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O que é função executiva?

7 déficits vinculados ao TDAH

O que é função executiva? As habilidades cognitivas que nos


ajudam a planejar, priorizar e executar tarefas complexas ge-
ralmente estão ligadas ao TDAH em crianças e adultos. Aqui, a
autoridade em TDAH Russell Barkley, Ph.D. explica como a dis-
função executiva se origina no cérebro com TDAH e como es-
ses déficits geralmente se parecem.

Por Russell Barkley, Ph.D.VerificadoMedicamente revisado por Michele


Novotni, Ph.D.Atualizado em 21 de janeiro de 2023

O que é função executiva?


A função executiva é o processo cognitivo que organiza pensamentos e ati-
vidades, prioriza tarefas, administra o tempo com eficiência e toma deci-
sões. As habilidades de função executiva são as habilidades que nos aju-
dam a estabelecer estruturas e estratégias para gerenciar projetos e determi-
nar as ações necessárias para levar cada projeto adiante.

Indivíduos com disfunção executiva muitas vezes lutam para analisar, pla-
nejar, organizar, agendar e concluir tarefas – ou no prazo. Eles extraviam
materiais, priorizam as coisas erradas e ficam sobrecarregados com gran-
des projetos.
A disfunção executiva é um sintoma do TDAH?
Há muita confusão em torno da “função executiva” – e como ela se rela-
ciona com o TDAH. O TDAH é um distúrbio da função executiva ? Todo
distúrbio de função executiva também é TDAH ? As respostas dependem
do que queremos dizer com “funções executivas” – e como elas se relacio-
nam com a autorregulação.
O termo “funcionamento executivo” foi cunhado na década de 1970 por
Karl Pribram, cuja pesquisa indicou que as funções executivas são media-
das principalmente pelo córtex pré-frontal. Tradicionalmente, tem sido am-
plamente utilizado em neuropsicologia, psicologia clínica e psiquia-
tria. Nos últimos anos, no entanto, ele se espalhou para o campo mais am-
plo da psicologia geral e da educação, onde é frequentemente incorporado
a estratégias de ensino e acomodações em sala de aula .

Até agora, sabemos sobre quatro circuitos no córtex pré-frontal do cérebro


que se relacionam com a função executiva – e disfunção executiva .
[ Autoteste: Você pode ter déficits de funções executivas? ]
Função executiva e o cérebro com TDAH
– O Circuito “O quê” : Vai do lobo frontal – especialmente a superfície
externa – de volta para uma área do cérebro chamada gânglios da base,
particularmente uma estrutura chamada corpo estriado. O Circuito “O quê”
está ligado à memória de trabalho, então é neste circuito que o que pensa-
mos passa a guiar o que fazemos. Isso é particularmente verdadeiro quan-
do se trata de planos, metas e futuro.

– O Circuito “Quando” : Este segundo circuito vai da mesma área pré-


frontal de volta para uma parte muito antiga do cérebro chamada cerebelo,
na parte mais posterior da cabeça. O Circuito “Quando” é o circuito de
temporização do cérebro – ele coordena não apenas o quão suave será o
comportamento e a sequência do comportamento, mas também a pontuali-
dade de suas ações e quando você faz certas coisas. Um circuito “Quando”
funcionando incorretamente em uma pessoa com TDAH explica por que
muitas vezes temos problemas com o gerenciamento do tempo.

– O Circuito “Porquê” : O terceiro circuito também se origina no lobo


frontal, passando pela parte central do cérebro (conhecida como o cíngulo
anterior) até a amígdala – a porta de entrada para o sistema límbico. Mui-
tas vezes é chamado de circuito “quente” porque está ligado às nossas
emoções – é onde o que pensamos controla como nos sentimos e vice-ver-
sa. É o tomador de decisão final em todos os nossos planos. Ao pensar em
várias coisas que poderíamos estar fazendo, este é o circuito que eventual-
mente escolhe entre as opções com base em como nos sentimos sobre elas
e suas propriedades emocionais e motivacionais.
– O Circuito “Quem” : Este circuito final vai do lobo frontal até a parte
de trás do hemisfério. É onde ocorre a autoconsciência – é onde estamos
cientes do que fazemos, como nos sentimos (tanto interna quanto externa-
mente) e o que está acontecendo conosco.

Ao visualizar o TDAH em relação a esses quatro circuitos, você pode en-


tender de onde os sintomas se originam. Dependendo de quais circuitos es-
tão mais e menos prejudicados, você pode ver variação nos tipos de sinto-
mas que qualquer indivíduo terá. Algumas pessoas têm mais déficit de
memória de trabalho. Algumas pessoas têm mais problemas de regulação
emocional. Algumas pessoas têm mais dificuldades com o tempo, mas me-
nos dificuldades com todas as outras. Mas todos eles envolvem esses cir-
cuitos.

Quais são as principais habilidades de funções executivas?


Portanto, sabemos quais partes do cérebro controlam as funções executi-
vas, mas o que são especificamente? De um modo geral, a função executi-
va refere-se às habilidades cognitivas ou mentais que as pessoas precisam
para perseguir ativamente os objetivos. Em outras palavras, trata-se de co-
mo nos comportamos em relação aos nossos objetivos futuros e de quais
habilidades mentais precisamos para realizá-los.

O termo está intimamente relacionado à auto-regulação – as funções exe-


cutivas são coisas que você faz a si mesmo, a fim de mudar seu comporta-
mento. Ao empregar suas funções executivas de forma eficaz, você espera
mudar seu futuro para melhor.

A função executiva é julgada pela força dessas sete habilidades:


1. Autoconsciência : Simplificando, é a atenção autodirigida.
2. Inibição : Também conhecida como autocontenção.
3. Memória de trabalho não-verbal : a capacidade de manter as coisas
em sua mente. Essencialmente, imagens visuais - quão bem você pode
imaginar as coisas mentalmente.
4. Memória de Trabalho Verbal : Autofala ou fala interna. A maioria das
pessoas pensa nisso como seu “monólogo interior”.
5. Auto-regulação emocional : A capacidade de pegar as quatro funções
executivas anteriores e usá-las para manipular seu próprio estado emocio-
nal. Isso significa aprender a usar palavras, imagens e sua própria auto-
consciência para processar e alterar como nos sentimos sobre as coisas.

6. Auto-motivação : Quão bem você pode se motivar para completar uma


tarefa quando não há consequência externa imediata.

7. Planejamento e resolução de problemas : Às vezes, os especialistas


gostam de pensar nisso como “jogo próprio” — como jogamos com as in-
formações em nossas mentes para criar novas maneiras de fazer algo. Ao
separar as coisas e recombiná-las de maneiras diferentes, estamos plane-
jando soluções para nossos problemas.

Esta lista soa familiar? Deveria. Qualquer pessoa que exiba os sintomas
clássicos do TDAH terá dificuldade em todas ou na maioria dessas sete
funções executivas. Problemas de inibição em alguém com TDAH levam a
ações impulsivas, por exemplo. Problemas com a regulação emocional le-
vam a explosões inapropriadas.

Essencialmente, o TDAH é um transtorno de déficit de função executiva


(EFDD). O termo abrangente “ADHD” é simplesmente outra maneira de
se referir a essas questões.

Essas sete funções executivas se desenvolvem ao longo do tempo, geral-


mente em ordem cronológica. A autoconsciência começa a se desenvolver
por volta dos 2 anos de idade e, aos 30 anos, o planejamento e a resolução
de problemas devem estar totalmente desenvolvidos em uma pessoa neuro-
típica.

Aqueles com TDAH geralmente estão cerca de 30 a 40 por cento atrás de


seus pares na transição de uma função executiva para outra. Portanto, faz
sentido que crianças e adultos com TDAH tenham problemas para lidar
com situações apropriadas à idade – eles estão pensando e agindo de ma-
neira muito mais jovem.
A consciência dessas funções executivas pode ajudar os pais a estabelecer
um sistema de detecção precoce do TDAH, ajudando-os a buscar uma ava-
liação profissional e acomodações antes que uma criança comece a ter difi-
culdades na escola. Então, com acomodações e tratamento adequados, as
pessoas com TDAH podem aprender a usar o que sabem e fortalecer essas
funções executivas ao longo do tempo.

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