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TCC TRANSTORNOS DEPRESSIVOS

“O modelo cognitivo de Beck para a depressão pressupõe dois elementos básicos:


a tríade cognitiva e as distorções cognitivas.
A tríade cognitiva consiste na [1] visão negativa de si mesmo, na qual a pessoa tende a
ver-se como inadequada ou inapta (por exemplo: ‘Sou uma pessoa chata’, ‘Sou
desinteressante’, ‘Sou muito triste para gostarem de mim’); na [2] visão negativa do
mundo, incluindo relações, trabalho e atividades (por exemplo: ‘As pessoas não
apreciam meu trabalho’), e na [3] visão negativa do futuro, o que parece estar
cognitivamente vinculado ao grau de desesperança. Os pensamentos mais típicos e
expressões verbais sobre a visão negativa do futuro incluem: ‘As coisas nunca vão
melhorar’, ‘Nunca vou servir para nada’ ou ‘Nunca serei feliz’…
As distorções cognitivas, compreendidas como erros sistemáticos na percepção e no
processamento de informações, ocupam lugar central na depressão.
As pessoas com depressão tendem a estruturar suas experiências de forma absolutista e
inflexível, o que resulta em erros de interpretação quanto ao desempenho pessoal e ao
julgamento das situações externas.”
Intervenções A partir da hipótese de trabalho e para alcançar a quebra do ciclo de
manutenção dos sintomas depressivos, foram utilizadas algumas intervenções,
destacando-se:
Psicoeducação: Com exemplos trazidos pelo paciente, foi-lhe explicado seu
funcionamento, o modelo cognitivo da depressão e o ciclo de redução de atividades.
Assim, ele percebeu a importância de mudar seus comportamentos para que novas
recompensas pudessem surgir, incluindo mudanças em sua forma de pensar e sentir.
Quadro de atividades: Foi feito um levantamento de atividades que pudessem
fornecer ao paciente o senso de prazer e/ou satisfação, e essas foram inseridas em sua
rotina de modo gradativo.
Lista de prazer e satisfação: Foi elaborada uma lista de prazer e satisfação nas
atividades que desempenhava em seu dia a dia. Inventário de custos e benefícios: Análise
sobre as atividades que realizava e/ou deixava de realizar em seu dia a dia e o quanto se
beneficiava e/ou se prejudicava com isso.
Registro de pensamentos e crenças automáticas disfuncionais: Ao registrar
seus pensamentos disfuncionais, o paciente pôde perceber de forma mais evidente seus
padrões de pensamento e compreender melhor o quanto determinados comportamentos
afetavam de forma direta suas cognições e seu humor.
Avaliação de pensamentos e crenças automáticas disfuncionais: Ao avaliar os
pensamentos e crenças, o paciente pôde identificar sua utilidade e sua veracidade,
chegando a formas alternativas de interpretação sobre essas situações. Para isso foram
utilizados: inventário de vantagens e desvantagens de manter a crença/pensamento,
técnica da seta descendente, minuta de crenças, continuum cognitivo e treino de resolução
de problemas

TCC PARA TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICO

O TEPT é uma psicopatologia que pode surgir em resposta a um evento


traumático, real ou imaginário, que tem um impacto emocional significativo e
desencadeia uma série de consequências psicológicas e neurobiológicas.
O objetivo da TCC é "colocar o trauma no passado". Para isso, a memória
traumática precisa ser elaborada e contextualizada; interpretações distorcidas que ajudam
a manter o medo precisam ser modificadas e estratégias de enfrentamento devem ser
corrigidas.
TÉCNICAS DA TCC:
• PSICOEDUCAÇÃO
• TÉCNICAS DE MANEJO DA ANSIEDADE: RELAXAMENTO MUSCULAR
E CONTROLE DE RESPIRAÇÃO. (RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA;
RESPIRAÇÃO MUSCULAR). TÉCNICAS AUXILIARES QUANDO O
PACIENTE EXPERIMENTA FORTES AUMENTOS DE ANSIEDADE.
ENTRETANTO, SEM A AUTO-INSTRUÇÃO E A VARIAÇÃO DO
REPERTÓRIO NÃO GARANTEM POR SI SÓ A EFICÁCIA TERAPÊUTICA.
• DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA- EXPOSIÇÃO PROLONGADA:
EXPOSIÇÃO IMAGINÁRIA, EXPOSIÇÃO IN VIVO E REESTRUTURAÇÃO
COGNITIVA
As possibilidades de tratamento vão desde o individual ao tratamento grupal.
Algumas situações devem ser tratadas individualmente conforme a experiência vivida
pelo paciente, no entanto, há vantagens no tratamento em grupo para vítima de TEPT,
tais como: diminuir a sensação de isolamento; fornecer apoio social; ajudar a confirmar
e normalizar sentimentos em relação ao trauma; compartilhar técnicas de manejo e
enfrentamento; proporcionar um ambiente seguro para o desenvolvimento de vinculação
afetiva; e poder ajudar aos participantes a atribuir significado diferente ao evento
traumático. Ito & Roso19 apontam ainda como vantagens de se trabalhar em grupoterapia,
a reintegração social, a substituição da atitude passiva, de vitimização, para uma atitude
ativa, de sobrevivente, facilitando o modo de lidar com o problema.

TCC PARA TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO


O transtorno obsessivo-compulsivo caracteriza-se pela presença de obsessões
associadas ou não a compulsões. É uma condição psiquiátrica que afeta
significativamente a vida do indivíduo. As obsessões são “pensamentos, impulsos ou
imagens que causem ansiedade ou aflição intensa”. As Compulsões são “ações explicitas
(comportamentais) ou implícitas (mentais) realizadas como tentativa de reduzir a aflição
causada por obsessões ou por regras rígidas”.
Definição de metas
➢ O terapeuta e paciente definem metas para o tratamento;
➢ Importante a elaboração da lista de sintomas e a avaliação quanto a sua gravidade;
➢ Interfere na escolha das tarefas de EPR (Exposição e prevenção de resposta).
Exposição e prevenção de resposta (EPR)
➢ Uma das técnicas mais eficazes para o TOC;
➢ Paciente é exposto de modo gradual a situações que desencadeiam os sintomas;
➢ Objetivo de ajudar o paciente a aprender controlar a ansiedade;
➢ O terapeuta orienta e apoia o paciente durante o processo, ajudando-o a
desenvolver estratégias para lidar com a ansiedade.
A reestruturação cognitiva é outra técnica usada na TCC para o TOC.
Também são utilizados:
➢ O questionamento socrático.
➢ Cartão de enfrentamento.
➢ A seta descendente.
➢ O exame das vantagens e desvantagens.
➢ Experimentos comportamentais.
6. A TCC para o TOC também pode envolver o treinamento em habilidades de
relaxamento e estratégias de enfrentamento para ajudar o paciente a gerenciar a
ansiedade e lidar com situações estressantes que podem desencadear os sintomas
do TOC.
➢ Técnicas de respiração.
➢ Imagens mentais.
➢ Relaxamento progressivo.
➢ Monitoramento e prevenção de recaídas:

TÉCNICAS UTILIZADAS PELA TCC PARA O TRATAMENTO DOS


TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
• Questionamento socrático, que se trata de uma série de perguntas realizadas ao paciente com
o objetivo de trazer informações à consciência e, até mesmo, identificar crenças centrais –
aquelas noções mais arraigadas que temos sobre nós mesmos, os outros e o futuro.
• O registro de pensamentos também é uma técnica bastante comum, especialmente no início
da terapia, usada para entendermos um pouco sobre a forma do paciente de funcionar. Esse
registro consiste de uma planilha de automonitoramento entregue ao paciente, onde este irá
registrar situações de seu cotidiano, relacionando o momento vivenciado ao pensamento que
passou por sua mente, as emoções experimentadas e o comportamento adotado.
• A programação de atividades, similar à técnica anterior, permite ao paciente programar
atividades prazerosas em sua rotina, passando a realizar atividades diárias que lhe tragam
recompensas, aumentando sua sensação de autoeficácia e busca por outras atividades que lhe
deem prazer.
• Por fim, a resolução de problemas é uma técnica que visa tornar disponível uma variedade de
respostas para lidar com uma situação problemática. A partir da identificação do problema
são geradas algumas soluções possíveis, avaliadas as consequências de cada opção e
escolhidas as opções a serem colocadas em prática pelo paciente, avaliando por fim os
resultados obtidos. O OBJETIVO NÃO É TER PENSAMENTO POSITIVO, E SIM QUE A
PESSOA PASSE A CONSIDERAR O MAIOR NÚMERO DE ÂNGULOS POSSÍVEIS DE
UM DETERMINADO PROBLEMA.
TCC PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
• A TCC para o tratamento das crianças, envolve atividades práticas, concretas e divertidas.
As intervenções são lúdicas e motivacionais, para que a criança se sinta em um ambiente
acolhedor para explorar seus sentimentos, pensamentos e experiências através das
brincadeiras. Para isso é essencial compreender as fases do desenvolvimento cognitivo
da criança, a depender da idade, trabalhar ideias mais complexas e concretas (BARBOSA
E ANDRADE,2022)
• A Ludoterapia, que se traduz na utilização de recursos lúdicos dentro da terapia infantil,
é eficaz, pois é um meio encontrado para expressão das emoções e assim possibilita o
desenvolvimento de estratégias de enfrentamento saudáveis. Além disso, os terapeutas
também trabalham com os pais para fornecer orientação e suporte, pois desempenham
um papel importante no progresso terapêutico das crianças. (GADELHA e MENEZES,
2004)
• TÉCNICAS:
o Baralho das emoções- A técnica consiste em um baralho de 24 cartas, cada
uma contendo a expressão de uma emoção. Inicialmente são incluídas seis
cartas com as primeiras emoções experimentadas desde os primeiros anos de
vida, ao longo da dinâmica novas cartas surgem, contendo emoções mais
complexas presentes no desenvolvimento da criança.
o Relógio dos Pensamentos/Sentimentos - O paciente irá desenhar pequenos
rostos representando as respectivas emoções e substituir os números por eles.
O ponto central da técnica é ajudar a criança a perceber e entender seus
sentimentos e demonstrar que suas emoções variam e passam, semelhante as
horas.
o Psicoeducação- é uma técnica que busca orientar o paciente quanto o seu
funcionamento, diagnóstico, sintomas e o tratamento a ser adotado, com
crianças menores é possível o uso de uma Psicoeducação Indireta - a
Psicoeducação diretiva também pode ser utilizada, desde que mantenha o
caráter lúdico da infância.
o Resolução de problemas - pode ser utilizada em pacientes adultos, podendo
ser adaptada para a utilização com as crianças. Consiste em especificar um
problema, projetando soluções variáveis e assim selecionar uma solução,
seguindo de sua implementação e avaliação de efetividade
o Técnicas do relaxamento: - muito úteis em pacientes ansiosos. Os pacientes
são levados a tensionar e relaxar diferentes músculos por vez.
o Treino de respiração diafragmática - muito úteis em pacientes ansiosos.- os
pacientes são levados a tensionar e relaxar diferentes músculos por vez.
o Técnica de Exposição Graduada -para se utilizar em crianças, metáforas
podem ser incorporadas. Primeiro se define a meta, depois a divide em um
"passo a passo". O profissional explica a criança que ela irá passar por cada
etapa gradualmente até chegar no objetivo
o Economia de Fichas- possui o objetivo de auxiliar as crianças a aumentarem
os comportamentos adequados. A técnica consiste em um sistema de pontos e
recompensas, em que primeiro selecionam-se os comportamentos desejados e
quando a criança emitir esse comportamento, ela recebe fichas com os pontos
relativos.
TCC PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES
A terapia cognitivo-comportamental atua em fatores cognitivos, emocionais e
comportamentais. Assim, compreende o transtorno alimentar de maneira global e oferece
uma intervenção objetiva e orientada por metas. Ela pode ser utilizada no formato
individual ou em grupo, a depender da demanda de cada paciente.
O atendimento clínico é desenvolvido por meio de três etapas, sendo que na
primeira fase o objetivo é envolver o paciente no processo, explicando a ele sobre as
características do transtorno alimentar e estabelecendo as metas de avaliação do peso e
de um padrão regular de alimentação.
A segunda fase é marcada pela reestruturação cognitiva. Aqui o objetivo é identificar e
modificar as crenças irracionais que mantêm o transtorno alimentar.
Na terceira etapa, paciente e psicólogo vão retomar as conquistas anteriores e traçar
um plano de prevenção de recaídas. Um fator indispensável para o sucesso do tratamento
é a relação terapêutica. Para que o paciente se comprometa com a psicoterapia e confie
no profissional, é importante ter uma atitude empática e responder às dificuldades e
necessidades dele. Na TCC, terapeuta e paciente têm participação ativa na identificação
dos problemas e na seleção das estratégias de enfrentamento.
TCC PARA VÍCIOS
Os transtornos aditivos geralmente são relacionados à dependência química de
substâncias como álcool, nicotina e outras drogas. No entanto incluem diferentes tipos de
vícios, como em jogos de azar, internet e aparelhos eletrônicos, compras, exercícios
físicos, sexo, comida e até mesmo trabalho. Para o tratamento de todos eles, a terapia
cognitivo-comportamental tem demonstrado eficácia.
A terapia cognitivo-comportamental tem se mostrado eficaz no tratamento dos
transtornos aditivos, inclusive evitando episódios de recaída. Essa abordagem da
psicologia considera que os sintomas emocionais, fisiológicos e comportamentais
prejudiciais são resultados da forma como as pessoas interpretam as situações, ou seja, de
suas distorções cognitivas.
Portanto, para auxiliar os pacientes a lidarem com seus vícios, a TCC visa mudar
seus sistemas de significados por meio de uma reprogramação mental. Consiste em
transformar os pensamentos disfuncionais em crenças saudáveis e positivas que auxiliam
os pacientes a lidarem com a adicção.
A terapia cognitivo-comportamental contribui na superação dos transtornos
aditivos ajudando o indivíduo a eliminar crenças falsas e inseguranças que levam ao abuso
de substâncias, fornecendo ferramentas para melhorar seu humor e para identificar e
controlar gatilhos. Trata-se de uma abordagem prática para resolver problemas e é
considerada uma forma de tratamento de curto prazo. É elaborada em torno do paciente
e não o contrário. A personalidade e as necessidades individuais específicas são o que
alimenta a personalização da TCC para cada pessoa.
TÉCNICAS
Entre as principais técnicas da terapia cognitivo-comportamental usadas no
tratamento dos transtornos aditivos, está a identificação de pensamentos automáticos, que
pode ser feita através do registro diário de pensamentos disfuncionais.
Também entre as técnicas, constam o questionamento socrático, a verificação da
veracidade dos pensamentos, a identificação de alto risco, a entrevista motivacional,
o treinamento de habilidades sociais, o treinamento de autocontrole, assertividade e
relaxamento, assim como o manejo de estresse, depressão e ansiedade. Tais técnicas
podem ser praticadas nas seções individuais ou em grupo e em casa.
FERRAMENTAS
Atividades terapêuticas lúdicas também podem ser utilizadas como ferramentas
no tratamento de casos de pacientes adictos, seja para psicoeducação, seja para o treino
de habilidades de tolerância ao mal-estar.

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