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Aula 2

Como desenvolver o
plano de tratamento
baseado na
Conceitualização
Cognitiva
Jesiane Marins e Thatiana Valory
Elaboração do plano de
tratamento
Elaboração do plano de
tratamento
Etapa 4 do tratamento:

Psicoeducação da Conceitualização Cognitiva (metáfora da árvore)

Devolução da avaliação: apresentação da Conceitualização


Cognitiva (com elaboração e confirmação por parte do paciente.

Exposição do plano de tratamento.

Explicação mais completa sobre a abordagem cognitivo-


comportamental.
Metáfora da árvore

Pensamentos automáticos

Crenças intermediárias

Crenças centrais
Conceitualização
Cognitiva
É a formulação do caso, é uma hipótese de trabalho, não uma
verdade absoluta. Inicia desde a primeira entrevista até o final do
trabalho.

Fornece a estrutura para o entendimento de um paciente.

É a habilidade clínica mais importante que o terapeuta cognitivo


precisa dominar para um planejamento adequado e eficaz da
terapia.

Sem o entendimento cognitivo do paciente, todo tratamento será


apenas a aplicação de técnicas com resultado pobre e/ou ineficaz.
Conceitualização
Cognitiva

Objetivo principal da Conceituação Cognitiva:

Melhorar o resultado do tratamento, auxiliando o terapeuta e


o paciente na obtenção de uma concepção mais ampla e
profunda dos mecanismos cognitivos e comportamentais do
paciente, em vez de vê-lo como um conjunto de sintomas e
diagnósticos psiquiátricos. Além disso, auxilia o terapeuta na
escolha das intervenções terapêuticas.
Conceitualização
Cognitiva
Exemplo: Maria, 35 anos, procurou a terapia por estar se
sentindo muito triste e ansiosa, sendo torturada por
sentimentos de culpa e vergonha relacionados a diversos
eventos em sua vida. Relata já ter pensado em suicídio em
função de seu intenso sofrimento e falta de prazer na vida.

Apresenta perda de sono e apetite, retraimento social e baixo


nível de atividade geral. Maria relata uma infância com
dificuldades em estabelecer bons relacionamentos
interpessoais, lembra que, com frequência sua mãe a
comparava de maneira negativa com a irmã gêmea,
ressaltando suas falhas e enaltecendo as qualidades da irmã.
Conceitualização
Cognitiva
Seu pai, de quem guarda boas lembranças, era a figura que
lhe dava apoio e afeto. Entretanto ele morreu em um acidente
quando ela estava com 9 anos de idade.

Casou-se com seu primeiro namorado aos 22 anos, separando-


se após 10 anos de relacionamento conjugal. Após a separação
passou a se sentir inferior aos demais, dizendo que seu valor
depende do que as pessoas pensam a seu respeito.

A separação intensificou os sentimentos de culpa e vergonha


e passou a sentir medo de ficar sozinha. Por isso, passou a se
esforçar ao máximo para agradar aos demais e sempre fazer
tudo bem feito.
Conceitualização
Cognitiva
Acredita que será rejeitada se não fizer o que as pessoas
querem.

Em sua fala é visível a ocorrência de pensamentos tais como “é


tudo minha culpa. Estraguei tudo. Não sou capaz de conduzir
minha vida de forma produtiva. Ficarei sozinha para sempre”.
Conceitualização
Cognitiva
Dados relevantes da infância:

Dificuldades em estabelecer relacionamentos


na infância;

Sua mãe a comparava de maneira negativa com


a irmã gêmea, ressaltando suas falhas e
enaltecendo as qualidades da irmã.

Figura de apoio e afeto: pai que morreu em um


acidente quando Maria tinha 9 anos.
Conceitualização
Cognitiva
Crenças centrais:

Sou inferior.

Serei rejeitada.

Sou incapaz.

Ficarei sozinha para sempre.


Conceitualização
Cognitiva
Crenças intermediárias:

Devo agradar as pessoas

Tenho que fazer tudo bem feito

Se eu não fizer o que as pessoas querem ficarei


sozinha
Conceitualização
Cognitiva
Situação: separação

Pensamentos automáticos: Sou inferior aos


demais.

Emoção/sentimento: culpa, medo e vergonha

Comportamento: procura agradar as pessoas.


Plano de
Tratamento
Psicoeducação do problema (humor).

Intervenção para prevenção do


suicídio, caso ainda tenha ideação.

Ativação Comportamental.

Manejo das emoções.

Reestruturação Cognitiva.

Treinamento de Habilidades Sociais.


Emoções/Sentimentos
Emoções/
Sentimentos
Etapa 5 do tratamento:
Psicoeducação das emoções:

Introdução às emoções/sentimentos: perguntar primeiro ao paciente

O que são?

Quando acontecem?

De onde vêm?
Emoções/
Sentimentos

A importância de quantificá-los

Leve Saudável
Moderado x
Grave Não-saudável

Explicá-los segundo o olhar da TCC;

Exercício dos sentimentos.


Pensamentos

Etapa 6 do tratamento:
Psicoeducação dos pensamentos:

Introduzir os pensamentos:

O que são?

Quando acontecem?

De onde vêm?
Pensamentos

Explicá-los com a situação da entrevista de emprego.

Introduzir o Registro Diário de Pensamentos Disfuncionais


(RDPD): pegando situações de vida do paciente e
preenchendo dentro do modelo.

Explicar a compreensão da TCC para o Aparelho Cognitivo =


metáfora do abacate (ou outra qualquer que deseje).
Pensamentos

Selecionar o principal Pensamento Automático (PA) trazido


pelo paciente;

Avaliar o Pensamento Autoático com as 4 Perguntinhas e,


em seguida, colocar (P) para produtivo e (I) para
improdutivo.
Pensamentos

4 Perguntinhas
Esse pensamento me leva a alcançar meus objetivos?

Tenho provas de que esse pensamento é verdadeiro?

Esse pensamento me traz sensação de bem estar?

Esse pensamento diminui meus conflitos comigo mesmo,


com os outros e com o mundo.

Introduzir as Distorções Cognitivas (DC) com exemplos do


paciente. Colocar no RPD a distorção cognitiva equivalente.
Metáfora do
Abacate
Crença central: o caroço
Rígido;
Mais interno;
É o que está na gênese de tudo;

Crença condicional: a polpa


Dá sentido ao abacate;
Faz as receitas (regras);

Pensamentos automáticos: a casca


Mais superficial e acessível;
Seu aspecto pode dar informações
rápidas sobre o abacate como um
todo;
Reestruturação Cognitiva:
Pensamentos Automáticos
Etapa 7 do tratamento:

Iniciar a Reestruturação Cognitiva dos pensamentos com os RPDs já


realizados pelo paciente.

Técnicas que podem ser utilizadas:

Exame de evidências;

Outras possibilidades;

Questionamento socrático.
Reestruturação Cognitiva:
Crenças Intermediárias
Etapa 8 do tratamento:
Iniciar a Reestruturação Cognitiva das crenças intermediárias

Técnicas que podem ser utilizadas:


Experimentos comportamentais;

Tarefa graduada;

Exposição;

Dessensibilização;

Análise custo benefício;


Reestruturação Cognitiva:
Crenças Centrais
Etapa 9 do tratamento:

Escolher uma Crença Central (a partir da Conceitualização Cognitiva) do


Paciente e reestruturá-la;

Pegar as 3 principais e hierarquizar para começar da mais leve.


Reestruturação Cognitiva:
Crenças Centrais
Técnicas que podem ser utilizadas:

Vantagens ou Desvantagens ou Evidências que


apoiam e evidências que não apoiam (10x14);

Continuum cognitivo;

Questionamento socrático;

Exame de evidências;

Advogado de defesa.
Aula de amanhã:

Alta e Prevenção de Recaídas:


o que ninguém diz

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