WBA0917_v1.

Proposta de resolução do
Desafio Profissional
Inteligência e funções executivas: aspectos
teóricos e instrumentos de avaliação

Juliana Zantut Nutti

Desafio Profissional

Paulo, 10 anos, chegou para a avaliação neuropsicológica via encaminhamento da

professora do 3º ano do ensino fundamental e da psicopedagoga. Foi
diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) aos
9 anos de idade por um neuropediatra e uma psicóloga. O teste de inteligência
WISC IV – Escala Wechsler de Inteligência para Crianças mostrou que o menino
tem nível de inteligência adequado para a idade.
Paulo tem dificuldades para manter a atenção e a concentração e para controlar
os comportamentos impulsivos. Escreve e lê razoavelmente bem quando se
consegue fazê-lo manter a atenção. Tem dificuldade para se expressar, pois
interrompe o curso da fala com outras ideias fora do contexto. Não é
indisciplinado, mas sua agitação o leva a infringir regras como “furar” filas, pois
não tem paciência para esperar sua vez e às vezes fica em pé na carteira enquanto
realiza as atividades em sala de aula.
• Teste da Torre de Londres: Paulo está dentro de um padrão esperado de
desempenho para a idade.
Desafio Profissional

Professora: Paulo tem potencial para a aprendizagem, mas precisa

aprender a controlar seu comportamento impulsivo e focalizar a
atenção.
Pais: Paulo é capaz de aprender, mas é desorganizado e precisa de
muita ajuda específica para controlar a agitação e a impulsividade
e focalizar a atenção.
Paulo: poderia “ir melhor na escola”, mas se esquece das
explicações da professora e não consegue fazer algumas
atividades. Acha que deveria se esforçar mais e se sente culpado
por não se se sair tão bem como poderia nas atividades, porque
“se perde” e se distrai facilmente.
Desafio Profissional

A partir desses dados, responda:

• O que é o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH) e como as alterações das funções executivas se
manifestam em indivíduos com esse transtorno?
• Quais orientações o neuropsicólogo pode oferecer a Paulo,
a seus pais e à professora para estimular o funcionamento
adequado e melhorar a atenção, a concentração e as
demais dificuldades que ele manifesta?
Proposta de resolução do Desafio Profissional

O que é o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e

como as alterações das funções executivas se manifestam em indivíduos
com esse transtorno?
• O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um
transtorno do desenvolvimento, cujos sintomas podem causar
dificuldades na vida familiar, escolar, pessoal e profissional do indivíduo.
• É um transtorno neurobiológico, com causas genéticas, que surge na
infância e é crônico, isto é, seus sintomas podem perdurar durante toda
a vida do indivíduo.
• Crianças com TDAH apresentam, com frequência, déficits nas funções
executivas.
• O TDAH compromete o desenvolvimento das regiões cerebrais
responsáveis pelo controle emocional, pela motivação e pelo sistema de
recompensa, que se localizam na região pré-frontal do cérebro.
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• As funções executivas envolvem a

autorregulação emocional; a atenção seletiva; o
controle inibitório; a capacidade de planejar,
monitorar e controlar o comportamento durante
atividades; a flexibilidade cognitiva; e o uso
adequado da memória de trabalho.
• As funções executivas são fundamentais para o
processo de aprendizagem, pois auxiliam os
processos de atenção seletiva, controle inibitório,
planejamento e memória operacional, os quais são
indispensáveis para a construção de conhecimentos.
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As orientações para estimular o funcionamento das funções

executivas e reduzir os sintomas de um indivíduo com TDAH,
como Paulo, são:
 Praticar esportes e usar jogos de regras para auxiliar o
controle inibitório.
 Retomar as situações e pedir para que reflita se poderia
ter agido de forma diferente, parando e pensando antes
de agir.
 Usar cronogramas para planejar em etapas sequenciadas
as atividades a serem realizadas e para auxiliar na
organização e na definição de prioridades.
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• Proporcionar um ambiente organizado para a realização

das tarefas escolares, com poucos estímulos para evitar a
distração da criança. Explicar que naquele momento é
necessário controlar a vontade de brincar e realizar a
atividade para só depois jogar ou brincar, ativando o
sistema de recompensas.
• Para estimular a flexibilidade cognitiva, deve-se
apresentar uma situação do cotidiano (organizar a
mochila escolar ou realizar a atividade escolar) e
incentivar a busca de formas possíveis para resolvê-la. É
importante mostrar que não existe somente uma forma
de resolver problemas e que é possível escolher
alternativas para solucioná-los.
Bons estudos!