na sua face lívida, sob os cabelos revoltos, luzia um olhar de loucura», ll.
60-61) bem como o tempo atmosférico adverso («Uma sombria tarde de dezembro, de grande
chuva», l. 58) constituem indícios de uma desgraça iminente – o suicídio –, já sugerida (e antecipada)
no início do capítulo I através da referência à personagem de Shakespeare, cuja relação com Julieta
acabou tragicamente com a morte dos amantes.

Gramática
1.1 Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
1.2 Modificador do nome restritivo.
2. a) Coesão gramatical interfrásica.
b) Coesão gramatical frásica.
c) Coesão gramatical referencial.
d) Coesão lexical.
e) Coesão gramatical temporal.

Pág. 242
Consolida
1. Por exemplo:
Sensações visuais: «azul suave»; «os gerânios vermelhos».
Sensações táteis: «muito tenras»; «ao menor sopro».
Sensações olfativas: «um vago cheiro de violetas»; «ao perfume».
Sensações auditivas: «o alto repuxo cantava».
Exemplos de recursos expressivos mobilizados:
• uso expressivo do adjetivo: «muito puro e muito alto».
• metáfora: «delicadeza de renda».
• sinestesia: «azul suave»; «perfume adocicado».
• personificação: «o alto repuxo cantava».
Expressividade dos recursos: realçar a beleza e vitalidade da natureza em Santa Olávia, bem como
destacar a serenidade que transmitia.

Pág. 243
Ponto de partida
1.1 O fascínio de Anna por Alexei e deste por ela manifesta-se nos olhares que cruzam, no sorriso
que dispensam ao outro e no modo dedicado e terno como o jovem beija a mão enluvada de Anna.

Pág. 244
Educação Literária
1. A personagem é uma senhora alta, loira e de tez clara («carnação ebúrnea»). Exala um «aroma»
agradável, é «maravilhosamente bem-feita» e tem uma postura majestosa («passo soberano de
deusa»).
1.1 Sensações visuais («um reflexo de cabelos de oiro», l. 10), olfativas («um aroma no ar», l. 10) e
táteis («linhas ricas de mármore antigo, uma graça quente», l. 17).
1.2 Carlos fica deslumbrado com aquela mulher por ela ser muito bonita, deixar «um aroma no ar»,
ter «cabelos de oiro» e um passo soberano de deusa. Craft acha-a elegantíssima.
2. Um primeiro presságio encontra-se no «negro profundo» dos olhos da personagem feminina. Há
também nas figuras vermelhas da sombrinha (uma flor ou um pássaro) um prenúncio de tragédia: o
vermelho sugere o sangue. (Podemos ainda ver um presságio na «cor de chumbo» da toilette.)

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Pág. 245
3. Carlos sente vergonha e humilhação por se comportar como um «rafeiro perdido» (ll. 33-34), ou
seja, assumindo uma atitude de obsessão ansiosa por uma mulher que desconhecia e que apenas
vira de passagem.
4. B.

Mensagens ao minuto
a) 3; b) 2; c) 1; d) 4.

Gramática
1. a) 5 – ler de novo; b) 4 – (raça) com origem na Escócia; c) 1 – de modo maravilhoso; d) 2 – repleto
(cheio de) maravilha; e) 3 –contrário (negação) de sensivelmente.
2. a) 1; b) 2; c) 3.

Escrita
1.1 Tópicos de resposta
A pintura realça a integração e a simbiose da figura feminina com a paisagem campestre.
– Figura feminina, com feições pouco definidas, envergando um vestido branco, com um
apontamento vermelho à cintura. A personagem tem o cabelo preso, usa chapéu e segura uma
sombrinha verde. O ambiente circundante é campestre, destacando-se o céu enevoado e o vento
que agita o lenço azul que prende o chapéu.
– A figura é elegante, embora as suas feições não sejam apresentadas de um modo bem definido. O
facto de ter sido pintada a partir de uma perspetiva inferior evidencia engenhosamente a sua
graciosidade e a forma serena como a roupa e os acessórios acompanham o movimento do vento. Os
tons belos que dominam a pintura são também suaves e conferem-lhe serenidade e um vínculo com
a natureza envolvente.
– Tal como a figura retratada por Monet, a senhora que Carlos vê é também deslumbrante,
evidenciando a sua elegância em aspetos como o modo como o vestido lhe assentava no corpo ou o
seu «guarda-sol inglês». Mais ainda, ambas ostentam um apontamento vermelho na sua
indumentária. Por fim, em nenhuma das personagens é possível «detalhar-lhe as feições».

Pág. 246
Educação Literária
1. Carlos vai a Sintra com a esperança de encontrar a mulher que o fascinara em Lisboa e que ele não
via há duas semanas.
2. O narrador recorre ao espaço psicológico para examinar os pensamentos («pensava», l. 1) e as
motivações de Carlos para ir a Sintra. Assim, o protagonista é movido pelas memórias de antes se ter
cruzado fugazmente («havia duas semanas», l. 2) com a mulher «que tinha um passo de deusa» (ll.
2-3) e pela vontade de a encontrar naquele lugar idílico.

Pág. 247
3. Carlos está deslumbrado pela mulher com quem se cruzara em Lisboa («certa figura que tinha um
passo de deusa», ll. 2-3) e, na sua atitude expectante, tem esperança de a ver em Sintra. Como não a
encontra, fica inquieto («passeando em volta da mesa de jantar», ll. 9-10); mas, ainda assim, não
esmorece e revela a sua determinação em procurá-la («aquela mulher que ele procurava
ansiosamente», l. 13).
4. No parágrafo final do excerto, é-nos apresentada a caracterização da personagem feminina,
fornecida pelo olhar de Carlos. O protagonista admira-a pelos seus atributos físicos: acha-a bela,
elegante («belas formas de mármore», l. 24; «esplêndidos braços de Juno», l. 27) e majestosa
(«brilhante deusa», l. 21). Por outro lado, o deslumbramento de Carlos é maior («dava-lhe um

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encanto mais profundo», l. 22) quando associa a estes traços físicos características psicológicas como
a ternura e a dedicação de mãe («era também uma boa mamã», ll. 21-22).
5. D.

Escrita
Sugestão de resposta
Neste excerto convocam-se diferentes sensações para descrever a natureza de Sintra.
Na descrição, dominam as sensações visuais, presentes, por exemplo, na metáfora «a paz das
grandes sombras». Há também sugestões de sensações táteis («Um ar subtil e aveludado circulava»
– adjetivação e metáfora), auditivas (nas personificações «sussurração de ramagens» e «vago
murmúrio de águas correntes») e olfativas (no uso expressivo dos adjetivos em «o primeiro sopro
forte e fresco da serra» e no uso expressivo do advérbio em «Cruges respirava largamente,
voluptuosamente.»). A descrição convoca sensações gustativas («a frescura distante das nascentes
vivas», uma metonímia: a frescura das nascentes alude à frescura da águas).
Concluindo, a abundância de sugestões sensoriais associadas a recursos expressivos sugere o modo
como a natureza de Sintra ganha vida, e envolve e deslumbra quem dela desfruta.

Pág. 248
Educação Literária
1. apaixonado: «Isto, porém, não era “uma aventura"» (ll. 7-8);
extasiado: «[n]um beijo […] imaterial pelo seu êxtase» (ll. 4-5); «Ao seu amor misturava-se alguma
coisa de religioso» (l. 8);
cúmplice: «E nada os podia embaraçar; amavam-se, confiavam absolutamente um no outro» (l. 1).
2. Vive-se um espírito de confiança no futuro, de uma certa superioridade perante os outros, o que
vem a ser, como sabemos pelo desfecho infeliz, uma ironia trágica – os amantes vão ser obrigados a
separar-se, não estando a salvo das leis do mundo nem acima das convenções sociais.
3. A adjetivação expressiva ao serviço da caracterização do beijo (profundo, infinito) revela a
intensidade do relacionamento amoroso (espiritual e sensual) e, simultaneamente, a sua
inviabilidade/impossibilidade (quase imaterial pelo seu êxtase).

Pág. 249
4.1 «apertando sofregamente as mãos, sem falar, comovidos, deslumbrados» (ll. 13-14);
«profundamente felizes» (l. 24).
4.2 Encontram-se na casa dos Olivais, a «Toca», que Carlos comprou a Craft para lá instalar Maria
Eduarda.
5. Carlos pega numa margarida, desfolha-a, dizendo em francês o equivalente a «mal me quer, bem
me quer», para levar Maria Eduarda a confirmar os seus sentimentos por ele. Este jogo amoroso
infantil revela o momento de felicidade e de partilha absoluta que vivem.

Gramática
1. a) Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
b) Oração subordinada substantiva relativa.
c) Oração subordinada substantiva relativa.
d) Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

Oralidade
Sugestão de resposta em Aula digital.

Pág. 250
Ponto de partida
1. Sugestões de tópicos:

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– Sentimentos: apesar de o relacionamento amoroso ter terminado, existe o sentimento de que foi
melhor tê-lo vivido do que se nunca tivesse existido. Revela-se alguma tristeza, nostalgia e saudade.
– Antítese: destaca o facto de alguns erros que cometemos serem importantes na nossa vida.
Ficamos com uma memória desses momentos, embora tenham resultado num fracasso.

Educação Literária
1. B – E – D – C – A.
2. O Sr. Guimarães desempenha o papel de mensageiro do implacável Destino (ananké), revelando a
Ega as relações de parentesco entre Carlos e Maria Eduarda («Vossa Excelência entrega-o da minha
parte ao Carlos da Maia, ou à irmã», ll. 5-6).
3. Ambos duvidam dos factos e da trágica coincidência do encontro e paixão dos dois irmãos. Após
percursos tão diferentes, questionam-se acerca da probabilidade de virem a encontrar-se e a
desenvolver um caso amoroso («Não era possível. Tais coisas pertencem só aos livros, onde vêm,
como invenções subtis da arte, para dar à alma humana um terror novo…», ll. 16-17; Encontro uma
mulher, olho para ela, conheço-a, durmo com ela e, entre todas as mulheres do mundo, essa
justamente há de ser minha irmã!», ll. 30-32).

Pág. 252
4. A inserção de uma situação cómica neste momento trágico quebra a intensidade dramática e, por
outro lado, faz-nos pensar que, apesar da fatalidade dos dois amantes, o mundo à volta continua a
girar. Torna a obra mais realista, pois a vida é mesmo assim, com circunstâncias divertidas e funestas
muitas vezes a ocorrerem em paralelo.
5. Carlos encarrega Ega de contactar Maria Eduarda, numa atitude algo cobarde e egoísta, para evitar
o encontro de ambos. Contudo, revela nobreza de caráter ao reconhecer o direito da irmã à herança
dos Maias, proporcionando-lhe uma vida digna e financeiramente confortável. Carlos vai viajar, numa
tentativa de alheamento da situação trágica que experienciou («vou fazer esta coisa estúpida e
sempre eficaz que se chama “distrair”», ll. 56-57). Opostamente ao seu pai, que se suicidou em
consequência de um desgosto amoroso (comportamento tipicamente romântico), Carlos vai viajar e
usufruir da fortuna e do estatuto social.

Gramática
1. a) Afonso perguntou [a Carlos e a Ega] o que tinham eles feito ao chapéu do Vilaça. Acrescentou
que o pobre homem andara por ali aflito e tivera de levar um chapéu seu, que lhe caía pela cabeça
abaixo, e que lho tinham enchumaçado com lenços.
b) Carlos acrescentou que, para além disso, desejava que ela partisse, que partisse imediatamente
para Paris.

Mensagens ao minuto
A – 2; B – 4; C – 1; D – 3.

Pág. 255
Consolida
1.1 Discurso direto: «– É o médico!»; discurso indireto: «Prometera-lhe que daí a duas semanas
podia caçar outra vez na Tojeira»; discurso indireto livre: «[…] a dizer à senhora, nos seus grandes
gestos de provençal, que nunca vira um homem tão formoso! Era uma pintura de Nosso Senhor Jesus
Cristo! Que pescoço, que brancura de mármore!»; citação: «Mas a grande “topada sentimental de
Carlos”, como disse o Ega […]».
2. a) protestou; b) murmurou; c) aconselhou; d) indagou; e) lamentou.

Pág. 256
Ponto de partida

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Sugestão de tópicos
– Uma professora de português de uma universidade americana identificou várias passagens racistas
em Os Maias, sobretudo nas intervenções de João da Ega.
– Bruno Nogueira não concorda com a posição da professora nem com as suas sugestões,
destacando que a existência de personagens racistas na obra se prende com o propósito da
literatura: desenvolver a capacidade crítica do leitor, não padronizando o pensamento.
– Ega, à semelhança de Bruno Nogueira, é uma personagem provocatória, sem qualquer tipo de
pudor, irreverente, que gosta de escandalizar e com um apurado sentido de humor.

Pág. 257
Educação Literária
1. O narrador constrói o retrato de Raquel Cohen, uma mulher sedutora, sobretudo a partir das
opiniões de outras personagens que a conhecem, citando as suas palavras, quase sempre negativas e
depreciativas – «lambisgoia relambória» (l. 4); «lírio meio murcho» (l. 8); «ar de insignificância» (l.
12); «camélia melada» (l. 14) –, bem como de cariz sexual («deliciosa», «apetitosa», «carnezinha
faisandée», ll. 2-3). Apesar disso, Ega, ironicamente apelidado de «pobre» pelo narrador, está tão
apaixonado que nem se apercebe do verdadeiro caráter de Raquel, algo que todas as outras
personagens parecem facilmente entender.
2. A.
3. Ega deduz os motivos que levaram Cohen a expulsá-lo de sua casa, mas sente-se revoltado e
ofendido por ter sido escorraçado «diante de toda a gente» (l. 46) e, por isso, quer desafiá-lo para
um duelo. Para além disso, fica furioso com a submissão de Raquel ao marido, odiando-a por isso.
Por não estar envolvido diretamente no assunto, Carlos vê a situação com lucidez e, serenamente,
tenta demonstrar a Ega que Cohen estava no seu direito de o expulsar de casa, porque ele traíra a
sua amizade e confiança.

Pág. 258
Consolida
1. a) Semelhanças:
– paixão rápida e irremediável;
– atração irresistível por uma mulher bela e sedutora;
– olhos como fator propiciador do amor (Pedro e Carlos);
– existência de traição nos três relacionamentos;
– existência, nos três casos, de uma terceira pessoa que condiciona e é afetada pelas decisões das
personagens masculinas
(Afonso, nos casos de Pedro e Carlos; Cohen, no caso de Ega);
– existência de um acontecimento que desencadeia o fim das relações;
– viagem para fora do país no fim de dois dos relacionamentos;
– final trágico.
b) Pontos divergentes:
– apenas o caso de Pedro é público;
– apenas o caso de Pedro é legítimo;
– apenas o caso de Pedro leva ao casamento e gera filhos;
– apenas o amor de Carlos é incestuoso;
– apenas o amor de Ega é adúltero.

Pág. 259
Ponto de partida
1.1 Uma tragédia é um género teatral em que acompanhamos parte da vida de uma personagem (o
herói trágico), que, apesar dos avisos (presságios), faz as escolhas erradas e comete um erro que o
faz passar da felicidade à infelicidade.

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Educação Literária
1.1 Carlos e Maria Eduarda pertencem a uma família fidalga, com importância na sociedade lisboeta,
e revelam ter dignidade e nobreza de caráter: Maria Eduarda revela aqui o seu espírito caritativo e a
sua compaixão para com os necessitados. Para além de serem cultos, ambos têm também uma
beleza e uma elegância que os distingue: Carlos é um «formoso e magnífico moço» (l. 1), que é
comparado a um «cavaleiro da Renascença» (l. 6), e Maria Eduarda tem o porte e a majestade de
«uma deusa» (l. 9). Ambos são, portanto, seres de exceção, como os heróis trágicos.
2. Carlos e Maria Eduarda são pessoas viajadas que têm interesse por outros países e culturas. São
ambos pessoas cultas, interessadas em livros e em arte. Estas afinidades aproximam-nos, despertam
um interesse mútuo e indiciam que se enamorarão um pelo outro.
2.1 Carlos estabelece uma associação entre Maria Eduarda e Afonso da Maia, pois, como o avô,
também ela é caridosa e solidária com os mais necessitados.
3. A semelhança dos nomes de Carlos Eduardo e de Maria Eduarda é vista com um possível sinal de
que o amor os unirá. No excerto final, quando, já enamorados, vivem uma situação adversa, Maria vê
no escuro um presságio de que se separarão no futuro.
4 Segundo o excerto do capítulo XIV, o amor entre Carlos e Maria Eduarda enfrenta contrariedades,
não apenas porque é vivido em segredo, como também porque a ligação do protagonista ao avô
parece ser um obstáculo à relação entre os dois enamorados.
5. a) 3; b) 2.

Pág. 261
Educação Literária
1. Afonso possui qualidades que se enquadram na caracterização típica de um herói trágico:
dignidade da sua origem e missão («Homem de outras eras, austero e puro, como uma dessas fortes
almas que nunca desfaleceram», ll. 3-4); nobreza de caráter, pautando-se por valores muito sólidos
(«Dever», «Justiça», «Sociedade», «Família»).
2. Carlos debate-se, por um lado, com a sua própria consciência (conflito interior) e, por outro, com
as convenções morais e sociais da família e do mundo (conflito exterior). No primeiro texto, o
conflito está na decisão de ser feliz com Maria Eduarda e magoar o avô, rompendo com o que é
social e moralmente aceitável. No segundo excerto, há um conflito entre a «vontade» e a
consciência», entre o seu desejo animalesco e aquilo que sabe ser a conduta social e moralmente
correta.
3. Ambas são histórias de amores não convencionais, proibidos: adultério e fuga da esposa de Pedro
com outro homem, que provocou a desgraça da família e o suicídio de Pedro; também Carlos se
prepara para fugir com a «família de outro», repetindo assim a transgressão cometida no
matrimónio dos seus pais. Inclusivamente, pensa na mesma solução que o seu pai («Só lhe restava
matar-se!», l. 38) para resolver o dilema que vive.

Pág. 262
4. As transgressões das personagens trazem consequências ao nível do seu próprio destino e
daqueles que os rodeiam. Por exemplo: a transgressão de Maria Monforte conduz ao suicídio de
Pedro e ao desmembramento da família, que levará, em última instância, ao caso incestuoso dos
seus filhos.
O suicídio de Pedro deixa Carlos aos cuidados de Afonso. A transgressão de Carlos e de Maria
Eduarda leva à sua própria infelicidade e à morte de Afonso.
5. O destino assume especial relevância, pois é o que junta os dois irmãos, separados na infância, no
mesmo país, na mesma cidade e no mesmo local de Lisboa. Esse encontro improvável, traçado pela
força inexorável do fado, conduz à paixão e à transgressão, inconsciente, inicialmente, mas
consciente por parte de Carlos numa fase posterior.

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6. a) 3; b) 1; c) 3; d) 2.

Gramática
1.1 – Mas, que posso eu fazer? Já o disse ao Ega. A vida é assim! Eu não tenho o heroísmo nem a
santidade que tornam fácil o sacrifício. […] E a minha felicidade, justo Deus, tem direitos mais largos,
fundados na natureza!…
1.2 Regras de transposição do discurso indireto (presentes no discurso indireto livre) para obter
apenas um discurso direto: ao nível da pontuação (fala introduzida por travessão); dos tempos
verbais(«podia» – «posso», «dissera» – «disse»); dos pronomes pessoais («ele» – «eu») e dos
determinantes possessivos («sua» – «minha»), mantendo as marcas típicas do discurso direto já
existentes no excerto, dado que se trata de discurso indireto livre.

Oralidade
Sugestão de tópicos:
– Canção: o destino tanto pode ser uma força adjuvante como oponente; o ser humano deve ser o
dono da sua vida e promover o bem.
– Destino: força superior e inexorável a que os homens estão sujeitos.
– Há sempre uma inevitabilidade: a morte.
– O indivíduo pode aceitar as leis do Fado, resignar-se com aquilo que lhe cabe ou desafiar a sua
sorte.
– O desafio pode ser uma transgressão das leis da sociedade.
– O ser humano, através do livre-arbítrio, da sua capacidade de trabalho e da persistência, pode
mudar o seu destino e construir um percurso à sua medida.

Pág. 263
Educação Literária
1. Afonso é a única personagem comum às intrigas principal e secundária, unindo o passado ao
presente. Assiste a ações que conduzem à destruição dos pilares pelos quais pauta o seu
comportamento – a dignidade, a honra e a moral, nomeadamente, o adultério da nora, o suicídio do
filho e o incesto dos netos. Afonso não resiste a este último e duro golpe: a concentração do destino
trágico da família Maia nesta personagem conduziu-a à morte.
2. Em vida, Afonso foi um homem forte, resistente a todas as adversidades, sempre rodeado de
amigos e familiares. Porém, morre subitamente, cansado e sozinho.
3. Catástrofe: morte de Afonso da Maia; Pathos: sofrimento de todos perante a catástrofe,
especialmente o do seu neto Carlos da Maia, que chega a desejar morrer ali com o avô.
4. a) A metáfora enfatiza a cor alva da barba de Afonso, reflexo da sua idade.
b) O uso expressivo do advérbio e da comparação destacam a resistência e a força vital de Afonso.
c) A personificação salienta que até a natureza ficou chocada com o acontecimento funesto a que
assistiu.

Pág. 265
Consolida
1. a) Falsa. Carlos comete uma transgressão trágica quando se envolve amorosamente com a sua
irmã (incesto).
b) Falsa. O Sr. Guimarães é relevante no momento do reconhecimento (anagnórise), pois é ele quem
revela que Carlos e Maria Eduarda são irmãos.
c) Verdadeira.

Pág. 266
Ponto de partida
1. Podemos interpretar as citações do seguinte modo:

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− Mais importante do que o edifício onde residimos é o significado (sentimental, afetivo) que ele tem
para nós.
− No lar, o ser humano «cria» um grande afeto pelos membros da sua família, a quem fica ligado por
laços inquebráveis.

Educação Literária
1. A «grande riqueza» da quinta de Santa Olávia é a água, que corre por todo o lado. Sendo a água
símbolo de vida, de fertilidade, de pureza e de força, a abundância deste elemento natural
influenciou positivamente Afonso, dando-lhe saúde e resistência para enfrentar e ultrapassar os
desgostos, nomeadamente a morte do seu filho Pedro.
2. Tal como Santa Olávia, os «Paços de Celas» são uma casa campestre («com graças de cottage
inglês», ll. 16-17), mas decorada e mobilada com luxo («um tapete na sala, poltronas de marroquim,
panóplias de armas», l. 19) e servida por um criado fardado. Pelo ambiente em que vive, Carlos
mostra ser uma pessoa com ligação ao ambiente rural, mas de bom gosto, culta e sociável.

Pág. 268
Educação Literária
1. A designação dada à casa («Ramalhete», «fresco nome de vivenda campestre», ll. 3-4) e a
explicação indicada para a sua origem («O nome de Ramalhete provinha decerto de um revestimento
quadrado de azulejos [...] representando um grande ramo de girassóis atado por uma fita», ll. 7-10)
contrastam com a descrição do seu aspeto triste, sombrio e austero («sombrio casarão de paredes
severas», l. 4; «aspeto tristonho de residência eclesiástica», ll. 6-7).
2. A descrição do quintal «pobre quintal inculto, abandonado às ervas bravas»; «cascatazinha seca»;
«tanque entulhado»; estátua de mármore [...] enegrecendo a um canto», ll. 16-19) remete para o
seu estado de abandono e de degradação. Para além disso, há a referência a elementos
simbolicamente associados à morte – «um cipreste e um cedro», árvores simbólicas de longevidade,
mas também de morte; a «cascatazinha seca», a simbolizar a ausência de vida; a «estátua de
mármore» de Vénus, deusa do amor, «enegrecendo a um canto», a sugerir os amores trágicos.

Pág. 269
3. A remodelação do Ramalhete ficou a cargo de Carlos, que lhe quis dar «os seus retoques
estéticos» (l. 22), escolhendo os móveis e os objetos de decoração, alguns provenientes do
estrangeiro, reveladores do gosto requintado e eclético da personagem. Já o cuidado com que
preparou o escritório de Afonso denota a sua afeição pelo avô e o seu desejo de lhe proporcionar um
espaço confortável.
4. C.
5. No capítulo XVII descrevem-se as circunstâncias da morte de Afonso da Maia. O avô de Carlos
encontrava-se «tombado» (l. 62) no quintal, debaixo dos «ramos do cedro», árvore que simboliza a
morte. O «fio de água» a correr lentamente «punha o seu choro lento» (ll. 67-68), representando,
além do respeito, o sofrimento. De notar, também, a utilização do grau normal do nome «cascata»,
contrariamente ao diminutivo utilizado anteriormente, a marcar a solenidade/gravidade deste
momento da ação.
6. Os sinais de degradação do Ramalhete são evidentes: parte da casa está vazia, sem móveis; os
móveis que ainda existem estão cobertos de lençóis, como mortalhas; a cal está a cair dos muros; os
quadros estão enegrecidos; há um cheiro a morte; o jardim parece esquecido.
7. O cipreste e o cedro – árvores associadas à longevidade e à resistência –, envelhecendo «juntos,
como dois amigos num ermo» (l. 80) – representam a longa e inquebrável amizade de Carlos e de
Ega, que, juntos, viveram os bons e os maus momentos de ambos, apoiando-se sempre, como agora,
no final, quando, solitários e depois de todas as tragédias, se reencontram em Lisboa.

Pág. 270

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1. Uma toca é um local isolado e fechado, onde certos animais se refugiam e/ou habitam. Para
Carlos, é «Uma divisa de bicho egoísta na sua felicidade e no seu buraco: “Não me mexam!”» (ll. 5-
7), indicando ser o lugar ideal para os encontros amorosos dos dois amantes, protegidos dos olhares
dos outros. Para além disso, o nome aponta para o caráter animalesco do relacionamento
amoroso entre Carlos e Maria Eduarda.
2. A cor predominante no quarto, o amarelo, por ser uma cor quente e expansiva, sugere a paixão
ardente de Carlos e Maria Eduarda. Contudo, por ser também anunciadora do declínio, da velhice, da
proximidade da morte, pode ser considerada um indício de um desfecho trágico da paixão que será
consumada naquele mesmo espaço.
3. a) A alusão aos amores proibidos de Vénus, deusa do Amor, casada com Vulcano, e de Marte, deus
da Guerra. b) A referência às paixões trágicas de Lucrécia ou de Romeu, que prenuncia o final trágico
dos amores de Carlos e de Maria Eduarda. c) A associação da «enorme coruja», ave noturna, «com
um ar de meditação sinistra» (ll. 23-24) e uns «olhos redondos e agoirentos» (l. 24-25) à ideia de
morte: física de Afonso e sentimental dos irmãos. d) A alusão bíblica a S. João Batista, degolado por
ter denunciado a relação incestuosa de Herodes, que apresenta uma conotação simbólica trágica: o
incesto e a morte de Afonso.

Pág. 272
Ponto de partida
1. Na pintura de Jean Béraud, observamos um encontro social no salão de um palacete ou de um
solar do século XIX. A sala é ampla e está luxuosamente ornamentada, e o ambiente é festivo e
distinto. As figuras que participam nesta reunião social estão vestidas com elegância e formalidade e
pertencem, certamente, às classes privilegiadas.

Educação Literária
1. A literatura naturalista/realista apresenta a sociedade e o homem como eles são, mesmo que se
trate da «realidade feia das coisas» – o Romantismo, por regra, embelezava ou idealizava o real. Este
tema literário surge durante o jantar porque se fala de um crime entre marginais («faias» e
«fadistas»), ou seja, um episódio «real», que, segundo Carlos, dava um bom romance realista ou
naturalista.

Pág. 273
2. Alencar, que era um poeta romântico, desdenhava da literatura naturalista/realista, pois
considerava que ela tratava aspetos degradantes da sociedade (segundo ele, o «excremento»), em
lugar de criar uma beleza harmoniosa.
3. A partir da linha 36, fala-se da situação económica do país, que é frágil, pois o Estado não
consegue gerar riqueza. Cohen e Ega assumem uma atitude de indiferença, e até de chacota, face a
essa situação inquietante, em lugar de revelarem preocupação e interesse em contribuir para mudar
este estado de coisas.
4. Os advérbios têm um valor irónico, pois não seria uma situação desejável nem agradável
(«alegremente» e «lindamente») que Portugal caísse na bancarrota. A ironia indicia a
despreocupação de quem tinha responsabilidades ou podia contribuir para um país melhor.

Pág. 274
Ponto de partida
1.1 Carlos está com o amigo Craft no hipódromo e fala com D. Maria acerca de Ega e do hino, que
toca em fundo. Depois, cruza-se com Dâmaso – que se mostra indignado pelo modo como foi tratado
–, com quem fala sobre os Castro Gomes. Iniciam-se as corridas, com grande ânimo da assistência,
mas terminam em confusão e violência.

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Pelo modo como as personagens vão vestidas e pelo ambiente inicial (com música e conversa
cortês), concluímos que se pretendia que as corridas de cavalos fossem um espetáculo com
elegância.

Pág. 275
Educação Literária
1. As corridas de cavalos deviam ser um evento festivo, mas o ambiente, que mais parece o de um
«arraial», é revelador do provincianismo lisboeta, tendo em conta a falta de elegância do espaço e
das personagens, que estão vestidas e se comportam de modo inadequado para aquele evento.

Pág. 276
2. Na descrição do hipódromo e da atmosfera gerada pela assistência, convocam-se referências vivas
à visão, ao tato e à audição («cruas reverberações da cal»; «um dia já quente»; «um tarantantã
molengão de tambores»). Desta forma se representa de modo vivo e expressivo o lugar e o ambiente
que nele se vive.
3. A comparação salienta a falta de bom gosto e de refinamento na preparação do recinto e do
evento. Em lugar de um palco de um acontecimento elegante, o hipódromo parecia o cenário de
uma festa popular («arraial»).
4. Os empréstimos são usados para dar um cunho cosmopolita a estas corridas, que eram um
acontecimento distinto no estrangeiro. Porém, como este evento acaba por mostrar o
provincianismo da alta sociedade portuguesa, expressões como «High Life», «gentleman» e «Jockey
Club» acabam por ter um valor irónico. Além disso, denunciam uma tendência nacional para imitar
aspetos do modo de vida de outros países (moda, eventos, etc.).
5. O marquês conclui que as corridas de cavalos eram um acontecimento social que não se
coadunava com a realidade nacional. Isto porque os portugueses não sabiam ter o civismo e a
elevação que este tipo de evento exige.

Oralidade
1. Sugestão de resposta em Aula Digital.
2.1 Estes episódios, pelas suas temáticas e críticas, permanecem atuais. A falta de cultura da classe
dirigente que conduz, por vezes, a opções políticas duvidosas; a corrupção e o suborno; a
desvalorização do que é inovador ainda hoje existem e merecem a
nossa reflexão crítica.

Pág. 277
Consolida
1. a) 4; b) 5; c) 3; d) 1; e) 2.

Pág. 278
Educação Literária
1. a) Dez anos.
b) «Loreto», «Chiado», «Na Avenida» da cidade de Lisboa.
c) A população de Lisboa (a classe ociosa).
d) Focalização interna (perspetiva da personagem Carlos).
2. a) A personificação da estátua de Camões (símbolo da época gloriosa dos Descobrimentos)
sublinha a decadência e a estagnação nacionais; por isso, a estátua está «triste», refletindo um
sentimento de pesar face ao estado do país.
b) A adjetivação abundante e expressiva caracteriza a sociedade lisboeta de uma forma muito
pejorativa.

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c) Através do paralelismo que se estabelece entre a gente pobre e esfarrapada, os vadios indigentes
da capital e os políticos bem vestidos, os «vadios» encobertos, ou seja, gente de caráter pouco
íntegro, obtém-se um efeito de ironia.
3. Sugestão: A obra de Eça de Queirós traduz a inquietude de uma geração e a urgência em repensar
os conceitos de cultura, ética e estética portuguesas, sobretudo quando se compara um presente de
decadência e de marasmo a um passado de glória e de florescimento cultural (como o da época dos
Descobrimentos retratada por Camões). Essa reflexão ainda hoje é pertinente, contribuindo para as
boas práticas que conduzem ao progresso e ao desenvolvimento sociocultural do país.

Pág. 279
Educação Literária
1. Apesar de terem todas as condições para singrar na vida, os dois amigos não conseguiram
concretizar nenhum dos projetos que iniciaram, nem a nível pessoal – amores falhados de ambos
(com a Cohen, Ega; com Maria Eduarda, Carlos) nem profissional – nunca põem em prática os cursos
que têm (Ega, Direito; Carlos, Medicina). Ambos iniciam obras literárias que nunca concluem (Ega,
Memórias de um átomo; Carlos, Medicina antiga e moderna).
2. O estado do Ramalhete espelha a realidade da família Maia, reduzida a um elemento, Carlos,
desencantado com a vida, marcado pela morte do avô e pela perda amorosa. Também o Ramalhete é
descrito com características disfóricas («sombrio casarão», l. 11; «aspeto mais carregado de
residência eclesiástica», l. 12; «paredes severas», l. 12; «mudo, para sempre desabitado, cobrindo-se
já de tons de ruína», ll. 13-14).

Pág. 280
3. Carlos refere que os dois anos em que viveu no Ramalhete condensaram toda a sua vida, Ega
esclarece que é porque ali viveu «a paixão». Concluem que são uns «românticos» (l. 22), que se
deixaram guiar pelo sentimento e não pela razão.
4. A teoria sobre a vida é de aceitação e resignação, com serenidade e placidez, sem desejos nem
contrariedades. Em suma, «o fatalismo muçulmano. Nada desejar e nada recear…» (ll. 33-34). Após a
exposição desta teoria, contradizem-na, correndo atrás do americano. O contraste entre o
pensamento (nada os faria correr) com a ação de correr por algo tão fútil como uma determinada
iguaria (jantar) é também reveladora do seu falhanço na vida. Por outro lado, esta corrida pode ser
interpretada simbolicamente como um esforço tremendo (note-se o uso expressivo do advérbio
«desesperadamente», (l. 74) para sair da passividade e do pessimismo em que vivem.

Pág. 281
5. Os Maias transmitem uma visão pessimista da sociedade sua contemporânea. O
Realismo/Naturalismo defendia que a literatura tinha a missão de denúncia desses problemas, a fim
de promover a mudança de comportamentos. Assim, no excerto final, apela-se patrioticamente à
saída da crise de valores e de costumes em que Portugal estava. Simbolicamente, a corrida de Carlos
e de Ega manifesta a esperança de transformação de uma geração «vencida da vida».
6. a) 2; b) 1; c) 3.

Gramática
1. «um americano»: coesão gramatical referencial (anáfora pronominal).

Escrita
Sugestão de tópicos
– Introdução:
Normalmente, o erro e o fracasso são associados a situações negativas na nossa vida, oportunidades
falhadas, mas que poderão contribuir para uma evolução positiva quer a nível pessoal quer coletivo.
– Desenvolvimento:

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Causas do erro ou do fracasso – preguiça, falta de preparação e treino, negligência, pouco


investimento pessoal ou coletivo… (exemplo: maus resultados escolares).
– Consequências negativas:
Desistência, frustração, tristeza… (exemplo: desistência de projetos profissionais).
– Consequências positivas:
Aprendizagem através do erro, mudança de estratégia (exemplo: aproveitamento de novas
oportunidades).
– Conclusão:
Com inteligência e resiliência, podemos aprender com os nossos erros e fracassos, estruturar melhor
o nosso projeto de vida e o sucesso, o que terá um sabor ainda melhor.

Pág. 283
Consolida
1. A quantidade e a complexidade das personagens são características do romance. Agrupam-se na
organização da narrativa em torno da intriga secundária e da intriga principal que ocorre em paralelo
à crítica de costumes. Há três personagens que se desdobram no seu papel, sendo comuns a duas
linhas de ação: Afonso, personagem que se opõe a ambos os relacionamentos amorosos (do seu
filho e do neto); Carlos e Ega, que, a par da intriga principal, da qual Carlos e Maria Eduarda são
protagonistas, participam nos serões, nos jantares, na vida cultural e boémia da sociedade lisboeta.

Pág. 285
Educação Literária
1.1 Os Maias eram uma antiga família fidalga, abastada e «sem linhas colaterais»; oriunda da Beira,
os descendentes migraram para a cidade. Os Mendes Ramires eram uma ancestral família da
aristocracia rural, orgulhosa dos seus pergaminhos, que há muito residia na região do Treixedo.
2. Para os Maias, as casas que possuem em Lisboa representam o seu estatuto social, mas também o
seu poder económico. Além disso, têm um significado afetivo, pois refletem a história da família,
tendo em conta que acompanharam os acontecimentos marcantes das vidas de quem as habitou.
Para os Mendes Ramires, a Torre simboliza a ancestralidade da família e os seus pergaminhos
aristocráticos. É uma edificação que os enche de orgulho, pois fá-los recordar o passado glorioso
desta linhagem.
3. B.

Pág. 287
Leitura | Gramática
1.1 A.
1.2 D.
1.3 B.
1.4 C.
1.5 A.
1.6 B.
2.
a) Complemento do nome.
b) Complemento oblíquo.
3. Oração subordinada substantiva relativa.

Pág. 288
1. F – A – C – E – B – G – D.
2.1 B.
2.2 C.
2.3 D.

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2.4 A.

Pág. 289
1.1 Inicialmente, o protagonista tem uma atitude de reserva e de fechamento perante os outros.
Porém, quando é «obrigado» a ajudar, a sua postura muda, criando-se nele o prazer de auxiliar os
outros, de tal forma que se inscreve em ações de voluntariado.

Pág. 292
1. C.
2. B.
3. A.
4. D.
5. B.
6. C.
7. a) 3; b) 6; c) 1: d) 7; e) 4; f) 5; g) 2.

Pág. 293
Grupo I
A
1. Ega pretende publicar no jornal A Tarde a carta em que Dâmaso assume ser um bêbedo. O Neves,
diretor da publicação, recusa-se a fazê-lo porque Dâmaso é um seu correligionário da política, e
indigna-se. No fim, Ega e Neves descobrem que estão a falar de Dâmasos diferentes – o Salcede até
tinha prejudicado politicamente o jornalista e deputado.
2. Neste excerto, critica-se o jornalismo pela proximidade que tem com a política e por se ingerir nos
assuntos desta, em lugar de se manter imparcial. Também se critica a leviandade com que se
difamam aqueles que não são estimados por quem dirige a publicação.
3. a) 3; b) 2.

Pág. 294
B
4. Depois de demonstrar o seu contentamento por ver celebrados os feitos dos portugueses (pela
voz de Vasco da Gama), o poeta, nos versos 5 e 6, salienta a importância da «inveja» da ilustre
história dos outros, enquanto mola impulsionadora para a realização de novos e grandiosos feitos,
destacando que quem «valorosas obras exercita» é reconhecido por todos, tornando-se um exemplo
a seguir.
5. Na estância 95, o poeta critica os portugueses seus contemporâneos pela falta de cultura que os
torna homens sem sensibilidade e rudes. Na verdade, os lusitanos podem ser grandes chefes
militares como os maiores da Antiguidade Clássica; porém, ao contrário destes, não conseguem aliar
as armas e as letras.
6. A.

Pág. 295
C
7. Algumas personagens femininas de Os Maias lutam pela mudança do seu destino.
Maria Monforte revolta-se contra as normas sociais discriminatórias que permitem tudo ao homem,
mas coartam severamente a ação feminina. Através da exuberância e da beleza, subjuga os homens e
o próprio marido, consumido pelo ciúme. Acaba por romper completamente com as leis da
sociedade quando decide fugir com o italiano Tancredo, assumindo o seu adultério. Esta sua
transgressão conduz à destruição da família: o suicídio de Pedro, a separação dos irmãos e, em
última instância, o incesto de Carlos e Maria Eduarda.

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Maria Eduarda prolonga o ciclo de beleza, erotismo e transgressão iniciado pela mãe. As suas
atitudes e posições políticas e sociais revelam ser uma mulher culta, de ideais, que a condição
feminina não lhe permite concretizar. São as circunstâncias da vida e a luta pela sobrevivência que a
conduzem aos braços de dois homens que não ama. Encontra a verdadeira paixão em Carlos, mas
carrega o peso de um passado estigmatizador. Não tem consciência de que comete incesto, ao
contrário de Carlos. Sabemos que, após a separação de Carlos, casa com Mr. de Trelain, enterrando
todo um passado de mal-entendidos e sofrimento.
A Condessa de Gouvarinho é prisioneira de um casamento por conveniência. Bela, sensual e
tentadora, não tem pudor em mostrar o seu corpo e seduzir. Apaixona-se e envolve-se com Carlos da
Maia, mostrado irreverência e audácia, no seu ato adúltero. Luta tenazmente por um
relacionamento que conjugue o amor com o prazer físico, mostrando ser uma mulher à frente do seu
tempo. Esta personagem tenta libertar-se dos rígidos espartilhos e códigos oitocentistas que a
oprimem, mesmo que para isso transgrida as normas socialmente aceites.

Pág. 296
Grupo II
1. B.
2. C.
3. D.
4. C.
5. D.
6. B.
7. A.

Pág. 297
Grupo III
Sugestão de resposta
Atualmente, são vários os desafios que se colocam a Portugal, em diversos quadrantes.
Relativamente ao equilíbrio ambiental, Portugal, tal como todos os países do mundo, enfrenta um
enorme desafio, em que tem de saber contrabalançar o desenvolvimento económico com a
ecossustentabilidade (por exemplo: utilizando energias renováveis, promovendo uma agropecuária
sustentável, antecipando e revertendo tragédias ambientais…).
Socialmente, a crise dos imigrantes é uma realidade, muitas vezes encoberta. Provindo de países em
guerra ou à procura de melhores condições de vida, o fluxo migratório no nosso país tanto pode ter
consequências positivas (aumento da mão de obra e da natalidade) como negativas (xenofobia e
exclusão social). É imperioso tomar decisões que promovam a inclusão, a dignidade humana e a
tolerância (por exemplo: através de políticas que conduzam a um trabalho justo e digno, campanhas
de sensibilização para a solidariedade e tolerância, começando na escola e pelas faixas etárias mais
jovens…).
Neste Portugal do século XXI, todos somos importantes para a construção de um futuro melhor, no
sentido de transformarmos os obstáculos em oportunidades.

Unidade 5 – Antero de Quental, Sonetos completos


Pág. 302
2. a) nos Açores; b) XIX; c) liderou; d) Europa.
3.1 D.
3.2 A.
3.3 C.
4. a) Verdadeira.
b) Falsa. O autor começou a sofrer de uma doença nervosa que o angustiava e deprimia.
c) Verdadeira.

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d) Falsa. As décadas de 1880 e 1890 foram de intensa reflexão e produção ensaística e literária.
e) Verdadeira.

Pág. 303
Consolida
1. A. Antero e Teófilo defenderam e cultivaram os princípios da arte realista e naturalista.

Pág. 304
Ponto de partida
1. Não é fácil responder à questão «O que é ser feliz?», na medida em que a felicidade é definida de
formas distintas pelos intervenientes. Porém, para as crianças, a felicidade está nas pequenas coisas:
numa ida à praia, na família ou até mesmo numa fatia de piza.

Educação Literária
1. Este soneto tem características que o aproximam de uma narrativa, na qual se conta uma história
com um início, um desenvolvimento e um desenlace: o eu sonha ser um cavaleiro andante
(referência associada ao passado – Idade Média) que procura ansiosa e obstinadamente o «palácio
encantado da Ventura» (ação), por «desertos» (espaço), «por sóis, por noite escura» (tempo).
2. a) 3; b) 1; c) 4; d) 2.
2.1 O palácio sonhado começa por ser descrito euforicamente, constituindo uma alegoria (um ideal)
de beleza e de felicidade que o eu procura alcançar: é «encantado» (misterioso), inatingível («Na sua
pompa e aérea formosura»), «fulgurante» e belo, com «portas d’ouro». Porém, no final do poema,
revela-se um espaço mergulhado «só» em «silêncio e escuridão», correspondendo à desilusão do
cavaleiro e ao fim do sonho.

Pág. 305
3.1 A enumeração destaca os obstáculos e as dificuldades do percurso do cavaleiro: «os desertos»,
sítios inóspitos, «os sóis», quentes e difíceis de suportar, e «a noite escura» marcam a dificuldade da
jornada, destacando o caráter resiliente e combativo da personagem.
3.2 A apóstrofe e (numa possível leitura) a metáfora em «portas d’ouro» destacam a ilusão
momentânea de abertura para o Ideal de felicidade sonhado e identificam, simultaneamente, o
destinatário do apelo do eu.
4. Embora o sujeito poético tenha chegado ao palácio da Ventura, onde pensava encontrar o seu
Ideal de felicidade, este não tem nada para lhe oferecer, pois no seu interior apenas existe «Silêncio
e escuridão». No final, constata que a sua demanda se revela vã, experienciando o desvanecer total
do seu sonho («e nada mais!»). [Simbolicamente, pode considerar-se que, mesmo quando se
configuram ao nosso alcance, os ideais se nos escapam sempre.]
5. C.

Oralidade
Sugestão de tópicos em Aula digital.

Pág. 306
Ponto de partida
1. Sugestão de tópicos
– Contraste entre tons claros e escuros; paisagem deserta e inóspita; mar escuro e revolto;
representação difusa da nuvem e da chuva…
– Ambiente de tempestade, de isolamento, de ligação entre elementos da natureza (mar, terra,
nuvem, chuva)…

Educação Literária

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1. Sugestão: primeira parte (versos 1 a 6) – a auscultação do mar; segunda parte (versos 7 a 11) – a
interpelação ao mar; terceira parte (versos 12 a 14) – a incomunicabilidade.
2. a) Predominam os contornos negativos («A trágica voz rouca [do mar]»; «o vento / Passava como o
voo dum pensamento / Que busca e hesita, inquieto e intermitente»; «o céu pesado e nevoento»).
b) Triste: «sentei-me tristemente», ensimesmado e reflexivo «cismado». c) O ambiente e o estado de
espírito do sujeito poético estão em sintonia, comungam da mesma melancolia e angústia. A
natureza espelha os sentimentos do eu: o «vento» e o «pensamento» encontram-se associados
(ambos voam); o «céu pesado e nevoento» (v. 6), por sua vez, a natureza coaduna-se com o estado
inquiridor e «cismado» do eu.
3. a) O sujeito lírico procura respostas que expliquem a causa do «lamento» das «coisas» e que,
simultaneamente, possam acalmar a sua própria angústia e cisma.
b) Apesar das interrogações do eu poético, o Universo não lhe dá resposta, apenas solta «Um
bramido, um queixume, e nada mais…» (v. 14).
4. O mar tem «voz rouca»; o vento «busca e hesita, inquieto e intermitente»; das «coisas» sai um
«lamento» (v. 7); «Seres elementares» povoam a natureza e o «Inconsciente imortal» solta um
«bramido» e um «queixume».

Pág. 307
5. A adversativa «Mas» anuncia a desilusão e a frustração do eu poético perante a mudez cósmica.
6. Apesar de sondar o misterioso «Inconsciente imortal», o poeta confronta-se com a sua limitação
humana e com a impossibilidade de aceder ao «outro lado» das coisas, ao «Ideal» e à «Verdade», o
que lhe provoca angústia. A única resposta obtida apresenta contornos negativos – «bramido» e
«queixume» –, agudizando o seu pessimismo.

Gramática
1. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa: modificador do nome apositivo.
2. «Seres elementares, força obscura»: coesão gramatical referencial (catáfora).

Escrita
Sugestão de tópicos
– Há momentos da vida que são penosos, em que parece que o mundo está contra nós. A reação
mais fácil é desistir, culpar tudo e todos, mas temos de saber reagir.
– Por um lado, são estes momentos que nos mostram o nosso verdadeiro caráter e a nossa
capacidade de resiliência, e que nos permitem avançar (por exemplo: recomeçar um projeto que
correu menos bem…).
– Por outro lado, são também estes momentos que nos permitem tornar-nos mais fortes (por
exemplo: não permitir que o ódio ou a sede de vingança nos «consumam»…).
– Uma frustração, perda ou deceção devem servir de reflexão para ações futuras mais esclarecidas.
Devemos ter a capacidade de superar os maus momentos, aprender com eles e tornar-nos mais
fortes para sermos vencedores.

Mensagens ao minuto
a) 4; b) 3; c) 1; d) 2.

Pág. 308
Consolida
1. a) pessoal; b) impossibilidade; c) abstrata; d) personificação.

Mensagens em interação
1. Ambos são proativos, combativos e rebeldes. Tal posicionamento é expresso através de escolhas
lexicais fortes e impactantes, como por exemplo: «E dos raios de luz do sonho puro, / Sonhador, faze

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espada de combate!» e «Canto como um possesso / Que na casca do tempo, a canivete, / Gravasse a
fúria de cada momento».
2. Nos dois poemas, o conceito de poesia pode ser associado a uma «arma» que o poeta possui. No
entanto, o eu lírico de cada poema apresenta uma intenção diferente para a sua «utilização». Em «A
um poeta», a poesia é um meio de intervenção social, de construção de «Um mundo novo»,
enquanto em «Orfeu rebelde», o canto surge relacionado com o instinto de sobrevivência pessoal
(«Bicho instintivo que adivinha a morte / No corpo dum poeta que a recusa, / Canto como quem
usa / Os versos em legítima defesa.»).
3. a) 2; b) 1; c) 3.

Pág. 311
Leitura | Gramática
1.1 C.
1.2 A.
1.3 D.
1.4 B.
1.5 A.
1.6 B
2. Nós perguntámos o que ainda era real, se aquela pessoa/situação não era como nós
acreditáramos (tínhamos acreditado) por tanto tempo.
3. Dêixis pessoal e temporal.
4. Coesão lexical (reiteração).

Pág. 312
Oralidade
2.
a) Falsa. O diálogo pretende destacar o livro e as opiniões dos estrangeiros acerca dos Açores.
b) Falsa. Foi um dos critérios do livro não incluir pontos de vista de personalidades nacionais.
c) Verdadeira.
d) Falsa. As citações reproduzem vozes de personalidades que constam no livro, expressando a sua
opinião sobre os Açores.
e) Verdadeira.
f) Verdadeira.
3.1 B.
3.2 C.
3.3 A.

Pág. 313
1.1 Assunto: Jornada de uma família coreana, que emigra para uma América rural, onde tenta criar
raízes, na perseguição do sonho americano.
Temas: a emigração; os contrastes sociais e culturais; a identidade; o crescimento pessoal; a
capacidade de superação das adversidades.

Pág. 315
1.1 A.
1.2 C.
1.3 A.
1.4 A.
1.5 B.
1.6 B.
2.

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a) o soneto.
b) com letra maiúscula inicial.
c) antitéticos.
d) classicizante.

Pág. 316
Grupo I
A
1. Vários são os elementos que fazem deste espaço um lugar extraordinário e exótico, diferente do
mundo do eu lírico. Trata-se de uma ilha distante, em que o ambiente é paradisíaco e sereno («noite
é balsâmica» e «O aroma da magnólia e da baunilha / Paira no ar diáfano»). É também um lugar
muito belo, onde existem palmeiras e uma construção com uma «varanda de marfim». Por fim, o
caráter fantástico desta ilha está presente na harmonia absoluta dos seus elementos, em que a figura
designada como «Tu, meu amor» tem junto a si «um leão familiar».
2. O sentimento amoroso é representado com contornos idealizados porque tem lugar num espaço
sonhado (e não no mundo real). Mais ainda, os elementos dessa ilha sugerem a sua grande beleza
(«varanda de marfim», «palmeiras», etc.). Por fim, o ambiente acolhedor, idílico e envolvente, com
diferentes apelos aos sentidos e em que reina a harmonia e a serenidade, é propício ao Amor.
3. C.
B
4. Nos versos 4 e 5, o sujeito poético dá conta da atitude que teve perante o amor: foi «lavrador»
porque «cultivou» o sentimento amoroso, alimentando-o e cuidando dele para que durasse e lhe
trouxesse felicidade. No entanto, não foi feliz na retribuição, visto que, do seu investimento,
«colheu» amarguras («danos») e «enganos».
5. Nos dois versos finais, o sujeito poético chega a uma conclusão. Após refletir sobre as
consequências do amor para aquele que se empenha a alimentá-lo e a procurar nele a felicidade,
reconhece que este sentimento traz desilusão a quem está enamorado, por dois motivos: é efémero
(termina cedo) e traz sofrimento («magoasse»).
6. C.

Pág. 317
C
7. Sugestão de tópicos
– A questão fundamental da poesia de Antero assenta na dualidade entre um olhar otimista,
sonhador, na senda da Verdade e do Ideal; e, no polo oposto, uma perspetiva perante o mundo de
descrença, pessimismo e angústia. Por um lado, temos o Antero utópico, que pretende resgatar a
humanidade, alcançar a Justiça e aceder ao caminho da Verdade das coisas; por outro lado,
apresenta-se o Antero noturno, abatido e frustrado.
– Dois exemplos de poemas: apesar de o sujeito lírico alcançar «O palácio da Ventura», onde pensava
encontrar o seu Ideal de Felicidade, este nada tem para lhe oferecer; no seu interior apenas há
«Silêncio e escuridão». A sua demanda revela-se vã, dececionante. Simbolicamente, podemos fazer a
seguinte leitura: mesmo que os ideais (de Justiça, Felicidade, Liberdade…) se configurem ao nosso
alcance, escapam-nos sempre. Em «Oceano nox», o poeta sonda, questiona o «Inconsciente
imortal», na tentativa de aceder ao «outro lado» das coisas, ao Ideal e à Verdade. Apenas recebe
como resposta um «bramido» e um queixume», o que agrava o seu pessimismo e a sua angústia
existencial.
– A sua poesia nasce, assim, do impossível desejo de conciliar a Vida com o Ideal.

Pág. 318
Grupo II
1. C.

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2. A.
3. B.
4. A.
5. D.
6. a) Sujeito.
b) Predicativo do sujeito.
7. «[n]esses versos» (l. 4).

Pág. 319
Grupo III
Sugestão de resposta
Esta pintura, elaborada pelo ano de 1830, por William Turner, e intitulada O Castelo de Norham ao
nascer do Sol, apresenta uma perspetiva do monumento em início de dia, como o próprio título
anuncia.
Podemos distinguir os seguintes elementos: o céu, em tons de azul, rosa e laranja, no qual surge o
recorte do Castelo, e, em baixo, o campo que se apresenta em tons castanhos, amarelos e verdes da
natureza. Pela tonalidade e pelos reflexos que emite, adivinhamos a presença do elemento água, um
lago ou um rio.
O Castelo destaca-se como o constituinte mais significativo da pintura, colocado estrategicamente
acima e ao centro, a partir do qual a paisagem é perspetivada.
Esta pintura usa a cor para expressar as várias tonalidades que a natureza e o Castelo adquirem ao
nascer do dia. As cores que contrastam entre si permitem distinguir os elementos da paisagem,
apesar de estes não apresentarem uma definição nítida dos seus contornos.
Para além da cor, as formas e o relevo são delineados pela orientação do traço, como acontece, por
exemplo, com as margens e o rio ou o lago. Relativamente ao curso da água, este espelha as margens
e o próprio céu, que quase se replicam neste elemento.
A pintura transmite-nos paz, silêncio, mas, ao mesmo tempo, conforto, pelos seus tons quentes e
envolventes.
De uma forma impressionista, dado que nos apercebemos dos elementos através de impressões,
privilegiando as cores e manchas sobre as formas definidas, Turner interessa-se pelo efeito da luz
numa determinada altura do dia, neste caso, ao nascer do dia, em que a paisagem adquire
tonalidades únicas, que o pintor, na sua busca de um Ideal estético, soube magistralmente captar.

Unidade 6 – Cesário Verde, «O sentimento dum ocidental»


Pág. 325
2. F – E – C – B – A – D.
3.1 B.
3.2 C.
3.3 A.
3.4 D.
4. a) desencanto; b) ignorou; c) cruzam; d) a modernidade.

Pág. 326
Consolida
1. a) da burguesia; b) A cidade; c) Camões.

Pág. 327
1. a) 2; b) 1; c) 4; d) 3.

Pág. 328
Ponto de partida

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1. A modernidade, a gastronomia, a luz, o bulício, as ruas estreitas, entre outros.

Pág. 329
Educação Literária
1. C.
2. A cidade cosmopolita afigura-se como um espaço triste, sombrio e melancólico (vv. 2, 3 e 8). Além
disso, é representada como
um local opressivo, semelhante a uma prisão, um espaço que sufoca o sujeito poético, enclausurado
nas suas sinuosidades (vv. 5, 13-14 e 19).
3. a) 2; b) 3; c) 1.
4. O poeta convoca para o seu poema as «crónicas navais», «Camões» e as «soberbas naus», como
contraponto ao tempo presente. As «crónicas navais» e as «soberbas naus» remetem para um
tempo passado – os Descobrimentos, celebrados por Camões em Os Lusíadas. Porém, no presente, o
eu poético apenas vislumbra os «botes» atracados, um «couraçado inglês» e «os escaleres», que
flutuam, diluindo-se o ar guerreiro, perdendo-se a identidade, constituindo referências meramente
banais. Daí o poeta lamentar, perante a realidade estagnada do presente, a impossibilidade de
repetição da epopeia (v. 24).

Pág. 330
5. O «ocidental» é o sujeito poético. No entanto, o determinante «um» confere ao título uma
dimensão mais abrangente, sugerindo que os sentimentos experimentados pelo eu poético face a
Lisboa são partilhados por outros.
5.1 Evidencia-se um conflito interior, pelo facto de este espaço lhe despertar quer um sentimento de
satisfação, um comprazimento na própria dor (v. 4), revelando atração pela vida urbana, pela sua
multiplicidade, que o «inspira» para a sua escrita (v. 25), quer uma sensação de clausura e de
opressão (vv. 5-6), que o perturba (v. 25), que lhe causa sofrimento e dor, demonstrando
solidariedade e compaixão pelos mais frágeis e explorados da sociedade (v. 41).
6. Comparação – sublinha a semelhança entre os edifícios emadeirados e as «gaiolas», contribuindo
para a caracterização da cidade como um espaço opressivo, que aprisiona o eu.

Gramática
1. Oração subordinada adverbial consecutiva.
2. Complemento direto e sujeito, respetivamente.

Mensagens ao minuto
Ano de 1686
Sua Magest[ade] (erro em Majestade) ordena q[ue] os coches seges e litras [liteiras] q[ue] vierem da
Portaria d[o] Salvadro[or] (erro em Salvador) recuem pa[ra] a mesma parte
(Notas: seges: carruagens antigas de duas rodas e um assento; liteiras: antigos veículos sem rodas,
suspensos por varais levados
a frente e atras por homens ou animais.)

Pág. 332
Educação Literária
1.1 a) 3; b) 2; c) 1; d) 4; e) 6; f) 5; g) 9; h) 11; i) 7; j) 10; k) 8.
2. «[N]um recinto público e vulgar», com «exíguas pimenteiras», ergue-se, atualmente, uma estátua
(de Camões) épica e gloriosa que evoca uma época áurea da nação. Há assim uma discrepância ao
nível temporal – entre um passado ilustre e um presente trivial e precário. Por outro lado, o
monumento contrasta com o espaço físico e humano de degradação que vem sendo descrito
(prisões, doenças…). O objetivo é enfatizar a diferença entre um passado heroico que a estátua de
Camões representa e a realidade decadente dos finais do século XIX, matéria poética de Cesário.

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3. A partir da observação do real, «corpos enfezados», aciona-se a imaginação hiperbólica e


transfiguradora do eu lírico, evocando
epidemias como «o Cólera» e «a Febre».
4. O sujeito poético descreve a cidade através da sua perspetiva pessoal («de luneta de uma lente
só»), encontrando sempre matéria poética nos «quadros revoltados» que vai observando, sejam eles
objeto de crítica ou de transfiguração através da sua imaginação de poeta.

Gramática
1. a) Oração subordinada substantiva completiva.
b) Oração subordinada substantiva relativa (sem antecedente).
c) Oração subordinada substantiva relativa (sem antecedente).
1.1 a) Complemento direto.
b) Complemento oblíquo.
c) Complemento direto.

Pág. 333
Oralidade
Sugestão de tópicos
– Este mural, da autoria de Mar e Ram dos Arm Collective, representa a figura de Camões, em pleno
mar, sentado numa nau, com uma pena na mão esquerda, escrevendo (o que aparenta ser) um livro,
que segura na mão direita. A capa do livro tem um mapa colorido, com locais e rotas assinalados.
– Simbolicamente, conseguimos reconhecer vários aspetos biográficos de Camões – a sua faceta de
poeta e o facto de ter viajado muito por mar. Por outro lado, é evidente a associação do mural com a
sua obra-prima, Os Lusíadas, que tem como tema principal as peripécias da viagem de Vasco da
Gama para a Índia e o seu regresso a Lisboa.
– Este mural é digno de representar esta figura ímpar da cultura portuguesa. Através da arte urbana
e de uma forma original, «traz» Camões para os nossos dias, aproximando-o, sobretudo, dos jovens,
que mais facilmente se identificam com este tipo de arte plástica.

Pág. 334
Consolida
1. a) uma realidade heterogénea (diversidade de lugares, realidades e figuras) e com contrastes.
b) as burguesas, as varinas ou os forjadores.
c) a vida de ócio e abundância da burguesia, mas também as duras condições em que vivem e
trabalham os grupos sociais do povo.
d) o sujeito poético percorre a cidade enquanto a descreve e faz associações entre o que vê e o que
imagina ver.
e) uma representação subjetiva do espaço urbano.

Pág. 335
Ponto de partida
1. No vídeo Lisboa não é perfeita, observamos imagens a preto e branco de aspetos negativos da
cidade. Encontramos prédios degradados, alguns deixados ao abandono, outros vandalizados, e
vemos lixo nas ruas. No vídeo, observamos também a miséria da cidade: pessoas pobres a mendigar
e/ou em situação de sem-abrigo e idosos sós.

Pág. 336
Educação Literária
1. A noite da cidade, que é opressiva, gera claustrofobia. A atmosfera doentia e fétida (v. 4) é
responsável pelo estado de espírito nauseado, oprimido e melancólico do sujeito poético.

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2. a) Catedrais iluminadas; b) os clientes («fiéis») e os artigos das lojas; c) as freiras («que os jejuns
matavam de histerismo»); d) os gemidos e lamentos das freiras.
3. O trabalho na cutelaria e na padaria é visto como saudável, produtivo, honesto e útil, enquanto,
para o sujeito poético, a atividade comercial («loja») é estéril e esta associada à «doença» da cidade.
3.1 O recurso expressivo é a sinestesia. Com ela se associam indícios sensoriais de dois tipos
diferentes – tátil («quente») e olfativo («cheiro») –, sublinhando as ideias de prazer e satisfação e
sugerindo o sabor e o aroma do pão. Enfatiza-se, assim, a importância vital das atividades essenciais
numa comunidade.
4. Segundo o sujeito poético, o livro que deseja escrever pretende representar o «real» em que vive,
a fim de o examinar («análise») e de denunciar os males e as injustiças do mundo moderno, com o
intuito de despertar a consciência crítica do leitor («um livro que exacerbe»).

Pág. 337
5. Entre as estrofes 7 e 9, representa-se a realidade social do comércio e da vida burguesa,
criticando-se o luxo abundante que o comércio oferece («tecidos estrangeiros», «Plantas
ornamentais», «Flocos de pós de arroz», «nuvens de cetins») e a burguesia, de vida estéril e vazia,
que o compra e o ostenta: «aquela velha, de bandos […] / A sua traine imita um leque antigo»; a
personagem tem uma caleche com «os seus mecklemburgueses».
6. D.

Escrita
Sugestão de tópicos
Introdução:
– Se encontramos em «O sentimento dum ocidental» uma descrição objetiva da cidade, também é
certo que o sujeito poético, dando liberdade a imaginação, representa o espaço urbano de um modo
criativo e artístico.
Desenvolvimento:
– Os lugares e as personagens que o eu lírico vai caracterizando sugerem-lhe, pelas impressões
sensoriais que capta e por ação da sua criatividade, outros elementos e outras realidades. São planos
diferentes (real e imaginário) que se intersetam, originando imagens, metáforas e sinestesias.
– Assim, uma rua com fileiras de lojas iluminadas leva o eu lírico a imaginar que se encontra numa
catedral, com as suas capelas
laterais.
– Esta operação de transfiguração do real não é puramente estética; é também uma estratégia para
atribuir sentidos íntimos a aspetos da cidade e para os analisar: critica-se, por exemplo, o facto de os
habitantes viverem aprisionados em edifícios, como em «gaiolas».
Conclusão:
– A recriação imaginativa do real acaba por trazer poesia e arte à cidade moderna, que é prosaica,
feia e monótona.

Pág. 339
Educação Literária
1. O sujeito poético expressa o desejo de se evadir deste espaço claustrofóbico, seja pelo sonho
(«quimera azul de transmigrar») seja pela evocação campestre que as «notas pastoris de uma
longínqua flauta» lhe suscitam. Sente a cidade como uma prisão, não só por causa do «teto fundo de
oxigénio», mas, sobretudo, porque os «portões», os «taipais», as «fechaduras» são obstáculos
presentes na cidade, cujas ruas são ladeadas de casas: «A dupla correnteza augusta das fachadas».
2. Na noite profunda («Horas mortas»), tomada pela escuridão, quase ninguém circula nas ruas,
onde impera o silêncio. Por esse motivo, os raros sons ouvem-se de um modo mais claro.

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3. Na estrofe 4, o sujeito poético, no seu estado de desânimo e de melancolia, formula dois desejos:
sonha viver para sempre e realizar a ambição maior do artista («Buscasse e conseguisse a perfeição
das cousas! (v. 14») e sonha encontrar o amor e a felicidade familiar (vv. 15-16)).
4. O eu poético prossegue o seu caminho pelas ruas («nebulosos corredores»); cruza-se com
«bebedores» e com «guardas» noturnos e vê as prostitutas à janela. Tece comentários morais acerca
dos ébrios e das «impuras».
5. O advérbio «amareladamente» começa por representar o modo como, na noite, o sujeito poético
perceciona os cães que vê. (Recorre a uma técnica impressionista, que dá mais valor a cor do que ao
delinear das figuras.) O uso do advérbio ganha uma dimensão valorativa, porque representa o lado
doentio dos seres da cidade, pois os cães não exibem uma cor saudável.

Gramática
1. a) 4; b) 5; c) 1; d) 2; e) 3.
1.1 Todos as palavras são formadas por derivação: a) prefixação; b) sufixação; c) parassíntese; d)
sufixação; e) prefixação.

Pág. 340
Escrita
Sugestão de tópicos
Introdução:
− Referências a lugares e a figuras de Lisboa (Tejo, Sé, as varinas, os bairros da cidade…).
Desenvolvimento:
− Descrição de vários lugares de Lisboa, associando-os a outras imagens (almofada, toalha, seios,
etc.) e expressando o deslumbramento, o amor e até o desejo sensual do eu pela cidade, que retrata
como uma mulher.
− Imagens que mostram uma cidade luminosa, quente e alegre (mas também a sua faceta noturna),
sublinhando alguns pontos atrativos.
− Participação de cantores famosos para homenagear Carlos do Carmo.
− Aspetos de «O sentimento dum ocidental» que se aproximam da cancão:
• referências a lugares (Tejo, Sé…) e a figuras (a varina) de Lisboa;
• descrição breve de pontos da cidade e associação a outras realidades/imagens.
− Aspetos de «O sentimento dum ocidental» que contrastam com a cancão:
• em Cesário, destaque para a Lisboa noturna e melancólica; na canção, domina a cidade luminosa e
alegre;
• em Cesário, a cidade é analisada criticamente, com angústia; a cancão celebra Lisboa pelo que ela
tem de deslumbrante.
Conclusão:
− A reinterpretação da canção deu-lhe nova vida (e manteve a beleza da composição), e as imagens
ilustram sugestivamente os versos do poema.

Pág. 341
Consolida
1. a) «Pelas vitrines olha um ratoneiro imberbe.» (v. 20).
b) «Longas descidas! Não poder pintar/ Com versos magistrais, salubres e sinceros, / A esguia difusão
dos vossos reverberos, / E a vossa palidez romântica e lunar!» (vv. 21-24).
c) Utilização abundante e expressiva do adjetivo («Um cheiro salutar e honesto a pão no forno», v.
16) e do advérbio («Um forjador maneja um malho, rubramente», v. 14).

Pág. 342
1.

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– No primeiro texto, o poeta destaca a excelência dos «vassalos» portugueses celebrados n´Os
Lusíadas, comparados a «rompentes liões e bravos touros» (est. 147), capazes de tudo suportar e
superar – regiões inóspitas, guerras, naufrágios, fome – a aventura dos Descobrimentos e de voltar a
repetir a epopeia;
– No segundo texto, o eu poético evoca o passado épico dos Descobrimentos – «E as frotas dos avós,
e os nómadas ardentes» (v. 6) – e projeta-o num futuro de novas glórias coletivas – «Nós vamos
explorar todos os continentes / E pelas vastidões aquáticas seguir!» (vv. 7-8).
2.
– Nestas estâncias da epopeia, o poeta sente-se desencantado e triste (vv. 1-4) com a realidade
portuguesa: os seus contemporâneos, indiferentes aos feitos do passado, vivem centrados em si,
mergulhados no «gosto da cobiça» e numa «austera, apagada e vil tristeza», num claro aviltamento
de valores. Porém, manifesta a esperança de que D. Sebastião reconheça a superior qualidade do seu
povo e que dê continuidade aos grandes feitos, conduzindo a pátria, novamente, aos tempos de
glória.
– Nestas estrofes de «Horas mortas», o sujeito poético manifesta frustração por viver
«emparedado[s]» (v. 9), enclausurado na cidade, «no vale escuro das muralhas» (v. 10), preso as
amarras que o mundo moderno lhe impõe, sem grande possibilidade de fuga – «prédios sepulcrais»
(v. 14); «mares, de fel»; «sinistro mar» (v. 16). Porém, manifesta esperança de que outros feitos
equiparáveis aos dos nossos «avós» (v. 6) sejam possíveis, explorando, novamente, «todos os
continentes» (v. 7), buscando as novas «vastidões aquáticas» (v. 8) e os «amplos horizontes» (v. 15).

Pág. 343
3.1 Devem ser abordados quatro dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
Os Lusíadas
– o vocativo: «Musa» (v. 5, est. 145); «ó Rei» (v. 5, est. 146);
– o imperativo: «vede» (v. 7, est. 146); «Olhai» (v. 1, est. 147);
– a repetição do advérbio de negação («não», vv. 3, 6, est. 145; vv. 1, 2, est. 146); «Nô» (v. 1, est.
145).
«O sentimento dum ocidental»
– o vocativo: «Ó nossos filhos!» (v. 1);
– a exclamação: «Mas se vivemos, os emparedados, / Sem árvores, no vale escuro das muralhas!...»
(vv. 9-10);
– a interjeição: «Ah» (v. 5).

Pág. 345
Leitura | Gramática
1.1 A.
1.2 D.
1.3 B.
1.4 A.
1.5 C.
1.6 D.
2. a) Orações subordinadas adjetivas relativas restritivas.
b) «onde» – advérbio relativo; «que» – pronome relativo.

Pág. 346
Oralidade
2.1 D.
2.2 A.
2.3 B.
3. a) 6; b) 1; c) 5; d) 3; e) 4; f) 2.

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4. a) Verdadeira.
b) Falsa. Divergem na opinião sobre o cheiro das folhas.
c) Falsa. Devemos «deixar-nos levar» pelos sentidos.
d) Verdadeira.

Pág. 347
1.1 Sugestão de resposta: despoluição do rio Tejo; diminuição do consumo de água potável e
reutilização de águas tratadas; maiores áreas verdes; maior eficiência energética e mais energias
renováveis; maior acesso e diversidade dos transportes públicos; tratamento de resíduos mais eficaz.

Pág. 349
1.1 D.
1.2 C.
1.3 A.
2. B.
2.1
A. O sujeito poético evidencia uma atitude crítica face à burguesia, representada, por exemplo, pelas
«elegantes» e pelos «lojistas», símbolo de inércia e de ociosidade.
C. O sujeito poético evidencia uma atitude censuradora face aos marginais, representados, por
exemplo, pelas «impuras» e pelos «bebedores», símbolo do aviltamento dos valores morais e sociais.
D. O sujeito poético evidencia uma atitude crítica em relação ao clero, a que se alude como «nódoa
negra e fúnebre» e representado também pelas «freiras», símbolo de repressão.
3. a) 4; b) 3; c) 7; d) 6; e) 5; f) 1; g) 2.

Pág. 350
Grupo I
A
1. A associação que o sujeito poético faz entre o mundo burguês e a religião assenta no fervor que
ambos despertam: compara-se a adoração ardente da burguesia pelo luxo à devoção intensa dos
fiéis do catolicismo.
2. Enquanto as «burguesinhas» pertencem a uma camada social favorecida (a burguesia), o
«ratoneiro» e pobre (trata-se de um marginal). Além disso, tanto aquelas como este se associam às
lojas e aos artigos «da moda»: as «burguesinhas», porque entram para os comprar; o ratoneiro,
porque as olha de fora («Pelas vitrines») e quer furtar os artigos que vê.
3. B.

Pág. 351
B
4. A fim de tentar saciar a fome, os habitantes de Lisboa recorriam a diferentes estratégias. Uns
começaram a comer substâncias nada saudáveis, como «queijos das malvas» ou «alféola»
(«desacostumadas cousas, pouco amigas da natureza»). Outros comiam ervas e raízes e bebiam
demasiada água. Por fim, outros ainda esmolavam comida pela cidade.
5. Apesar de estarem a sofrer de fome, os habitantes da cidade mostravam dignidade e
determinação para enfrentar os castelhanos, quando os sinos repicavam. Alguns lisboetas revelavam
humanidade e solidariedade porque ouviam os lamentos dos seus concidadãos e os consolavam com
palavras: «Esforçavom-se uũs por consolar os outros».
6. D

Pág. 352
C

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7. O sujeito poético dá visibilidade aos que trabalham e vivem em árduas condições, numa cidade
onde passam invisíveis e sofrem em silêncio, mostrando-se solidário com os mais frágeis.
– As varinas, descalças, trabalham longas horas nas descargas de carvão, levam os filhos nas
canastras e moram em bairros degradados, sem saneamento básico, onde grassam doenças,
simbolizando todos os que tem um trabalho difícil e vivem em condições precárias.
– O velho professor de latim, que pede esmola, simboliza a desvalorização da cultura em Portugal e a
falta de apoio na velhice para quem trabalhou, neste caso no ensino, durante uma vida inteira.

Pág. 353
Grupo II
1. D.
2. A.
3. A.
4. A.
5. Presença do advérbio «pouco».
6. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
7. Complemento do adjetivo.

Grupo III
Sugestão de resposta
Vantagens de viver na cidade:
– Facilidade de aceder a várias valências:
• saúde (hospitais, especialistas…);
• serviços administrativos que servem a população (loja do cidadão, tribunais…);
• eventos culturais (cinema, música, teatro…).
Desvantagens de viver na cidade:
– Maior exposição a poluição (atmosférica, sonora…);
– Ritmo de vida mais rápido e desgastante;
– Maior nível de impessoalidade; vive-se sozinho na multidão.
Vantagens de viver no campo:
– Maior proximidade com a Natureza;
– Estilo de vida mais tranquilo, menos stress e mais qualidade de vida;
– Menor índice de poluição;
– Maior acesso a produtos biológicos.
Desvantagens de viver no campo:
– Tudo fica mais longe e menos acessível, necessidade de se deslocar, por vezes, centenas de
quilómetros para resolver:
• problemas de saúde;
• questões burocráticas ou jurídicas.
– O acesso à cultura é também mais limitado, já que as grandes produções e eventos, normalmente,
ficam reservados às grandes cidades.

SIGA – Síntese Informativa e Gramatical de Apoio


Pág. 364
1. a) 7; b) 1; c) 3; d) 2; e) 8; f) 6; g) 4; h) 5; i) 7; j) 4; k) 2; l) 8.

Pág. 372
1. a) Sujeito indeterminado; b) «Eu e os meus amigos»: sujeito composto; c) «os dois»: sujeito
simples; d) Sujeito subentendido (2.a pessoa do plural).

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1.1 a) «Falou-se, na conferência, do alargamento das zonas verdes»; b) «decidimos comemorar a


nossa amizade»; c) «Amanhã, sentam-se em carteiras separadas»; d) «amanhã tendes de apresentar
os trabalhos».
2. a) Mod; b) CD; c) CO; d) CI; e) CAP; f) CO.

Pág. 373
3. a) «calado»: predicativo do sujeito; b) «o seu braço direito»: predicativo do complemento direto;
c) «muito satisfeito»: predicativo do sujeito; d) «um fenómeno de vendas»: predicativo do sujeito; e)
«por tu»: predicativo do complemento direto.
4. a) «do trânsito»: complemento do nome; «que já costuma ser caótico»: modificador do nome
apositivo; «longa»: modificador do nome restritivo.
b) «de uma conduta»: complemento do nome; «que cedeu com o peso»: modificador do nome
restritivo.
c) «cansado de estar à espera»: modificador do nome apositivo; «que ali estava»: modificador do
nome restritivo; «da ocorrência»: complemento do nome.
5. B.
6. C.
7. a) 2; b) 9; c) 7; d) 3; e) 5; f) 1; g) 8; h) 4; i) 6.

Pág. 374
1. a) A mãe partiu-a sem querer. b) Ela devolveu-lho. c) Alguém a viu? d) Podes pagá-la online. e) O
João confidenciou-no-lo. f) O meu pai também a consertou. g) Quando eu lha mostrar, hão de ficar
admirados. h) Vou escolhê-lo para a festa. i) A classificação da prova ser-lhes-á divulgada na próxima
semana. j) Contar-vo-lo-emos logo que pudermos.

Pág. 375
3. a) 4; b) 3; c) 2; d) 5; e) 1.
2. a) «A criança ora brinca sossegadamente», «ora corre pela casa toda»: orações coordenadas
disjuntivas; b) «O Miguel deve ter acordado tarde»: oração coordenada, «pois não apanhou o
autocarro»: oração coordenada explicativa; c) «Esqueci-me do açucareiro aberto»: oração
coordenada, «logo estava cheio de formigas»: oração coordenada conclusiva; d) «O aluno entrou na
sala apenas um minuto depois do toque»; oração coordenada, «mas levou uma reprimenda»: oração
coordenada adversativa; e) «O meu pai não só sujou toda a cozinha», «como também deixou
queimar o bolo»: orações coordenadas copulativas.

Pág. 378
1. a) 5; b) 4; c) 2; d) 6; e) 1; f) 7; g) 3.
2. a) «como arrumas as tuas gavetas»: restritiva; antecedente: «o modo». b) «que a Maria tricotou»:
restritiva; antecedente: «A camisola». c) «onde visitei vários museus»: explicativa; antecedente:
«[n]a cidade de Paris». d) «quanto sei de culinária»: restritiva; antecedente: «tudo». e) «cujo livro
ganhou recentemente um prémio»: explicativa; antecedente: «O escritor».
2.1 a), b) e d): modificador do nome restritivo; c) e e): modificador do nome apositivo.
3. a) «ter-te encontrado» / C / Sujeito; b) «onde o deixei» / R / Predicativo do sujeito; c) «[de] quem
a tinha enganado» / R / Complemento do adjetivo; d) «quem me contou o boato» / R /
Complemento direto; e) «[de] andar de avião» / C / Complemento do nome; f) «onde me
aconselhaste» / R / Modificador (do grupo verbal);
g) «se tinha irmãos» / C / Complemento direto; h) «[a] quem encontrar o meu brinco» / R /
Complemento indireto; i) «[de] que fizera uma asneira» / C / Complemento do adjetivo; j) «[de]
quem amamos» / R / Complemento do nome; k) «[a] cortar a relva» / C / Complemento oblíquo; l)
«[por] quem estava na direção» / R / Complemento agente da passiva.

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Pág. 379
1. a) Hierarquia.
b) Semelhança.
c) Parte-todo.
d) Semelhança.
e) Oposição.
f) Semelhança.
2. a) Semelhança / Intruso: apreciação.
b) Parte-todo / Intruso: rua.
c) Hierarquia / Intruso: transeunte.
d) Semelhança / Intruso: desunião.

Pág. 380
1. a) Valor aspetual imperfetivo.
b) Valor aspetual perfetivo.
2. a) 3; b) 5; c) 1; d) 4; e) 2.
3. Modalidade deôntica, com valor modal de obrigação.

Pág. 381
1. a) 5; b) 1; c) 4; d) 3; e) 2.
2.1 a) Contexto 1: alguém foi corrigido e reage através de um ato ilocutório expressivo (direto);
contexto 2: alguém foi corrigido e ordena que não o corrijam através de um ato ilocutório diretivo
(indireto).
b) Contexto 1: alguém informa que vai para a cama: ato ilocutório assertivo (direto); contexto 2:
alguém pretende que o outro também se vá deitar: ato ilocutório diretivo (indireto).
c) Contexto 1: alguém informa ter-se esquecido do lanche em casa: ato ilocutório assertivo (direto);
contexto 2: alguém pretende que o outro lhe dê algo para comer: ato ilocutório diretivo (indireto).

Pág. 382
1. Primeira tira: deíticos pessoais: «apetece» (morfema verbal de 1. a pessoa), «me» (pronome
pessoal), «viemos» (morfema verbal de 1.a pessoa), «ouviste» (morfema verbal de 2.a pessoa);
deíticos temporais: «apetece» (presente do indicativo), «viemos», «ouviste» (pretérito perfeito
simples do indicativo); deíticos espaciais: «cá» (advérbio de lugar), «viemos», «anda» (verbos que
indicam movimento);
Segunda tira: «fui» (morfema verbal de 1.a pessoa), «eu» (pronome pessoal); deítico temporal: «fui»
(pretérito perfeito simples do indicativo); deítico espacial: «esta» (determinante demonstrativo).

Pág. 383
1. Discurso indireto: «ela imediatamente, com duas rosetas de vergonha na face, entre frouxos de
tosse, declarou que não tinha nada.»; discurso indireto livre: «Onde havia a menina de brincar?
Quem havia de sair com ela? Ah! Era uma prisão para Madame!...»

Pág. 384
1. a) Incoerente; b) Incoerente; c) Incoerente; d) Coerente; e) Incoerente.
1.1 a) Princípio da não tautologia; b) Princípio da não contradição; c) Princípio da não contradição: e)
Princípio da relevância.

Pág. 386
1.
a) 4; b) 3; c) 1; d) 6; e) 2; f) 5.
2. C.

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