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FASURGS – Faculdade da Área da Saúde do Rio Grande do Sul

Curso de Psicologia
Disciplina: Teoria Cognitivo-comportamental
Professora: Karine Cabreira Bona
Aluno: Lucas Henrique Freitas Chaves
2022/I

Atividade II – Referente ao capítulo 3 do livro Teoria cognitivo-


comportamental: Teoria e prática

O MODELO COGNITIVO

A TCC (terapia cognitivo-comportamental) está baseada no modelo de cognitivo


sendo parte da hipótese de que as emoções, comportamentos e fisiologia do ser humano
acabam sendo influenciados pelas percepções que se tem. Como por exemplo:
Situações/eventos, pensamentos automáticos, reações (emocionais, comportamentais e
fisiológicas). Não sendo então a situação o determinante para o que a pessoa sente, mas
sim como é interpretado.
Podemos ter como um exemplo o local de trabalho aonde o chefe realiza uma
reunião sobre reclamações das rotinas do trabalho e as falas são interpretadas de formas
diferentes pelas por cada um do grupo, tendo respostas emocionais e comportamentais
diferentes da mesma situação, tendo como base o que está passando em suas “cabeças
(mentes)”. Um funcionário na reunião pode achar que as falas do chefe todas são
direcionadas sobre a sua rotina enquanto outro pode achar que nada do que está sendo
falado sobre a sua rotina, enquanto um terceiro já acha que algumas coisas são sobre a
sua rotina.
Um exemplo simplificado é quando estamos realizando uma leitura, podendo ser
notado dois níveis no que pensamos. Parte da mente acaba focando nas informações
lidas – pois estamos tentando entender as informações e outra parte estamos tendo
pensamentos rápidos e considerados avaliativos sendo esses chamados de pensamentos
automáticos que surgem de forma espontânea e geralmente de forma rápida e breve que
por muitas vezes nem são percebidos, não sendo nem questionados. Mas tem forma para
poder aprender como identificar esses pensamentos se questionando em determinada
situação conseguindo ter uma interpretação de uma situação e vendo que por exemplo
sua interpretação não está certa, provavelmente vai ter uma resposta diferente do seu
humor e as reações fisiológicas acabam diminuindo.
CRENÇAS
Na infância as crianças desenvolvem algumas ideias sobre si mesmas e sobre
outras pessoas e o seu mundo. Sendo as crenças centrais/nucleares, que são
compreensões de gerações e que acabam sendo de importância e estabelecidas, mas que
por muitas vezes não são articuladas para si mesmo, considerando essas ideias até como
verdade absoluta como por exemplo, usar em fala – “É como as coisas são”, “É por isso
que tem que ser assim...”
Um leitor que ao realizar uma leitura e por não conseguir entender,
frequentemente apresenta uma preocupação quando tem que realizar uma nova tarefa
por exemplo: Quando tem que aprender a mexer em um celular novo, descobrir como
montar um móvel que comprou desmontado ou ter que resolver algum problema com o
cartão de crédito, pois ele parece ter uma “crença “nuclear – “Eu sou incompetente”.
Essa crença pode ser que opere apenas quando a pessoa está em um estado depressivo,
ou pode ser ativada a maior parte do tempo, tendo esse “pensamento” várias vezes na
sua rotina. Quando esse leitor percebe a sua dificuldade ao entender a leitura, ele não
considerou que outras pessoas inteligentes e competentes poderiam não entender
completamente o material na primeira-leitura, não levou em consideração a
possibilidade de que o autor poderia não ter apresentado o material adequadamente ou
de que não é uma leitura escrita nos tempos atuais, ou de uma forma que fosse de fácil
compreensão. O mesmo não considera também que a dificuldade de entendimento a
leitura pode ser devido a sua falta de concentração em vez da falta de capacidade
mental, esquecendo até mesmo as dificuldades iniciais de quando tem que realizar algo
novo ou até mais difícil do que já estava acostumado a realizar, mas que tem um bom
domínio sobre o assunto.
Como foi ativada a sua crença de “incompetência”, assim foi interpretado
automaticamente a forma altamente negativa e autocrítica, sendo sua crença mantida,
mesmo que incorreta e disfuncional. O que acaba sendo importante observar que não é
proposital, não é de uma forma que ele quer processar essas informações, mas está
ocorrendo de maneira automática.
ATITUDES, REGRAS E PRESSUPOSTOS
As crenças acabam influenciando de maneira direta o desenvolvimento de uma
classe intermediária de crenças como em atitudes, regras e pressupostos
(frequentemente não articulados). Ainda utilizando o exemplo do leitor, o mesmo tendo
como crença intermediária como atitude o quanto é negativo falhar, como regra tendo
que se o desafio for muito grande. Como pressupostos o pensamento de se tentar algo
difícil, irá falhar, e evitando vai ficar bem. Essas crenças influenciam de maneira direta
como a pessoa vai pensar, sentir e se comportar.
RELAÇÃO ENTRE COMPORTAMENTO E PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
Podemos dizer que a ordem da hierarquia da cognição são: Crenças nucleares,
pensamentos intermediários (regras, atitudes, pressupostos), situação, pensamentos
automáticos, reação (emocional, comportamental, fisiológica).
Quando se tem uma situação específica, o que influencia na percepção da pessoa
são as crenças subjacentes, e acaba expressando pelos pensamentos automáticos em
situações específicas. São esses pensamentos que acabam influenciando a reação
emocional além de comportamental e também fisiológica.
Um Modelo Cognitivo Mais Complexo
Pode ser observado que a sequência da percepção de diferentes situações leva
aos pensamentos automáticos, e esses influenciam a reação da pessoa, sendo por vezes
uma supersimplificação, pois os pensamentos, o humor, comportamento, fisiologia e o
ambiente podem afetar uns aos outros, as situações que podem desencadear são:
Eventos específicos (receber uma advertência no trabalho). Um fluxo de pensamentos
(pensar em não se atrasar no trabalho ou pensamentos intrusivos). Uma lembrança (ter
recebido uma advertência no trabalho no passado. Uma imagem (a cara de
reprovação/negação do chefe). Uma emoção (como notar como é intensa a própria
disforia). Um comportamento (ficar deitado no sofá). Uma experiência fisiológica ou
mental (observar o batimento cardíaco rápido ou até mesmo o pensamento ficando
lento).
Temos que saber conceituar as dificuldades do paciente em termos cognitivos
para determinar como conduzir na terapia principalmente em um problema ou objetivo
específico, pensamento automático, crenças ou comportamento, qual a técnica escolher,
como melhorar a relação terapêutica e se colocar no lugar do paciente para desenvolver
a empatia pelo o que ele está passando.
Exemplo:
Lisi fica sempre nervosa no hospital em que trabalha pois quando aparece algum
problema (evento específico) que ela teria que ajudar a resolver, ela já pensa que não é
competente (crença nuclear), nisso ela lembra que na adolescência quando apareceu um
problema pessoal sua mãe disse para ela que ela não era capaz de resolver, nisso ela
acaba tendo o pensamento que é terrível falhar (atitude), então ela começou ter o
comportamento de se distanciar do problema com o pensamento que deve desistir
quando aparecer alguma situação difícil, pois ela tem o pensamento que não vai dar
conta. (pressupostos). Tendo como pensamento que a situação é muito difícil e se sente
incapaz e que nunca vai conseguir resolver um problema sozinha (pensamento
automático).
Referências:
BECK, Judith S. Terapia cognitivo-comportamental: Teoria e prática. 2 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2013.

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