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BETZ
TÉCNICAS DE ENSINO
NA ESCOLA SABATINA
DE ADULTOS
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 5
O propósito e o uso do livro
1. APRENDAMOS DE QUE FORMA APRENDE O ADULTO 8
• Aprendizagem que perdura
• Como captar a ideia central
• seu lugar é privilegiado
• aprenda - se fazendo
• como o adulto aprende
• o aprendizado do adulto é inigualável
• como motivar sua classe a aprender
• a mudança e a sua oportunidade para ensinar
• aprender é uma viagem de toda a vida
2. PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO PARA O APRENDIZADO 19
• como coloca - se em sintonia com Deus
• quanto estudo é necessário ?
• desenvolvendo um plano de estudo
• ferramentas para tarefa
• mantenha-se na linha principal
• a verdade central
• escreva a verdade central
• o princípio macro - micro - macro
• Bons métodos farão maravilhas
3. ESTABELECENDO ALVOS QUE ENSINAM 27
• o que é um alvo de ensino ?
• vantagens de formular alvo de ensino
• tipo de alvo
• alunos têm necessidades
• escreva seu alvo
• um alvo na área de resposta na conduta ajuda o aluno aplicar a verdade
• use seu alvo para avaliação
4. TRANSFORMANDO OS ADULTOS PELO PODER DA ATENÇÃO 36
• a escola da família
• escola da família de Jesus
• criando classes familiares na escola sabatina
• conquistando o direito de ensinar
5. PESQUISANDO A PALAVRA 45
• modelo bereano
• Guie os alunos a palavra de Deus
• oito maneiras de guiar a classe ao estudo da palavra
• o que posso planejar para eles fazerem ?
6. NÍVEIS DE APRENDIZAGEM 54
• níveis de compreensão factual
• níveis de exposição generalizada
• níveis de implicação - aplicação
• onde está o seu enfoque
• o enfoque de Jesus
• Enfatize níveis elevados
7. PARTICIPAÇÃO DO ALUNO 61
• o triângulo da aprendizagem
• orientações sobre a escolha e uso de atividades de ensino bíblico
• métodos e objetivos de aprendizagem
• objetivos cognitivos ou de conhecimentos
• objetivos afetivos ou atitudinais
• objetivos de conduta ou ação
• 25 atividades de aprendizagem bíblica
• tamanho dos grupos e métodos
• o ambiente e os equipamentos
8. A DESCOBERTA POR MEIO DO DEBATE 77
• o que é um debate ?
• o valor do debate
• pauta para o debate
• Jesus e o debate
• o papel do professor no debate
• esclarecendo as respostas dos alunos
• como manejar os conflitos
• a arte de questionar
• tolerância ao silêncio
• ouvindo
• o monopolizador
• disposição física para o debate
• avaliação do debate
• apresentação de resumos
9. PALESTRA E REFORÇO VISUAL 89
• a palestra tem o seu lugar
• orientações para palestra
• combinação da palestra com os outros métodos
• apresentação da palestra
• recursos visuais
• o quadro negro
• porta folhas
• mapas
• diagramas
• projeções
• perguntas importantes sobre o recursos visuais
• pagando o preço
10. ILUSTRAÇÕES E HISTÓRIAS 100
• por que contar histórias na escola sabatina ?
• tipos de história e quando usá-las
• onde encontrar histórias e ilustrações
• como arquivar histórias
• características de uma boa história
• como contar a história
• aplicação
11. TRANSFERINDO A VERDADE PARA A VIDA 107
• o mistério da mudança
• os perigos que enfrentamos
• o que podemos fazer ?
• como ajudar o aluno a aplicar a verdade
• focalizando a mudança
• experiências simuladas
• o princípio da auto aplicação conduzida
• respostas em grupo
• o espírito santo e a aplicação
• modelos que causam mudanças
• o amor é a chave
12. INCENTIVANDO O ESTUDO DA BÍBLIA 117
• Deus fala
• retorno a Bíblia
• o lugar das escrituras na escola sabatina
• por que tão poucoS estudam a lição da escola sabatina
• conte com o estudo dos seus alunos
• use a Bíblia ao ensinar
• um grande tesouro
• a emoção da descoberta
• ensine a classe como estudar
• separe tempo para incentivar o estudo diário da lição
• sugestões para promover o estudo diário
• você é a chave
• mensagem final
INTRODUÇÃO
Ao abrir este livro você provavelmente estará se perguntando, "será que este
livro poderá ajudar a melhorar meu ensino?" A maioria de vo- cês não são
professores por profissão. Alguns são donas-de-casa, mecâ- nicos, engenheiros,
agricultores, médicos - de todas as profissões e cami- nhos da vida. Ainda assim,
cada sábado estão à frente de uma classe de Escola Sabatina, dirigindo o estudo da
Palavra de Deus. Naturalmente você sente o peso da responsabilidade. Você quer
aproveitar toda a oportunidade para melhorar suas habilidades de ensino a fim de
prestar o melhor serviço ao Senhor, na conquista e na conservação de pessoas para
o Seu reino.
Escrevi este livro para ajudar pessoas como você - professores que desejam
profundamente melhorar a qualidade de sua didática e capaci- tar-se para ensinar
como Jesus ensinava.
Decidi falar primeiro dos métodos de ensino. Os professores de Esco- la Sabatina
podem instruir mais em muitas outras áreas, tais como mé- todos de investigação,
teologia e conhecimentos bíblicos. Mas creio que a nossa grande necessidade é
compreender melhor as técnicas de ensino. Fiz somente a inclusão daquelas
técnicas básicas que você pode imedia- tamente aplicar em seu ensino. Procurei
reduzir teorias didáticas complexas a passos simples, sem contudo, correr o perigo
de demasiada simplificação.
Se você puder ler cuidadosamente este livro e empregar esforço ho- nesto,
paciência e oração, você verá uma melhora significativa em seu ensino. Seus alunos
também verão a diferença. Acima de tudo, você verá as evidências do poder de Deus
em atuação na vida de seus alunos.
A maior satisfação será saber que você está desenvolvendo o talento dado por
Deus e progredindo. Espero que este livro permita que isto ocorra em sua vida.
Muitos cursos de adestramento de professores consistem de várias au- las
ministradas num curto período de tempo, mas existe uma debilidade inerente neste
tipo de curso concentrado. O aprendizado fica exposto a um grande montante de
teoria sem tempo adequado para prática e re- Dexão. Infelizmente, em casos assim,
os métodos de ensino tendem a continuar mais ou menos os mesmos como
sempre.
Ensinar é uma arte que se aprende como tocar piano ou pintar, Um aluno não
toma seis ou dez lições de piano em dois ou très fins de sema- na e então pratica
sozinho no restante do ano. Não, em lugar disto, o professor de piano inicia uma
nova lição e o aluno passa a semana pra ticando a nova técnica. Da mesma maneira
o professor de Escola Sabatina deve aprender uma técnica de cada vez, com ampla
oportunidade de praticá-la antes de avançar para o passo seguinte.
6
Seria bom você ler o livro Inteiro antes de começar as classes. Sua função será
a de guiar o grupo passo a passo na matéria nova, dando explicações onde for
necessário.
O líder deve apresentar com muito cuidado a parte que se encontra no final dos
capítulos dois a doze, intitulada Colocando a Teoria na Prática. Ele deve ter certeza
de que todos entenderam o novo passo.
O melhor é trabalhar ao redor de uma mesa, em vez de sentar em bancos.
O proveito será melhor se a aula for no meio da semana, a fim de que os
professores tenham tempo para preparar-se adequadamente para as suas classes
no sábado.
Planeje o tempo de tal maneira que os últimos trinta minutos da aula sejam usados
pelos professores no trabalho de planejamento das lições. A discussão e a troca
mútua de idéias e conceitos enriquecerão grande- mente a aprendizagem.
Não discuta teologia! Lembre-se, esta é uma aula de métodos, não do conteúdo de
uma lição. Fale sobre a lição só quando estiver se referindo ao alvo do ensino, ou
ponto-chave. Mantenha o enfoque na nova técni- ca e sua aplicação à lição da
semana. Seu papel como líder do grupo será:
1. Começar cada aula com um período de oração para pedir a presença do
Professor-Mestre a fim de que dirija toda a experiência de aprendizagem.
2. Manter a atenção da classe nos métodos de ensino de Jesus.
3. Avaliar com o grupo a aula da semana anterior.
4. Aclarar conceitos.
5. Conduzir a troca de idéias e não permitir sair do assunto.
6. Incentivar.
7. Respeitar o horário.
8. Usar a Folha de Planejamento da Lição no final dos capítulos dois a doze na
preparação da lição.
CAPITULO 1
APRENDAMOS DE
QUE FORMA APRENDE
O ADULTO
Este é um livro que trata das técnicas pelas quais ocorre a e aprendizagem. modo
simples desejo compartilhar com vocês algumas idéias que farão de sua classe da
Escola Sa- batina um ambiente proveitoso e de entusiástica participação. Em
primeiro lugar, indago o que é aprender?
Esta pergunta é muito importante porque a forma como enfocará o seu ensino
depende do conceito que você tem do processo de aprendiza- gem. Por isto é
importante considerar algumas definições da aprendizagem.
MUDANÇA – Esta é a definição mais resumida da aprendizagem. Uma autoridade na
matéria disse que a aprendizagem é um "processo relativamente permanente,
resultado da prática e da reflexão – uma mudança de desempenho".
"A aprendizagem ocorre quando uma pessoa responde a uma situa- ção com o fim
de resolver um problema, satisfazer a curiosidade, conhe- cer os fatos ou
aprofundar o significado da vida. Por trás do processo existe algum tipo de
motivação e o resultado são diferentes graus de satisfação.
• Mudança
• Resposta
• Satisfação
Fazem parte do processo de aprendizagem.
O mesmo sucede com a educação cristã. Só que o conteúdo e o objetivo da mudança
são diferentes. Para nós, aprender é qualquer mudança que nos leve para mais perto
de Cristo e a ser mais semelhantes a Deus no caráter. "Seguindo a verdade em
amor, cresçamos em tudo nAquele que é a cabeça, Cristo." Efésios 4:15.
APRENDIZAGEM QUE PERDURA
Há um antigo ditado que diz: "A educação é o que sobra depois que você esqueceu
tudo o que aprendeu." Em outras palavras, recordar fatos não é a parte mais
importante da educação. Talvez você não possa ser aprovado num exame de uma
lição que trata de fatos, porém, se suas atitudes mudaram e sua conduta se alterou
para melhor, então, você aprendeu. O nível mais elevado da aprendizagem que
deveríamos con- seguir em nossas Escolas Sabatinas é a transformação de caráter.
Mas os fatos são também importantes, pois servem como o fundamen to de um
nível mais elevado da aprendizagem. Deveríamos dominar as informações da Bíblia
e esforçarmo-nos por apresentá-las de maneira clara e que não sejam esquecidas.
9
A partir destes conceitos surgirão as atitudes que, por sua vez, ali rão a conduta E
por este motivo que devemos aprender a apresentar d forma mais clara e
interessante possível estes grandes assuntos, Não tamos oferecendo somente
informações: estamos ajudando vidas as rem transformadas.
Nenhum professor da Escola Sabatina deve conformar-se com "passar a lição",
apresentando somente a informação. Isto não levará a uma mudança de atitudes.
Por exemplo, um professor de Bíblia estava, um sábado à tarde, empolgado em um
debate, com um grupo de adolescentes, depois da classe biblica. Falavam do
significado da fé, quando alguém perguntou: "O que é fé?" Uma garota respondeu:
"Fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a convicção das coisas que
não se vêem." O professor satisfeito com a resposta seguiu adiante com outra
pergunta. O aprendizado não se realizou.
O professor poderia ter dito: "Mas você pode nos dizer em suas próprias
palavras, conforme sua própria experiência, o que significa fé para você?" Então se
haveria produzido alguma reflexão. A aluna teria sido forçada a investigar sua
memória perscrutando o significado dos fatos já aprendidos e, então, colocar tudo
isto em alguma forma de conceito.
Uma pergunta bem formulada ajudará a classe a pensar nos fatos e chegar a
algum tipo de conceito. Mas o professor só pode formular perguntas significativas,
se ele próprio tiver pensado nos conceitos. Ele não será capaz de guiar a sua classe
ao pensamento conceitual se ele mesmo não foi além dos fatos.
Como professores devemos evitar aquelas perguntas que provocam respostas
memorizadas. Se o aluno tem a resposta na ponta da língua ou se vem utilizando
sempre a mesma resposta, então não aprenderá nada da pergunta: "Quem foi João
Batista?" –pergunta mecânica. "O precursor de Cristo" –resposta mecânica. Que
traços do caráter de João Batista são de especial importância para os adventistas?
Por quê? Este é um tipo de pergunta que resposta conceitual.
De que maneira a fé o ajuda a ser um cristão vitorioso?
Esta é uma pergunta que produz uma resposta conceitual.
Por que perguntas como estas são tão importantes ? As perguntas que exigem
reflexão são importantes porque levam o estudante a pensar em níveis mais
profundos, Pensar transforma vidas.
SEU LUGAR E PRIVILEGIADO
A Escola Sabatina é um lugar de aprendizagem superior. Apesar do
companheirismo que nela se desfruta, a Escola Sabatina não é uma reunião de
camaradagem. Algumas classes podem ter momentos de vivo debate, até divertidos,
porém a Escola Sabatina não é um local de entretenimento verbal.
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O Educador David Stoop expressa muito bem esta idéia: "O papel do lider
(professor) de aprendizagem é estimular e motivar o aluno a avançar por si mesmo
através das etapas da aprendizagem. ... Um bom treinador estimula seus jogadores
o suficiente para mantê-los motivados. Faz-lhes sugestões.... O treinador pode
sugerir ao lançador uma modificação na forma como se curva para lançar. Mas não
fará isto por ele. Isto nos mostra que um bom líder de aprendizagem evita dizer ao
aluno o que ele pode aprender por si mesmo." Leva seus alunos a tirar conclusões e
fazer aplicações, porém, não lhes dá a resposta para não destruir o prazer da
descoberta. Os princípios que os alunos descobrem por si mesmos formarão parte
consistente de sua experiência, mais que as respostas dadas por alguém de
autoridade".
A Biblia é ensinada mais eficientemente quando leva o aluno a examiná-la e a
fazer descobertas. A aprendizagem é mais eficiente quando o estudante interage
com a matéria e com outros estudantes. Quanto maior a participação do aluno no
processo de aprendizagem, maior a retenção e a atuação com base no que ele tem
aprendido. "É sábio o educador que procura desenvolver a capacidade e o talento do
estudante em vez de esforçar-se constantemente por comunicar instrução." - Idem,
pág. 166.
O professor não está ensinando quando soluciona os problemas. "Que as
atividades dos alunos tenham como escopo solucionar os problemas da verdade
biblica." - Idem, pág. 114.
COMO O ADULTO APRENDE
Encanta-me ensinar a adultos pela rica experiência que possuem. Apresentam uma
variedade de temperamentos, habilidades, talentos e experiências. Cada um tem sido
dotado por Deus de forma única.
Alguns adultos são falantes e desinibidos. Outros são tímidos e pensativos. A
riqueza da experiência vivida pelos adultos acrescenta grande potencial ao debate
em classe. O desafio que você tem é trazer tudo isto à tona e é propósito deste livro
ajudá-lo nesta tarefa.
Os adultos constituem o maior segmento de nossa igreja. A razão é óbvia - uma
pessoa é adulta durante uma parte maior do tempo de sua vida do que em qualquer
outra etapa. Como disse Robert Brown, é o período da vida, "para o qual se fez todo
o resto".
As autoridades dizem que a educação adulta se tem convertido no maior e mais
acelerado crescimento na educação americana de hoje. Anualmente, nos Estados
Unidos um em cada três adultos participa em algum tipo de atividade educacional.
Nossa Escola Sabatina é nossa maior escola de educação contínua para adultos.
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A maioria dos adultos tem perdido uma característica infantil muito preciosa: a
curiosidade por quase tudo. Entretanto, restam algumas fagulhas. O professor deve
soprá-las até que se convertam em chamas. Quando for bem-sucedido, seus alunos
aprenderão numa velocidade surpreendente. Despertar a curiosidade é um fator de
vital importância para motivar a aprendizagem.
A MUDANÇA É A SUA OPORTUNIDADE PARA ENSINAR
As mudanças de necessidades dos adultos são uma importante oportunidade para o
ensino. A única coisa certa na vida é a mudança. Desde o momento do nascimento
até a morte, o ser humano experimenta mudanças. Cada etapa da vida apresenta
grandes mudanças. Os estudiosos da conduta humana chamam a isto de "tarefas de
desenvolvimento".
"Uma tarefa de desenvolvimento é uma fase que surge em certo período da vida
de um indivíduo e se ele logra êxito em cumpri-la, alcançará a felicidade e obterá,
também, sucesso nas fases posteriores. Por ou trolado, o fracasso conduz à
infelicidade, à desaprovação da sociedade e a ter problemas com as fases
posteriores." Estas "tarefas" provêm do amadurecimento físico, das pressões
sociais, dos valores e das ambições de uma pessoa em desenvolvimento. Um
professor consciente destas fases (ou tarefas) de desenvolvimento e que vê seus
alunos se debatendo dentro delas, pode ensinar de forma a fortalecer seus alunos
durante estes momentos cruciais.
De acordo com Robert Havighurst algumas destas fases (tarefas) para jovens
adultos são:
1. Completar ou continuar seus estudos.
2. Escolher seu cônjuge.
3. Aprender a viver com seu cônjuge dentro do casamento.
4. Começar uma família.
5. Criar filhos.
6. Administrar um lar.
7. Iniciar uma atividade profissional.
8. Adotar responsabilidades cívicas.
9. Encontrar um grupo social com o qual se identificar.
Você pode ter certeza de que Francisco consegue manter o interesse de seus
alunos. Se a classe da Escola Sabatina não reconhece as necessidades especiais dos
jovens adultos, então estas pessoas terão que enfrentar suas crises por si mesmas.
Esta é uma das razões pelas quais os jovens entre 18 e 30 anos tendem a deixar a
igreja.
Se nossos professores da Escola Sabatina seguirem o conselho do Espírito de
Profecia, muitas necessidades serão atendidas e poucas pessoas deixarão a classe.
"Necessitam-se professores capazes de lidar sabia- mente com os diferentes
aspectos do caráter: prontos a ver e aproveitar ao máximo as oportunidades de
fazer o bem; que sejam dotados de entusiasmo, aptos para ensinar e para inspirar
pensamentos, avivar energias e comunicar ânimo."- Conselhos aos Professores,
Pais e Estudantes, pág. 180.
Os professores fariam bem em seguir o exemplo de Jesus. "Falava aos homens
das verdades que se relacionam com a conduta da vida e se prendem à
eternidade."- Parábolas de Jesus, pág. 23.
Os adultos de meia-idade têm, também, tarefas (fases) de desenvolvimento. Os
filhos saíram do lar e há adaptações a serem feitas. No casa- mento surgem
tensões. Ocorrem mudanças biológicas. Muitas vezes a energia diminui. Os
sintomas da idade aparecem: lentes bifocais, meno – pausa, cabelos brancos. Ser
consciente destes e de outros problemas da meia-idade ajudará o professor da
Escola Sabatina a ministrar seus alunos, a manter sua atenção e a motivá-los a
estudar a Bíblia.
Os adultos de 65 anos em diante, também, enfrentam certas tarefas (fases). O
sentimento de não ser mais necessário, a perda de um emprego bem remunerado, o
sentimento de inutilidade, tudo isto contribui para destruir os sentimentos de valor
que uma pessoa tem de si própria.
O trabalho é muito importante para a auto-imagem de um homem. Sentir-se
inútil após a aposentadoria é uma verdadeira ameaça para muitos homens. Um
grande percentual de pessoas com mais de 65 anos são solteiras, viúvas ou
divorciadas.
A solidão e o isolamento social são os maiores problemas dos adultos nesta
idade.
Não podemos descuidar das necessidades especiais das pessoas nessa faixa
etária. Deveríamos procurar compreendê-las e ajudá-las a se sentirem bem.
Deveríamos atuar como Jesus atuou, sendo conscientes das necessidades humanas.
"Em toda angústia deles foi Ele angustiado." Isaías 63:9.
18
1. Frank, A. Logan, Fundamentals of Learning and Motivation. Dubuque, Iowa, Wm. C. Brown Co., 1970, pág. 2.
2. Randolph Crump Miller, Education For Christian Living. Englewood Cliffs, NJ., Printice
3. Stop, David A., A Ways to Help Them Learn-Youth. Glendale, Calif., International Center for Learpsgning, 1973, Hall, 1956,
4. Abraham Maslow, Motivation and Personality. New York, Harper & Row Publishers, 1954, págs. 19-58
5. Robert J. Havighurst, Human Development and Education. Copyright 1953 por Longman, Inc. Publica do por Longmans, Green &
Co., Inc. Reimpressão com autorização de Longman, pág. 2
6. Extraído de Adult Education in The Church. Roy B. Zuck & Gene A. Getz. Copyright 1970, Moody Press, Moody Bible Institute de
Chicago. Usado com permissão, págs. 37-38
CAPITULO 2
PLANEJAMENTO E
PREPARAÇÃO PARA
O APRENDIZADO
Todos planejam, mas é a qualidade do planejamento o que importa. Tomemos como
exemplo um edificio. O que se coloca no desenho da planta é o que aparece no
edifício. Da mesma forma ocorre com o ensino. É divertido fazer planos para uma
nova casa, assim como é agradável planejar o ensino e seu produto: a
aprendizagem.
Passei anos ensinando numa classe de adultos antes de fazer a grande
descoberta – é a forma como se planeja uma lição o que determina se a
aprendizagem é alcançada. Se é para ocorrer o aprendizado, é necessário
planejamento e preparação. Descobri que um planejamento cuidadoso e muita
oração tiram o stress de ensinar e o transforma em prazer. É por isto que estou
entusiasmado em compartilhar as técnicas de planejamento neste capítulo. Estes
métodos, se usados com fidelidade, farão com que sua classe tenha vida.
Devo admitir, entretanto, que a princípio, algumas dessas técnicas pareceram
inadequadas e uma perda de tempo. Mas agora eu não ensina- ria sem elas.
Desejo que você se familiarize com um plano de ensino. Ao final do capítulo,
você vai encontrar um formulário modelo. Por favor, examine- o com atenção, pois,
descobri que este formulário é uma de minhas ferramentas mais úteis. O
planejamento do ensino é uma das partes vitais do preparo do professor.
O planejamento do ensino é para o professor o que o mapa é para o viajante ou a
planta para o construtor. Descobri que seguir este método diminui a incerteza, dá
confiança e proporciona segurança. O planejamento do ensino o ajuda a inserir a
lição no método adequado e o ajuda a relacionar o conteúdo com as necessidades
dos alunos. O planejamento permite que a lição tenha continuidade e ajuda o
professor no uso sis- temático do tempo.
Alguns professores não planejam. Estudam a lição com diligência, oram e
dependem da inspiração do momento para guiá-los. Acredito que você concordará
que isto é inadequado. Durante muitos anos meu planejamento consistiu de umas
poucas idéias ou ilustrações escritas à margem da lição. Agora descobri que isto é
demasiado vago.
Um planejamento cuidadoso da lição contém uma organização detalhada daquilo
que o aluno deve fazer e descobrir. Contém uma detalha- da formulação da verdade
central, uma lista das necessidades dos estudantes, o alvo da lição e o método de
prender a atenção. Incluirá maneiras de fazer o aluno participar de um estudo real
da Bíblia e terá sugestões de alguns métodos que ajudem o aluno a aplicar a
verdade à sua vida.
20
Tenho descoberto ser de grande ajuda ter um lugar e tempo definidos para
estudar. Você tem observado que as pessoas de sucesso planejam seu tempo? Dê a
Deus a melhor parte do seu dia. Facilmente o tempo dedicado ao estudo é usado
para outros fins. Por isso, se possível, tenha um lugar tranquilo, confortável, longe
das distrações e com todos os mariais de estudo à mão.
FERRAMENTAS PARA A TAREFA
Meus livros são minhas ferramentas. Ferramentas são importantes para qualquer
tarefa, inclusive ensinar. Sua principal ferramenta é a Bíblia. Mas em qual versão? O
mercado está inundado de diferentes traduções. Creio que todo professor da Escola
Sabatina deveria ter três ou quatro traduções modernas, de modo a poder
determinar com mais precisão o que certa passagem quer dizer.
22
• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)
• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)
PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo tanto quanto necessário.
2. Estudar a lição da Escola Sabatina minuciosamente.
3. Usando o formulário de planejamento, fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.
TÉCNICAS: Determinar a qual das três áreas de aprendizado sua lição melhor se
adaptar:
conhecimento (informação factual)
sentimento (atitudes)
conduta (comportamento)
• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)
• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)
TRANSFORMANDO
OS ALUNOS PELO PODER
DA ATENÇÃO
Pesquisas recentes têm revelado interessantes informações acerca da
aprendizagem. Uma criança insegura, tímida e hostil normalmente tem grande
dificuldade em aprender, independente de quão capaz seja o professor ou
adequados os seus métodos. Tem sido demonstrado que, quando um professor em
primeiro lugar trabalha a questão do relacionamento e, em decorrência, a criança
sente que "aqui está alguém que realmente se interessa por mim, aqui está alguém
em quem eu posso confiar", sua mente parece se desbloquear e ela começa a
aprender. Você pode treinar uma criança em tabuada de multiplicação e ela pode
parecer incapaz de aprender- até que o amor genuíno entra em cena. Então
acontece o milagre - a mente da criança se libera e a aprendizagem segue adiante
em um ritmo surpreendente.
Descobri que os mesmos princípios são verdadeiros em relação à aprendizagem
dos adultos. Quando vamos à Escola Sabatina levamos conosco nossos medos,
nossas inseguranças e nossas hostilidades. Podemos nos sentir isolados das
pessoas, embora estejamos sentados bem perto delas.
Aprendi que é realmente gratificante dar atenção ao aspecto da ambientação para
a aprendizagem. Quando honestamente procuro familiarizar-me com os meus
alunos, quando tomo tempo para mostrar apreço e consideração a cada um, coisas
surpreendentes acontecem. O preconceito e a apatia desaparecem, as hostilidades
evaporam-se e há uma disposição para aprender.
Este é o segredo que eu desejo compartilhar com vocês neste capítulo, talvez o
mais importante capitulo deste livro. Se você colocar estes principios em prática,
provocará uma profunda mudança em seu ensino E no processo de aprendizagem.
Lawrence Richards descreve uma con dição muito vista nas classes da Escola
Dominical: "Quão trágica a este rilidade das classes onde estranhos se sentam
juntos a cada semana, bem vestidos, mas dissimulando as feridas ou ocultando sua
satisfação inte- nor, enquanto um 'professor' a quem pouco conhecem intimamente,
verbaliza palavras da verdade." Você acha que esta descrição poderia se aplicar a
alguma classe onde tenha estado? Creio que devemos enfrentar um problema
existente em muitas classes da Escola Sabatina - muito formais para um processo
de aprendizagem.
37
A ESCOLA DA FAMÍLIA
Moisés, em seu apelo final a Israel, legou-nos um ótimo exemplo de ensino -
aprendizagem: "E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração, e as
intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa e andando pelo
caminho e deitando-te e levantando-te." Deuteronômio 6:6-7. Moisés descreveu
um ambiente familiar onde a transferên cia de informações, valores e ideais fluem
naturalmente dos membros mais velhos para os mais novos e onde os menores são
igualmente ouvi dos e valorizados.
A familia representa uma situação ideal de aprendizagem. Pai e filho Conversam
enquanto trabalham juntos, mãe e filha comunicam-se enquanto lavam e secam a
louça ou remendam as roupas, Valores e ideais são melhor transmitidos e
comunicados em um ambiente familiar. Neste contexto as pessoas podem ser
auténticas; aceitam se mutuamente e adquirem confiança.
Quão diferente é em muitas classes da Escola Sabatina onde a Bíblia é ensinada
em termos abstratos, o ambiente é formal e onde o ensino e aprendizagem estão
fora da realidade do dia-a-dia Paulo, o grande professor do Novo Testamento, indica
um contexto superior para a aprendizagem. Apresenta a Deus como um Pai e
sugere que somos membros de Sua família. Pede que o Espírito atue em nós para
que Cristo habite pela fé em nossos corações, a fim de, estando arraigados e
fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos,
qual seja a largura e o comprimento e a altura e a profundidade, e conhecer o amor
de Cristo que excede a todo entendimento, para que sejais cheios de toda a
plenitude de Deus". Efésios 3:17-19.
É neste ambiente de calor e solicitude familiar onde pais e filhos se apóiam uns
aos outros que as pessoas aprendem e crescem melhor. Estou certo de que você
deseja e está se esforçando para ter, em sua classe, esta espécie de atenção e de
amor que apóia e fortalece.
Eu entendia que, para ensinar a Bíblia, tudo o que precisava fazer era tornar
conhecida a informação. Mas tenho aprendido que se desejo seguir os métodos de
ensino de Deus, devo procurar desenvolver classes tipo "família" onde haja
interesse carinhoso de uns pelos outros. Lawrence Richards destaca isto muito
bem. Disse que para alguém desinibir-se para falar sobre o que se passa em sua
vida é necessário imprescindivelmente um clima de amor. Somente sob este tipo de
amor podem seus alunos examinarem sua vida à luz da Palavra de Deus. O
formalismo no processo de ensino impede o Espírito Santo de falar ao coração do
estudante. "Não é somente que a Palavra torna a vida o centro das atenções, mas
que a vida torna a Palavra o centro."
38
Note esta referência sobre "a escola da família" em Testemunhos Seletos, vol. 2,
pág. 425: "Escolas familiares em que cada aluno seja objeto de especial auxílio de
seus professores, como os membros da família devem receber no próprio lar.
Brandura, simpatia, união e amor devem ser nutridos ai." Embora esta citação não
se refira especificamente à Escola Sabatina, certamente é apropriada.
ESCOLA DA FAMÍLIA DE JESUS
Minhas pesquisas sobre os métodos de ensino usados por Jesus têm sido muito
compensadoras. Têm influenciado grandemente minha forma de ensinar.
Surpreende-me o fato de que tão pouca atenção tem sido dada às técnicas de ensino
de Jesus, mesmo por educadores cristãos. Certamente, como o maior Mestre que o
mundo já conheceu, Ele deve ser nosso exemplo nas técnicas de ensino. Descobri
que os métodos de Jesus realmente funcionam e estou certo de que você descobrirá
isto também.
Jesus não organizou uma escola formal onde Seus discípulos e segui dores
assistissem em classes. Antes, usava o modelo familiar. Ele referiu-se a Seus
discípulos como "minha Mãe e Meus irmãos". Eles viviam juntos, alimentavam-se
juntos, viajavam juntos e aprendiam juntos. Havia grandes diferenças culturais, de
temperamento e de experiências entre os discípulos. Mateus, o coletor de impostos
e Simão, o Zelote, eram ideologicamente pólos opostos. Algumas vezes discordaram
violentamente. Argüiam vigorosamente. Mas o amor de Cristo os mantinha unidos.
E nesta atmosfera de "família" eles aprenderam a amar e a confiar uns nos outros.
Finalmente, após três anos com o Mestre dos mestres cada um estava disposto a
conceder ao outro o mais alto lugar".- 0 Desejado de Todas as Nações, pág. 646.
Jesus nunca se apressou a repreender ou a pregar sermões. Ele tomava tempo
em abençoar crianças e suas mães. Comia com o coletor de impostos e detinha-Se a
curar um cego.
Quantos de nós, quando em classe, olhamos nosso relógio pensando na matéria
que falta para ser dada. Corremos com a lição como se o conteúdo fosse tudo e
pouca atenção dispensamos às necessidades e sentimentos de nossos alunos.
Jesus tinha muitas "escolas familiares". Em Suas viagens, muitas vezes ficava
com as famílias. Quando Jesus visitava alguém, certamente o anfitrião convidava
seus amigos e vizinhos para ouvi-Lo. Assim como faz todo verdadeiro professor,
estou seguro de que Jesus aproveitava toda oportunidade para ensinar.
A vantagem de grupos pequenos é a possibilidade de se aproximar mais das
pessoas e poder atender suas necessidades. Jesus apreciava estar em casa com
Lázaro, Maria e Marta. Era uma "classe da Escola Sabatina" ansiosa por aprender.
39
Como fazer para criar uma "classe-familiar" ? Além de visitar seus alunos em suas
casas é muito importante ter um relacionamento amistoso e caloroso na classe. Se
possível cumprimente cada um pessoalmente. Se isto não for possível durante a
classe, você pode encontrar-se com eles antes ou após a Escola Sabatina. Dê
especial atenção às pessoas tímidas e às retraídas. Empenhe-se por saudá-las e
conversar com elas após a Escola Sabatina ou após o Culto.
Se você é um professor que se coloca no nível dos alunos e aprende com eles, isto
o ajudará a construir uma classe-familiar. Em outras palavras, sinta-se mais como
um líder que aprende do que como uma figura de autoridade.
Note esta declaração que descreve as atitudes apropriadas e as não apropriadas
de um professor: "Encontram-se [os professores] demasiado alto na escada para
estender para baixo mão ajudadora, cálida de ternura e amor, de profundo e
fervoroso interesse. Desçam eles e com suas próprias maneiras digam aos alunos:
"Não permanecerei por mais tempo tão superior a vocês. Subamos juntos, e
veremos o que se pode obter pelo estudo, em conjunto, das Escrituras. ... Estudemos
juntos... fazendo perguntas, vocês poderão sugerir idéias novas para mim. As vá-
rias maneiras de exprimir a verdade que estamos estudando, trarão luz à nossa
classe. Se qualquer explanação da Palavra for diversa da com preensão que tinham
anteriormente, não hesitem em expor seus pontos de vista sobre o assunto. A luz
resplandecerá sobre nós enquanto, na mansidão e humildade de Cristo, estudarmos
juntos." - Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 436.
O professor que é cordial e receptivo irá longe ao criar uma atmosfera familiar
em sua classe. O professor deve desejar ser mais humano, e até ficar vulnerável. O
professor que pode compartilhar seu jornadear de cristão, suas alegrias e
frustrações, está compartilhando sua humanidade, mostrando que valoriza seus
alunos. Tenho descoberto que a confiança gera confiança. Quando eu digo "meu
problema é...", meus alunos tendem a remover suas máscaras e serem mais
genuínos e abertos uns com os outros.
Os seis pontos escritos no cartão de sua classe estão ali não apenas por razões
estatísticas; ao contrário, são uma série de sugestões de como demonstrar interesse
pelas pessoas. Quem está presente? Quem não veio? Quem são nossas visitas? Isto
ajuda a apresentar as visitas e mostra que a Escola Sabatina dispensa atenção às
pessoas.
41
Eu tenho descoberto que uns poucos minutos gastos em dispensar atenção aos
alunos cada semana, ajuda a criar um clima de aprendizagem e a formar uma
"classe-familiar". Comentários como os seguintes também ajudarão: "George, sua
esposa já saiu do hospital?" "Nós estamos felizes em ver o Marcos, que retornou de
férias. Como foi a viagem?" "Alguém tem notícia da família Souza? Este é o
segundo sábado que estão ausentes. Algum voluntário poderia entrar em contato
com eles?" "Nós estamos passando um cartão de congratulações para a Suzana.
Por favor, todos assinem."
Famílias incluem os pais... e pais se interessam pelos filhos. Se uma criança está
perdida, um pai não pode descansar até que ela seja encontrada.
Uma manhã, quando visitava interessados, cheguei à casa de uma familia de
doze filhos, desde uma criancinha até uma filha adolescente. "A quem a senhora
mais ama?" perguntei à mãe. Ela olhou a família com carinho e ficou silente por uns
momentos. Então disse: "Hem, eu imagino que é aquele que está doente, ou perdido
ou com problema."
Nunca vou esquecer o amor que vi refletido no rosto daquela mulher. Cada filho era
distinto e também precioso aos olhos dela. Você acha que ela ficaria preocupada
quando um deles estivesse ausente? Esta é a espécie de atenção que torna uma
"classe em uma família", com uma atmosfera que nutre os corações e libera os
pensamentos para a aprendizagem. Nesta espécie de classe não há estranhos, não
há máscaras, nem muro de separação. Os alunos podem ser autênticos e abertos
entre si porque há confiança. E é a confiança que permite compartilhar sentimentos
a um nível mais profundo. Numa classe como esta haverá sempre vivo debate,
porque cada um se sente livre para participar.
42
Jesus freqüentemente dizia ou fazia o que não se esperava ou o que era fora do
comum. Jesus usou o "poder da surpresa" pedindo água para beber e assim
conseguiu a atenção da mulher de Samaria.
"Como sendo Tu judeu, pedes a beber a mim que sou mulher samaritana?" S.
João 4:9. Jesus conquistou o direito de ensinar, primeiramente captando a atenção.
O expediente usado pelo professor para prender a atenção deve estar relacionado
com a lição e conduzir diretamente para a verdade central. Tal como o pórtico de
uma casa, atrativo e integrado na arquitetura do edifício.
O começo estimulante tem um propósito - criar o interesse pelo estudo da lição. A
introdução deveria "mobilizar as energias do aluno" e dirigi-lo imediatamente à
lição. A quantidade de tempo depende das circunstâncias. Mas uma introdução
nunca deveria ultrapassar 2 ou 3 minutos. A transição para o estudo da lição deveria
ser a mais suave e natural possível.
Evite idéias estranhas à lição. Seu plano para captar a atenção e o plano para
transitar da introdução ao corpo da lição deveriam ser escritos em seu formulário de
planejamento.
44
PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo o quanto for necessário.
2. Estudar a lição toda
3. Utilizando a folha de planejamento, faça o seguinte:
a. Identifique e escreva a verdade central.
b. Enumere as necessidades de seus alunos.
c. Escreva seu alvo de ensino.
TÉCNICA:
1. Experimente pelo menos uma das coisas sugeridas neste capítulo, para aumentar
a confiança e a desinibição em sua classe. É óbvio que uma atmosfera de confiança
e amizade não pode ser criada somente com uma técnica.
2. Planeje algum meio para conseguir a atenção como parte de sua introdução.
Certifique-se de que seja breve, interessante e relacionada com a lição. Veja os
critérios apresentados neste capítulo.
3. Escreva seus planos, para fazer aumentar a amizade e a atenção, bem como a
introdução na folha de planejamento.
PESQUISANDO
A PALAVRA
Ocais estava apinhado de barcos de pesca e todos pareciam, para mim, iguais. Eu
estava procurando "Lucky Lady". Constava em meu cartão de interessados que
Becky vivia a bordo e estava interessada em estudar a Bíblia. Após interminável
procura entre nomes sobre cascos, divisei o barco - pintura descascada, enferrujado,
com redes espalhadas pelo pequeno convés.
Subi a bordo e chamei por alguém junto à cabine. Uma porta abriu- se e uma
jovem mulher, cabelos desgrenhados, olhos fundos, surgiu diante de mim. "O que
você deseja?" perguntou ela. Expliquei que era um pastor. Permitiu-me então
entrar. A cabine não parecia atraente. Pratos e roupas sujas espalhadas pela
cozinha. Odores de fraldas e de peixes se misturavam no ar. Duas crianças
pequenas brincavam no chão do desordenado compartimento.
Tornou-se um pouco amistosa quando mencionei nossa classe de Bíblia no
sábado pela manhã e citei o tema relativo ao Céu. "Sim", disse ela, "eu sempre
estive interessada na Bíblia mas nunca tive uma." Conversamos por algum tempo e,
então, antes de sair eu disse: Estarei esperando por você no próximo sábado, pela
manhã.
No sábado seguinte Becky entrou no hall da igreja puxando pela mão seus dois
filhos. Todos os três mal vestidos, aparentando timidez e constrangimento. Mas
nossa recepção fê-la sentir-se mais à vontade. As recepcionistas encaminharam as
crianças para os departamentos infantis e ela foi conduzida à minha classe, tendo
uma Bíblia na mão. Observei quão reverentemente segurava a Bíblia. Pude ver que
seu interesse se aprofundava quando se uniu a nós na pesquisa bíblica sobre o tema
relativo ao Céu. Durante o estudo fez algumas perguntas e pareceu satis- feita com
as respostas que encontrou na Bíblia. Ela retornou sábado após sábado.
Becky estava aberta à Verdade e ávida em aprender da Bíblia. Sua atitude me fez
lembrar as palavras de Paulo aos bereanos: "Ora estes foram mais nobres do que os
que estavam em Tessalônica porque de bom grado receberam a Palavra
examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim." Atos 17:11. Becky
agiu assim também. Estudou cuidadosamente nossas doutrinas. E um milagre
começou a acontecer. Gradualmente uma maravilhosa mudança pôde ser observada
em suas atitudes, em sua aparência e em seu estilo de vida. Então, foi batizada e
tornou-se um fiel membro da igreja.
46
O MODELO BEREANO
PROBLEMA: Recentemente eu menti para proteger meu chefe de um cliente abusivo. Eu tenho confessado
isto para Deus. Deveria confessar também para o cliente e para meu chefe?
INVESTIGAÇÃO BÍBLICA: Peça suas sugestões no espaço a seguir, baseadas nas indicações bíblicas e do
Espirito de Profecia, citadas à página 22 de sua lição.
Leia o texto seguinte várias vezes. Pense em seu significado. Em seguida escreva-o em suas próprias
palavras. 1 Corintions 6:19-20.
PARÁFRASE:
Permita pelo menos 5 minutos para esta atividade. Qual a importância deste
exercício para a aprendizagem? Obviamente que para parafrasear estes versos o
aluno necessita entender o seu significado. E se escreve as passagens em suas
próprias palavras, as lê e explica à pessoa que está ao lado, ele entenderá melhor um
texto - chave da lição. Ele o lembrará. São boas as chances de que isto tenha um
valor permanente em sua vida. Após esta atividade de aprendizagem, você poderá
ler a mesma passagem em diferentes traduções modernas e compará-las. Lembre-
se, é melhor explorar em profundidade o significado de uma única passagem do que
ler várias superficialmente.
3. Pensamento Crítico, Classificação ou Comparação: O propósito desta atividade
é levar o aluno a aprender como classifi car, comparar e analisar as Escrituras.
Usando um quadro-negro ou uma folha grande, escreva dois subtítulos Veja o
exemplo abaixo.
TEMA DA LIÇÃO: A MENSAGEM LAUDICEANA
PASSAGEM BIBLICA:
Identifique os Problemas de Cristo Identifique os Problemas dos Laodiceanos
1 1
2 2
3 3
4 4
5 5
SOLUÇÕES:
49
Usando sua Bíblia, os alunos identificam os problemas e um deles escreve-os na
folha ou no quadro-negro. Lembre-se, os problemas surgem da classe à medida em
que os alunos vão analisando os textos bíblicos. não da parte do professor. O
professor guia e dá as indicações, mas não responde às questões.
Dê tempo suficiente para pensar. Após ter considerado os problemas de Cristo e
os problemas dos laudiceanos pergunte pela solução das passagens. O professor
pode também ter um ou dois textos escolhidos do Espírito de Profecia que déem a
solução para os problemas. Escreva-os em cartões e peça a algum membro da
classe para lê-los. Os pontos-chaves da solução poderiam, também, já estar escritos
numa folha grande. Esta forma de ensino põe a responsabilidade pela pesquisa
bíblica, a análise e a classificação diretamente sobre o aluno. Todos são envolvidos e
o professor não se sobrecarrega. Dê tempo suficiente. Lembre-se, a aprendizagem
ocorre também durante os momentos de silêncio. Desenvolva "tolerância pelo
silêncio".
4. Investigação e Relatório:
O professor apresenta um problema a ser investigado e relativo à lição da próxima
semana. O assunto pode envolver a classe toda, um grupo ou ser tratado
individualmente. O professor focaliza o problema e orienta quanto à extensão do
trabalho, fontes de pesquisa e o tempo necessário para a apresentação do relatório.
O professor deve colocar-se à disposição para consultas durante a semana.
Cuide para não desencorajar os alunos dando um problema muito difícil. Na semana
seguinte não se esqueça de chamar a pessoa ou o grupo para a apresentação do
relatório, Conceda o tempo combinado previamente. Não presuma que seus alunos
não responderão a tal desafio. Faça disto uma linda experiência. Você ficará
surpreso com a resposta. Este plano leva as pessoas à Palavra. Veja o exemplo a
seguir:
5. Para Estudo:
Nesta atividade o professor prepara um relato escrito ou apresenta um sumário de
uma situação real de vida, um problema ou um incidente bíblico. É distribuído aos
alunos e analisado durante certo tempo em classe. Os alunos procuram soluções na
Bíblia. Se a classe tem dificuldade em achar os textos bíblicos, o professor deve
estar preparado para provê-los.
Os alunos devem encontrar as respostas. Após 10 minutos de pesquisa e
redação, os membros da classe devem compartilhar suas soluções em grupos de 2
ou 3. O problema ou a situação de vida real deve ser específico e oriundo da lição da
Escola Sabatina. Os versos bíblicos que solucionam o problema devem vir da lição.
Ao selecionar o problema, o professor deve considerar as pessoas envolvidas, suas
experiências e relações. Finalmente deve levar o grupo a avaliar a situação
Ao término dos relatórios, o professor deverá fazer um sumário das principais
descobertas e conduzir o grupo a determinar o melhor curso de ação. Ajude a classe
a: (1) escutar e analisar cuidadosamente o caso, (2) identificar os temas principais,
(3) buscar identificar o comporta- mento que tenha contribuído para o problema e
(4) procurar os principios bíblicos, psicológicos e sociais para a solução do
problema. Exemplo:
TEMA DA LIÇÃO: ESTAMOS ARREPENDIDOS
PEDRO E JUDAS - ESTUDO DE DOIS CASOS
Leia os seguintes textos da Biblia e do Espírito de Profecia: Lucas 22:24; Mateus 16:22; 17:4; 26:35, 69,
70, 75; 8:19, 20; João 12:4-7; 13:10, 11, 27-30; o Desejado de Todas as Nações, págs. 498-509; ou 712-
715, 716-722 na edição padronizada.
Lições que podemos aprender sobre arrependimento, tiradas da experiência destes dois casos:
O caso para estudo poderia ser tirado também do noticiário da atualidade. Isto
poderia ser dado na forma de uma breve história, acompanhada de uma lista de
versículos bíblicos e deveria estar diretamente relacionada com a lição da Escola
Sabatina. O professor deve apresentar o caso, dar as informações e conceder o
tempo para a pesquisa bíblica e elaboração do relatório com as conclusões.
51
6. Resolvendo o Conflito:
Proponha opiniões conflitantes, levando em conta um tema baseado na lição da
Escola Sabatina. Oriente a classe na investigação da Bíblia, de modo a resolver o
problema. Veja o exemplo seguinte.
TEMA DA LIÇÃO: NÓS CONFIAMOS NELE
TEXTO-CHAVE: S. JOÃO 4:48
Ajude-nos a resolver o seguinte conflito: Algumas pessoas acreditam que Deus deseja que creiamos nɛle
independente das evidências externas. Outras sustentam que Deus sempre prove evidências antes de
requerer que acreditemos. Para resolver este problema consulte os seguintes vernos tirados da lição:
Hebreus 11:6; S. João 4:48-50; 4:28-30; 20:30-311 Caminho a Cristo, pág. 105.
Minha conclusão:
Apoie e explique a seguinte declaração de crença com passagens biblicas da lição de hoje:
A nossa posição adequada diante de Deus só é possível quando olharmos pela fé nosso sacrificado e
ressurreto Salvador, Jesus Cristo.
Escreva e explique os versiculos escolhidos por você:
1.
2.
3.
4.
5.
Pontos de vista:
(1) Alguns acreditam que a perfeição é um termo relativo, que se refere à maturidade crista, e que
podemos ser perfeitos em nossa esfera de ação à medida que crescemos à Sua semelhança.
(2) Outros alegam que a perfeição é como a vitória. Não se permite possíveis erros no processo de
crescimento. A vitória deve ser obtida sobre cada pecado antes que se alcance a perfeição.
(3) Outros ainda sustentam que tudo o que é necessário para a perfeição é a imputada justiça de Cristo.
Após a leitura dos textos da lição e do comentário do Espírito de Profecia, qual é a sua opinião? Favor
escrever um parágrafo, abaixo, justificando seu ponto de vista com textos bíblicos ou citações do Espírito
de Profecia.
Conceda 15 minutos para o exercício escrito. Pode também ser usado como
exercício a ser feito em casa.
O QUE POSSO PLANEJAR PARA ELES FAZEREM?
Lembre-se, nosso alvo é conseguir que os membros da classe folheem a Bíblia -
investigando as Escrituras. O que ensina a Bíblia? Esta é uma questão importante?
Nossa tarefa é ensinar as pessoas a irem à Bíblia em busca de respostas a seus
problemas pessoais, familiares ou corporativos.
Agora deverá ficar claro o que significa planejar coisas para os alunos fazerem. A
filosofia do ensino pessoal tem muito a haver com a espécie de preparação que
ocorrerá. O que posso planejar para que eles façam? Esta é a questão que o
professor tem para resolver. Como educadores da verdade, temos que aprender
como conduzir nossas classes até as profundidades da verdade bíblica.
Necessitamos "arar fundo", necessitamos aprender a pesquisar as Escrituras. Quão
necessário é que as minas da verdade sejam exploradas! "Assim como o mineiro
cava a fim de procurar áureo tesouro na terra, com tanto ardor e persistência
devemos nós procurar o tesouro da Palavra de Deus." - Conselhos aos
Professores, Pais e Estudantes, pág. 461.
FOLHA DE PLANEJAMENTO DA LIÇÃO
Nº da lição Titulo:
• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)
• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)
NÍVEIS DE APRENDIZAGEM
Ouvi uma voz rouca que vinha de outro quarto: "Tirem-me daqui! Socorro! Socorro!
Socorro!" Nossa anfitriã disse: "Oh, não se preocupem. É George, nosso papagaio.
Ele só repete palavras. Não sabe o significado." Quando eu considerava os diferentes
níveis de aprendizagem, este incidente voltou a minha mente.
Quanto pode aprender um papagaio? Alguns aprendem a repetir algumas palavras,
às vezes até sentenças inteiras, mas duvida-se de que vinculem qualquer
significado às palavras. Mas eles aprendem realmente- no nível da rotina.
Aprendizagem de rotina significa a repetição de palavras sem reflexão ou
significado. Os seguidores da religião hindu ainda repetem palavras e frases
chamadas mantras. Do ponto de vista deles a repetição constante destas palavras
místicas tem grande valor espiritual. Mas Jesus disse: "Não useis de vas repetições,
como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos." S. Mat.
6:7.
Temos nós aprendizagem de rotina na Escola Sabatina? Talvez não. Mas às vezes
nos surpreendemos cantando ou repetindo textos da Bíblia, sem pensar em seu
significado.
As palavras são a base da comunicação verbal. Deus escolheu revelar- Se nas
Escrituras por meio de palavras e por meio de fatos. A Palavra de Deus nos
comunica a natureza de Deus e nos leva a uma relação dinâmica com Ele. "Estas
palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos."
Deut. 6:6 e 7.
NÍVEL DE COMPREENSÃO FACTUAL
Jocosamente tem-se dito que a "educação em nível inferior é a transferência de
fatos do caderno do professor para o caderno do aluno sem passar pela cabeça de
nenhum dos dois". Isto não é compreensão factual. Compreensão factual significa
conhecer os fatos e entender o seu significado. A compreensão factual é um nível de
aprendizagem superior ao nivel rotineiro. A memorização de fatos bíblicos,
entendendo seu sig nificado, é importante, Fatos a respeito de Jesus. Seus ensinos,
Sua vida, morte e ressurreição. É importante captar os fatos bíblicos a respeito do
sábado, salvação, batismo, lei. A informação factual são os tijolos do edifício de
aprendizagem; é aí que o professor deve começar.
55
4 Nível de implicação-aplicação
3 Nível de exposição-generalização
2Nível de compreensão-factual
1Nivel rotineiro de memória
Veja o exemplo seguinte de ensino no nível factual. Filipe, um professor de Escola
Sabatina, pergunta: "Alguém é capaz de mencionar as partes da imagem de Daniel
2?" O aluno que domina a informação factual, responde: "A cabeça é de ouro, os
braços e o peito de prata, o ventre e as coxas de bronze. As pernas de ferro, e seus
pés em parte de ferro e em parte de barro."
A seguir, Filipe poderá perguntar: "Bem, quem pode dizer-me o que aconteceu com
a imagem?" Este é o método de catequese, uma maneira tradicional de ensinar.
Mas a aprendizagem, para ser significativa, deve ir além da compreensão dos fatos.
Os fatos da Bíblia, como tijolos em um edificio, devem ser organizados de maneira
significativa para transmitir idéias e conceitos. Embora reconhecesse a importância
da informação factual, Ellen White sugere níveis de aprendizagem mais elevados.
"Na Escola Sabatina, cumpre tanto a pais como a filhos dedicar tempo ao estudo da
lição, procurando obter completo conhecimento dos fatos apresentados, e também
das verdades que estes fatos se destinam a ensinar."- Orientação da Criança, pág.
511.
NIVEL DE EXPOSIÇÃO-GENERALIZAÇÃO
O Prof. Lauro aspira a um nível superior de aprendizagem. "Encontrei certa vez um
homem que acreditava que a Europa logo se tornaria uma só nação. Com base na
lição de hoje, e o estudo dos pés e dos dedos da grande imagem de Daniel, capitulo
2, alguém é capaz de sugerir algo que eu poderia ter dito a ele como ajuda?"
A fim de responder a pergunta de Lauro, o aluno precisa conhecer os fatos a
respeito dos pés e dos dedos da imagem e ser capaz de expor as verdades da lição,
fornecendo o significado dos fatos. Lauro está procurando chamar à ação os
processos superiores do pensamento. Ele está solicitando aos alunos que organizem
os fatos num todo significativo, para generalizar e expor a verdade com suas
próprias palavras. Lauro pode formular outra boa pergunta para estimular níveis.
mais altos de aprendizagem: "Como você pode usar os fatos de Daniel 2 para ajudar
uma pessoa que diz não acreditar na Bíblia?" Descobri que ensinar neste nível é
muito mais empolgante do que simplesmente comunicar informação factual. As
pessoas gostam de pensar em níveis superiores e discutir conceitos.
56
Note a importância do principio da exposição-generalização na citação seguinte:
"Os professores devem induzir os alunos a pensar, e a entender claramente a
verdade por si mesmos. Não basta ao mestre explicar, ou ao aluno crer; cumpre
suscitar o espírito de investigação, e o aluno ser atraído a enunciar a verdade em
sua própria linguagem, tornando assim evidente que lhe vê a força e faz a
aplicação." - Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 427.
Uma boa pergunta de reflexão é uma grande ajuda no estímulo dos processos
superiores do pensamento, conduzindo assim a níveis mais elevados de
aprendizagem. Quando o professor fica detido em fatos, não pode conduzir a classe
para além do nível de aprendizagem factual. As pessoas tendem a perder o interesse
em tal ensino. A mais elevada motivação da atenção e da aprendizagem é: "Como
isto me servirá de ajuda?" O professor precisa desafiar, inquirir e lidar com grandes
idéias. Precisa então mostrar a relevância para a vida dos alunos. Isto nos conduz a
um nível ainda mais elevado de aprendizagem.
NIVEL DE IMPLICAÇÃO-APLICAÇÃO
O Prof. Daniel almeja um nível superior de aprendizagem. Seu alvo é conduzir os
alunos a perceberem as implicações para a sua vida. Ele pro- cura ajudar seus
alunos a se verem no quadro e reconhecerem as implicações para sua própria
experiência.
Daniel seleciona uma resposta apropriada como seu alvo e trabalha nessa direção.
Sua ênfase está na atitude que espera dos alunos em relação à verdade. Neste nível
de aprendizagem, a mudança na vida dos alunos é o alvo. Quando o professor
focaliza este nível - para ajudar o aluno a ver a si próprio e a suas necessidades-
então a verdade é interiorizada com mais facilidade.
Muitos professores tendem à moralização, ou ficam martelando alguma
admoestação pessoal, assim: "O ponto da história é..." ou, "Uma lição importante
seria..." A excessiva verbalização do professor é um dos maiores obstáculos para
que os alunos descubram a aplicação da lição em sua vida.
Achei proveitoso fazer perguntas como: "Que significado tem esta profecia para sua
vida profissional?" Ou, "Você acha que esta profecia deve ter algum efeito sobre o
tempo que você gasta para partilhar a sua fé ?"
Neste método não dizemos aos alunos qual é a aplicação. Eles a descobrem por si
mesmos. Quando as pessoas descobrem a verdade, esta é lembrada e aplicada.
Uma outra maneira de levar os alunos a aplicar a lição é contar-lhes histórias.
Descobri que quando conto uma experiência da minha própria vida, as pessoas
tendem a identificar-se com a história. Esta técnica tem muito valor espiritual e
psicológico.
57
Cada um se identifica com os personagens de uma história bem contada.
Recordamos as histórias e as ilustrações por muito mais tempo do que apenas a
teoria.
O apóstolo Paulo repetia a história da sua conversão vez após vez porque sabia que
muitos dos seus ouvintes se identificariam com sua experiência e seriam
influenciados pelo Espírito Santo para seguir seu exemplo. Portanto, se você
realmente quer que as pessoas apliquem a lição em sua vida, conte sua própria
experiência sem pedir desculpas. Se é real para você, será real também para eles e
terá influência poderosa.
ONDE ESTÁ SEU ENFOQUE?
A maior parte do ensino na Escola Sabatina está provavelmente no nível de
compreensão factual. É necessário incluir no ensino mais níveis alternados de
aprendizagem exposição-generalização, e implicação-aplicação. O professor pode
começar no nível factual, tratando da informação dos fatos como base para o debate.
Em seguida, ele pode passar para o nível da exposição-generalização. Isto
encorajaria a captação do conteúdo em termos de idéias e das relações que as
unem. Neste nível o aprendiz repensa pessoalmente o signi ficado das passagens da
Bíblia. O uso da implicação-aplicação virá então na parte final da apresentação.
Aqui, o professor atento tomará tempo para uma cuidadosa exploração da aplicação
prática das verdades ensinadas.
A parte vital de qualquer debate em classe é quando o professor en- volve os alunos
na prática de explorar o significado e a aplicação.
Está você consciente dos três principais níveis de aprendizagem? Ouça outros
professores e veja se consegue determinar em que níveis está o enfoque de seu
ensino. Será mais fácil você descobrir o enfoque deles prestando atenção ao tipo de
perguntas que fazem. Analise o en- foque da seguinte pergunta: "Conhecendo,
como conhece, a profecia de Daniel 2, como você ajudaria alguém que está
preparando um discurso sobre os Estados Unidos da Europa?"" Esta pergunta
definidamente não é factual. Ela é do nível exposição-generalização.
Veja se consegue classificar esta outra: "Que efeito terá esta verdade em seu
pensamento ao falar dela ao vizinho descrente?" Esta pergunta vai além de
compreensão e significado, ela vai ao nível da implicação aplicação. Em outras
palavras, discute como a verdade deve afetar nos- sa vida. Na maioria das lições, a
ênfase do professor deve estar neste nível de aprendizagem durante a última parte
da lição em classe.
O ENFOQUE DE JESUS
58
:Como Mestre dos professores, Jesus parece haver estado ciente dos diferentes
níveis de aprendizagem. Ele usava métodos que agora esta- mos descobrindo serem
psicologicamente os melhores. Analise as se- guintes questões no que se refere ao
seu enfoque: A que nível de apren- dizagem as seguintes perguntas se inclinam?
Sublinhe a resposta correta.
1. "Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade, e teve fome...?" S.
Marcos 2:25. Compreensão Factual; Exposição-generalização: Implicação-aplicação.
2. "... não lestes na lei...?" S. Mateus 12:5. Compreensão Factual; Ex- posição-
generalização; Implicação-aplicação.
3. "Que arrazoais em vossos corações? Qual é mais fácil, dizer: estão perdoados os
teus pecados, ou levanta-te e anda?" S. Luc. 5:22, 23. Compreensão Factual;
Exposição-generalização; Implicação-aplicação.
4. "Donde era o batismo de João? Do Céu ou dos homens?" S. Mat.21:25.
Compreensão Factual; Exposição-generalização, Implicação-aplicação.
5. "Qual deles, portanto, o amará mais?" S. Luc. 7:42. Compreensão Factual;
Exposição-generalização; Implicação-aplicação.
6. "Como pode Satanás expelir a Satanás?" S. Mar. 3:23. Compreensão Factual;
Exposição-generalização; Implicação-aplicação.
7. "É lícito no sábado fazer o bem ou mal? Salvar a vida ou deixá-la a perecer?" S.
Luc. 6:9. Compreensão Factual; Exposição-generalização; Implicação-aplicação.
As duas primeiras perguntas são de compreensão factual. As de números três a seis
estão no nível de exposição-generalização. A resposta exige a necessidade de
conhecer e compreender certos fatos e a sintetizar a informação a fim de poder
fazer julgamentos válidos. Este é um ní- vel superior de pensamento que requer
raciocínio e conceitualização (formulação de idéias).
A sétima pergunta está relacionada com o nível de aprendizagem implicação-
aplicação. Esta pergunta também exige um conhecimento dos fatos da Bíblia a
respeito da observância do sábado e habilidade de generalizar.
Muitas perguntas não cabem adequadamente em nenhuma destas categorias.
Muitas perguntas poderão ter elementos de todos os três níveis.
Você descobrirá, entretanto, que ao analisar as suas perguntas do ponto de vista
destas categorias, você será mais capaz de estimular seus alunos a pensar com mais
profundidade.
ALVO: Aprender a usar perguntas nos três níveis de aprendizagem, e a analisar seu
enfoque.
PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo o quanto for necessário.
2. Estudar a lição toda a lição da Escola Sabatina
3. Utilizando a folha de planejamento, faça o seguinte:
a. Identifique e escreva a verdade central.
b. Enumere as necessidades de seus alunos.
c. Escreva seu alvo de ensino.
d. Planeje uma estratégia para captar a atenção como parte de sua introdução.
TÉCNICA:
1. Planeje uma série de perguntas para a discussão de classe dos três niveis de
aprendizagem sugeridas neste capítulo:
a. Compreensão factual.
b. Exposição-generalização.
c. Implicação-aplicação.
2. Analise o seu enfoque de discussão. Se possível, grave a sua apresentação da
lição na classe e analise como você passou do enfoque de um nível de aprendizagem
para outro. Suas perguntas indicarão o enfoque.
"Que bênção não seria se todos ensinassem como Jesus fazia!"- Conselhos Sobre a
Escola Sabatina, pág. 182. É a combinação da instrução formal, da instrução factual
e de atividades de aprendizagem que provêm elevado nível de retenção e
transferência de valores.
Modernas pesquisas educacionais têm provado que a ação e o envolvimento dos
alunos conforme fazia Jesus, são métodos de aprendizagem preferíveis.
Uma criança relembra:
10% do que lê
20% do que ouve
30% do que vê
50% do que ouve e vê
70% do que diz
90% do que diz e faz
(Baseado em pesquisas da Universidade do Texas, EUA).
Que método de ensino predomina nas classes da Escola Sabatina? O típico professor
da Escola Sabatina de adultos provavelmente fale 80 a 90%. Pode fazer algumas
perguntas sobre fatos, algumas poucas questões de retórica e talvez salpique
algumas questões que fazem pensar. O discurso é o método mais usado. Mas
animo-me ao ver crescer o número de professores que usam o debate e outros
métodos de envolvimento.
O "TRIÂNGULO DA APRENDIZAGEM'
O mais eficaz processo de aprendizagem é aquele que faz o aluno interagir-se com
o que deve ser aprendido e o envolve ativamente no as- sunto. Alguns métodos
determinam maior envolvimento que outros. Isto é representado em nosso
"triângulo da aprendizagem".
Quanto mais baixo no triângulo mais eficiente a aprendizagem. O topo do triângulo
representa símbolos visuais e verbais onde o aluno aprende em abstrato - lendo um
livro ou ouvindo um orador. O uso de símbolos verbais (palavras) é o mais abstrato
de todo o processo de en- sino e o menos eficiente.
Note que a combinação audiovisual está no meio do triângulo. Vê-se de imediato o
grande valor para o processo a utilização do quadro-negro ou álbum ilustrado (flip
chart). Idéias abstratas tornam-se mais claras pelo uso de diagramas, quadros, ou
qualquer outro meio visual.
64
Combinações Audiovisuais
Uma palestra reforçada por ilustrações visuais
PREPARAÇÃO:
1. Revise este capítulo se necessário.
2. Estude toda a lição da Escola Sabatina.
3. Use a sua folha de planejamento da lição para fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.
c. Escrever o alvo de ensino.
d. Planejar uma estratégia para captar a atenção dos alunos como parte da
introdução.
e. Planejar algo para criar uma atmosfera de aprendizagem, confiança e
camaradagem.
• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)
• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)
A chave para uma boa discussão é a pergunta certa. Relembre a ex- pressão de
Bacon, de que uma pergunta inteligente é a metade da res- posta. Perguntas que
estimulam o pensamento e põem a mente a traba- Ihar.
Os professores deveriam indagar de diferentes formas e para isto ne- cessitam
gerar fatos. Os alunos precisam algumas informações factuais no momento de
responder.
Indagar é uma valiosa técnica pelas seguintes razões:
1. Perguntas atraem a atenção.
2. Perguntas "quebram o gelo" e dão andamento à discussão.
3. Perguntas revelam ao professor quanto conhecimento o aluno tem.
4. Perguntas levam o aluno a participar.
5. Perguntas permitem ao aluno compartilhar seu ponto de vista.
6. Perguntas são úteis na revisão da lição.
7. Boas perguntas ajudam a classe a combater os problemas.
O professor deveria gastar tempo planejando questões. Escreva-as e as
incorpore no seu plano de ensino. Note as seguintes sugestões no uso de
perguntas:
1. Use perguntas para mover sua classe em direção ao seu objetivo; questões
que fomentem pensamentos positivos.
2. Evite questões que possam ser respondidas com um simples "sim" ou "não".
3. Raramente use questões de retórica.
4. Evite questões que embaracem os alunos, tais como: "Por que os cristãos
devem desejar ser como João?" Outro tipo de pergunta pobre que sempre
ouvimos é: "Deus disse que Abraão fizesse o quê?" Isto é vago. Se acontece de
o aluno responder do jeito que o professor deseja. ele certamente não estará
sendo desafiado a um processo de pensamento superior.
5. Use de clareza nas perguntas: "Qual é o significado? Se importaria de
esclarecer melhor?" ou "Se eu entendi o que você disse..." ou "Poderia você
nos dar um exemplo?" "Por que razão...?" "O que causou...? Explique."
6. Use perguntas que ajudem os alunos a aplicarem as verdades bíblicas a sua
vida. "Como a sua vida seria diferente esta semana se pusesse esta verdade em
prática?" ou "Poderia imaginar um contemporâneo para esta parábola?" ou
"Você acha que Jesus teria dito isto de forma diferente hoje?"
84
As atitudes de Jesus encorajavam as perguntas. Os quatro evangelhos registram
mais de cem perguntas que Jesus formulou. As vezes fazia perguntas em resposta a
perguntas. Outras vezes contava uma história. Várias vezes disse:"O que é que
pensais?" Desejava que as pessoas pensas- sem por si mesmas. Assim fazia
perguntas tais como: "Como poderia Sa- tanás expulsar a Satanás?" Jesus sempre
fazia perguntas de orientação: "Qual deles o amará mais?" Lucas 7:42. Ou "Vós sois
o sal da terra, e se
o sal for insípido, com que se há de salgar?" Mateus 5:13. Estudantes sempre fazem
perguntas. Ocasionalmente quem pergunta já tem a resposta em mente. O professor
observador perguntará: "Tem você uma resposta para sua pergunta?" O professor
deverá se perguntar, por vezes, esta é a pergunta real ou há uma pergunta mais
profunda? Qual é o problema real? Ao expressar amor e aceitação, pode-se criar
uma atmosfera onde o aluno se sinta livre para expressar seu real problema.
TOLERÂNCIA AO SILÊNCIO
Ouvir é difícil para aquele que espera falar - especialmente os pregadores e
professores. Muitos professores se incomodam durante os momentos de silêncio.
Mas cada professor da Escola Sabatina necessita desenvolver "tolerância ao
silêncio". A inquietação que sentimos durante os momentos de silêncio
provavelmente se deva à falsa noção de que "falar é ensinar e ouvir é aprender".
A pausa é uma das mais eficientes ferramentas na comunicação. Faça uma boa
pergunta e então se mantenha em silêncio. Dê tempo ao estudante para reunir suas
idéias. Muitas vezes o professor faz uma excelente pergunta para reflexão e se
apressa a respondê-la. Portanto, faça a pergunta, mantenha o contato visual e
espere. Aguarde que alguém se mexa. Se você não quebrar o silêncio, logo alguém
vai se aventurar a responder. "João, parece que você tem algo a dizer. Alguma coisa
a com- partilhar conosco?"
OUVINDO
Sentiu alguma vez que seu professor não estava realmente escutando o que você
dizia e que estava somente esperando você terminar para que ele pudesse continuar
"falando"? Esta é uma conversa de monitorização - não de ouvir. Alguns
professores ouvem somente o suficiente para refutar o que está sendo dito. Estão
formulando suas respostas ao invés de tentar sinceramente compreender o que está
sendo dito.
Algumas pessoas "ouvem seletivamente". Ouvem palavras ou frases suficientes
para saber onde quem fala está, mas não fazem genuíno esforço para aprender o
que a pessoa pensa. Genuína comunicação começa quando o professor realmente
deseja investigar o pensamento da outra pessoa, para "estar na pele" do estudante e
realmente entender seus pensamentos e sentimentos
85
Escutar ajuda o professor a:
1. Descobrir onde está o aluno - suas idéias, seus sentimentos.
2. Aprender com o estudante.
3. Demonstrar que não está tentando manipular o aluno.
4. Dizer à sua classe de forma não verbal que realmente deseja compreender
seu ponto de vista.
Naturalmente aquele que ouve corre o risco de mudar. O professor que não está
disposto a mudar, que está de mente feita, encontrará muita dificuldade para ouvir.
Ouvir de forma genuína e querendo oferecer apoio demanda graça do espírito -
paciência, tolerância e amor cristão. Note as palavras de Carl Rogers: "Se eu posso
ouvir o que ele tem a me dizer, se eu posso entender como isto parece para mim, se
eu posso ver o pessoal significado disto para mim, se eu posso sentir o sabor da
emoção que isto tem para ele, então eu estarei liberando as forças potenciais de
mudança que há nele. Se eu posso realmente compreender como ele odeia seu pai,
ou sua universidade, ou os comunistas - se eu posso captar o sabor de seu medo à
insanidade ou seu medo da bomba atômica, ou da Rússia esta é a maior ajuda no
sentido de alterar seus mesmos medos e ódios e em estabelecer relações realistas e
harmoniosas com as mesmas pessoas e si- tuações às quais sente ódio e medo."2 É
necessário ser uma pessoa emo- cionalmente segura para deixar de lado suas
defesas e seus preconceitos e escutar realmente a outro ser humano. Mas o
professor da Escola Sabatina que realmente desenvolve esta habilidade seguirá um
longo caminho até a destruição das paredes que separam os seguidores cristãos. Se
o instrutor sente hostilidade interior, ou o desgosto surge em seu coração quando
ouve "argumentos descuidados", "idéias liberais" ou "idéias não bíblicas", faria
bem neste momento em murmurar uma ora- ção para pedir amor e compreensão
para a necessidade humana. Deveria perguntar a si mesmo "que passagem da Bíblia
posso compartilhar ou que resposta posso dar que o ajude?" Uma excelente regra a
seguir seria ouvir outra pessoa e respeitar suas opiniões - de qualquer forma como
se sair - como eu gostaria que me ouvissem e respeitassem minha opinião. O
professor verdadeiro procurará encontrar alguma verdade em cada comentário e se
basear neles e, então, gentilmente guiar o aluno a mais sólido fundamento.
O MONOPOLIZADOR
Como você lida com a pessoa que monopoliza a discussão, que sem- pre tem uma
resposta ou um comentário? Por temperamento, algumas pessoas são mais falantes
que outras. Há, também, aqueles que falam por necessidade psicológica. Como líder
da classe é sua responsabilida- de controlar a situação. "Obrigado, João, por este
comentário. Foi uma boa resposta. Agora que já temos ouvido o João por várias
vezes, vamos dar a oportunidade a outras pessoas.
86
A descrição do comportamento não necessita ser ridicularizada. Se você percebe que
o monopolizador tem profunda necessidade emocional de atenção, talvez você possa
suprir esta necessidade de outra forma. Se a situação persiste, você deve
compartilhar o problema com ele fora da classe. "João, realmente aprecio suas boas
idéias que compartilha co- nosco em classe. E parece que a classe está inclinada a
deixar que seja você quem fale, mas eles necessitam das bênçãos do debate. Talvez
pos- sa me ajudar a levá-los a participar do debate."
Por vezes, quem fala com freqüência é um professor em potencial. Treine-o, dando-
lhe ocasionalmente a oportunidade de dirigir o ensino com você. Por este meio se
resolve dois problemas - arranja-se um professor e satisfaz-se uma necessidade
pessoal.
DISPOSIÇÃO FÍSICA PARA O DEBATE
Pesquisas educacionais têm mostrado que o arranjo dos assentos faz a diferença
num debate. Um círculo ou semicírculo onde os alunos têm contato visual é o
melhor. Parece difícil ao aluno comunicar algo com alguém tendo uma cabeça a sua
frente. Os alunos que enfrentam direta- mente o professor tendem a se
comunicarem melhor que aqueles que es- tão ao lado. Quando os alunos estão
sentados em bancos como os de igreja, os da frente tendem a participar mais que
aqueles que estão ao final. Os estudantes da fila do meio participam da discussão
mais amiúde que os da fila de trás.
Ainda assim, um bom debate é possível com os membros da classe sentados em
bancos enfileirados. É necessário esforçar-se mais para incluir aqueles sentados ao
final. Obviamente, é uma vantagem manter os alunos o mais próximo possível.
Muitas vezes necessitará repetir a res- posta de um aluno para que todos possam
ouvi-la, especialmente quando há outra classe próxima.
É muito difícil liderar um debate com classes numerosas, dentro da igreja. O
tamanho ideal é entre 12 e 20. Uma classe com mais de vinte alunos termina sendo
uma conferência - interrompida por ocasionais comentários - apesar das melhores
intenções do professor.
Muitas classes não têm idéia do que seja um bom debate. Portanto, a melhor técnica
para desenvolver o debate é a classe tomar tempo em avaliar seu método de
discussão. O grupo necessita saber qual o valor do debate e por que é desejável.
Quando a classe toma consciência do processo de interação, então começa a crescer.
Deve-se indicar um "monitor" para ouvir, observar e relatar os aspectos da
discussão. Ao "monitor" poderia ser pedido para observar o seguinte:
87
1. Clima psicológico (amizade, frieza, apoio, etc.).
2. Aspectos da solução dos problemas.
3. Número dos que participam.
4. Comunicação esclarecedora.
5. Resumo, síntese.
Quanto mais as linhas se cruzam em todas as direções, melhor será a classe. O
professor que conduz uma série de diálogos com os alunos não está usando um
bom método de debate.
Bons debates levam tempo para desenvolver-se. Mas o professor que compreende
os princípios e os métodos, pode liderar qualquer classe a se tornar um excelente
grupo de debate. Isto exigirá tempo, paciência e determinação, porém, tem
recompensa em termos de interesse da classe, lealdade e aprendizagem.
DISPOSIÇÃO FÍSICA PARA O DEBATE
É muito importante que o professor no momento adequado apresente breves
resumos à classe. Ao fim de uma seção da lição, o professor talvez queira fazer um
sumário da discussão. "Pelo que entendi da discussão até aqui, temos dito que..."
Neste momento o professor une todos os pensamentos gerados pelo grupo. Para
isto é necessário prática e do- mínio do tema. O professor não está dando a palavra
final sobre o tema, senão que está ajudando a classe a ordenar a informação da lição
em um todo com significado.
O professor deve planejar o tempo em seu plano de classe para deixar espaço
suficiente para a síntese e a aplicação. Existe uma boa razão para isto. A discussão
pode haver atingido uma ampla extensão do tema e os alunos terão dificuldade em
lembrar o que foi dito. Cada pessoa pode sair com uma idéia diferente do que foi
dito e resolvido. Alguns de- bates em classe terminam deixando a impressão de que
não se resolveu nada. "Discutimos mas não chegamos a nenhuma parte." Por isso é
extremamente importante que o professor, próximo ao fim, dedique momentos a
resumir e unir as pontas soltas, sintetizando assim as informações. É neste aspecto
que o professor oferece sua mais valiosa contribuição.
O professor poderá dizer: "Nosso tempo está se esgotando e talvez fosse bom que
agora fizéssemos um sumário da nossa discussão. A verdade central da nossa lição
hoje é... Descobrimos hoje que... ou temos visto hoje dois lados de um importante
assunto, etc." Após o sumário, o professor conduz a classe às aplicações anotadas
em seu plano sobre a lição.
88
PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo tanto quanto necessário.
2. Estudar a lição da Escola Sabatina minuciosamente.
3. Usando o formulário de planejamento, fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.
TÉCNICAS: Determinar a qual das três áreas de aprendizado sua lição melhor se
adaptar:
conhecimento (informação factual)
sentimento (atitudes)
conduta (comportamento)
PALESTRA E
REFORÇO VISUAL
ALVO: Aprender a usar o método da palestra combinado com recur- sos visuais
e outros métodos.
PREPARAÇÃO:
1. Revise este capítulo se necessário.
2. Estude toda a lição da Escola Sabatina.
3. Usando a folha do planejamento da lição, inclua o seguinte:
a. Identifique e escreva a verdade central.
b. Faça uma lista das necessidades individuais dos alunos.
c. Escreva o seu alvo de ensino.
d. Planeje algo para conseguir uma atmosfera de aprendizagem
criando confiança e camaradagem.
e. Planeje algo para captar a atenção como parte de sua introdução.
• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)
• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)
ILUSTRAÇÕES
E HISTÓRIAS
Se você quer reter a atenção com palavras, então você tem que pin- tar quadros com
palavras ou contar histórias. Jesus era mestre nes- ta arte. A parábola do filho
pródigo é julgada por muitos críticos literários como a maior história abreviada do
mundo. Suas histórias são modelos de simplicidade, clareza e franqueza. Suas
perguntas, analogias e metáforas prendiam a atenção até mesmo dos ouvintes
antipáticos e desinteressados. O uso que fazia do suspense, da surpresa, do
contraste,
e Suas poucas palavras e apelo à imaginação eram supremos! Jesus usava
constantemente este método de ensino. "E sem parábola nada lhes dizia". S. Mateus
13:34. Uma parábola é um tipo, figura, símbolo ou ilustração. Significa literalmente
algo posto lado a lado para comparação.
"A palavra inglesa 'parábola' indica um artifício literário em que uma curta narrativa,
fictícia ou verdadeira, ilustra uma verdade moral ou espiritual.... Para Jesus a
parábola era uma ponte pela qual conduzia os ouvintes por um trilho familiar e
prazenteiro, do lugar onde estavam para onde queria que estivessem, do conhecido
para o desconhecido, de fatos concretos para verdades abstratas, do visível para o
invisível, do terrestre para o celestial. Era uma janela pela qual convidava os
ouvintes a olhar as cenas da verdade celestial. Por Suas parábolas Jesus atraía a
atenção dos homens, despertava seus interesses e estimulava a inquirição."-
Seventh Day Adventist Bible Dictionary, pág. 810. Estima-se que um quarto de todas
as palavras de Jesus relatadas por Marcos e aproximadamente a metade das
relatadas por Lucas eram pará- bolas, ilustrações ou histórias curtas. O grande
conjunto de Suas ilustra- ções indicam a qualidade e a amplitude da extensão de
Seu pensamento.
POR QUE CONTAR HISTÓRIAS NA ESCOLA SABATINA?
É óbvio que se o professor de Escola Sabatina deseja ensinar como Jesus ensinou,
terá que dominar a arte de contar histórias e usar ilustra- ções. Somos instruídos
que "Ele não poderia haver usado método de en- sino mais eficaz".- Parábolas de
Jesus, pág. 21.
Jesus gostava de contar histórias. "Ele Se deleitava em tirar os ensi- nos espirituais
do ambiente da vida diária. As aves do céu, os lírios do campo, o semeador e a
semente, o pastor e as ovelhas - tais eram as coisas com que Cristo ilustrava a
verdade imortal."- Obreiros Evangélicos, pág. 408.
99
Ilustrações e histórias captam e retêm a atenção, e atenção é a primeira lei da
aprendizagem. Quando um pregador começa uma história, as crianças se
endireitam no assento e ouvem - todos se identificam numa história. Nela nós nos
vemos em ação. As histórias atingem até as nossas emoções e agitam nossos
sentimentos mais profundos.
As histórias também mudam o pensamento. Uma das características de uma
parábola é a de que ela nem sempre é explícita. Muitas das lições ensinadas por
Jesus eram veladas. Até os discípulos ficavam muitas vezes confundidos quanto a
seu sentido. "Deixando a multidão, os Seus discípulos O interrogaram acerca da
parábola." S. Marcos 7:17.
Você se lembra da declaração de Piaget de que quando você conta algo a uma
criança, ela o esquecerá, mas se você permite que ela descubra, então recordará pelo
resto da vida. É por isto que Jesus não colocava toda a verdade na superfície. Ele nos
permite cavar para fazermos descobertas.
Ilustrações e histórias ajudam a memória. Qual é a parte do sermão que você mais
lembra? Não são as histórias e as ilustrações? Elas nos ajudam a recordar as
Escrituras e os esboços das lições.
TIPOS DE HISTÓRIAS E QUANDO USÁ-LAS
As histórias não são um fim em si mesmas; elas devem ser usadas como meios para
chegar a um fim. Uma boa história é um artifício para ressaltar determinado ponto.
A melhor história é aquela que reforça o ponto-chave da lição. Cuidado para que a
história não seja usada para ressaltar um ponto que não é inerente a ela.
Algo na lição pode fazê-lo lembrar de uma história. Resista à tentação de contá-la, a
menos que esteja integralmente relacionada com a lição. Mantenha-se dentro do
plano da lição. Isto ajudará a manter a coerência.
Jesus adaptava as parábolas às necessidades de Seus ouvintes. Quando falava a
agricultores mencionava sementes; quando a pastores, falava de ovelhas. "Jesus
procurava um caminho para cada coração.... Despertava-lhes o interesse pelos
quadros tirados do ambiente de sua vida diária." - Parábolas de Jesus, pág. 21. É
extremamente importante que
você conheça seus alunos - suas vocações, interesses e passatempos. A idade
também tem muito a ver com o interesse. Se o professor tem Deus já pensou." Sua
vocação, seja qual for, pode ser uma grande instrutora de verdades.
Procure ilustrações no trabalho. Os motoristas de caminhão podem encontrar
muitas lições ao meditar nas estradas da vida. Na medicina, na agricultura, na
construção, no comércio, no ensino; ilustrações, às centenas, estão ao nosso alcance.
Peça a Deus para abrir os seus olhos para que as possa ver.
100
O falecido doutor Charles Weniger aconselhava os estudantes a buscar experiências
enriquecedoras. Sugeria visitar um parque nacional, um tribunal, uma prisão, o
legislativo de um Estado. Vá a um concerto, ouça um famoso pregador, inspecione
uma represa, percorra um museu. Familiarize-se com alguém de outra raça, cultura
ou ocupação.
Acontecimentos correntes sempre são interessantes. Jesus freqüentemente fazia
referências a acontecimentos recentes - como a torre de Siloé que caiu sobre 18
pessoas, o bom samaritano, e aqueles que Pilatos matou, misturando com os
sacrifícios que ofereciam o sangue deles. Ao ler os jornais você descobrirá muitas
histórias e ilustrações.
As conquistas, erros e vitórias de outros têm muito a nos ensinar. As histórias de
nossos pioneiros são uma fonte extraordinária de inspiração. A Bíblia contém
histórias que nos mostram como Deus atuou no passado e que nos inspiram a fé
diante do futuro.
A mais fecunda fonte de histórias e ilustrações é a nossa própria experiência. As
pequenas coisas - os acontecimentos do dia-a-dia - são a mais rica fonte a nossa
disposição. Exemplos: "Terça-feira última, por alguma razão, me senti opresso e
deprimido. Não via como sacudir de mim os sentimentos. Na hora do almoço decidi
fazer uma caminhada. Ali, de pé na esquina esperando abrir a luz verde para
atravessar, estava um me- nino cego com seu cachorro-guia. Falei com ele
enquanto caminhávamos. Ele estava cheio de ânimo e otimismo. Meu encontro com
o alegre rapazinho cego e seu cão mudaram a corrente de meus pensamentos e me
realizaram naquele dia."
Conte como Deus o ajuda no decorrer do dia. "Existe um vendedor muito persistente
que costuma vir ao meu escritório, Bem, na realidade ele é mais do que persistente
- às vezes chega a ser antipático. Além disso, eu não gosto de vendedores
persistentes. Numa determinada manhã ao ele entrar no meu escritório, cochichei
uma oração. 'Senhor, ajuda- me a tratar bem este homem.' Na conversa perguntei-
lhe sobre sua família. Foi um encontro bem amistoso. Ao conhecê-lo melhor, meus
sentimentos para com ele mudaram completamente."
Conte suas alegrias e tristezas. Conte seus fracassos também. "Sábado passado à
noite perdi o controle. Um dos meus adolescentes aprontou outra vez! Na manhã
seguinte eu pedi perdão. Abraçamo-nos e houve uma doce comunhão entre nós."
São ilustrações como estas, do dia-a-dia, que exercem o maior impacto e alcançam
as cordas do coração. Fatos humorísticos, tolices, tragédias, derrotas, vitórias - tudo
isto compõe o calidoscópio da vida. No meio disto tudo Deus nos está ensinando.
Por que não passar para a classe estas lições no sábado pela manhã?
101
Numa certa noite, antes de ir dormir, medite nos eventos do dia. Ao rever as cenas
pense onde interveio Deus. Ao examinar a vida e meditar no amor e na graça de
Deus, sua percepção de Deus aumentará, levá-lo- á para mais perto dEle e Ele o
tornará um melhor professor. Algumas pessoas escrevem um diário. Isso também
pode servir de grande ajuda espiritual bem como de rica fonte de ilustrações.
Ser aberto, ou mesmo vulnerável, revela genuinidade. Os escritores da Bíblia eram
bem abertos. Paulo disse na carta aos Romanos: "Porque eu sei que em mim... não
habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.
Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço." Rom. 7:18
e 19. Ouça Davi: "Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; ... Pois eu
invejava os ar- rogantes, ao ver a prosperidade dos perversos." Salmo 73:2 e 3.
Esses homens tinham segurança emocional para abrir sua vida e partilhar conosco
seus mais profundos pensamentos e sentimentos e até mesmo seus fracassos. O
professor que for capaz de fazer isto-com bom gosto naturalmente - sempre atrairá
a atenção e conservará o interesse.
COMO ARQUIVAR HISTÓRIAS
Muitos professores e oradores públicos têm um arquivo de ilustrações e histórias.
Sempre que você ouvir uma história ou seus olhos detecta- rem uma boa ilustração,
escreva-as num cartão de arquivo 10 x 15 cm.
No canto esquerdo em cima ponha o assunto. A fonte é anotada no can- to direito do
cartão. Arquive os cartões por assunto em ordem alfabética. Uma referência
a outros cartões aumentará ainda mais a utilidade. Muitas histórias, poesias, etc.,
podem ser usadas para ilustrar mais de um assunto.
CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA HISTÓRIA
Note as seguintes características de uma história:
1. As histórias devem ser verídicas, tiradas da vida real e relacionadas
com a lição. Uma história do assalto a um banco publicada em jornal não é tão
relevante a uma classe de Escola Sabatina como a história de um adventista
que vendeu um carro usado sem contar ao comprador que este tinha um
defeito no câmbio.
2. É essencial que a história seja absolutamente clara. Os personagens, a ação e
o conflito devem estar perfeitamente claros em sua mente. Se assim não for,
os ouvintes não a entenderão.
3. Selecione histórias recentes. Histórias batidas não manterão o interesse dos
ouvintes. É melhor omitir do que contar histórias surradas.
102
4. A história deve ser breve e ao ponto. As histórias que Jesus conta- va eram
exemplos de concisão. Note a economia de palavras na história do filho
pródigo, do rico insensato e do bom pastor.
5. As histórias devem ser exatas. Não enfeite histórias verdadeiras para torná-
las mais interessantes - a menos que você informe os ouvin- tes. É totalmente
admissível criar histórias com o fim específico de ensi- nar uma lição desde
que os alunos saibam disso. O professor começa a história dizendo:
"Suponhamos que vocês vão à cidade e ..."
6. Toda história necessita de uma introdução que capte a atenção. As crianças
gostam do "certa vez..." Jesus começou uma história com "Um certo homem...";
ou, "Um homem tinha dois filhos..."; ou, "Qual o homem que tendo cem ovelhas
..." Lembre-se, você ganha ou perde nos primeiros 30 segundos.
COMO CONTAR A HISTÓRIA
Por que é que uma pessoa conta uma história e todos se interessam, enquanto que
outra usando a mesma história, os mesmos fatos, até as mesmas palavras, fracassa?
Contar histórias é uma arte. É preciso habilidade. Mas cada um pode desenvolver
esta habilidade se estiver disposto a pagar o preço. Aqui estão algumas sugestões
para contar histórias.
1. Conheça bem a história. Não leia a história. Memorize só as idéias gerais -
não palavra por palavra. Leia-a tantas vezes até que os fatos estejam claros em
sua mente.
2. Feche os olhos e visualize a história - veja imaginariamente os personagens,
as ações. Só quando você vê a história claramente é que consegue fazer com
que outros a vejam.
3. Ponha em sua devida ordem a seqüência dos acontecimentos. Isto é
importante. A sequência é vital na arte de contar histórias.
4. Conheça tanto quanto possível os antecedentes da história. O conhecimento
dos fatos políticos, sociais e históricos que cercam a história - especialmente
histórias bíblicas - ajuda imensamente.
5. Sinta a história. Viva a história ao contá-la. Veja-a claramente. Experimente-
a. Conte-a como você a sente e como você a vé. Descreva detalhes como você
os visualiza. Use imaginação criativa e santificada. Desapareça na história. 6.
Não tema a dramatização da história. Aqueles que ouviram Eric B. Hare,
Josephine Edwards, ou Alice Princess contar histórias, viveram as histórias
com eles. Não tema seus sentimentos - de bom gosto é claro. Lembre-se, você
está comunicando a vida tal como é. As vezes você pode cochichar, de outras
falar bem alto.
7. O uso da pausa pode ser muito eficaz.
8. Um breve diálogo com um personagem imaginário às vezes dá mais vida.
103
APLICAÇÃO
A história como método de ensino deve despertar o ouvinte para a ação. Ethyle
Barrett diz que a história deve chegar no ponto o mais rápido possível como se
fosse a notícia mais excitante do mundo. Ajude o ouvinte a aplicar a verdade
pessoalmente. É melhor entrelaçar a lição na história do que acrescentá-la de modo
isolado. O contato visual é importante. Olhe diretamente nos olhos de diferentes
pessoas no auditório. Mantenha o contato visual de começo a fim. Jesus era um
mestre no suspense e no clímax. A história das ovelhas e dos bodes, do bom
samaritano e dos talentos, todas caminhavam para um clímax. Leia as histórias que
Jesus contou. Analise-as. Você observa conflito, suspense e clímax. Jesus sempre
terminava as histórias repentinamente. Não ficava rodeando. Deixava para os
ouvintes a descoberta das implicações, o identificar-se com a história e fazer a
aplicação.
Qualquer um pode tornar-se mais apto a contar histórias. Ouça bons contadores de
histórias. Analise as histórias. Busque determinar o por- quê de sua eficácia. Ensaie
as histórias a sós, enquanto vai para o trabalho ou lava os pratos. Não receie a sua
própria voz e não desista. Assim como aprender a jogar futebol, tocar violão ou
qualquer outro instrumento musical, é preciso paciência, prática e determinação.
Lembre-se, todo propósito é comunicação- queremos comunicar as boas novas de
Deus. Como é Deus? Pode-se confiar nEle? Use cada história para comunicar algum
fato a respeito do caráter de Deus. Este era o propósito de Cristo e é também o
nosso propósito. "Que bênção não seria se todos ensinassem como Jesus o fazia." -
Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 182.
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PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo tanto quanto necessário.
2. Estudar a lição da Escola Sabatina minuciosamente.
3. Usando o formulário de planejamento, fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.
TÉCNICAS: Determinar a qual das três áreas de aprendizado sua lição melhor se
adaptar:
conhecimento (informação factual)
sentimento (atitudes)
conduta (comportamento)
• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)
• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)
O Espírito Santo é o único poder que consegue tornar a verdade bí- blica parte de
nossa vida. Os professores devem reconhecer e crer nas palavras de Jesus: "Sem
Mim nada podeis fazer." S. João 15:5. A pro- messa é: "Porei as Minhas leis no seu
entendimento, e em seu coração as escreverei; e Eu lhes serei por Deus." Heb. 8:10.
O princípio é: "Não por força nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor
dos Exér- citos." Zacarias 4:6. Nosso trabalho é cooperar com o Espírito, levando os
alunos à Palavra.
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Use qualquer método legítimo que esteja à sua disposição - então confie que o
Espírito Santo produzirá a mudança. "Unicamente quando
a verdade chega ao coração acompanhada pelo Espírito, vivificará a consciência e
transformará a vida. Uma pessoa pode ser capaz de apresentar a letra da Palavra de
Deus, pode estar familiarizada com todos os seus mandamentos e promessas; mas a
menos que o Espírito Santo impressione o coração com a verdade, alma alguma
cairá sobre a Rocha e se despedaçará. A mais esmerada educação, as maiores
vantagens, não podem tornar uma pessoa veículo de luz sem a cooperação do
Espírito de Deus."-O Desejado de Todas as Nações, págs. 671 e 672.
Os métodos não são contrários ao Espírito Santo. Este guia as pessoas ao
planejarem, pensarem e fazerem. "O vento assopra onde quer, e ou- ves a sua voz,
mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do
Espírito." S. João 3:8. O vento sopra onde de- seja, porém, se quero que o vento
mova meu barco devo saber pôr as velas para captá-lo. No ensino é necessário
conhecer os métodos por meio dos quais o Espírito trabalha e ao descobri-los,
seremos capazes de cooperar com Ele em Sua grande obra..
Veja esta bela promessa: "Se os professores sempre tivessem em mente que é o
Espírito Santo que revela à alma vislumbres das coisas celestiais e que, ao trabalhar
no espírito de Cristo, esse agente celestial está impressionando a mente com a
divina verdade; se compreendessem que os rodeiam anjos e que pisam em terra
santa, seria muito mais eficiente o trabalho feito em nossas Escolas Sabatinas. Os
professores não seriam destituídos de graça e poder espirituais, pois teriam a
intuição da presença divina." - Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 105.
MODELOS QUE CAUSAM MUDANÇA
Se quisermos ser instrumentos de mudança, devemos ser pessoas transformadas. O
incentivo mais poderoso para a interiorização da ver- dade bíblica é o poder do
exemplo. "Cristo ensinou a verdade, porque Ele próprio era a verdade. Seu pensar, o
caráter, a experiência de Sua vida, achavam-se encarnados em Seu ensino. O mesmo
se dá com Seus servos: os que ensinam a Palavra devem tornar-se seus
possuidores me- diante experiência pessoal." "O professor que ensina a verdade só
pode transmitir com eficácia aquilo que ele próprio conhece por experiência." -
Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 435. "Um exemplo vale mais
que muitos preceitos."- A Ciência do Bom Viver, pág. 149. O professor da Escola
Sabatina que é amável, tolerante, que exercita do- mínio próprio, que é firme de
modo agradável, que pode ver os dois la- dos de um tema, que pode admitir que se
equivocou, que ama a Cristo e as pessoas - este professor será uma força para
transformar vidas.
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O AMOR É A CHAVE
Tem sido dito que a fé crista "é melhor captada do que ensinada". Na Escola
Sabatina temos grandes oportunidades de contagiar outros com a nossa fé. Os
métodos podem ser somente secundários para o modo de vida.
Donald Joy disse: "A pessoa mais convincente do poder de Jesus Cristo no mundo é
o típico professor voluntário que pode necessitar abundante ajuda para tornar seu
ensino eficaz, mas que põe em sua ta- refa - por virtude de sua entrega a Cristo -
um complexo conjunto de ha- bilidades para comunicar conceitos, valores e atitudes
cristãos."
O amor de Cristo personificado no professor da Escola Sabatina é a única força mais
poderosa para transformar vidas. Recorde que na última ceia os discípulos de Jesus
ainda estavam reclamando por reconhecimen- to. Que fez Cristo para ajudá-los a
interiorizar a verdade? Não fez um ser- mão. Nem repreendeu. Fê-los participar de
uma atividade de aprendiza- gem que transformou-lhes a vida - lavou-lhes os pés.
Seu amor foi além das palavras. O amor combinado com o método atingiu corações.
Amor, não sermão. Exemplo, não admoestação-fazem a diferença. "Necessitais
conquistar-lhes a afeição, se quereis imprimir-lhes no coração as verdades
religiosas."- Fundamentos da Educação Cristã, pág. 68. "Unicamente pela simpatia,
fé e amor podem os homens ser atingidos e enobrecidos.... Nunca houve outro cujas
simpatias fossem tão amplas e ternas. Como participante em todas as experiências
da humanidade, Ele poderia não somente condoer-Se dos que se acham
sobrecarregados, tentados e em lutas, mas partilhar-lhes os sofrimentos." -
Educação, pág. 78. "Somente por meio daquela comunhão - do espírito com o
espírito e do coração com o coração, do humano com o divino-se pode comunicar a
energia vitalizadora que a verdadeira educação tem por objetivo comu- nicar. É
unicamente a vida que pode produzir vida." - Idem, pág. 84.
A total aceitação da verdade por intermédio da obediência a Deus é a resposta, no
coração humano, ao amor de Jesus. Este é o propósito de todo ensino na Escola
Sabatina. É nossa oração "que a verdade transformadora de Deus possa ser
ensinada de tal modo que transforme vidas".
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PREPARAÇÃO:
1. Revise este capítulo se necessário.
2 . Estude toda a lição da Escola Sabatina.
3.Use a sua folha de planejamento da lição para fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.
c. Escrever o alvo de ensino.
d. Planejar uma estratégia para captar a atenção dos alunos como parte da
introdução.
e. Planejar algo para criar uma atmosfera de aprendizagem, confiança e
camaradagem.
Cada semana você deve planejar um período de tempo para incentivar o estudo da
lição da semana seguinte. Orar fervorosamente e planejar com cuidado algo para
estimular o estudo trará recompensas no aumento e no interesse pela lição da
Escola Sabatina. A chave é curiosidade e interesse. As séries de TV são planejadas
de tal maneira que cada episódio termina quando o interesse está no ponto mais
alto. Jesus disse que as pessoas do mundo muitas vezes são mais sábias que os
filhos da luz.
Uma boa pergunta é provavelmente o nosso instrumento de ensino mais poderoso.
Imaginemos que a lição seguinte seja sobre o perdão. Para incentivar o estudo, o
professor poderá dizer: "Todos temos um senso inato de justiça, e ainda assim se
nos diz que devemos perdoar até mesmo setenta vezes sete. Ao estudarem a lição
na próxima semana. pensem como podemos combinar justica e perdão. Vejam se
conseguem encontrar na Biblia um bom exemplo desta combinação para trazer para
a classe."
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SUGESTÕES PARA PROMOVER O ESTUDO DIÁRIO
Digamos que o título da lição da semana seguinte seja "A Igreja". Você levanta uma
laranja, mostra, e diz: "Gostaria que vocês descascas- sem uma laranja antes de
estudar a lição da Escola Sabatina. Observem tudo o que puderem na laranja: cor,
estrutura, qualidade, nutrientes, ar- ranjo, etc. Venham para a classe no próximo
sábado preparados para dizer-nos em que a igreja é semelhante a uma laranja."
Digamos que o tema da semana seguinte seja "A Confissão". Você pode escrever
em uma folha grande: "Tarefa para a próxima semana: Venham preparados para
discutir o efeito da confissão bíblica sobre o respeito próprio."
Deveres para a casa. Tente o seguinte exercício para fazer em casa. Prepare uma
folha com perguntas e espaços para anotar "concordo, discordo". Peça aos alunos
para trazerem as folhas no sábado seguinte com as respostas. (Veja o capítulo 7,
páginas 80 e 81).
Exercício de Associação de Palavras. Esta técnica é extensamente usa- da em
educação. Escreva quatro ou cinco palavras numa folha com es- paços para uma
sentença para cada palavra. Dobre a folha e diga aos alunos para abri-la só quando
estiverem prontos para estudar. Peça-lhes para escreverem em uma ou duas frases
os primeiros pensamentos que lhes brotarem na mente após lerem cada palavra. Se
o assunto for per- dão, por exemplo, as palavras poderiam ser: confiança, tolerância,
rancor. No sábado, na classe, peça-lhes para ler o que escreveram e verificar se
houve mudança de seus sentimentos.
Perguntas para debate. Tome a Lição do Professor e escolha quatro ou cinco boas
perguntas para debate. Copie-as e dê uma cópia para cada membro. Peça-lhes que
se preparem para discuti-las no sábado seguinte. Para-frase. Peça aos membros da
classe para escreverem com suas palavras o que diz o texto básico da lição da
semana. Peça-lhes o favor de estarem preparados para lerem o que escreveram na
classe no sábado seguinte e para discutirem o conteúdo.
Escrever Título ou Parágrafo Inicial em Estilo Jornalístico. Imagine- mos que o tema
da lição da semana seguinte seja: "A Crucifixão". Peça a seus alunos para que façam
de conta que são repórteres do "Diário de Jerusalém" e que foram incumbidos de
escrever uma reportagem sobre a crucifixão de Jesus de Nazaré. Diga-lhes que
escrevam como se esti- vessem presentes no ato. No sábado, peça-lhes para lerem
diante da clas- se o que escreveram. Discuta então como a atitude de alguém pode
mudar por amor ao Senhor. Como as opiniões estabelecidas de hoje nos afe- tam?
Estivemos considerando motivações de estudo intrínsecas. Com isto estamos
descrevendo motivações internas, que vêm de dentro, e nos fazem estudar porque
realmente queremos. Esta é a forma usada por Jesus para motivar o estudo das
Escrituras. Não dissemos nada sobre al- vos, prêmios, adesivos, ou mesmo o estudo
por senso de dever. Todos estes são externos ou extrínsecos.
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VOCÊ É A CHAVE
Como já foi indicado, a influência mais poderosa para o estudo da Bí- blia é você, o
professor. Se você ama a Palavra, se você gosta de cavar na mina da verdade, se
você busca aprender mais a mensagem de Jesus, isto será um poderoso estímulo
para o estudo. O entusiasmo é contagioso. Quando você fica empolgado com as
descobertas na Bíblia, os seus alunos se empolgam também. Que a Palavra se torne
o gozo e o regozijo de nosso coração, para que como professores tenhamos fome e
sede de justiça, e que esta alegria contagie cada membro de nossa classe!
MENSAGEM FINAL
Pessoas vêm à Escola Sabatina semana após semana, mês após mes, ano após ano.
São pessoas preciosas por quem Cristo pagou um preço infinito. Mas muitas estão
despreparadas para a volta do Mestre. Algumas caem pelos desvios. Simplesmente
desaparecem, e freqüentemente poucas vezes a ausência delas é notada.
Alguns daqueles que costumam estar sentados em sua classe, bem vestidos,
sorridentes, atenciosos, por dentro se acham desanimados e a ponto de desistir.
"Oh, estou bem", dizem eles. E nós, como professores, julgamos que tudo está
realmente bem. Muitos, entretanto, interiormente se acham feridos, apegados a
suas próprias mágoas, ansiosos por uma palavra de orientação, de conforto.
Repentinamente ouvimos falar de um divórcio e ficamos chocados. "Mas como? Eles
estavam sentados juntos em minha classe três semanas atrás!" Você diz a si
mesmo: "Se eu tivesse adivinhado, talvez pudesse ter dito alguma coisa para ajudá-
los." O professor de uma classe de adultos da Escola Sabatina a esta altura da
história, assume uma tremenda responsabilidade. Seu trabalho é tão importante
como o de um pastor.
Falamos muito de métodos, e os métodos são importantes, mas o fator mais
importante é a nossa ligação com o supremo Mestre, e com o poder do Espírito
Santo em nosso ensino e em nossa vida. "Quantas vezes chegou a hora de trabalhar,
mas o obreiro não estava em seu posto! Poderiam ter sido ditas palavras que
ajudariam e fortaleceriam almas fracas, que lutavam sob a tentação, mas nunca
foram proferidas. Pode- riam ter-se desenvolvido bem dirigidos esforços pessoais,
que salvariam uma alma da morte, cobrindo uma multidão de pecados, mas
ninguém havia que fizesse o trabalho. Os negligentes terão de defrontar sua
negligência no dia de Deus." - Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 71.
"Nossos professores devem ser homens e mulheres convertidos, que saiba o que
significa lutar com Deus.... Quem deseja, em nossas Escolas Sabatinas, ser um
fervoroso obreiro em favor dos alunos?... Quem aceitará essas solenes
responsabilidades e vigiará pelas almas como quem deve dar conta delas?" - Idem,
págs. 77 e 75.
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Sejamos corajosos. Os discípulos eram frágeis seres humanos como nós. Seu
relacionamento com Cristo produziu uma profunda mudança na vida deles. Note a
seguinte descrição: "Trajavam as humildes vestes de pescador; eram pobres em
bens do mundo, mas ricos no conhecimento e observância da verdade, o que à vista
do Céu, os colocava na mais alta posição como mestres. Não haviam estudado nas
escolas dos profetas, mas por três anos foram instruí- dos pelo maior Educador que
o mundo já conheceu. Sob Suas instruções se tornaram elevados, inteligentes,
enobrecidos, instrumentos mediante os quais os homens poderiam ser conduzidos
ao conhecimento da verdade."- O Desejado de Todas as Nações, pág. 809.
O segredo da excelência no ensino é a associação e a comunhão íntima com o
Mestre dos mestres. Nós também podemos comungar com o Mestre e aprender a
"ensinar como Jesus ensinou". "Se trabalhassem em ligação com Jesus -
combinando-se Seu divino poder com o esforço humano deles não deixariam de ter
êxito." - Idem, pág. 811. A chave de nosso sucesso é a mesma - trabalhar em
ligação com Ele- poder divino combinado com esforço humano. Este é o preço da
excelência no ensino e no poder para ganhar almas. Nossa oração é que nestes
momentos finais da história da Terra, estejamos comprometidos com a tarefa de
Jesus de transformar homens a Sua semelhança. Que os nossos alunos ouçam a voz
do Mestre dos mestres, sejam Seus discípulos, e estejam sentados aos pés de Jesus
no reino de nosso Pai!
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PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo tanto quanto necessário.
2. Estudar a lição da Escola Sabatina minuciosamente.
3. Usando o formulário de planejamento, fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.
TÉCNICAS: Determinar a qual das três áreas de aprendizado sua lição melhor se
adaptar:
conhecimento (informação factual)
sentimento (atitudes)
conduta (comportamento)