Você está na página 1de 79

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 00a

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Centro Espírita Caminho da Redenção, Salvador, Bahia, 2016.

DIRETRIZES PARA O ÊXITO.

Em face dos muitos conflitos que tomam conta da criatura humana, que parece divorciada dos
princípios ético, morais e das propostas libertadoras da ignorância e da estultice, comprazendo-se
na desordem e no exacerbado prazer dos sentidos, não podemos ignorar a necessidade de
recordar-lhe algumas diretrizes para o seu êxito real no desiderato da reencarnação.

Confundindo gozo com felicidade, numa alucinada correria para o excesso de toda ordem, incluindo
o desbordamento das paixões, sucumbe, sem dar-se conta, ao peso das aflições com que se
sobrecarrega, anestesiando a consciência para não pensar e anulando o sentimento na vã proeza
de passar incólume diante do sofrimento.

O desconcertante culto ao corpo e ao endeusamento pessoal tem arrastado multidões inexperientes


aos transtornos psicológicos de natureza grave, bem como a enfermidades perversas resultantes do
mau uso da organização somática.

Infecções cruentas alastram-se ameaçadoras e processos degenerativos aumentam


vertiginosamente, como resultado da insânia comportamental a que se entrega expressiva parte da
comunidade terrestre.

Hoje, mais do que ontem, os seres humanos apresentam-se desnorteados, consumidos pela volúpia
do prazer que, para ser conseguido, exige tributos muito altos, como a conquista de recursos
amoedados mediante quaisquer expedientes, o absurdo exibicionismo do ego, a disputa
desenfreada pelo pódio onde permanecem por pouco tempo.

A violência, a drogadição, o sexo em desvario...

Seis mil e quinhentos anos aproximadamente de valores éticos, de cultura e de civilização, parecem
desmoronar ante os descalabros de toda ordem que tomam conta da sua conduta.

Naturalmente, em um retrospectivo histórico, o fenômeno tem-se repetido, conforme a época,


quando uma civilização depois da glória atinge a decadência, assim ensejando o surgimento de uma
nova etapa evolutiva.

Assim sucedeu no passado com as grandes nações que dominaram o mundo ou parte dele, quando
tombaram no de caimento, em razão dos desvios morais que os seus cidadãos se permitiram, bem
como do abuso do poder a que alguns se entregaram.

Seria de supor-se que, após Jesus, os rumos a serem seguidos fossem outros, caracterizados por
condutas mais dignas, propiciadoras de paz.

Infelizmente, porém, a Sua mensagem rica de pulcritude e amor foi desconsiderada, adaptada aos
interesses de governos arbitrários e de religiões dominadoras, que olvidaram o ser humano para
quem Ele veio, então substituído pelos interesses imediatos da glória, da forma, do orgulho e da
ilusão...

O resultado foi lamentável!

Vive-se hoje, como consequência, o Cristianismo sem a presença do Cristo, aquele que foi
elaborado pelos homens e mulheres ambiciosos.

Substituiu-se o amai-vos uns aos outros pelo armai-vos uns contra os outros.
Vem proliferando, nas fileiras da fé religiosa, a indiferença pelos que sofrem, os denominados
excluídos, os desfavorecidos de recursos financeiros, de beleza física, de posição social, ao tempo
em que a jactância dos dominadores toma corpo e a sua arrogância dissemina guerras injustas,
perseguição generalizada a todos aqueles que não lhes pertencem aos quadros de interesse, alguns
acreditando-se instrumentos de Deus para esse fim ignóbil.

Irmãos digladiam-se, uns contra os outros, em acusações absurdas e cruéis, disputando a bajulação
dos seus cômpares, em campanhas difamatórias, com o exclusivo interesse de malsinar e perseguir
aqueles que lhes parecem mais dignos e mais elevados moralmente.

Como não os podem alcançar, tentam rebaixá-los ao seu nível.

Por consequência, há uma incontrolada sede de amor, gerando seres atormentados e solitários que
descambam nos abismos da solidão e da loucura.

Igualmente, a fome de alimentos ceifa dezenas de milhões de pessoas esquecidas, cada ano, não
se contabilizando aquelas que sobrevivem, mas que por desnutrição e carência orgânica tornam-se
espectros vivos, sem ideal nem esperança...

O mundo religioso, de quase todas as denominações, acompanha o suceder desses trágicos


acontecimentos, ignorando o que se dá em toda parte, cada grupo mais interessado na preservação
do seu status, do seu crescimento, da aquisição de poder e de grandeza terrena.

Certamente que existem exceções enobrecedoras, não, porém, suficientes para reverter o doloroso
quadro.

Fala-se mais do que se age.

Predica-se com expressões formosas, sem o alicerce da prá tica das lições apresentadas.

Discute-se com ardor e atua-se com indiferença ou rancor.

São dias muito sombrios espiritualmente e de comportamentos infelizes estes.

Não constituem, porém, novidade para o cristão decidido e coerente, porquanto Jesus anunciou a
ocorrência que hoje é vivida no planeta.

De tal forma o Mestre Incomparável preocupou-s e com essa dolorosa situação que viria, que
prometeu enviar o Consolador, nesse momento injurioso, a fim de que repetisse as Suas lições,
dissesse coisas novas e ficasse para sempre orientando os rumos que deveriam ser percorridos.

Há um século e meio quase, materializou-se a Sua promessa no Espiritismo, que se propõe a


regenerar o ser humano individualmente e a sociedade como um todo.

Apesar disso, a colheita de frutos tem sido quase inexpressiva até este momento, o que é realmente
doloroso ao ser constatado.

Os Espíritos procedentes da Grande Luz, no entanto, estão vigilantes e cuidam de manter a


sementeira da esperança, do amor, da compaixão, do perdão e da caridade na Terra desolada.

Homens e mulheres conscientes do dever e sinceramente devotados ao amanho do solo dos


corações e a libertação das mentes, estão empenhados labor de contribuir da melhor forma possível
em favor do novo amanhecer.

Pensando nesses heróis da fraternidade e em muitos outros candidatos ao ministério de renovação


pessoal, assim como do planeta terrestre, reunimos neste volume algumas páginas que escrevemos
ao longo dos meses, portadoras de diretrizes para o êxito da jornada que pretendem realizar.

São mensagens simples, de conteúdo já conhecido, em formas novas de apresentação, repetindo o


pensamento de Jesus e as informações catalogadas por Allan Kardec, a fim de que aqueles que nos
honrarem com a sua atenção, encontrem estímulo e roteiros sempre novos para seguirem adiante,
corajosa e amorosamente.

Outros sim, com este modesto trabalho psicografado, homenageamos o preclaro codificador do
Espiritismo, neste ano do seu bicentenário de nascimento, quando veio ao mundo em Lyon, na
França, no dia 3 de outubro de 1804.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 01

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 1.

A PEDAGOGIA DE JESUS.

Renovam-se, periodicamente, no mundo, os métodos pedagógicos, em razão da conquista do


conhecimento nas suas diferentes áreas.

Nos últimos anos, a valiosa contribuição da Psicologia infantil abriu espaços para mais profundo e
claro entendimento em torno das possibilidades de aprendizagem da criança, ensejando novas
técnicas para a educação.

Merecem especial destaque o Relatório Jacques Delors, encomendado pela UNESCO, que trata dos
quatro pilares de uma educação para o século 21 e, posteriormente, a proposta do eminente
educador francês Edgar Morin, através dos expressivos sete saberes necessários a educação do
futuro.

Estruturada a técnica dos quatro pilares no autoconhecimento do aprendiz e nas lições que se lhe
fazem ministradas, esses pilares são programas propostos da seguinte forma:

Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a conviver, Aprender a ser.

Em uma análise cuidadosa, descobre-se que esses valores encontram-se na pedagogia de Jesus,
porquanto a Sua preocupação constante era a da autoiluminação daqueles que O buscavam.

A Sua é uma mensagem incessantemente fundamentada no conhecimento que liberta e conduz,


retirando o ser da ignorância e descortinando- lhe os horizontes infinitos do progresso espiritual que
lhe está destinado.

Jamais atendeu a quem quer que fosse, que lhe não oferecesse a diretriz para o conhecimento de si
mesmo, para que depois pudesse entender o seu próximo, passando a amar a Deus.

Por outro lado, nunca tomou o fardo das aflições dos outros, ensinando cada qual a carregar a sua
cruz, conforme Ele o faria mais tarde, até colocá-la no Gólgota.

Apontava diretrizes e induzia a criatura a segui-las fazendo a sua parte, porquanto, cada qual é
responsável por tudo aquilo que se lhe torna necessário.

Estimulando ao progresso, dignificou o trabalho, informando que o Pai até hoje trabalha e que Ele
mesmo também estava trabalhando.

Os Seus eram sempre relacionamentos edificantes, nos quais o Bem mantinha predominância,
impossibilitan- do a distensão dos prejuízos da maledicência, do ódio, dos rancores, dos ciúmes, das
disputas insensatas.
Com Ele a convivência é aprendida, mediante o resultado do exercício da tolerância que leva a
fraternidade, do auxílio recíproco dignificador da espécie humana.

Jamais abriu espaço para a ociosidade, sugerindo que o Reino dos Céus fosse conquistado a
esforço, iniciando-se o seu labor na busca interna, superando os impedimentos apresentados pelas
paixões dissolventes.

Nunca deixou de valorizar a realidade espiritual de Si mesmo, induzindo os Seus discípulos e todos
os aprendizes a descobrirem a realidade de que eram constituídos.

Afirmou, taxativo:

Eu sou a luz do mundo, Eu sou a porta das ovelhas, Eu sou o pão da Vida, Eu sou o Caminho da
Verdade e da Vida, Eu sou a luz do mundo...

Vós sois de baixo, eu sou de cima, vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.

Vós sois o sal da Terra...

Incessantemente convidava os Seus ouvintes ao auto-conhecimento, para que se tornassem cartas


vivas do Evangelho.

As multidões, ávidas de amor, de paz, de pão, de saúde, sempre buscavam o Mestre na expectativa
de terem as suas aflições resolvidas.

No tumulto, ao qual se entregavam, as suas eram aspirações imediatistas, necessidades


consideradas básicas, porque referentes aos problemas que as afligiam naquele momento.

Portador de incomum sabedoria, Ele entendia que não se pode falar de paz a pessoas atormentadas
pelo estômago vazio de pão, nem discorrer sobre felicidade enquanto elas estorcegavam em dores
rudes...

Desse modo, sempre acendia a solicitação mais inquietadora, abrindo espaço emocional para
ampliar a consciência e ensejar a realização do bem-estar.

Socorria a problemática e elucidava quanto ao impositivo de mudança de comportamento para


melhor, de forma que depois não acontecesse nada mais grave.

Essa recomendação, que sempre coroava os atos de recuperação da saúde e do refazimento moral
que tomam conta das paisagens humanas, objetivava demonstrar que os sofrimentos são resultado
da ignorância das Divinas Leis, da sua má interpretação ou da sua aplicação indevida e perversa,
portanto, do uso prejudicial que delas é feito.

A única maneira, portanto, de recuperar-se o faltoso é por meio do refazimento da experiência, da


retificação dos erros, da saudável conduta mental e moral que se permita.

Assim sendo, tornou-se o Pedagogo por excelência, não apenas ensinando a conhecer, afazer, a
conviver e a ser, mas, sobretudo, demonstrando que Ele o realizava.

Vivenciou tudo quanto ensinou, comportando-se como modelo imprescindível a lição ministrada.

Jamais desmentiu pelos atos o que lecionou por palavras.

O Seu é o ministério do exemplo, da ternura, do amor e da compaixão.

Comovendo-se com as criancinhas que O buscavam, usou de severidade com os fariseus, os


doutores e os legistas, sem, no entanto, os ferir ou malsinar.

Era necessário usar de energia, a fim de que se libertassem da hipocrisia que se lhes tornara
habitual e constatassem ser Ele o Messias esperado, embora não aceito.
O ser humano está destinado às estrelas, apesar de ainda fixar-se ao solo do planeta em que se
encontra evoluindo, mergulhado mais em sombras do que banhado pela alvinitente luz da sabedoria.

Contempla os horizontes fulgentes, fascina-se, e não tem coragem de romper com os impedimentos
que o detêm na retaguarda dos entardeceres melancólicos.

Ouve e lê os ensinamentos de Jesus, no entanto, aferra-se ao imediatismo da organização material,


optando pela ilusão da carne, sem a coragem para desvencilhar-se dos seus elos retentores.

Lentamente, porém, a pedagogia de Jesus desperta-o para novo entendimento da Vida e dos
objetivos existenciais, auxiliando-o a descobrir a felicidade que não se compadece com as
sensações angustiantes do primarismo.

Como sábio mestre, Ele espera que os Seus aprendizes se resolvam por segui-lo, tomando da
charrua e não ma is olhando para trás, já que o campo íntimo a joeirar é muito grande e a
sementeira faz-se desafiadora.

Conforme prometeu, enviou posteriormente os Seus mensageiros, a fim de que despertem as


consciências e repitam Suas lições, porque toda aprendizagem exige exercício, repetência, de forma
que se fixem por definitivo nos painéis da memória, transformando-se em conduta salutar.

Se já sentiste a mensagem de Jesus, ouvindo-a, lendo-a, auscultando-a no coração, não te


detenhas.

Aproveita este momento importante e deixa-te penetrar por ela, a fim de que a tua seja uma
aprendizagem valiosa, que te facultará a alegria de viver, liberando-te das causas das aflições e
emulando-te ao crescimento interior incessante.

Melhor pedagogia do que a dEle não existe, pois que vem atravessando os dois milênios já
transatos com superior qualidade de orientação.

Este é o teu momento de realmente aprenderes a viver, sofrimentos são resultado da ignorância das
Divinas Leis, da sua má interpretação ou da sua aplicação indevida e perversa, portanto, do uso
prejudicial que delas é feito.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 02

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 2.

CAMPEÕES.

Em todas as épocas da Humanidade, o desafio para alcançar o máximo em qualquer área de


atividade constituiu motivação para o feliz desempenho do ser na luta do cotidiano.

Aureolaram-se com gloriosas coroas de louros e de ouro os heróis das guerras e os gladiadores
após as matanças hediondas.

Homens e mulheres celebrizaram-se pela beleza física e pela harmonia dos traços, deslumbrando
os seus contemporâneos que os homenagearam até uma quase adoração.

Artistas e estetas assinalaram períodos mediante as obras que os imortalizaram, tornando-se ases
que inspiraram amor e inveja, destaque na comunidade e ciúmes doentios.
Nos jogos e desportos, desde os olímpicos iniciados em 776 antes de Cristo, e que ainda comovem
o mundo, os campeões, os vencedores, têm sido exaltados e glorificados, usando o pódio do triunfo,
sensibilizando as criaturas de todos os níveis culturais e sociais.

Todos eles, heróis, invulneráveis e vitoriosos, estimularam os seus coevos, servindo-lhes de modelo
e arrancando-os da sombra e do desconhecimento para fluírem a popularidade e servem o licor
embriagante da gloria.

A medida, porém, que o tempo transcorria e as gerações se sucediam, novos ases surgiam no
cenário do mundo, enquanto os anteriores, desequipados de resistências morais para compreender
o fenômeno natural, tombaram na amargura ao serem esquecidos pelos seus admiradores, ou se
tornaram vítimas da inevitabilidade dos desgastes orgânicos, das doenças, da velhice, quando não
sucumbiram antes, desolados e vencidos pela morte...

Ressalvadas algumas exceções, aqueles que experimentaram o triunfo não souberam prolongá-lo
com a elevação emocional e moral imprescindível, evitando-se o tombo no desespero e no
sofrimento.

Fascinados pelo gáudio e pelo triunfo, supuseram que desfrutariam do aplauso e da bajulação das
massas para sempre, sem que se dessem conta da transitoriedade do mundo físico.

Alguns deles, possivelmente a maioria, deixando-se embriagar pelo êxito momentâneo, foram
devorados por aqueles mesmos que os aclamaram um dia, passando a apupá-los depois.

Muitos outros, relegados ao ocaso, deixaram-se sucumbir pelos vícios com que se iniciaram nos
dias de glória, afogando-se posteriormente, empurrados pela amargura e pela revolta que lhes
substituíram o riso e a soberba...

A Terra é sempre a abençoada escola de elevação moral para o Espírito.

As suas são lições imorredouras, que devem ser meditadas, a fim de introjetadas, (ou seja
interiorizadas), no âmago, para serem vivenciadas depois.

Aprender esses ensinamentos, insculpindo-os na conduta, constitui para todas as criaturas o


impositivo inadiável em favor da própria plenitude.

São necessários os campeões da cultura humana, demonstrando que todos podem alcançar
patamares elevados e metas estabelecidas por mais desafiadoras.

O empenho e o sacrifício de uns em favor do objetivo abraçado coroam-se de alegrias e bênçãos,


que motivam outros a equivalente esforço para que também alcancem o triunfo.

Um campeonato, porém, existe, igualmente desafiador, que é aquele da incessante luta do ser
contra as paixões dissolventes e perversas, que teimam em permanecer em a sua natureza
humana.

Esse desafio, proposto pela sabedoria universal e vivenciado pelos mártires, pelos santos e pelos
promotores do conheci mento e da arte, teve, em Jesus, o exemplo máximo de que se tem notícia.

Superando todos os obstáculos e vencendo rodas as arbitrárias ciladas que Lhe apresentaram os
adversários cruéis, é campeão do amor e da misericórdia, convidando-nos a segui-lo.

Exulta com as vitórias externas, aplaude os campeões dos diversos jogos e disputas do mundo, mas
não te esqueças do combate íntimo para a conquista da paz e do amor que te estão destinados.

Para o logro dos campeonatos terrestres são indispensáveis inúmeras disciplinas e sacrifícios,
esforços contínuos e sem trégua, devendo-se permanecer no mesmo afã, para prosseguir-se no
rumo do desiderato.

Apesar disso, a inevitabilidade do desgaste das forças físicas e mentais, a de- cadência da matéria,
apresentam-se inevitáveis.
Entretanto, no que diz respeito a conquista dos valores internos, defrontam-se os mesmos sacrifícios
e lutas intérminas, com a diferença que, a medida que os anos se acumulam, mais ditoso sente-se
aquele que está empenhado na própria transformação moral para melhor, na conquista dos títulos
de enobrecimento pessoal e de paz.

Qualquer conquista exige o contributo do esforço, quando não do sacrifício, da abnegação e da


constância, sem o que o desejo não vai além de uma quimera que se dilui ante a realidade dos
acontecimentos.

Todos aqueles que alcançaram as cumeadas do progresso guardam os sinais dos combates
travados, que hoje podem ser considerados como as legítimas condecorações e os significativos
troféus que ostentam, compensando-lhes o devotamento e as incessantes contribuições da
abnegação e da confiança.

Esforça-te, pois, a fim de lograres a posição de campeão do amor e da fraternidade sob todos os
aspectos imagináveis.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 03

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 3.

Pessoas há, imensamente generosas, que são tocadas de compaixão ante as necessidades do seu
próximo e distendem-lhe mãos amigas de socorro e de amizade.

Repartem o pão, mesmo quando escasso, distribuem calor fraterno aos enregelados no abandono,
falam palavras gentis aos esfaimados de orientação.

Corteses e joviais, possuem verdadeiras fortunas de generosidade, desempenhando o seu papel de


cidadania em clima de solidariedade.

Enquanto se encontram em posição de relevo, não se percebem e procuram auxiliar todos aqueles
que lhes buscam apoio e necessitam do crescimento espiritual.

Esses homens e mulheres bem-intencionados concriem, (ou seja, colaboram), em favor da


sociedade que dignificam, mediante os exemplos de honradez, fomentando o progresso do povo que
se encontram com os olhos postos no futuro da Humanidade.

Não importa se abraçam ou não qualquer Religião.

Agem espontaneamente em decorrência dos sentimentos dos que lhes exornam o caráter.

Modelos sociais que se fizeram, conseguem movimentar-se em círculos de amizades prósperas,


homenageados e em destaque onde se apresentam.

Tornam-se estímulos para outros, que ainda não conseguiram superar as barreiras do egoísmo nem
os estigmas da indiferença ante a dor que ceifa esperanças a sua volta.

Representam biótipos que um dia se multiplicarão na Terra, tornando-se comuns, enquanto hoje
rareiam.

Descobriram a arte de servir por meio da qual avançam intimoratos no rumo da própria felicidade.
Aprendendo a abrir o coração, ampliam os gestos de amor mediante as mãos solidárias ao
sofrimento das demais criaturas.

Não cobram recompensa pelo que fazem, não exigem retribuição afetiva.

O que praticam, realizam-no, porque lhes faz bem.

A verdadeira caridade, porém, conforme a entendia Jesus, é mais profunda, sendo benevolência
para com todos, indulgência para as faltas alheias e perdão das ofensas.

A verdadeira caridade expressa-se mediante ações morais, relevantes e graves.

Sem dúvida, a doação de alimentos, de roupas e de medicamentos, de moedas que resgatam


dívidas, é valioso contributo para aquele que o recebe, evitando-lhe inomináveis padecimentos,
situações desesperadoras e mesmo alucinações que terminam em desaires e crimes variados.

Toda e qualquer oferta, portanto, distendida a quem sofre, é portadora de contributo significativo em
nome do Bem.

Não constituindo sacrifício para o doador, é bênção para o atendido, auxiliando o coração generoso
a habituar-se no exercício da solidariedade e no cumprimento dos deveres fraternos que a vida
impõe.

A ação sublime, no entanto, é mais escassa em razão dos sacrifícios de que se reveste.

A benevolência para com todos representa um sentimento de profundo amor pelo seu próximo, de
compreensão pelos seus atos, por cuja manifestação identifica as suas necessidades evolutivas e
não lhe cria embaraços na marcha.

A indulgência para asfaltas alheias define-lhe o estágio moral avançado, após vencidas as etapas de
desequilíbrio e sombra, que lhe ensinaram a entender quão difícil é a libertação dos atavismos
primários que se retêm na retaguarda.

O perdão das ofensas, por sua vez, é o auge das conquistas íntimas que desidentificam o ser das
próprias imperfeições, porque se dá conta do quanto necessita ser perdoado, naquilo que se refere
às próprias fraquezas e delitos que tem cometido.

Essa ação sublime é, sim, a verdadeira caridade como a entendia Jesus.

As dádivas de natureza material enfocam a caridade nas suas primeiras manifestações, avançando
para as expressões morais, quais a benevolência para com todos os corações perversos e carentes,
a tolerância ante as suas debilidades morais, olvido do mal e apoio àquele que o praticou.

Não bastará tolerar e até mesmo perdoar o mal que lhe é dirigido, mas, sobretudo auxiliar aquele
que derrapou na insensatez e gerou a situação infeliz.

Ideal seria que esse sentimentos fossem acompanhados do olvido do erro, mas como isso
independe do sentimento, estando mais afeto a memória, o treinamento de auxílio ao infrator
contribui para o esquecimento da sua ação nefanda.

Treina a ação sublime no teu dia a dia, colocando, nas suas práticas de bondade, as valiosas
contribuições morais que te desvelem espiritualmente bem em relação ao teu próximo.

Não esqueças, todavia, de prosseguir no auxílio mediante as ofertas materiais de algum significado
para os que necessitam desse imediato socorro.

Toma Jesus como teu modelo, sê benevolente, usando de indulgência e perdoando com total
fraternidade até o momento em que consigas esquecer todo e qualquer mal para pensar somente no
bem libertador.
Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 04

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 4.

NA CONTRA MÃO DA HISTÓRIA.

O cristão-espírita sincero, perfeitamente entrosado nas lições do pensamento de Jesus, não deixa
de ser alguém portador de conduta esdrúxula, tendo-se em vista os padrões vigentes na sociedade.

Predominando a ambição desmedida, o suborno e a astúcia, tendo destaque o campeonato da


insensatez e o arbítrio da desonestidade, adquirindo cidadania o desleixo moral seguido da
vulgaridade dos sentimentos e a vilania do sexo, ampliados pelo abuso das drogas químicas e da
ostentação, sentem-se triunfadores aqueles que se destacam na comunidade, pouco lhes
importando quais os recursos utilizados e o preço pago para alcançarem o pódio em que se
demoram por pouco tempo.

A ética moral cediça abre espaços a acomodação da consciência aos ditames da perversidade e do
crime, cuidando, cada um, de preservar a própria existência física, sem o Mínimo de respeito e de
compaixão pelo seu próximo, que se aturde no vendaval do abandono ou vai consumido pela
miséria social em que esbraveja.

O comportamento convencional estabeleceu que aos amigos, aos afetos se devem oferecer todos
os bens, enquanto que aos inimigos, aos competidores, àqueles que se afastam do caminho, nada
se lhes deve conceder, antes, pelo contrário, persegui-los e vencê-los de qualquer forma, se isso for
possível.

Os relacionamentos sociais facultam que os poderosos reúnam-se em banquetes, a fim de


discutirem a miséria dos oprimidos, estabelecendo excelentes programas de beneficência, que
jamais cumprem, ao tempo em que consomem altas somas nessas reuniões, que poderiam ser
encaminhadas para minorar a fome e as doenças que grassam avassaladoras em toda parte.

Os mimos e joias de alto preço são permutados entre aqueles que não os necessitam, em
exibicionismo cruel, em face da carência de toda natureza que espia os afortunados de um dia, e
transformariam a futilidade em subsistência física, a fim de não sucumbir diante do fausto inútil dos
frívolos.

Aplausos pelos triunfos momentâneos chamam a atenção das multidões, que contemplam os
vitoriosos com amarga ironia, considerando-se a distância que medeia entre esses e aquelas
desnorteadas.

Promessas impossíveis de realizadas iludem os incautos, pela falácia de políticos desonestos e bem
orientados, governantes defraudadores dos deveres assumidos e profissionais bem remunerados,
mas não cumpridores dos deveres...

E enxameiam em toda parte os aproveitadores, os utilitaristas, os que abusam da existência física,


inconscientes e inconsequentes.

O cristão-espírita, no entanto, caminha na contramão da história contemporânea.

Respeita a conduta de todos, bem como os seus compromissos, mesmo aqueles que se apresentam
desestrutura- dores da sociedade.

No encanto, não covive com eles.


Na impossibilidade de impedi-los, vive conforme os padrões dos ensinamentos de Jesus e da
consciência ilibada que haure nos fundamentos do Espiritismo, encarregado de atualizar a proposta
do Mestre de Nazaré e demonstrar a excelência dos seus conteúdos, mesmo diante dos conflitos
que esse procedimento desencadeia.

É severo para consigo mesmo e tolerante para com o seu próximo.

Amando os seus amigos, não detesta aqueles que se lhe transformaram em inimigos, por considerá-
los enfermos da alma, necessitados mais de compaixão e terapia do que de perseguição e
aniquilamento, já que ninguém morre.

Age sempre guiado pelo sentimento do amor e do dever, jamais se desviando da conduta honesta
para com a própria consciência e para com o grupo social no qual se movimenta.

Trabalha, mantendo os nobres objetivos de ser livre e viver com dignidade, promovendo o
progresso, mediante, porém, os métodos nobres, ao invés do enriquecimento ilícito, que grassa
dominador.

É fiel a verdade, mesmo que a preço elevado de incompreensão e sofrimento.

É gentil com os estranhos, simultaneamente é cordial com os familiares, que sempre envolve em
sentimentos de elevação.

Não destaca uns amigos, que o brindam com quinquilharias em detrimento daqueles que lhe não
podem oferecer gentilezas materiais.

Faz, sem prometer, evitando-se compromissos mentirosos que reconhece não poderá atender.

É sincero, sem rudeza, prestimoso sem bajulação, devotado sem interesse de recompensa.

Sabe sofrer com resignação e confiança em Deus, não se permitindo mecanismos de fugas pelo uso
de entorpecentes e drogas outras que somente aumentam a carga de desequilíbrios para o futuro.

Não anatematiza o mal, antes busca evitá-lo, não blasfema contra as ocorrências infelizes, mas
procura delas retirar o melhor proveito, não se envolve na sordidez em triunfo, perseverando nos
bons costumes.

É espezinhado, às vezes, no entanto, não se preocupa em conquistar pessoas e perder a dignidade


que o caracteriza.

É simples e desataviado, jovial e pacífico, discreto e honrado, quando o comum são os exageros e
as complexidades na conduta, os semblantes carregados de ira e de cólera, ou vulgares, com a
máscara da simpatia falsa, com os exibicionismos e a falta de escrúpulos.

Certamente chama a atenção, e esse comportamento pode parecer esdrúxulo ante os conceitos
atormentados que comandam diversos segmentos sociais.

Essa viagem moral na contramão haure-a o cristão-espírita em Jesus, que jamais tergiversou entre o
correto e o equivocado, o dever e o sociável, a dignidade e o crime, a responsabilidade e a truanice,
a verdade de duração eterna e o conveniente do momento.

Nunca se escusando de ser coerente com a imortalidade, Jesus não desdenhou o poder temporal,
nem a fortuna dos ricos de moedas, nem a dos que dispunham de situação social invejável.

Tratou-os com bonomia e honradez, porém, não os preferiu em detrimento dos injustiçados, dos
esquecidos, dos proletários e miseráveis...

Pela Sua altivez foi traído, julgado quatro vezes por esbirros do poder temporal que O temiam, e
após condenado a morte por um infame e covarde que também morreu, avançou na contramão dos
medos humanos e da subserviência que predominavam no Seu tempo, permanecendo modelar até
hoje, a fim de que, seguindo-Lhe os exemplos logremos também a nossa plenitude.
Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 05

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 5.

PACIFISMO.

Hercúleo desafio é aquele que induz o ser humano a conquista da paz.

Esse empenho e futuro logro resultam de uma decisão consciente estruturada nos interesses
superiores do Espírito, que busca a integração com a Consciência Cósmica, no afã de se
aurossuperar.

Defluente da vitória sobre as más inclinações, que são substituídas pelos valores ético-morais, esse
trabalho de renovação da conduta exige dedicação incessante, de modo que uma nova natureza se
lhe aposse, modelando-lhe as aspirações e o comportamento.

A realização da paz íntima dá-se mediante o exercício de ações dinâmicas e lúcidas que trabalham
as tendências violentas, transformando-as na sua constituição e operando novos condicionamentos,
que o induzem a incessante labor de renovação para melhor, sem cansaço nem desesperação.

A pessoa que se esforça para se tornar pacífica tem pela frente muitas lutas e refregas,
considerando-se o atual estágio que a Humanidade atravessa, caracterizado pela violência, pela
agressividade e pelas paixões dissolventes que ganham campo no comportamento geral aceito sem
muita discussão.

Em todo lugar apresentam-se os atentados a paz, a ordem, ao dever, gerando conturbação e


desequilíbrio, de tal forma que o volume das aberrações e monstruosidades transforma-se em um
peso emocional muito grande na conduta coletiva, estressando e deprimindo os temperamentos
mais vulneráveis, enquanto outros se atiram no sorvedouro do desespero.

A violência se arma de ódio e incendeia guerras de destruição, enquanto a paz desarma o indivíduo,
fortalecendo-o para não temer com situação alguma e confiar sempre no triunfo que conseguirá
mediante a incessante busca do bem.

Nessa disposição, não se submete a imposições perversas, e embora a sua seja uma atitude de
resignação, não cede, abandonando o ideal abraçado, mesmo quando sob ameaças e dores
excruciantes.

A coragem da fé concede-lhe resistência para não recuar nem aceitar as exigências descabidas da
arbitrariedade.

Somente os caracteres bem forjados conseguem erguer barreiras impeditivas ao crime, ao desamor
e a loucura do ódio de maneira pacífica, não entrando nos mesmos combates, mas preservando os
seus valores éticos responsáveis pela manifestação da paz no coração.

Supunha-se por muito tempo, que a não resistência ao mal seria anuência a sua mórbida presença.

Nada obstante, não resistir ao mal significa, neste caso, não usar dos mesmos métodos nem de
iguais instrumentos com os quais a perversidade e a ignorância investem contra todos e tudo.

Torna-se indispensável uma alta carga de emoção e de compaixão direcionada ao malfeitor, a fim de
vê-lo como um infeliz que é, em vez de identificá-lo na condição de perseguidor que se compraz na
morbidez a que se entrega.
Essa aparente alegria que o toma, expressa o desconforto que o invade e alucina, demonstrando-lhe
a insanidade.

Havendo perdido a direção de si mesmo e desnaturado pela alucinação que o perverte, é mais digno
de misericórdia do que de revide, inspirando compreensão, embora os prejuízos que promove, no
final de tudo, contra ele mesmo.

O pacifismo é um movimento que se origina no imo do ser humano e se exterioriza em forma de


justiça social, harmonia espiritual, equilíbrio moral.

Conquista valiosa do homem e da mulher de bem,a sua bandeira se levanta para indicar rumos de
felicidade para o organismo social.

Harmonizando indivíduos que vibram na mesma faixa de ideal, jamais se utiliza de recursos ignóbeis
para alcançar o seu objetivo, perseverando na paciência e no amor, cujo calor dissolve as mais
grosseiras cadeias do ódio e dissipa as mais densas nuvens do ressentimento.

O pacifista sabe que o seu apostolado é de longo curso, e por isso não investe com pressa, gerando
perturbação e impondo-se, porque trabalha nas heranças do primarismo humano de forma que os
instintos agressivos sejam transformados em emoções de solidariedade que geram a lídima
fraternidade entre todos.

Não se envolve nas lutas corporais, tampouco inspira conflitos para estabelecer-se por decretos ou
por meio de outros mecanismos violentos, promovendo, a pouco e pouco, a nova ordem de valores
que devem viger na sociedade.

Sofre, às vezes, as consequências da sua opção, jamais revidando conforme agredido, o que não
implica aceitar ou submeter-se às perversas proposições que se originam na força e se ampliam
mediante a prepotência.

A sua resistência pacífica é silenciosa e resoluta, facultando o estabelecimento da operosa força do


poder do amor que aquece as vidas, dá-lhes sentido e apresenta-lhes rumo feliz que deve ser
percorrido.

A pessoa de paz não é tímida, embora comedida, por- que sempre se encontra onde sua presença
se faz necessária, emulando a perseverança no empreendimento libertador.

O pacifismo, portanto, não pode ser confundido com a pasmaceira a que se entregam algumas
criaturas receosas e inconscientes de que a luta não pode ser encarada somente sob o ponto de
vista da destruição, mas sim pelo empenho persistente para a transformação da sociedade por meio
do indivíduo que a constitui.

A paz, portanto, deve e tem de ser conquistada, passo a passo, até se transformar em razão de ser
da vida, de forma a ganhar as ruas do mundo,agrupando outros lidadores cujas existências
expressem tudo quanto creem, por sua vez, sendo justos, nobres e pacíficos em si mesmos e junto
àqueles que ao seu lado convivem.

O ideal da paz é inerente a todos seres humanos, que o devem ampliar por meio da oração de
recolhimento, interior da meditação que renova e revitaliza as energias, de rígido jejum a violência,
essa cruel opositora do bem.

Viver em paz de espírito, não obstante a agitação, os enfrentamentos, a diversidade dos


acontecimentos agressivos, é a mera.

Não permitir que os transtornos de fora perturbem o equilíbrio interno.

A semelhança de uma lâmpada acesa na escuridão, que atrai os viandantes perdidos e os orienta, a
pessoa de paz é referência para aqueles que estão aturdidos e se lhe acercam, banhando-se com
as suas energias enriquecedoras.
O pacifismo vem de Deus e lentamente dominará toda a Terra, se os pacíficos prosseguirem
intimoratos, (ou seja, destemidos), e confiantes até o fim.

Disse Jesus:

Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou, não como o mundo a dá...

Conforme anotou o evangelista João, no capítulo 14, versículo 27.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 06

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 6.

MEDO E AUTO-CONFIANÇA.

Podem-se relacionar seis tipos básicos de medo, que assaltam a criatura humana durante a finitude
da sua existência corporal:

O medo da morte, da velhice, da doença, da pobreza, da crítica e da perda de um afeto profundo.

Todos eles decorrem da insegurança pessoal remanescente dos conflitos originados em


comportamentos infelizes que deram lugar a transtornos de significado especial.

Não compreendendo a vida como uma realidade constituída por etapas delineadas com firmeza no
corpo somático e fora dele, o indivíduo vê na conjuntura material a única realidade, sem a qual tudo
é desconhecido ou impossível de existir.

O seu empenho para manter-se com paz não é suficiente para estabelecê-la, antes deixando-se
consumir por incertezas que devia trabalhar mediante a reflexão, o estudo e a oração, a fim de as
converter em auto-confiança, com harmonia pessoal.

Experienciando as sensações com imenso agrado, as emoções que o visitam ainda são decorrentes
dos prazeres a que se roga, qual fosse a existência um banquete sem fim.

A própria constituição orgânica é possuidora de resistência incomum e ao mesmo tempo mantém-se


frágil, porque se dilui de um para outro momento, suas peças e engrenagens complexas se
desarticulam arbitrariamente, demonstrando a sua transitoriedade.

Graças a essa contextura, aquele indivíduo que não se firma em conceituação imortalista, aquela
que demonstra a perenidade, a infinitude da vida, faculta-se a instalação do medo nos sentimentos,
essencialmente o da morte, da interrupção do gozo carnal.

Não obstante, quem da jornada física somente vivenciou amarguras e ansiedades, aprendendo a
superar as injunções do medo, não raro, vê, na morte, a libertação do dolorido fadário que carrega.

Detivesse-se o ser humano a meditar em torno do processo existencial e sua colocação no universo,
e compreenderia que, pelo fato de existir, a sua não pode ter sido a origem no acaso e a sua não é a
finalidade de extinção.

Enriquecido pela inteligência, que o destaca soberanamente em todo o reino animal, por uma
memória que o acende quando requisitada, nos seus refolhos profundos jazem lembranças que
procedem de experiências rigorosas que lhe preexistem a acuai concepção e, por consequência,
sobreviverão a diluição das moléculas materiais.
Nesse contexto, o sentimento de amor é-lhe imanente e, desdobrado, transforma-se com vigorosa
capacidade para cultivar a esperança e superar-se, bem como a fé para o conseguir.

A autoconfiança é-lhe o passo imediato, abrindo-lhe perspectivas formosas para a conquista da


anelada plenitude.

A intercorrência dos medos básicos no indivíduo centraliza-se na incerteza mantida em torno do


fenômeno da morte, do que ocorre depois da disjunção molecular, da convivência ou não...

Porque considera que se trata de aniquilamento da consciência e da razão, teme a consumpção


tocai que jamais ocorre.

A fatalidade do ser é atingir a harmonia completa na imortalidade de que se encontra investido.

A dúvida a esse respeito, a negação dessa realidade facultam-lhe o elenco proporcionador de outras
expressões fóbicas, como o receio da velhice inevitável, caso não ocorra antes a desencarnação...

A crença atávica de que a velhice sucede a morte, o que é incontestável, retira a compreensão
lógica de que ela se manifesta em qualquer idade, apresentando-se em todas as, faixas etárias, não
sendo privilégio apenas da senectude.

Todos nascem condenados a morte biológica, da mesma forma como foram estruturados
organicamente.

Referia-se Marco Túlio Cícero, o filósofo, escritor e orador latino, às vantagens da velhice, que não
pode nem deve ser considerada como uma desventura, mas sim como uma bênção, pelo quanto
permitiu ao ser superar paixões e conflitos existentes durante o percurso evolutivo.

Ao mesmo tempo, ofereceu muitos benefícios que decorrem da experiência dos anos e da conquista
da sabedoria.

Por outro lado, o medo das doenças encontra-se também enraizado na mesma reflexão de que elas
conduzem a morte, assim produzindo o terrível conflito.

O número de jovens saudáveis que morrem a cada momento é muito grande, especialmente nas
metrópoles e megalópoles, vitimados pela imprevidência e precipitação, pela imaturidade e
desequilíbrio comportamental.

As estatísticas demonstram que os homicídios, os suicídios e acidentes fatais somados constituem o


mais elevado índice de óbitos no mundo, quase sempre arrebanhando a juventude e a maturidade
portadora de saúde.

Ainda na mesma área de incorreta reflexão, surge o medo da pobreza, respaldando-se no conceito
de que o dinheiro compra a saúde e quase confere a imortalidade, pensando-se que a falta de
recursos econômicos abrevia a existência física, em razão de não se dispor dos meios hábeis para
atender os fenômenos desgastantes e fatais das enfermidades.

O número, porém, de pessoas destituídas de dinheiro, que atingem idades provectas, é muito maior
do que o daqueles que acumulam fortunas e se estressam pelo armazená-las, se desequilibram pelo
administrá-las e desfrutá-las, sucumbindo no fulgor da idade adulta, ames de alcançar a velhice.

Desconfiado dos valores íntimos, e instável nos objetivos que persegue, teme a crítica, sempre ácida
e perniciosa, destrutiva e perturbadora.

O anseio por conseguir o respeito da família e da comunidade onde se movimenta, e as dificuldades


para permanecer irretocável ensejam espaços emocionais para recear a agressão inevitável da
crítica pertinaz.

Por fim, o medo de perder um afeto legítimo constitui fator de desarmonia ainda resultante da
desestruturação emocional.
Somente se perde o que realmente não se tem.

Não existem afetos que se percam ou desapareçam, mas fenômenos de afetividade gerada por
diversos motivos que se alteram, se afastam, desaparecem, não merecendo, portanto, maior aflição.

E os medos multiplicam-se, especial mente na atualidade, em razão da insegurança que campeia


em todos os setores do comportamento, propiciando o receio de perder-se o emprego, o pavor da
agressividade e da violência urbana, a angústia da destruição provocada pelas guerras, pelas
calamidades sísmicas, pelos acidentes de vária ordem, a incerteza quanto às amizades reais e
incompreensão generalizada mediante essas múltiplas ameaças...

O medo transforma-se em algoz das almas e calamidade social.

Com Jesus, no encanto, adquire-se a segurança para vencer-se quaisquer tipos de enfrentamentos,
em particular, os diversos medos, já que a comunhão com Ele proporciona autoconfiança.

Em face dos Seus ensinamentos, o medo da morte e de rodos os seus sequazes desaparece, rendo
em vista a Sua conclamação, ao asseverar que todo aquele que nEle crê, mesmo morrendo viverá
em clima de felicidade, embora os outros também, os que não creiam, viverão em outro clima
emocional.

Senhor da imortalidade, demonstrou o triunfo da vida conjuntura finita do trânsito terreno, volvendo a
comunhão com todos aqueles que ficaram na retaguarda carnal.

Medita nEle, nas Suas palavras e ações, descobrindo que o medo é transtorno, distúrbio
momentâneo que cederá passo a autoconfiança e a paz que defluem da irrestrita entrega ao bem e
ao amor.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 07

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 7.

EMBRIOGÊNESE ESPIRITUAL.

A Terra, abençoada escola de provas e de expiações, encontra-se ainda situada na categoria de


mundo inferior, porque os Espíritos que a habitam ainda permanecem em faixas primitivas do
processo evolutivo.

Neles predominam, por enquanto, a ignorância das Leis de Deus, desenvolvendo no seu íntimo as
paixões servis, a violência, a agressividade, o egoísmo, o ódio, o ressentimento, o ciúme, a luxúria, a
prepotência, o orgulho e todo um séquito de hediondos facínoras morais, que lhes governam a
natureza, demonstrando o primarismo espiritual em que ainda se encontram no trânsito pelo orbe
terrestre.

Como decorrência dessa injunção lamentável, as formas, embora venham adquirindo relativa
harmonia, se as compararmos ao primatas homini, encontram-se muito distantes do biótipo de
beleza a que estão fadadas.

Possuindo o planeta os elementos essenciais para a formação dos seres vivos, especialmente os
humanos, nessas moléculas foram modeladas as necessidades propiciatórias para o progresso
intelecto-moral que os aguarda.

Na singeleza das suas primeiras experiências, quando se destacavam os instintos em detrimento da


inteligência e da razão, o Espírito modelava o claustro onde desenvolveria as aptidões inatas, com
os recursos orgânicos vigentes e as estruturas que lhe pudessem resistir aos impulsos interiores de
vibração destrutiva.

Lentamente, adquirindo o entendimento da sua razão de ser, passou a organizar melhor os


equipamentos indispensáveis para posterior utilização, construindo-os em mais bem elaboradas
formas que lhe pudessem traduzir os objetivos na busca de elevação.

Mediante o seu perispírito pôde definir genes e cromossomos de melhor constituição, portadores de
cargas vibratórias especiais para a elaboração do cérebro, do sistema nervoso central, do sistema
endócrino e do imunológico, com recursos que pudessem bem expressar a inteligência, o
sentimento e a razão.

Nada obstante, porque atado aos hábitos ancestrais infelizes, não logrou ainda o Espírito vestir-se
de uma indumentária menos densa, que lhe facultasse a movimentação e o deslocamento, embora
mergulhado no processo reencarnatório.

A sua fatalidade está desenhada mediante uma embriogênese psíquica, que lhe facultará
modificações estruturais na organização fisiológica, a fim de ser mais útil a finalidade da evolução.

A medida que supere o caos interno e faculte ordem a vida íntima, estabelecendo metas que lhe
cumpre alcançar, os pensamentos edificantes, sem cargas degenerativas, irão sutilizando os tecidos
vibratórios do perispírito, que se encarregará de delinear outros tipos materiais, refletindo a limpidez
dos sentimentos e a sublimação das aspirações mentais.

De igual modo, a estrutura física da Terra modificando-se, a pouco e pouco, proporcionará os


recursos nutrientes e preservadores da vida orgânica, sem intoxicações nem degenerescências,
como hoje sucede com frequência assustadora, em razão da agressão ao meio ambiente, a camada
de ozônio, a Natureza em si mesma...

A mente direcionada aos valores elevados e lúcidas, o sentimento altruístico e amoroso promoverão
a estruturação de genes psíquicos, que se condensarão por meio das moléculas orgânicas,
produzindo corpos e seres formosos, felizes, nos quais não mais se hospedarão a inarmonia, a
enfermidade, o sofrimento, os transtornos emocionais e psíquicos...

Na estrutura molecular dos genes encontra-se o campo mental do Espírito que a utilizará no futuro
para a elaboração da roupagem celular.

Por isso, ensinou Jesus com firmeza:

Sede perfeitos, como vosso Pai Celestial é perfeito, a fim de que do âmago do Espírito se
exteriorizem as energias que conformarão a sua aparência física, compatível com as ondas meneais
elaboradas.

Somente, portanto, partindo da transformação moral do espírita, sempre para melhor no rumo da
sabedoria e da plenitude, é que as futuras gerações que povoarão o planeta e o promoverão a
mundo de regeneração, se apresentarão realmente belas, rumando ditosas para a Grande Luz.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 08

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 8.

VISITAR OS ENFERMOS.
A vida moderna exaustiva e, às vezes, extravagante, por necessidades reais e imaginárias, toma as
horas físicas e mentais dos seres humanos, sobrecarregando os de preocupações que os
estressam.

Em consequência, os distúrbios de comportamento aumentam a sua estatística tormentosa,


demonstrando que as grandes conquistas de fora não conseguiram harmonizar a criatura interior.

A desenfreada ansiedade e a incessante busca pela posse de artefatos e de coisas para preencher
o vazio existencial, de forma alguma lograram plenificar aquele que se afadiga pelo conseguir.

Aplicando todo o tempo disponível na realização desse objetivo que parece básico para uma
existência feliz, empenha-se cada vez mais, não se dando coma de outros valores que permanecem
aguardando a sua atenção e interesse.

Dessa forma, após conseguirem aquela meta inicial, perdem o encanto todos aqueles que assim
procediam, transferindo para as coisas o tormento íntimo, continuando tão frustrados quanto antes,
por constatar a falta de sentido de significação de que aparentemente se revestem.

Somente possui valor aquilo que pode ser envolvido pelo amor, preenchido pelo amor, irradiando
amor.

Não é, pois, na quantidade, que está a solução dos problemas emocionais, mas na qualidade da
conquista, no seu objetivo relevante.

Em face dessa circunstância, a que representa ambição desmedida, as amizades são apressadas,
os conhecimentos humanos são superficiais, as afeições são interesseiras, não harmonizando de
forma significativa a emoção pessoal.

Diz-se que esse é um mecanismo de autodefesa, de que se utilizam as criaturas humanas, a fim de
evitar sofrer dilacerações interiores, prejuízos psicológicos, tendo em vista os insucessos iniciais
experimentados...

Não têm razão, porém, esses que assim pensam.

O importante não é a resposta que advém da oferta que se faz, mas é ela em si mesma que tem
significação, mediante o enriquecedor ato praticado.

Se, por acaso, produz consequências inamistosas ou gravames perturbadores, a raiz desse efeito
encontra-se naquele que responde mal ao bem que recebe, merecendo ser realmente assistido,
porque é portador de desequilíbrio e de tormentos, de que talvez não se dê conta.

O escrúpulo, que nasce do pessimismo, é tão negativo quanto o entusiasmo que resulta da
irreflexão.

Dessa forma, amigos surgem, passam e desaparecem, substituídos por outros igualmente
transitórios, rápidos...

Vale, porém, a pena, investir mais no ser humano, oferecer-lhe mais luz de entendimento e de
confiança, de respeito e de estima.

Altera, portanto, a tua maneira de relacionar-te.

Cuida mais e melhor dos teus conhecidos e evita revidar com animosidade as ondas mentais
molestas que te enviam os inimigos.

Reserva-te alguns minutos diários para a fraternidade, embora a agitação dos teus compromissos, e
constatarás quanto este comportamento te fará bem.

Nem todos que se te acercam são frívolos ou insensatos, como pensas.


Examina com mais cuidado as pessoas a quem te afeiçoas e descobrirás tesouros de amizade que
te surpreenderão.

Há muitos amigos que te estimam, e quando desaparecem da tua presença, talvez não seja por
ingratidão ou indiferença, mas porque foram compelidos a distância, porque passam por dificuldades
que desconheces, por compromissos novos, ou vitimados por enfermidades.

Procura informar-te sobre eles, quando lhes notes a falta.

Se enfermos, visita-os, levando-lhes a tua solidariedade, a tua palavra de amizade, a chama da tua
fé espiritual.

Essa atitude constitui generosa fonte de caridade que é pouco praticada.

Se, de todo, as circunstâncias não te permitirem, embora sempre possas fazê-lo se te empenhares
honestamente, escreve-lhes algo, endereça-lhes vibrações de saúde, telefona lhes, diz-lhes que os
estimas e que lhes sentes a ausência.

Faze-te presente junto aos enfermos, quanto te seja possível.

A saúde, na Terra, é dom precioso, que sofre periódicas alterações, convidando a pausas de
reflexão e de esforço interior.

Usa-a para espalhar o bem-estar e não apenas para amealhar valores passageiros.

Aplica-a também em favor do teu próximo, o irmão que padece enfermidades e experimenta
sofrimentos, muitas vezes disfarçados em sorrisos pálidos e rostos esquálidos.

Assim agindo, distribuindo bênçãos, recolherás preciosas gemas de paz e de bem-estar.

Somente é possível valorizar-se algo, quando se tem carência ou necessidade inadiável.

Na doença, todos se renovam com um sorriso gentil, uma palavra de ânimo, uma visita fraternal,
demonstrando-lhes que não estão a sós no testemunho evolutivo.

Doa, portanto, hoje e estarás acumulando haveres que não enferrujam, as traças não roem, os
ladrões não roubam.

Quando visitares enfermos, não lhes imponhas a descrição do seu quadro orgânico ou emocional,
exigindo que te narre o problema de saúde que vem sofrendo.

Se te aborda o tema, ouve-o com atenção e evita aumentar-lhe a preocupação, falando sobre outros
dramas e tragédias do teu conhecimento.

Sê otimista sem exagero, realista sem crueza.

Conversa, edificando, se a ocasião o permitir.

Não prolongues a tua visita, tornando-a cansativa.

Atua de forma que o paciente anele pelo teu retorno a sua cabeceira.

Conforta-o com uma leitura edificante, com notícias auspiciosas, com uma oração refazente.

Se ele solicitar-te a aplicação de passes, faze-o sem jactância, não deixando falsa impressão de
cura milagrosa ou pronto restabelecimento.

A caridade é gentil e discreta, bondosa e calmante.

Diante de alguém enfermo, recorda-te de Jesus e entrega-o a Sua proteção, procurando ser o
instrumento de que Ele se possa utilizar para encorajá-lo e apaziguá-lo.
Sempre, pois, que possível, visita os irmãos que se encontram enfermos.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 09

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 9.

INTEGRIDADE.

A integridade moral do ser humano é um compromisso que deve ser mantido em relação a vida, por
meio do qual se haurem valores que enriquecem, predispondo para a plenitude.

A vulgarização dos sentimentos, que decorre da massificação devoradora dos ideais e da


individualidade, responde pela paulatina perda dos requisitos que constituem a integridade moral.

A artificial necessidade de conseguir-se o triunfo a qualquer preço tem conduzido os seus


aficionados a perda do significado primordial da existência, que é a sua espiritualização, ora
colocada em plano secundário ou mesmo nem sequer pensada, desde que os interesses imediatos,
fixados no prazer e no desfrutar, rejeitam os demais valores, anteriormente cultivados com respeito e
sacrifício.

Certamente, a revolução industrial e tecnológica alterou o comportamento dos indivíduos em relação


a conceitos castradores predominantes no passado, mais preocupados com a aparência do que com
a realidade.

Estribados em propostas perversas e impeditivas do autodescobrimento, tornaram-se responsáveis


pelo atual repúdio, quase automático, a tudo quanto signifique mecanismo de iluminação, mediante
a renúncia e o sacrifício pessoal.

Tais propostas parecem afrontar a razão contemporânea, desencaminhando-a dos seus objetivos
práticos e imediatos, conseguidos a duras penas culturais e emocionais.

Sucede, no entanto, que, sem abdicar-se do raciocínio, antes adotando-o, torna-se indispensável
considerar a fugacidade do corpo e do seu notável mecanismo, preparando-se o ser para o
prosseguimento da evolução em outra condição no campo da energia.

Essa transitoriedade orgânica tem gerado o hedonismo, a ambição desenfreada para o desfrutar
intensamente das concessões que são oferecidas, enquanto é tempo, porque de um para outro
momento chega a morte, anulando tudo e a tudo consumindo, conforme se pensa nessa filosofia
imediatista.

A conclusão, eminentemente materialista, é falha, porque o gozo que se deriva do abuso é


perturbador, quando não mortal.

Ademais, o prazer, em si mesmo, satura após fruído, deixando sensação de incompletude, de


frustração.

Em face desse resultado, foge-se na direção de novas buscas utópicas, procurando-se justificativas
para os comportamentos extravagantes e inconsequentes.

Arrastadas pelos impulsos primários, as multidões, esfaimadas ou desorientadas, alternam as festas


orgíacas, nas quais milhões de criaturas se esfalfam na agitação e no sexo, no álcool e nas drogas
com os desfiles de protestos violentos sob justificativas reais ou interesseiras, promovidas por
partidos adversários, que sempre os há em qualquer forma de governo.
O descontentamento faz parte da conduta humana e, por isso mesmo, surgem sempre facções
novas apresentando projetos mirabolantes, absurdos, nos quais se comprazem, gerando anarquia e
malquerença.

Torna-se inadiável a redescoberta da integridade moral do indivíduo.

Integridade de pensamento, de palavra e de ação.

Mediante a integridade, o suborno e a corrupção cedem lugar a ordem e a vivência dos significados
profundos da vida.

Não apenas propiciam o crescimento dos grupos sociais, seu desenvolvimento econômico, cultural e
de relacionamento interpessoal, como também de evolução individual.

A conquista da integridade é lenta e contínua, a fim de que cada um descubra a própria


autenticidade, adquirindo e preservando os seus valores morais, e não apenas vivendo conforme
padrões utilitaristas, estabelecidos pelo mercado das ofertas e a propaganda exagerada em torno
dos encantos fugazes:

Beleza física, sempre vencida pelo tempo, triunfo pessoal sobre os escombros de outras vidas,
conquistas horizontais de fácil deterioração, rápidas viagens pelos destaques periodísticos...

A integridade, a medida que se vai instalando no sentimento moral, auxilia no descobrimento dos
objetivos reais que todos estabelecem, mas se encontram em outros caminhos levados por
imposições estranhas, de pessoas ou instituições que os dirigem para o que lhes é mais
conveniente, sem auscultar-lhes o íntimo, as suas reais necessidades, os seus legítimos interesses.

O verbo ganhar adquiriu primazia no contexto sociológico da atualidade.

Ganhar mais dinheiro, ganhar mais posição social, ganhar mais poder, ganhar mais aplauso, e
quando se atinge o topo descobre-se o vazio interior, encontra-se o tédio, detém-se na amargura ou
tomba-se na depressão.

Poder-se-ia também estabelecer que se faz necessário conquistar, ao invés de ganhar, a paz, o
controle sobre as paixões, o direcionamento adequado para a felicidade que, normalmente,
independe do que se possui, revelando-se no que se é.

Com integridade interior acalmam-se o tumulto das aspirações desmedidas, a revolta diante das
perdas naturais do processo evolutivo, a ansiedade pelo projetar-se cada vez mais, a inquietação
que nunca se satisfaz com o conseguido, o mau humor que instala o pessimismo.

A programação da integridade estabelece como fundamentais:

A autoanálise, a fim de identificar-se o que é útil, eliminando o excessivo e pernicioso, as metas


existenciais, que podem harmonizar o coração e iluminar a mente, a conduta a vivenciar em todos
os momentos, produzindo bem-estar e saúde global.

É certo que os homens e as mulheres apresentam aspirações muito diferenciadas em razão dos
diversos níveis de consciência em que transitam.

Nada obstante, todos possuem interesses em comum, que são colocados em diferente ordem,
dando primazia a um em detrimento do outro, embora estejam listados na pauta da eleição geral.

A sabedoria para eleger aqueles que são mais significativos do ponto de vista moral e espiritual,
torna a integridade pessoal legítima em relação a aparência da conduta elitista ou utilitária que
passou a expressar-se na generalidade humana.

Jesus desconsiderou os valores atribuídos ao poder terreno, às coisas que enchem os olhos e
intumescem de orgulho o ser, mas que logo perdem o sentido, quando a enfermidade, a velhice e a
morte se apresentam.
Exemplo máximo de integridade, transitou entre as criaturas como lídimo representante da felicidade
real, mesmo quando levado ao sarcasmo, ao abandono e a traição, a morte infamante...

Os Seus valores, aqueles a que dava sentido, não ficaram sem significado, embora a vulgaridade
dos poderosos de um dia, que foram consumidos pelo tempo, ou serviram de estímulo para a
exaltação dos perversos e insensatos que também ficaram no olvido.

Permanecem íntegros, iluminando milhões de vidas que lhes apreendem os conteúdos.

Redescobrir a integridade, neste momento de conflitos e danos de todo porte, é alternativa única,
por certo, para tornar o indivíduo autêntico perante si mesmo, o seu próximo e Deus.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 10

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 10.

CONQUISTA DA SABEDORIA.

A sabedoria é bênção que não chega total e completa para ninguém, o transcurso das diversas
existências, cada Espírito desenvolve a escala de valores morais que lhe cumpre atender,
harmonizando o conhecimento com o sentimento, o intelecto com a emoção, a razão com a
bondade.

Trata-se de um empreendimento de longo e demorado curso, que se origina interiormente e se


expande preenchendo os espaços mentais e emocionais do ser.

Ninguém é o que aparenta.

A sabedoria encontra-se em germe em todos os indivíduos, aguardando os fatores que lhe


propiciem a exteriorização das possibilidades latentes, que se transformarão em atitudes e
comportamentos superiores.

Semelhante a uma semente, é invisível o seu fanal, que o tempo desvela e permite agigantar-se,
alcançando a finalidade essencial.

Quem contemple uma semente, jamais poderá perceber o milagre que oculta.

Ninguém vê o vegetal em que se transformará, as flores que espocarão perfumadas, os frutos


saborosos ou não que se apresentarão multiplicados, as futuras sementes...

Imprescindível esperar que os fatores mesológicos e a intimidade do solo façam brotar a plântula
que oculta, a fim de tornar-se a realidade que se encontra adormecida.

Na juventude, quando irrompem as energias dominadoras, a arrogância predomina em a natureza


humana, tornando o indivíduo, não raro, exigente, intolerante, agressivo.

A medida que as experiências exornam o caráter com paciência, a sabedoria se apresenta nas suas
primeiras manifestações, que podem ser identificadas como humildade, gentileza compreensão,
tolerância...

Essa operação ocorre no ser interior, que se torna compassivo e generoso, por compreender que as
criaturas são diferentes e transitam em níveis de desenvolvimento intelecto-moral muito
diversificados.
Muitas vezes, é doloroso, porque exige humildade e coragem para reconhecer-se quando se está
errado e se devem pedir desculpas.

Todos erram, aprendendo por meio das experiências perturbadoras, como não reincidir no
desequilíbrio.

A imaturidade psicológica, porém, tem dificuldade em reconhecer os próprios equívocos e


teimosamente busca defendê-los mediante recursos pouco lisonjeiros.

Quando se vai despojando das injunções da ignorância e da presunção, descobre a felicidade de ser
autêntico, de poder identificar os enganos e repará-los, não se afligindo com a aparência, que é
sempre secundária no seu processo de crescimento interior.

A sabedoria aumenta na razão direta em que a consciência humanista se desenvolve e percebe a


finalidade da sua existência no mundo.

O verdadeiro sábio ignora-se, enquanto o ignorante exorbita na exibição do pretenso conhecimento,


que não passa de superficialidade.

Mediante a conquista da sabedoria, o indivíduo faz-se mais simples e acessível, gentil e


compassivo.

Conhecendo os desafios que teve de enfrentar e os que ainda surgirão pelo seu caminho evolutivo,
não exige transformações morais nos outros, nem se esquiva de crescer sempre.

A existência humana é rica de surpresas, de acontecimentos não previstos, que exigem sabedoria a
fim de os enfrentar e administrar, quando negativos ou perturbadores.

Ninguém nasce sábio, mas apenas portador da sua semente.

Fixando experiências, umas depois de outras, reúne o cabedal de conhecimentos e de vivências que
o tornam mais lúcido.

Valorizando o tempo e suas lições preciosas, o homem e a mulher que ambicionam o


desenvolvimento da semente que conduzem no íntimo, utilizam-se bem de cada instante que lhes é
concedido para aprender, para ensinar, para melhorar a própria condição, bem como a qualidade de
vida a que se entregam.

Narra-se que, ao retornarem do santuário de Delfos, após consultarem o deus Apolo, a respeito de
quem seria.

O homem mais sábio da Grécia, alguns filósofos atenienses buscaram Sócrates e perguntaram-lhe
com certa ironia:

Tu foste indicado por Apolo como o homem mais sábio da Grécia.

Tens algo a dizer?

Ao que ele teria respondido:

Talvez isso seja verdade, porque sou, possivelmente, em Atenas, o único homem que sabe que
nada sabe.

Não havia qualquer presunção nem espírito de exibicionismo na resposta, senão um gesto de nobre
humildade diante da grandeza da vida e de todos os dons que a permeiam.

A sabedoria sorri, enquanto a vacuidade, (ou seja, o vazio moral intelectual ou espiritual), e o
conhecimento estulto, (ou seja, que não apresenta um bom discernimento), se exibem, porque
superficiais, logo se esvaindo diante das questões profundas da existência humana e da realidade
do ser.
Felizmente, mesmo ignorando esse processo de crescimento, que é natural e automático, as
criaturas humanas dão-se conta da necessidade de buscarem o aperfeiçoamento moral e espiritual,
a fim de se tornarem plenas.

A plenitude é meta que se deve alcançar e que se encontra ínsita em todos os seres pensantes.

Quando se tem coragem de receber as injunções difíceis sem reclamações nem conflitos, abrindo-se
às experiências da evolução, estão em desenvolvimento os pródromos da sabedoria que terminará
por predominar no comportamento mental, moral e emocional do ser.

A sabedoria busca sempre horizontes mais amplos até perder-se na infinitude, sem afastar-se da
realidade em que se deve fixar.

O amor desempenha um papel fundamental para a conquista da sabedoria.

Por meio dele os sentimentos se ampliam, abraçando os demais seres sencientes que encontra pela
frente e não deixando pegadas de amargura ou de ressentimento pelos caminhos percorridos.

Logo depois, o conhecimento que decorre do estudo, da observação, dos diálogos, da reflexão e do
aprofundamento no contexto das informações, encarrega-se de ilustrar o indivíduo que, amoroso,
empreende a marcha do saber para ser livre, encontrando a verdade.

Sabedoria é uma experiência feliz em favor do tornar-se, permitindo que o Deus interno domine
todas as paisagens do ser externo.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 11

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 11.

HERÓIS ANÔNIMOS.

Os gestos audaciosos em defesa da vida, os testemunhos eloquentes de exaltação do bem, as


atividades grandiosas em favor da sociedade, os incomparáveis sentimentos de solidariedade, os
sacrifícios incomuns pelas causas do dever e da honra, as renúncias profundas objetivando
resultados felizes para os outros, os movimentos socorristas que amparam os sofredores, as ações
de doação superlativa salvando acidentados, todos constituem valores que santificam os heróis.

Pessoas forradas de sentimentos elevados esquecem-se de si mesmas e atraem a atenção da


comunidade, dedicando-se a fraternidade, às realizações dignificadoras de promoção moral e social
de outras criaturas, tornando-se heroínas que elevam os níveis espirituais da Humanidade.

O herói, após reconhecido e homenageado pelo aplauso e pelas honrarias oficiais, públicas ou
particulares, deixa sinais do seu exemplo que pode estimular outros mais tímidos a assumirem os
valores que lhes exornam o Espírito, a serviço dos ideais dignificantes que um dia constituirão
fenômeno natural no comportamento geral.

Por enquanto, ainda se faz necessária a presença do herói, do mártir, do santo, do apóstolo, de
alguém que tenha a coragem de enfrentar os preconceitos e as comodidades, a fim de lecionar amor
e compaixão, entregando-se ao mister do auxílio a todos indiscriminadamente.

Experimentando incompreensões a soldo da inveja e da malquerença, os desafios e a sordidez dos


descrentes nos valores morais do ser humano, eles avançam intimoratos e intemeratos, dedicando-
se ao ministério de elevação, sem preocupar-se com o cepticismo de uns nem a zombaria de outros.
Destacando-se entre os adormecidos em relação a promoção da sociedade, são perseguidos e
cobrados pelo atrevimento de demonstrarem a excelência das virtudes, consideradas de pouca
monta nestes dias utilitaristas.

Fascinados, porém, pelos ideais de realização espiritual, distendem braços e sentimentos generosos
ao próximo, sem perderem o contato com a razão nem com o conhecimento, que também os
estimulam ao prosseguimento da empresa de renovação social da Terra.

Alguns desconhecem a força que possuem e não se dão conta da grandeza de que se reveste o seu
abnegado esforço.

Muitos sabem que podem realizar os propósitos a que se entregam e não desfalecem na luta.

Raros porfiam sem desânimo e atingem os objetivos que traçara desde os primeiros tentames.

Não pretendem ser heróis ou conquistadores.

Tornam-se pela função a que se entregam, construindo a nova ordem de valores que os fascinam.

Diversos se consagram ante a opinião pública e são laureados pelo que fizeram, pelo que estão
realizando...

Há, no entanto, muitos heróis anônimos que não se permitem reconhecer como tais.

Nunca se queixam, jamais se exibem, em tempo algum se dão conta do alto significado das suas
vidas.

O que realizam, fazem-no com naturalidade, sem que se considerem seres especiais ou
missionários.

Compreendem que ajudar é um dever a que todos nos encontramos submetidos, e que é muito mais
confortador quando se socorre do que mesmo quando se é socorrido, não obstante a incomparável
alegria que deve tomar conta de quem é beneficiado.

Esses heróis desconhecidos encontram-se nos mais variados segmentos sociais e humanos, graças
aos quais a vida se torna cada vez mais digna de ser vivida e com eles a Humanidade galga mais
elevados degraus de ascensão.

Enfermeiros gentis e incansáveis sustentam a fé cambaleante de pacientes em desespero, ajudam


aqueles que se encontram amargurados, animam aqueloutros que se entregam ao deperecimento,
encorajam os que se permitem a depressão...

Servidores humildes de todos os matizes trabalham com abnegação, entregando-se ao mister com
alegria e auxiliando os seus patrões que nem sempre os consideram ou dão-lhes qualquer valor.

Mestres pacientes e compassivos abrem espaços de luz nas mentes sombreadas pela ignorância ou
pela perversidade, tornando-se modelos de vidas exemplares, que plasmarão esperança, dignidade
e valor naquelas que lhes são confiadas.

Mães e pais silenciosos que se afadigam nos sacrifícios inomináveis, a fim de proporcionarem aos
filhos tudo quanto não tiveram, sem apresentarem exigências de gratidão ou de afeto.

Filhos enriquecidos de ternura cuidam de genitores enfermos ou desalmados sem cansaço nem
queixa, por compreenderem que o seu é o dever de amar e servir.

Amigos solidários sempre dispostos a ajudar sem imporem a necessidade do reconhecimento e da


compensação.

Pessoas simples que repartem o minguado pão com outros mais necessitados, não alegando o que
fazem nem esperando compreensão dos beneficiados.
Religiosos abnegados que fogem das luzes glamorosas da ostentação e da vaidade, atendendo os
fiéis com humildade e perseverança.

Sofredores que amparam outros do mesmo gênero entre sorrisos e sem afetação social.

Companheiros de lutas que oferecem ombro gentil àqueles que desfalecem sob as garras das
necessidades e das doenças devoradoras.

Irmãos da caridade que descem da condição social de destaque para erguer a outros patamares
aqueles que derraparam e ficaram no fosso moral do alcoolismo, do tóxico-dependência.

Todos, heróis anônimos, que estão construindo o mundo de paz e de ternura, de fraternidade e de
amor sem jactância nem exibicionismo.

Também, cientistas e pesquisadores de nomeada que ofereceram suas existências para identificar
os males que afligiam a sociedade e a esfacelavam com periodicidade, apresentaram as
terapêuticas e as soluções para que fossem erradicados, merecendo ser recordados como heróis de
todos os tempos.

Não foram poucos, porém, aqueles Espíritos que aderiram ao Cristianismo nascente, tornando-se
heróis da fé, anônimos uns, célebres outros, que igualmente doaram tudo quanto possuíam,
inclusive a vida física, a fim de que o Cristo, que neles habitava interiormente, se expandisse em
direção da Humanidade.

Suas existências, ricas de renúncia e de amor, de sacrifício e de abnegação, constituem as páginas


mais nobres da história dos tempos que se iniciaram com o nascimento do Mestre Nazareno.

Faze-te herói anônimo do amor e respira felicidade íntima durante a jornada terrestre.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 12

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 12.

OUVIR COM O CORAÇÃO.

Além da faculdade de escutar-se com os ouvidos, pode-se fazê-lo também com a mente, com a
emoção, com interesse, com malícia, com descaso, com ressentimento, com alegria, com o
coração...

A arte de ouvir é muito complexa.

Normalmente se ouvem as informações pensando-se em outras questões que predominam,


desviando a atenção e impedindo que se fixem as impressões daquilo que se informa.

Algumas vezes, ouvem-se as narrativas que são apresentadas com estados de espírito crítico e
perdem-se os melhores conteúdos, porque não estão de acordo com o pensamento e a conduta de
quem escuta.

Em diversas oportunidades, ouvem-se as pessoas com indiferença, pensando-se nos próprios


problemas e inquietações, distantes do sofrimento alheio, por considerar-se muito grande o próprio.

É comum ouvir-se por obrigação social ou circunstancial, estando-se noutro lugar e situação mental,
embora fisicamente ao lado.
As criaturas humanas convivem umas com as outras, mantendo-se sempre estranhas, não
conseguindo sair do próprio cárcere em que restringem os passos, embora preservando a aparência
de livres.

Por consequência, a solidão e a depressão aumentam na razão direta em que se avolumam os


grupos sociais, sempre ávidos de novidades e posses transitórias, quase coisas nenhumas.

A saturação que decorre do mesmismo, das atividades repetitivas, embora de alta gravidade, que
terminam por se transformar em corriqueiras para quem as escuta, responde pelo aturdimento e
desinteresse daqueles que se colocam na condição de ouvintes.

Especialmente as pessoas que escutam as narrações dos sofrimentos humanos, de tal forma se
acostumam com os dramas e tragédias que, por mecanismo defensivo, distanciam-se dos fatos e
oferecem palavras destituídas de emoção e de significado, que momentaneamente atendem aos
aflitos, sem os confortar com segurança.

É compreensível essa atitude, porque também são indivíduos que sofrem pressões, angústias,
ansiedades e organizam programas de felicidade que não se completam conforme gostariam.

Tornam-se, desse modo, ouvintes insensíveis.

Despertando para a circunstância aflitiva, de que eles também necessitariam de ser ouvidos e
orientados, na solidão em que se encontram, nas necessidades a que estão expostos, são induzidos
a fazer uma avaliação de conduta, mudando de atitude em relação àqueles que os buscam.

Passam então a ouvi-los com o coração.

Isto é, participam da narrativa do outro com espírito solidário, saindo da própria solidão.

Ouvir com o coração!

Quem narra um drama é gente que, como tal, deve ser considerada.

Não é um caso a mais, um cliente, um necessitado, um pesadelo do qual se deve descartar.

Está sobrecarregada e não sabe como prosseguir.

Necessita de ajuda.

Requer atenção.

Pode ser molesto para quem ouve.

No entanto, uma palavra dita com o coração consegue o milagre de modificar-lhe a visão em torno
do que lhe ocorre, encorajando-a para prosseguir no cometimento.

Um sorriso de compreensão dá-lhe um sinal de que está sendo entendida e encontrou alguém que
com ela simpatiza e dispõe-se a ser-lhe amigo.

Escasseiam os amigos, os afetos verdadeiros.

Multiplicam-se aqueles que fazem parte dos mortos-vivos da sociedade consumista, quando ela
necessita de seres que pensam e que sentem, vibrando em espírito de solidariedade.

Cada pessoa é um país a conquistar-se e a ser conquistado.

Particularmente, quando está fragilizada, isolada na ilha da sua aflição, perdida na fixação do
sofrimento, anseia por outrem que lhe possa arrancar a âncora infeliz que lhe retém a embarcação
existencial nesse penhasco sombrio.
Somente quando se pode ouvir com o coração, é que a mensagem encontra ressonância e pode
repercutir na alma que chora.

Não poucas vezes, o cansaço que a todos acomete, a irritação que se deriva dos problemas
quotidianos, o mal-estar decorrente dos problemas existenciais armam o indivíduo de indiferença
pelo seu próximo, tapando-lhe os ouvidos do coração.

Jesus o disse com muita propriedade:

Eles têm ouvidos, mas não ouvem.

Os seus são ouvidos bloqueados para o mundo exterior, em razão dos conflitos internos e dos
estrídulos sons morais que os estremecem e agoniam.

Há, no entanto, uma forma para a mudança de conduta, beneficiando-se e auxiliando aos demais.

Procurar ouvir em cada ser uma história, como se fosse um escritor, um jornalista, alguém
interessado na outra vida.

Descobrir o novo, o inusitado no seu próximo, com olhos mais percucientes, penetrando no âmago
da ocorrência.

Deixar-se inspirar pelo outro, pela sua necessidade, pela sua aflição, pela sua alegria e mensagem,
quando isso ocorrer.

Além de ouvir, oferecer algo em troca:

Uma palavra alentadora, um gesto fraternal em forma de abraço, um sorriso compassivo, qualquer
coisa que responda ao suplicante de maneira encorajadora.

Ampliar o coração no rumo de quem fala ou de quem apenas, em silêncio, demonstra a sua terrível
aflição.

Ouvir com o coração é também uma forma feliz de falar com o coração, mediante ou não o uso de
palavras.

É vibração de amor que se expande e que retorna em música de solidariedade.

Os médicos, invariavelmente, utilizando-se do estetoscópio, auscultam o coração dos seus


pacientes, mas raramente escutam a mensagem discreta que ele transmite, pedindo socorro
fraternal, ajuda emocional, bondade estimuladora...

Aprende, tu, a ouvir com o coração, tudo quanto outros corações estejam procurando dizer-te.

Descobrirás um mundo totalmente novo, enriquecedor, no qual te encontras e ainda não havias
percebido, alegrando-te com a honra imensa de estar nele e ajudá-lo a ser cada vez mais feliz.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 13

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 13.

TÉDIO.
Quando os objetivos humanos que devem ser buscados com afã se encerram na conquista daquilo
que se pretende, não poucas vezes, o sentido e o significado da existência desaparecem.

Alcançada a meta, a razão de viver, de empenhar-se, de produzir cede lugar ao tédio, a angústia,
empurrando aquele que assim procede para os abismos da depressão ou dos vícios, mediante os
quais foge da realidade diária.

O excessivo apego aos filhos, quando estes crescem e devem enfrentar as próprias lutas, dar curso
aos programas da própria existência, produz nos genitores amarga aflição, caso não se hajam
preparado para essa inevitável ocorrência.

A ansiedade por alcançar um patamar elevado na carreira elegida, logo que atingido, produz
desinteresse pelo prosseguimento das lutas, em razão da falta de estímulos.

O contato diário com qualquer tipo de sofrimento, quando repetitivo, gera certa indiferença naquele
que ouve e convive, alienando ou levando a melancolia, a perda de motivação para ser feliz, ante
tanto desconforto moral, físico, espiritual.

O esforço para amealhar recursos financeiros e econômicos que impulsionam as multidões ávidas e
inquietas, logo faculta comodidade e abre espaço para o tédio.

A busca da fama e do destaque na sociedade sempre devedora dos seus próprios mitos, logo que
atingida, deixa ressaibos de amargura, que são acompanhados pelas fugas espetaculares no álcool,
nas drogas ou nos abusos do sexo em desalinho.

A inquietação que decorre da luta para conseguir-se chegar ao poder de qualquer natureza, logo se
vê diminuída pelo que foi atingido, transforma-se em acomodação e indiferença pelas infinitas
possibilidades de servir ao alcance, por falta de encorajamento para socorrer e amparar as
multidões que vivem sob sua dependência.

São muitas as facetas da busca do imediato na condição terrena, que lograda, deixam o seu
aficionado em terrível frustração, quando não em desespero surdo, entregando-se a uma existência
de trabalho com exigência de horários e de devotamento, o ser humano quando se a condutas
mesquinhas e depressivas, que se transformam em tormentos para a família, quando a tem, ou para
si mesmo, quando a sós.

Certamente existem valiosas exceções que devem ser consideradas, mas que não eliminam a
generalidade daqueles que permitem a conduta de apegos excessivos, de metas próximas e de
conquistas relâmpagos.

O tédio é terrível flagelo que consome existências humanas, que poderiam ser utilizadas de
maneiras superior na construção da sociedade.

Sinuoso, penetra suavemente no comportamento e instala-se na mente e no sentimento,


depauperando o indivíduo, dominando-o irremediavelmente.

Quando te percebas a um passo do tédio, por uma ou outra razão qualquer, assume nova postura e
busca uma atividade que te preencha o tempo físico e o mental com estímulos para o
prosseguimento da tua existência útil.

Nunca te consideres impossibilitado de trabalhar, de agir no bem, de produzir.

Por mais complexos que sejam os impedimentos que se te apresentem, se insistires na ação,
descobrirás recursos valiosos para o prosseguimento jubiloso da existência corporal.

Considera o esforço dos artistas sem braços, sem pernas, que se revelam excelentes pintores
escultores, desenhistas, ricos de inspiração e de alegria de viver.

Passa pela reflexão as vidas de outros tipos de deficientes que se transformaram em mensageiros
da alegria, da renovação interior e se tornam membros indispensáveis da economia moral e social
terrestre.
O esforço que se exigiram não lhes concedeu tempo para qualquer forma de tédio ou de
desinteresse, entregando-se a lamentações ou ao desencanto, somente porque se encontram
portadores de alguma limitação.

De tua parte, caso te encontres avançando para a morte dos ideais, estabelece um programa de
ação, anotando, mesmo que resumidamente, as tuas experiências diárias, no escritório, no lar, na
rua, onde quer que te encontrares.

Escreve entorno do que ter causou aborrecimento ou te produziu estímulo, que lição retiraste de
determinado fato ou contato, quantas vezes te inspiraste ou te emocionaste no relacionamento, e
verificarás, posteriormente, que a vida renasce diante de ti, invitando-te a renovação.

Desarmado de sentimentos mórbidos e do desinteresse pelas conquistas que antes impulsionavam


ao avanço, aparecem outras motivações que decorrem do trato com as pessoas e os serviços que
devem ser realizados.

Simultaneamente, o pensamento em torno da imortalidade, na qual todos nos encontramos


mergulhados, ativará o centro de interesses psicológicos para que não se pare em situação alguma,
porquanto o prosseguimento da vida, mesmo depois da morte física, servirá de vitalidade para nunca
desfalecer-se.

Substituindo, embora sem cancelar, as aspirações em torno das conquistas materiais por
aqueloutras de ordem moral e espiritual, o sentido existencial permanece e o ser humano avança
sem detença na construção da plenitude, autoiluminando-se, auxiliando o seu próximo e auto-
realizando-se.

A mente que não se deixa entorpecer por falta de pensamentos elevados, que se entrega a oração,
buscando as Fontes Inspiradoras, alcança campos vibratórios enriquecedores de harmonia e de
bem-estar.

Todos os seus espaços permanecem preenchidos de ideias e os sentimentos são tomados pelos
projetos de enobrecimento que dignificam a espécie humana.

Conforme assevera com propriedade um velho refrão, que o trabalho ainda é a melhor maneira de
fazer o tempo passar, labora sem descanso e acompanharás o suceder das horas em clima de
alegria.

Não cesses de edificar, nem te permitas contemplar a retaguarda do já feito, antes examina a
perspectiva do quanto ainda necessitas realizar, para sentires o hálito da vida sustentando-te na
marcha.

Aspira a conquista do Infinito e nunca te sentirás entediado com os logros conseguidos.

Quem se basta com as aquisições apenas materiais ainda não alcançou a real maturidade
psicológica e, por isso, não descobriu as prioritárias metas existenciais, permanecendo em faixa
emocional imediatista, que logo há de frustrá-lo.

Aquele, porém, que anela pela alegria de viver, não apenas pelo que consiga deter nas mãos, mas
pelas esperanças de novas realizações enobrecedoras, nas quais o empenho pelo conseguir e o
desejo de mais servir se fazem presentes, nunca se cansará, não desanimará, jamais será vítima do
morbo do tédio, porque estará sempre em ação, sentindo-se útil e pleno.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 14

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.
Capítulo 14.

SUICÍDIO MORAL.

Vários são os mecanismos que desencadeiam o autocídio.

Multiplicam-se desde aqueles de natureza moral aos terríveis sofrimentos que defluem de
enfermidades degenerativas e dolorosas, passando pelos dramas existenciais e torpezas do
comportamento, aflições econômicas e sociais...

Entre outros, os transtornos psicológicos em forma de depressão respondem por altas cifras de
desencarnações pelo suicídio.

Há, no entanto, uma forma insidiosa e traiçoeira de autodestruição do corpo somático, que não
passa de instrumento indireto para atingir o mesmo fim.

Esse cruel adversário da vida é o cultivo de idéias mórbidas e perturbadoras, que se instalam como
pessimismo ou culpa, desestruturando o ser nos seus objetivos elevados.

Inicialmente surgem como pensamentos infelizes, que prosseguem fixando-se e alienando o


indivíduo que foge ao convívio saudável com outras pessoas, transformando-se em conflitos
destrutivos que terminam de maneira penosa, Injustificável.

A vida física é oportunidade sublime para o crescimento íntimo e a autoiluminação, que não pode ser
exposta a esses fatores de desagregação e perda.

Da mesma forma, o hábito doentio de entregar-se aos vícios, sejam quais forem, desde aqueles que
criam dependência química ou os que se fazem compromissos morais devastadores, culminando no
esfacelamento das forças com o consequente fenômeno da desencarnação.

O corpo é instrumento da vida com finalidades específicas, que deve ser preservado a qualquer
preço.

A partir dos hábitos saudáveis de higiene até os do trabalho dignificante em favor da sua
manutenção, a fim de mantê-lo em equilíbrio conforme os costumes da sociedade, apresenta-se a
necessidade de oferecer-lhe auxílio para os equipamentos que o compõem, por meio dos
contributos morais que melhormente o preservam.

Sem as disciplinas hábeis que conservam as funções de que se constitui, facilmente degenera e
sucumbe.

Sob o condicionamento e sujeição de drogas desgastantes ou vapores mentais tóxicos, a sua


maquinaria desajusta-se e interrompe a marcha.

Certamente, aquele que assim procede, por negligência ou indiferença, está colaborando para a
própria desencarnação, sub-repticiamente desejando-a.

É menos responsável aquele que, mediante gesto intempestivo e alucinado, atira-se no abismo do
suicídio covarde, do que o indivíduo que dispõe de tempo para a reflexão e a mudança de
comportamento, não obstante prosseguindo no programa de desrespeito a vida conforme se
entrega.

Nada justifica o ato insano do autocídio.

A noite tempestuosa de hoje sempre cede lugar ao dia claro e risonho de amanhã.

Dor é instrumento de reflexão e análise de como se está vivendo, enquanto que os acidentes e
incidentes sociais e morais são chamadas de atenção para o autoaprimoramento.

Tem paciência, pois, em qualquer situação em que te encontres, e aguarda a Divina Providência.
Coisa alguma acontece fora das Leis Cósmicas e das necessidades de evolução.

Não poucas vezes, quando algo negativo ou perturbador, em forma de desar ou enfermidade
chegar-te, afligindo-te, é a vida chamando-te a atenção para aquilo que necessita ser corrigido e
deves averigua-lo a fim de atender.

Preserva o teu corpo, preparando-o para servir-te de domicílio pelo período mais largo, a fim de que,
ao desencarnares, não te dês conta que te encontras entre aqueles que chegaram a Pátria espiritual
antes da hora, pelo nefando instrumento do suicídio indireto.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 15

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 15.

INFORTÚNIOS.

O ser humano, enquanto reencarnado na Terra, da vida somente possui um conhecimento limitado,
o que o impede de compreender em profundidade os múltiplos acontecimentos que dizem respeito a
sua existência.

Por isso, louva as alegrias e aguarda-as freneticamente, sempre ambicionando mais, em detrimento
da tristeza, dos desafios, que prefere postergar, sem dar-se conta do significado das primeiras e das
responsabilidades que dizem respeito aos outros.

Considera como bênção a ausência de problemas e de preocupações, transitando por caminhos


repletos de flores perfumadas, sem maiores responsabilidades nem compromissos com a própria
edificação.

Logo lhe sucede algo diferente, que o predispõe a reflexões mais profundas, e considera que se
encontra no pórtico das aflições, que preferiria não vivenciar.

Quando se depara com dificuldades na execução de qualquer plano ou realização de algum


programa existencial ou iluminativo, tem a impressão de que os bons fados o abandonaram,
deixando-o a própria sorte.

Não poucas vezes, nessa situação, desespera-se e blasfema, entregando-se a revolta ou ao


desânimo como se todas as suas aspirações desaparecessem ante a falsa ameaça de que se sente
vítima.

Enquanto amealha valores amoedados, coleta situações vantajosas, reúne títulos de diferentes
espécies, experimenta prazeres variados, considera que a deusa Fortuna lhe sorri e lhe abençoa,
prodigalizando-lhe benesses que em realidade ainda não fez por merecer.

O bem é sempre uma concessão do Amor Inefável, ensejando recursos para o crescimento interior e
estímulos para serem alcançados novos patamares de elevação espiritual.

Toda ascensão exige esforço e, muitas vezes, verdadeiros sacrifícios, mediante os quais o indivíduo
se autoaprimora, adquirindo experiências valiosas para futuros tentames de crescimento.

Ninguém jornadeia no mundo somente fruindo facilidades, porque o desenvolvimento de todas as


engrenagens que constituem a vida orgânica, emocional, psíquica e moral faz-se por meio de
adaptações, de renovações, de injunções diferentes.
É natural que produzam dores e ansiedades, incertezas e limitações, contribuindo para que sejam
alcançados estágios sempre mais elevados.

Quem receia as lutas, temendo enfrentá-las, já se encontra com menores possibilidades de triunfo.

A coragem e a altivez diante das dificuldades que são naturais em todo comportamento, constituem
recurso imprescindível para a conquista da láurea da vitória.

Quanto mais lúcida a mente e fortalecido o Espírito, melhores possibilidades existem para os
enfrentamentos e para as conquistas almejadas.

Os infortúnios, normalmente detestados, são ensejos reeducativos a serviço da vida, abençoando os


aprendizes negligentes e perturbados.

As mortes prematuras de seres amados, por exemplo, não têm caráter punitivo, como
invariavelmente se pensa, antes significam prêmio aos que desencarnam e que se desincumbiram
dos compromissos, merecendo o direito a liberdade do cárcere carnal.

Naturalmente que a ausência física junto aos afetos da retaguarda produz dor e saudade nesses.

No entanto, a compreensão de que ora eles estão felizes e próximos, dependendo somente de cada
qual sintonizá-los mentalmente, diminui essas emoções aflitivas e amplia o afeto que prossegue ao
lado da certeza do próximo reencontro duradouro e ditoso.

As denominadas desgraças econômicas, mediante as quais as criaturas se veem a braços com


carências de diversas ordens, representam convite a outro tipo de experiência, após a abastança,
pela qual se aprende a valorizar tudo quanto está ao alcance das mãos e do coração.

Não apenas na abundância, no excesso pernicioso, é possível transitar com facilidade.

Necessário é, não poucas vezes, o exercício da escassez, para melhor poder-se administrar a
abastança.

Muitos ricos desperdiçam em luxo e excesso, profusão e indiferença, o que poderia ser
encaminhado para salvar outras vidas que estertoram na carência quase absoluta.

As conhecidas aflições decorrentes de enfermidades e de solidão, de traições e de desprezos, se


bem consideradas convertem-se em bênçãos de irrecusável poder no processo de desprendimento
e de espiritualização do ser humano.

Infortúnios, desgraças, aflições reais são aquelas que se propiciam ao próximo quando, dominados
pelos interesses mesquinhos e egoicos, as criaturas constroem a sua felicidade sobre os escombros
daquela que pertencia aos outros, agora em desvalimento e dor.

Toda vez que alguém prejudica a outrem, consciente ou inconscientemente, está sendo instrumento
de infortúnio para si mesmo, porquanto, se aquele que lhe sofre a injunção penosa souber retirar da
situação o melhor proveito, crescerá interiormente, enquanto o seu causador se sobrecarregar com
a culpa e o remorso futuro da ação inditosa praticada, buscando ensejo de refazimento, a fim de
conseguir a paz.

O infortunado é sempre aquele que infelicita, que se desforça, (ou seja, vingar-se pela força), que
fere, que se compraz com o alheio sofrimento.

Por isso, o número de infortúnios ocultos é sempre muito grande, já que não podendo ser
exteriorizados, tornando-se expurgadouros, (ou seja, relativo aos que limpam, que purificam),
necessários a eliminação do mal que permanece naqueles que o experimentam.

Eis por que o bem e sua ação constituem o melhor e mais valioso recurso para uma existência feliz.

Adquire-se consciência de paz quando se podem enfrentar os desafios com equilíbrio e confiança no
futuro, transformando dissabores e amarguras em responsabilidades e paz interior, porquanto o
discernimento das responsabilidades elucida que é sempre muito mais feliz quem resgata do que
aquele que se compromete.

Sem que te tornes masoquista ou piegas, optando pela situação de sofredor ou de infeliz, o que
denota desequilíbrio, senão transtorno de comportamento psicológico, bendize os convites que te
chegam em forma de infortúnios convencionais, nunca, porém, tornando-te causa de desdita para
quem quer que seja.

O caminho da elevação é feito de sinuosas ascendentes e descendentes, facultando a grande


inclinada que leva ao topo através da linha que alcance cumes e baixadas, que caracterizam as
experiências vitoriosas e as de treinamento.

Mantém-te saudável espiritualmente em todas as situações do trânsito carnal, cultivando a alegria


sem receio das reflexões educativas que os denominados infortúnios proporcionam a todos os seres
humanos.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 16

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 16.

TORMENTOS EVITÁVEIS.

É comum dizer-se que, na Terra, tudo são tormentos, que a sociedade encontra-se perdida e que os
valores éticos desapareceram.

Informa-se mais, que o progresso científico-tecnológico somente trouxe aflições, não havendo
diminuído as dores nem as necessidades dos sentimentos humanos.

Exagera-se, esclarecendo-se que tudo está pior e a paz se encontra com possibilidades remotas,
senão impossíveis de um dia reinar entre as criaturas terrenas.

Certamente, são reflexões fundamentadas no pessimismo, na revolta ou no desencanto daqueles


que da vida somente aspiram ao prazer e às sensações imediatas em que se comprazem, não
tendo, a respeito da realidade, ideia exata formulada, o que lhes dificulta o entendimento dos
mecanismos existenciais.

Sem qualquer dúvida, a Terra ainda não é o paraíso, nem poderia sê-lo, porque os seres humanos
que a habitam ainda são atrasados na sua quase totalidade, transitando do instinto para a razão,
diante de poucos que se encontram em estágio menos penoso, já avançando da razão para a
intuição.

É natural, portanto, que haja tormentos no mundo, em face das imperiosas necessidades que se
expressam em maior volume, consumindo os seus enganados portadores.

Os tormentos, que se multiplicam, são derivados das ambições exorbitantes que não se convertem
em realidade, das aspirações absurdas que não são consumadas, dos sentimentos nefastos que
dominam a maioria, dos pensamentos vis que vão sendo acumulados e vitalizados em todo
momento, das ações inditosas que se praticam...

Esse caldo de cultura materialista, muitas vezes disfarçada de religiosismo ou de ânsia de


espiritualidade egoísta, representa o que se cultiva, o que se divulga, o que se tornou prioritário na
convivência social.
O inconformismo, decorrente das paixões primevas ainda não superadas, induz a revolta, quando
deveria estimular a realização de ações enobrecedoras.

A autoinsatisfação, em face das reflexões falsas sobre triunfo pessoal e conquista de felicidade,
empurra para os tormentos que poderiam e deveriam ser evitados, mas que comprazem a quem os
vitaliza, aceitando a postura de infelicidade.

Os desvios de comportamento, a que muitos se entregam, porque preferem as aberrações às


atitudes equilibradas, geram transtornos íntimos que nada de fora satisfaz, porque a sua é uma sede
insaciável, desde que transferiram para as sensações grosseiras aquilo que somente as emoções
libertadoras podem propiciar.

O caminho da retidão é de todos conhecido, não porém trilhado conforme deveria, em razão das
preferências pessoais e dos enganos em que a maioria se permite, dificultando a própria harmonia.

Ante essa visão pessimista, somente o sol do entendimento a respeito do que é certo e correto,
pode proporcionar observação real do que está acontecendo no mundo.

De acordo com as lentes dos óculos da emoção de cada qual, a mesma luz se apresenta com
tonalidades diversas, não porque se altere, mas sim como decorrência das tintas que foram usadas
na sua elaboração.

O mundo está muito melhor, tanto do ponto de vista das calamidades coletivas, dos fenômenos
sísmicos que vêm diminuindo, quanto das catástrofes que assolam periodicamente a Humanidade...

As informações rápidas facultam o acúmulo de conhecimentos em torno dos sucessos, sempre


preferidos por alguns órgãos de divulgação aqueles que são chocantes e perversos, sem que se
possa decodificá-los e selecioná-los para posterior análise.

Eles são recebidos e absorvidos com o sensacionalismo de que se revestem, chocando, afligindo,
atemorizando.

Nunca, porém, houve tanta preocupação com o bem, o amor, a verdade, como nos dias atuais.

Embora a superpopulação do planeta, em relação ao passado, cada vez com maior densidade
demográfica, são incontáveis os exemplos de abnegação, de sacrifício, de dedicação ao próximo, de
iluminação de consciências.

O progresso científico-tecnológico, realmente não se fez acompanhar pelo desenvolvimento de


natureza ética-moral.

No entanto, são inimagináveis as suas contribuições em favor da diminuição do sofrimento, das


deficiências, das enfermidades, dos desconfortos, das aflições que caracterizaram algumas
gerações passadas.

Os seres humanos encontram-se muito próximos, sendo de cada um a opção pela convivência
virtual, em razão dos seus conflitos, em detrimento da comunhão fraternal.

O uso indevido e ignóbil que muitos indivíduos enfermos da alma e da mente vêm fazendo dos
abençoados veículos da comunicação eletrônica de massa, como de outras formas, não anula as
vantagens que eles oferecem nem tisna a limpidez da proposta de facilitar a existência humana,
auxiliando os tímidos a fazerem amigos e gerarem afeições, proporcionando conhecimentos
enriquecedores a milhões outros que não disporiam de meios para consegui-los de outra forma.

A maldade, a cobiça exagerada, o ódio, os interesses mesquinhos, as guerras que ainda explodem
com certa periodicidade na Terra são reflexos poderosos das condutas inditosas do passado,
mediante as quais os seus fomentadores de retorno estão mantendo, quando deveriam utilizar-se do
ensejo para eliminá-los.

São grupos de Espíritos desditosos ainda comprometidos com o mal que predomina neles mesmos,
ameaçando a estrutura dos que se estão esforçando para ser melhores e não lograram êxito, mas
que, nas convulsões do momento, triunfarão sobre os destroços dessas vitórias de Pirro, (ou seja,
vitória obtida a alto preço), que os outros conseguem, logo devorados pela morte que lhes tomará o
corpo e as mentirosas conquistas...

Ninguém é capaz de deter a marcha do progresso indefinidamente.

Tudo se renova com a vida, e a felicidade é possível para aquele que a anela e a busca, esforçando-
se por conquistá-la.

Enquanto te encontres e te sintas assim, do mesmo modo verás os demais e considerarás o mundo.

Acreditando que não podes mudar as paisagens terrenas nem modificar as estruturas da
Humanidade, evita, porém, deter-te na censura, nas acusações injustificáveis, deixando-te afligir por
tormentos evitáveis.

Faze a tua parte, tornando-te mais nobre, lapidando as tuas imperfeições e crescendo interiormente
em conquista de valores morais e espirituais.

A medida que te sintas mais feliz e mais tranquilo, perceberás que também o mundo e as pessoas
assim estão.

Transformando-te para melhor, modificarás toda a Humanidade, porque, pelo menos um, que és tu,
já se encontra em patamar de tranquilidade e de sabedoria, diminuindo-lhe a pesada carga.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 17

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 17.

AS MÁS INCLINAÇÕES.

Essa tendência perturbadora para fazer-se o que se não deve em detrimento daquilo que é correto e
ideal, remanesce na criatura humana como efeito das experiências primevas do processo da
evolução.

As reações intempestivas que irrompem com violência no ser, quando contrariado, gerando
desequilíbrio e deixando rastros de desespero, têm origem no instinto de conservação que ainda
predomina em a natureza humana.

A propensão para o mal que não se deseja praticar e, muitas vezes, sobrepuja no comportamento,
sendo responsável por lamentáveis consequências que poderiam ser evitadas, procede dos
impulsos automáticos que permanecem, não sendo racionalizados pelo Espírito.

Essa natureza animal, que prevalece durante o ministério da reencarnação, é característica das
necessidades do desenvolvimento das potencialidades espirituais que se experienciam, ao longo da
evolução, trabalhando os mecanismos que as libertam, assim facultando-lhes o desabrochar.

Desse modo, o crescimento moral se realiza mediante etapas sucessivas que proporcionam a
superação dos diversos fenômenos existenciais necessários, que se demoram por alguns períodos,
logo depois ultrapassados.

As sequelas, deles decorrentes, prosseguem por largo tempo na condição de atavismos que se
repetem automaticamente, produzindo mal-estar ou conduzindo a aflições.
Avançando, da inconsciência em que permanece por indeterminado e longo período de tempo, para
a consciência que lhe abre as portas da percepção para o divino que nele existe, o Espírito se
agrilhoa demoradamente, sendo-lhe necessário investir um grande esforço, a fim de romper as
algemas vigorosas.

O embrião vegetal rompe o perisperma que o guarda em germe, vencendo as pesadas camadas do
solo em que se encontra sepultada a semente, atraído pelo tropismo da luz.

Ascende no rumo da fonte de energia e engrandece-se, porém necessita do apoio da terra em que
se fixa a planta, desenvolvendo todas as potencialidades que lhe permanecem adormecidas.

Não seja de estranhar, que ainda permaneçam no Espírito em crescimento para Deus, as fixações
ancestrais decorrentes das experiências por que passou, retendo-o ou dificultando-lhe a ascese.

Mediante esforço bem-direcionado e constante, são vencidos os impedimentos, e os atributos de


sublimação rompem o cárcere em que se demoram retidos, facultando o alcance da plenitude.

Em todos aqueles que aspiram a autorrealização, ultrapassando os limites nos quais se aprisionam,
a força da retaguarda compete com a atração da Grande Luz.

Por essa razão, afirmava o apóstolo das Gentes, conforme escreveu em Romanos: 7, 15, Porque o
que faço não o aprovo, pois o que quero, isso não faço, mas o que aborreço, isso eu faço.

A origem do mal encontra-se no uso irregular do livre-arbítrio que, nos primórdios da evolução, ainda
sem o direcionamento da consciência, elege experiências perturbadoras, aprendendo, desse modo,
a selecionar aquelas que proporcionam paz e alegria de viver, em vez daqueloutras que facultam as
sensações agradáveis, mas de efeito perturbador.

A medida que o Espírito se liberta dos impulsos iniciais dos instintos e desenvolve a inteligência,
consegue entender quais os valores que o enriquecem, selecionando-os e elegendo-os, de forma
que o mal nele existente se vai transformando em bem real que o induzirá sempre a maior
crescimento no rumo da plenitude a que aspira.

Desse modo, o mal é relativo e faz parte dos mecanismos existenciais, sendo, portanto, uma
experiência iluminativa, a princípio grotesca e agressiva, transformando-se em reminiscência que
sempre adverte no momento da decisão de qual o caminho a percorrer.

Em razão disso, costuma-se dizer que, muitas vezes, um mal transforma-se em um grande bem,
caso o indivíduo possa dele retirar a melhor parte, aquela que lhe proporcione satisfação e
sabedoria.

A questão fundamental, na ocorrência do mal, diz respeito a maneira como seja enfrentado,
procurando-se evitar-lhe a fixação no comportamento que se transforma em hábito infeliz.

O conceito do bem, por sua vez, deve ser examinado fora do âmbito do egoísmo de cada pessoa,
porquanto aquilo que, muitas vezes, é considerado como bom e próprio, porque favorece o interesse
pessoal, em realidade decorre do mal que proporciona a outrem, transformando-se, mais cedo ou
tarde, em dano, aflição, realmente um grande prejuízo.

Assim, as más inclinações são inerentes aos seres que ainda transitam da animalidade para a sua
humanidade, prelúdio da sua ascese a espiritualização que os aguarda.

Na esteira do progresso, a sabedoria induz a transformação das tendências prejudiciais em


aquisições benfazejas, em favor das quais devem ser investidos todos os recursos da inteligência e
da razão, desde que a ascensão é inevitável, atraente e convidativa, comprazendo e felicitando.

Não lamentes, portanto, a presença das más inclinações, que lentamente te impulsionam no rumo
da aquisição dos sentimentos formosos.

Quem pretende o acume da montanha não pode desdenhar as dificuldades da base em que ela
repousa.
Quem se compraz na escuridão, somente valoriza a claridade quando por ela beneficiado.

Caminhando em pleno nevoeiro, o Sol prossegue brilhando, embora o viandante, mesmo


beneficiado pelos seus raios invisíveis, não o veja.

A medida que a neblina se dissipa, mais favoráveis se apresentam os recursos que o indivíduo
alcança, olvidando-se, logo depois, da bruma que o confundia na região ora vencida.

O mesmo fenômeno acontece com as más inclinações.

Não te detenhas, pois, porque ainda lhes assinalas a presença no teu mundo interior e no teu
comportamento externo.

Insiste na sua eliminação, ampliando o campo das tuas conquistas.

Cada vitória, por menor que seja, sobre os impulsos primários e prejudiciais, constitui-te conquista
valiosa no rumo da Espiritualidade.

Da mesma forma como não te deves afligir por vivenciar esses impulsos ancestrais, não te permitas
acomodar ante as suas manifestações.

Medita e considera a excelente oportunidade de que dispões para o crescimento íntimo por meio do
bem, laborando afanosamente pela tua transformação moral para melhor, sempre e
incessantemente.

A escada ascensional não possui último degrau, sempre havendo patamares mais altos que
aguardam pelos argonautas espirituais.

Jesus desceu até o ser humano na pequenez deste, a fim de que a Sua grandeza servisse-lhe de
estímulo para crescer até Ele.

Não te detenhas!

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 18

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 18.

CONSCIÊNCIA ALERTA.

Enquanto envolto pela neblina carnal, o espírita transita, no mundo, cambaleante e inseguro.

Quando iluminado interiormente pela fé religiosa, consegue diluir a névoa que lhe tolda o raciocínio e
dá-se conta, lúcido, das responsabilidades morais que lhe dizem respeito, resolvendo-se por vencer
os impedimentos a superação das paixões perturbadoras com afinco e integração no programa que
lhe diz respeito.

Nesse afã, ressumam-lhe do passado os atavismos negativos e as vinculações infelizes que o retêm
na retaguarda, desencadeando-lhe conflitos inumeráveis, que devem ser trabalhados com
segurança.

Os impulsos e as manifestações primevas agridem-no, levando-o a reações de beligerância e mal-


estar que o esgotam.
As suas disposições para o equilíbrio e as realizações de benemerência sofrem os camartelos dos
hábitos ancestrais e, sem resistências morais bem equipadas de amor e de perseverança, recalcitra
e tomba nos velhos hábitos que se repetem, ameaçando-lhe a integridade de propósitos.

Ao empreender atividades promissoras, porque nem sempre encontra receptividade para os seus
planos e projetos, desarmoniza-se, rebelando-se contra as dificuldades severas que, afinal, fazem
parte de qualquer empreendimento.

Sucede que o processo de libertação de condutas doentias incrustadas no âmago do ser exige
continuidade de esforços, tentativas novas, incessantes recomeços até que se transformem os
recentes comportamentos em automatismos que substituirão aqueles que estão sendo superados.

Renovação significa mudança.

Muitas vezes, será sobre os escombros dos velhos costumes que se erigirão os alicerces das belas
edificações.

A natureza propicia exemplos que não podem ser desconsiderados, dentre os quais:

A terra calcinada e árida reverdece ante a presença da água generosa que a penetra, libertando do
seio a vida adormecida.

A luz atrai a planta que se beneficia com a sua energia em um fototropismo vigoroso.

O vento trabalha a pedra, e com a ajuda do rio cava silenciosamente vales profundos, ao tempo que
modela formas variadas.

A gota dágua na caverna elabora obras de arte em estalagmites e estalactites fascinantes...

Isto porque insistem e perseveram sem cessar.

A tua humana trajetória deve conduzir-te para a plenitude espiritual.

Todo o empenho que apliques na conquista dos valores morais compensar-te-á com a consciência
em paz.

O que percas no jogo das ilusões, nunca te fará falta, assim como aquilo que fruas em forma de
prazer e de sensação, logo passe o momento, não te constituirá razão de alegria nem de
preenchimento interior.

A viagem carnal é uma experiência iluminativa com finalidades definidas em beneficio do ser real
que é o Espírito.

Os engodos da matéria, às vezes, levam a equívocos lamentáveis e a buscas prejudiciais que geram
dependência e desespero.

Mesmo quando essa existência se alonga no curso dos anos, os equipamentos orgânicos
desgastam-se, as energias deperecem e chega o momento em que se torna inevitável deixar a
carcaça exterior.

É indispensável viver cada momento enriquecido pela esperança e pela alegria, a fim de que as
horas passem enriquecedoras.

Assim sendo, quando o corpo físico transformar-se em lama e pó, o Espírito deverá encontrar-se
liberto das fixações mentais inferiores e dos desejos orgânicos insaciáveis.

Algumas doutrinas religiosas do passado e do presente afirmam que, nesse momento ou mais tarde,
virá o julgamento do recém-chegado ao mundo de origem, que é o causal.

Uma severa corte de nobres togados examinará a folha de ações do liberado e estabelecerá o
prêmio ou a punição compatíveis com as realizações de cada qual.
Essa colocação não corresponde a realidade.

Tal ocorrência somente tem procedência nas regiões infelizes da Erraticidade inferior, quando os
Gênios do Mal, que se atribuem privilégios e poderes por ignorância, antagonizam-se, perseguem-se
e transformam-se em julgadores dos desvios de conduta e irregularidades cometidas pelas criaturas
terrenas que com eles mantinham intercâmbio psíquico.

O julgamento ocorrerá por meio da consciência que despertará e fará uma oportuna e justa análise
das possibilidades, dos investimentos realizados, das ações prejudiciais e úteis que foram
vivenciadas.

Todos trazem a Lei de Deus na consciência, e será essa que avaliará o comportamento individual do
ser.

Lúcida, sem os envoltórios da mente ardilosa, responsável pelo ego, passará pelo crivo da justiça os
pensamentos, as palavras e os atos, sem margem a equívoco, propondo o resultado final.

Todos os indivíduos em mínima condição de normalidade têm consciência dos próprios erros, assim
como dos acertos ocorridos durante a caminhada evolutiva na Terra.

Às vezes, a consciência sofre imposições da referida mente arbitrária ou insana, não obstante
permaneça em serenidade, dissipando os enganos até impor-se.

Quando envolta pelos neurônios e submetida às reações eletroquímicas das intercomunicações,


muitas vezes permanece impossibilitada de expressar-se conforme lhe cabe em torno das ações
humanas.

No entanto, logo que se desenovela da pressão e se libera dos miasmas que a impediam de
manifestar-se, assume o seu papel importante.

A consciência pode também ser considerada como Deus na criatura humana.

Esse encontro entre a mente e a consciência do dever é inevitável, dando surgimento a realidade
sem sombra que todos enfrentam após a morte física.

Juiz, acusador, defensor de cada Espírito, sua consciência age conforme os arquivos com que se
estrutura, aprisionando em remorsos lastimáveis ou libertando com alegrias inefáveis cada Espírito...

Cuida-te, interiormente, arquivando o melhor ao teu alcance na consciência.

Da mesma forma como é inevitável a morte biológica, ninguém se exime após o trespasse do
despertar da consciência.

Ama-te, respeitando-te, e agindo de maneira que não te envergonhes de ti mesmo quando


submetido ao crivo da consciência.

Age, conforme as diretrizes enobrecedoras do Evangelho de Jesus, e estarás cuidando da tua


consciência vigilante, que te impulsionará para a felicidade ou te reterá nos grilhões fortes do
recomeço pelo sofrimento.

Onofra.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 19

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.
Capítulo 19.

PRECES PELA INTERNET.

Quando Jesus recomendou a oração pelo próximo, não o eximiu de orar por si mesmo.

A proposta do Mestre tem um sentido profundo, que pode ser considerado sob vários aspectos.

A princípio, porque a vibração daquele que ora, encontrando ressonância vibratória no outro, ajuda-o
a ter as forças renovadas.

Logo depois, porque esse ato desenvolve e ajuda a manter a fraternidade.

Foi por isso, em favor da verdadeira união fraternal, que mais tarde propôs:

Quando dois ou três se reunirem em meu nome, eu estarei entre eles, o que não significa estar
ausente quando alguém esteja a sós e O busque...

Em face do utilitarismo e das más interpretações no passado, a acomodação mental e moral de


muitos religiosos instituiu o lamentável esquema de rezadores em seu favor, enquanto permaneciam
distantes da comunhão com Deus.

Esse método foi utilizado largamente, dando surgimento ao profissionalismo da oração.

Pessoas desocupadas tornaram-se intérpretes dos desejos de pagantes, intercedendo verbalmente


a Deus sem qualquer emoção a beneficio daqueles que as remuneravam.

Como efeito, a simonia substituiu o sentimento da prece intercessória, quando alguém, tomado de
amor e de compaixão, intermédia outrem.

Na atualidade, graças a Informática, surge lentamente, mas com vigor, um novo grupo de
preguiçosos mentais que pretendem transferir para outros os deveres que lhes são pertinentes,
entre os quais, o da oração.

Justificam que não dispõem de mérito para ser ouvidos por Deus e não se esforçam por consegui-lo.

Apoiam-se na desculpa sem sentido, na suposição de que ludibriam as Leis Soberanas da Vida,
exculpando-se do dever não cumprido, por se considerarem pecadores ou infelizes, quando deveria
ocorrer exatamente o contrário...

Aplicam largos períodos de tempo solicitando orações para a saúde, para a conquista de trabalho,
de amor, rogam pelos familiares encarnados e desencarnados em atentado injustificável de
utilização negativa da recomendação do Mestre.

Esquecem-se de que aquele que ora, sintonizando-se com as Fontes Geradoras de Bênçãos,
enriquece-se de energias saudáveis e de paz interior.

Outros escrevem cartas longuíssimas, verdadeiros relatórios dos seus sofrimentos, reais e
imaginários, repassados de queixas e de lamúrias para inspirar compaixão, descarregando nos
obreiros do bem suas aflições, verdadeiras ou supostas, desviando-os dos compromissos que
abraçam, a fim de ficarem orando em seu beneficio, enquanto eles mesmos se divertem na
ociosidade ou se comprazem no transtorno depressivo que se permitem, sem a utilização de
terapias próprias e libertadoras.

É justo que se ore pelo próximo necessitado, mas é indispensável que se oriente o irmão a orar por
si mesmo.

Se ele justifica que não sabe como fazer, deves ensiná-lo a comungar com Deus, a fim de que
avance com o dinamismo do esforço pessoal, sem depender de ninguém.
A estrada da evolução será sempre palmilhada por cada um que se candidata ao processo de
crescimento.

Ora, a sós ou em grupo, em favor dos enfermos que necessitam de vibrações salutares e de ondas
de ternura durante as provações que experienciam.

Simultaneamente, desperta-os para que façam a parte que lhes compete, a fim de poderem
sintonizar com as ondas mentais que lhes ofereces, introjetando-as, (ou seja, interiorizando), e
beneficiando-se.

Não te desvies, porém, dos deveres que abraças para os recitativos demorados e as imprecações a
Deus a benefício de outros que elegem a comodidade física e mental, distanciando-se dos labores
espirituais de autoiluminação.

Todos devem ajudar-se mutuamente, orando uns pelos outros, não, porém, sobrecarregando o seu
próximo, a pretexto de que ele é mais e melhor ouvido pelo Pai.

O mérito advém do esforço que cada qual consegue aplicar em forma de devotamento ao trabalho
sério e elevado, construindo uma sociedade melhor, mais ordeira e equilibrada.

Para esse mister, todos estão convidados, cada um oferecendo o que possui de melhor, mesmo que
seja aparentemente de pequena monta.

Se não pode contribuir com uma seara rica de pão, tem possibilidades de oferecer alguns grãos para
a ensementação valiosa.

Jesus dignificou uma dracma, (ou seja, antiga medida de peso), modestas redes de pescar, grãos de
mostarda, lírios do campo e pássaros dos céus, com eles enriquecendo as Suas inesquecíveis
parábolas, demonstrando que tudo é útil e de alta significação, quando se refere a construção do
Reino de Deus nos corações humanos.

Desse modo, oferece a tua dádiva.

Deus é Amor que se irradia em favor dos bons e dos maus de maneira equânime.

Presente em todo o Universo, é a Vida que dá vida.

Não atenderá a súplica de um justo liberando o mau das consequências dos seus atos infelizes,
porque, desse modo, violaria Suas próprias leis de justiça.

Antes, induz todos os filhos a busca da Sua Realidade, mediante o esforço de autodepuração,
ascendendo na escala moral por meio do trabalho e da incessante renovação no bem.

Ora, portanto, penetrando-te do Pensamento Divino, a fim de que te possas beneficiar do sublime
auxílio.

E preces pela Internet, convenha-se, não é o melhor e mais eficaz caminho a seguir-se...

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 20

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 20.

TENACIDADE.
Se pretendes realizar algo meritório, que te promova interiormente, ao mesmo tempo auxiliando-te
no crescimento social e humano, jamais esqueças da tenacidade com que deves lutar, a fim de que
não abandones a tarefa a meio caminho.

Todo investimento de luz enfrenta a densidade da sombra e da ignorância em predomínio.

Anelando por um mundo melhor e mais feliz, no qual o sofrimento bata em retirada e os valores
ético-morais do Espírito predominem, serás surpreendido por empecilhos e desafios que te não
podem atemorizar.

Iniciada a trajetória, a perseverança deve acompanhar os teus esforços, ensejando-te renovação de


entusiasmo e alegria contínua, mesmo quando os céus se te apresentem plúmbeos em face das
nuvens borrascosas.

É natural que assim ocorra, porquanto o inusual chama a atenção e experimenta reproche,
especialmente quando em se tratando de realização enobrecedora.

O solo não trabalhado, quando em preparo para a sementeira, é sempre mais áspero do que aquele
que foi arado.

O charco ao abandono, a fim de ser transformado, necessita experimentar a agressão dos


instrumentos que lhe revolvem a lama, que lhe abrem valas, ferindo-lhe com segurança o leito para
que se processe a renovação e se transforme em seara rica de pão.

A sociedade contemporânea, vinculada aos interesses imediatistas, neles compraz-se, desprezando


novos contributos que exijam esforço para mudanças radicais, embora os resultados venham a ser
benéficos.

Acomodada nas conveniências hedonistas, cria barreiras para as alterações significativas.

O triunfo, em qualquer empreendimento, somente chega na etapa final após as renhidas batalhas.

Não se estando investido de tenacidade para levar adiante o ideal, mesmo que sofrendo, o
desânimo cerceia o passo do empreendedor e ei-lo que tomba na desolação, na desistência.

Estabelecido o programa da atividade, cada impedimento deve ser examinado e contornado,


procurando-se outras alternativas, caso não seja possível desenvolver o procedimento desenhado.

O que é fácil de ser executado, qualquer pessoa consegue fazer.

Aquilo, porém, que se apresenta complexo e com características de impossibilidade, no entanto,


exige indivíduo portador de qualidades mais valiosas, a fim de nunca abandonar o empreendimento.

Por essa razão, poucos são aqueles que se destacam nas áreas do bem e do dever retamente
cumpridos, porque a grande maioria prefere o convencional, o habitual, o repetitivo, o vício, o
amolentamento do caráter, o desvio espiritual...

Quando te disponhas a executar um labor que te eleve moral e espiritualmente, não te detenhas a
examinar as impossibilidades atemorizantes, deixando-te ameaçar.

Estuda-as, sim, com o objetivo saudável de encontrar os meios mediante os quais conseguirás
ultrapassá-las.

Quem se mantém irresoluto contemplando o pântano, empesteia-se com os miasmas que dele
exalam.

Qualquer empreendimento exige abnegação, esforço e tenacidade.

O triunfo do conquistador sustenta-se na contumácia com que foi trabalhado.

Ninguém ascende às alturas sem o enfrentamento das baixadas mais sinuosas e traiçoeiras.
Do alto a visão é compensadora e abrangente, não se distinguindo os perigos nem as armadilhas da
subida.

Assim também ocorre por ocasião das edificações morais e espirituais.

Nos tentames iniciais, tudo parece conspirar contra os resultados que se têm em mente.

Se o lutador não se encontra disposto a insistir, repetir, não ceder, o empreendimento deixa de ser
realizado.

Por isso o número daqueles que abandonam os propósitos superiores é muito grande.

Mas nem por essa razão o progresso deixou de apresentar-se no mundo.

É natural, portanto, que se paguem os altos estipêndios emocionais para o desiderato do bem.

A crítica mordaz dos céticos, a desconfiança dos pessimistas, a arrogância dos prepotentes, a
falácia dos cínicos compõem a patética da negação e transformam-se em montanha de problemas
tentando dificultar o avanço.

Não te preocupes com eles.

Vence-os, um a um, mantendo-te devotado, trabalhando sem cessar e demonstrando que a marcha
longa se inicia no primeiro passo e continua na sucessão deles.

Estás destinado às cumeadas do progresso que te aguarda.

Enquanto não te resolveres por avançar, permanecerás detido nas curvas do caminho ou
sombreado pelos receios injustificáveis.

Todo operário conduz mãos calosas, que são as condecorações dos trabalhos executados.

Assim também, os obreiros de Jesus, quando na execução dos compromissos a que se vinculam,
apresentam os sinais do esforço, porém se revelam muito felizes por haverem sido convidados para
a Seara.

Não ficaram somente no deleite da invitação, mas avançaram na direção do campo, tomaram da
charrua e puseram-se a lavrar o solo, aguardando o momento da ensementação que lhes cumpre
realizar.

Sentem-se escolhidos para o intransferível labor e empenham-se por produzi-lo com eficiência.

Pouco lhes importa se a estação é primaveril ou outonal, se a canícula é áspera ou o inverno


rigoroso.

É-lhes essencial agir e trabalhar com afinco, não perdendo a ocasião que se lhes apresenta para ser
utilizada.

Jesus convidou-nos oportunamente:

Vem hoje trabalhar na minha vinha.

Não estabeleceu condições nem determinou prioridades.

Foi taxativo ao enunciar:

Vem hoje.

Hoje, e não mais tarde, porque o veículo do tempo, na sua incessante movimentação, altera as
condições e circunstâncias, priorizando aqueles que aceitaram o convite e passaram a agir.
Com tenacidade, portanto, prossegue no desempenho dos teus compromissos para com a vida e
não temas nunca.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 21

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 21.

ADVERSÁRIOS PERIGOSOS.

Existem, sim, em número expressivo, interessados em perturbar a marcha das criaturas humanas.

Nenhuma dúvida sobre esta questão.

Pululam, ao lado dos homens e das mulheres, como nuvem que os acompanha, conforme observou
o apóstolo Paulo.

Atraídos pelas imperfeições humanas, imantam-se àqueles com os quais sintonizam, realizando um
terrível comércio espiritual.

Tenazes e perigosos, espreitam, na situação em que se encontram, as suas futuras vítimas, e logo
dispõem de possibilidade cercam-nas, envolvendo-as em pensamentos perturbadores com tal
insistência que as desarmonizam.

Outras vezes, sitiam-lhes as emoções, descarregando energias deletérias que terminam por
descontrolar os centros do equilíbrio, levando-as a transtornos depressivos, do pânico, obsessivos-
compulsivos.

Invadem o campo da vontade daqueles que se permitem sofrer-lhes o assédio, empurrando-os para
situações calamitosas, nas quais se comprazem.

Em incontáveis ocasiões atiram pessoas imprevidentes, umas contra as outras, gerando situações
embaraçosas, causando graves distúrbios no comportamento, nos relacionamentos sociais.

São hábeis na produção da cizânia, nutrindo-se da maledicência em que os frívolos se demoram,


aplicando o tempo que poderia ser útil em sistemática difamação do seu próximo.

Perversos, não respeitam os valores éticos nem morais, preferindo, naturalmente, as pessoas que
se encontram no claro-escuro da distonia psicológica, que mais lhes facilita a identificação.

Produzem enfermidades simuladas que desorientam aqueles que as padecem.

Utilizando-se do conhecimento das Leis dos Fluidos, conseguem produzir desconforto e insatisfação
em todas as pessoas de quem se acercam, intoxicando-as psíquica e fisicamente.

Alguns existem que se especializam no mecanismo da perseguição, encarregando-se de orientar


outros menos hábeis, que são convocados para as suas fileiras.

Isoladamente, por inveja, malquerença, desocupação ou desdita pessoal, tornam-se verdadeiros


flagelos para a Humanidade e, com a sua insistência calamitosa, desviam do rumo aqueles contra
quem investem com fúria continuada.

Em grupo, tornam-se mais perigosos, porque logram assenhorear-se de comunidades inteiras, que
submetem a obsessões coletivas em forma epidêmica.
Estamo-nos referindo aos Espíritos desencarnados que perderam o endereço de Deus e se
entregaram a volúpia da própria alucinação.

É indispensável ter-se muito cuidado com eles.

Esses Espíritos, em razão da inferioridade em que se encontram, imiscuem-se em todos os


cometimentos humanos, dominados pela perversidade ou simplesmente pela falta do que fazer,
mediante loucas tentativas de desforço contra a sociedade, para a qual transferem a
responsabilidade pelo fracasso das suas infelizes existências terrenas.

Inescrupulosos, gostariam de manter um estado de terror ou de infelicidade entre as demais


criaturas que tentam avançar no rumo do progresso, na busca da felicidade.

Orgulhosos e odientos, atribuem-se força e poder que realmente não possuem, sendo os seus
logros mais devidos a leviandade daqueles com os quais convivem mentalmente do que
propriamente a sua capacidade de agir.

Odeiam, com especial ressentimento, todos quantos trabalham pelo bem, pelo progresso da
sociedade, insurgindo-se contra as suas lides e dificultando-lhes a marcha do dever abraçado
retamente.

Especialmente, em relação aos espiritistas, que os conhecem, que os desmascaram, por estarem
lúcidos em torno do mundo espiritual e dos seus habitantes, mantêm acentuado rancor,
perseguindo-os com inclemência, em tentativas de eliminar-lhes as realizações, de confundi-los, a
fim de demonstrar que tudo se encontra no caos...

Conseguem, dessa forma, gerar a desconfiança, produzir o medo, disseminar o desalento,


empurrando para o pessimismo.

Não lhes dês tréguas nem lhes permitas identificação de propósitos, quando no serviço dos ideais
que esposas.

Quando sentires desalento, experimentando desconfiança em relação ao teu próximo, insegurança


na realização a que te afeiçoas, mal-estar no serviço do bem, tem cuidado, porquanto esses são
sinais de alarme que prenunciam situação porvindoura grave.

Reveste-te de paciência e renova-te na prece, por cujo intermédio haurirás nas Fontes Generosas
da Vida as forças indispensáveis para prosseguir com entusiasmo.

O bem que fazes, somente poderá proporcionar-te alegria e entusiasmo.

Caso ocorra o contrário, algo de equivocado está a desenvolver-se.

Medita, e descobrirás de onde vêm as ondas de aborrecimento ou as insinuantes ideias de


abandono do trabalho.

Dedicas-te a realização enobrecedora, porque ela te enriquece de vida e te produz empatia especial.

Portanto, nenhuma razão existe para que ocorram sensações contrárias, senão quando irrompam
interferências espirituais maléficas.

Unge-te sempre de amor e de compaixão, de caridade e de perseverança, graças a cujas vibrações


as energias do mal não poderão romper-te as defesas, gerando dificuldades ou interrompendo o teu
idealismo.

Não são poucos os que desistem, quando defrontados pela má-fé de amigos, pela contínua
descarga de pessimismo e de acusações ingratas dos companheiros, pela incessante competição
desonesta de quantos deveriam avançar ao lado, preferindo o enfrentamento e utilizando-se, para
tanto, da mentira, da calúnia, de acusações injustificáveis.
Trata-se de um bem-elaborado programa das forças do mal, personificadas em Entidades que as
constituem.

Algumas fazem parte do teu passado espiritual, são o resultado das tuas ações também nefastas,
inimizades que geraste e deves recuperar, tornando-as afeições nem sempre exitosas
imediatamente.

A maioria, porém, é constituída por adversários do bem.

Insensatos, grosseiros e presunçosos, tentaram enfrentar Jesus mais de uma vez.

Numa sinagoga, num sábado, um deles tomou de um obsesso e gritou:

Jesus de Nazaré, eu sei quem és.

Foi imediatamente rechaçado pelo Mestre que o conhecia, quando lhe impôs:

Cala-te, pois que ainda não é chegado o meu momento.

Utilizaram-se de fariseus, saduceus, sacerdotes relapsos que com eles sintonizavam, a fim de tentar
gerar dificuldades para o Senhor.

Certa feita, audaciosamente, atreveram-se mesmo a tentá-lO, sendo sempre vencidos.

Por fim, no dia do julgamento arbitrário e da crucificação, porque encontraram campo mental
favorável, ampliaram a tragédia do Gólgota, antes aturdindo Judas, que traiu Jesus, Pedro, que O
negou, tornando-se, sem dar-se conta, motivo de maior glória para o Ressuscitado, sem cuja morte
não haveria a demonstração da sublime imortalidade.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 22

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 22.

A RESISTÊNCIA DO IDEALISMO.

Quando se contempla qualquer edificação monumental, nem sequer ocorre lembrar-se das
dificuldades e dos desafios que foram enfrentados, a fim de torna a grandiosa e utilizável.

Perante as obras de arte que fascinam, os livros iluminativos que dignificam, as tecnologias que
facilitam a existência humana, as máquinas que transformaram o planeta terrestre, as realizações da
mente e do empenho da inteligência dominando o meio ambiente, quando hostil, alterando a face do
orbe sempre para melhor, assim como as incontáveis produções do saber e do engenho, de maneira
alguma se pensa nos sacrifícios e nas lutas intérminas dos seus idealistas, dos seus realizadores.

Para ser terminada qualquer realização edificante que enriquece o mundo, tornando-o mais belo e
mais digno de ser vivido, foram vencidos impedimentos inumeráveis, que agora perderam o
significado, em face da vitória alcançada.

Durante, porém, a execução do trabalho, não poucos lutadores desertam, assinalados pelo fracasso,
vencidos pelo pessimismo.

O enfrentamento de qualquer espécie é sempre constrangedor, no entanto, necessário, sem o qual o


indivíduo permanece incapaz de desenvolver os admiráveis recursos que lhe jazem adormecidos no
mundo íntimo.
São as situações penosas que ampliam a capacidade de realização, impondo regras e condutas
pouco habituais, ao mesmo tempo dando campo a utilização e ao desenvolvimento das forças
mentais e morais convocadas para a concretização do ideal.

As ideias novas e positivas rompem as sombras da ignorância e do comodismo que predominam


nos horizontes planetários, incomodando as pessoas que se sentem plenificadas, (ou seja, Tornar
pleno), despertando a hostilidade dos fracos e dos perversos, que se eriçam pela ira, gerando-lhes
embaraços constantes.

Os ideais legítimos possuem resistência especial que lhes permite estabelecer os programas de que
dispõem em favor de períodos mais felizes...

Não tendo outro, senão o objetivo de fomentar o bem, a beleza, a harmonia, o progresso, o amor,
são constituídos do especial vigor que propicia energia indispensável a vitória que buscam todos
aqueles que se lhes entregam com abnegação e confiança.

A Humanidade jamais esteve destituída de homens e de mulheres que se inspiraram nos ideais de
engrandecimento, entregando-se totalmente a sua concretização.

Imortalizaram-se em todos os ramos do conhecimento, deixando as marcas da grandeza de que se


revestiam, dessa forma produzindo incontestável progresso em todas as esferas do pensamento e
da ação.

Nada obstante, as criaturas estão ainda muito distantes da perfeição, o que exige incessantes
produções nascidas nos ideais assinalados pelo anseio de libertação das consciências,
encaminhando-as no rumo da harmonia.

Não te surpreendas, portanto, com as incompreensões que surjam a tua frente, quando estejas
operando nos ideais superiores.

Sempre haverá pessoas que se sentirão molestadas pela tua altivez no desempenho das tarefas
enobrecedoras que abraças.

Acostumadas a manter a indiferença diante do desequilíbrio e a comprazer-se na própria pequenez,


experimentam mal-estar quando outrem demonstra que o mundo não é cruel nem odiento, antes é
abençoada oportunidade de serviço, convidando os construtores da realidade a execução do seu
programa.

Não te irrites com elas, pois é exatamente isso que desejam, porquanto, assim terão elementos para
discutir e agredir, qual combustível que lhes oferecerás para que o coloquem no incêndio que
provocam, mas que se extinguirá, se não contribuíres para a sua preservação.

Por outro lado, não te justifiques, não te defendas, não critiques aqueles que se te opõem.

Se estiveres na ação irretorquível não serás atingido pelas farpas da inveja, pelos calhaus da
maledicência, pelas agressões gratuitas dos inimigos de ocasião.

Porfia, pagando o preço do inestimável investimento que pretendes oferecer a sociedade.

Quem se detém a examinar os impedimentos que lhe são postos por inimigos, perde excelentes
ensejos de crescimento interior e de produção no projeto encetado.

Certamente, momentos surgem em que se torna necessária a análise de algumas ocorrências, a fim
de melhor agir-se e com maior propriedade superar-se os problemas.

A excelência de um ideal, porém, é mensurada pela maneira como se conduz e age aquele que o
apresenta.

Para que seja realmente portador de significado especial e nobre, beneficia inicialmente aquele que
lhe é o instrumento.
Em face do beneficio que lhe proporciona, sensibiliza e atrai outros indivíduos que também aspiram
ao bem e ao engrandecimento geral, muitas vezes necessitados de estímulos e de encorajamento.

A tua forma de agir no trabalho e de reagir ante a crítica mordaz que te fazem, expressa a qualidade
daquilo que cultivas intimamente.

Não será pelo muito falar ou discutir, pretender impor ou defender, que o teu idealismo encontrará
receptividade nos outros, mas sim, como decorrência do seu sentido dignificador que atrairá
adeptos, simpatizantes e cooperadores dispostos a envolver-se no empreendimento.

Os ideais perversos encontram ainda maior ressonância nas mentes e nos corações, em razão do
estágio mais primário em que se encontram aqueles que os sintonizam e aceitam.

Diante, porém, de propostas elevadas que irão mudar o rumo de muitos destinos, oferecendo-lhes
dignidade e vida, surgem muitas reações compatíveis com o momento atual e a qualidade da
maioria dos indivíduos.

Valem, no entanto, a pena, o investimento de amor, a luta pela evolução, o trabalho de


engrandecimento moral.

O processo de evolução do mundo avança por meio dos idealistas que investem a própria existência
em favor do que cultivam.

A fim de modificar a estrutura moral e espiritual do planeta, Jesus veio pessoalmente apresentar a
Boa-nova, investindo amor e trabalho, de forma que as criaturas pudessem avaliar a qualidade
sublime da Sua proposta.

Não encontrou compreensão nem amizade.

Em toda parte enfrentou a impiedade e a malquerença, embora seja o amor e a luz.

Distendeu a compaixão e a misericórdia, socorrendo sem cessar, sempre otimista e gentil, no


entanto, foi repudiado e perseguido, sem que se permitisse enfraquecer na luta ou ceder o mínimo
no objetivo abraçado.

Assassinado, mas não vencido, abriu espaço para o mundo melhor e para a felicidade que, desde
então, passaram a ser possíveis, não obstante as sombras teimosas que ainda permanecem
aparentemente dominadoras.

Segue-Lhe o exemplo e persevera no teu idealismo de amor.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 23

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 23.

IMPREGNAÇÃO.

De tal maneira predominam o pessimismo e a maledicência, a ira mal contida e o ódio contra as
pessoas, os ideais e as instituições que, não raro, uma psicosfera pestífera envolve os indivíduos
particularmente e os grupos em geral, impregnando-os de desconfiança e revolta.

Os milênios, que têm varrido a Terra oferecendo admiráveis realizações humanas, não conseguiram
alterar a conduta atávica de centenas de milhões de Espíritos, mantendo-os resistentes ao
engrandecimento moral e ao crescimento íntimo, de forma que contribuam em favor da fraternidade
real.

Predomina em a natureza do indivíduo a habilidade para a intriga, para a competição infeliz, para a
censura pertinaz, para o reproche contínuo...

Enquanto alguns poucos se afadigam nas atividades relevantes, um número maior se detém a
apontar erros e a descobrir falhas morais, de forma que diminuam ou anulem os efeitos saudáveis
decorrentes do bem.

Conseguem interpretar os melhores conceitos de maneira destrutiva, utilizar as palavras ouvidas


como armas contra aqueles que as emitem, confundir as informações apresentadas, gerar cizânia
com argumentação falsa revestida de autoridade...

Estão sempre vigilantes para combater o próximo, jamais para o auxiliar, permitindo-se corroer pelo
ciúme e pela inveja, que os atiram uns contra os outros, numa guerra surda ou declarada que divide
os grupos em minorias incapazes de resistir aos naturais embates do processo da evolução.

Fingem-se possuidores de conhecimentos que, em verdade, não possuem, de capacidade de


realização que não resiste ao menor tentame, escusando-se invariavelmente toda vez quando
convocados a demonstrar as habilidades de que se fazem divulgadores.

A sua é uma atitude tão perversa e constante que, muitas vezes, conseguem impregnar aqueles que
os cercam, contaminando-os com o seu morbo e neles matando os nascentes ideais do bem ainda
não fortalecidos.

Ferem, com certo prazer mórbido, dando a impressão de que a sua censura fundamenta-se em fatos
que devem ser revelados, a fim de desmascarar aqueles a quem chamam de mistificadores, sendo
eles os ideais e verdadeiros...

Estão sempre prontos a reclamar, embora não estejam envolvidos com a realização que a outrem
pertence, fiscais psicóticos da conduta alheia em que se transformam.

Encontram-se por todo lado, pois que esse comportamento enfermiço faz parte da alma humana em
seu processo de desenvolvimento.

Para eles é mais fácil atirar pedras do que juntá-las.

Reclamar contra os obstáculos, ao invés de retirá-los do caminho.

Condenar a sombra do que acender uma lamparina.

Maldizer o pântano, ao revés de abrir uma vala para conveniente drenagem.

São, porém, irmãos da retaguarda, ainda debatendo-se no primarismo em que se comprazem,


impedindo-se o próprio crescimento espiritual.

Não te molestes com eles nem te deixes impregnar pela sua maldade.

Apieda-te deles, mas segue adiante.

Encontrá-los-ás, também, nas fileiras do Movimento Espírita, que reúne almas de todos os níveis, a
fim de facilitar-lhes o progresso intelecto-moral.

Quase todos aqueles que aportam nas fileiras do ideal espírita libertador são possuidores de
mazelas que os impulsionam para a Grande Luz, mas antes de atingi-la, o que certamente demorará
muito, expressam-se como são, vivenciando aquilo que os caracteriza, avançando conforme a
estrutura que possuem.

Diversos que se intelectualizam, raramente utilizam da conquista do conhecimento para servir, mas
servem-se do tesouro mental para a presunção, mantendo-se distantes da ação diária que revela a
qualidade interna de cada um, para mais facilmente dispor de tempo para a insana guerra contra
todos quantos elegem como adversários...

Inspirados pelos Espíritos inferiores afins, com os quais sintonizam por identidade de propósitos e
conduta, ufanam-se da falha cultura que possuem, gerando embaraços para os menos dotados, mas
que se estafam na luta pela transformação moral para melhor, na prática dos postulados
doutrinários, não se permitindo trégua ao trabalho nem repouso injustificado, porque sabem que as
obras são o reflexo do valor íntimo de cada um.

Estes últimos, no entanto, pelo esforço que envidam, por fidelidade ao dever a que se entregam, em
face do espírito de serviço que demonstram, são inspirados pelos guias da Humanidade, que deles
se utilizam para tornar o mundo melhor e mais feliz, ampliando a área de esperança que deve viger
de forma constante.

Permanecem impregnados pelas forças da dignidade e do altruísmo, não se deixando atingir pelos
petardos que lhes são atirados nem pelas campanhas sórdidas que são engendradas contra os seus
propósitos.

O hálito superior da Espiritualidade sustenta-os, impulsionando-os sempre para a frente, mesmo


quando sofrendo ou perseguidos pela hostilidade dos famigerados adversários do bem, porque
sabem que se encontram na Terra para reparar equívocos cometidos anteriormente, para conquistar
o patrimônio de luz que lhes está reservado.

Narra-se que certo indivíduo pediu a Deus em prece que o ajudasse a ser menos presunçoso,
porquanto aspirava a alcançar a perfeita identificação com a Verdade.

Passaram-se alguns dias e, oportunamente, enquanto orava, deu-se conta de que já não se sentia
tão jactancioso como antes, e que o Senhor da Vida auxiliara-o no propósito acalentado.

Tomado de grande emoção, expressando reconhecimento, murmurou:

- Muito obrigado, meu Pai, agora, sim, sei que já sou perfeito!...

A presunção não tem medida, não se examina, sempre dispõe de mecanismos para a exaltação de
si mesma.

Fascina o indivíduo e condu-lo a situações ridículas, quando não infelizes.

Resguarda-te desse inimigo sutil que destrói muitas intenções edificantes, inumeráveis realizações
positivas.

Segue, simples de coração e compassivo, fazendo o que te esteja ao alcance.

Busca a iluminação pelo estudo, pela reflexão, pela prece e entrega-te a ação, cujo mecanismo de
serviço de ti fará um verdadeiro servidor do Cristo.

Nem Jesus transitou na Terra sem a vigilante perseguição dos pérfidos e invejosos, que não
titubeavam em criar-Lhe embaraços, tentando-O a cada passo.

Sobranceiro e amoroso, entretanto, o Mestre compreendia-os, mas não se permitia atingir pelas
suas peçonhas nem pelos seus arremedos puritanos.

Utilizavam-se dos códigos falsos que elaboravam para gerar perturbação em volta do Senhor, até o
momento quando Ele exprobrou-os com severidade, dizendo:

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!

Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por
dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.
Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de
hipocrisia e iniquidade.

(Mateus, 23, 27 e 28.), E prosseguiu integérrimo até o fim do ministério...

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 24

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 24.

RELACIONAMENTOS CONFLITUOSOS.

Entre os grandes desafios sociais destaca-se o dos relacionamentos entre os indivíduos.

Essencial para uma existência harmônica, a maneira de conviver com o próximo define os rumos
saudáveis para a execução das atividades que devem ser desenvolvidas durante a jornada terrestre.

A forma gentil de comunicar-se propicia um agradável clima de alegria e de bem-estar, tornando-se


cada vez mais aprazível, a fim de que o êxito se instale nos empreendimentos encetados.

Uma pessoa de temperamento irascível, instável e agressivo, sempre defrontará dificuldades para
conseguir amizades duradouras, portadoras de enriquecimento emocional e espiritual, porquanto as
mudanças de conduta gerarão reações inamistosas naqueles com os quais convive.

Não poucas vezes, o indivíduo conquista outrem, utilizando-se da afabilidade e da gentileza, sem
estrutura emocional para preservar a simpatia ou a afetividade desencadeada.

Assumindo posturas hostis, irrita-se pela menor ocorrência, ou dominado por constante mau humor,
engendra situações cavilosas para descarregar os fluidos morbosos de que é portador.

Quase nunca se faz amado, tornando-se invariavelmente temido e detestado.

Se possuidor de fortuna, recebe a bajulação dos seus caudatários que o exploram habilmente,
cercando-o de gentilezas e elogios, a fim de beneficiar-se das migalhas que lhes atira de maneira
despótica.

No entanto, odeiam-no e sempre aguardam ocasião para descarregar-lhe de forma ostensiva a


aversão e sentimentos de despeito, de vingança e de malquerença que preservam no íntimo.

Humilhados que foram, silenciam as ofensas por conveniência e acumulam-nas até o momento que
lhes parece próprio para a libertação do jugo opressor e odiento.

Quando pobre, destituído de recursos amoedados, de bens outros de qualquer natureza,


experimenta o reproche sistemático de todos, permanecendo isolado e rebelde sob o acúmulo de
conflitos perturbadores.

Essa pessoa difícil de convivência é sempre orgulhosa, acreditando possuir os meios próprios para
impor a sua vontade até o momento em que defronta outros do mesmo ou pior quilate com os quais
entra em luta infeliz, num campeonato injustificável de insensatez.

Embora essa aparência ríspida e agressiva, oculta demasiadas aflições internas que teme sejam
descobertas, o que a humilharia, levando-a a situação deplorável.
Não se amando, atormentada pela timidez e pela insegurança, fruto de uma educação deficiente e
sem amor, sem respeito nem consideração, perdeu a autoestima e a alegria real, vivendo numa
quase permanente inquietação que procura disfarçar.

Esse comportamento faz-se mais tormentoso quando a afetividade se lhe instala.

Não acreditando que mereça amor, agarra-se a paixão que a consome, vivendo em contínua
variação de comportamento emocional.

Explode com frequência para manter-se escondida no abismo da insegurança, e despoticamente se


torna indiferente a aflição que desencadeia nos outros.

De alguma forma, isso lhe provoca prazer, porque dispõe de campo emocional mais amplo para
descarregar as constantes tempestades internas que a sacodem com violência.

Da mesma forma como se torna irritadiça volta a normalidade como se nada houvesse acontecido,
tornando-se gentil, por cujo meio procura reparar o dissabor provocado.

Conviver com alguém portador deste distúrbio da personalidade é um verdadeiro calvário,


especialmente se existe um vínculo de sentimento conjugal ou de parceria afetiva.

Na sua morbidez, acredita estar sempre com a razão, sentindo-se incompreendida sempre e nunca
se esforçando para conseguir a mudança de atitude.

Não possuindo resistências morais para enfrentamentos do mesmo tipo, quando se dá conta de
como se encontra a sós, sob chuvas ácidas de reproche e de malquerença, refugia-se no ódio surdo
com desejos insanos de vingança contra tudo e todos, acreditando-se vítima da tirania social que se
levanta para destruí-la.

A sua enfermidade espiritual é mais grave do que pensa, tornando-se cada vez mais inquietadora.

Pode culminar essa conduta doentia em algum crime, seja contra o próximo ou contra si mesmo,
mediante suicídio hediondo, quando se dando conta da situação em que se debate.

Sem dúvida, necessita de ajuda psicológica e de tratamento espiritual em razão dos hábitos malsãos
que se lhe instalaram em reencarnações transatas.

Incapaz de gerenciar os conflitos, quase sempre se nega a receber o socorro especializado, que lhe
facultaria uma existência menos problemática.

Concomitantemente, em razão do nível emocional de baixo teor vibratório e em face das fixações
mentais a que se aferra, atrai Espíritos perturbados do mesmo teor moral e estabelecem-se vínculos
obsessivos que agravam o quadro.

É muito grande o número de indivíduos agressivos e atrabiliários que se encontram sob terríveis
induções espirituais perturbadoras.

Esses adversários, que os sitiam e terminam por dominar-lhes a casa mental, exploram-lhes as
energias em lamentáveis processos de vampirização que os exaurem, destruindo as defesas
imunológicas, dando margem a instalação de outras enfermidades orgânicas e mentais.

São muito infelizes esses relacionamentos conflituosos, por produzirem desgaste incessante
naqueles que se encontram na faixa da normalidade e enredam-se no companheirismo sem uma
compensação emocional que os reabasteçam de energias.

São mais credores de compaixão e de misericórdia esses enfermos da alma, que preferem ignorar a
própria doença, do que de recriminação e animosidade.

Quando te sintas envolto por pessoas portadoras desses conflitos, que buscam relacionar-se
contigo, evita qualquer tipo de apego, mantendo-te fraterno e amigo, sem que te deixes dominar
pelos seus caprichos.
Se te deparas envolvido emocionalmente com alguém que apresenta esse distúrbio de
comportamento, insiste para que receba tratamento conveniente quanto antes.

A medida que o tempo transcorre e a comunhão se torna mais íntima, o indivíduo, havendo perdido
o respeito por si mesmo, passa a desconsiderar a pessoa ao seu lado, agredindo-a, malsinando-lhe
a existência, atormentando-a seguidamente.

Ama sempre, mas não te permitas relacionamentos conflituosos sob a justificativa de que tens a
missão de salvar o outro, porque ninguém é capaz de tornar feliz aquele que a si mesmo se recusa a
alegria de ser pleno.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 25

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 25.

ESPERANÇA.

Quando o indivíduo se encontra na encruzilhada de decisões importantes, é a esperança que o


emula a seleção do caminho a seguir, quando os céus se apresentam borrascosos e ameaçadores,
é a esperança que anuncia a claridade vitoriosa que logo mais chegará, quando as dificuldades
aturdem e as perspectivas de êxito fazem-se mais remotas ou impossíveis, é a esperança que
propõe novos tentames, a fim de que tudo se modifique, quando a morte domina, arrebatando os
seres queridos da convivência física e deixando uma lacuna quase impreenchível, é a esperança do
reencontro que alenta no prosseguimento da marcha...

A esperança é a mensageira poderosa da vida, auxiliando o caminhante cansado no rumo que


parece não ter fim.

Todo aquele que a cultiva e nela confia, vence os empecilhos e avança, não se detendo na
retaguarda, por mais difíceis se apresentem as estradas a percorrer.

Enquanto vige no sentimento e brilha na mente, é possível superar os obstáculos e vivenciar


alegrias.

Ninguém consegue atingir as alturas da montanha, enquanto se encontra no sopé, se não for guiado
pela esperança que o emula a seguir sempre.

Não lhe importam os passos grandiosos, que, muitas vezes, cessam ante os impedimentos
volumosos e a falta de espaço para serem realizados.

Todavia, a caminhada lenta e segura, retirando os percalços da via e prosseguindo sem receio,
permite atingir o cume que fascina adiante, muito acima.

A esperança é fundamental em qualquer cometimento, porque fortalece o entusiasmo e mantém-se-


lhe ao lado, mesmo quando as impressões negativas começam a instalar-se.

É a mensageira da alegria e a companheira da coragem, que se tornam indispensáveis para as


realizações de enobrecimento humano.

Aquele que sabe esperar consegue realizar o programa a que se afeiçoa, desde que não cesse de
tentar nem de confiar no seu triunfo.
Quando alguém inicia uma atividade com desânimo ou sem a esperança de conseguir o sucesso
que acalenta, certamente encontra-se em larga desvantagem, porquanto lhe faltam os recursos da
confiança naquilo que empreende.

É uma das virtudes teologais, elegida pela excelência do seu significado, na condição de
companheira da fé e da caridade, sem cujo vigor aquelas perderiam a vitalidade de que se devem
revestir.

Representada simbolicamente por uma âncora, constitui estímulo para que seja fincada no solo
firme dos valores espirituais, sustentando todos quantos a seguram interiormente com vigor.

A esperança é a significativa presença do amor sustentando os lidadores do bem e da verdade e


levantando os desfalecidos na luta, que devem prosseguir até a vitória total.

Quando Jesus anunciou o testemunho que deveria dar ao mundo, mediante o holocausto para o
qual viera, os discípulos desolados rogaram-Lhe que os não deixasse órfãos, porquanto não
saberiam como seguir, nem qual o rumo que teriam de percorrer.

Tomado de infinita compaixão e de misericórdia, Ele acenou com a esperança da Sua volta futura,
não mais visível como naquele momento, mas por meio dos Espíritos sublimes do Mundo espiritual,
na condição de o Consolador, que ficaria a seu lado até a consumação dos evos.

Seria um Advogado, um Mentor que voltaria a repetir as Suas lições esquecidas, dizendo coisas
novas, que, (então), não podiam suportar, por falta de amadurecimento e de recursos do
conhecimento científico, filosófico e moral para vivenciar.

Essa esperança esteve presente nos seguintes períodos da História até o momento quando chegou
o Espiritismo, propondo a releitura do Evangelho e apresentando as explicações próprias para o seu
entendimento ante as fulgurantes luzes da Ciência e da Razão.

A esperança converteu-se em realidade e continua conduzindo aqueles que O amam, tanto quanto
aqueloutros que perderam o Seu endereço ou confundiram-se no emaranhado dos conflitos e
paixões que acumularam.

Explicando que a vida real é aquela que assinala a origem do ser e não a transitória por onde
peregrina, esse Consolador alenta com a esperança de felicidade próxima como remota, que está
destinada a todos que estejam dispostos a consegui-la.

A esperança pode ser comparada a uma luz vigorosa no fim do túnel, brilhando, a distância, e
oferecendo segurança de que além das sombras existe uma claridade aguardando.

Ao oferecer-nos o Consolador, confortou-nos com a esperança de que nunca ficaríamos a sós,


auxiliando-nos na ascensão por mais difícil se apresente.

Quando um cientista empreende a tarefa superlativa de encontrar respostas que favoreçam a vida, é
fortalecido pela esperança que o leva a prosseguir, embora os insucessos iniciais que poderiam
significar fracasso.

E porque persiste confiante, vence todos os desafios até o momento em que culmina com as suas
aspirações.

O artista possui no imo a beleza que desejaria exteriorizar, e, utilizando-se dos mais variados
instrumentos, labora confiante que logrará os resultados que espera, superando as limitações
pessoais, ambientais, circunstanciais, até o instante triunfal que oferece ao mundo a glória do ideal.

Fitando um bloco de mármore informe, Leonardo da Vinci via a estátua reluzente que nele se
encontrava, e com a esperança de arrancá-la do claustro mineral onde dormia, revelou ao mundo
grandiosas obras de incomparável harmonia e estética.
O mesmo fizeram Fídias, Praxíteles e inumeráveis outros mensageiros da arte, na pintura, na
música, da arquitetura, da poesia, da literatura, em todos os campos, porque sabiam estar viva,
embora invisível, a harmonia que desvelaram.

Em todos os setores isso ocorre, porque a esperança não abandona os seus realizadores nem
diminui de intensidade no sentimento de quem aspira a plenitude.

Nunca cesses de confiar, tomado da certeza de que tudo aquilo que não consigas agora,
perseverando e amando conseguirás depois.

Não é importante que se realizem as aspirações no momento imediato, mas no instante adequado,
quando se conjugarem os fatores que lhe propiciam a concretização.

E quando tudo aparentemente conspirar contra os teus ideais e planos de uma existência mais feliz,
confia em Deus e mantém a esperança na certeza de que Ele jamais te abandona.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 26

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 26.

AFETIVIDADE.

Defluente da Lei Natural da vida, a afetividade é sentimento inato ao ser humano em todos os
estádios do seu processo evolutivo.

Esse conjunto de fenômenos psicológicos expressa-se de maneira variada como alegria ou dor,
bem-estar ou aflição, expectativa ou paz, ternura ou compaixão, gratidão ou sofrimento...

Embora no bruto se manifeste com a predominância da posse do instinto, aprimora-se, a medida


que a criatura alcança os patamares mais elevados da razão, do discernimento e do amor.

Mesmo entre os animais denominados inferiores, vige a afetividade em formas primárias que se
ampliarão através do tempo, traduzindo-se em apego, fidelidade, entendimento, como automatismos
que se fixaram por meio da educação e da disciplina.

Não obstante os limites impostos pelos equipamentos cerebrais, em alguns é tão aguçada a
percepção, que o instinto revela pródromos de inteligência, que são também expressões de afeto.

No ser hominal, em face dos valores da mente, o sentimento desata a emoção, e a afetividade
exterioriza-se com mais facilidade.

Imprescindível a existência feliz, por intermédio do tropismo do amor, desenvolve-se e enternece-se,


respondendo pelas glórias da sociedade, pelo progresso das massas, pelo crescimento da
consciência e pela amplitude do conhecimento.

Na raiz de todo empreendimento libertador ou de todo empenho solidário, encontra-se a afetividade


ao ideal, a pessoa, a Humanidade, estimulando, e, quando os desafios fazem-se mais graves, ei-la
amparando o sentimento nobre que não pode fenecer e a coragem que se não deve enfraquecer.

No começo, é perturbadora, por falta de discernimento do indivíduo a respeito do seu significado


especial.

No entanto, quando se vai fixando nos refolhos da alma, torna-se abençoado refrigério para os
momentos difíceis e estímulo para a continuação da luta.
Sem ela a vida perderia o seu significado, tão eloquente se apresenta na formação da personalidade
e da estrutura psicológica do homem e da mulher.

A afetividade proporciona forças que se transformam em alavancas para o progresso, alterando as


faces desafiadoras da existência e tornando a jornada menos áspera, porque se faz dulcificada e
esperançosa.

Ninguém consegue fugir-lhe a presença, porque, insita no Espírito, emerge do interior ampliando-se
na área externa e necessitando de campo para propagar-se.

A afetividade é o laço de união que liga os indivíduos por meio do sentimento elevado e os
impulsiona na direção do Divino Amor.

Quando se pode entender e se tem olhos de ver, é possível distinguir a afetividade nos mais
variados sentimentos humanos, a saber:

O egoísmo é a afetividade a si mesmo.

O ressentimento é a afetividade egoísta que não foi comprazida.

A bondade é a afetividade que se expande.

O ciúme é a afetividade insegura e possessiva.

O trabalho é a afetividade ao dever.

O ódio é a afetividade que enlouqueceu.

O auxílio fraterno é a afetividade em ação.

A vingança é a afetividade que enfermou.

A preguiça é a afetividade adormecida.

O amor a afetividade que se sublima.

A caridade é o momento máximo da afetividade...

Em qualquer circunstância libera a tua afetividade desencarcerando-a, a fim de que se expanda e


beneficie os demais.

A afetividade é portadora de especial conteúdo:

Quanto mais se doa, mais possui para oferecer.

É rica, infinitamente possuidora de recursos para expender.

Jamais te arrependas por haveres sido afetuoso.

Não te facultes, porém, uma afetividade exigente, que cobra resposta, que se impõe, que aguarda
retribuição.

Atinge o elevado patamar emocional da afetividade que se esquece de si mesma para favorecer a
outrem, conforme Jesus a viveu, sem apego nem decepção, por não haver recebido compensação.

A afetividade se completa no próprio ato de expandir-se.


Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 27

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 27

ANTE O RUGIR DA TORMENTA.

Anunciada antecipadamente, chega o momento em que estruge a tempestade com violência não
esperada, desabando calamitosa sobre a sociedade hodierna, desferindo golpes de consequências
imprevisíveis.

Em todos os segmentos sociais a tormenta moral esfacela, separando organismos que se deveriam
mais aglutinar, tornando-os vulneráveis a dissolução total.

Atroando os indivíduos, semeia ódios e explode em violência cruel, ceifando vidas inermes,
perturbando a ordem estabelecida, gerando medos incontroláveis.

Desregrando pessoas que se mantinham em equilíbrio, desorganiza-lhes os equipamentos morais,


atirando-as aos calabouços do sexo em desvario, das drogas aditivas em alto consumo, dos
conflitos internos e externos.

Desestruturando as organizações emocionais mais frágeis, empurra para depressões profundas,


para os distúrbios do pânico, para os estados fóbicos múltiplos, conspirando contra a harmonia
psicológica e psiquiátrica dos indivíduos e das coletividades.

Agressões de todo porte explodem em espetáculos hediondos, estruturadas em calúnias bem-


elaboradas, em invejas sórdidas, em sentimentos perversos, de maneira a instaurar na Terra mais
lutas antifraternas e alucinantes com revides prolongados.

A incompreensão de todo porte campeia, gerando dificuldades nos relacionamentos e problemas na


afetividade.

A incompatibilidade de gênios desfaz vínculos profundos, porque as paixões galvanizam os


sentimentos, atormentando-os.

É raro o silêncio que propõe serenidade e a compaixão que desculpa as ofensas, auxiliando com
discrição.

As enfermidades degenerativas substituem as antigas epidemias que assolaram a Terra no


passado, algumas das quais a Ciência Médica venceu, enquanto outros tipos de viroses e processos
cancerígenos, distúrbios cardiovasculares, ceifam centenas de milhões de vidas que antes
estertoram nas suas constrições...

A confiança cede lugar a suspeita sistemática, e o dolo assume postura de cidadania.

A corrupção, nas mais diversas malhas em que se apresenta, tenta matar a ética e os princípios
morais que devem existir nas coletividades.

Todos esses e outros fatores de perturbação demonstram a presença da tempestade que ora ruge
violenta sobre a sociedade.

É natural, portanto, que as atividades centradas em Jesus, no Seu pensamento e nas Suas obras,
também experimentem as descargas provocadas pelas forças tempestuosas da anarquia e dos
desmandos, que procedem do primarismo em que se demoram algumas consciências humanas,
facilmente açuladas por Espíritos equivalentes que permanecem na Erraticidade inferior.

Com frequência levantam-se defensores do ideal cristão com arrogância inimaginável, quais antigos
cavaleiros medievais avançando na defesa do túmulo vazio de Jesus, em Jerusalém, na condição de
cruzados, mais ávidos pelas conquistas terrestres do que pela preservação da memória do
Ressuscitado.

O mesmo sucede em parte do Movimento Espírita, que deveria vivenciar os postulados do amor e
da instrução, introjetando a mensagem libertadora, em vez de a utilizarem para esgrimir vaidades e
conflitos pessoais, que são transformados em instrumentos de combate contra o próximo.

Este idealista agride o outro, porque pensa diferente, não se ajustando às conclusões a que ele
chegou, esse sofre-lhe os acúleos, em razão da sua maneira de ser que se caracteriza por
qualidades próprias, este paga alto preço em face da sua independência, não se submetendo a
quem se considera a sumidade irretocável...

E grassam acusações, de lado a lado, alguns utilizando-se da Mídia, igualmente alucinada, para
mais exaltar-se, mediante as incriminações contra o seu cômpar, isto para escamotear a
inferioridade de que se sentem objeto, disfarçando-se com a superioridade falsa em que se
apresentam.

A grande maioria desses acusadores conta com a impunidade legal, na Terra, porque sabe que as
suas vítimas não recorrerão aos poderes da justiça humana, deixando-os avançar na direção da
própria loucura.

São ociosos que dispõem de todo o tempo, em face de não se vincularem a nenhum trabalho
iluminativo, de não ajudarem a ninguém, de não contribuírem em favor do crescimento da proposta
espírita entre os homens e mulheres, assim dedicando-se a fiscalizar, denegrir, acusar, perseguir
incessantemente aqueles de quem receiam sombrear-lhes a vacuidade...

Olvidam-se, esses irmãos irrefletidos, que estão construindo os presídios sem grades em que se
encarcerarão mais tarde.

A vida anota tudo quanto lhe diz respeito.

Cada consciência insculpe nos refolhos do Espírito pensamentos, palavras e ações, permanecendo
na sua condição de depositária da Lei de Deus.

Por outro lado, conclui-se que todos esses tempestuosos instrumentos do sofrimento alheio, se
estão na Seara Espírita, não acreditam realmente na imortalidade nem na Lei de Causa e Efeito,
pois que se tivessem convicção da sua existência agiriam de forma diametralmente oposta.

O orgulho, a presunção, os sentimentos vis cegam-nos, retendo-os no bloqueio do discernimento e


da razão.

Buscam o estrelato, a fama, a projeção do nome e da imagem, tudo fazendo, conforme ocorre nos
espetáculos mundanos, para ser comentados, referidos, discutidos, porque, de outra maneira,
ficariam no esquecimento ou nem sequer teriam os seus nomes e as suas vidas conhecidos.

Na atualidade, é possível prever-se tormentas, fenômenos sísmicos calamitosos, como erupções


vulcânicas, maremotos, terremotos, tornados e outros, mas ainda não se dispõe de recursos para
impedi-los.

O mesmo ocorre nas tempestades morais, que podem ser detectadas antes, sem que seja possível
impedir-lhes os arrastamentos infelizes.

Estejam vigilantes os servidores de Jesus, acautelando-se da sintonia com a perversidade,


resguardando-se dos calhaus e pedras atirados, precatando-se da assimilação do bafio pestífero
que intoxica o ar e pode envenená-los.

A atitude terapêutica para o mal e os maus é a da compaixão.

Existem métodos de urbanização, de arquitetura e de engenharia de emergência para defender as


criaturas dos efeitos maléficos das tempestades, resguardando-as e oferecendo-lhes recursos para
as reconstruções posteriores.
Da mesma forma, o Divino Arquiteto, Jesus, apresentou, desde há muito, os Seus projetos e planos
para os enfrentamentos inevitáveis, traçando os roteiros do amor, da caridade, da oração, da
misericórdia, do perdão mediante os quais, os Seus discípulos poderão resguardar-se, deles
também utilizando-se, depois, na recuperação dos valores, sobre os destroços que ficaram...

As árvores fanadas pelos vendavais e fenômenos devastadores, logo passa a calamidade


apresentam vergônteas que as renovam, recompondo-se.

Ante, portanto, o rugir da tempestade, entrega-te a Jesus e nEle confia, servindo-O com
tranquilidade e paz, porquanto somente te acontecerá aquilo que é melhor para o teu progresso
espiritual.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 28

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 28.

PENTECOSTES.

As narrações evangélicas referem-se às labaredas de fogo que desceram sobre os discípulos


saudosos de Jesus cinquenta dias após a Páscoa.

A comunicação por eles operada com as pessoas de diferentes províncias, que se expressavam em
idiomas e dialetos diversos, tornou-se clara e rica de surpresas, demonstrando a irrupção
espontânea da faculdade mediúnica de xenoglossia nos Espíritos que se candidatavam ao
apostolado do amor.

Aqueles que se sentiam estrangeiros, porque impossibilitados de manter contato verbal com os
demais, receberam a notícia da sobrevivência no empolgante momento das informações
mediúnicas, abrindo campo emocional e intelectual para as tarefas do futuro.

O serviço do Mestre fazia-se urgente e era necessário não se permitir que o silêncio amortalhasse
em esquecimento a música sublime dos Seus ensinamentos.

A dor e ao sentimento de abandono que os amigos do Crucificado experimentavam sobrepôs-se a


Sua presença e a dos Seus mensageiros, estimulando-os ao prosseguimento do ministério.

Ele houvera prometido que nunca os deixaria a sós, por mais rudes se apresentassem as situações
e mais afligentes fossem os testemunhos.

Em tais circunstâncias, que se lembrassem dEle que havia vencido o mundo.

Naquela hora, já não se fazia indispensável a Sua presença física, a fim de que as atividades
tivessem prosseguimento, conforme até então ocorrera.

Ele os houvera preparado para os ásperos labores, iluminando-os com o conhecimento, vivificando-
os com os exemplos de amor que lhes dera...

Agora equipava-os de recursos específicos, de modo que as dificuldades fossem ultrapassadas


como e onde se apresentassem, caso eles permanecessem fiéis.

Aquele memorável dia marcá-los-ia para sempre, reconduzindo-os a autoconfiança e a alegria da


ação que devia ser continuada.
A Ressurreição confirmara-lhes a imortalidade, e somente ocorrera porque Ele se entregara em
holocausto.

Por meio dela, puderam rever o Amigo Excelso, ouvi-lo novamente, senti-lo vibrante e amoroso.

Herdeiros naturais que eram da Boa-nova, instrumentavam-se com o desabrochar das faculdades
mediúnicas, a fim de que não mais titubeassem nem se permitissem recuos injustificáveis, quando
no fragor das lutas que deveriam travar com abnegação e sacrifício.

O ministério que deveriam vivenciar era assinalado pelas demonstrações de renúncia, dedicação e
amor incessante, sem margem para alteração de conduta, exceto para torná-la melhor.

Amparados pelas Forças espirituais do bem, dali sairiam para a divulgação e a vivência da Palavra,
colocando os alicerces do Reino nos corações humanos ultrajados e sofridos.

Ainda hoje ocorrem essas benfazejas interferências espirituais, auxiliando no apostolado do amor e
da iluminação de consciências.

Aquelas comunicações ocorridas no quinquagésimo dia após a Páscoa, constituem ímpar


demonstração da presença de Jesus ao lado dos Seus servidores, que o tempo não consegue diluir.

A linguagem que impedia o intercâmbio entre as pessoas, constituindo-se forte barreira para o
entendimento fraternal, desfez-se por definitivo.

E quando fordes falar, o Espírito Santo falará por vós, Ele houvera anunciado.

O idioma não constitui impedimento a divulgação da Mensagem de Jesus.

Há, porém, uma linguagem que se torna indispensável para a sua comunicação e que não vem
sendo considerada por muitos daqueles que se candidatam ao ministério.

É a do amor fraternal.

A palavra, porque nem sempre elucidativa, tem sido mais motivo de desinteligência, de irritação, de
conflito, do que mesmo de comunicação saudável.

A mesma expressão usada com tonalidade variada de voz produz alegria e contrariedade,
esperança e desencanto, confiança e suspeita...

Isto porque, os indivíduos, armados uns contra os outros, mesmo quando se estimando, perderam o
equilíbrio da sadia verbalização.

Interrompem a frase, suspeitosos, interpretam os períodos conforme pensam e não consoante


convém, e as comunicações tornam-se perturbadoras, combativas.

Há uma língua que não permite distorção de conceito nem de significado, a do amor.

Desarmando-se para amar, o indivíduo capta a onda mental, tornando-se quase dispensável o
verbo.

Se estás cansado e te sentes desamado, encontras-te armado.

Desenovela-te da suspeita e abre os ouvidos do coração ao idioma do bem e experimentarás


inefáveis alegrias.

Treina a comunhão deste outro tipo de pentecostes, aprendendo a comunicar-te com todas as
formas da vida:

Minerais, vegetais, animais, a fim de conseguires o saudável diálogo com os seres humanos, muito
mais complexos e desafiadores.
Eles expressam-se em diferentes idiomas, no entanto, se os amares, mesmo que não lhes fales as
línguas, sentirão a emissão da tua simpatia e do teu afeto, embora nada enuncies ou o que digas
não lhes seja inteligível.

Refugiando-te um pouco no silêncio emocional, a fim de ficares receptivo às Forças do bem, viverás
em constante pentecostes com todas as formas de vida que encontres pelo caminho.

Reserva alguns minutos das tuas horas atribuladas e comunica-te com um mineral, contemplando-o,
penetrando-o com a mente, com um vegetal, alcançando-lhe a intimidade sem ruído, mas com
atividade febril de desenvolvimento, passando depois aos animais, cativando-os e deixando-te
cativar...

Lentamente, assim prosseguindo, estarás em condições de dialogar com o teu próximo, sem
reproche, sem medo, sem altercação, em paz de espírito.

Sintoniza com as energias sublimes do Pentecostes e esparze o Reino de Deus, para o qual estás
convidado em toda parte, buscando vivenciá-lo desde já.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 29

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 29.

O DESERTO.

Em face da balbúrdia que estruge voluptuosa em toda parte, o ser humano movimenta-se aturdido,
sem rumo.

A sensibilidade emocional aguçada, em decorrência da ansiedade como da frustração, torna-o


insatisfeito, atormentado, paranoide com tendência esquizoide que o vergasta, infelicitando-o.

Os apelos incessantes para as extravagâncias e os apetites sexuais desorganizam-no interiormente,


fazendo-o sentir-se incompleto, mesmo quando tudo, aparentemente, encontra-se com aspecto
compensador.

Ocorre que o Espírito é o ser fundamental e não o corpo, ao qual se imanta pela necessidade de
evolução, permanecendo escravo, quando jovem, pelo que gostaria de fruir e, quando idoso,
lamentando o que não desfrutou.

Essa dificuldade de entender o objetivo real da vida proporciona-lhe um comportamento paradoxal,


pois que, podendo conquistar a liberdade, demora-se na escravidão espontânea, vivenciar a
felicidade, fixa-se nos tormentos, conseguir o bem-estar pleno, detém-se na insegurança do que já
dispõe.

Cada um vive exteriormente as paisagens íntimas que cultiva.

Apegando-se aos valores relativos do mundo, alegra-se e aflige-se, conquista e perde, demorando-
se em vicissitudes desnorteantes.

A cada momento faz-se-lhe mais urgente a introspecção, a análise cuidadosa das aspirações, bem
como dos projetos de vida.

No passado, e ainda em alguns lugares no presente, homens e mulheres necessitados de paz têm
buscado o silêncio em monastérios de reclusão, em eremitérios especiais, nos montes isolados, nos
desertos...
A fim de refundir o ânimo e a capacidade do povo judeu, longamente escravizado pelos egípcios,
nele despertando sentimentos novos, Moisés levou-o ao deserto por quarenta anos, a fim de que
tivesse tempo de avaliar a própria situação.

Embora os rudes embates experimentados, criou uma cultura rígida e fiel aos postulados abraçados,
que vem atravessando os milênios, sem perda do objetivo anelado.

O príncipe Sidartha Gautama, anelando pela paz, após haver experimentado o poder, a dissolução e
o ócio, procurou técnicas de recolhimento sem o conseguir, até que, no deserto, adquiriu a
iluminação.

Jesus, ensinando esquecimento de si mesmo, ante a imperiosa necessidade de prosseguir Uno com
Deus, buscou o deserto onde jejuou por quarenta dias e quarenta noites.

Saulo de Tarso, após o encontro revolucionário com Jesus, foi para o deserto a fim de meditar,
amadurecendo os conceitos novos que lhe chegaram, de modo que não lhe diminuísse o ânimo nem
o devotamento, quando se resolveu por dedicar-se ao ministério de iluminação.

O deserto, facultando a solidão, o silêncio, induz o Espírito a reflexão, especialmente se buscado


para essa finalidade.

Hodiernamente, o deserto pode ser considerado como a viagem de interiorização, na busca da


realidade que se é.

A mente, autoanalisando-se, percebe quais as necessidades verdadeiras e aquelas secundárias que


são distrações, mediante a busca do poder e do prazer, facultando-se eleger as melhores diretrizes
para conseguir a superação do sofrimento, o encontro com Deus, que no mundo agitado faz-se
quase impossível de o conseguir.

Nessa região inexplorada e desértica da alma, o Espírito refrigera-se na esperança, renovando a


coragem para enfrentar as refregas do cotidiano, sem os atropelos injustificáveis nem os recuos
proporcionados pelo desânimo.

O grande silêncio, ao qual não está acostumado, invade-o, dando-lhe uma sensação de segurança e
de paz, enquanto a mente desperta para o exame de si mesma, diluindo os vapores tóxicos do
imediatismo, pensando no futuro irisado de bênçãos.

Ali não há lugar para conflitos, logo passam os primeiros períodos de recolhimento, quando então as
ambições acalmam-se, e no seu lugar permanecem o equilíbrio e a alegria.

Em face da transitoriedade de tudo quanto é terreno, diante do permanente onde a vida se


desenvolve, as questões fundamentais assomam e passam a direcionar a razão e a emoção,
propiciando bem-estar, fortalecimento e harmonia.

Mesmo no convívio com as demais pessoas que se encontram em turbulência, as conquistas


hauridas no deserto mais se fortalecem, estimulando ao prosseguimento das afirmações internas
que agora brotam em exuberância.

A paz irradia-se do coração, e a mente encontra-se aberta às propostas do amor e da caridade,


como até antes ainda não havia ocorrido.

Sem a aprendizagem na quietação da alma, nessa noite escura que o silêncio clareia de luzes
formosas, o amor como a caridade são apressados, assinalados pelos interesses do ego, facilmente
alteráveis, conforme o humor de cada momento.

A saturação, o vazio existencial, o cansaço, assomam com frequência porque a ação é feita de
entusiasmo sem reflexão e de audácia sem sabedoria.

Conta-se que São Bernardo, certo dia, sentindo-se agitado, diante dos muitos afazeres, enquanto
transitava de um para outro lado, deteve-se e refletiu:
Bernardo, para onde estás correndo, se somente um destino é o correto, Jesus?!

De imediato, asserenou-se, passando a resolver todas as questões em clima de alegria e de bom


humor, sem pressa nem tormento.

Quando se está afadigado na busca de diferentes objetivos, superficiais uns e desnecessários


outros, a vida transcorre agitada, o tempo sem tempo faz-se um tormento, retirando os benefícios da
luta.

Por isso, torna-se necessária a ida ao deserto, a fim de conseguir-se os tesouros que proporcionam
soluções adequadas e respostas próprias a todas as questões afligentes da existência.

É natural que o ser humano procure viver de maneira compatível com a época e as circunstâncias
sociais em que se encontra.

Todavia, é lhe um desafio a eleição de conduta em torno da sua realidade espiritual, que não deve
ser ignorada ou, quando identificada, não ser postergada.

O deserto faz parte da existência humana.

Não são poucos os indivíduos que nele se precipitam, infelizmente, nas regiões inóspitas do
sentimento, vazias de realidade, abandonadas pelas aspirações superiores da vida.

É o abismo da alma, ao qual se atiram aqueles que perdem os objetivos imediatistas, que
desfalecem nos combates por falta de confiança em novas batalhas, que se entregam ao medo, a
frustração ou se deixam consumir pela revolta, pelo ódio, pelo ressentimento...

Nessa área de difícil saída, estorcegam aqueles que se descuidaram de si mesmos e rumaram pelos
caminhos sem saída apresentados pela ilusão.

Quando buscado conscientemente, para meditar, orar, descobrir-se, o deserto refloresce em uma
primavera intérmina sob os cuidados de Jesus.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 30

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 30.

COMPORTAMENTO ASSERTIVO.

De forma incontestável, o comportamento desvela a pessoa interior, suas aspirações e projetos,


seus valores e conquistas.

A maneira como se conduz em família, no grupo social, nas atividades profissionais, expressa o
nível de cultura e de educação em que se encontra, revelando significativos traços da sua
personalidade.

Quando da adoção de uma fé religiosa, mais significativo se apresenta, ensejando aos demais
entenderem o grau de aprofundamento da convicção haurida e a influência produzida no seu íntimo.

Afere-se, pois, a convicção de alguém pela adequação dos objetivos essenciais ao seu modo de
viver, pois que, do contrário, os atos desmentem as teses explanadas.
Nesse sentido, o comportamento assertivo desempenha um papel relevante, tendo-se em vista o
compromisso do indivíduo com as próprias convicções e a exteriorização desses conteúdos.

Em face da sua magnitude, o Cristianismo é uma excelente doutrina, cuja divulgação faz-se com
mais eloquência pelos atos dos seus adeptos, do que pelo verbalismo de que se tornam portadores.

Lamentavelmente, nos tempos atuais, há um grande abismo entre as lições exaradas nos
Evangelhos e a maneira de comportar-se daqueles que se lhes vinculam intelectual e
emocionalmente.

O apego aos prazeres insensatos e a luta devoradora pela conquista de posições relevantes, vêm
mascarando os sentimentos dos indivíduos que se associam às fileiras do pensamento de Jesus, em
lamentável demonstração de que entre a teoria e a conduta há um terrível apego.

As tradições medievais, com as suas castrações psicológicas, criaram conceitos falsos sobre a
humildade, tornando os seus simpatizantes submissos, misantropos e subservientes, por falta de
dignidade de vivenciar o comportamento assertivo.

Escamoteando os conflitos internos, a timidez e os medos perturbadores, esses adeptos aceitam


tudo que lhes é proposto, mesmo quando lhes violenta os interesses dignos ou fere-os nos valores
ético-morais, sem oferecer-lhes estímulos para que se ergam e enfrentem os desafios com
dignidade.

Essa atitude passiva, acentuada pelo disfarce da voz mansa, do maneirismo sedutor, tem sido
responsável pelo grande número de dissimuladores da verdade em constantes campeonatos de
fingimento.

A humildade jamais é conivente com a injustiça, com a violência, com o desrespeito.

Nunca se soube que Jesus anuiu com as situações degradantes e as imposições descabidas
geradas pelos seus antagonistas.

Foi por não se deixar submeter ao absurdo da hipocrisia dominante, que se tornou considerado
inimigo de Israel, pelos religiosos pusilânimes e do Império Romano, pelos verdugos dominadores.

O comportamento assertivo estabelece-se num conjunto de valores que se deve ter em conta, a
saber:

Ter opinião e defendê-la, enfrentar críticas quando justas e oportunas ou não, manter-se com
naturalidade quando formule pedidos ou os recuse, estabelecer conversação sem imposições
descabidas, estar receptivo sempre para mudanças mais enriquecedoras.

O indivíduo passivo tudo faz para não ser convidado a opinar, porque teme ferir ou desagradar,
mantendo-se equidistante em quaisquer discussões em face do receio de ser mal interpretado, não
entendendo que cada criatura é portadora de sua própria forma de ser e de crer, e que a
concordância absoluta nem sempre é possível.

Por outro lado, não tem a coragem de enfrentar qualquer crítica, mesmo quando justa ou leal,
deixando-se afetar pela forma como lhe é feita pelo antagonista.

Isto porque, não discerne entre um conceito ideológico e o seu complexo de inferioridade, que
sempre se atribui como pessoa desamada, perseguida.

O portador de comportamento assertivo, no entanto, sabe enfrentar a crítica, quando se trate ou não
de uma análise objetivando corrigir e aprimorar-lhe o pensamento ou a conduta, podendo distinguir
quando o interesse é ajudar ou destruir.

Assim, recebe-a com naturalidade e mesmo alegria, sendo-lhe positiva, porque sabe que a
existência é uma incessante oportunidade de aprendizagem.
Considera-se credor de ajuda, quando necessite solicitar algo e reconhece-se com o direito de negar
qualquer petição que não lhe corresponda aos sentimentos, seja por qual razão for.

Essa serenidade que lhe define o caráter espelha os seus sentimentos internos, especialmente
aqueles que são frutos da sua convicção espiritual.

Acreditando na imortalidade da alma, não se pode permitir dubiedade em relação a crença e ao


comportamento antagônicos entre si.

É coerente e sincero, agradável e gentil, mas não conivente ou adepto do escapismo, de modo que
se preserve de envolvimentos que se lhe tornem menos vantajosos.

Não poucos, no entanto, assumem uma postura agressiva, procurando manter-se em atitude hostil a
todos quantos dele discordam ou pensam de maneira diferente, impondo suas ideias ou desejando
forçar a sua aceitação, sempre dando a ideia de que é possuidor do conhecimento, que não admite
controvérsia.

Tornando-se arrogantes e insensatos, as suas ideias inspiram antipatia e desagrado, porque são
destituídas de argumentos sólidos, resistentes aos debates esclarecedores.

Quase sempre esses indivíduos agressivos exteriorizam os seus conflitos que disfarçam na
convicção que defendem, dessa maneira fugindo da dificuldade de aceitar-se e de amar-se, por
consequência, de serem aceitos e amados.

Facilmente coléricos ou taciturnos, inspiram animosidade e encontram-se sempre a sós com as suas
ideias, às vezes, esdrúxulas, auto-satisfazendo-se e aos outros desprezando.

Formam a expressiva legião de atormentados que se comprazem em atormentar, porque, sem paz,
tumultuam a todos e a tudo.

A luz mirífica do pensamento cristão, no entanto, transborda dos sentimentos de quem a possui e
esparze claridade a sua volta, atraindo e envolvendo todos quantos se lhe acercam, nunca gerando
sombra ou conflito.

O comportamento assertivo é bem a medida do equilíbrio da fé que o indivíduo mantém na justiça de


Deus, nos deveres que lhe cumpre atender, no esforço a desprender em favor da própria e
incessante renovação moral, no contínuo crescimento espiritual na busca do Infinito.

Nem sempre, talvez, será entendido esse que assim se comporta, mas isso não é importante,
porque o seu não é o objetivo de conquistar um círculo de pessoas que lhe são admiradoras ou
simpáticas, mas de conduzir-se conforme a crença que vivencia, demonstrando-lhes a excelência da
qualidade pelo bem que a si mesmo se propicia.

Essa habilidade saudável do comportamento assertivo é adquirida com Jesus, que nunca evitava o
enfrentamento nem se escusava de amar e de socorrer, mantendo-se íntegro diante de qualquer
circunstância.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 31

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 31.

RESISTÊNCIA AOS MAUS.


A fim de serem aplicados no quotidiano existencial, alguns conceitos enunciados e vividos pelo
Mestre Nazareno impõem compreensão de sentido e atualidade de significado, em face da sua
magnitude sob todos os aspectos considerados.

No Estatuto desenhado e por Ele exposto com incomum beleza no Sermão da montanha, existem
graves propostas que constituem verdadeiro desafio para serem vivenciadas em toda a sua pujança,
especialmente aquelas que se referem a Lei Antiga, em torno dos inimigos, dos maus e dos
antagonistas, examinada sob a óptica dos novos compromissos para com a vida.

Verdadeira revolução, esses conceitos renovadores a priori infundem receio ante a aparente
impossibilidade de serem atendidos, de forma que se transformem em base de segurança para os
avanços que se pretende conseguir no processo de crescimento moral.

Diante das dificuldades geradas pelos maus e seus aguerridos aficionados, como não resistir-lhes,
se eles insuflam o ódio, fomentam a revolta, e a sua agressividade fere os sentimentos mais
profundos do ser humano?

Como não resistir aos homens maus que se multiplicam, dominando a Terra?

É certo que a Carta Magna estabelece a normativa do perdão, mas não propõe a vítima a perda da
dignidade, antes a enriquece, a covardia moral, ao inverso, propugna pela coragem da fé, a vilania,
pelo contrário, induz ao estoicismo...

A não resistência ao mal, de forma nenhuma significa a sua aceitação tácita, como estímulo ao seu
prosseguimento e predominância.

Trata-se de uma conduta trabalhada na decisão moral de compreender a ocorrência ou o indivíduo,


sem enfrentamentos lamentáveis, de modo que não se derrape no mesmo equívoco daquele que se
asfixia nos seus vapores pestíferos.

Para manter-se uma conduta compatível com a mensagem de paz, são necessárias a coragem da fé
e a certeza da vitória do bem, na incessante batalha do processo iluminativo.

Quando se é dúbio de conduta e frágil de caráter, facilmente se resiste ao mal e ao homem mau,
enfrentando-os com os mesmos equipamentos de violência, tornando-se-lhes semelhante ou mesmo
pior do que eles.

Trata-se de um erro lamentável, essa conduta, porquanto a luta, às vezes desigual, em face do
estágio de evolução de cada um dos litigantes, somente gera desastres e vitalização da desordem,
do crime, da perversidade.

Somente o amor é possuidor da força que transforma o desatino em equilíbrio, reorganizando os


mecanismos do sentimento humano atribulado.

Qualquer tentativa para competir em brutalidade redunda em desastre mais calamitoso.

Dessa forma, para que sejam implantados o bem-estar, a harmonia, o dever e a lídima fraternidade
entre as criaturas humanas, os enfrentamentos tornam-se naturais e mesmo necessários, em razão
dos fatores degenerativos que nelas predominam temporariamente.

A atitude daquele que os arrosta, (ou seja, olhar-se de frente sem medo), é que deve ser de
compreensão e de paz.

Toda e qualquer mudança de comportamento exige denodo, (ou seja, bravura diante do perigo),
esforço e continuidade de ação.

Alterar as paisagens morais do planeta, modificando-lhe a psicosfera ora vigente, é o programa que
deve ser executado, mediante o investimento de sacrifícios contínuos.

Isto porque, o inimigo nem sempre é o outro, aquele que pode ser apontado como responsável pelo
fracasso de quem luta.
Considerando-se que ele é as imperfeições internas, altera-se o conceito, e o esforço torna-se mais
ingente.

Não resistais ao homem mau, propôs Jesus com misericórdia, conforme as anotações de Mateus,
no capítulo 5, versículo 39, do seu Evangelho.

Essa diretriz não induz a uma atitude servil ou covarde ante o antagonista, aquele que se compraz
em gerar dificuldades, afligindo os demais.

Pelo contrário, constitui-se uma significativa decisão para não malbaratar os valores morais em lutas
perniciosas, fratricidas, cruéis.

Resistir seria enfrentar o mau, aceitando-lhe a ofensa, a agressividade, descendo-lhe ao nível de


perturbação.

Sempre que alguém resiste, arma-se, revida, gerando uma situação mais penosa, da qual resultam
maiores danos.

Na lição do Mestre, surge a mensagem da não violência por primeira vez, como solução eficaz, não
se revidando mal por mal.

O homem mau é infeliz, é alguém que perdeu o autodirecionamento e não sabe para onde seguir,
atirando-se ao abismo da loucura.

Resistir-lhe com os mesmos instrumentos será piorar-lhe o desatino, empurrando-o na direção de


sucessivas desditas.

Havendo perdido a batalha da paz interna, ele já não possui critério de julgamento, objetivo de
honradez, motivos para manter-se.

Não lhe resistir a agressão, representa permanecer acima dela, distanciado da sua peçonha, fora da
sua onda mefítica.

O silêncio, a compreensão e a compaixão tornam-se recursos poderosos para anular a violência,


sem extinguir o violento, para diluir o mal, sem aniquilar o homem mau.

Certamente, é mais fácil revidar, demonstrando força bruta, que não passa de intemperança e
agressividade, que é somente irreflexão, aumentando o volume da onda tempestuosa dos crimes
que é sempre crescente.

Resistir a tentação e a fraqueza de reagir da mesma forma, de conflitar e de disputar a primazia da


violência, é poder não lhe responder a provocação com os mesmos nefastos recursos.

A violência é enfermidade virulenta que se expande com facilidade, em razão da fácil assimilação
dos seus fluidos deletérios por parte das vítimas potenciais, que se encontram com disposição para
o contágio.

A não violência é o medicamento eficaz, sutil e poderoso que a anula, diluindo-lhe os efeitos
perversos.

Em razão disso, aqueles que conseguem não resistir ao homem mau, tornam-se bem-aventurados.

Jesus não resistiu a traição de um discípulo, a negação de outro companheiro, a deserção dos
amigos, a prisão infamante, ao julgamento arbitrário, ao flagício impiedoso e covarde, a cruz e a
morte...

Porque assim agiu, não resistindo aos homens maus, conforme eles gostariam, ressuscitou do
túmulo de sombras em triunfo incomparável, permanecendo o maior exemplo de coragem e de amor
da Humanidade em todos os tempos.
Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 32

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 32.

APEGO E LIBERTAÇÃO.

Acautela-te a respeito de qualquer tipo de apego.

Aprende a despojar-te de tudo quanto pese negativamente na tua economia espiritual.

Existem valores que têm o significado que lhes atribuis, não passando de carga demasiado pesada
para ser conduzida.

Da mesma forma, sentimentos perturbadores e paixões dissolventes que te preenchem os espaços


emocionais, aturdindo-te e impossibilitando-te o crescimento interior vigem, (ou seja, vigorar),
enquanto são sustentados pela mente em desalinho.

Se forem considerados como peso injustificável, logo se diluem cedendo campo a ideias felizes e a
aspirações libertadoras.

Nestes dias de exagerada cultura física, em que homens e mulheres entregam-se ao


desenvolvimento das formas em disputas tormentosas nos campeonatos de beleza, conforme os
vigentes padrões estabelecidos, muitos tormentos emocionais são acrescentados ao comportamento
pessoal, desviando-lhes o pensamento e o interesse pela aquisição de significados existenciais
profundos.

A forma exterior sempre está sujeita às alterações do processo transformador imposto pelas células
no transcurso do tempo.

Cirurgias corretoras e implantes, ginástica modeladora e anabolizantes, dietas rigorosas e técnicas


de rejuvenescimento, embora postergando por breve tempo o fenômeno do desgaste orgânico e da
aparência, não conseguem impedi-lo, às vezes criando situações mais aflitivas em razão da
ansiedade e do estresse que produzem.

O corpo físico é máquina sublime que a Divindade empresta ao Espírito, que a organiza conforme as
necessidades de evolução, a fim de desenvolver os preciosos recursos morais que lhe dormem no
imo.

Beleza ou feiura, saúde ou enfermidade, inteligência ou idiotia são decorrências naturais das
conquistas e prejuízos conseguidos nas experiências anteriores, ensejando reparação ou
aprimoramento interior, a fim de que a vida estue em plenitude.

Sendo o planeta terrestre uma escola de bênçãos, tudo quanto oferece é transitório nas suas
expressões materiais, de modo que se possam transformar em tesouros imperecíveis que
acompanharão o seu possuidor para sempre.

A ânsia, porém, que domina as criaturas humanas, em favor da posse, do destaque político ou
social, religioso ou artístico, científico ou cultural, estético ou afetivo, responde por verdadeiros
desastres interiores, que se apresentam como depressões, agressividade, violência, lutas contínuas,
homicídios e suicídios lamentáveis.

Fossem consideradas essas ambições de maneira tranquila, como recursos utilizáveis quando
oportuno, direcionando-as para metas verdadeiras, valeria o esforço envidado.
Nada obstante, em face da impermanência de que se constituem, envolvem o ser humano em uma
sofreguidão que o alucina, empurrando-o, de maneira devastadora, a querer mais, a permanecer
inviolado, perene conquistador...

Apesar disso, a sucessão inevitável dos acontecimentos apresenta sempre os que os substituirão,
aqueles que alcançarão o pódio, deixando-os no esquecimento, na sombra...

Inicia a tua experiência de despojamento abrindo mão de disputas inúteis, muitas vezes
mesquinhas, que arrastam multidões a incessantes disparates.

Com essa atitude emocional superarás questiúnculas e desafios infantis, caprichos e sentimentos de
mágoas, de inferioridade ou de superioridade, aos quais te aprisionas por orgulho ou presunção,
descobrindo a felicidade de viver com equilíbrio.

Logo depois, revisa armários e depósitos, onde acumulas tudo quanto não te serve no momento, de
modo que retires os excessos que aguardam ocasião para ser utilizáveis, passando-os a outros que
têm necessidades imediatas.

Roupas, calçados e objetos acumulados, além de tomarem precioso espaço, amontoam poeira e
perdem-se no turbilhão do esquecimento.

Há muita coisa que parece importante somente em decorrência do apego a que se lhe aferram os
indivíduos, transformando-se-lhes em escravos espontâneos.

Iludem-se, esperando que, em algum dia, poderá ser aproveitada até dar-se conta da sua ilusão.

Oferece imediatamente os medicamentos que irão perder a validade, mas que permanecem nos
móveis, esperando a chegada da enfermidade para serem usados, quando existem pessoas
doentes que os não podem adquirir, às quais serão de imediata utilidade.

Quase sempre, quando as doenças se te apresentam e buscas o atendimento médico, recebes


orientação terapêutica diferente, sem que te possas aproveitar dos remédios guardados ou nem
sequer lembrados no momento da aflição.

Assim agindo, com segurança irás aprendendo a doar os pertences, que são sempre transitórios,
para poder doar-te em favor do próximo.

A existência somente tem sentido profundo quando o indivíduo descobre a arte de auxiliar, tornando-
se célula pulsante e valiosa do conjunto social.

A dor do próximo que te espia e a sua miséria que te observa, são oportunidades preciosas para o
teu aprendizado moral e fraternal, por meio do qual encontrarás a inevitável presença do serviço.

Desse modo, perceberás melhor que os teus são problemas de pequena monta diante dos
inabordáveis desafios que se apresentam para outras pessoas, algumas das quais lutam sem
descanso, confiando e mantendo alto padrão de harmonia interior.

Outras, no entanto, que não têm a mesma resistência moral, sob tais conjunturas, derrapam no
crime e na loucura.

Constatarás, então, que a violência em muitos indivíduos, sempre resultado da ignorância e do


abandono a que se encontram atirados, seja de natureza física, econômica ou moral, pode ser
minimizada, quando não resolvida, se as pessoas generosas procurarem ajudar aqueles que a
padecem, desnorteados ou perseguidos.

Se não podes apagar um incêndio devorador, diminui-lhe a voracidade com pequena porção de
água, enquanto não chegam os bombeiros.

Fazendo a tua parte, estarás tornando a vida mais digna de ser vivida e o mundo melhor no seu
aspecto físico e moral.
Nunca te escuses de contribuir em favor de outrem, considerando sempre que dispões de mais do
que podes necessitar.

Despojando-te de opiniões caprichosas, de conduta vaidosa e infeliz, de objetos e pertences que


podes dispensar, descobrirás que o teu corpo transitório será também abandonado quando a
desencarnação retirar-te dele.

Com visão fraternal desenvolvida, constatarás que alguns dos órgãos que hoje constituem apoio
para o teu crescimento espiritual, após utilizados e em perfeito estado, quando não mais
necessitando deles, poderás doá-los desde já a outros companheiros de jornada que os carecem, a
fim de ensejarem continuidade ao processo iluminativo da reencarnação, que te bendirão mesmo
ignorando o teu gesto.

Não poderão desconhecer que continuam a marcha evolutiva, porque alguém deles se recordou,
oferecendo-lhes os recursos indispensáveis para a sobrevivência orgânica.

Despojando-te de tudo e oferecendo quanto te seja possível, doa também o teu coração a Jesus, a
fim de que Ele o insufle de amor e paz para todo o sempre.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 33

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 33.

AS PARÁBOLAS DE JESUS.

Na condição de métodos pedagógicos excelentes, a história, a lenda, a parábola sempre


desempenharam papel de grande relevância para o esclarecimento e o aprendizado da criatura
humana.

Utilizados desde épocas recuadas, quando a oralidade desempenhava papel fundamental na


formação do conhecimento, em face da dificuldade para a posse de informações gráficas, por
intermédio de pergaminhos, tabuinhas, tijolos e outros recursos, celebrizaram-se os narradores de
história, os oradores, os profetas verbais, que transmitiam as mensagens e lições de maneira
atraente, facilitando a aprendizagem por meio dos símbolos que ocultavam.

Ainda hoje, este método é portador de resultados eficientes.

A sua vigência permite que se transfiram as informações de uma para outra geração, através das
épocas, sem que percam a sua atualidade, podendo ser sempre interpretadas conforme as
circunstâncias e características culturais de cada época.

Recordando as parábolas enunciadas por Jesus, constatamos quão momentosas se nos


apresentam na atualidade, podendo ser utilizadas a qualquer instante, sempre com a mesma beleza
e o mesmo valioso conteúdo.

Nada obstante, além da forma como eram narradas, o magnetismo do Mestre impregnava os
ouvintes, que se permitiam tocar pelos profundos ensinamentos de que se constituíam, alterando
para melhor o comportamento que antes vivenciavam.

Era comum entre os israelitas, gregos, romanos e outros povos a vigência das parábolas, dos mitos
e das lendas.
Provavelmente, o Senhor utilizou-se de muitas daquelas que já eram conhecidas em Israel, dando-
lhes um revestimento especial, adequado a proposta da Boa-nova, de maneira que os ouvintes
sempre lhes pudessem recorrer ao significado, sem grande esforço de memória e com oportunidade.

Nelas havia o sentimento de amor que sempre se destacava, bem como da compaixão e da
misericórdia, ensejando entendimento das Leis de Deus, que devem ser respeitadas e cumpridas,
sem qualquer mecanismo escapista.

O que poderia apresentar-se complexo para a mente dos Seus ouvintes, em se considerando a
gravidade do tema, Ele simplificava em narrações suaves e claras, como a que se refere ao
semeador que saiu a semear, de tanta oportunidade em todos os tempos, a do bom samaritano, que
ainda enternece, a fim de que o astuto doutor da lei constatasse quem era o seu próximo, a do
pastor que abandona noventa e nove ovelhas, a fim de buscar aquela que se encontra perdida...

Concomitantemente, formulam admoestações severas, como as que se encerram na referente às


virgens loucas e às prudentes, na das dez minas, na da dracma perdida...

Numa delas, propondo grandeza de alma e abnegação ante o reto cumprimento do dever, elegeu a
dádiva da viúva pobre, que ofereceu a única e insignificante moeda que possuía, em eloquente
atestado de irrestrita confiança em Deus.

Expressando solidariedade e perdão, exaltando amor paternal e a compreensão da pequenez


humana, em se referindo ao filho pródigo de retorno ao lar, após haver malbaratado os haveres que
o genitor lhe oferecera, em decorrência da sua instância insensata.

A magnitude da Sua mensagem não poderia ser entendida em linguagem convencional, rebuscada
ou repassada em formas filosóficas, desde que Ele viera para libertar as criaturas da ignorância,
havendo elegido as massas esfaimadas e os sofredores em rude luta contra as aflições, embora
também atendesse aos intelectuais e fátuos que buscavam confundi-lo.

O amor com que enunciava os Seus conceitos surpreendia mesmo aqueles mais insensíveis que,
não podendo negar-lhes a grandiosidade, afastavam-se dominados pelas reflexões inevitáveis.

Recorrendo a lógica irretorquível, sabia responder aos adversários gratuitos que pretendiam
surpreendê-lo em alguma frase incorreta ou dúbio ensinamento, que pudessem transformá-lo em
motivo de punição.

Ante a soez indagação, se era justo pagar-se o tributo a César, pediu uma moeda e interrogou,
sereno, a respeito do que se via nela.

A resposta de que era a efígie de César, concluiu, magnificamente, que então se dê a César o que é
de César e a Deus o que é de Deus.

Desse modo, apoiou a imposição romana a respeito dos impostos, que os israelitas odiavam, e a
exigência do Sinédrio quanto aos deveres para com Deus.

Diante da mulher ultrajada pelo adultério que se permitira, concitado a opinar se era lícito apedrejá-la
como recomendava Moisés ou perdoá-la como Ele propunha, redarguiu com incomum sabedoria
que aquele que entre os acusadores se encontrasse isento de pecados, que atirasse a primeira
pedra, fazendo que todos, pecadores que eram, se retirassem cabisbaixos.

No entanto, a fim de que a sofredora não supusesse que era correto o seu ato criminoso, foi
peremptório, esclarecendo-a que não voltasse a pecar, a fim de que não lhe acontecesse algo pior.

Em relação a um jovem que O queria seguir, mas estava preocupado em inumar o pai que houvera
morrido, interessado, por certo, na herança, foi enérgico, impondo que deixasse aos mortos o
trabalho de enterrar os seus mortos.

A outro moço, este rico, que anelava por acompanhá-lO, por ambicionar o Reino dos Céus, mas não
podia fazê-lo naquele momento, informou-o com segurança que deveria dedicar-se a consegui-lo
naquela hora, porque depois seria tarde demais, conforme sucedeu.
Em todas as situações dispunha o Mestre de incomparável sabedoria, orientando mentes,
iluminando consciências, consolando sentimentos, advertindo e enfrentando a hipocrisia como a
crueldade, mas, ao mesmo tempo, deixando sinais de amor e de compaixão em todos que O
buscavam.

Jamais se negou a atender fosse a quem fosse que dEle necessitasse.

Na Parábola dos Trabalhadores da Última Hora valorizou aquele que foi convocado na etapa final e
que se houve bem na desincumbéncia dos deveres, oferecendo-lhe o mesmo salário com o qual
contratara outros operários, que cumpriram horário mais extenso, embora as suas reclamações por
lhes parecer injusta a atitude do contratante.

Nos tormentosos dias da atualidade, as parábolas de Jesus oferecem subsídios extraordinários para
o comportamento saudável de quem deseja realmente diretriz e segurança na ação do bem, de
forma a libertar-se das injunções penosas em que se encarcera.

Será o caso de examinares com sinceridade e desprendimento do orgulho e do egoísmo, se já


ouviste o convite do Senhor para trabalhares na Sua vinha, embora reconheças que esta é a última
hora, decidindo-te por atendê-lo sem relutância e com dedicação.

O Reino dos Céus encontra-se ao alcance de quem queira conquistá-lo, bastando, para tanto,
somente desejar.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 34

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 34.

TERAPIA DA PERSEVERANÇA.

Todos os transtornos psicológicos e enfermidades que afetam o indivíduo na área da saúde, durante
o trânsito carnal, estão vinculados a conduta anterior que o Espírito se vem permitindo no curso das
reencarnações.

As doenças, portanto, de qualquer procedência, são decorrência do mal uso das possibilidades que
a vida enseja a todos, a fim de que alcancem os patamares da saúde integral, da espiritualização
profunda de si mesmos.

A simples mudança de atitude mental e, consequentemente, moral, faculta a presença do bem-estar,


abrindo espaços para a recuperação, quando se trata de enfermidades provacionais que têm curso
transitório.

Aquelas, que são congênitas, apresentando-se desde os primeiros instantes do renascimento com
características limitadoras da comunicação, em formas degeneradas, como a demência, a paralisia,
a cegueira, as anomalias orgânicas, são abençoados recursos de que dispõe a Lei Soberana, a fim
de proporcionar a indispensável expiação ao renitente calceta...

Impossibilitado, às vezes, de pensar para agir ou sem recursos para a reparação dos gravames
perpetrados, são-lhe impostas medidas restritivas de movimentos, impedindo-o de mais graves
delitos.

O tempo e o sofrimento encarregam-se de despertá-lo para futuros cometimentos iluminativos,


mediante os quais recupera o equilíbrio e liberta-se das algemas que o vinculam ao vício e a
rebeldia.
Nas outras expressões, porém, nas quais as enfermidades permitem ao indivíduo o raciocínio e a
ação, os procedimentos terapêuticos contribuem para a recuperação, ensejando campo de
renovação interior e conquista de paz.

As enfermidades, desse modo, são sinal de advertência de que algo não se encontra bem no
indivíduo, convidando-o a uma acurada análise de conduta e, naturalmente, a mudança necessária
para o restabelecimento do patrimônio da saúde.

Certamente, em face da transitoriedade do corpo somático e da fragilidade dos seus implementos,


sempre surgirão novos transtornos emocionais e distúrbios orgânicos, que fazem parte da própria
constituição da vida física.

Todavia, com o conhecimento das imensas possibilidades internas de que todos dispõem, o
equilíbrio da mente e da emoção logo faculta os elementos reparadores para que ocorra o
refazimento.

A inexorável Lei de Causa e Efeito é lição viva de advertência, ensinando que sempre se podem
modificar estruturas comportamentais e orgânicas, mediante nova sementeira de ações
enobrecedoras que se encarregarão de corrigir o que se encontra em desalinho ou necessita de
renovação.

A mente é dínamo poderoso de que se utiliza o Espírito para o seu processo de crescimento
espiritual.

Herdeira dos vícios e fixações negativas do passado, prossegue, não poucas vezes, emitindo ondas
perturbadoras, quando, se fosse esclarecida, exteriorizaria aquelas que movimentam energias
libertadoras.

Reeducá-la, mediante o hábito de pensamentos salutares, responsáveis por conduta correta, é


impositivo que não pode ser postergado sem graves prejuízos para o Espírito.

Perseverar nos bons propósitos e impô-los a si mesmo pela ação da vontade de ser feliz, constitui o
grande desafio para todas as criaturas durante o seu trânsito na roupagem fisiológica.

No capítulo 15, do Evangelho de Mateus, a partir do versículo 22 até o 28, é narrada a experiência
da mulher Cananéia, cuja filha, portadora de grave enfermidade espiritual, procurou o sublime
recurso da sua cura através da interferência de Jesus.

Estrangeira e malvista pelos judeus, rompeu o preconceito existente e, afervorada, saiu em busca do
Mestre.

Ao encontrá-lo, não se deteve, pondo-se a rogar-Lhe atendimento.

Conhecendo as paixões nacionais vigentes, ante o apelo dos discípulos para que a socorresse, Ele
replicou:

Não fui enviado senão às ovelhas da casa de Israel.

A mulher insistente, no entanto, volveu a suplicar-Lhe o amparo, ouvindo-o dizer:

Não é bom tomar o pão dos filhos e lança-lo aos cachorrinhos.

Esta era uma forma convencional pela qual eram considerados os não israelitas.

Nada obstante, a angústia que se lhe apossara era tanta, que ela não recuou, insistindo de maneira
comovedora:

Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.

Demonstrou coragem ímpar, lucidez rica de sabedoria e confiança irrestrita no Terapeuta Divino.
Ante essa atitude, o Amigo Incomparável atendeu-a, exclamando:

Mulher, grande é a tua fé!

Seja feito conforme tu queres.

E desde aquela hora sua filha ficou sã.

A mente contrita e emissora de energia saudável não apenas atende ao corpo de que se serve,
como também direciona suas vibrações em favor de outrem, conseguindo resultados equivalentes...

No episódio em tela, o devotamento e a perseverança da genitora transformaram-se em veículo de


recuperação da filha enferma, graças a interferência de Jesus que expulsou o Espírito perturbador
que a excruciava.

Em outras oportunidades, ocorreu o mesmo com pacientes portadores de mazelas diferentes,


igualmente graves, que O buscaram e receberam o recurso terapêutico libertador, ao mesmo tempo
a recomendação para que mudassem de comportamento, não voltando a delinquir, a fim de que não
ocorresse problema pior.

Quando se é possuidor dessa fé que remove montanhas de dificuldades erguidas pelo pensamento
viciado, torna-se possível revitalizar o organismo e alterar-lhe o quadro deficiente, facultando que se
lhe instale a saúde.

É óbvio que não se devem esquecer as conquistas médicas da atualidade e os inumeráveis recursos
terapêuticos valiosos e de benefícios indiscutíveis.

Imprescindível, porém, ter-se em mente que, sendo o autor de tudo quanto lhe ocorre, o indivíduo
deve permanecer vigilante em torno da saúde, renovando-se, sem cessar, de forma que a conquiste
conforme as necessidades para a própria evolução.

O procedimento equilibrado é base para o bem-estar que se busca.

A enfermidade, em muitas circunstâncias, facultando entendimento dos objetivos elevados da


existência, não deve eliminar a alegria e a jovialidade, continuando a vivenciá-la de maneira segura.

Noutras ocasiões, e não são poucas, muitas pessoas que não se encontram enfermas permanecem
inquietas, mal-humoradas, cultivando sentimentos perturbadores que se irão transformar
posteriormente em distúrbios orgânicos por somatização ou que abrirão campo vibratório no
aparelho imunológico para a instalação de doenças.

A perseverança em torno de qualquer objetivo é recurso valioso para que seja atingida a meta que
se busca.

Nesse esforço consciente, não te esqueças de adicionar a oração e a confiança na Divindade que te
criou, para que lobrigues a felicidade plena mediante a saúde integral, despojando-te de todas as
mazelas decorrentes do largo trânsito de iluminação que deves percorrer.

Insiste, rogando a ajuda de Deus, mas trabalha em favor de ti mesmo, entregando-te aos
pensamentos salutares que te enriquecerão de vibrações de equilíbrio e de paz desde hoje,
permanecendo contigo até o momento da glória estelar.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 35

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.
Capítulo 35.

ANTE JULGAMENTOS.

O problema do julgamento correto e justo consiste, essencialmente, na ausência de dados e


recursos que propiciem o conhecimento da ocorrência conforme sucedeu.

Em decorrência disso, cada pessoa analisa um fato conforme sua óptica, sua emoção, seus próprios
conflitos.

É comum narrar-se um acontecimento de maneira muito diferente da real, sempre por meio do
estado interior com que se haja observado.

Não poucas vezes, duas testemunhas que afirmam haver acompanhado algo, apresentam versões
bem diferentes, sem que estejam mentindo propositadamente.

O estado de ânimo diante do fato, invariavelmente gera reações diversificadas naquele que o
observa, levando-o a conclusões incorretas.

Nos julgamentos promovidos por autoridades legais, os jurados se atêm a habilidade dos
advogados, sejam os de acusação ou de defesa, oferecendo ao juiz a conclusão a que chegaram,
nem sempre a mais feliz ou legítima.

O magistrado, em consequência, aplicará a pena de acordo com o resultado que lhe seja
apresentado por aqueles membros do júri.

Da mesma maneira, nos julgamentos pessoais em relação a atitudes e condutas de outrem, a


precipitação e os sentimentos são convocados a traduzir o acontecido, mais de acordo com o estado
íntimo daqueles que se permitem fazê-los do que propriamente com o sucedido.

Diante de alguma ocorrência desagradável o pessimista projeta o seu estado de ânimo e assegura a
gravidade do acontecimento, quando, invariavelmente, não tem mais grave significado.

O otimista, porém, convencido de que tudo sucede sempre para o bem, vê de maneira positiva o fato
e lhe confere maior importância do que realmente possui.

Uns indivíduos agravam-no mediante comentários maledicentes, autojustificações, tendências


masoquistas, ampliando-lhe a rede perturbadora, enquanto outros silenciam e aguardam o tempo,
deixando que o futuro elucide o que o momento não pode esclarecer.

Quando algo de desagradável sucede, presenciado por indivíduos neuróticos, a sua irritação
arquiteta imagens negativas e a mente em desalinho precipita-se em conclusões que não
correspondem a realidade.

Se o acontecimento atinge alguém a quem se ama, é comum assumir-se uma postura de defesa,
mesmo desconhecendo os detalhes de que o fato se constitui.

Em se tratando de pessoa não estimada, a posição é muito diferente, aumentando-o e complicando-


o mediante acréscimos propostos pela ira e pela inconsciente necessidade de desforço.

Os fatos, em realidade, não se consumam conforme se dão, na opinião das pessoas, mas conforme
elas preferem que tenham ocorrido.

É necessário, pois, muito cuidado, quando se é convidado íntima ou exteriormente a externar


qualquer tipo de julgamento.

Certamente, uma atitude passiva, indiferente, não é a correta, como se nada houvesse acontecido.

Faz-se indispensável que se proceda a uma análise sem emoção, como se apenas estivesse
contemplando algo sem precipitar opinião.
Convidado Jesus a opinar na partilha de bens, que lhe foi proposta por um homem na multidão,
redarguiu:

Quem me constituiu a mim juiz ou repartidor entre vós?, conforme anotou Lucas, no capítulo 12 do
seu Evangelho, versículos 12 e 13.

A questão da herança de bens materiais é sempre muito complicada, por envolver paixões,
interesses subalternos, lutas intestinas.

Não era essa a tarefa sublime do Mestre.

Ele viera para espargir a luz do conhecimento, facultando o discernimento e a capacidade para
compreender-se os objetivos essenciais da existência, em vez de propiciar divisionismos e querelas
entre pessoas descomprometidas com a Verdade.

Noutra ocasião, identificando as imperfeições que se encontram no ser humano, asseverou com
propriedade:

Não julgueis, e não sereis julgados, não condeneis, e não sereis condenados, perdoai, e sereis
perdoados.

(Lucas, 6, 37).

Essa questão reveste-se de alta magnitude, tendo-se em vista que, em face da incapacidade
pessoal de proceder-se a um julgamento correto, com a severidade com que se defina culpa e se
exija punição contra outrem, quem assim proceda experimentará mais tarde, graças a consciência
desperta, o padecimento que infligiu indevidamente.

Em qualquer situação, portanto, torna-se imprescindível a conduta do perdão.

É óbvio que o crime não pode ficar impune, nem o erro passar como se nada houvesse sucedido.

No entanto, essa tarefa compete àqueles que são responsáveis pela manutenção da ordem e do
bem-estar da sociedade.

Mesmo esses, que são investidos de autoridade para os julgamentos legais, nunca devem olvidar
que o seu é um compromisso com a verdade e a justiça, não se permitindo corromper pelos
interesses imediatistas, nos jogos políticos, financeiros, sexuais e tantos outros que infelicitam o
Espírito, comprometendo-o gravemente.

Portadores de conhecimento das leis que regem o destino dos povos, cabe-lhes a devida aplicação
do corretivo, identificando, naqueles que derrapam no crime e na perversidade, a presença de
enfermidades de vária ordem, bem como da ignorância que provém do primarismo em que
transitam.

Em decorrência, a sua justiça não pode ser maior ou igual a dos fariseus, que se aferravam a Lei de
Talião, impondo-a com crueldade, ao tempo em que procuravam isentar-se de qualquer
responsabilidade, colocando-se acima dela.

Essa justiça arbitrária, que libera o rico e poderoso, punindo o fraco e excluído, é perversidade e
aplicação indébita dos códigos legais.

O ser humano encontra-se na Terra em processo de lapidação das imperfeições mediante erros e
acertos, aprendendo e reaprendendo comportamentos dignos perante a própria e a Consciência
Cósmica.

Quando delínque, (ou seja, comete um delito ou falta), ou de alguma forma compromete-se
negativamente, nele próprio insculpe o impositivo da reparação, que lhe chega em ocasião própria
mediante as soberanas Leis da Vida.
Nada obstante, a sociedade tem o dever de reeducar o infrator, criando condições próprias para a
sua reabilitação, a fim de que retorne ao convívio da família e do grupo com novas possibilidades de
crescimento moral.

Por hábito insano, julga-se com muita facilidade, sempre de maneira negativa e cruel.

Desculpa, tu, porém, quando defrontado por acusações ou suspeitas, por perseguições ou infâmias.

Tem em mente que somente te acontece aquilo que irá contribuir para o teu progresso espiritual, se
souberes utilizar-te com sabedoria da ocorrência negativa, sem piorar a situação daquele que a
desencadeia.

És o que realmente vives no mundo interior e na comunidade em que te movimentas.

Assim, não te preocupes com os julgamentos insanos dos companheiros de jornada, que facilmente
projetam noutrem os conflitos que lhes são habituais, comprazendo-se em julgar, em condenar e
afligir, mesmo que sem conhecimento das causas.

Jesus foi julgado, condenado e crucificado.

Nada obstante, não tinha qualquer culpa.

Toma-o como modelo e segue adiante em paz.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 36

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 36.

ATUALIDADE DO NATAL.

Andando sem rumo, sob o flagício de mil aflições, o homem moderno deixa-se dominar pelo
desânimo ou pela ansiedade, malbaratando o valioso contributo da inteligência e do sentimento com
que a vida o enriqueceu, exaurindo-se, ora no consumismo insensato, ora na revolta desastrada por
falta de recursos econômicos ou emocionais para realizar-se.

A insatisfação é a tônica do comportamento individual e social que vige na Terra.

Aqueles indivíduos que experimentam carência de qualquer natureza, lamentam-se e rebolcam-se


na rebeldia que degenera em violência, enquanto aqueloutros que se encontram afortunados,
deixam-se dominar pelas extravagâncias ou pelo tédio, derrapando, uns e outros, nas viciações
perturbadoras ou na dependência de substâncias químicas de funestas consequências.

As admiráveis conquistas da Ciência e da Tecnologia não os tornaram mais felizes nem menos
tensos, pelo contrário, empurraram-nos na direção trágica da neurastenia ou da depressão nas
quais estorcegam.

Indubitavelmente, trouxeram incomparável ajuda para a solução de diversos sofrimentos e situações


penosas, de progresso material e social, porém não conseguiram penetrar o cerne dos seres
humanos, modificando-lhes as disposições íntimas em relação a existência terrena e aos seus
objetivos essenciais.

Considerando a vida apenas do ponto de vista material, sem as consequentes avaliações em torno
do Espírito imortal, o comportamento materialista domina as mentes e os corações que acreditam na
felicidade em forma de valores amoedados, satisfações dos sentidos, destaque social e harmonia
física...

Vive-se o apogeu da glória tecnológica diante dos descalabros comportamentais que jugulam os
seres humanos aos estados primevos da evolução.

Há conquistas do Infinito sem realização pessoal, sorrisos de triunfo sem sustentação de felicidade,
que logo se transformam em esgares, situações invejáveis mas alicerçadas na miséria, na doença e
no desconforto das pessoas excluídas...

Faltando-lhes, porém, a vivência dos compromissos ético-morais, logo se lhes apresentam os


desapontamentos íntimos e os conflitos se lhes instalam devoradores.

Uma tormenta inigualável paira nos céus da sociedade moderna, ameaçando-a com tragédias
inomináveis.

Em período idêntico, no passado, salvadas as distâncias compreensíveis, veio Jesus a Terra.

O mundo encontrava-se conturbado pelo poder mentiroso, pela falácia dos dominadores, pelas
ambições desmedidas, pelas conquistas arbitrárias, pelas ilusões tresvariadas...

Predominavam o luxo e a ostentação em alguns segmentos da Humanidade, enquanto nos porões


do abandono em que desfaleciam, incontáveis criaturas espiavam angustiadas o passar do tufão
devorador...

Apareceu Jesus, e uma aragem abençoada varreu o mundo, modificando-lhe a psicosfera.

Sua voz levantou-se para profligar contra o crime e a insensatez, contra a indiferença dos fortes em
relação aos seus irmãos mais fracos, contra a hipocrisia e o egoísmo então vigentes e dominantes
como hoje ocorrem...

Misturando-se aos mutilados do corpo e da alma, ergueu-os do pó em que se asfixiavam,


conduzindo-os na direção da glória estelar, demonstrando-lhes que a vida física é experiência
transitória, e que os valores reais são os que pertencem ao Espírito imortal.

Utilizou-se da cátedra da Natureza e ensinou a felicidade mediante o desapego e o despojamento


das alucinantes prisões às coisas e às paixões materiais.

Cantou a esperança aos ouvidos da angústia e proporcionou a saúde temporária a quantos se Lhe
acercaram, alentando-os com a certeza da plenitude após vencidas as etapas de regeneração e de
resgate que todos os seres se impõem no processo da evolução.

Atendeu a dor de todos os matizes, defendeu os pobres e oprimidos, os esfaimados e sedentos de


justiça, aos quais ofereceu os preciosos recursos de paz.

No entanto, quando acusado, abandonado, marchando para o testemunho, elegeu o silêncio, a


submissão a vontade de Deus, a fim de ensinar pelo exemplo resignação e misericórdia para com os
maus e perversos, confirmando a indiferença pelos valores do mundo físico destituídos de utilidade.

E permanece até hoje como o Triunfador não conquistado, que prossegue alentando os padecentes,
convocando-os a transformação moral para melhor e a conquista dos imperecíveis tesouros internos
do amor, do perdão, da caridade, da paz...

Recorda-te de Jesus neste Natal, e reaproxima-te dEle, analisando como te encontras e de que
forma deverias estar moralmente, conscientizando-te do que já fizeste e de quanto ainda podes e
deves investir em favor de ti mesmo e do teu próximo mais próximo, no lar, no trabalho, na rua, na
Humanidade...

O Natal é presença constante do amor e do bem na atualidade de todos os tempos.


Não te esqueças que a evocação do nascimento do Excelente Filho de Deus entre as criaturas
humanas, é um convite para que O permitas renascer no teu íntimo, se estiver desaparecido da tua
emoção, ou prosseguir vivo e atuante nos teus sentimentos convidados a construção da
solidariedade, do dever e da lídima fraternidade que deve viger entre todos os seres sencientes que
vagueiam no planeta.

E deixa que Jesus te fale novamente a acústica do coração e aos escaninhos da mente, repetindo-te
o poema imortal das Bem-aventuranças.

Divaldo Pereira Franco - Diretrizes para o Exito - 37

Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Capítulo 37.

Anotações:

Joanna de Ângelis, que realiza uma experiência educativa e evangélica de altíssimo valor, tem sido,
nas suas diversas reencarnações, colaboradora de Jesus:

A última ocorrida em Salvador, (1761 a 1822), como Sóror Joana Angélica de Jesus, tornando-se
Mártir da Independência do Brasil, na penúltima, vivida no México, (1651 a 1695), como Sor Juana
Inés de la Cruz, foi a maior poetisa da língua hispânica.

Vivera na época de São Francisco, (século 13), conforme se apresentou a Divaldo Franco, em Assis.

Também vivera no século primeiro, como Joana de Cusa, piedosa mulher citada no Evangelho, que
foi queimada viva ao lado do filho e de cristãos outros no Coliseu de Roma.

Até o momento, por intermédio da psicografia de Divaldo Franco, é autora de mais de 60 obras, 31
das quais traduzidas para oito idiomas e cinco transcritas em Braille.

Além dessas obras, já escreveu milhares de belíssimas mensagens.

Fim do Livro Diretrizes para o Êxito.


De Divaldo Pereira Franco.
Ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis.

Caro amigo.
Se você gostou deste livro e tem oportunidade de adquiri-lo, faça-o, pois os direitos autorais
são doados a instituições de caridade.
Muita paz.

Você também pode gostar