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Técnicas Específicas e

Conceitualização de Caso.
Andrea Vannini Santesso Caiuby
andreacaiuby@cetcc.com.br

Especialização e Formação em Terapia Cognitivo –


1
Comportamental aplicada a Infância e adolescência
Resenha
da aula
Terapia Cognitiva-Comportamental
Modelo Cognitivo
Conceitualização de Caso
Formulário de Conceitualização de caso
Técnicas Elementares
para avaliar os PAs e crenças.
Exercício de Formulação de Caso Clínico
Exercício de Anotação de Sessão
TCC aplicada a Infância e Adolescência
Terapia Cognitivo-comportamental

Aaron T. Beck desenvolveu um


terapia estruturada, de curta
duração, focada no momento
presente, direcionada para a
solução dos problemas atuais e as
modificações de pensamentos e
comportamentos disfuncionais.

(Beck, 2013)

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Terapia Cognitivo-comportamental
• OBJETIVOS da TCC:
– Auxiliar a viver de forma mais adaptativa e saudável a
realidade própria e a do meio em que se encontra;
– Facilitar a identificação e auxiliar a modificação dos
pensamentos e crenças disfuncionais (distorções
cognitivas), prevalentes nos mais variados transtornos;
– Reestruturar e corrigir pensamentos distorcidos e
colaborativamente desenvolver soluções pragmáticas
para produzir mudança e melhorar transtornos
emocionais.

TCC aplicada a Infância e Adolescência


TCC – Modelo Cognitivo
Modelo cognitivo:

• Propõe: a percepção/ interpretação que o sujeito faz do mundo

(eventos) influência as emoções, comportamentos e reações fisiológicas.

• A maneira como os indivíduos percebem e processam a realidade

influenciará a maneira como eles se sentem e se comportam.

• Tríade Cognitiva:

– O que pensa a respeito de si;

– O que pensa sobre o outro;

– E o que pensa a respeito do mundo.

TCC aplicada a Infância e Adolescência


TCC – Modelo Cognitivo

• Modelo cognitivo:
• Os pensamentos MODULAM e MANTÊM emoções e comportamentos;
• Papel mediador da cognição: há sempre um processamento cognitivo e
avaliação de eventos internos e externos que impacta na resposta aos eventos;
• A TCC identifica e trabalha com 3 tipos de pensamentos (esquemas cognitivos):
– Crenças Centrais;
– Crenças Intermediárias;
– Pensamentos Automáticos.
Os esquemas evoluem para facilitar a adaptação das
pessoas ao ambiente no qual estão inseridos.

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TCC – Modelo Cognitivo

Aaron Beck e a eficácia da TCC.

https://www.youtube.com/watch?v=3CWBVou4VC0

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TCC – Modelo Cognitivo
Crenças Centrais
• Crenças centrais: compreensões duradouras e fundamentais, compostas
por ideias absolutistas, rígidas e globais, geradas por experiências ainda na
infância (crenças disfuncionais);

• Mesmo que latente ou inativo as crenças centrais são ativados por


situações análogas àquelas experiências que o produziram;

• A ativação das crenças interfere na capacidade da avaliação objetiva de


eventos e o raciocínio torna - se prejudicado.

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TCC – Modelo Cognitivo
Crenças Centrais
• CRENÇAS e características:

• Crenças centrais de desamparo: ser impotente,


frágil, vulnerável, carente, necessitado,
desemparado;
• Crenças centrais de desamor: ser indesejável,
incapaz de ser gostado, incapaz de ser amado,
rejeitado, sem atrativos, abandonado, sozinho;
• Crenças centrais de desvalor: ser incapaz,
incompetente, inadequado, falho, defeituoso,
enganador, sem valor, fracassado.

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TCC – Modelo Cognitivo
Pensamentos Automáticos

• Distorções cognitivas sistemáticas ocorrem à medida que esquemas disfuncionais são


ativados;

• Pensamentos Automáticos (PAs) são pensamentos (palavras, imagens) ativados e


derivados de situações específicas e que geram emoções, reações físicas e
comportamentos;

• Ocorrem de maneira espontânea e rápida, consistem na interpretação imediata de situação


mobilizadoras.

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TCC – Modelo Cognitivo
Pensamentos Automáticos
• Distintos do fluxo normal de pensamento do raciocínio reflexivo:
– São geralmente aceitos como plausíveis e verdadeiros;
– A maioria das pessoas não estão imediatamente cientes da
presença dos Pensamentos Automáticos, a não ser que
estejam treinadas para monitorá-los.
• Quando os pacientes aprendem a avaliar seus pensamentos de
forma mais realista e adaptativa, eles obtêm uma melhora no
seu estado emocional e no comportamento.

TCC aplicada a Infância e Adolescência


(Beck, 2013)

TCC aplicada a Infância e Adolescência


TCC – Modelo Cognitivo
Pensamentos Automáticos (PAs)

Pensamentos Automáticos Disfuncionais são


processados por Distorções Cognitivas

(erros de pensamentos) do raciocínio lógico e


resultam geralmente em sofrimento emocional
ou prejuízo comportamental.

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TCC – Modelo Cognitivo
Distorções Cognitivas e P.A.
• Eduardo Bunge apresenta em três grandes grupos de
distorções cognitivas e pensamentos automáticos:
– Negativismo – desvalorização:
• Ninguém gosta de mim;
• Tudo sai errado;
• Não consigo fazer nada certo;
• Foi minha culpa;
• Os meninos não me levam em conta
(Bunge, 2018)

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TCC – Modelo Cognitivo
Distorções Cognitivas e P.A.
• Bunge apresenta em três grandes grupos de tipos de
distorções cognitivas e pensamentos automáticos:
– Catastrofismo:
• Tudo é perigoso;

• Não consigo me defender;

• Pode acontecer alguma coisa comigo;

• Vão me criticar;

• Tenho que ter muito cuidado.

(Bunge, 2018)

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TCC – Modelo Cognitivo
Distorções Cognitivas e P.A.
• Bunge apresenta em três grandes grupos de tipos de
distorções cognitivas e pensamentos automáticos:
– Espelhado:
• A culpa é deles;
• Eles me odeiam;
• Estão todos contra mim;
• Fazem isso comigo de propósito;
• Estou cansado dele;
• Todos são uns idiotas.
(Bunge, 2018)

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TCC – Modelo Cognitivo
Distorções Cognitivas – Erros de Pensamento

• Momentos psíquicos – Erros de Pensamento


• https://www.youtube.com/watch?v=FfTyqG3_nrQ

TCC aplicada a Infância e Adolescência


TCC – Modelo Cognitivo
Distorções Cognitivas – Erros de Pensamento

• Personalização: assumir-se como


responsável por alguma situação
externa, quando na verdade são
outros os fatores;
• Pensamento dicotômico: perceber as
experiências pessoais em apenas
duas categorias extremas;
• Adivinhação do futuro: prever como
certo um evento negativo projetado no
futuro, sem evidências reais que o
justifiquem;

TCC aplicada a Infância e Adolescência


TCC – Modelo Cognitivo
Distorções Cognitivas – Erros de Pensamento
• Inferência arbitrária ou leitura mental:
chegar em um conclusão sem
evidências adequadas ou apesar de
evidências em contrário. Pensar sobre
o que os outros estão pensando;
• Abstração seletiva ou filtro mental: um
aspecto apenas da situação complexa
é o foco da atenção, enquanto outros
aspectos relevantes são ignorados;
• Desconsideração dos elementos
positivos (sobre si e a situação);

TCC aplicada a Infância e Adolescência


TCC – Modelo Cognitivo
Distorções Cognitivas – Erros de Pensamento
• Emocionalização ou raciocínio
emocional: presumir que sentimentos
são fatos. Pensar que algo é
verdadeiro pois tem sentimento forte
a respeito;
• Magnificação e minimização:
características ou experiências
negativas são maximizadas enquanto
as positivas são minimizadas;
• Rotulação: avaliação global de uma
pessoa ou situação através de
estereótipos e desconsiderando
características específicas.

TCC aplicada a Infância e Adolescência


TCC – Modelo Cognitivo
Distorções Cognitivas – Erros de Pensamento
• Imperativo ou declaração de
obrigatoriedade (poder, dever,
precisar): interpretar eventos
de como as coisas deveriam
ser, ao invés de focar em
como elas são;
• Catastrofização: acreditar que
o que ocorreu ou o que pode
ocorrer será terrível,
insuportável;
• Supergeneralização: fato de
generalizar, de um caso
passa a ser verdade em todos
os eventos.

TCC aplicada a Infância e Adolescência


TCC – Modelo Cognitivo
Crenças intermediárias

• Estratégias de enfrentamento e/ou estratégias compensatórias.

• Tentativa de evitar o contato com suas crenças nucleares e subjacentes, os


pacientes podem empregar estratégias:

– Expectativas, suposições e regras – Pensamentos

– Compensação, manutenção, evitação - Comportamentos

• Embora essas manobras cognitivas e comportamentais aliviem seu sofrimento


emocional momentaneamente , a longo prazo as estratégias compensatórias
podem reforçar e piorar crenças disfuncionais.

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TCC – Modelo Cognitivo
Crenças intermediárias
• Coping ou enfrentamento:

– Conjunto de esforços, cognitivos e comportamentais, utilizado pelos


indivíduos com o objetivo de lidar com demandas específicas, internas ou
externas, que surgem em situações de estresse e são avaliadas como
sobrecarregando ou excedendo seus recursos pessoais. (teoria de estresse
de Lazarus e Folkman;1984)

– No entanto, há necessidade de alterações para aplicar as noções de estresse


e coping às ações de crianças, considera-se:
– Idade;

– A dependência da criança em relação ao adulto;

– As características básicas do seu desenvolvimento cognitivo e social;

– Situação socio-econômica. (Dell’Aglio;2002)

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TCC – Modelo Cognitivo
Estratégias de Enfrentamento - coping

• Pesquisadores têm investigado as consequências psicológicas dos eventos de vida das


crianças e a forma como são vivenciados os eventos estressantes, observando
principalmente as estratégias de coping utilizadas para lidar com situações.

• Os estudos de coping com crianças têm investigado eventos de vida considerados


estressantes, tais como:

– situações envolvendo o divórcio dos pais;

– situações de hospitalização da criança;

– consultas médicas e odontológicas;

– situações relacionadas a resultados escolares.

(Dell’Aglio;2002)

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TCC – Modelo Cognitivo
Estratégias de Enfrentamento - coping
– Foram investigadas estratégias de coping em 215 crianças e adolescentes de ambos os sexos, de 7 a
15 anos, que freqüentavam escolas públicas de periferia.
– Metade dos participantes (n=105, M=10,6 anos) estavam abrigados num órgão governamental de
proteção e os demais (n=110, M=9,9 anos) freqüentavam as mesmas escolas e moravam com a família.
Através de entrevistas os participantes relataram eventos estressantes recentes e a forma como lidaram
com a situação. Os eventos foram classificados considerando se envolviam pares (ou seja, pessoas de
mesma idade) ou adultos e foram identificados sete tipos de estratégias de coping: ação agressiva,
evitação, busca de apoio, ação direta, inação, aceitação e expressão emocional.
– Análises demonstraram que crianças de 7 a 10 anos utilizaram mais as estratégias de inação e busca
de apoio, enquanto que o grupo de 11 a 15 anos utilizou mais a estratégia de ação direta.
– Nos eventos com adultos, foram mais frequentes as estratégias de evitação, aceitação e
expressão emocional, enquanto que com pares a ação agressiva e busca de apoio foram mais
utilizadas. Estes resultados sugerem que a idade e as pessoas envolvidas na situação
estressante são fatores determinantes na escolha da estratégia a ser utilizada, entendendo-se
coping como um processo situacional.

(Dell'Aglio; 2002).

TCC aplicada a Infância e Adolescência


TCC – Modelo Cognitivo
Estratégias de Enfrentamento - coping
• Atividade Agressiva: Atividades físicas ou motoras que podem causar danos a uma pessoa, um
animal ou objeto. Pode ser uma agressão física ou verbal, manifestação de raiva, ataque,
destruição, grito. Ex: "quebrar ela a pau", "peguei e bati nele", "fui pra cima e dei nele".
• Evitação/Distração: Comportamento ou pensamento que leva o indivíduo a se afastar da
situação de estresse, adiando a necessidade de lidar com o estressor. É uma tentativa
deliberada de manter-se longe do estressor ou de cognitivamente evitar saber de sua
existência. A criança pode fugir da situação, ir para outro lugar, tentar escapar, não pensar
sobre o problema, desenvolver outra atividade. Ex: "fui pra casa da minha tia e só voltei de
noite", "eu evito ficando lá no meu bloco", "eu fui jogar bola com meus amigos".
• Busca de Apoio Social: Comportamento não agressivo que envolve a busca de uma pessoa.
Pode ser uma busca de apoio por razões emocionais (para pedir conforto, desabafar, falar
sobre) ou uma busca de apoio por razões instrumentais (busca de alguém que resolva o
problema para ele, que possa protegê-lo do estressor). Ex: procurar ou chamar alguém, buscar
contato físico, falar com alguém.
(Dell'Aglio; 2002).

TCC aplicada a Infância e Adolescência


TCC – Modelo Cognitivo
Estratégias de Enfrentamento - coping
• Ação Direta: Comportamento que elimina o estressor ou modifica as características do
estressor. Lida diretamente com o estressor. Quando a criança propõe algo para alterar a
situação, tenta resolver o conflito enfrentando-o, conversando, buscando informações sobre o
problema, pedindo desculpas, tentando solucionar a situação de alguma forma. Ex: "fui lá falar
com ele", "eu pedi desculpas para ela", "fui pedir autorização", "eu disse a verdade".
• Inação: Comportamento de ficar parado, bloquear-se, não tomar iniciativa nenhuma. Ex: "não
fiz nada", "fiquei na minha", "fiquei quieto".
• Aceitação: Quando a criança aceita a situação, submete-se, faz o que querem que faça.
Geralmente ocorre numa situação em que há conflito com uma figura de autoridade. Ex: "eu
faço o que eles mandam", "tive que compreender", "eu tive que ir", "tive que obedecer", "fiquei
no castigo até ela me tirar".
• Expressão Emocional: Manifestação do estado emocional ligado ao evento. Por exemplo:
chorar, gritar (mas não com alguém). Ex: "eu fiquei chorando", "fiquei com muita raiva".
(Dell'Aglio; 2002).

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Desamor Hereditário e
Crenças
Desvalor História de
E Centrais Desamparo vida
S
Q
U Expectativas Reforçam
E Crenças Regras estilos de
M Interm. Suposições enfrentamento
A
S

Situações PAs Sentimentos

Reações Físicas

Comportamentos

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Conceitualização

AVALIAÇÃO

• Desde as primeiras sessões com os pacientes, o terapeuta desenvolve a


conceitualização cognitiva, de preferência de forma colaborativa;

• Realizar um avaliação histórica e prospectiva de padrões e estilos de pensamento;

• Identificar o padrão cognitivo predominante:

– Procurar e agrupar denominadores cognitivos comuns em diversas situações de


vida.

• Entender o conjunto de crenças disfuncionais e as vulnerabilidades específicas


individuais (predisposição a fazer construções cognitivas falhas).

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Conceitualização
AVALIAÇÃO

• Identificar padrões de comportamentos;

• Entender as estratégias comportamentais que os pacientes usam para

lidar com as crenças (intermediárias e centrais);

• Preparar um plano de tratamento: objetivos, seleção de técnicas; guia para

as intervenções terapêuticas (dinâmico).

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Conceitualização
AVALIAÇÃO

• É importante lembrar que uma conceitualização deve atender certos critérios:

Utilidade

Simplicidade

Coerência

Aplicar o comportamento passado

Fazer sentido ao comportamento atual

Capaz de predizer o comportamento futuro

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Conceitualização

• A Conceitualização é um processo que não se encontra somente no momento


inicial de avaliação;
Relaciona as queixas entre si de uma forma lógica;
Dinâmica e significativa;
Explica porque o indivíduo desenvolveu as dificuldades e
porque as mantêm, reavaliação a todo momento na terapia;
Possibilita o desenvolvimento e atualização de um
plano de trabalho;
Promove a aliança terapêutica e da adesão ao
tratamento.
TCC aplicada a Infância e Adolescência
Conceitualização

• TRATAMENTO

• Alterar e atualizar os problemas/focos de trabalho conforme necessário;

• No decorrer do processo, novos dados clínicos importantes são trazidos para a


terapia;

Um pressuposto da TCC é que está baseada numa

formulação em desenvolvimento contínuo dos problemas.

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Conceitualização

• FORMULAÇÃO DE CASO EM TCC

– Hipótese diagnóstica (DSM-V), sintomas principais;

– Desenvolvimento global;

– Queixas Principais;

– Histórico médico;

– Rotina;

– Pontos fortes;

– Conceitualização;

– Metas de trabalho e Plano de tratamento em TCC.

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?

• Técnicas de Investigação (início de trabalho):


• A criança sabe o motivo pelo qual ela veio a terapia;
• Percepção da queixa e demanda da criança ou adolescente;
• Desenhos;
• Cartas das emoções e
balões dos pensamentos;
• Livro Emocionário;
• Personagens e você, termômetro;
• Livros específicos.
• Identificar Comportamentos relacionados as queixas centrais.

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Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?
• Investigação (Pas, crenças centrais e intermediárias):
– A criança sabe o motivo pelo qual ela veio a terapia;
– Percepção da queixa e demanda da criança ou adolescente.
• A criança sabe por que os pais a levaram na terapia?
• A criança concorda com os pais?
• Dificuldades que ela percebe no cotidiano.
• O que ela gostaria que a família fizesse e não faz?
• O que a família faz que a criança não gosta?
• O que a criança pensa a respeito da escola?
• Dificuldades com amigos na escola?
• Dificuldades com as matérias na escola?
• O que gosta de fazer?
• O que faz nos finais de semana? Rotina.

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Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?
• Investigação:
– A criança sabe o motivo pelo qual
ela veio a terapia;
– Se não tem conhecimento:
• Pode falar o que os pais
falaram;
• O que a criança pensa disso, se
ocorre ou não;
• Se não tem, introduzir técnicas:
– Livro o Primeiro Livro da
Criança sobre Psicoterapia.

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Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?
Cartas da emoções e pensamentos
Objetivo:
- Identificar sentimentos e emoções
predominantes;
- Nomear sentimentos;
- Identificar intensidades.
Instrução:
- Distribuir as cartas na mesa, identificar
emoções básicas que todos sentem e perguntar:
quais emoções você tem sentido mais na última
semana? E qual o pensamento que vem com
esta emoção?

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Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?
Cartas da emoções e pensamentos
Objetivo:
- Identificar pensamentos predominantes e
situações comuns;
Instrução:
- Distribuir as cartas na mesa, identificar os
pensamentos e situações: identificamos a tristeza
como o sentimento comum nos últimos dias. Qual o
pensamento que está junto com ela? Vamos
escrever o seu balão do pensamento!

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Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?
Qual o sentimento que percebe no Boruto? Tranquilo
Personagens e você
Qual a força dele e quando ele aciona a força? Ele
aciona a força quando ele quer atacar e defender os
amigos, fica bravo, aciona joga.

O quanto o Boruto sente? Qual a intensidade deste


sentimento ou força? Fica com raiva é muito forte

Como você reconhece que ele acionou a força,


mudou o rosto ou o corpo? você percebe no olho,
fica com olho mais fechadinho e quando fica
assustado o olho fica arregalado, jogan é um poder
ocular, é preto em volta e azul escuro no meio e
emite um raio pelo olho

Como eles controlam a força?ele não controla muito


bem não, tem que ter alguém por perto para dar
hamburquer, sabe as pessoas que só se controlam
se comer, tem que comer para se acalmar.
Quais os pensamentos que vêm com a força do
Boruto?
parece que ele pensa que vai proteger alguém, ele
só luta para proteger alguém ou quando alguém
provoca, ele não luta por nada...ou quando alguém
chamar. “ vou proteger, vai dar certo, ..”

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?
Personagens e você
Qual o sentimento que percebeu em você, nos últimos dias?
Fiquei um pouco estressado ontem de tarde, porque faz
tempo que tô pedindo para me ensinarem a fazer arroz...e
quem fez foi a minha irmã e ela é mais nova tem 6 anos e eu
9 anos..falei e vou fazer no final de semana.
Você ficou com raiva, se sentiu injustiçado? Sim, foi isso
mesmo, injustiçado. Nínguém me ouvi, ninguém me respeita
em casa.
Então o pensamento que veio junto foi “ninguém te ouvi em
casa”? E o que você fez?
Falei com a minha mãe. Na hora controlei e quando minha
irmã saiu com meu pai, falei com a minha mãe. ”vocês
falaram que eu não poderia fazer arroz pela minha idade e
olha quem está fazendo arroz hoje! ela é mais 700 dias mais
nova que eu....” e minha mãe falou que farei no final de
semana.

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?
Personagens e você

Agora, vamos colocar o


Muito Forte que você sentiu e no
termômetro.
Forte O quanto você ficou bravo
quando viu sua irmã
Médio
fazendo o arroz? Forte
Fraco E depois que controlou,
conversou com sua mãe e
Muito Fraco
chagaram a uma solução,
o quanto estava com
raiva? Zero, nadinha...

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Técnicas específicas
Como identificar Pas e
crenças?
Livro Emocionário

Objetivos:

- Identificar sentimentos e pensamentos.

Instrução: aqui todos os animais sentem alguma emoção mais forte em suas
vidas. Vamos ler? Sobre qual animal você quer ler? O que será que ele está
pensando nesta foto? E você, assim como os animais percebe algum
sentimento mais presente na sua vida? E qual pensamento vem com estes
sentimentos? O que você faz geralmente quando vem estes pensamentos?

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?

Livros infantis – ansiedade de separação, depressão, raiva, medo e


ansiedade

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Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?
• Identificar comportamentos relacionados as queixas principais
– Registro de cinco colunas e/ou diário:
• Thaís, 26 anos
• Relatório de Registro de Pensamento Disfuncional
• Objetivo: investigar o comportamento de roer unha
compulsivamente, a ponto de machucar.

situação emoção Pensamento Reação física comportamento

Visita da mãe Ansiedade “o que será Tensa, agitada Roe unha até
Medo que vem machucar
Insegura agora?”
“que sapo vou
ter que engolir”
“ela já vai falar
que não gostou
de alguma
coisa”

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?

• Técnicas de Investigação (no decorrer

do trabalho):

• Livro “Sem óculos para ver melhor”;

• Brincadeira do óculos;

• Baralho do pensamento;

• Seta descendente;

• Baralho das crenças.

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Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?

Livros infantis – Distorções cognitivas – erros de pensamentos

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Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?
• Brincadeira do óculos:
• Objetivo:
– Auxiliar a identificar o tipo de pensamento predominante -
Pensamentos negativos, espelhados e catastróficos.
• Instruções:
– Separe tipos de armação e balões de pensamentos.
– Agora que já vimos os tipos de óculos que usaremos para cada
tipo de pensamento, vamos fazer uma brincadeira, vamos
relacionar os óculos aos balões de pensamentos por 3 minutos,
no final quem conseguir fazer mais pares ganha o jogo.
– Segunda parte: vamos contar três pensamentos fortes desta
semana e o outro deve colocar o óculos correspondente ao tipo
de pensamento.

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TCC aplicada a Infância e Adolescência 48
Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?
• Baralho do pensamento: reciclando
ideias e promovendo consciência.

• Objetivo:
– Identificar os pensamentos que não
ajudam, promove a técnica da
reciclagem de pensamentos e
possibilita a construção do cartão de
enfrentamento;
– Promover engajamento social e
ambiental.
• Instruções: Manual.

– Modelo Completo (9 a 14
anos) e Lúdico (6 a 8 anos).

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Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?.
• Exemplo da técnica de investigação – Seta Descendente:
• Após realizar Registro de Pensamentos Disfuncionais:
– P: “ ...parece que em todas as situações, eu recebo críticas, me sinto criticada. É isso?
– T: “parece que sim. E o que isso significa para você?”
– P: “que nunca estou correta, sempre vou atrapalhar ou nunca sei o que estou fazendo”
– T: “E o que significa não estar correta nas situações?”
– P: “que sou incompetente, que nunca faço nada correto” (crença central de desvalia)
– T: “E se isso for verdade, o que irá acontecer?
– P: “ que não conseguirei ir bem no vestibular e, se eu não for bem no vestibular de
medicina, será difícil conseguir trabalho e me realizar pessoalmente”. (crença
intermediária suposição – se eu não conseguir ingressar em medicina nas faculdades
públicas, serei um fracasso”.
– Agora, como podemos pensar neste final, se você não entrar em medicina em
faculdade pública, quais outras faculdades e opções você teria? (flexibilidade)

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Técnicas específicas
Como identificar Pas e
crenças?
• Baralho das crenças:
• Objetivo:
– Auxilia a identificar as crenças
centrais, tornando o processo
ilustrativo e lúdico para o paciente.
• Instruções:
– O manual indica que as cartas sobre
as crenças e sobre os
questionamentos sejam aplicadas
após psicoeducação e em contexto
contínuo de conceitualização e
reconstrução cognitiva.

TCC aplicada a Infância e Adolescência 51


Técnicas específicas
Como identificar Pas e
crenças?
• Baralho das crenças:
• Objetivo:
– Auxilia a identificar as crenças centrais,
tornando o processo ilustrativo e lúdico
para o paciente.
• Instruções:
– O manual indica que as cartas sobre as
crenças e sobre os questionamentos
sejam aplicadas após psicoeducação e
contexto contínuo de conceitualização
e reconstrução cognitiva.

TCC aplicada a Infância e Adolescência 52


Técnicas específicas
Como identificar Pas e crenças?.
• Portanto, a Formulação de Caso Clinico com Conceitualização, promove:

– Avaliação dos esquemas cognitivos, que podem ser monitorados;

– Possibilita o desenvolvimento e atualização de um plano de trabalho;

– Mudança de comportamento (sintomas e comportamentos disfuncionais)

pode ser observada e reavaliada diante reconstruções cognitivas e, desta

forma, pode ser uma evidência indireta de mudança cognitiva.

TCC aplicada a Infância e Adolescência 53


Exercício
Formulação de Caso

TCC aplicada a Infância e Adolescência


Exercício
Estrutura da sessão
ANOTAÇÕES DE SESSÃO
TERAPEUTA ___________________________Turma__________Supervisor_____________
Paciente________________________________Data_____________ Sessão no._____________

Objetivos do terapeuta________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________
Agenda:___________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________
Resumo:___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
Tarefa de Casa:______________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
Objetivos para a próxima sessão:________________________________________________________________________________

TCC aplicada a Infância e Adolescência 55


Referências bibliográficas

• Judith S. Beck. Terapia cognitivo – comportamental. Teoria e Prática. Porto


Alegre: Artmed;

• Eduardo Bunge, Martin Gomar e Javier Mandil. Terapia Cognitiva com


crianças e adolescentes. São Paulo: casa do Psicólogo, 2018;

• Antoniazzi, A. S., Dell'Aglio, D. D., & Bandeira, D. R. (1998). A evolução do


conceito de coping: Uma revisão teórica. Estudos de Psicologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 3 (2), 273-294.

• Dell'Aglio, D., & Hutz, C. S. (2002). Estratégias de coping e estilo


atribucional de crianças em eventos estressantes. Estudos de Psicologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 7 (1), 5-13.

TCC aplicada a Infância e Adolescência 56

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