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Criação da Terapia Cognitiva-

Comportamental
A Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) foi criada na década de 60, pelo psiquiatra
Aaron Beck, a partir das insatisfações que ele possuía com as teorias da época sobre a
depressão. Beck começou a reparar que seus pacientes com depressão apresentavam
pensamentos negativos e distorcidos sobre si mesmos, sobre o mundo e sobre os outros.

Em busca de uma solução, Beck trabalhou para estruturar um modelo cognitivo da


depressão, que resultou no livro Terapia Cognitiva da Depressão. Essa terapia de curta
duração, é voltada para o presente e busca solucionar problemas atuais, por meio da
modificação de pensamentos e comportamentos considerados inadequados e/ou inúteis.

Teoria central da TCC


A ideia central da TCC é que ao mudar as crenças básicas do paciente sobre si mesmo, seu
mundo e as outras pessoas; é possível alterar o modo como ele se sente, seus humores e
seus comportamentos. Sendo assim, essa abordagem pode ser exemplificada assim:

Situação / Evento

Pensamentos automáticos / Crenças

Reações

(emocionais, comportamentais e fisiológicas)

Isso significa que a Terapia Cognitiva-Comportamental tem como base o modelo cognitivo.
Ou seja, acredita que a emoção e o comportamento são influenciados pela forma como o
indivíduo interpreta os acontecimentos.

Por exemplo: se um funcionário é chamado até a sala do seu chefe, durante a caminhada
até a sala, ele tem pensamentos como:

 “Eu fiz alguma coisa errada”;


 “Eu entreguei o relatório para ele, mas eu deveria ter feito isso mais rápido”;
 “Eu sou incompetente”;
 “Eu vou ser demitido”.

É possível imaginar que, ao fazer a caminhada com esses pensamentos, o funcionário


comece a sentir o coração acelerado, as mãos trêmulas e suadas, a respiração rápida,
ansiedade, e pode chegar até ao ponto de começar a conversa com um pedido de
desculpas para o chefe. No entanto, é possível que o chefe tenha chamado o funcionário
para fazer um elogio sobre o bom trabalho que tem realizado, para fazer um novo pedido
ou pontuar algum erro.

Esses pensamentos automáticos e as crenças que as pessoas têm pré-estabelecidas em


suas mentes fazem com que elas se distanciem do contexto e tornem a experiência
negativa, gerando comportamentos e respostas emocionais e fisiológicas que geram
desconforto.

Como funciona o TCC na prática?


O primeiro passo do processo terapêutico é identificar os pensamentos automáticos e
avaliar a validade dos pensamentos. Usando o exemplo anterior: a sensação
desconfortável de caminhar até a sala do chefe demonstra que há medo, então na análise,
o psicólogo e o paciente entenderão se esse pensamento tem fundamento ou não.

Se identificado que é uma interpretação errônea da situação (por exemplo: que não há
nenhum motivo para o paciente achar que o chefe o chama por causa de uma má
performance no trabalho), a terapia terá como foco corrigir esse comportamento com
pensamento adaptativo. Desse modo, quando o paciente viver uma situação igual ou
similar, seu humor será diferente do experimentado anteriormente, seu comportamento
será mais funcional e as reações fisiológicas serão reduzidas.

Em seguida, o psicólogo tende a ensinar o paciente a identificar as cognições negativas


e distorcidas. Essas podem ser desde crenças pré-estabelecidas pela forma de criação e/ou
do ambiente em que se está inserido, até pensamentos automáticos, influenciados pela
maneira que o paciente enxerga o mundo. Dessa maneira, ele é capaz de encarar os dados
negativos de modo mais realista e adaptativo. Outra parte importante da terapia é ajudá-lo
a identificar e processar os dados positivos de forma clara e direta.

Conclusão
De modo geral, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem
psicoterapêutica:

 Estruturada;
 Diretiva;
 De prazo limitado;
 Utilizada como tratamento de escolha para uma variedade de transtornos
psiquiátricos.

A TCC se fundamenta na crença de que o afeto e o comportamento de um indivíduo são em


grande parte determinados pelo modo como ele estrutura o mundo em sua mente. As
cognições do sujeito se baseiam em atitudes ou pressuposições desenvolvidas a partir
de vulnerabilidades biológicas e experiências que ele teve ao longo de sua vida.

Dessa forma, as técnicas terapêuticas dessa abordagem visam identificar e testar reações
distorcidas dos pacientes, guiando-os para a construção de comportamentos mais
funcionais a sua realidade.

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