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Natália Mattioli Abatti

Psicóloga CRP-08/35785

Cartilha: Transtorno de Déficit de


Atenção/Hiperatividade

No mundo, cerca de 4% a 5% da população possuem o diagnóstico de TDAH


(Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade), sendo 11 milhões apenas em
regiões norte-americanas (EUA) e 2,5% são adultos. No ramo da saúde mental, é
um dos transtornos mais estudados e mais tratáveis em comparação aos outros.

Seu início ocorre geralmente na infância, sendo que ao tornar-se adulto, alguns
sintomas (principalmente a hiperatividade) pode entrar em remissão
naturalmente. Seus três principais sintomas mais comentados de modo super
breve são:

@psinataliamattioli
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

1. Dificuldade de atenção - facilmente se distrai com estímulos externos ou


pensamentos que não são relevantes para o contexto, dificuldade para
organizar-se, facilidade para entediar-se, dificuldade para cumprir tarefas
mais entediantes, é difícil se manter em uma mesma tarefa por muito
tempo;
2. Impulsividade atípica (ou desinibição) - com frequência interrompe
atividades que está elaborando, reproduz alguns comentários “sem pensar”
em uma conversa, dificuldade para esperar, tendência a responder perguntas
antes das outras pessoas e às vezes interrompe-as sem que perceba, toma
algumas decisões de modo impulsivo, dirige seu carro mais depressa que as
outras pessoas (caso dirija);
3. Alta atividade (hiperatividade) - inquietude, como se tivesse um “motor”
dentro de si, está em movimento frequentemente (quando adulto, esses
sintomas podem entrar em remissão, ou muitas vezes torna-se uma
inquietude mais interna, do que externa).
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Atenção/Hiperatividade

Atualmente, temos alguns critérios que são descritos no Manual Diagnóstico e


Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), tal qual fecharia o diagnóstico.
Porém, dentro dos 18 presentes neste manual, onde o foco é o diagnóstico
infantil, para os adultos é possível não apresentar os sintomas de hiperatividade,
permanecendo apenas nos critérios de desatenção e impulsividade (9 critérios).
Lembrando que o paciente precisa apresentar os sintomas em mais de uma área
de sua vida, seja eles nos estudos, relacionamentos, atividades de lazer, trabalho,
financeiro, e entre outros; não em questões mais específicas ou apenas em uma
área.

Caso o paciente não feche todos os critérios de diagnóstico, é possível que ela
possua traços sintomáticos, e não o diagnóstico propriamente dito.
Considerando essa possibilidade, não há de se desvalorizar o que essa pessoa está
enfrentando, por isso, a busca de tratamentos em casos de prejuízos à saúde
mental, é sempre válido.
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Atenção/Hiperatividade

O que acontece no cérebro com TDAH?

Naturalmente, somos projetados a nos preparar para novas situações, realizando


um cálculo de organização, para no fim fazer o que planejou previamente. Frente
a isso, ativa-se o que chamamos de “memórias prospectivas”, onde seria possível
organizar o futuro, com base em experiências passadas.

Essa organização ocorre pelo o que chamamos de “funções executivas” do nosso


cérebro, mecanismo responsável pelas etapas de execução de tarefas do dia a dia,
ou seja, são ações de “autodireção” que utilizados habitualmente para nos
controlar e também representam habilidades mentais que resgatam memórias
experienciais do passado para antecipar alguma coisa do futuro para a partir daí
agirmos no presente.
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Atenção/Hiperatividade

As funções executivas são habilidades desenvolvidas estruturalmente pelo


Córtex Pré-Frontal, os quais atuam frente ao manejo da: atenção, memória
operacional (ou memória de trabalho), controle inibitório e flexibilidade
cognitiva. Essas habilidades citadas são continuamente “treináveis” no nosso
cotidiano , e exigem minimamente esforço e foco, não assim tão fáceis e no
automático.

Todas essas funções se atenuam e agem ativamente no nosso dia a dia, em


conjunto com o fator motivacional (sistema dopaminérgico no CPF).
OBS: é por isso que o TDAH sem sido chamado como um déficit motivacional e
das funções executivas, do que apenas da atenção em si.
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Para compreendermos mais a fundo e na prática, vamos levar em consideração


a interação e conjunto das seguintes funções:

1. Iniciação;
2. Memória de Trabalho;
3. Mudança / Flexibilidade Comportamental;
4. Auto monitoramento;
5. Inibição;
6. Planejamento;
7. Organização;
8. Controle Emocional;
9. Justificativa (nossos comportamentos e crenças regidos por regras).
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Para explicá-los, me coloco em exemplo. No momento em que decidi realizar


este documento, meu cérebro automaticamente ativou diversas memórias
experienciais sobre o conteúdo, praticamente tudo ao mesmo tempo. Logo,
começo a planejar (meu olhar do passado - experiências -, frente ao futuro, onde
eu quero chegar), e selecionando e organizando os conteúdos, consigo iniciar a
execução.

Essa inicialização apenas ocorre quando resgato minhas memórias e obtenho


uma sequência lógica de engramas (células do cérebro que armazenam e
conectam as memórias em regiões do neocórtex, após serem selecionadas
durante o sono pelo hipocampo) pré-adquiridos no passado. O cérebro
automaticamente irá “jogar” essas memórias para as áreas frontais, e operar
sobre ela (memória de trabalho - o que permite articular cada parágrafo e
escrever de maneira lógica e coerente). Nisso, é ativado alguns padrões de
comportamentos, a fim de ocorrer em prática a inicialização.
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Durante essa inicialização, tendemos a projetar possíveis resultados, e é ativado


ainda mais o Córtex Pré-Frontal, a fim de estabelecer metas, e produzir um
possível caminho até essa meta. Aqui também entra o que chamamos de
flexibilidade cognitiva, pois muitas vezes precisamos mudar o caminho até
atingir o destino (meta). Quem irá ajudar nas mudanças da rota é o Córtex Pré
Frontal, pois ele inibe conteúdos que precisam ser adiados, e ainda organiza o
que se manteve a fim de atingir a meta.

Exemplo: quem possui a tendência de procrastinar, geralmente têm


dificuldades no momento da inicialização.
OBS: tudo isso ocorre rapidamente, e é possível treinar essas habilidades.
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O que isso tudo tem a ver com o TDAH?

Muitas vezes, quem possui o diagnóstico de TDAH, ou alguns traços que se


assemelham a ele, possuem um pouco de dificuldade em sequenciar logicamente
suas tarefas, incluindo o que é prioridade, ou não. Isto acontece pela dificuldade
de inibir estímulos “secundários” no momento em que está focado (ou quer
focar) em uma coisa só, dificuldade para parar pelo tempo suficiente para pensar
na tarefa específica. Ou seja, é comum que o cérebro com TDAH se conecte com
vários estímulos em um curto período de tempo, e isso faça com que o
aprofundamento demande muito esforço.
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Atenção/Hiperatividade

Exemplo: ao elaborar este material, poderia sentir dificuldade em descrever


uma sequência lógica do assunto, pois meu cérebro iria querer conhecer
sobre outras coisas relacionadas ao mesmo tempo, mas que talvez não fizesse
sentido neste documento. Eu iria me deslocar para outro assunto sem
perceber, e isso faria com que sentisse dificuldade em focar no objetivo final.
(Quem ajuda a inibir esse comportamento, é o Córtex Pré-Frontal).

Curiosidade: geralmente trabalhar em grupo ajuda a criar estratégias que


combatem a esta naturalidade do cérebro.
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Atenção/Hiperatividade

Posto isso, questiona-se através dos itens abaixo a fim de analisar de maneira
breve alguns sintomas de auto relato, e posteriormente, pense em exemplos caso
seja possível.

É facilmente distraído por estímulos externos e/ou pensamentos


irrelevantes?
Toma decisões impulsivamente?
Tem dificuldade para parar atividades ou um comportamento quando
deveria fazê-lo?
Inicia um projeto ou tarefa sem ler ou ouvir atentamente as instruções?
Falha no cumprimento de promessas ou compromissos que firmou com
outras pessoas?
Tem problemas para fazer as coisas em sua ordem ou sequência apropriada?
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Você fica rapidamente entediado durante tarefas repetitivas?


Você muda de atividade não terminada para outra com frequência?
Você perde a sua concentração durante uma tarefa longa, achando quase
impossível escrever um relato detalhado ou preencher uma declaração de
imposto de renda com seus muitos itens e formulários?
Você tem dificuldade para apresentar dentro do prazo seus relatórios de
vendas ou outro tipo de relatório sem ser “atormentado” por seu chefe?
As pessoas o/a criticam por não pensar antes de agir?
“Em que você estava pensando” é uma pergunta que você ouve pelo menos
duas vezes na semana?
Com frequência, você fica constrangido por interromper outras pessoas,
deixando escapar comentários que gostaria de ter contido?
Você adia incubências necessárias quando há uma fila no banco, nos
correios, ou na caixa de supermercado?
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Atenção/Hiperatividade

Vamos imaginar que você tenha como meta eliminar 5 quilos, ao ver vários
pedaços de bolo, você tende a repetir ou "extrapolar" ao invés de segurar-se
para comer dentro do esperado?
Você gasta o seu salários finais de semana, ou com outras coisas que não tem
necessidade, quando gostaria de economizar para comprar outras coisas que
realmente precisa?
Como esses sintomas acima afetam a sua vida?
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Questões bônus:

1. Atualmente, você apresenta pelo menos seis dos itens acima (considerando
até o item 11)?
2. Eles ocorrem muito seguidamente em sua vida atual?
3. Você tem apresentado estes problemas há pelo menos seis meses
(considerando até o item 11)?
4. Eles se desenvolveram na infância e/ou adolescência? (antes dos 16 anos)
5. Seus sintomas atuais resultam em consequências adversas (prejuízos) em um
ou mais domínios importantes (educação, trabalho, relacionamentos sociais,
namoros, manejo financeiro, maneira de dirigir, etc.)?

OBS: essas perguntas não possuem como propósito realizar um diagnóstico,


apenas auxilia a pensar em mais detalhes, e seguir com um processo mais lúdico
e real.
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É muito frequente que o TDAH acarrete em uma (1) diminuição da inibição da


resposta, ou seja, de controlar alguns impulsos frente a determinados
comportamentos do cotidiano: isso pode levar alguns pacientes a tomarem
decisões de imediato, não esperar a sua vez em filas, resistir a distrações de
estímulos do ambiente externo e interno, evitar se engajar em tarefas que trarão
recompensas apenas no longo prazo (geralmente preferem recompensas a curto
prazo); (2) focar em tarefas não tão relevantes e de maneira excessiva enquanto
está tentando manejar uma demanda e/ou situação em particular: neste caso
pode haver inquietação, desorganização e alta necessidade de estar ativo, sendo
que a inquietação em adultos pode ser mais subjetiva (interno) do que corporal
(externo); (3) dificuldade em sustentar a atenção e ter pouca persistência em
emitir esforço na realização de tarefas: isso pode ocorrer por conta de um déficit
motivacional e com frequência as tarefas passam a se tornar aborrecedoras,
chatas, tediosas, repetitivas e demoradas, mesmo que ela seja importante. Pode
apresentar dificuldades em finalizar tarefas e já sentir necessidade de iniciar
uma outra sem ter finalizado a anterior.
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Atenção/Hiperatividade

Geralmente, de 15 a 50% superam o transtorno na vida adulta, mesmo tendo


apresentado os sintomas na infância. Isso ocorre pois ao longo do tempo
inserimos naturalmente algumas estratégias para lidar com nossas próprias
dificuldades.

É importante haver um manejo na alimentação, sendo recomendado o insumo


de açúcar ser controlado e manter uma dieta e estilo de vida mais saudável. Um
corpo saudável, é uma mente mais saudável ainda.

O diagnóstico e tratamento do TDAH é realizado com abrangência


interdisciplinar entre os profissionais da saúde, sendo os mais comuns: médicos,
psicólogos e fonoaudiólogos, em prol de que seja realizado uma boa avaliação
comportamental e educação frente ao manejo do transtorno para o paciente e
pessoas mais próximas dele.
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Subtipos do TDAH

O TDAH se abranda para três subtipos, havendo algumas diferenças na


predominância dos sintomas. Sendo eles:

1. Predominantemente hiperativo: se não tratado, pode vir a desenvolver


sintomas também de desatenção a longo prazo;
2. Predominantemente desatento: o tipo combinado se apresenta de forma
mais branda, e este subtipo prevalece em torno de 30% da população com
TDA;.
3. Combinado: sendo este o mais comum (em torno de 65% dos casos), é
quando o paciente apresenta tanto déficit na atenção, quanto sintomas
também hiperativos.
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Conheça o seu TDAH

Caso você tenha sido diagnosticado com TDAH, ou apenas tenha traços, pode
ser que passe um turbilhão de coisas agora em sua mente, dentre elas uma
grande preocupação. Por outro lado, agora você conseguirá embarcar em uma
nova vida onde saberá o que está acontecendo, e o que você pode fazer ao
acontecer. Agora você terá um passaporte para uma vida melhor, tendo
consciência de alguns fatores a buscar, como:
1. Medicação, para que seja realizado o manejo orgânico e biológico do seu
corpo, o/a auxiliando obter uma concentração e administração do seu
tempo mais robustas;
2. Estratégias para compreender seus pontos fortes;
3. Ferramentas que proporcionarão lidar com os pontos mais fracos;
4. Habilidades de enfrentamento que impulsionarão o manejo em sua vida;
5. Apoio de alguns pares como: familiares, profissionais da saúde e
colegas/amigos.
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Atenção/Hiperatividade

É muito importante que compreendamos as particularidades do seu TDAH, em


conjunto às preferências suas individuais. Será preciso “abraçar” e compreender
o novo diagnóstico, ao invés de tentar eliminar 100% os seus sintomas.
Estatisticamente, pacientes que acolheram e aceitaram a nova condição tiveram
tendência a aumentar a sua qualidade de vida e manejo dos sintomas.

O autoconhecimento permitirá que sejamos capaz de buscar ajuda quando


necessário, conversar sobre o assunto sem tabus, avaliar as possíveis adaptações
da rotina e ambiente necessárias a serem realizadas no trabalho e/ou em casa,
melhor adaptação à condição, e buscar estratégias de enfrentamento quando
preciso. A reestruturação dos pensamentos sobre si mesmo e dos outros
permitirá que dominemos alguns aspectos, incluindo críticas (e autocríticas), em
prol de manejarmos o diagnóstico.
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Atenção/Hiperatividade

Como eu disse anteriormente, o TDAH é uma condição neurológica e também


hereditária (os genes que se ativam a depender de como está o seu ambiente).

Agarre-se em ideias, pessoas e ambiente que o/a ajudam estrategicamente a


lidar, a fim de perceber em pontos fundamentais e fortes, do que àqueles que lhe
apontarão ser algo que “não sabe fazer”, pois não tem a ver com isso.
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Atenção/Hiperatividade

Tratamento medicamentoso

Estatisticamente, o uso do medicamento pode melhorar os sintomas de 50% a


65% dos pacientes que possuem o diagnóstico do TDAH, e ainda resultam em
melhorias substanciais em 20-30% dessa população. Os estudos que temos
atualmente já demonstram que as medicações são capazes de corrigir e/ou
melhorar as condições neurológicas do paciente. O medicamento atua na rede
sanguínea do corpo, e por conta disso o seu uso é continuamente.
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Atenção/Hiperatividade

Existem dois grupos de medicações: os estimulantes e os não estimulantes; os


metilfenidato (MPH) e a anfetamina (AMP), (vide figura na próxima página).

Não é recomendado que tome alguma medicação por conta própria, e sim
apenas através da recomendação do médico que o receitou, podendo ainda
assim, não ser definitiva. Lembre-se: quantidade não remete a qualidade; siga
sempre as orientações, caso contrário corre o risco de dessensibilizar o sistema
dopaminérgico, ocasionando ainda mais riscos a longo prazo.
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Atenção/Hiperatividade

Nome Genérico (nome


Duração da Atividade Apresentação da Medicação
comercial)

MPH (Ritalina) 3-4 horas Comprimidos (5, 10 e 20 mg)

Comprimidos (2,5; 5 e 10 mg; 2,5mg de Focalin


d-MPH (Focalin) 3-5 horas
equivale a5mg de Ritalina

MPH (Methylin) 3-4 horas Comprimidos (5, 10 e 20 mg)

Comprimidos (20mg; a quantidade absorvida


MPH SR (Ritalina SR) 3-8 horas (variável)
pode variar)

Comprimidos (10 e 20 mg; a quantidade


MPH (Metadate ER) 3-8 horas (variável)
absorvida pode variar)

Comprimidos (10 e 20 mg); comprimidos


MPH Methylin ER 8 horas mastigáveis (2,5 e 10 mg); solução oral
(5mg/5mL; 10 mg/5mL)

Cápsulas (20, 30 e 40 mg; podem ser


MPH (Ritalina LA) 8 horas
administradas por dispersão)

No Brasil, estão disponíveis apenas: ritalina, ritalina LA, concerta e venvanse).


Barkley & Benton, 2011.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Nome Genérico (nome


Duração da Atividade Apresentação da Medicação
comercial)

Cápsulas (20mg; podem ser administradas por


MPH (Metadate CD) 8 horas
dispersão)

MPH (Concerta) 12 horas Pílulas (18; 27; 36 e 54 mg)

d-MPH XR (Focalin XR) 12 horas Cápsulas (10, 20 e 30 mg)

AMP (Dexedrina) 4-5 horas Comprimidos (5mg)

AMP (Dextrostat) 4-5 horas Comprimidos (5 e 10 mg)

AMP (Dexedrina
8 horas Cápsulas (5, 10 e 15 mg)
Spansule)

Sais mistos de
4-6 horas Comprimidos (5; 7,5; 10; 12,5; 15; 20 e 30 mg)
anfetamina (Adderall)

No Brasil, estão disponíveis apenas: ritalina, ritalina LA, concerta e venvanse).

Barkley & Benton, 2011.


Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Nome Genérico (nome


Duração da Atividade Apresentação da Medicação
comercial)

No mínimo 8 horas (mas


Sais mistos de
pode durar muito mais Cápsulas (5; 10; 15; 20; 25 e 30 mg; pode ser
anfetamina (Aderall
tempo para alguns administrado por dispersão)
XR)
pacientes)

No mínimo 8 horas (mas


Dimesilato de
pode durar muito mais
lisdexanfetamina Cápsulas (20; 30; 40; 50; 60 e 70 mg)
tempo em alguns
(Vyvanse)
pacientes)

8-10 horas ou mais


(meia-vida de 5 horas
Atomoxetina no plasma, mas muito Cápsulas (10; 18; 25; 40; 60 e 80 mg)
mais tempo no sistema
nervoso central)

No Brasil, estão disponíveis apenas: ritalina, ritalina LA, concerta e venvanse).

Barkley & Benton, 2011.


Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Nome Genérico Nome Comercial Nome Genérico Nome Comercial

Ritalina Dexedrina

Focalin
Dextrostat

Metilfenidato Methylin Anfitamina

Adderall
Metadata

Vyvanse
Concerta

Barkley & Benton, 2011.


Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

O uso dos medicamentos tem seus prós e seus contras. Os prós seria a
estimulação do aumento da inibição, resistência à distração, capacidade de
sustentar a atenção em uma tarefa prioritária, e melhorar nos planejamentos. Os
contras são os possíveis efeitos colaterais que os medicamentos podem propiciar
a alguns pacientes, como insônia, perda de apetite, dores de estômago e cabeça,e
um possível aumento da ansiedade e agitação.

Existe também um medicamento da família dos não estimulantes, sendo muito


estudados em pessoas com TDAH, sendo ele o atomoxetina (strattera). No
início, ele era muito utilizado como antidepressivo, mas posteriormente foi
abandonado para tal causa, e começou a ser mais efetivo para tratamento em
pessoas com TDAH. Este medicamento impede que o neurotransmissor
noradrenalina seja recaptada por alguns neurônios quando liberada, permitindo
com que mais substâncias sejam liberadas fora da célula e otimizar maior
atuação de outros neurônios. Por conta disso, sua função é propiciar tratamento
para condições escassas em neurotransmissores.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Os medicamentos auxiliam na escassez de neurotransmissores que são


transportados pelo cérebro algumas mensagens, a fim de otimizar o
autocontrole. Para que essas intermediações mensageiras sejam possíveis, elas
precisam estar disponíveis nos neurônios. A medicação (anfetamina) bombeia a
dopamina, para que mais espaços sejam preenchidos no cérebro. Caso a situação
seja o manejo do excesso de dopamina, quem fará este trabalho é o
metilfenidato, que irá reduzir a carga desse neurotransmissor, mas ainda assim o
mantém relativamente alto conforme o realmente necessário.

Posto isso, é muito comum que o paciente com TDAH, após o uso do
medicamento, tende a acalmar-se, mesmo que a medicação seja um estimulante
dopaminérgico e de noradrenalina. Isso ocorre porque a qualidade é mais
importante que a quantidade, e por isso, há um aumento dos sinais elétricos
especialmente em regiões mais frontais.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Para encontrar a medicação correta para você, é interessante que seja antes
realizada uma entrevista (irei inseri-la de modo breve na tabela logo abaixo), e
também alguns exames médicos como: frequência cardíaca, pressão arterial e
avaliar outras possíveis medicações que já esteja ingerindo.

E lembre-se: tudo depende do local onde se instaura os déficits neurológicos do


seu TDAH (possível de serem avaliados através de uma avaliação
neuropsicológica em conjunto com aplicações de testes psicológicos e outras
entrevistas mais detalhadas).
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Sim Não Questão a considerar



1. Você já teve alguma reação adversa ou insatisfatória aos estimulantes?



2. Você nunca teve uma reação adversa ou insatisfatória a um agente noradrenérgico?

3. Uma reação imediata à medicação não é necessária para o controle urgente de seu

TDAH?



4. Você tem problemas com ansiedade ou depressão, além do TDAH?



5. Você tem algum transtorno de tique ou síndrome do Tourette?



6. Você sofre excessivamente de insônia ou tem dificuldade para dormir?

7. Você tem problemas significativos com impulsividade emocional, raiva ou conflitos com

outras pessoas no início da manhã?

8. Você tem alguma preocupação no que diz respeito ao uso de um estimulante




controlado (possivelmente em razão de publicidade negativa ou por potencial abuso dos
estimulantes)?

9. Você vai encontrar conflito ou hostilidade por parte de seus familiares se usar um

estimulante?
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Sim Não Questão a considerar

10. Seus médicos ou você estão preocupados com as dificuldades logísticas maiores com


o uso de um estimulante (visitas frequentes ao consultório, monitoramento constante e
elevados custos médicos associados)?

11. Você é um estudante universitário para quem o abuso recreacional, o furto, ou a



diversão pode ser um problema potencial?



12. Você tem histórico de abuso de substâncias?

13. Alguém que mora com você, como um membro de sua família imediata, tem um

histórico desse tipo?



14. Você já sofreu de insônia aguda no passado por tomar um estimulante?

15. Você já experienciou irritabilidade, raiva ou outros problemas comportamentais



significativos pela manhã, enquanto usava um estimulante?

16. Você já experienciou embotamento afetivo ou restrição anormal de expressão



emocional (apatia) devido ao uso de um estimulante?



Totais: Contagem total da quantidade assinalada de "sim" e "não".
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

OBS: caso você tenha majoritariamente respostas “sim”, considere abordar ao


seu médico a possibilidade de escolher a atomoxetina, antes do uso de um
estimulante. Caso o seu médico considere o diagnóstico de TDAH em primeira
mão, é provável que ele dê preferência a algum estimulante, porém, antes disso,
cabe realizar uma boa avaliação.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Posteriormente, é de extrema importância que seja feito um monitoramento do


tratamento. Ao encontrar a medicação que mais encaixa-se ao seu caso,
perceberá melhoras em diversos sintomas. Frente a isso, faça registros
diariamente do quão produtivo a mais você se sente, se está mais persistente em
manter atividades mesmo que entediantes, maior controle dos impulsos, está
o/a notando mais criterioso/a, organiza melhor seus pensamentos, conduz
conversas mais facilmente, cumpre mais promessas e suas emoções estão mais
controladas.

Preencha semanalmente a escala de acompanhamento dos sintomas do TDAH


que sua psicóloga lhe encaminhou.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Estratégias Comportamentais de Enfrentamento

Depois de obter o conhecimento orgânico e medicamentoso, é muito valioso


constituirmos formas mais comportamentais e cognitivas para o manejo do
TDAH, a fim de adquirirmos novos hábitos, e rompermos com os mais antigos
propiciados pelos sintomas do diagnóstico. Esses novos hábitos adquiridos é que
irão influenciar se em algum momento você não irá mais precisar utilizar o
medicamento.

De acordo com Barkley e Benton (2011), em seu livro “Vencendo o TDAH


Adulto”, os quais descrevem alguns passos e "regras" interessantes para lidar
com esses sintomas citados, em conjunto na readequação dos novos hábitos,
sugerem esses passos para auto análise, e como colocar estratégias úteis na
prática.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

1º - "Pare a Ação!"
O primeiro passo é referido como “Pare a ação!”: aqui você terá como objetivo
fazer uma breve pausa antes de tomar a sua decisão efetivamente. Por vezes, você
pode ser pego desprevenido pelos impulsos, e isso poderá trazer prejuízos
comportamentais e emocionais. Avalie da seguinte forma as áreas onde mais
você a identifica, que a torne um grande problema:

1. No trabalho? Onde e quando?


2. Nos relacionamentos afetivos? O que tipicamente acontece?
3. Nas conversas? Com quem - um amigo, parceiro, cônjuge ou outro ente
querido?
4. Quando você faz compras com um cartão de crédito? Que lojas e itens você
acha irresistíveis?
5. Quando você está atrás do volante de seu carro? Sempre ou apenas em
alguns itinerários ou em algumas situações?
6. Outro?
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Depois, na prática, vamos treinar o seguinte hábito:

1. Faça um breve exercício de respiração, inspirando e expirando lentamente.


Faça para si mesmo/a uma expressão pensativa e converse consigo
mesmo/a: “Deixe-me pensar sobre isso”; agora, enquanto tenta controlar
esses impulsos, coloca a mão em sua boca e/ou imagine uma chave invisível
para impedir que saiam as palavras.

a. Caso esteja em uma conversa com outras pessoas, realize o exercício da


imaginação, e ganhe tempo repetindo brevemente o que a outra pessoa
disse. Aqui está algumas sugestões: “Você quer saber sobre…”, “Você
está me pedindo para…”, “O que você quer que seja feito é…” e “Você
acha que…”;
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Tente treinar diariamente esse exercício. Naturalmente as outras pessoas já o


colocam em prática, pois o sistema motor de seus respectivos cérebros não
apresentam-se com tamanha rapidez ao dar “partida”. Esse exercício para eles
pode ser mais habitual, mas neste caso para o TDAH exige um pouco de treino e
pensamentos mais "conscientes" no início, pois demandará foco. Lembre-se: seus
hábitos atuais pode estar sendo guiado pelos impulsos.

1. Outra possibilidade é praticar mindfulness informal enquanto está falando,


movendo o seu foco atencional para a própria fala, e imaginar sendo como
uma pessoa que você admira muito e fala mais lentamente.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

2º - “Olhe para o passado, e depois para o futuro”


Pode ser que você se pegue recriminando-se por cometer o mesmo erro repetidas
vezes, e comparando-se com outras pessoas referente a isso. Por conta de haver
levemente um déficit na memória de trabalho, o que chamamos de “visão
retrospectiva” e “antevisão” antes de agir, ficam afetados. Isso não significa que
você não consegue visualizar as suas experiências passadas e ao mesmo tempo
“prever” o que pode acontecer no futuro a fim de tomar a melhor decisão no
presente, mas que geralmente ocorre após já ter agido de uma determinada
maneira.
O exercício atual envolve treinar a sua mente a realizar “retrospectivas” com
quaisquer objetos que tenha interesse no seu ambiente. Escolha esse objeto (TV,
celular, luminárias, cadeiras, lugares, etc) e tente se lembrar das outras vezes que
esteve com ele ou em situações no qual usufruiu dele. É como se fosse um treino
de “parar a ação”, e apenas observar essas retrospectivas, e imaginar o que
poderá fazer com ele futuramente. Treine esse exercício diariamente, tirando ao
menos 10 minutos do seu dia.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

3º - “Expresse o passado… e depois o futuro”


Aqui, você aprenderá a analisar a situação antes que decida sua atitude do
futuro, desenvolvendo regras para si mesmo/a acerca dos padrões de
acontecimentos do cotidiano. Mesmo que enxergamos as consequências das
nossas ações, pode ser que nossa atitude se repita, permanecendo apenas nas
reações automáticas. Em prol disso, há de reforçar a automatização destes novos
exercícios, para que o anterior seja substituído em algum momento. Respeite o
tempo do seu corpo.
'
1. A linguagem será a nossa aliada e principal ferramenta. Para aprendermos a
utilizar as nossas “linguagens mentais”, é interessante que utilizamos
palavras para descrevê-las, como se fosse uma conversa consigo mesmo/a. A
sua memória de trabalho verbal nada mais é do que a “voz da sua mente”, e é
sobre isso que esta etapa se refere. O objetivo aqui é enriquecer o seu
repertório visual de memórias, pois é isto que utilizamos ao planejarmos o
futuro.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Na prática, podemos nos imaginar sendo nossos próprios entrevistadores. Pense


em um objetivo seu, seja ele mais concreto ou abstrato, e comece a “discutir”
consigo mesmo/a, rotule este objetivo, descreva (e narre em voz alta se possível)
exatamente o que você está vendo com seus olhos e imaginações, e finalmente
estabeleça uma regra pessoal que o/a faça colocar em prática novamente quando
a mesma situação (ou em situações parecidas) ocorrer.

Quanto mais perguntas você fizer a si mesmo/a, melhor. Segue sugestões a


seguir:
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

1. “O que está acontecendo aqui?”


2. “Eu já estive antes em uma situação como esta?”
3. “O que é igual e o que é diferente?”
4. “O que eu fiz da última vez?”
5. “Essa é uma opção neste momento?”
6. “Há escolhas melhores?”
7. “Se eu decidir fazer X, o que vai acontecer?”
8. Eu vi X (uma pessoa que você admira) fazer isso? Se não, o que X fez em
situações semelhantes?
9. “Se minhas decisões se mostrarem ruins, como vou me sentir amanhã?”
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

4º - “Exteriorize as informações fundamentais”

Sabemos que não podemos confiar estritamente e apenas em nossa memória.


Parece clichê, mas criaremos aqui uma ferramenta que fará com que economize
energia psíquica, para ser utilizada em outros focos. É interessante que
organizemos dicas para nós mesmos/as de modo físico e à vista, principalmente
em situações mais difíceis.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Algumas formas de expressar fisicamente essas dicas são: utilizar um cartaz (ou post-
it) como ferramenta, escrevendo o que deseja (exemplo: posso colocar um post-it para
me lembrar de não navegar na internet em coisas aleatórias se não daquela que preciso
realmente fazer); um lembrete em sua carteira que o controle em suas compras,
questionando a si mesmo se realmente precisa realizar a compra; um cartão a si
mesma/a questionando se a “mini tarefa” (como um telefonema) realmente precisa ser
feito naquela hora, ou se depois; e outros possíveis estímulos visuais que deseja se
lembrar e/ou controlar.

Obter uma agenda (física ou digital) permitirá que você não se esqueça de seus
compromissos (como datas, promessas, encontros, prazos), e esteja ciente de que terá
um auxílio externo para lhe ajudar a lembrá-los. É recomendado que seja uma agenda
semanal e um lugar no qual você possa também listar as suas pequenas tarefas diárias,
e medi-las por prioridade.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade
5º - "Considere o futuro”
Conversamos até agora sobre a habilidade de evocar o passado e considerar o
futuro, em prol de planejar o comportamento do presente. No TDAH pode haver
algumas lacunas nesse planejamento e resolução de problemas. Em
consequência disso, o rumo ao destino pode “mudar” diversas vezes sem
perceber, necessitando de muito esforço para continuar em direção ao destino
principal. A auto conversa que aprendemos na etapa 3 pode ajudar a manter
dentro do trilho principal e desejado. Outra estratégia é imaginar o pior
resultado caso não complete o prazo da atividade e/ou meta.

Este aspecto pode influenciar nas circuitarias cerebrais envolvidas com


motivação, apresentando algumas dificuldades para permanecer focado em
algumas áreas específicas da vida, como: trabalho, escola, tarefas domésticas,
atividades comunitárias, relacionamentos, entre outros. Pergunte-se em qual
deles você considera apresentar menos motivação em realizar as tarefas. O
emocional nesse caso pode ficar um pouco mais abaixo da média, e por conta
disso, dificulta encontrar motivos para fazer o que é importante.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Pergunte-se: “como vou me sentir quando conseguir realizar isto?”. Primeiro,


visualize a situação; depois, verbalize a si mesmo/e; por último, permita-se
sentir. O foco nas consequências positivas lhe trarão mais tranquilidade do que
negativas. Faça um esforço consciente nesse momento, para nomear o
sentimento e senti-lo de fato: que sensação poderia ser esta?

“Todo comportamento direcionado para o futuro necessita de um motivo, e


todos os motivos (motivações) são consequência de suas emoções.” (Barkley &
Benton, 2011).
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

6º - “Decomponha o futuro… e o torne significativo”


A sensação de que o futuro está demasiadamente distante é muito comum de
ocorrer, e por conta disso, pode sentir que fica paralisado quando recebe um
prazo muito distante para realizar uma determinada tarefa, o percebendo como
mais complexo e ainda chegando a pensar que não o faria por conta. Para isso, é
interessante inserir alguns hábitos e estratégias para manejar a qualidade de seu
tempo.

Primeiro, fragmente em pequenas tarefas e/ou períodos ajudará a visualizar


melhor as etapas e o tempo que gastará para finalizá-lo. Caso seja uma atividade
a ser finalizada até o final do dia, o seu bloco poderá ser fragmentado de uma em
uma hora, ou de meia em meia hora. Caso tome de exemplo o grande nadador
Michael Phelps, poderá diminuir ainda de 15 em 15 minutos. Escreva cada etapa
que precisará ser feita, e segregue para cada bloco de horários. Com um
marcador de texto, grife a cada passo concluído. Se este prazo for de uma semana
e/ou mais, visualize o que precisa ser feito a cada dia e retorne à etapa anterior.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Visualizar como uma responsabilidade perante alguém pode também ajudar na


execução, uma vez que naturalmente somos seres que nos preocupamos com o
que o outro irá pensar de nós.

Recompense-se entre os blocos concluídos. Busque uma água, um café, pratique


algum instrumento musical por 10 minutos de pausa, e/ou qualquer outra coisa
de sua preferência. Caso tenha uma outra pessoa em terceiro auxiliando,
convide-o/a frente a sua conquista.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

7º - “Torne os problemas externos, físicos e manuais”

Considere aqui “problemas”, tudo que demandará uma solução e/ou


planejamento para solucionar alguma demanda. Esse manejo pode ser
desafiador, visto que para algumas coisas é improvável que seja possível resolver
algum problema apenas “mentalmente”, uma vez que nosso cérebro é um órgão
muito “caro” e que mais utiliza como recurso a economia de energia pois precisa
funcionar a cada milésimo. Quem coloca em prática essas habilidades “mentais”
é o nosso sistema de memória de trabalho não verbal e verbal, que por vezes
ficam mais enfraquecidas e um tanto quanto desafiadoras.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Frente a isso, as estratégias deste etapa se referem a “externalizar” o


planejamento, explorar mais sentidos do seu corpo para além da imaginação,
uma vez que ela é “cara” e com mais probabilidade de desorganização. É
interessante que seja inserido estímulos visuais, que o possibilitam manipular
fisicamente o planejamento, a fim de questões de cunho emocional não
interrompam o seu trabalho, e a frustração não o desanime de continuar
tentando.

Pense: você se considera um aprendiz visual (que precisa ver o seu material),
auditivo (que precisa ouvi-lo), tátil (que precisa tocá-lo), e/ou cinestésico (por
meio do movimento físico)?

Sempre que puder, utilize de ferramentas físicas, e as manipule o máximo


possível.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

8º - “Tenha senso de humor!”

Todos temos imperfeições aos olhos de outro alguém com outras imperfeições.
Às vezes, o seu TDAH irá agir e algumas pessoas poderão a ver como “algo
errado”, mas você saberá, que é apenas o seu TDAH agindo, assumirá isso, terá
compaixão contigo mesmo/a, saberá explicar como ele agiu, se desculpará e não
responsabilizará essas outras pessoas; dá próxima vez, terá ganho mais repertório
e não repetirá o que pode ter ocorrido.

Nesta etapa, o autor sugere encarar os entrelaços com o humor de “brincadeira”,


e assim os outros também o levarão. Você poderá errar diversas vezes, mas não
precisa manter-se apenas com seriedade e rigidez, conheça o seu TDAH e,
principalmente, acolha-o.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

Para cumprir com as etapas e não esquecer-se delas, a página seguinte é


composta resumidamente com os 8 passos descritos, imprima e/ou escreva em
lugares onde você o visualize diariamente. Agora, você conhece melhor o seu
diagnóstico, o qual trabalharemos em conjunto e dentro de suas próprias
particularidades, limitações e facilidades.
Cartilha: Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade

REGRA UM: Pare a Ação! REGRA CINCO: Considere o futuro


(Ganhe tempo antes de agir) (Permaneça motivado)

REGRA DOIS: Olhe para o passado... e REGRA SEIS: Decomponha o futuro... e o


depois para o futuro torne significativo
(Veja o que está por vir) (Traga o futuro para bem mais perto de
você)
REGRA TRÊS: Expresse o passado... e
depois o futuro REGRA SETE: Torne os problemas
(Analise antes de decidir; desenvolva regras externos, físicos e manuais
para o futuro) (Simplifique a resolução dos problemas)

REGRA QUATRO: Exteriorize REGRA OITO: Tenha senso de humor


informações fundamentais (Aceite suas imperfeições e vá em frente
(Confie em algo mais do que a sua com sua vida)
memória)

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