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Sumário
As habilidades cognitivas e a estrutura do Sistema Nervoso ...................................... 3
A arte de aprender .................................................................................................... 9
INPUT – Fase de Entrada de Informações ................................................................. 14
[FI.2] Distinções verbais e a percepção da realidade: ............................................... 16
[F.I.1] Gerenciamento do foco: ................................................................................ 18
[F.I.7] Discernir o essencial e constante do acidental e variável. ................ 21
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As habilidades cognitivas e a estrutura do Sistema Nervoso
Se você chegou aqui é porque está interessado em ampliar sua capacidade intelectiva.
A inteligência atua e se manifesta por uma série de meios, que são as funções
cognitivas. Toda a capacidade intelectual de um indivíduo emana dessas habilidades
cognitivas. Se o sujeito tem um bom desempenho intelectual, é porque essas funções
cognitivas estão desenvolvidas e estão funcionando;
Caso não tenha um bom desempenho intelectual, é porque essas funções cognitivas
não estão desenvolvidas. Estão funcionando de modo deficiente.
Logo, as funções cognitivas são a condição sine qua non do bom desempenho
intelectual, quer o sujeito conheça essas funções, com a nomenclatura e descrição
apresentadas por Feuerstein, quer não conheça.
Porém, antes de mais nada, para entendermos com clareza a dinâmica do sistema
cognitivo temos de examinar a sua infraestrutura material: o sistema nervoso.
Aquilo que uma estrutura faz depende da sua forma específica. É o princípio
anatômico e fisiológico da complementariedade entre estrutura e função.1 Por isso, o
modo como o sistema nervoso está organizado e estruturado se reflete no modo como
se manifesta a nossa atividade cognitiva.
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Uma grande ideia que perpassa todo o campo da anatomia e fisiologia é a de que a
função de uma célula, órgão ou organismo sempre decorre de sua forma.
“A função decorre da forma.”
Sendo que função aqui se refere simultaneamente àquilo que uma estrutura é capaz
de fazer (causa eficiente) e qual a propósito que ela cumpre (causa final) ao fazer
aquilo.
Forma se refere à organização estrutural de um determinado ente. Aquilo pelo qual
sabemos que uma coisa é o que é (causa formal). Além disso temos ainda a causa
material, que se refere àquilo de que um ente é feito.
Essa é a famosa distinção das 4 causas feitas por Aristóteles.
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pela sua forma, o sistema nervoso está organizado estruturalmente como um sistema
de entrada, processamento e saída de informações.
Mais tarde quando formos estudar as funções cognitivas, veremos que o processo de
funcionamento cognitivo também vai se organizar em entrada, processamento e
saída.2
O sistema nervoso não é apenas o cérebro contido na caixa craniana. Ele está
espalhado por todo o corpo. Há mais tecido nervoso fora do crânio do que dentro
dele.
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Esse tipo de dinâmica foi estudada por Norbert Wiener, que a denominou de
“cibernética”. O próprio Feuerstein usa um modelo cibernético para ilustrar o processo
de funcionamento cognitivo.
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• os nervos do sistema nervoso autônomo captando informações internas (do
próprio corpo)
Ø e então, atuando como canais de SAÍDA, temos os nervos motores, por meio
dos quais manipulamos o nosso corpo no espaço e o usamos para atuar sobre o
mundo, seja por meio de ações diretas, seja por meio de comunicação.
Pense em uma situação cotidiana: alguém lhe pergunta alguma coisa, você pensa a
respeito e lhe responde.
Quando alguém te faz uma pergunta, isso corresponde a uma entrada de informações
no seu sistema cognitivo.
Você pensa em uma resposta adequada (elaboração) e então responde à pessoa (saída
de informações).
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No simples ato de responder uma pergunta feita por alguém percorremos todas essas
etapas.
Podemos ir um pouco mais além e usar esse modelo para avaliar de que maneira a
falha em alguma dessas etapas afeta o processo, que no caso é responder a uma
pessoa de maneira adequada.
Um exemplo.
Considerando a fase de input. Você ouviu uma pergunta, mas sua atenção flutuou em
algum momento e você perdeu parte do que estava sendo dito. Houve aqui um
problema na fase de entrada de informações, e agora você não tem elementos
suficientes para fazer a elaboração adequadamente.
Outro exemplo.
Digamos que você escutou bem a pergunta, mas nunca havia pensado a respeito do
assunto. Então precisaria de um tempo a mais para pensar e responder. Mas você não
tem esse tempo e acaba respondendo mal. Isso corresponde a um problema na fase
de elaboração.
Último exemplo.
Imagine que você ouve a pergunta. A elaboração corre bem pois se trata de algo que
você já está preparado para responder, mas na hora de verbalizar a resposta você
acaba sendo afobado e não concatena bem o que você vai dizer e a sua resposta sai
meio truncada e confusa. Ou ainda, você não considerou o ponto de vista do outro na
hora de elaborar uma resposta e você se expressa de um jeito que faz sentido para
você, mas não faz sentido para o outro. No fim das contas, você até sabia o que dizer
mas o modo como verbalizou a sua resposta não foi bom. Ou seja, houve um problema
na fase de saída das informações
A questão toda envolvendo o método Feuerstein é que ele observou que, ao realizar
uma tarefa, as pessoas se saiam mal devido a falhas muito específicas em alguma
dessas etapas (entrada, elaboração e saída), tal como procuramos descrever nos
exemplos acima. Foi então que ele, com base nessas observações e no diagnóstico das
deficiências cognitivas que se manifestavam, compilou uma lista de deficiências
cognitivas.
Todas essas habilidades cognitivas são capacidades latentes da sua inteligência que
podem se tornar manifestas mediante o tipo adequado de prática e mediação de
aprendizagem.
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O Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) desenvolvido por Reuven Feuerstein
é uma ferramenta projetada especialmente para ser aplicada por um mediador
qualificado para levar o aprendiz ao desenvolvimento de cada uma dessas habilidades.
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A arte de aprender
O que é aprender?
Muitos estudantes – tanto no ensino básico quanto nas universidades – acham que
basta assistir uma aula ou ler um livro para que se produza o aprendizado. Eles
consideram que o seu papel nessas situações é passivo em comparação com o ato de
falar e escrever, que seriam considerados ativos.
De fato, há uma diferença entre ler e ouvir e falar e escrever, mas não é a diferença
entre passividade e atividade, mas entre os papeis de:
Ø receptor de informações – ler e ouvir
e
Ø emissor de informações – escrever e falar
Todos esses são comportamentos que estão na categoria da AÇÃO, e devem ser
praticados ativamente pelo sujeito. Você não recebe uma informação de uma maneira
totalmente passiva, como quem recebe um tapa, uma rajada de vento ou a incidência
da luz, esses sim estão na categoria do PADECER (uma ação ou efeito que o sujeito
padece).
Do mesmo, modo quem está aprendendo está ativamente fazendo uso de uma série
de funções cognitivas. Ele está gerenciando o foco da sua atenção, fazendo distinções,
coletando dados, identificando problemas, discernindo o que é relevante do que não é
relevante, conectando informações, organizando dados em categorias, internalizando
representações integradas de múltiplas dimensões do conhecimento, etc.
Ainda levando a comparação adiante. Do mesmo modo que o goleiro está treinado
pela vários tipos de chutes diferentes – bolas altas, baixas, rápidas, lentas, com efeito,
etc – também o aprendiz está munido de uma série de recursos para apanhar qualquer
tipo de comunicação.
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O produto do aprendizado
Até agora ao falar da relação entre o indivíduo e o mundo, caracterizamos essa relação
tendo como referência a variável da informação. No entanto, há uma diferença crucial
entre a informação factual sobre um determinado dado da realidade, e a informação
que lhe faz compreender algo que você não entendia antes.
Em suma, a diferença entre:
Ø Dados e fatos
Ø Compreensão e entendimento.
Coletar e colecionar informações sem conhecimento é guardar informação que não faz
sentido. E o que não faz sentido, assim como o que não é útil, é rapidamente
esquecido e descartado.
Por outro lado, o conhecimento depende de informações, pois ele é feito de
informações, dado e fatos. Para compreender bem certas coisas é preciso estar bem
informado. Mas para adquirir conhecimento é preciso ir além dos fatos e entender as
causas, as interrelações e a ordem dentro da qual algo se insere.
Mesmo que um determinado sujeito não seja um intelectual e esteja com o foco
voltado para agir no mundo e produzir resultados, ainda assim o conhecimento será
crucial para que a sua ação seja efetiva e seus resultados tangíveis.
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Ação sem conhecimento de causa tende a gerar resultados que não são aqueles que o
agente esperava ou que gostaria de obter, e com isso ele acaba ficando frustrado.
Por exemplo, nas academias é comum que as séries de exercícios físicos sejam
organizadas em séries de 12 repetições.
O motivo das 12 repetições é um estudo que demonstrou que para haver ganhos de
hipertrofia muscular é necessário um tempo de exercício de 45 segundos. Foi a partir
desse dado que se concebeu que ao demorar 4 segundos por repetição, a pessoa
praticando exercício teria êxito em obter ganhos de hipertrofia muscular.
O sujeito desinformado, ignorando esse dado, pode fazer suas séries rápido, ficando
abaixo do tempo de 45 segundos e não obter todos os ganhos que poderia com seu
esforço.
O ensino ocorre quando uma pessoa instrui outra oralmente ou por escrito.
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Descoberta é um processo onde, sem a ajuda de ninguém e por meio de pesquisas,
investigações e reflexões eu chego a obter determinadas informações ou
conhecimentos.
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quem está aprendendo por meio de um livro ou de uma aula não pode se esquecer
que o objeto do seu aprendizado não se esgota ali. Ele também está olhando para algo
do mundo ou da natureza e também deve estar engajado nisso como um pesquisador
que mobiliza todos os seus meios cognitivos para aprender e fazer descobertas.
Dito isso vamos passar agora ao estudo dessas ferramentas cognitivas tão cruciais para
o aprendizado.
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INPUT – Fase de Entrada de Informações
A fase de input, como um todo, diz respeito a 2 funções:
--//--
Quando você olha à sua volta, você é capaz de distinguir diferentes tipos de ente,
como por exemplo: um computador, uma mesa, um gato, a luz do sol entrando pela
janela. O fato de você perceber cada uma dessas coisas como entes com existência
própria é um ato de apreensão.
Quando olho para minha parede e depois para meu gato e percebo que um é branco e
outro é laranja, estou apreendendo suas cores. Por meio da apreensão percebo as
diferenças entre os entes e também as qualidades das coisas, assim como muitos
outros atributos. Todos são objeto da minha apreensão.
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Colocadas lado a lado separadamente e contrastando contra um fundo ainda mais
branco do que todas elas, nós percebemos claramente a diferença. No nosso dia a dia,
nós chamaríamos indiscriminadamente qualquer uma delas de branco. Fazemos isso
porque discriminar de maneira tão precisa as tonalidades do branco não é relevante
para nossa ocupação.
Mas o fato é que seríamos capazes, se quiséssemos e necessário fosse, de identificar
cada uma dessas tonalidades por um nome e chama-la por esse nome sempre que a
encontrássemos em um objeto.
Isso deixa patente que apreendemos mais do que somos capazes de verbalizar, e não
verbalizamos tudo o que apreendemos.
Ou seja. existe uma série de noções que você possui e uma série de aspectos da
realidade que você apreende sem necessariamente pensar a respeito.
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[FI.2] Distinções verbais e a percepção da realidade:
Discriminar e fazer distinções verbais e conceituais para apreender
diferentes entes e aspectos da realidade.
De modo geral, prestamos atenção àquelas coisas para as quais temos palavras,
conceitos e símbolos. Existe um ditado hindu que fala que a sua alma é do tamanho da
sua linguagem. É essa linguagem com seus rótulos verbais e conceitos que nos permite
perceber certos aspectos da realidade ao invés de outros. São eles, em grande parte,
os responsáveis pela nossa visão de mundo.
O primeiro é um botânico. Ao entrar na floresta o que ele vê? Ele consegue identificar
qual a espécie de cada vegetal ali presente, seu nome científico e a qual ramo
filogenético cada planta pertence. Consegue descrever o tipo de casca de árvore, o
tipo de brotação das plantas, tipo de raiz, de caule e até mesmo de folha.
Agora imagine um carpinteiro entrando nessa mesma floresta. Ele não vê a floresta do
mesmo jeito que a vê um botânico. Vejam bem, ele enxerga toda a floresta e vê a
mesma floresta que o botânico, mas ele percebe essa floresta de um jeito diferente.
Ele percebe apenas aqueles aspectos da floresta para os quais ele possui rótulos e
conceitos verbais, e nesse caso ele utiliza rótulos e conceitos verbais bastante
diferentes dos do botânico. Ele consegue identificar que árvores são boas para cortar e
produzir móveis. Olha para as árvores em termos da sua dureza ou maciez e da sua
resistência. Ele sabe identificar essas árvores. Sabe identificar também sinais que o
orientam a respeito de onde e como serrar o tronco.
Um médico atuando na clínica geral possui uma linguagem que lhe permite identificar
uma série de sintomas. Também possui uma linguagem para identifica o quadro do
paciente com base no conjunto de sintomas apresentados.
Uma pessoa que tenha conhecimentos gramaticais de sintaxe consegue olhar para um
texto e identificar sua estrutura: o que ali é sujeito, predicado, as orações coordenadas
e subordinadas.
Qualquer área de estudo, qualquer profissão e até mesmo qualquer técnica, por mais
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simples que pareça, traz consigo algumas distinções que visam orientar o foco da sua
atenção para determinados aspectos da realidade.
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[F.I.1] Gerenciamento do foco:
dirigir e orientar o foco da atenção de modo a ter uma percepção clara.
Essa função cognitiva de Gerenciamento do Foco diz respeito à capacidade de dirigir e
manipular intencionalmente o foco da atenção.
De certa forma o foco é aquilo que nos constitui de maneira mais imediata. Se não
estamos com o foco em algo, prestando atenção em algo, isso significa que, de certa
forma, estamos ausentes. Podemos estar totalmente ausentes, como quando estamos
totalmente desatentos, ou podemos estar parcialmente ausentes, quando a qualidade
da nossa atenção é baixa. Por outro lado, se estamos totalmente focados, estamos
totalmente presentes.
Além disso, temos que considerar que o foco não possui apenas um único tipo ou
modo. Há muitas ações possíveis de serem praticadas com o nosso foco.
O foco pode ser amplo, abrangendo uma área grande, mas com baixo nível de
apreensão de detalhes, ou pode ser estreito com alto nível de apreensão de detalhes.
Pode ser de longa duração ou de curta duração – seu fôlego.
Pode ser mais ou menos intenso.
Todos esses parâmetros fazem com que o foco empregado por um músico seja muito
diferente de um lutador, de um analista ou de um escritor.
Uma vez que temos consciência dessa dinâmica inerente ao processo de focar, com
suas inevitáveis flutuações e distrações; tudo o que nos resta fazer é redirecionar a
atenção novamente para nosso ponto central de interesse.
No fundo é uma dinâmica simples. Você se treina para perceber a flutuação do seu
foco no momento em que ele acontece. Perceber que o foco flutuou significa que você
já recuperou o foco. Depois disso você vai redirecioná-lo imediatamente ao seu centro
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de interesse. Algumas pessoas ficam irritadas com essas flutuações de foco, mas isso é
inevitável e irritar-se com isso só gera mais desgaste.
Esse exercício pode ser praticado quando se está praticando qualquer atividade, desde
uma habilidade física, até a leitura de um livro ou a escritura de um relatório. Com o
tempo, o praticante vai ser tornando cada vez mais hábil em recobrar a atenção e
também a sua atenção vai se tornando mais constante e mais intensa.3
EXEMPLOS
Digamos que você esteja conversando com alguém e a sua atenção flutue porque você
subitamente lembrou-se que tem uma conta para pagar e que depois tem que enviar o
comprovante para fulano, e se lembra também que é conveniente arquivar uma cópia
do comprovante de pagamento.
Tudo isso passa muito rápido pela sua cabeça, mas foi o suficiente para você perder 6
segundos da conversa. É claro que esse pagamento é algo do seu interesse. Mas
aquela conversa que você estava tendo é o que estava efetivamente no centro dos
seus interesses.
Imagine uma pessoa que está dirigindo em uma pista de alta velocidade. Ela está
prestando atenção na pista, nos sinais de trânsito e regulando sua velocidade. Ao
mesmo tempo, esse é um comportamento muito habitual, então a pessoa pensa em
outras coisas enquanto faz isso. No entanto, pode chegar um ponto em que seu foco
no trânsito divaga. Ela mantém os comportamentos automático de dirigir, mas não
está muito ciente da velocidade em que está, nem dos sinais de trânsito. De repente,
ela se dá conta de que divagou e que está a 90km/h e tem um radar bem do seu lado.
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Uma prática excelente para aumentar a capacidade de foco é a meditação do tipo
mindfulness, que na realidade é um exercício de foco e de presença da atenção.
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É por isso que para adquirir uma compreensão aprofundada sobre o que determinado
livro diz, pode ser necessário lê-lo mais de uma vez. Uma das coisas que faz diminuir a
complexidade de uma tarefa é a familiaridade com certos aspectos e variáveis da
tarefa. Portanto, se você está familiarizado com o conteúdo de um livro e o está
relendo pela segunda ou terceira vez e agora o está compreendendo melhor isso se
deve ao fato de que você agora tem mais familiaridade ou com o texto, o discurso ou
as imagens e portanto sobra mais espaço cognitivo disponível para se empenhar na
compreensão da matéria.
Imagine que você está praticando uma atividade física. Onde está a sua atenção no
momento em que está se exercitando? Está divagando a respeito de lembranças e
pensamentos que dizem respeito a coisas que aconteceram ontem ou vão acontecer
amanhã, ou está focado no trabalho desempenhado no seu corpo?
Digamos que você esteja focado no seu próprio corpo. Qual a amplitude do seu foco?
Você está focado nos segmentos ósseos? Nas articulações ou nos músculos? Está
focado em uma unidade isolada ou em toda uma cadeia de ossos e músculos? Você
consegue perceber o encadeamento dos músculos trabalhando para gerar movimento
em uma direção? Você precisa olhar-se no espelho para prestar atenção no
movimento do seu corpo, ou consegue monitorar-se apenas pela propriocepção?
Como fica a sua respiração enquanto você presta atenção no corpo? Você consegue
prestar atenção nas duas coisas ao mesmo tempo?
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[F.I.7] Discernir o essencial e constante do acidental e
variável.
Por exemplo, o que faz com que o quadrado seja um quadrado é que tem 4
pontos, 4 semirretas, 4 ângulos retos, todos os lados iguais, e dois pares de
paralelas. Se a figura geométrica tiver essas características, será um
quadrado, independentemente da sua orientação.
Quando vemos um quadrado de pé sobre o seu eixo, algumas pessoas
confundem-no com um losango. Isso é uma confusão onde se toma uma
característica secundária (sua orientação) como essencial.
EXEMPLO 1
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Imagine um garoto que responde ao professor de maneira desaforada e
depois também bate em um menino do uma turma mais nova. O que há de
comum e constante nesses comportamentos?
Uma pessoa que não vê a conservação das constâncias pode não perceber
que os comportamentos são diferentes, mas o modo de se comportar é
semelhante: trata-se de ações agressivas nos dois casos.
Mas temos de olhar para outras situações em que o rapaz se comporta para
saber se foram episódios circunstanciais ou se a agressividade é um aspecto
da sua personalidade.
EXEMPLO 3
Imagine que temos um carro que bateu e cujo formato ficou levemente
deformado. No entanto, ainda o chamamos de carro, porque ele retém sua
configuração básica e seus atributos pelos quais ele é chamado de carro. Ele
ainda funciona como um carro, tem a estrutura e o funcionamento de um
carro, ainda que seu formato esteja levemente deformado.
EXEMPLO 4
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Orientação no tempo e no espaço
Continua...
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