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CHARLES H.

BETZ

TÉCNICAS DE ENSINO
NA ESCOLA SABATINA
DE ADULTOS
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 5
O propósito e o uso do livro
1. APRENDAMOS DE QUE FORMA APRENDE O ADULTO 8
• Aprendizagem que perdura
• Como captar a ideia central
• seu lugar é privilegiado
• aprenda - se fazendo
• como o adulto aprende
• o aprendizado do adulto é inigualável
• como motivar sua classe a aprender
• a mudança e a sua oportunidade para ensinar
• aprender é uma viagem de toda a vida
2. PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO PARA O APRENDIZADO 19
• como coloca - se em sintonia com Deus
• quanto estudo é necessário ?
• desenvolvendo um plano de estudo
• ferramentas para tarefa
• mantenha-se na linha principal
• a verdade central
• escreva a verdade central
• o princípio macro - micro - macro
• Bons métodos farão maravilhas
3. ESTABELECENDO ALVOS QUE ENSINAM 27
• o que é um alvo de ensino ?
• vantagens de formular alvo de ensino
• tipo de alvo
• alunos têm necessidades
• escreva seu alvo
• um alvo na área de resposta na conduta ajuda o aluno aplicar a verdade
• use seu alvo para avaliação
4. TRANSFORMANDO OS ADULTOS PELO PODER DA ATENÇÃO 36
• a escola da família
• escola da família de Jesus
• criando classes familiares na escola sabatina
• conquistando o direito de ensinar
5. PESQUISANDO A PALAVRA 45
• modelo bereano
• Guie os alunos a palavra de Deus
• oito maneiras de guiar a classe ao estudo da palavra
• o que posso planejar para eles fazerem ?
6. NÍVEIS DE APRENDIZAGEM 54
• níveis de compreensão factual
• níveis de exposição generalizada
• níveis de implicação - aplicação
• onde está o seu enfoque
• o enfoque de Jesus
• Enfatize níveis elevados
7. PARTICIPAÇÃO DO ALUNO 61
• o triângulo da aprendizagem
• orientações sobre a escolha e uso de atividades de ensino bíblico
• métodos e objetivos de aprendizagem
• objetivos cognitivos ou de conhecimentos
• objetivos afetivos ou atitudinais
• objetivos de conduta ou ação
• 25 atividades de aprendizagem bíblica
• tamanho dos grupos e métodos
• o ambiente e os equipamentos
8. A DESCOBERTA POR MEIO DO DEBATE 77
• o que é um debate ?
• o valor do debate
• pauta para o debate
• Jesus e o debate
• o papel do professor no debate
• esclarecendo as respostas dos alunos
• como manejar os conflitos
• a arte de questionar
• tolerância ao silêncio
• ouvindo
• o monopolizador
• disposição física para o debate
• avaliação do debate
• apresentação de resumos
9. PALESTRA E REFORÇO VISUAL 89
• a palestra tem o seu lugar
• orientações para palestra
• combinação da palestra com os outros métodos
• apresentação da palestra
• recursos visuais
• o quadro negro
• porta folhas
• mapas
• diagramas
• projeções
• perguntas importantes sobre o recursos visuais
• pagando o preço
10. ILUSTRAÇÕES E HISTÓRIAS 100
• por que contar histórias na escola sabatina ?
• tipos de história e quando usá-las
• onde encontrar histórias e ilustrações
• como arquivar histórias
• características de uma boa história
• como contar a história
• aplicação
11. TRANSFERINDO A VERDADE PARA A VIDA 107
• o mistério da mudança
• os perigos que enfrentamos
• o que podemos fazer ?
• como ajudar o aluno a aplicar a verdade
• focalizando a mudança
• experiências simuladas
• o princípio da auto aplicação conduzida
• respostas em grupo
• o espírito santo e a aplicação
• modelos que causam mudanças
• o amor é a chave
12. INCENTIVANDO O ESTUDO DA BÍBLIA 117
• Deus fala
• retorno a Bíblia
• o lugar das escrituras na escola sabatina
• por que tão poucoS estudam a lição da escola sabatina
• conte com o estudo dos seus alunos
• use a Bíblia ao ensinar
• um grande tesouro
• a emoção da descoberta
• ensine a classe como estudar
• separe tempo para incentivar o estudo diário da lição
• sugestões para promover o estudo diário
• você é a chave
• mensagem final
INTRODUÇÃO

Ao abrir este livro você provavelmente estará se perguntando, "será que este
livro poderá ajudar a melhorar meu ensino?" A maioria de vo- cês não são
professores por profissão. Alguns são donas-de-casa, mecâ- nicos, engenheiros,
agricultores, médicos - de todas as profissões e cami- nhos da vida. Ainda assim,
cada sábado estão à frente de uma classe de Escola Sabatina, dirigindo o estudo da
Palavra de Deus. Naturalmente você sente o peso da responsabilidade. Você quer
aproveitar toda a oportunidade para melhorar suas habilidades de ensino a fim de
prestar o melhor serviço ao Senhor, na conquista e na conservação de pessoas para
o Seu reino.
Escrevi este livro para ajudar pessoas como você - professores que desejam
profundamente melhorar a qualidade de sua didática e capaci- tar-se para ensinar
como Jesus ensinava.
Decidi falar primeiro dos métodos de ensino. Os professores de Esco- la Sabatina
podem instruir mais em muitas outras áreas, tais como mé- todos de investigação,
teologia e conhecimentos bíblicos. Mas creio que a nossa grande necessidade é
compreender melhor as técnicas de ensino. Fiz somente a inclusão daquelas
técnicas básicas que você pode imedia- tamente aplicar em seu ensino. Procurei
reduzir teorias didáticas complexas a passos simples, sem contudo, correr o perigo
de demasiada simplificação.
Se você puder ler cuidadosamente este livro e empregar esforço ho- nesto,
paciência e oração, você verá uma melhora significativa em seu ensino. Seus alunos
também verão a diferença. Acima de tudo, você verá as evidências do poder de Deus
em atuação na vida de seus alunos.
A maior satisfação será saber que você está desenvolvendo o talento dado por
Deus e progredindo. Espero que este livro permita que isto ocorra em sua vida.
Muitos cursos de adestramento de professores consistem de várias au- las
ministradas num curto período de tempo, mas existe uma debilidade inerente neste
tipo de curso concentrado. O aprendizado fica exposto a um grande montante de
teoria sem tempo adequado para prática e re- Dexão. Infelizmente, em casos assim,
os métodos de ensino tendem a continuar mais ou menos os mesmos como
sempre.
Ensinar é uma arte que se aprende como tocar piano ou pintar, Um aluno não
toma seis ou dez lições de piano em dois ou très fins de sema- na e então pratica
sozinho no restante do ano. Não, em lugar disto, o professor de piano inicia uma
nova lição e o aluno passa a semana pra ticando a nova técnica. Da mesma maneira
o professor de Escola Sabatina deve aprender uma técnica de cada vez, com ampla
oportunidade de praticá-la antes de avançar para o passo seguinte.
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Este livro tem a intenção de servir de "guia de treinamento em serviço" para o


professor individual. O capítulo um apresenta uma vista geral da teoria ensino-
aprendizagem. Isto ampliará a sua visão da educação adulta e proverá uma
perspectiva para o restante do livro. Os capítulos dois a doze apresentam as técnicas
básicas do processo ensino-aprendizagem. No fim de cada capítulo, do dois ao doze,
há uma página intitulada "Colocando a Teoria em Prática". Espera-se que durante a
semana você se torne senhor da matéria do capítulo. Daí, no sábado, você procura
aplicar a técnica seguindo cuidadosamente as instruções especiais do fim do
capítulo. Se você entender o novo método e sentir-se à vontade para pô-lo em
prática, na semana seguinte avance para o outro capítulo.
Você não precisa adicionar uma nova técnica a cada semana. Dê preferência ao
aprendizado, e não à velocidade. Crescer toma tempo.
Se você se tornar senhor da teoria e praticar fielmente cada técnica nova, quando
acabar o livro, terá tomado conhecimento do processo ensino-aprendizagem.
Este volume também pode ser usado como compêndio em classes de professores.
O plano é que os professores da Escola Sabatina estudem o capítulo antes de virem
à classe de professores.
Quem deve dirigir este estudo em grupo? E lógico que esta decisão será feita pela
comissão da Escola Sabatina. Um professor de Escola Sabatina de experiência que
esteja ansioso por melhorar, que tenha a capacidade de assimilar idéias novas
rapidamente, que seja respeitado pelos colegas, que esteja disposto a investir tempo
e energia, este tem condições de dirigir a classe.
Você ficará fascinado quando estudar os métodos de ensino de Jesus. Jesus usava
técnicas de ensino que só agora estão sendo descobertas pelos educadores
modernos. Você as encontrará no estudo de cada capítulo.
A Sra. Ellen White também faz sugestões específicas a respeito de métodos de
ensino. Nós nos aproveitamos dessas indicações em seus co- mentários e as
usamos no livro.
Uma olhada nas estatísticas de assistência na Escola Sabatina nos diz que não
mais podemos permitir mediocridade.
"Pais e professores devem constantemente procurar métodos aperfei çoados. Ao
ensino da Bíblia devemos dedicar nosso pensamento mais vivo, nossos melhores
métodos e nosso mais ardoroso esforço."- Coselhos dos Professores, Pais e
Estudantes, pág. 181
UMA PALAVRA AO LÍDER DO GRUPO
O líder do grupo deve entender os conceitos de cada capítulo antes de vir para a
classe. Seria bom você ler o livro inteiro antes de começar as classes.
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Seria bom você ler o livro Inteiro antes de começar as classes. Sua função será
a de guiar o grupo passo a passo na matéria nova, dando explicações onde for
necessário.
O líder deve apresentar com muito cuidado a parte que se encontra no final dos
capítulos dois a doze, intitulada Colocando a Teoria na Prática. Ele deve ter certeza
de que todos entenderam o novo passo.
O melhor é trabalhar ao redor de uma mesa, em vez de sentar em bancos.
O proveito será melhor se a aula for no meio da semana, a fim de que os
professores tenham tempo para preparar-se adequadamente para as suas classes
no sábado.
Planeje o tempo de tal maneira que os últimos trinta minutos da aula sejam usados
pelos professores no trabalho de planejamento das lições. A discussão e a troca
mútua de idéias e conceitos enriquecerão grande- mente a aprendizagem.
Não discuta teologia! Lembre-se, esta é uma aula de métodos, não do conteúdo de
uma lição. Fale sobre a lição só quando estiver se referindo ao alvo do ensino, ou
ponto-chave. Mantenha o enfoque na nova técni- ca e sua aplicação à lição da
semana. Seu papel como líder do grupo será:
1. Começar cada aula com um período de oração para pedir a presença do
Professor-Mestre a fim de que dirija toda a experiência de aprendizagem.
2. Manter a atenção da classe nos métodos de ensino de Jesus.
3. Avaliar com o grupo a aula da semana anterior.
4. Aclarar conceitos.
5. Conduzir a troca de idéias e não permitir sair do assunto.
6. Incentivar.
7. Respeitar o horário.
8. Usar a Folha de Planejamento da Lição no final dos capítulos dois a doze na
preparação da lição.
CAPITULO 1
APRENDAMOS DE
QUE FORMA APRENDE
O ADULTO
Este é um livro que trata das técnicas pelas quais ocorre a e aprendizagem. modo
simples desejo compartilhar com vocês algumas idéias que farão de sua classe da
Escola Sa- batina um ambiente proveitoso e de entusiástica participação. Em
primeiro lugar, indago o que é aprender?
Esta pergunta é muito importante porque a forma como enfocará o seu ensino
depende do conceito que você tem do processo de aprendiza- gem. Por isto é
importante considerar algumas definições da aprendizagem.
MUDANÇA – Esta é a definição mais resumida da aprendizagem. Uma autoridade na
matéria disse que a aprendizagem é um "processo relativamente permanente,
resultado da prática e da reflexão – uma mudança de desempenho".
"A aprendizagem ocorre quando uma pessoa responde a uma situa- ção com o fim
de resolver um problema, satisfazer a curiosidade, conhe- cer os fatos ou
aprofundar o significado da vida. Por trás do processo existe algum tipo de
motivação e o resultado são diferentes graus de satisfação.
• Mudança
• Resposta
• Satisfação
Fazem parte do processo de aprendizagem.
O mesmo sucede com a educação cristã. Só que o conteúdo e o objetivo da mudança
são diferentes. Para nós, aprender é qualquer mudança que nos leve para mais perto
de Cristo e a ser mais semelhantes a Deus no caráter. "Seguindo a verdade em
amor, cresçamos em tudo nAquele que é a cabeça, Cristo." Efésios 4:15.
APRENDIZAGEM QUE PERDURA

Há um antigo ditado que diz: "A educação é o que sobra depois que você esqueceu
tudo o que aprendeu." Em outras palavras, recordar fatos não é a parte mais
importante da educação. Talvez você não possa ser aprovado num exame de uma
lição que trata de fatos, porém, se suas atitudes mudaram e sua conduta se alterou
para melhor, então, você aprendeu. O nível mais elevado da aprendizagem que
deveríamos con- seguir em nossas Escolas Sabatinas é a transformação de caráter.
Mas os fatos são também importantes, pois servem como o fundamen to de um
nível mais elevado da aprendizagem. Deveríamos dominar as informações da Bíblia
e esforçarmo-nos por apresentá-las de maneira clara e que não sejam esquecidas.
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O desafio que temos como professores cristãos é levar as pessoas a conhecer os


fatos da Bíblia, a compreender seu significado e a crescer à se melhança de Cristo.
Um nível superior de aprendizagem leva não somente a conhecer os fatos, mas,
também, a relacioná-los entre si. Tenho certe za de que ao estudar, você já teve,
alguma vez, um momento de inspiração, de iluminação repentina. Tal experiência é
realmente estimulante. por isso não há dúvida de que você desejará que seus alunos
a experimentem. Experimentar isto é a melhor recompensa do estudo.
Este nivel de aprendizagem conduz ao desenvolvimento de atitudes e con dutas
cristãs. À medida em que seus alunos vêem como a verdade se apre senta diante
deles, sentirão um poder transformador atuando em sua mente É o poder da
verdade outorgado por Deus, Qual é o seu desafio como mes tre desta verdade? É:
"Os que se põem diante do povo como mestres da ver dade, têm que se haver com
grandes temas."- Evangelismo, pág. 151
O desafio que temos como professores cristãos é levar as pessoas a conhecer os
fatos da Bíblia, a compreender seu significado e a crescer à se melhança de Cristo.
Um nível superior de aprendizagem leva não somente a conhecer os fatos, mas,
também, a relacioná-los entre si. Tenho certe za de que ao estudar, você já teve,
alguma vez, um momento de inspiração, de iluminação repentina. Tal experiência é
realmente estimulante. por isso não há dúvida de que você desejará que seus alunos
a experimentem. Experimentar isto é a melhor recompensa do estudo.
Este nivel de aprendizagem conduz ao desenvolvimento de atitudes e con dutas
cristãs. À medida em que seus alunos vêem como a verdade se apre senta diante
deles, sentirão um poder transformador atuando em sua mente É o poder da
verdade outorgado por Deus, Qual é o seu desafio como mes tre desta verdade? É:
"Os que se põem diante do povo como mestres da ver dade, têm que se haver com
grandes temas."- Evangelismo, pág. 151
APRENDIZAGEM QUE PERDURA
O conceito é a idéia central que mantém os fatos unidos em um todo Os fatos são
como os tijolos de uma casa que precisam ser organizados em um todo, com um
objetivo. Este conjunto objetivo é o que entende-mos por conceito.
Entre os grandes conceitos que são abordados na Escola Sabatina incluem:
• a natureza de Deus
• a natureza do homem
• o problema do pecado
• a salvação
• a criação
• o Céu
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A partir destes conceitos surgirão as atitudes que, por sua vez, ali rão a conduta E
por este motivo que devemos aprender a apresentar d forma mais clara e
interessante possível estes grandes assuntos, Não tamos oferecendo somente
informações: estamos ajudando vidas as rem transformadas.
Nenhum professor da Escola Sabatina deve conformar-se com "passar a lição",
apresentando somente a informação. Isto não levará a uma mudança de atitudes.
Por exemplo, um professor de Bíblia estava, um sábado à tarde, empolgado em um
debate, com um grupo de adolescentes, depois da classe biblica. Falavam do
significado da fé, quando alguém perguntou: "O que é fé?" Uma garota respondeu:
"Fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a convicção das coisas que
não se vêem." O professor satisfeito com a resposta seguiu adiante com outra
pergunta. O aprendizado não se realizou.
O professor poderia ter dito: "Mas você pode nos dizer em suas próprias
palavras, conforme sua própria experiência, o que significa fé para você?" Então se
haveria produzido alguma reflexão. A aluna teria sido forçada a investigar sua
memória perscrutando o significado dos fatos já aprendidos e, então, colocar tudo
isto em alguma forma de conceito.
Uma pergunta bem formulada ajudará a classe a pensar nos fatos e chegar a
algum tipo de conceito. Mas o professor só pode formular perguntas significativas,
se ele próprio tiver pensado nos conceitos. Ele não será capaz de guiar a sua classe
ao pensamento conceitual se ele mesmo não foi além dos fatos.
Como professores devemos evitar aquelas perguntas que provocam respostas
memorizadas. Se o aluno tem a resposta na ponta da língua ou se vem utilizando
sempre a mesma resposta, então não aprenderá nada da pergunta: "Quem foi João
Batista?" –pergunta mecânica. "O precursor de Cristo" –resposta mecânica. Que
traços do caráter de João Batista são de especial importância para os adventistas?
Por quê? Este é um tipo de pergunta que resposta conceitual.
De que maneira a fé o ajuda a ser um cristão vitorioso?
Esta é uma pergunta que produz uma resposta conceitual.
Por que perguntas como estas são tão importantes ? As perguntas que exigem
reflexão são importantes porque levam o estudante a pensar em níveis mais
profundos, Pensar transforma vidas.
SEU LUGAR E PRIVILEGIADO
A Escola Sabatina é um lugar de aprendizagem superior. Apesar do
companheirismo que nela se desfruta, a Escola Sabatina não é uma reunião de
camaradagem. Algumas classes podem ter momentos de vivo debate, até divertidos,
porém a Escola Sabatina não é um local de entretenimento verbal.
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A Escola Sabatina é um lugar para pensar, aprender e crescer espiritualmente.


Algumas pessoas assistem Escola Sabatina para obter inspiração, para desfrutar
do companheirismo cristão, para cantar ou para serem entretidos.
Participar num aprendizado transformador de vidas? Para quê ? Isto é trabalhoso
e o sábado é para descansar!
Podemos compreender este tipo de sentimento. Toda a semana esti- vemos
participando de atividades que nos esgotaram a mente e fatigaram os músculos.
Nossos nervos estão tensos, nossos sentidos agredidos e provada nossa paciência.
Então no sábado de manhã não queremos estar demasiadamente envolvidos.
Alimentem-me, porém, com nada que tenha que mastigar muito. Quero ser nutrido
sem ter que gastar muita energia!
Como professores devemos recordar constantemente qual é o ideal de Deus para
a Escola Sabatina. "Ponham em ação todos os meios possiveis a fim de que a escola
se torne a mais nobre e eficiente no mundo." -Conselhos Sobre a Escola Sabatina,
pág. 162.
Como você pode ver, enfrentamos um grande desafio. Esta é a razão da
existência deste livro – ajudá-lo a ensinar de tal forma que alcance até o aluno
menos disposto.
À medida que estudamos os métodos de ensino de Jesus e à medida que as
habilidades para ensinar aumentem, veremos mais e mais pessoas ansiosas em
aprofundar-se no conhecimento da Bíblia e aprender por si próprias. Veremos a
Escola Sabatina converter-se em um período para refrigério do corpo e da alma. Os
alunos cansados serão imbuídos de renovada energia.
Eles começarão a ver a Escola Sabatina da mesma perspectiva do professor – um
lugar de aprendizagem superior, um lugar de crescimento.
APRENDE-SE FAZENDO
Aprende-se a caminhar caminhando, não lendo um livro acerca de como caminhar...
nem por assistir a extensas conferências sobre o assunto. Simplesmente
caminhando.
O aprendizado é assim. Aprende-se por envolvimento.
Participação é a palavra que você encontrará muitas vezes neste livro porque ela
é vital para a aprendizagem. Queremos que você consiga levar sua classe a
participar do processo de aprendizagem.
Alguns professores pensam que falar é o único meio de ensino e que escutar é o
melhor processo para aprender.
Não obstante, você não aprende a ser um cristão vitorioso somente por ouvir. Deve
também praticar. Aprender é algo que o estudante faz, não algo que fazem por ele.
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O Educador David Stoop expressa muito bem esta idéia: "O papel do lider
(professor) de aprendizagem é estimular e motivar o aluno a avançar por si mesmo
através das etapas da aprendizagem. ... Um bom treinador estimula seus jogadores
o suficiente para mantê-los motivados. Faz-lhes sugestões.... O treinador pode
sugerir ao lançador uma modificação na forma como se curva para lançar. Mas não
fará isto por ele. Isto nos mostra que um bom líder de aprendizagem evita dizer ao
aluno o que ele pode aprender por si mesmo." Leva seus alunos a tirar conclusões e
fazer aplicações, porém, não lhes dá a resposta para não destruir o prazer da
descoberta. Os princípios que os alunos descobrem por si mesmos formarão parte
consistente de sua experiência, mais que as respostas dadas por alguém de
autoridade".
A Biblia é ensinada mais eficientemente quando leva o aluno a examiná-la e a
fazer descobertas. A aprendizagem é mais eficiente quando o estudante interage
com a matéria e com outros estudantes. Quanto maior a participação do aluno no
processo de aprendizagem, maior a retenção e a atuação com base no que ele tem
aprendido. "É sábio o educador que procura desenvolver a capacidade e o talento do
estudante em vez de esforçar-se constantemente por comunicar instrução." - Idem,
pág. 166.
O professor não está ensinando quando soluciona os problemas. "Que as
atividades dos alunos tenham como escopo solucionar os problemas da verdade
biblica." - Idem, pág. 114.
COMO O ADULTO APRENDE

Encanta-me ensinar a adultos pela rica experiência que possuem. Apresentam uma
variedade de temperamentos, habilidades, talentos e experiências. Cada um tem sido
dotado por Deus de forma única.
Alguns adultos são falantes e desinibidos. Outros são tímidos e pensativos. A
riqueza da experiência vivida pelos adultos acrescenta grande potencial ao debate
em classe. O desafio que você tem é trazer tudo isto à tona e é propósito deste livro
ajudá-lo nesta tarefa.
Os adultos constituem o maior segmento de nossa igreja. A razão é óbvia - uma
pessoa é adulta durante uma parte maior do tempo de sua vida do que em qualquer
outra etapa. Como disse Robert Brown, é o período da vida, "para o qual se fez todo
o resto".
As autoridades dizem que a educação adulta se tem convertido no maior e mais
acelerado crescimento na educação americana de hoje. Anualmente, nos Estados
Unidos um em cada três adultos participa em algum tipo de atividade educacional.
Nossa Escola Sabatina é nossa maior escola de educação contínua para adultos.
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O APRENDIZADO DO ADULTO É INIGUALÁVEL

Já pensou alguma vez no aspecto único do aprendizado adulto? Difere em muitas


maneiras do aprendizado infantil e juvenil.
Ao ler esta seção, pense nos membros de sua classe e veja se pode identificar
alguns de seus problemas e encontrar algumas soluções.
Tenho encontrado muitos adultos que se sentem inseguros sentados numa classe
formal. Pensam: "Tenho medo que me perguntem algo e eu não saiba a resposta."
Muitos adultos têm medo de revelar sua ignorância. Queremos nos sentir todo o
tempo confortáveis e no controle da situação. Também temos a tendência de nos
sentirmos intimidados por situações nas quais a nossa auto imagem se veja
ameaçada. É por isto que muitos adultos em nossa classe da Escola Sabatina
preferem ser espectadores passivos e "deixar que as autoridades falem".
Outro problema é a tendência que muitos adultos têm de resistir a novas idéias.
Os adultos chegam a uma situação de aprendizagem com uma "posição mental"
mais definida do que as crianças. Isto não é difícil de entender quando nos detemos
a pensar na avalanche de idéias e palavras que assaltam nossos sentidos
permanentemente. Nossa mente é constantemente bombardeada pela propaganda
do rádio, televisão e pelos cartazes. Como instrumento de proteção tendemos a
levantar paredes de defesa e a ignorar as informações. Isto poderia ser uma razão
pela qual é dificil conseguir e reter a atenção dos adultos.
A medida em que envelhecemos, as mudanças se constituem em ameaças. A
tendência, então, é proteger nossas crenças e idéias e ser me nos abertos a novos
conceitos. E por isso que os professores de adultos devem usar de muito tato ao
introduzir novos métodos de ensino Lembre-se, os adultos mudam muito
lentamente.
Alguns membros de sua classe podem ter sentimentos negativos porque estão
acostumados no dia-a-dia a serem autoridades e agora a situação se inverte. Você é
visto como a autoridade que deve ser ouvida. Por este motivo o professor de adultos
pode ser mais eficiente se assumir o papel de facilitador da aprendizagem em lugar
do papel de um professor que sabe tudo.
Como você se sente quando percebe resistência a suas idéias? Ao refletir sobre
esta pergunta você pode ver que conhecer a forma como o adulto aprende pode ser-
lhe muito útil. Quando se compreende os problemas do aluno, a forma como pensa e
como sente, podemos atender a suas necessidades mais facilmente.
Outra particularidade da aprendizagem do adulto é a tendência da concentração
em problemas. As crianças e os jovens podem contentar-se em estudar "temas"
com os olhos no futuro quando esta informação lhes for útil.
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Mas os adultos vivem em um mundo de dificuldades, que se desmorona e muitos
adultos vêm à classe feridos física e psicologicamente, esperando obter alívio e
soluções para seus problemas. Perguntam a si próprios: "De que forma isto pode
ser importante para a minha vida?" "Que diz a Biblia que me possa ajudar a achar a
solução agora?" "Não posso esperar por respostas até a semana que vem ou o
próximo mês."
É por isso que devemos ensinar para a vida presente. Devemos buscar na Biblia
as respostas para os problemas atuais. Devemos mostrar que Deus é "nosso refúgio
e fortaleza, socorro bem presente na angústia", Salmo 46:1. Os adultos querem
ilustrações práticas e exemplos pessoais como também experiências de vida de
pessoas da atualidade Conte-lhes o que Deus tem feito por você, como lhe tem
ajudado em seus problemas. Assegure-lhes que Deus está realmente esperando
com uma solução.
COMO MOTIVAR SUA CLASSE A APRENDER
Nossas necessidades nos motivam. A fome nos leva à cozinha ou ao restaurante. A
solidão nos leva às outras pessoas. Uma necessidade de conhecimento nos motiva a
nos submetermos a um processo de aprendizagem. Cada um tem sua motivação.
Guilherme é um homem de negócios e respeitado membro da igreja. Raramente
chega a tempo à Escola Sabatina. Sente-se cansado pela dura semana de trabalho.
Sua necessidade básica de dormir o motiva a ficar dormindo. Mas ao mesmo tempo
sente necessidade de companheirismo, de inspiração e de fazer parte do grupo. Com
o objetivo de atender a estas necessidades, quase sempre está motivado a ir para a
igreja na hora do culto divino.
Vejamos outra situação. Helena está sempre na Escola Sabatina. Encanta-se com
sua classe e diz que se sente muito bem quando assiste à Escola Sabatina. Porém,
quando começa a hora da lição sua mente começa a vagar. Seus pensamentos
seguem outras coisas sem rumo nem objetivo. Ela está motivada? Sim, para escutar,
mas não para aprender.
O professor observa que Helena tem os olhos fixos nele e crê que ela está
aprendendo, porém, está enganado. Estar presente não é o mesmo que estar atento.
A aprendizagem bíblica não ocorrerá a menos que o aluno esteja motivado a
aprender a Bíblia.
Que pode fazer o professor para motivar Guilherme a assistir e Helena a
aprender? Estes são os grandes desafios e a razão de ser deste livro.
Um poderoso motivador é relacionar as verdades bíblicas com as necessidades da
vida. Se um aluno sente que suas necessidades são satisfeitas, prestará atenção e
estudará. Esta é a razão pela qual Deus coloca certas necessidades dentro de nós –
para obrigar-nos a procurá-Lo.
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O Psicólogo Abrahan Maslow sintetizou as necessidades humanas em uma ordem


de prioridades. começando pelas mais simples até as mais complexas, conforme a
seguir:
Fisiológicas – necessidade de alimento, água, sono, exercício, etc.
Segurança – proteção, estabilidade, ausência de medo.
Ser Querido – amor, casamento, família, amigos, etc.
Auto-estima – conquistas, respeito próprio, status, reconhecimento.
Realização – (desenvolver seu potencial) - uma necessidade de alcançar a
realização pessoal (satisfação consigo mesmo).
Necessidades Estéticas – apreciação estética e ordem.

O professor que aprende a reconhecer estas necessidades em seus alunos e trata


de ajudá-los a satisfazê-las, obterá sua atenção e o motivará a aprender.
O professor sabe que Daniel, um membro de sua classe, está sem trabalho há seis
meses e que, sem dúvida, carece de segurança e estima própria. O professor analisa
com Daniel as promessas da Bíblia de como Deus proporciona e atende a nossas
necessidades físicas. O professor pode também compartilhar algumas experiências
pessoais que podem ser de grande ajuda. Também pode encontrar-se com Daniel
em particular e tentar ajudá-lo de forma efetiva.
Em uma classe de jovens adultos, o professor percebe que Elaine tem problema –
ela tem uma baixa auto-estima. À medida que ensina a lição, pode encontrar
citações e outros meios para assegurar a sua aluna que cada pessoa é de grande
valor para Cristo. Quando Elaine expressa uma idéia, o professor tomará tempo para
agradecer-lhe e mostrar que sua participação foi importante para a classe. Desta
maneira o professor ajudará Elaine a reconhecer que ela é importante para os
demais e para Deus.
O professor que reconhece as necessidades de seus alunos e os ajuda a
satisfazê-las, sempre terá uma classe disposta a aprender.
Esse era o método de Jesus. Ele sempre foi muito sensível às necessidades
humanas: espirituais, físicas e psicológicas. Demonstrava simpatia para com as
pessoas, escutava suas aflições, sanava suas enfermidades e as alimentava. Não é de
estranhar, então, que O escutavam com redobrada atenção. Esta é a razão pela qual
Seus ensinos produziram mudanças tão profundas naquelas vidas.
Jesus é o maior Mestre que o mundo já conheceu. É que daremos total atenção a
Seus métodos neste livro. por este motivo O professor é um vendedor, a verdade é
seu produto. Por isso, ele deve despertar interesse antes de apresentar o seu
produto. E em seguida, mantê-lo.
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A maioria dos adultos tem perdido uma característica infantil muito preciosa: a
curiosidade por quase tudo. Entretanto, restam algumas fagulhas. O professor deve
soprá-las até que se convertam em chamas. Quando for bem-sucedido, seus alunos
aprenderão numa velocidade surpreendente. Despertar a curiosidade é um fator de
vital importância para motivar a aprendizagem.
A MUDANÇA É A SUA OPORTUNIDADE PARA ENSINAR
As mudanças de necessidades dos adultos são uma importante oportunidade para o
ensino. A única coisa certa na vida é a mudança. Desde o momento do nascimento
até a morte, o ser humano experimenta mudanças. Cada etapa da vida apresenta
grandes mudanças. Os estudiosos da conduta humana chamam a isto de "tarefas de
desenvolvimento".
"Uma tarefa de desenvolvimento é uma fase que surge em certo período da vida
de um indivíduo e se ele logra êxito em cumpri-la, alcançará a felicidade e obterá,
também, sucesso nas fases posteriores. Por ou trolado, o fracasso conduz à
infelicidade, à desaprovação da sociedade e a ter problemas com as fases
posteriores." Estas "tarefas" provêm do amadurecimento físico, das pressões
sociais, dos valores e das ambições de uma pessoa em desenvolvimento. Um
professor consciente destas fases (ou tarefas) de desenvolvimento e que vê seus
alunos se debatendo dentro delas, pode ensinar de forma a fortalecer seus alunos
durante estes momentos cruciais.
De acordo com Robert Havighurst algumas destas fases (tarefas) para jovens
adultos são:
1. Completar ou continuar seus estudos.
2. Escolher seu cônjuge.
3. Aprender a viver com seu cônjuge dentro do casamento.
4. Começar uma família.
5. Criar filhos.
6. Administrar um lar.
7. Iniciar uma atividade profissional.
8. Adotar responsabilidades cívicas.
9. Encontrar um grupo social com o qual se identificar.

Francisco é um professor de uma classe de jovens adultos. A maioria de seus


alunos tem filhos pequenos. Francisco sabe que a principal ocupação de sua classe é
a educação dos filhos. Então, cada semana trata de encontrar na lição pontos que
ajudem os pais. Cita e recomenda livros que os ajudem. Compartilha suas
experiências e a de outros.
17

Você pode ter certeza de que Francisco consegue manter o interesse de seus
alunos. Se a classe da Escola Sabatina não reconhece as necessidades especiais dos
jovens adultos, então estas pessoas terão que enfrentar suas crises por si mesmas.
Esta é uma das razões pelas quais os jovens entre 18 e 30 anos tendem a deixar a
igreja.
Se nossos professores da Escola Sabatina seguirem o conselho do Espírito de
Profecia, muitas necessidades serão atendidas e poucas pessoas deixarão a classe.
"Necessitam-se professores capazes de lidar sabia- mente com os diferentes
aspectos do caráter: prontos a ver e aproveitar ao máximo as oportunidades de
fazer o bem; que sejam dotados de entusiasmo, aptos para ensinar e para inspirar
pensamentos, avivar energias e comunicar ânimo."- Conselhos aos Professores,
Pais e Estudantes, pág. 180.
Os professores fariam bem em seguir o exemplo de Jesus. "Falava aos homens
das verdades que se relacionam com a conduta da vida e se prendem à
eternidade."- Parábolas de Jesus, pág. 23.
Os adultos de meia-idade têm, também, tarefas (fases) de desenvolvimento. Os
filhos saíram do lar e há adaptações a serem feitas. No casa- mento surgem
tensões. Ocorrem mudanças biológicas. Muitas vezes a energia diminui. Os
sintomas da idade aparecem: lentes bifocais, meno – pausa, cabelos brancos. Ser
consciente destes e de outros problemas da meia-idade ajudará o professor da
Escola Sabatina a ministrar seus alunos, a manter sua atenção e a motivá-los a
estudar a Bíblia.
Os adultos de 65 anos em diante, também, enfrentam certas tarefas (fases). O
sentimento de não ser mais necessário, a perda de um emprego bem remunerado, o
sentimento de inutilidade, tudo isto contribui para destruir os sentimentos de valor
que uma pessoa tem de si própria.
O trabalho é muito importante para a auto-imagem de um homem. Sentir-se
inútil após a aposentadoria é uma verdadeira ameaça para muitos homens. Um
grande percentual de pessoas com mais de 65 anos são solteiras, viúvas ou
divorciadas.
A solidão e o isolamento social são os maiores problemas dos adultos nesta
idade.
Não podemos descuidar das necessidades especiais das pessoas nessa faixa
etária. Deveríamos procurar compreendê-las e ajudá-las a se sentirem bem.
Deveríamos atuar como Jesus atuou, sendo conscientes das necessidades humanas.
"Em toda angústia deles foi Ele angustiado." Isaías 63:9.
18

APRENDER É UMA VIAGEM DE TODA A VIDA

Um bebê dá seus primeiros passos incertos. Uma criança memoriza um versículo da


Bíblia.
Um estudante resolve um problema difícil. Uma pessoa se ajoelha para aceitar a
Jesus como Salvador.
Um pai conversa com seu filho.
Uma mãe chora no casamento de sua filha. Uma pessoa idosa aceita a realidade de
que lhe restam poucos anos.
Todas estas pessoas estão aprendendo, porque aprender é desenvolvimento, é
enfrentar algo novo, é mudança. Jesus descreveu desta maneira: "Primeiro a erva,
depois a espiga, por último o grão cheio na espiga." S. Marcos 4:28.
Jesus não estava falando da agricultura, mas descrevendo as pessoas em suas
fases de desenvolvimento.
A educação "é o desenvolvimento harmônico das faculdades físicas intelectuais e
espirituais". - Educação, pág. 13.
"Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do
vosso entendimento para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus." Rom. 12:2.
Aprender em uma classe da Escola Sabatina é um processo redentor. "A obra da
educação e da redenção são uma." - Idem, pág. 30. Deus quer redimir a pessoa
inteira: sua mente, pensamentos, sentimentos, atitudes e sua conduta. Se a
aprendizagem na Escola Sabatina ocorre como Deus deseja, então, haverá mudança
no conhecimento, nos sentimentos e na conduta.
Você e seus alunos serão novas pessoas em Cristo. Isto é aprendizagem!

1. Frank, A. Logan, Fundamentals of Learning and Motivation. Dubuque, Iowa, Wm. C. Brown Co., 1970, pág. 2.
2. Randolph Crump Miller, Education For Christian Living. Englewood Cliffs, NJ., Printice
3. Stop, David A., A Ways to Help Them Learn-Youth. Glendale, Calif., International Center for Learpsgning, 1973, Hall, 1956,
4. Abraham Maslow, Motivation and Personality. New York, Harper & Row Publishers, 1954, págs. 19-58
5. Robert J. Havighurst, Human Development and Education. Copyright 1953 por Longman, Inc. Publica do por Longmans, Green &
Co., Inc. Reimpressão com autorização de Longman, pág. 2
6. Extraído de Adult Education in The Church. Roy B. Zuck & Gene A. Getz. Copyright 1970, Moody Press, Moody Bible Institute de
Chicago. Usado com permissão, págs. 37-38
CAPITULO 2
PLANEJAMENTO E
PREPARAÇÃO PARA
O APRENDIZADO
Todos planejam, mas é a qualidade do planejamento o que importa. Tomemos como
exemplo um edificio. O que se coloca no desenho da planta é o que aparece no
edifício. Da mesma forma ocorre com o ensino. É divertido fazer planos para uma
nova casa, assim como é agradável planejar o ensino e seu produto: a
aprendizagem.
Passei anos ensinando numa classe de adultos antes de fazer a grande
descoberta – é a forma como se planeja uma lição o que determina se a
aprendizagem é alcançada. Se é para ocorrer o aprendizado, é necessário
planejamento e preparação. Descobri que um planejamento cuidadoso e muita
oração tiram o stress de ensinar e o transforma em prazer. É por isto que estou
entusiasmado em compartilhar as técnicas de planejamento neste capítulo. Estes
métodos, se usados com fidelidade, farão com que sua classe tenha vida.
Devo admitir, entretanto, que a princípio, algumas dessas técnicas pareceram
inadequadas e uma perda de tempo. Mas agora eu não ensina- ria sem elas.
Desejo que você se familiarize com um plano de ensino. Ao final do capítulo,
você vai encontrar um formulário modelo. Por favor, examine- o com atenção, pois,
descobri que este formulário é uma de minhas ferramentas mais úteis. O
planejamento do ensino é uma das partes vitais do preparo do professor.
O planejamento do ensino é para o professor o que o mapa é para o viajante ou a
planta para o construtor. Descobri que seguir este método diminui a incerteza, dá
confiança e proporciona segurança. O planejamento do ensino o ajuda a inserir a
lição no método adequado e o ajuda a relacionar o conteúdo com as necessidades
dos alunos. O planejamento permite que a lição tenha continuidade e ajuda o
professor no uso sis- temático do tempo.
Alguns professores não planejam. Estudam a lição com diligência, oram e
dependem da inspiração do momento para guiá-los. Acredito que você concordará
que isto é inadequado. Durante muitos anos meu planejamento consistiu de umas
poucas idéias ou ilustrações escritas à margem da lição. Agora descobri que isto é
demasiado vago.
Um planejamento cuidadoso da lição contém uma organização detalhada daquilo
que o aluno deve fazer e descobrir. Contém uma detalha- da formulação da verdade
central, uma lista das necessidades dos estudantes, o alvo da lição e o método de
prender a atenção. Incluirá maneiras de fazer o aluno participar de um estudo real
da Bíblia e terá sugestões de alguns métodos que ajudem o aluno a aplicar a
verdade à sua vida.
20

Os capítulos dois ao quatro tratarão dos elementos essenciais do planejamento do


ensino. Este capítulo se limitará a:
• Formas de colocar seu coração em sintonia com Deus.
• Sugestões práticas para o estudo Fontes de estudo.
• Como manter a lição sobre os trilhos.
• Como identificar e escrever a verdade da lição.
COMO COLOCAR-SE EM SINTONIA COM DEUS

O preparo mais importante do professor é o do seu coração. Em primeiro lugar


devemos encontrar a mensagem que Deus tem para nós mesmos na lição que
planejamos ensinar aos outros. Permita que as verdades da lição aqueçam o seu
próprio coração. Como podemos nos colocar diante de nossa classe sem antes
ajoelhar-nos diante de Deus em fervorosa e sincera oração? Somos ensinados que a
"oração e o estudo andam de mãos dadas". - Testimonies for the Church, vol. 4,
pág. 318.
Ellen White faz uma incisiva pergunta: "Que valor poderia ter o ensino de alguém
que nada conhece por experiência própria do poder de Cristo?" - Conselhos Sobre
a Escola Sabatina, pág. 94. "O amor de Deus precisa arder no coração do que
ensina a verdade. Esteja seu próprio coração imbuído daquele profundo e fervente
amor que Jesus possuía, e ele flui- rá para os outros." - Testimonies for the
Church, vol. 4, pág. 317.
QUANTO ESTUDO É NECESSÁRIO ?
Talvez você se sinta como eu nunca encontra tempo suficiente para estudar.
Sempre existem tantas áreas tentadoras por explorar, tantas idéias pedindo maior
investigação.
Às vezes me pedem para ensinar a lição na sexta-feira à noite quando restam
apenas uma ou duas horas de preparo possíveis. É maravilhoso como o Senhor
abençoa em uma emergência! Mas se eu deixar a preparação para sexta-feira à noite
cada semana, poderei esperar um milagre para suprir minha falha? Penso que não.
A maioria dos professores da Escola Sabatina necessita de várias horas
distribuídas ao longo da semana para preparar-se adequadamente. Paulo, disse a
Timóteo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de
que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." II Timóteo 2:15. Se
quero que Deus me aprove como professor, preciso trabalhar. Tenho percebido uma
estreita relação entre qualidade e quantidade de estudo com a qualidade do
aprendizado dos alunos.
21
Leva tempo para entrar em sintonia com Deus e descobrir Suas indicações. Mas
quando estamos ensinando, o que impressiona é sentir que o Espírito de Deus está
dirigindo nossa mente e que somos instrumentos Seus para ensinar!
DESENVOLVENDO UM PLANO DE ESTUDO
Como deve ser considerada a preparação da lição? Cada um, logicamente, preparará
seu próprio plano de estudo. Conselhos Sobre a Escola Sabatina sugere que o
"estudo cuidadoso da lição da próxima semana seja feito sábado à tarde".- Pág. 43.
Tenho descoberto que um minucioso estudo de toda a lição no começo da
semana ajuda grandemente. Há um verdadeiro princípio pedagógico neste conselho.
O estudo da lição inteira sábado à tarde permitirá uma visão panorâmica. Isto ajuda,
também, em termos de continuidade.
Como do topo de uma montanha, você verá as linhas principais do pensamento
e suas relações. Em meu ensino, trato de construir pontes entre as idéias. Parece
que isso ajuda meus alunos a verem as partes da lição e suas relações com o todo.
Ver o relacionamento das idéias entre si, permite compreendê-las e recordá-las com
mais facilidade.
Ao preparar-se para ensinar, pergunte-se a si mesmo:
• Que diz esta lição sobre a natureza de Deus?
• Como este tema se relaciona com o plano de salvação e a grande controvérsia
entre Cristo e Satanás?
• Como exaltar a Jesus, Sua justiça, Seu sacrifício pelo pecado e Seu regresso?
• Como se relaciona esta lição com a lição da semana passada e com o tema do
trimestre?

Tenho descoberto ser de grande ajuda ter um lugar e tempo definidos para
estudar. Você tem observado que as pessoas de sucesso planejam seu tempo? Dê a
Deus a melhor parte do seu dia. Facilmente o tempo dedicado ao estudo é usado
para outros fins. Por isso, se possível, tenha um lugar tranquilo, confortável, longe
das distrações e com todos os mariais de estudo à mão.
FERRAMENTAS PARA A TAREFA
Meus livros são minhas ferramentas. Ferramentas são importantes para qualquer
tarefa, inclusive ensinar. Sua principal ferramenta é a Bíblia. Mas em qual versão? O
mercado está inundado de diferentes traduções. Creio que todo professor da Escola
Sabatina deveria ter três ou quatro traduções modernas, de modo a poder
determinar com mais precisão o que certa passagem quer dizer.
22

Escolha uma versão ou tradução mais próxima ao significado literal do texto


original em lugar das traduções "dinâmicas" ou interpretativas. Recentes
descobertas na área da arqueologia e da filologia nos ajudam a chegar ao verdadeiro
significado das Escrituras. Veja a Bíblia de Jerusalém e a Edição Atualizada de João
Ferreira de Almeida, 1969. Estas são traduções confiáveis. Para um estudo mais
sério, evito versões parafraseadas como a Bíblia na Linguagem de Hoje e a Bíblia
Viva.
Aprecio a edição para professor da lição. Ela contém excelente material adicional,
informações, perguntas para debate e atividades de aprendizagem da Bíblia.
Minha concordância é minha segunda ferramenta. (Tenho uma concordância em
minha Bíblia, mas ela não é suficiente.)
Há em português a Concordância Bíblica da Sociedade Bíblica do Brasil, Edição
Revista de 1975. Existem outras, algumas identificando as palavras hebraicas ou
gregas originais. Concordâncias são fáceis de usar e relativamente baratas. Eu não
ficaria sem pelo menos uma.
O Espírito de Profecia para esta igreja é nossa mais valiosa ferramenta de ensino
após a Bíblia. Primeiro, estude cuidadosamente as Escrituras. Estude o contexto das
passagens, procure as palavras importantes na concordância e então vá ao Espírito
de Profecia em busca de idéias e ajudas adicionais. A série Grande Conflito
(Patriarcas e Profetas, Profetas e Reis, O Desejado de Todas as Nações, Atos dos
Apóstolos, O Grande Conflito), os Testemunhos Para a Igreja e Parábolas de Jesus, A
Ciència do Bom Viver e outros livros inspiradores são uma mina de ouro da verdade
para o professor da Escola Sabatina. O Index dos Escritos de Ellen G. White è
indispensável.
Um bom dicionário bíblico é importante parte de sua biblioteca Em inglês temos
o Seventh-day Adventist Bible Dictionary que poderá ser ad. quirido pela CPB. Em
português podemos recomendar o Dicionário da Biblia, de John O. Davis e o Novo
Dicionário da Biblia das Edições Vida Nova.
MANTENHA-SE NA LINHA PRINCIPAL
Em muitos aspectos o processo ensino-aprendizagem assemeIha-se a uma
grande malha ferroviária. Uma ferrovia tem muitos ramais, desvios e linhas
secundárias ligando comunidades vizinhas, mas o tráfego maior passa pela linha
principal. O bom ensino também é assim. Há muitos desvios fascinantes que nos
tentam. Mas o bom ensino se mantém na linha principal – a verdade central da lição.
Isso não quer dizer que o professor não vá tocar em matérias correlatas para
satisfazer necessidades específicas. O Espírito Santo pode dirigir o professor para
trechos bíblicos ou pensamentos que não estejam na lição.
23
A pessoa pode estar expressando uma necessidade sentida. Pode-se fazer uma
digressão para satisfazer uma necessidade, considerar brevemente a pergunta e
retornar à "linha principal".
Eu procuro concentrar-me na grande idéia básica da lição. Um balaio de idéias,
ainda que estimulante, não produzirá um aprendizado eficiente. Para retenção e
compreensão de seu conteúdo, a lição deve ser mantida coesa por idéias correlatas.
A VERDADE CENTRAL
A primeira coisa que faço no preparo da lição é descobrir sua verdade central, ou
seja, sua idéia principal. Lembre-se que o professor "tem que se haver com grandes
temas". Evangelismo, pág. 151.
Cada martelada deve cravar o prego mais profundamente. Cada texto, ilustração,
material visual, atividade de aprendizagem, cada debate deveria ser como
marteladas aprofundando a verdade central da lição. Isto ajuda o aluno a lembrar o
ponto- chave da lição.
Como descobrir qual é a verdade central da lição? Para identificá-la, tomo tempo
refletindo na lição como um todo. Qual é a ênfase global? Existe alguma idéia central
que abranja toda a lição? O que o título diz a respeito da lição? O processo de
descobrir a verdade central (conheci do como síntese) é muito importante para mim
porque é o alicerce de meu ensino. Manter a verdade central em mente ajuda a
manter a lição na linha principal.
Embora estes dicionários não sejam de autores adventistas do setimo dia e nem sempre suas opiniões coincidam com
nossa interpretação, eles constituem, entretanto, um valioso patrimônio para o professor. Um bom Atlas Biblico é
outro instrumento importante para ensinar na Escola Sabatina.

ESCREVA A VERDADE CENTRAL


A verdade central deve ser redigida de forma breve e clara em uma sentença. (Esse
é o primeiro espaço na folha de planejamento da lição que se encontra no final deste
capítulo.) Eu sempre escrevo a verdade central e então a submeto a cuidadosa
crítica. Geralmente preciso reescrevê-la várias vezes de modo a expressá-la
corretamente. Isso ajuda na "sintonia fina" de meu pensamento. Pensamentos
confusos do professor resultarão em conceitos nebulosos na mente dos alunos.
John Sisemore diz que a verdade central deve ser "uma declaração completa e
compreensiva, que possa ser usada, avaliada e escrita".
1. A sentença reflete o âmago do verso para memorizar?
2. A sentença expressa um princípio básico da verdade bíblica?
3. A sentença apresenta um interesse, um problema ou uma necessidade do
dia-a-dia ?
4. A sentença parece apropriada para sua classe ?
24
O processo descrito acima parece difícil, mas quanto mais pratico mais fácil ele se
torna. E ele tem feito maravilhas por todo professor de Escola Sabatina que o tem
utilizado. É como se tomássemos a lição pela "mão".
O PRINCÍPIO MACRO - MICRO - MACRO
O Dr. Jack Dunham em seu Senior Teaching System Course Guide, sugere o seguinte
uso da verdade central ou ponto-chave, como ele o chama, em uma situação real de
aprendizagem. Dunham sugere, com o fim de ajudar o aluno a recordar o ponto-
chave da lição, que ela seja apresentada com clareza ao início do debate em classe.
Assim, tem-se uma visão geral.
Em seguida, desmembra-se a lição em suas partes componentes, o que
compreende um debate dos detalhes do todo. Ao final da lição, o ponto-chave é
apresentado novamente como um resumo e com as aplicações. Esta é uma
ilustração do velho adágio que diz: "Diga o que pretende dizer, diga, então repita o
que já disse."
Ao ensinar uma lição da Escola Sabatina intitulada "Ele nos atrai", eu usei esse
princípio da seguinte forma: o ponto-chave ou a verdade central (macro) era: "O
Cristo crucificado atrai todos os homens a Si por meio do Espírito Santo, com o
propósito de redimir e unir-nos a Ele." Os subtópicos ou a decomposição (micro)
estabelecia como e em que circunstâncias Ele nos atrai:
1. Como luz nos atrai.
2. Como Cordeiro nos atrai.
3. Ele nos atrai por meio do Espirito Santo.
4. Podemos ser atraídos a Cristo somente pelos recursos de Deus.

Com a verdade central sólida em mente, podemos então discutir os quatro


subtópicos. Ao final da lição voltei a reafirmar a verdade central como síntese.
Tenho descoberto que coerência e continuidade na apresentação da lição ajudam
grandemente os alunos a recordar os pontos principais da lição e a aplicá-la em sua
vida diária. Como um diamante polido reflete a luz de muitos ângulos, da mesma
forma uma lição preparada e apresentada adequadamente revelará a beleza da
verdade central a partir de vários pontos de vista.
BONS MÉTODOS FARÃO MARAVILHAS
Tenho visto que um planejamento cuidadoso produz grandes dividendos. Colhemos
o que semeamos. Quem semeia pouco, quem investe pouco tempo e esforço no
planejamento e preparação, colherá escassa- mente na participação e aprendizagem
de sua classe.
25
Não é por acidente que se chega a ser um bom professor. Não existem atalhos no
caminho para a excelência em nenhum campo, inclusive no da educação. "Todo
professor deve reconhecer que precisa saber mais; precisa estar mais familiarizado
com aqueles com quem tem de tratar e com os melhores métodos de comunicar o
conhecimento."- Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 99.
Não nos satisfaçamos com a mediocridade. Ao planejar cada lição cuidadosamente,
ao usar bons métodos, estamos cooperando com o Autor de toda a aprendizagem.
Então podemos pedir ajuda e orientação do Espírito Santo em toda a nossa
preparação.
1. John T Sisemore, Blueprint For Teaching. (Nashville, Tennessee Broadman Press, 1964), pág. 45.

COLOCANDO A TEORIA EM PRÁTICA

ALVO: Aprender como identificar e escrever a verdade central (pon- to-chave) da


lição.
PREPARAÇÃO:
1. Repasse este capítulo se for necessário.
2. Estude completamente a lição da Escola Sabatina.
TÉCNICA: Identifique a verdade central e escreva-a em sua folha de planejamento
da lição. Teste a verdade central com os critérios esta- belecidos no tópico "Escreva
a Verdade Central".
Leia a verdade central para a classe ao começo da lição e outra vez ao final (veja o
princípio macro-micro-macro, página 27).

AVALIAÇÃO: (Após a classe)


O que esteve bem?
O que pode ser mudado?
FOLHA DE PLANEJAMENTO DA LIÇÃO
Nº da lição Titulo:

• Verdade central da lição:

• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)

• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)

• Atmosfera de atenção e aprendizagem: (Utilizar um recurso visual, uma história


ou atividade interessante que possa captar imediatamente a atenção e conduzir
naturalmente para o estudo da Bíblia.)

• Pesquisando a Palavra: (Usar atividades que colocarão os alunos dian- te de um


problema a resolver ou a fazer descobertas na Bíblia. Analisar os versículos
importantes - Acentuar os pontos-chaves.)

• Aplicação: (Selecionar uma atividade, relacionada com o alvo, que ajudará os


alunos a descobrir as implicações das verdades na sua vida e levá-los a agir.)
CAPITULO 3
ESTABELECENDO
ALVOS QUE ENSINAM
Já esteve numa classe da Escola Sabatina onde o professor, sem alvos, voava como
uma borboleta de uma bela verdade a outra? Como você se sentiu nesta classe? Este
tipo de ensino me desagrada. Eu me sinto muito melhor quando o ensino caminha
para o alvo da aprendizagem.
O que eu desejo compartilhar com você neste capítulo poderia ser chamado
"linha direta para o ensino". É o tipo de ensino que segue em linha reta,
diretamente a um alvo educacional específico. É o método que, sem dificuldade,
transformará seu ensino eficazmente.
Observe o fundamento desta idéia no livro Educação, pág. 233: "Antes de
tentar ensinar uma matéria, [o professor] deve ter em seu espírito um plano
distinto, e saber o que precisamente deseja conseguir." O alvo é o fator mais
importante e de maior influência no processo ensino - aprendizagem. Pode ser
comparado ao eixo à volta do qual gira a roda da aprendizagem.
O QUE É UM ALVO DE ENSINO?
Um alvo de ensino é a declaração do que você espera alcançar durante o estudo em
classe. Descreve o que o aluno será após ter experimentado a sessão de ensino.
Se você pede uma definição do alvo para a lição, muitos professores da Escola
Sabatina poderiam dizer: "Meu alvo é torná-los melhores cristãos." Ou "ensiná-los
a amarem a Deus e prepararem-se para a volta de Cristo". Isto soa bem, mas tais
alvos não ajudam os professores nem os alunos. Os alvos devem ser expressados
em linguagem precisa, serem específicos, orientados para a ação. O que segue é
muito genérico: "Eu desejo que meus alunos sejam altruistas." Seria melhor
definido assim: "Eu desejo que minha classe atue mais altruisticamente em suas
relações domésticas na próxima semana."
O QUE É UM ALVO DE ENSINO?
Tenho descoberto que o estabelecimento de alvos de ensino por escrito, orienta-me
o estudo, guia-me na escolha dos materiais e na seleção do método de ensino. A
formulação de alvos mantém minha lição "nos trilhos" e evita a perda de tempo com
temas irrelevantes.
Alguém pode pensar que o estabelecimento de alvos específicos de
aprendizagem para uma determinada lição pode inibir o atendimento de outras
necessidades que podem surgir no decorrer do estudo em classe. O alvo de ensino
não impede a flexibilidade, a modificação ou a reorganização durante o estudo em
classe...
28
Na verdade, quando eu tenho um claro objetivo de ensino em minha mente, tenho
descoberto que se torna bem mais fácil adaptar a lição de modo a atender
necessidades especificas.
Quanto mais definido em sua mente o alvo de ensino, melhor sua seleção de
materiais e métodos para alcançá-lo. Um objetivo claro, preciso, dirigirá todo o
processo de ensino-aprendizagem. Quando o estudante percebe que a lição está
direcionada, o seu interesse aumenta em grande medida.
TIPOS DE ALVOS
As metas de ensino podem ser classificados em três grandes áreas: conhecimento,
atitude e conduta - em outras palavras - conhecer, sentir, responder. Anote em sua
folha de planejamento de ensino: "Como resultado do estudo desta lição eu espero
que meus alunos:
Saibam
Sintam
Respondam ( pratiquem )
Área do conhecimento: E básico para a aprendizagem conhecer a in formação
bíblica. Os fatos são os tijolos" de toda a aprendizagem A medida em que o aluno
compreende os fatos, ele os organiza em conceitos quando considera que Deus ama
e cuida dele, que cuida de outras pessoas, que ama sua família, que é onipotente,
onisciente, é um Espírito -ao juntar todas estas informações, o aluno pode formular
o seu conceito acerca de Deus. O passo seguinte é a dedução: Deus é confiável. Em
seguida o aluno descobre como estes fatos se relacionam com a sua vida.
Área do sentimento: Saber, compreender e conceituar fatos moldam nossos
sentimentos. Quando uma pessoa aceita certos fatos acerca de Deus que Ele deu
Seu Filho Unigênito para nossa salvação, que Ele ouve e responde as nossas orações
- ela é movida e inspirada a agir. Esta é a aprendizagem ao nível afetivo ou de
sentimento, Atitudes e senti mentos (em relação a pessoas ou situações) mudam
pelo ouvir e aceitar a Palavra de Deus.
Área da conduta resultante do ensino: O terceiro nível da aprendizagem é o
comportamental ou o da conduta resultante do ensino. Muitos dos alvos usados
anteriormente como exemplo são típicos de conduta- resposta.
Algumas lições são mais apropriadas a este nível que outras. Assim, o professor
deve selecionar o alvo dominante, seja conhecimento, sentimento ou conduta
correspondente. Após estudar uma determinada lição você pode selecionar o alvo
relacionado com a área do conhecimento. Já outra lição pode favorecer o alvo
relacionado com o sentimento.
29
Ainda outra pode parecer indicar um alvo de conduta. Lembre-se: o alvo deve ser
suficientemente curto para ser lembrado, claro o suficiente para ser escrito, e
especifico o suficiente para ser atingido.
Um alvo típico da área do conhecimento poderia ser: como resultado desta lição
eu desejo que minha classe saiba e compreenda o que a Bíblia ensina acerca da
queda do homem. Um objetivo de conhecimento trata da aprendizagem de material
real (factual) e da interpretação do seu significado.
Um típico alvo relacionado com o sentimento poderia ser: "Como resultado do
estudo em classe eu desejo que meus alunos apreciem mais o amorável cuidado de
Deus por Seus filhos."
Um objetivo de conduta poderia ser: "Como resultado desta lição eu desejo que
minha classe dependa mais do cuidado de Deus para os ajudar a enfrentar as
tentações desta semana." Este é, talvez, o mais importante nível de aprendizagem;
toda lição deveria nos mover a algum tipo de resposta atitudinal.
Aprendizagem significa mudança. A indiferença, o descompromisso com uma
clara definição do alvo do ensino não moverá ninguém à ação. Ensinar com um alvo
em vista não significa manipulação do aluno. Ao contrário, significa que o professor
guiará objetivamente o aluno a descobrir a verdade que produz mudança em sua
vida.
ALUNOS TÊM NECESSIDADES
A Edição do Professor da Lição da Escola Sabatina sugere um tema para cada lição
mas não estabelece alvos. O autor da lição não pode sugerir um alvo adequado,
porque ele não conhece seus alunos. Estamos ensinando pessoas, não lições.
Repetimos mais uma vez a admoestação da serva do Senhor: "O mestre deve
estudar cuidadosamente a disposição e o caráter dos discípulos, a fim de adaptar os
ensinos às necessidades peculiares dos discípulos."- Conselhos aos Professores,
Pais e Estudantes, pág. 231. "Em todo verdadeiro ensino o elemento pessoal é
essencial."- Educação, pág. 231. Enfatizamos isto novamente porque é a chave do
aprendizado eficaz.
A Bíblia descreve acuradamente as necessidades humanas em geral, mas o
professor precisa conhecer as necessidades específicas dos membros de sua classe.
As pessoas expressam suas necessidades, mas geral- mente não o fazem de modo
aberto.
Como pode um ocupado professor da Escola Sabatina familiarizar-se com as
necessidades de seus alunos? Você precisa ouvir com os ouvidos e com os olhos.
Observe os sinais não verbais. Bons livros estão atualmente disponíveis na área da
educação e da psicologia do adulto. Escritores cristãos têm explorado este campo
também. Visite seu SELS ou uma livraria cristã em busca deste material (veja a
bibliografia especifica nestas áreas).
30
Sendo mais sensível às necessidades das pessoas, tenho descoberto alguns
métodos úteis. Quando reflito sobre minhas necessidades e sobre as das pessoas
que me são próximas tenho encontrado valiosas indicações. Uma ferramenta que
me tem sido indispensável é um fichário com as anotações acerca de cada aluno de
minha classe. Inclua informações como nome completo, endereço correto (com um
mapa se necessário). telefone, idade e data de nascimento. Acrescente anotações
tais como: "João parece pouco à vontade quanto a ofertas", ou "ele parece
inseguro", ou "ele gosta de golfe", ou "ele é engraçado".
A medida que observa as pessoas - suas palavras, expressões faciais, suas ações
- você se tornará mais sensível em descobrir e identificar as necessidades humanas.
É bem verdade que exige tempo e esforço para familiarizar-se com os membros de
sua classe. Eu tenho sentido que visitar meus alunos em suas casas me facilita
conhecê-los e atender suas necessidades especificas. Quando faço isto percebo que
o interesse e a frequência crescem enormemente.
Uma palavra de advertência sobre este assunto. Todos nós tendemos a ser
defensivos em relação às nossas fraquezas. Ao procurar satisfazer as necessidades
de outros, o professor precisa ter muito tato e sensibilidade. Jesus deu-nos um belo
exemplo ao lidar com Simão de Betânia. O Salvador poderia ter denunciado este
fariseu e exposto sua hipocrisia. Mas não agiu assim. "Simão foi tocado pela
bondade de Jesus em não o repreender abertamente diante dos hóspedes. Viu que
Jesus não desejava expor sua culpa diante dos outros, mas buscava, por uma exata
exposição dos fatos, convencer-lhe o espírito e por piedosa bondade vencer-lhe o
coração... Seu orgulho humilhou-se, ele se arrependeu, e o altivo fariseu tornou-se
um humilde e abnegado discípulo." - Desejado de Todas as Nações, págs. 567 e
568. O amor de Cristo no coração do professor o motivará a seguir o exemplo do
Mestre dos mestres.
ESCREVA SEU ALVO
Você agora é senhor dos fatos da lição; você escreveu a verdade central; anotou
algumas necessidades importantes. Você. agora está preparado para escrever o seu
alvo de ensino. Muitos consideram escrever uma tarefa penosa. Mas escrever ajuda
a refletir sobre uma idéia. Sir Francis Bacon disse: "Escrever torna o homem
preciso." Escrever seu alvo o ajudará a esclarecer idéias confusas. Findley B. Edge
disse que um alvo deve ser:

"...suficientemente curto para ser lembrado.


...suficientemente claro para ser escrito.
...suficientemente específico para ser atingido."
31
Os alvos devem ser escritos do ponto de vista do professor. É a descrição que o
professor faz do resultado da aprendizagem. Isto guiará a seleção das atividades de
aprendizagem, dos recursos visuais, das passagens bíblicas e das citações do
Espírito de Profecia. Use frases que expressem ações tais como: "Meus alunos
serão ajudados a resolver o problema de...; os alunos serão levados a descobrir...;
meus alunos serão motivados a explorar...; a aplicar, a apreciar...". Estas
declarações especificam o que o professor espera que aconteça.
Vejamos alguns exemplos. Digamos que o tema da lição seja honestidade nas
relações comerciais. Você escreve seu alvo. "Como resultado desta lição, meus
alunos desejarão ser verdadeiramente honestos em todas as ocasiões." Este é um
objetivo do tipo de resposta na conduta. É curto o suficiente para ser lembrado e
claro bastante para ser escrito. Mas é específico? O professor poderia indagar: "De
que forma eu desejo que meus alunos pratiquem a honestidade?" Um objetivo
melhor se- ria: "Meus alunos desejarão ser estritamente honestos em calcular os
impostos no próximo mês."
Temos afirmado que a educação tem por designio provocar mudanças nas
pessoas - para melhor. O professor deve, portanto, determinar o tipo de mudança
que deseja efetuar e organizar seu plano de ensino de acordo com o proposto. E ao
concluir a lição deve verificar se seu método foi eficiente. Note o seguinte conselho:
"Mera compreensão intelectual da Palavra de Deus não será suficiente para
influenciar os hábitos da vida, pois a vida é regulada pelas condições do coração....
Não devem [os professores] cessar os esforços antes de obter evidências de que os
preceitos do Céu não só foram aceitos pelo entendimento do aluno, mas gravados
no coração." - Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 37.
Sua fervorosa oração pedindo orientação ao estabelecer objetivos é muito
importante. Peça a Deus que lhe revele as necessidades de seus alunos e o
impressione a mente com as verdades encontradas na lição que possam satisfazer
tais necessidades.
UM ALVO NA ÁREA DE RESPOSTA NA CONDUTA AJUDA O ALUNO A
APLICAR A VERDADE
odos nós temos dificuldades em saber como e quando aplicar verdades bíblicas a
situações específicas da vida. Eu tenho notado que, quando uso meu alvo na área da
conduta, juntamente com uma adequada atividade de aprendizagem bíblica, meus
alunos ficam melhor capacitados a aplicar conceitos gerais a situações específicas
da vida. Findley B. Edge em seu livro Teaching for Results, sugere que o
desenvolvimento do caráter é o resultado tanto da combinação de conceitos gerais
como de respostas específicas. Ele diz: "O indivíduo primeiro aceita a idéia genérica
da honestidade, bondade ou altruísmo como um modo apropriado de vida.
32
Entretanto, ainda que o indivíduo aceite a idéia como um todo, ela não atua
automaticamente em todas as relações específicas da vida."
Lembro-me de um colega de Universidade que não admitia "colar" respostas de
minha prova. Mas sistematicamente apanhava emprestado meu caderno de
exercícios e copiava tarefas que valiam notas. Tenho visto crianças afetuosas com
um gato perdido, e cruéis com o irmão mais novo. É fácil aceitar a idéia genérica,
mas é difícil aplicá-la a relações específicas. Esta é a razão pela qual é tão
importante que você use alvos que encorajem ações específicas.
Frequentemente o ensino na Escola Sabatina é "inspirador" ou "moralista" em
termos gerais, mas os alunos têm dificuldades em transportar verdades genéricas
para ações específicas. Em seus debates da lição tente ajudar os alunos a
perceberem como transferir idéias gerais para ações especificas. Vejamos alguns
exemplos. Seu alvo é: "Levar minha classe a ter mais consideração no lar na
próxima semana." Isto poderia ser grandemente melhorado se fosse mais
especifico em dizer como esta consideração se expressa- "Eles demonstrariam
consideração aos familiares ao atender seus pedidos e cumprir as obrigações
domésticas de bom grado (voluntariamente).
Suponha que o tema de sua lição seja o controle do apetite baseado em 1
coríntios 9:25-27. O alvo poderia ser "meus alunos receberão ajuda para reforçar
a resistência à glutonaria pelo reconhecimento de seus perigos e para utilizar os
recursos espirituais da lição de hoje".
Temos afirmado que a educação tem por designio provocar mudanças nas
pessoas para melhor. O professor deve, portanto, determinar o tipo de mudança que
deseja ver efetuado e organizar seu plano de ensino de acordo com o proposto. E ao
concluir a lição deve verificar se seu método foi eficiente.
Note o seguinte conselho: "Mera compreensão intelectual da Palavra de Deus
não será suficiente para influenciar os hábitos de vida, pois a vida é regulada pelas
condições do coração.... Não devem (os professores] cessar os esforços antes de
obter evidências de que os preceitos do Céu não só foram aceitos pelo entendimento
do aluno, mas gravados no coração."- Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág.
37.
Sua fervorosa oração por orientação ao estabelecer alvos é muito im portante. Peça
a Deus que lhe revele as necessidades de seus alunos e impressione sua mente com
as verdades encontradas na lição, para que possam satisfazer tais necessidades.
USE SEU ALVO PARA AVALIAÇÃO
"O alvo foi atingido pelo meu ensino? Aconteceu alguma coisa? Os alunos
experimentaram alguma mudança? Conhecem algo mais ou têm sentimentos
diferentes? Ocorreu alguma mudança em seu comporta- mento ou modo de vida?"
33
Para responder estas importantes questões, você precisa de algum método de
avaliação. Mas como fazer avaliação se você não tem, em primeiro lugar, nenhum
objetivo ou alvo em mente?
Um alvo de ensino lhe dará um parâmetro ou norma com o qual medir sua
direção e seu progresso. Por exemplo, se seu assunto for o "Milênio", um alvo na
área do conhecimento poderia ser: "Como resultado desta lição, eu desejo que meus
alunos saibam os principais aspectos do ensino bíblico a respeito do Milênio." Para
avaliar, você poderia, ao final, distribuir um pequeno questionário. Ou poderia pedir
que desenhassem um diagrama do Milênio.
Você poderia avaliar, também, pela observação. Num almoço em conjunto ou num
encontro social, você pode encontrar a oportunidade para a observação e a avaliação.
Pelas questões levantadas em classe, você pode, também, detectar se houve
mudança de atitudes e sentimentos.
Digamos que seja este o seu alvo: "Minha classe verá o problema racial como
Jesus o fez." Este é um alvo na área do sentimento ou da atitude. Um encontro social
lhe dará a oportunidade para avaliar qualquer mudança em atitudes ou sentimentos
pela conversa e pela observação.
O uso de um alvo de ensino não dá garantia de sucesso. Mas a ausência deles
torna o sucesso mais difícil. Refiro-me novamente a uma importante citação já
apresentada: "Antes de tentar ensinar uma matéria o professor] deve ter em seu
espírito um plano distinto e saber o que precisamente deseja conseguir."-
Educação, pág. 233.
34

COLOCANDO A TEORIA EM PRÁTICA

ALVO: Aprender como identificar e escrever o alvo do ensino.

PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo tanto quanto necessário.
2. Estudar a lição da Escola Sabatina minuciosamente.
3. Usando o formulário de planejamento, fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.

TÉCNICAS: Determinar a qual das três áreas de aprendizado sua lição melhor se
adaptar:
conhecimento (informação factual)
sentimento (atitudes)
conduta (comportamento)

Baseado nas necessidades de seus alunos e na natureza da lição, escreva seu


alvo de ensino: "Como resultado desta lição desejo que meus alunos (selecione
uma):
- saibam:
- sintam:
- respondam atitudinalmente:
Siga os critérios do subtítulo "Escreva seu Alvo", página 36. Escreva seu alvo
no formulário de planejamento.

AVALIAÇÃO: Avalie o processo ao final da lição em classe.


FOLHA DE PLANEJAMENTO DA LIÇÃO
Nº da lição Titulo:

• Verdade central da lição:

• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)

• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)

• Atmosfera de atenção e aprendizagem: (Utilizar um recurso visual, uma história


ou atividade interessante que possa captar imediatamente a atenção e conduzir
naturalmente para o estudo da Bíblia.)

• Pesquisando a Palavra: (Usar atividades que colocarão os alunos dian- te de um


problema a resolver ou a fazer descobertas na Bíblia. Analisar os versículos
importantes - Acentuar os pontos-chaves.)

• Aplicação: (Selecionar uma atividade, relacionada com o alvo, que ajudará os


alunos a descobrir as implicações das verdades na sua vida e levá-los a agir.)
CAPITULO 4

TRANSFORMANDO
OS ALUNOS PELO PODER
DA ATENÇÃO
Pesquisas recentes têm revelado interessantes informações acerca da
aprendizagem. Uma criança insegura, tímida e hostil normalmente tem grande
dificuldade em aprender, independente de quão capaz seja o professor ou
adequados os seus métodos. Tem sido demonstrado que, quando um professor em
primeiro lugar trabalha a questão do relacionamento e, em decorrência, a criança
sente que "aqui está alguém que realmente se interessa por mim, aqui está alguém
em quem eu posso confiar", sua mente parece se desbloquear e ela começa a
aprender. Você pode treinar uma criança em tabuada de multiplicação e ela pode
parecer incapaz de aprender- até que o amor genuíno entra em cena. Então
acontece o milagre - a mente da criança se libera e a aprendizagem segue adiante
em um ritmo surpreendente.
Descobri que os mesmos princípios são verdadeiros em relação à aprendizagem
dos adultos. Quando vamos à Escola Sabatina levamos conosco nossos medos,
nossas inseguranças e nossas hostilidades. Podemos nos sentir isolados das
pessoas, embora estejamos sentados bem perto delas.
Aprendi que é realmente gratificante dar atenção ao aspecto da ambientação para
a aprendizagem. Quando honestamente procuro familiarizar-me com os meus
alunos, quando tomo tempo para mostrar apreço e consideração a cada um, coisas
surpreendentes acontecem. O preconceito e a apatia desaparecem, as hostilidades
evaporam-se e há uma disposição para aprender.
Este é o segredo que eu desejo compartilhar com vocês neste capítulo, talvez o
mais importante capitulo deste livro. Se você colocar estes principios em prática,
provocará uma profunda mudança em seu ensino E no processo de aprendizagem.
Lawrence Richards descreve uma con dição muito vista nas classes da Escola
Dominical: "Quão trágica a este rilidade das classes onde estranhos se sentam
juntos a cada semana, bem vestidos, mas dissimulando as feridas ou ocultando sua
satisfação inte- nor, enquanto um 'professor' a quem pouco conhecem intimamente,
verbaliza palavras da verdade." Você acha que esta descrição poderia se aplicar a
alguma classe onde tenha estado? Creio que devemos enfrentar um problema
existente em muitas classes da Escola Sabatina - muito formais para um processo
de aprendizagem.
37
A ESCOLA DA FAMÍLIA
Moisés, em seu apelo final a Israel, legou-nos um ótimo exemplo de ensino -
aprendizagem: "E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração, e as
intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa e andando pelo
caminho e deitando-te e levantando-te." Deuteronômio 6:6-7. Moisés descreveu
um ambiente familiar onde a transferên cia de informações, valores e ideais fluem
naturalmente dos membros mais velhos para os mais novos e onde os menores são
igualmente ouvi dos e valorizados.
A familia representa uma situação ideal de aprendizagem. Pai e filho Conversam
enquanto trabalham juntos, mãe e filha comunicam-se enquanto lavam e secam a
louça ou remendam as roupas, Valores e ideais são melhor transmitidos e
comunicados em um ambiente familiar. Neste contexto as pessoas podem ser
auténticas; aceitam se mutuamente e adquirem confiança.
Quão diferente é em muitas classes da Escola Sabatina onde a Bíblia é ensinada
em termos abstratos, o ambiente é formal e onde o ensino e aprendizagem estão
fora da realidade do dia-a-dia Paulo, o grande professor do Novo Testamento, indica
um contexto superior para a aprendizagem. Apresenta a Deus como um Pai e
sugere que somos membros de Sua família. Pede que o Espírito atue em nós para
que Cristo habite pela fé em nossos corações, a fim de, estando arraigados e
fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos,
qual seja a largura e o comprimento e a altura e a profundidade, e conhecer o amor
de Cristo que excede a todo entendimento, para que sejais cheios de toda a
plenitude de Deus". Efésios 3:17-19.
É neste ambiente de calor e solicitude familiar onde pais e filhos se apóiam uns
aos outros que as pessoas aprendem e crescem melhor. Estou certo de que você
deseja e está se esforçando para ter, em sua classe, esta espécie de atenção e de
amor que apóia e fortalece.
Eu entendia que, para ensinar a Bíblia, tudo o que precisava fazer era tornar
conhecida a informação. Mas tenho aprendido que se desejo seguir os métodos de
ensino de Deus, devo procurar desenvolver classes tipo "família" onde haja
interesse carinhoso de uns pelos outros. Lawrence Richards destaca isto muito
bem. Disse que para alguém desinibir-se para falar sobre o que se passa em sua
vida é necessário imprescindivelmente um clima de amor. Somente sob este tipo de
amor podem seus alunos examinarem sua vida à luz da Palavra de Deus. O
formalismo no processo de ensino impede o Espírito Santo de falar ao coração do
estudante. "Não é somente que a Palavra torna a vida o centro das atenções, mas
que a vida torna a Palavra o centro."
38
Note esta referência sobre "a escola da família" em Testemunhos Seletos, vol. 2,
pág. 425: "Escolas familiares em que cada aluno seja objeto de especial auxílio de
seus professores, como os membros da família devem receber no próprio lar.
Brandura, simpatia, união e amor devem ser nutridos ai." Embora esta citação não
se refira especificamente à Escola Sabatina, certamente é apropriada.
ESCOLA DA FAMÍLIA DE JESUS
Minhas pesquisas sobre os métodos de ensino usados por Jesus têm sido muito
compensadoras. Têm influenciado grandemente minha forma de ensinar.
Surpreende-me o fato de que tão pouca atenção tem sido dada às técnicas de ensino
de Jesus, mesmo por educadores cristãos. Certamente, como o maior Mestre que o
mundo já conheceu, Ele deve ser nosso exemplo nas técnicas de ensino. Descobri
que os métodos de Jesus realmente funcionam e estou certo de que você descobrirá
isto também.
Jesus não organizou uma escola formal onde Seus discípulos e segui dores
assistissem em classes. Antes, usava o modelo familiar. Ele referiu-se a Seus
discípulos como "minha Mãe e Meus irmãos". Eles viviam juntos, alimentavam-se
juntos, viajavam juntos e aprendiam juntos. Havia grandes diferenças culturais, de
temperamento e de experiências entre os discípulos. Mateus, o coletor de impostos
e Simão, o Zelote, eram ideologicamente pólos opostos. Algumas vezes discordaram
violentamente. Argüiam vigorosamente. Mas o amor de Cristo os mantinha unidos.
E nesta atmosfera de "família" eles aprenderam a amar e a confiar uns nos outros.
Finalmente, após três anos com o Mestre dos mestres cada um estava disposto a
conceder ao outro o mais alto lugar".- 0 Desejado de Todas as Nações, pág. 646.
Jesus nunca se apressou a repreender ou a pregar sermões. Ele tomava tempo
em abençoar crianças e suas mães. Comia com o coletor de impostos e detinha-Se a
curar um cego.
Quantos de nós, quando em classe, olhamos nosso relógio pensando na matéria
que falta para ser dada. Corremos com a lição como se o conteúdo fosse tudo e
pouca atenção dispensamos às necessidades e sentimentos de nossos alunos.
Jesus tinha muitas "escolas familiares". Em Suas viagens, muitas vezes ficava
com as famílias. Quando Jesus visitava alguém, certamente o anfitrião convidava
seus amigos e vizinhos para ouvi-Lo. Assim como faz todo verdadeiro professor,
estou seguro de que Jesus aproveitava toda oportunidade para ensinar.
A vantagem de grupos pequenos é a possibilidade de se aproximar mais das
pessoas e poder atender suas necessidades. Jesus apreciava estar em casa com
Lázaro, Maria e Marta. Era uma "classe da Escola Sabatina" ansiosa por aprender.
39

Marta. Era uma "classe da Escola Sabatina" ansiosa por aprender.


Maria Madalena foi uma preocupação especial para Jesus. Com quanto tato e amor o
grande Professor lidou com esta necessitada criatura! "Maria fora considerada
grande pecadora, mas Cristo sabia as circunstâncias que lhe tinham moldado a
vida." - O Desejado de Todas as Nações, pág. 422. O que isto nos diz sobre Jesus
como professor? Isto me diz que Jesus cuidava em ter suficiente familiaridade com
Seus alunos e os conhecia pessoalmente - suas necessidades, suas fraquezas e
desejos. Embora a situação de Maria parecesse sem esperança, Jesus não Se deu
por vencido. "Sete vezes ouvira ela Sua repreensão aos demônios que lhe
dominavam o coração e a mente. Ouvira-Lhe o forte clamor ao Pai em benefício
dela... e em Sua força vencera." - O Desejado de Todas as Nações, pág. 568. Maria
tornou-se uma fervorosa discípula e uma poderosa testemunha para o evangelho.
Este exemplo do Mestre dos mestres tem produzido profunda influência sobre
minha vida e meu ensino. Eu creio que o aspecto mais importante do ensino é a
relação de amor. Estou convencido de que o relativo isolamento que existe na
maioria de nossas classes é responsável pelo grande número de "desertores da
Escola Sabatina".
Eu sei que exige esforço criar uma "classe familiar", visitá-los em suas casas e
tornar-nos familiares a eles. Mas isto tem sido para mim realmente compensador.
Note as palavras do livro Conselhos Sobre a Escola sabatina, pág. 76: "A eles vos
unireis em amorável simpatia, visitando-os em seu lar e, ao conversar com eles a
respeito de sua experiência nas coj sas de Deus, haveis de conhecer-lhes a
verdadeira condição e, nos bra ços da fé, os levareis ao trono do Pai." "Necessitais
conquistar-lhes a afeição se quereis imprimir-lhes no coração as verdades
religiosas" Fundamentos da Educação Cristã, pág. 68
Modernos educadores têm descoberto que o relacionamento afetuoso é o mais
importante meio para se alcançar mudança de comportamento. Carl Rogers, um
moderno educador, indica que o professor tem que criar as condições para a
aprendizagem. Enfatiza que as experiências e os sentimentos são os mais
importantes ingredientes na aprendizagem. Rogers crê que o "ensino tradicional é
tão impessoal, frio e distante que realmente entra por um ouvido e sai pelo outro".
De acordo com este autor nós aprendemos somente o que é realmente importante e
relevante para nós como pessoas. Rogers assinala ainda que não podemos alcançar
as pessoas fingindo que gostamos delas ou dando friamente ouvidos aos seus
sentimentos. Temos realmente que senti-las, para que o processo funcione. Note a
declaração de Ellen White a este respeito: "O amor, base da criação e redenção é o
fundamento da educação verdadeira."- Educação, pág. 68.
40

CRIANDO CLASSES - FAMILIARES NA ESCOLA SABATINA

Como fazer para criar uma "classe-familiar" ? Além de visitar seus alunos em suas
casas é muito importante ter um relacionamento amistoso e caloroso na classe. Se
possível cumprimente cada um pessoalmente. Se isto não for possível durante a
classe, você pode encontrar-se com eles antes ou após a Escola Sabatina. Dê
especial atenção às pessoas tímidas e às retraídas. Empenhe-se por saudá-las e
conversar com elas após a Escola Sabatina ou após o Culto.
Se você é um professor que se coloca no nível dos alunos e aprende com eles, isto
o ajudará a construir uma classe-familiar. Em outras palavras, sinta-se mais como
um líder que aprende do que como uma figura de autoridade.
Note esta declaração que descreve as atitudes apropriadas e as não apropriadas
de um professor: "Encontram-se [os professores] demasiado alto na escada para
estender para baixo mão ajudadora, cálida de ternura e amor, de profundo e
fervoroso interesse. Desçam eles e com suas próprias maneiras digam aos alunos:
"Não permanecerei por mais tempo tão superior a vocês. Subamos juntos, e
veremos o que se pode obter pelo estudo, em conjunto, das Escrituras. ... Estudemos
juntos... fazendo perguntas, vocês poderão sugerir idéias novas para mim. As vá-
rias maneiras de exprimir a verdade que estamos estudando, trarão luz à nossa
classe. Se qualquer explanação da Palavra for diversa da com preensão que tinham
anteriormente, não hesitem em expor seus pontos de vista sobre o assunto. A luz
resplandecerá sobre nós enquanto, na mansidão e humildade de Cristo, estudarmos
juntos." - Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 436.
O professor que é cordial e receptivo irá longe ao criar uma atmosfera familiar
em sua classe. O professor deve desejar ser mais humano, e até ficar vulnerável. O
professor que pode compartilhar seu jornadear de cristão, suas alegrias e
frustrações, está compartilhando sua humanidade, mostrando que valoriza seus
alunos. Tenho descoberto que a confiança gera confiança. Quando eu digo "meu
problema é...", meus alunos tendem a remover suas máscaras e serem mais
genuínos e abertos uns com os outros.
Os seis pontos escritos no cartão de sua classe estão ali não apenas por razões
estatísticas; ao contrário, são uma série de sugestões de como demonstrar interesse
pelas pessoas. Quem está presente? Quem não veio? Quem são nossas visitas? Isto
ajuda a apresentar as visitas e mostra que a Escola Sabatina dispensa atenção às
pessoas.
41

1. BOAS-VINDAS e apresentação das visitas.


2. FAÇA UM BREVE APELO PARA AS MISSÕES, chamando a atenção para o alvo
da classe. Coloque sua própria oferta no envelope e, em seguida, passe-o aos
membros da classe. Peça a alguém para contar a oferta.
3. FAÇA PESSOALMENTE O REGISTRO DA PRESENÇA E DESIGNE MEMBROS
PARA VISITAR os faltosos e os interessados. Todo membro faltoso deveria ser
visitado por alguém cada semana.
4. ESTIMULE O ESTUDO DIÁRIO DA LIÇÃO. Pergunte "quantos dias estudaram a
lição durante a semana?" Registre o número informando no espaço indicado.
5. INFORME À CLASSE o valor da oferta recolhida. Compare-a com o alvo da oferta.
6. ANOTE AS ATIVIDADES MISSIONÁRIAS. Pergunte e anote os dados no cartão
apropriado.

Eu tenho descoberto que uns poucos minutos gastos em dispensar atenção aos
alunos cada semana, ajuda a criar um clima de aprendizagem e a formar uma
"classe-familiar". Comentários como os seguintes também ajudarão: "George, sua
esposa já saiu do hospital?" "Nós estamos felizes em ver o Marcos, que retornou de
férias. Como foi a viagem?" "Alguém tem notícia da família Souza? Este é o
segundo sábado que estão ausentes. Algum voluntário poderia entrar em contato
com eles?" "Nós estamos passando um cartão de congratulações para a Suzana.
Por favor, todos assinem."
Famílias incluem os pais... e pais se interessam pelos filhos. Se uma criança está
perdida, um pai não pode descansar até que ela seja encontrada.
Uma manhã, quando visitava interessados, cheguei à casa de uma familia de
doze filhos, desde uma criancinha até uma filha adolescente. "A quem a senhora
mais ama?" perguntei à mãe. Ela olhou a família com carinho e ficou silente por uns
momentos. Então disse: "Hem, eu imagino que é aquele que está doente, ou perdido
ou com problema."
Nunca vou esquecer o amor que vi refletido no rosto daquela mulher. Cada filho era
distinto e também precioso aos olhos dela. Você acha que ela ficaria preocupada
quando um deles estivesse ausente? Esta é a espécie de atenção que torna uma
"classe em uma família", com uma atmosfera que nutre os corações e libera os
pensamentos para a aprendizagem. Nesta espécie de classe não há estranhos, não
há máscaras, nem muro de separação. Os alunos podem ser autênticos e abertos
entre si porque há confiança. E é a confiança que permite compartilhar sentimentos
a um nível mais profundo. Numa classe como esta haverá sempre vivo debate,
porque cada um se sente livre para participar.
42

CONQUISTANDO O DIREITO DE ENSINAR

Um professor conquista o direito de ensinar quando prende a atenção exclusiva de


seus alunos. W. Richard Lesher, escrevendo aos professores da Escola Sabatina,
disse: "Não pense que os membros da classe estão aguardando, com a respiração
suspensa, que as primeiras palavras da verdade lhes caiam aos ouvidos. Planeje
uma interessante introdução. Melhor ainda, faça uma introdução extraordinária,
surpreendente ou chocante. Cada som não relacionado com a lição é um competidor
para desviar a atenção dos membros da classe. Suas primeiras palavras devem ser
mais atrativas que a conversa com um amigo, o cantar de um pássaro junto à janela
ou a sirene do carro da polícia. Um interessante começo captará a atenção da
maioria dos alunos. - Journal of Sabbath School Action, outubro de 1976.
Como professor você está ansioso para comunicar, porém, seus alunos não estão
sentindo o mesmo. Na verdade, a mente deles geralmente está ocupada com
problemas: "Como vou fazer a salada?" "Que ocupação vou dar ao meu adolescente
esta tarde?" "Eu estou cansado, não vejo a hora de voltar para casa!"
Sua primeira incumbência é conquistar a mente de seu aluno. Você precisa por
isca no anzol e prender-lhe a atenção. "Ontem estava dirigindo na auto-estrada
quando, de repente, sem que eu notasse de onde, veio uma luz vermelha que
piscava bem rente à minha traseira..."
Você pode começar com uma breve história, seguida de expressões tais como: "O
que você teria feito, George... Suely... Tomé?" Ou poderia ser uma atividade de
aprendizagem: Cada um se vira para o colega ao lado e prepara uma lista de coisas
que o deixa irritado. Ou você pode desenhar uma figura ou uma ilustração num
quadro-negro ou papel. Tome tempo planejando uma boa introdução. Por 167 horas
das 168 da semana, a mente dos membros de sua classe tem estado ocupada por
outras coisas. Como professor você deve imaginar meios para ocupar lhe a mente.
Jesus era um Mestre em captar a atenção. Seu método favorito era uma história
curta e bem contada. Suas histórias eram geralmente relacionadas com as
necessidades de Seus alunos.
Cada um presta atenção naquilo que promete solucionar sua necessidade. A
melhor abordagem é aquela centrada no viver diário. Nós nos sintonizamos em
idéias baseadas em nossas necessidades. Jesus normalmente começava ali onde
Seus ouvintes estavam. Seu método para captar a atenção geralmente se originava
da situação. Freqüentemente respondia perguntas que estavam na mente das
pessoas. A história do bom samaritano era tema de uma conversação corrente. A
sensibilidade aos interesses das pessoas era o que controlava o Seu ensino.
43

Jesus freqüentemente dizia ou fazia o que não se esperava ou o que era fora do
comum. Jesus usou o "poder da surpresa" pedindo água para beber e assim
conseguiu a atenção da mulher de Samaria.
"Como sendo Tu judeu, pedes a beber a mim que sou mulher samaritana?" S.
João 4:9. Jesus conquistou o direito de ensinar, primeiramente captando a atenção.
O expediente usado pelo professor para prender a atenção deve estar relacionado
com a lição e conduzir diretamente para a verdade central. Tal como o pórtico de
uma casa, atrativo e integrado na arquitetura do edifício.
O começo estimulante tem um propósito - criar o interesse pelo estudo da lição. A
introdução deveria "mobilizar as energias do aluno" e dirigi-lo imediatamente à
lição. A quantidade de tempo depende das circunstâncias. Mas uma introdução
nunca deveria ultrapassar 2 ou 3 minutos. A transição para o estudo da lição deveria
ser a mais suave e natural possível.
Evite idéias estranhas à lição. Seu plano para captar a atenção e o plano para
transitar da introdução ao corpo da lição deveriam ser escritos em seu formulário de
planejamento.
44

COLOCANDO A TEORIA EM PRÁTICA

ALVO: Aprender como:


1. Criar uma atmosfera de camaradagem e confiança.
2. Planejar uma boa introdução para captar a atenção dos alunos.

PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo o quanto for necessário.
2. Estudar a lição toda
3. Utilizando a folha de planejamento, faça o seguinte:
a. Identifique e escreva a verdade central.
b. Enumere as necessidades de seus alunos.
c. Escreva seu alvo de ensino.

TÉCNICA:
1. Experimente pelo menos uma das coisas sugeridas neste capítulo, para aumentar
a confiança e a desinibição em sua classe. É óbvio que uma atmosfera de confiança
e amizade não pode ser criada somente com uma técnica.
2. Planeje algum meio para conseguir a atenção como parte de sua introdução.
Certifique-se de que seja breve, interessante e relacionada com a lição. Veja os
critérios apresentados neste capítulo.
3. Escreva seus planos, para fazer aumentar a amizade e a atenção, bem como a
introdução na folha de planejamento.

AVALIAÇÃO: Faça sua auto-avaliação tão logo termine o período da lição.


CAPITULO 5

PESQUISANDO
A PALAVRA
Ocais estava apinhado de barcos de pesca e todos pareciam, para mim, iguais. Eu
estava procurando "Lucky Lady". Constava em meu cartão de interessados que
Becky vivia a bordo e estava interessada em estudar a Bíblia. Após interminável
procura entre nomes sobre cascos, divisei o barco - pintura descascada, enferrujado,
com redes espalhadas pelo pequeno convés.
Subi a bordo e chamei por alguém junto à cabine. Uma porta abriu- se e uma
jovem mulher, cabelos desgrenhados, olhos fundos, surgiu diante de mim. "O que
você deseja?" perguntou ela. Expliquei que era um pastor. Permitiu-me então
entrar. A cabine não parecia atraente. Pratos e roupas sujas espalhadas pela
cozinha. Odores de fraldas e de peixes se misturavam no ar. Duas crianças
pequenas brincavam no chão do desordenado compartimento.
Tornou-se um pouco amistosa quando mencionei nossa classe de Bíblia no
sábado pela manhã e citei o tema relativo ao Céu. "Sim", disse ela, "eu sempre
estive interessada na Bíblia mas nunca tive uma." Conversamos por algum tempo e,
então, antes de sair eu disse: Estarei esperando por você no próximo sábado, pela
manhã.
No sábado seguinte Becky entrou no hall da igreja puxando pela mão seus dois
filhos. Todos os três mal vestidos, aparentando timidez e constrangimento. Mas
nossa recepção fê-la sentir-se mais à vontade. As recepcionistas encaminharam as
crianças para os departamentos infantis e ela foi conduzida à minha classe, tendo
uma Bíblia na mão. Observei quão reverentemente segurava a Bíblia. Pude ver que
seu interesse se aprofundava quando se uniu a nós na pesquisa bíblica sobre o tema
relativo ao Céu. Durante o estudo fez algumas perguntas e pareceu satis- feita com
as respostas que encontrou na Bíblia. Ela retornou sábado após sábado.

Becky estava aberta à Verdade e ávida em aprender da Bíblia. Sua atitude me fez
lembrar as palavras de Paulo aos bereanos: "Ora estes foram mais nobres do que os
que estavam em Tessalônica porque de bom grado receberam a Palavra
examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim." Atos 17:11. Becky
agiu assim também. Estudou cuidadosamente nossas doutrinas. E um milagre
começou a acontecer. Gradualmente uma maravilhosa mudança pôde ser observada
em suas atitudes, em sua aparência e em seu estilo de vida. Então, foi batizada e
tornou-se um fiel membro da igreja.
46
O MODELO BEREANO

Os bereanos nos ofereceram um modelo para o tipo de investigação bíblica que


deveria existir em cada classe da Escola Sabatina.
Pesquisando a Palavra - é o que deve ser. Se não tivermos sucesso em guiar os
alunos para as Escrituras, não haverá mudança significativa. E se não há mudança,
então não houve aprendizagem. O poder para transformar vidas se encontra na
Palavra do Deus vivo. Podemos entreter, podemos impressionar, até inspirar - mas
o que as pessoas necessitam é da Palavra viva. Só ela pode alimentar, fortalecer e
transformar pessoas. "Deve haver vivo e crescente interesse em armazenar na
mente a verdade bíblica. O precioso conhecimento assim obtido edificará uma
barreira ao redor da alma." Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 36. "Toda a
Escritura, divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente instruído para toda boa obra." II Timóteo 3:16-17.
Em Sua Palavra, Deus Se revela como eterno, infinito e santo. Ele deseja tornar-
Se conhecido do homem; deseja ardentemente estender uma ponte sobre a brecha
que existe entre Ele e o homem. Deus revela a Si mesmo na Bíblia. "Na Bíblia, tanto
no Antigo como no Novo Testamento, os homens encontram o Deus que trabalha,
atua e anela pela salvação deles. O propósito do presente ensino material é expor
aos alunos as possibilidades do diálogo divino - humano por sua própria
experiência.
GUIE OS ALUNOS À PALAVRA DE DEUS
A "investigação" dos bereanos prové a chave para o método. A palavra grega
anakrino, traduzida na versão Almeida por "esquadrinhar... significa examinar
minuciosamente de alto a baixo, uma investigação exata e cuidadosa, como em um
processo legal". Ellen White disse: "Entre os alunos da Escola Sabatina deve existir
um espírito de investigação."- Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 27.
A questão que estamos procurando responder neste capítulo é: Como podemos
criar uma condição de ensino - aprendizagem na classe da Escola Sabatina onde o
professor e alunos realmente pesquisem as Escrituras, manuseiem as páginas da
Bíblia investigando a verdade? Uma coisa é certa: nunca haverá um genuino espírito
de investigação se o professor conta à classe tudo sobre suas descobertas, lê suas
anotações favoritas e faz algumas perguntas de retórica. Ele nunca terá uma "classe
de bereanos".
47

O professor deve resistir a tendência de falar, explicar ou comentar extensivamente,


se deseja alcançar "um espírito de investigação". Afinal, quem vai desejar investigar
alguma coisa se o professor já explicou tudo? Relembre a admoestação: "Que as
atividades dos alunos tenham como escopo solucionar os problemas da verdade
bíblica." - Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 114.
Faça do estudo em classe uma experiência genuína - explore, compare, contraste,
descubra! Planeje coisas que o aluno fará ao invés de coisas que você dirá. Ajude-o
a partilhar a responsabilidade pela aprendizagem. O uso constante do método
discursivo mata a iniciativa, a curiosidade e a criatividade. É como John Sisemore
disse: "Talvez o maior fator contra o uso constante do método discursivo é que ele
inibe e destrói a vontade de participar. Ele converte uma mente ávida num depósito
flácido." Dr. Sisemore diz adiante: "Quanto mais o professor faz pelo aluno, menos
o aluno faz por si próprio."
O professor deveria gastar seu tempo organizando para conduzir à "pesquisa
bíblica". "É na Escola Sabatina que as jóias da verdade devem ser procuradas,
libertas dos erros ambientes e engastadas no seu verdadeiro lugar na estrutura do
evangelho." - Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 12.
Lembre-se, os bereanos investigaram, não somente seu professor o fez. A classe
pesquisa e encontra as jóias da verdade. Jean Piaget, o suíço e grande psicólogo
infantil, disse que se você fala alguma coisa para uma criança, ela logo esquecerá,
porém, se lhe permite descobrir por si mesma, relembrará pelo resto da vida. Este
mesmo princípio é verdadeiro para os adultos.
Isto envolverá uma mudança na filosofia de ensino da maior parte dos
professores da Escola Sabatina. Isto não é fácil para o professor que tem ensinado
de modo diferente por muitos anos. Mas deveríamos lembrar que sem mudança não
há progresso. O primeiro passo para mudar de uma postura basicamente discursiva
para uma classe no estilo bereano é fazer um planejamento. Faça isto, planeje coisas
para os alunos fazerem. As seguintes sugestões são algumas idéias de como isto
pode ser feito.
OITO MANEIRAS PARA GUIAR A CLASSE AO ESTUDO DA PALAVRA
1. Investigação das Escrituras: Coloque um problema que deve ser respondido por
textos da Bíblia indicados na sua lição da Escola Sabatina. O problema deve ser
compatível com o nível de idade e relacionado com as necessidades de sua classe.
Pode ser doutrina ou uma situação de vida. Torne-o interessante e relevante. Pode
ser real ou imaginário. A seguir você dá um exemplo Pode ser usado como uma
atividade em classe ou uma tarefa a ser feita em casa e servir de base para o debate
em classe.
48

TEMA DA LIÇÃO: CONFISSÃO

PROBLEMA: Recentemente eu menti para proteger meu chefe de um cliente abusivo. Eu tenho confessado
isto para Deus. Deveria confessar também para o cliente e para meu chefe?

INVESTIGAÇÃO BÍBLICA: Peça suas sugestões no espaço a seguir, baseadas nas indicações bíblicas e do
Espirito de Profecia, citadas à página 22 de sua lição.

(Dé 5 minutos para o exercício, se feito em classe.)

2. Paráfrases Bíblicas: Providencie folhas de papel com uma passagem - chave


tirada da lição e escrita ao início da folha. Veja o exemplo abaixo:
TEMA DA LIÇÃO: CONSAGRANDO-NOS

Leia o texto seguinte várias vezes. Pense em seu significado. Em seguida escreva-o em suas próprias
palavras. 1 Corintions 6:19-20.

PARÁFRASE:

Permita pelo menos 5 minutos para esta atividade. Qual a importância deste
exercício para a aprendizagem? Obviamente que para parafrasear estes versos o
aluno necessita entender o seu significado. E se escreve as passagens em suas
próprias palavras, as lê e explica à pessoa que está ao lado, ele entenderá melhor um
texto - chave da lição. Ele o lembrará. São boas as chances de que isto tenha um
valor permanente em sua vida. Após esta atividade de aprendizagem, você poderá
ler a mesma passagem em diferentes traduções modernas e compará-las. Lembre-
se, é melhor explorar em profundidade o significado de uma única passagem do que
ler várias superficialmente.
3. Pensamento Crítico, Classificação ou Comparação: O propósito desta atividade
é levar o aluno a aprender como classifi car, comparar e analisar as Escrituras.
Usando um quadro-negro ou uma folha grande, escreva dois subtítulos Veja o
exemplo abaixo.
TEMA DA LIÇÃO: A MENSAGEM LAUDICEANA

PASSAGEM BIBLICA:
Identifique os Problemas de Cristo Identifique os Problemas dos Laodiceanos
1 1
2 2
3 3
4 4
5 5

SOLUÇÕES:
49
Usando sua Bíblia, os alunos identificam os problemas e um deles escreve-os na
folha ou no quadro-negro. Lembre-se, os problemas surgem da classe à medida em
que os alunos vão analisando os textos bíblicos. não da parte do professor. O
professor guia e dá as indicações, mas não responde às questões.
Dê tempo suficiente para pensar. Após ter considerado os problemas de Cristo e
os problemas dos laudiceanos pergunte pela solução das passagens. O professor
pode também ter um ou dois textos escolhidos do Espírito de Profecia que déem a
solução para os problemas. Escreva-os em cartões e peça a algum membro da
classe para lê-los. Os pontos-chaves da solução poderiam, também, já estar escritos
numa folha grande. Esta forma de ensino põe a responsabilidade pela pesquisa
bíblica, a análise e a classificação diretamente sobre o aluno. Todos são envolvidos e
o professor não se sobrecarrega. Dê tempo suficiente. Lembre-se, a aprendizagem
ocorre também durante os momentos de silêncio. Desenvolva "tolerância pelo
silêncio".

4. Investigação e Relatório:
O professor apresenta um problema a ser investigado e relativo à lição da próxima
semana. O assunto pode envolver a classe toda, um grupo ou ser tratado
individualmente. O professor focaliza o problema e orienta quanto à extensão do
trabalho, fontes de pesquisa e o tempo necessário para a apresentação do relatório.
O professor deve colocar-se à disposição para consultas durante a semana.

Cuide para não desencorajar os alunos dando um problema muito difícil. Na semana
seguinte não se esqueça de chamar a pessoa ou o grupo para a apresentação do
relatório, Conceda o tempo combinado previamente. Não presuma que seus alunos
não responderão a tal desafio. Faça disto uma linda experiência. Você ficará
surpreso com a resposta. Este plano leva as pessoas à Palavra. Veja o exemplo a
seguir:

TEMA DA LIÇÃO: CONFISSÃO


PROJETO DE INVESTIGAÇÃO:
Favor investigar a diferença entre a confissão que fez Davi de seu pecado e a que fez Soul após ter salvo
os despojos da batalha em desacordo com as diretrizes de Deus. Tempo para apresentação: 5 minutos.
Caracteristicas da confissão de Davi. Ver II Samuel 12:7- 13 Salmo 51.
1.
2.
3.
Características da confissão de Saul. Ver I Samuel 15:9-31 e Patriarcas e Profetas, págs. 675-677.
1.
2.
3.
O que podemos aprender destas experiências?
50

5. Para Estudo:
Nesta atividade o professor prepara um relato escrito ou apresenta um sumário de
uma situação real de vida, um problema ou um incidente bíblico. É distribuído aos
alunos e analisado durante certo tempo em classe. Os alunos procuram soluções na
Bíblia. Se a classe tem dificuldade em achar os textos bíblicos, o professor deve
estar preparado para provê-los.
Os alunos devem encontrar as respostas. Após 10 minutos de pesquisa e
redação, os membros da classe devem compartilhar suas soluções em grupos de 2
ou 3. O problema ou a situação de vida real deve ser específico e oriundo da lição da
Escola Sabatina. Os versos bíblicos que solucionam o problema devem vir da lição.
Ao selecionar o problema, o professor deve considerar as pessoas envolvidas, suas
experiências e relações. Finalmente deve levar o grupo a avaliar a situação
Ao término dos relatórios, o professor deverá fazer um sumário das principais
descobertas e conduzir o grupo a determinar o melhor curso de ação. Ajude a classe
a: (1) escutar e analisar cuidadosamente o caso, (2) identificar os temas principais,
(3) buscar identificar o comporta- mento que tenha contribuído para o problema e
(4) procurar os principios bíblicos, psicológicos e sociais para a solução do
problema. Exemplo:
TEMA DA LIÇÃO: ESTAMOS ARREPENDIDOS
PEDRO E JUDAS - ESTUDO DE DOIS CASOS

Caracteristicas de ambos em comum:


1.
2.
3.

Diferenças importantes entre Pedro e Judas:


1.
2.
3.

Leia os seguintes textos da Biblia e do Espírito de Profecia: Lucas 22:24; Mateus 16:22; 17:4; 26:35, 69,
70, 75; 8:19, 20; João 12:4-7; 13:10, 11, 27-30; o Desejado de Todas as Nações, págs. 498-509; ou 712-
715, 716-722 na edição padronizada.

Lições que podemos aprender sobre arrependimento, tiradas da experiência destes dois casos:

O caso para estudo poderia ser tirado também do noticiário da atualidade. Isto
poderia ser dado na forma de uma breve história, acompanhada de uma lista de
versículos bíblicos e deveria estar diretamente relacionada com a lição da Escola
Sabatina. O professor deve apresentar o caso, dar as informações e conceder o
tempo para a pesquisa bíblica e elaboração do relatório com as conclusões.
51
6. Resolvendo o Conflito:
Proponha opiniões conflitantes, levando em conta um tema baseado na lição da
Escola Sabatina. Oriente a classe na investigação da Bíblia, de modo a resolver o
problema. Veja o exemplo seguinte.
TEMA DA LIÇÃO: NÓS CONFIAMOS NELE
TEXTO-CHAVE: S. JOÃO 4:48

Ajude-nos a resolver o seguinte conflito: Algumas pessoas acreditam que Deus deseja que creiamos nɛle
independente das evidências externas. Outras sustentam que Deus sempre prove evidências antes de
requerer que acreditemos. Para resolver este problema consulte os seguintes vernos tirados da lição:
Hebreus 11:6; S. João 4:48-50; 4:28-30; 20:30-311 Caminho a Cristo, pág. 105.

Minha conclusão:

Conceda 10 minutos para a pesquisa bíblica. Em seguida, pergunte pelas conclusões


e oriente a discussão. Apresente questões que façam pensar, tais como: "É errado
pedir a Deus mais informações sobre as quais basear nossa fé?"

7. Apoio a uma Opinião ou Crença:


Esta é uma valiosa técnica para levar a classe até a Bíblia. O professor conduz a
classe a um proveitoso estudo da Bíblia em apoio a uma opinião ou a uma crença
que por sua vez deve ser parte integrante da lição. Após o professor apresentar a
opinião, a classe é indagada a dar referências bíblicas em apoio ou negação, Tendo o
grupo esgotado sua argumentação, o professor deve estar preparado para dar
referências bíblicas adicionais. Leve a classe a encontrar na Bíblia as respostas
corretas. Note a ilustração seguinte:
TEMA DA LIÇÃO: SOMOS JUSTIFICADO PELA FÉ

Apoie e explique a seguinte declaração de crença com passagens biblicas da lição de hoje:
A nossa posição adequada diante de Deus só é possível quando olharmos pela fé nosso sacrificado e
ressurreto Salvador, Jesus Cristo.
Escreva e explique os versiculos escolhidos por você:
1.
2.
3.
4.
5.

8. Compatibilize Diferentes Pontos de Vista:


A lição da Escola Sabatina pode apresentar dois pontos de vista diferentes de um
mesmo tema. Como forma de envolver a classe em uma investigação bíblica,
apresente pontos de vista divergentes numa breve exposição e peça aos alunos que
investiguem a questão e estejam preparados para apresentar o que encontraram.
Note o exemplo seguinte:
52

TEMA DA LIÇÃO: A PERFEIÇÃO CRISTÃ


TEXTO-CHAVE: S. MATEUS 5:48

Pontos de vista:
(1) Alguns acreditam que a perfeição é um termo relativo, que se refere à maturidade crista, e que
podemos ser perfeitos em nossa esfera de ação à medida que crescemos à Sua semelhança.
(2) Outros alegam que a perfeição é como a vitória. Não se permite possíveis erros no processo de
crescimento. A vitória deve ser obtida sobre cada pecado antes que se alcance a perfeição.
(3) Outros ainda sustentam que tudo o que é necessário para a perfeição é a imputada justiça de Cristo.

Após a leitura dos textos da lição e do comentário do Espírito de Profecia, qual é a sua opinião? Favor
escrever um parágrafo, abaixo, justificando seu ponto de vista com textos bíblicos ou citações do Espírito
de Profecia.

Conceda 15 minutos para o exercício escrito. Pode também ser usado como
exercício a ser feito em casa.
O QUE POSSO PLANEJAR PARA ELES FAZEREM?
Lembre-se, nosso alvo é conseguir que os membros da classe folheem a Bíblia -
investigando as Escrituras. O que ensina a Bíblia? Esta é uma questão importante?
Nossa tarefa é ensinar as pessoas a irem à Bíblia em busca de respostas a seus
problemas pessoais, familiares ou corporativos.
Agora deverá ficar claro o que significa planejar coisas para os alunos fazerem. A
filosofia do ensino pessoal tem muito a haver com a espécie de preparação que
ocorrerá. O que posso planejar para que eles façam? Esta é a questão que o
professor tem para resolver. Como educadores da verdade, temos que aprender
como conduzir nossas classes até as profundidades da verdade bíblica.
Necessitamos "arar fundo", necessitamos aprender a pesquisar as Escrituras. Quão
necessário é que as minas da verdade sejam exploradas! "Assim como o mineiro
cava a fim de procurar áureo tesouro na terra, com tanto ardor e persistência
devemos nós procurar o tesouro da Palavra de Deus." - Conselhos aos
Professores, Pais e Estudantes, pág. 461.
FOLHA DE PLANEJAMENTO DA LIÇÃO
Nº da lição Titulo:

• Verdade central da lição:

• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)

• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)

• Atmosfera de atenção e aprendizagem: (Utilizar um recurso visual, uma história


ou atividade interessante que possa captar imediatamente a atenção e conduzir
naturalmente para o estudo da Bíblia.)

• Pesquisando a Palavra: (Usar atividades que colocarão os alunos dian- te de um


problema a resolver ou a fazer descobertas na Bíblia. Analisar os versículos
importantes - Acentuar os pontos-chaves.)

• Aplicação: (Selecionar uma atividade, relacionada com o alvo, que ajudará os


alunos a descobrir as implicações das verdades na sua vida e levá-los a agir.)
CAPITULO 6

NÍVEIS DE APRENDIZAGEM
Ouvi uma voz rouca que vinha de outro quarto: "Tirem-me daqui! Socorro! Socorro!
Socorro!" Nossa anfitriã disse: "Oh, não se preocupem. É George, nosso papagaio.
Ele só repete palavras. Não sabe o significado." Quando eu considerava os diferentes
níveis de aprendizagem, este incidente voltou a minha mente.
Quanto pode aprender um papagaio? Alguns aprendem a repetir algumas palavras,
às vezes até sentenças inteiras, mas duvida-se de que vinculem qualquer
significado às palavras. Mas eles aprendem realmente- no nível da rotina.
Aprendizagem de rotina significa a repetição de palavras sem reflexão ou
significado. Os seguidores da religião hindu ainda repetem palavras e frases
chamadas mantras. Do ponto de vista deles a repetição constante destas palavras
místicas tem grande valor espiritual. Mas Jesus disse: "Não useis de vas repetições,
como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos." S. Mat.
6:7.
Temos nós aprendizagem de rotina na Escola Sabatina? Talvez não. Mas às vezes
nos surpreendemos cantando ou repetindo textos da Bíblia, sem pensar em seu
significado.
As palavras são a base da comunicação verbal. Deus escolheu revelar- Se nas
Escrituras por meio de palavras e por meio de fatos. A Palavra de Deus nos
comunica a natureza de Deus e nos leva a uma relação dinâmica com Ele. "Estas
palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos."
Deut. 6:6 e 7.
NÍVEL DE COMPREENSÃO FACTUAL
Jocosamente tem-se dito que a "educação em nível inferior é a transferência de
fatos do caderno do professor para o caderno do aluno sem passar pela cabeça de
nenhum dos dois". Isto não é compreensão factual. Compreensão factual significa
conhecer os fatos e entender o seu significado. A compreensão factual é um nível de
aprendizagem superior ao nivel rotineiro. A memorização de fatos bíblicos,
entendendo seu sig nificado, é importante, Fatos a respeito de Jesus. Seus ensinos,
Sua vida, morte e ressurreição. É importante captar os fatos bíblicos a respeito do
sábado, salvação, batismo, lei. A informação factual são os tijolos do edifício de
aprendizagem; é aí que o professor deve começar.
55

4 Nível de implicação-aplicação
3 Nível de exposição-generalização
2Nível de compreensão-factual
1Nivel rotineiro de memória
Veja o exemplo seguinte de ensino no nível factual. Filipe, um professor de Escola
Sabatina, pergunta: "Alguém é capaz de mencionar as partes da imagem de Daniel
2?" O aluno que domina a informação factual, responde: "A cabeça é de ouro, os
braços e o peito de prata, o ventre e as coxas de bronze. As pernas de ferro, e seus
pés em parte de ferro e em parte de barro."
A seguir, Filipe poderá perguntar: "Bem, quem pode dizer-me o que aconteceu com
a imagem?" Este é o método de catequese, uma maneira tradicional de ensinar.
Mas a aprendizagem, para ser significativa, deve ir além da compreensão dos fatos.
Os fatos da Bíblia, como tijolos em um edificio, devem ser organizados de maneira
significativa para transmitir idéias e conceitos. Embora reconhecesse a importância
da informação factual, Ellen White sugere níveis de aprendizagem mais elevados.
"Na Escola Sabatina, cumpre tanto a pais como a filhos dedicar tempo ao estudo da
lição, procurando obter completo conhecimento dos fatos apresentados, e também
das verdades que estes fatos se destinam a ensinar."- Orientação da Criança, pág.
511.
NIVEL DE EXPOSIÇÃO-GENERALIZAÇÃO
O Prof. Lauro aspira a um nível superior de aprendizagem. "Encontrei certa vez um
homem que acreditava que a Europa logo se tornaria uma só nação. Com base na
lição de hoje, e o estudo dos pés e dos dedos da grande imagem de Daniel, capitulo
2, alguém é capaz de sugerir algo que eu poderia ter dito a ele como ajuda?"
A fim de responder a pergunta de Lauro, o aluno precisa conhecer os fatos a
respeito dos pés e dos dedos da imagem e ser capaz de expor as verdades da lição,
fornecendo o significado dos fatos. Lauro está procurando chamar à ação os
processos superiores do pensamento. Ele está solicitando aos alunos que organizem
os fatos num todo significativo, para generalizar e expor a verdade com suas
próprias palavras. Lauro pode formular outra boa pergunta para estimular níveis.
mais altos de aprendizagem: "Como você pode usar os fatos de Daniel 2 para ajudar
uma pessoa que diz não acreditar na Bíblia?" Descobri que ensinar neste nível é
muito mais empolgante do que simplesmente comunicar informação factual. As
pessoas gostam de pensar em níveis superiores e discutir conceitos.
56
Note a importância do principio da exposição-generalização na citação seguinte:
"Os professores devem induzir os alunos a pensar, e a entender claramente a
verdade por si mesmos. Não basta ao mestre explicar, ou ao aluno crer; cumpre
suscitar o espírito de investigação, e o aluno ser atraído a enunciar a verdade em
sua própria linguagem, tornando assim evidente que lhe vê a força e faz a
aplicação." - Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 427.
Uma boa pergunta de reflexão é uma grande ajuda no estímulo dos processos
superiores do pensamento, conduzindo assim a níveis mais elevados de
aprendizagem. Quando o professor fica detido em fatos, não pode conduzir a classe
para além do nível de aprendizagem factual. As pessoas tendem a perder o interesse
em tal ensino. A mais elevada motivação da atenção e da aprendizagem é: "Como
isto me servirá de ajuda?" O professor precisa desafiar, inquirir e lidar com grandes
idéias. Precisa então mostrar a relevância para a vida dos alunos. Isto nos conduz a
um nível ainda mais elevado de aprendizagem.
NIVEL DE IMPLICAÇÃO-APLICAÇÃO
O Prof. Daniel almeja um nível superior de aprendizagem. Seu alvo é conduzir os
alunos a perceberem as implicações para a sua vida. Ele pro- cura ajudar seus
alunos a se verem no quadro e reconhecerem as implicações para sua própria
experiência.
Daniel seleciona uma resposta apropriada como seu alvo e trabalha nessa direção.
Sua ênfase está na atitude que espera dos alunos em relação à verdade. Neste nível
de aprendizagem, a mudança na vida dos alunos é o alvo. Quando o professor
focaliza este nível - para ajudar o aluno a ver a si próprio e a suas necessidades-
então a verdade é interiorizada com mais facilidade.
Muitos professores tendem à moralização, ou ficam martelando alguma
admoestação pessoal, assim: "O ponto da história é..." ou, "Uma lição importante
seria..." A excessiva verbalização do professor é um dos maiores obstáculos para
que os alunos descubram a aplicação da lição em sua vida.
Achei proveitoso fazer perguntas como: "Que significado tem esta profecia para sua
vida profissional?" Ou, "Você acha que esta profecia deve ter algum efeito sobre o
tempo que você gasta para partilhar a sua fé ?"
Neste método não dizemos aos alunos qual é a aplicação. Eles a descobrem por si
mesmos. Quando as pessoas descobrem a verdade, esta é lembrada e aplicada.
Uma outra maneira de levar os alunos a aplicar a lição é contar-lhes histórias.
Descobri que quando conto uma experiência da minha própria vida, as pessoas
tendem a identificar-se com a história. Esta técnica tem muito valor espiritual e
psicológico.
57
Cada um se identifica com os personagens de uma história bem contada.
Recordamos as histórias e as ilustrações por muito mais tempo do que apenas a
teoria.
O apóstolo Paulo repetia a história da sua conversão vez após vez porque sabia que
muitos dos seus ouvintes se identificariam com sua experiência e seriam
influenciados pelo Espírito Santo para seguir seu exemplo. Portanto, se você
realmente quer que as pessoas apliquem a lição em sua vida, conte sua própria
experiência sem pedir desculpas. Se é real para você, será real também para eles e
terá influência poderosa.
ONDE ESTÁ SEU ENFOQUE?
A maior parte do ensino na Escola Sabatina está provavelmente no nível de
compreensão factual. É necessário incluir no ensino mais níveis alternados de
aprendizagem exposição-generalização, e implicação-aplicação. O professor pode
começar no nível factual, tratando da informação dos fatos como base para o debate.
Em seguida, ele pode passar para o nível da exposição-generalização. Isto
encorajaria a captação do conteúdo em termos de idéias e das relações que as
unem. Neste nível o aprendiz repensa pessoalmente o signi ficado das passagens da
Bíblia. O uso da implicação-aplicação virá então na parte final da apresentação.
Aqui, o professor atento tomará tempo para uma cuidadosa exploração da aplicação
prática das verdades ensinadas.
A parte vital de qualquer debate em classe é quando o professor en- volve os alunos
na prática de explorar o significado e a aplicação.
Está você consciente dos três principais níveis de aprendizagem? Ouça outros
professores e veja se consegue determinar em que níveis está o enfoque de seu
ensino. Será mais fácil você descobrir o enfoque deles prestando atenção ao tipo de
perguntas que fazem. Analise o en- foque da seguinte pergunta: "Conhecendo,
como conhece, a profecia de Daniel 2, como você ajudaria alguém que está
preparando um discurso sobre os Estados Unidos da Europa?"" Esta pergunta
definidamente não é factual. Ela é do nível exposição-generalização.
Veja se consegue classificar esta outra: "Que efeito terá esta verdade em seu
pensamento ao falar dela ao vizinho descrente?" Esta pergunta vai além de
compreensão e significado, ela vai ao nível da implicação aplicação. Em outras
palavras, discute como a verdade deve afetar nos- sa vida. Na maioria das lições, a
ênfase do professor deve estar neste nível de aprendizagem durante a última parte
da lição em classe.
O ENFOQUE DE JESUS
58
:Como Mestre dos professores, Jesus parece haver estado ciente dos diferentes
níveis de aprendizagem. Ele usava métodos que agora esta- mos descobrindo serem
psicologicamente os melhores. Analise as se- guintes questões no que se refere ao
seu enfoque: A que nível de apren- dizagem as seguintes perguntas se inclinam?
Sublinhe a resposta correta.
1. "Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade, e teve fome...?" S.
Marcos 2:25. Compreensão Factual; Exposição-generalização: Implicação-aplicação.
2. "... não lestes na lei...?" S. Mateus 12:5. Compreensão Factual; Ex- posição-
generalização; Implicação-aplicação.
3. "Que arrazoais em vossos corações? Qual é mais fácil, dizer: estão perdoados os
teus pecados, ou levanta-te e anda?" S. Luc. 5:22, 23. Compreensão Factual;
Exposição-generalização; Implicação-aplicação.
4. "Donde era o batismo de João? Do Céu ou dos homens?" S. Mat.21:25.
Compreensão Factual; Exposição-generalização, Implicação-aplicação.
5. "Qual deles, portanto, o amará mais?" S. Luc. 7:42. Compreensão Factual;
Exposição-generalização; Implicação-aplicação.
6. "Como pode Satanás expelir a Satanás?" S. Mar. 3:23. Compreensão Factual;
Exposição-generalização; Implicação-aplicação.
7. "É lícito no sábado fazer o bem ou mal? Salvar a vida ou deixá-la a perecer?" S.
Luc. 6:9. Compreensão Factual; Exposição-generalização; Implicação-aplicação.
As duas primeiras perguntas são de compreensão factual. As de números três a seis
estão no nível de exposição-generalização. A resposta exige a necessidade de
conhecer e compreender certos fatos e a sintetizar a informação a fim de poder
fazer julgamentos válidos. Este é um ní- vel superior de pensamento que requer
raciocínio e conceitualização (formulação de idéias).
A sétima pergunta está relacionada com o nível de aprendizagem implicação-
aplicação. Esta pergunta também exige um conhecimento dos fatos da Bíblia a
respeito da observância do sábado e habilidade de generalizar.
Muitas perguntas não cabem adequadamente em nenhuma destas categorias.
Muitas perguntas poderão ter elementos de todos os três níveis.
Você descobrirá, entretanto, que ao analisar as suas perguntas do ponto de vista
destas categorias, você será mais capaz de estimular seus alunos a pensar com mais
profundidade.

ENFATIZE NÍVEIS ELEVADOS


Não é fácil ensinar nos níveis de aprendizagem mais elevados. Exige tomar fatos e
organizá-los em conceitos. Significa ver o relacionamento das idéias entre si;
significa formar opiniões. Significa ajudar o aluno a ver-se na história.
59
Planeje como guiar seus estudantes a reconhecerem as suas necessidades e a
verem como a verdade está relacionada com á sua vida. Lembre-se da admoestação:
"Os que se põem diante do povo como mestres da verdade, têm que se haver com
grandes temas." - Evangelismo, pág. 151.
Precisamos aprender como abranger o conteúdo da lição informação importante dos
fatos, rápida e completamente - e então entrar nas "grandes idéias" das Escrituras.
O segredo para chegar aos níveis mais altos do pensamento é fazer as perguntas do
tipo correto-perguntas devassadoras, perguntas que estimulem, perguntas
desafiantes.
A declaração de Sir Frances Bacon merece ser repetida: "A pergunta habilidosa é
metade do saber."
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COLOCANDO A TEORIA EM PRÁTICA

ALVO: Aprender a usar perguntas nos três níveis de aprendizagem, e a analisar seu
enfoque.

PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo o quanto for necessário.
2. Estudar a lição toda a lição da Escola Sabatina
3. Utilizando a folha de planejamento, faça o seguinte:
a. Identifique e escreva a verdade central.
b. Enumere as necessidades de seus alunos.
c. Escreva seu alvo de ensino.
d. Planeje uma estratégia para captar a atenção como parte de sua introdução.

TÉCNICA:
1. Planeje uma série de perguntas para a discussão de classe dos três niveis de
aprendizagem sugeridas neste capítulo:
a. Compreensão factual.
b. Exposição-generalização.
c. Implicação-aplicação.
2. Analise o seu enfoque de discussão. Se possível, grave a sua apresentação da
lição na classe e analise como você passou do enfoque de um nível de aprendizagem
para outro. Suas perguntas indicarão o enfoque.

AVALIAÇÃO: Avalie a técnica ao final da lição.


CAPITULO 7
A PARTICIPAÇÃO
DO ALUNO "O que eu ouço esqueço,
o que eu vejo lembro,
o que eu faço aprendo."
Aquele que criou a mente e ordenou as leis da aprendizagem demonstrou alguns
importantes métodos de aprendizagem. Designou Ele que Seu povo faria alguma
coisa como método de aprendizagem, além de ouvir informações sobre fatos.
O sistema de sacrifícios, conforme registrado no Antigo Testamento é um dos
maiores instrumentos de ensino jamais empregado. O adorador, ao escolher um
animal sem mancha, levá-lo ao Tabernáculo e colocar as mãos em sua cabeça,
olhando a Deus pela fé e confessando seus pecados, experimentava a Verdade. Com
reforço visual e envolvimento emocional, a aprendizagem era concreta e direta.
Abraão aprendeu mais sobre a fé em três dias, seguindo a ordem de oferecer seu
filho, do que em anos de experiência anterior. Deus não lhe fez um sermão sobre fé;
deu-lhe algo para fazer.
Jesus escolheu os melhores métodos de ensino. Usando questões que faziam
pensar, Ele desafiava a elevados processos de reflexão. Freqüentemente estimulava
o debate entre os discípulos ao selecionar temas que levavam a descobertas da
Verdade. Ele sempre reforçava Sua mensagem com meios visuais - ao semeador
apontava uma distante colina, apanhava um lírio ou segurava uma criança em Seus
braços.
Têm-se escrito muitos livros sobre os métodos de ensino de Jesus. Eles enfatizam o
uso que fazia das perguntas, os auxílios visuais, as ilus- trações, etc. Porém, bem
pouco tem sido dito sobre Seu uso de projetos ou atividades de aprendizagem.
Tendo criado a mente do homem, Jesus sabia como este aprendia e ensinava de
conformidade com isto. Jesus estava constantemente procurando envolver Seus
alunos.
O excelente livro Bible Learning Activities sugere que há pelo menos 50 registros
nos quais Jesus usou atividades de aprendizagem. "Dentre as 50 atividades, 46
envolviam pelo menos três sentidos. 24 envolviam quatro ou mais sentidos. Quatro
pareciam envolver somente dois sentidos. 45 das mesmas envolviam algum tipo de
ação física direta por parte dos alunos. Por exemplo, Jesus disse: Enchei dágua
estas talhas. Tirai agora e levar ao mestre-sala João 2:7-8. "Levanta-te, toma teu
leito e vai para a tua casa." Marcos 2:11 "Faze-te ao mar alto e lança as vossas
redes para pescar." Lucas 5:4 Cada milagre era uma atividade de aprendizagem e
um reforço visual.
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Uma das mais significativas atividades de aprendizagem no ministério de Jesus teve
lugar na última ceia. "Não veio para ser servido mas para servir" (Mateus 20:28),
fora a lição de cada ato Seu. Mas os discípulos ainda não haviam aprendido a lição.
Nessa última ceia pascoal, Jesus repetiu Seus ensinos mediante uma ilustração que
ficou gravada para sempre. na mente e no coração deles."-O Desejado de Todas as
Nações, pág. 642
O objetivo do ensino de Cristo era mostrar que um serviço de amor e a verdadeira
humildade constituem a real grandeza. Os discípulos não tinham nenhum interesse
em servir, assim Jesus levantou-Se da mesa, cingiu-se com uma toalha, deitou água
na bacia e ajoelhou-Se diante de Judas para lavar Seus pés.
"Esta ação abriu os olhos deles. Profunda vergonha e humilhação os possuiu.
Entenderam a muda repreensão e viram-se a si mesmos sob um aspecto
inteiramente novo. "-O Desejado de Todas as Nações, pág. 644. Note que não foi um
sermão mas uma ação que abriu os seus olhos. E eles nunca a esqueceram.
Imaginem como se sentiu Judas diante da refrescante água fria e a suave pressão
das mãos de Jesus a lavar seus poeirentos pés. Ele recebeu uma mensagem sem
palavras: "Judas, Eu te amo, farei qualquer coisa para te salvar." "O coração de Judas
comoveu-se intensamente com o impulso de confessar no mesmo instante e ali
mesmo o seu pecado." -0 Desejado de Todas as Nações, pág. 645.
Não houve muita conversa durante esse incidente. Predominou a ação. Contudo
houve uma maravilhosa comunicação! Pode-se ver, sentir e tocar. O amor for
expressado de forma não verbal. Por Suas ações Jesus alcançou o mais elevado nível
de motivação - o coração de Seus alunos. "Operou-se uma mudança de
sentimentos. Olhando para eles. Jesus podia dizer: Vós estais limpos.' Agora havia
união de coração, amor de um para com o outro. Tornaram-se humildes e dóceis.
Com exceção de Judas, cada um estava disposto a conceder ao outro o mais alto
lugar. Então com o coração submisso e grato, estavam aptos a receber as palavras
de Cristo." O Desejado de Todas as Nações, pág. 646. A aprendizagem ocorreu ao
nível cognitivo, afetivo e comportamental- não pelo sermão ou conferência mas pelo
envolvimento e pela atividade.
Jesus, o Mestre dos mestres, deu a Seus seguidores atividades de aprendizagem
que os fariam relembrar "Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes
este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha." 1 Coríntios 11:26.
A aprendizagem ocorre à medida que vemos, ouvimos, tocamos e provamos. Estas
experiências concretas e diretas alcançam nossa mente e aprendemos a Verdade.
O batismo é outra atividade de aprendizagem dada a nós pelo Mestre dos mestres.
Neste serviço simples estamos representando profundas verdades.
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"Que bênção não seria se todos ensinassem como Jesus fazia!"- Conselhos Sobre a
Escola Sabatina, pág. 182. É a combinação da instrução formal, da instrução factual
e de atividades de aprendizagem que provêm elevado nível de retenção e
transferência de valores.
Modernas pesquisas educacionais têm provado que a ação e o envolvimento dos
alunos conforme fazia Jesus, são métodos de aprendizagem preferíveis.
Uma criança relembra:
10% do que lê
20% do que ouve
30% do que vê
50% do que ouve e vê
70% do que diz
90% do que diz e faz
(Baseado em pesquisas da Universidade do Texas, EUA).

Que método de ensino predomina nas classes da Escola Sabatina? O típico professor
da Escola Sabatina de adultos provavelmente fale 80 a 90%. Pode fazer algumas
perguntas sobre fatos, algumas poucas questões de retórica e talvez salpique
algumas questões que fazem pensar. O discurso é o método mais usado. Mas
animo-me ao ver crescer o número de professores que usam o debate e outros
métodos de envolvimento.
O "TRIÂNGULO DA APRENDIZAGEM'
O mais eficaz processo de aprendizagem é aquele que faz o aluno interagir-se com
o que deve ser aprendido e o envolve ativamente no as- sunto. Alguns métodos
determinam maior envolvimento que outros. Isto é representado em nosso
"triângulo da aprendizagem".
Quanto mais baixo no triângulo mais eficiente a aprendizagem. O topo do triângulo
representa símbolos visuais e verbais onde o aluno aprende em abstrato - lendo um
livro ou ouvindo um orador. O uso de símbolos verbais (palavras) é o mais abstrato
de todo o processo de en- sino e o menos eficiente.
Note que a combinação audiovisual está no meio do triângulo. Vê-se de imediato o
grande valor para o processo a utilização do quadro-negro ou álbum ilustrado (flip
chart). Idéias abstratas tornam-se mais claras pelo uso de diagramas, quadros, ou
qualquer outro meio visual.
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Símbolos Visuais ou Verbais


Lendo um livro ou
ouvindo uma palestra

Combinações Audiovisuais
Uma palestra reforçada por ilustrações visuais

Atividades de Aprendizagem Bíblica


Alunos envolvidos em debate, grupos de trabalho, dramatização,
exercicios de certo/errado, "brain-storming", etc.

O mais eficiente processo de aprendizagem encontra-se na base do triângulo a


experiência de aprendizagem direta. O aluno aprende fazendo em lugar de escutar
ou ver. O professor da Escola Sabatina que leva sua classe a identificar, escolher,
avaliar, contrastar, comparar fatos e idéias está ensinando próximo à base do
triângulo. Escrever, desenhar, representar, fazer pesquisa de campo- qualquer tipo
de participação direta tem excelente valor para a aprendizagem.
À medida que se desloca do vértice do triângulo até sua base, muitos dos fatores
previamente vistos estão aí envolvidos. Muitos métodos envolvem o uso de
símbolos verbais. O professor deve apresentar os fatos, especialmente quando a
maioria não estudou a lição. Você não pode atacar grandes idéias sem os fatos.
Em educação cristã temos um conteúdo vital a comunicar. O perigo é tentar cobrir
um conteúdo muito extenso. Uma breve exposição sustentada por ajuda visual e
seguida por uma experiência de aprendizagem direta seria um grande progresso.
Lembre-se, não é tão importante "cobrir [passar] a lição" mas o é descobri-la.
Usualmente não é possível nem desejável abranger cada texto ou detalhe da lição.
"Mas nunca deve o professor sentar-se dizendo: 'Já terminei."- Conselhos Sobre a
Escola Sabatina, pág. 116. Ao contrário, deveria estabelecer um objetivo para a
aprendizagem e procurar alcançá-lo. O fator importante é o enfoque.
Se o seu enfoque é abranger uma grande extensão do material mais do que o
significado, as aplicações à vida e as respostas, você não estará ensinando como
Jesus ensinou. A ênfase deve mudar e dar lugar à interiozação da verdade biblica.
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Os métodos de ensino devem ser escolhidos de modo apropriado "Que as atividades
dos alunos tenham como esco po solucionar os problemas da verdade biblica" Idem,
pág. 114. Seu plano de ensino deve incluir atividades que levem sua classe a
investigar o conteúdo biblico. Você deveria escolher atividades de ensino que le vem
a descobertas emocionantes.
ORIENTAÇÕES SOBRE ESCOLHA E USO DE ATIVIDADES
DE ENSINO BIBLICO
Um bom mecânico sabe onde e quando usar suas ferramentas. Assim, também, o
professor deve saber que método usar, quando e como usar. Quais orientações
seguir para a escolha apropriada das atividades?
1. A atividade de aprendizagem deve adequar-se ao conteúdo da lição. Alguns
tópicos se prestam a exercícios escritos, outros a discussão em grupo e outros ainda
a breve preleção.
2. E importante, também, selecionar atividades de aprendizagem que sejam
apropriadas ao grupo- idade, sexo, etc. Jovens podem apreciar ocasionalmente
uma dramatização ou uma atividade de arte. Os mais velhos podem se sentir melhor
com atividades de debate em grupo ou de escrever
3. O nivel de conhecimento biblico dos alunos pode influenciar na escolha do
método. O objetivo do professor deverá, também, afetar a escolha das atividades.
4. A diversificação é muito importante. Não abuse de uma boa atividade, pois,
poderá matar o interesse. O elemento surpresa é um poderoso aliado para manter a
atenção e o interesse.
5. As atividades de aprendizagem bíblica não poderiam ser vistas como um fim
em si mesmas. O único propósito de qualquer método é facilitar a aprendizagem,
desenvolver o caráter e a comunhão cristã.
Os métodos sugeridos neste capítulo não são "mágicas", são técnicas de ensino.
Mas técnicas não resolvem todos os problemas. As condições emocionais são
igualmente importantes. Pessoas têm prioridades sobre métodos e os métodos que
selecionamos devem ser apropriados aos problemas e às necessidades das pessoas.
6. O atencioso professor da Escola Sabatina usará tato e discrição ao introduzir
novos métodos. Muitos adultos podem se sentir temerosos e inse- guros, podem
ser demorados em aceitar novas idéias. A insegurança pode ser minimizada se você
explica a razão do uso de atividades e como isto ajudará na aprendizagem. O
professor deveria demonstrar que ele é, também, um aluno e um participante Isto
ajudará a preparar o caminho para o novo método e propiciará aos membros da
classe que se familiarizem melhor uns com os outros Mudanças se constituem em
ameaças para muitos adultos. O professor perceptivo não mudará mais rápido do
que a classe possa acompanhar Não use subitamente muitas atividades.
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Ao se aproximar o fim do estudo em classe, tome alguns minutos para dialogar com
os alunos sobre o processo ensino-aprendizagem. Peça-lhes para dar a avaliação
oral da participação em classe. "O que temos aprendido hoje?" "Haveria algo mais
que poderíamos ter feito para aumentar a aprendizagem?" John McKinley disse: "A
chave para obter participação ativa está em levar os participantes a aceitarem
partilhar pessoalmente a responsabilidade pelo sucesso da aventura da
aprendizagem. O único meio prático para conseguir isto é ajudá-los a compartilhar
a responsabilidade pelo planejamento e a avaliação das atividades.... A transferência
eficaz da responsabilidade do professor-líder para o aluno é altamente desejável
desde que isto demonstre envolvimento pessoal.
MÉTODOS E OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
No capítulo três nós discutimos três espécies de objetivos de aprendizagem:
cognitivo ou informação factual; afetivo ou atitudinal; e comportamental ou de
conduta em resposta. Se desejar recapitulá-los retorne ao capítulo mencionado.
Tenha em mente que o objetivo da aprendizagem indicará a espécie de mu dança
que o aluno experimentará. Estes objetivos são escritos pelo professor para os
alunos. É importante selecionar a atividade de aprendizagem que leve o aluno em
direção ao objetivo. Cuidadosamente pense na espécie de experiência de
aprendizagem que o ajudará a alcançar seu objetivo. Nos parágrafos seguintes
tentaremos classificar certos tipos de atividades de aprendizagem. Este arranjo é
um tanto arbitrário. Muitos destes métodos podem ser usados para alcançar as três
espécies de objetivos de aprendizagem. Mas alguns métodos tendem a atingir
certos objetivos de aprendizagem mais que outros.
Objetivos Cognitivos ou de Conhecimento: Quando seu objetivo é ajudar o aluno a
aumentar a compreensão ou, considere os pontos seguintes:
1. Forum de entrevistas
2. Relatório de leitura e forum
3. Pergunta e resposta
4. Painel e forum
5. Pesquisa, relatório e forum
6. Discurso e forum

Objetivos Afetivos ou Atitudinais:


Se você está procurando mudar atitudes ou sentimentos, então considere:
7. Brain storming
8. Grupo de debate
9. Debate em duplas
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10. Círculo de resposta
11. Reação em cadeia
12. Estudo de caso
13. Parafrase
14. Dramatização
15. Pesquisa de campo
16. Estudo bíblico indutivo
17. Desenho criativo
18. Equipes de ouvintes
19. Concordar-discordar
20. Painel de reação
21. Debate sobre um filme

Objetivos de Conduta ou Ação:


Se você deseja motivar o aluno à ação, considere as seguintes atividades:
22 "O que gostaria de fazer?"
23. "Como sua vida poderia ser diferente?"
24. Encontro de estudos aprofundados
25. Testes
25 ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM BIBLICA
Nas páginas seguintes encontramos 25 métodos de instrução. Avalie
cuidadosamente seu tema, seu objetivo de ensino, sua classe e, então, selecione o
método que sinta possa ajudá-lo a alcançar seu obje tivo de ensino. Considere os
fatores dinâmicos de cada atividade de aprendizagem. Note a interação e o potencial
de conversação de cada método. Alguns métodos possuem capacidade de interação
maior que outros.
1. Forum de entrevista. O líder apresenta questões a uma autoridade no assunto
em busca de opiniões e de fatos. O objetivo é conseguir informações de uma pessoa
que tenha conhecimento sobre o assunto da lição e que a classe reaja às
informações..
O professor ou o líder designado deve determinar e limitar o assunto, identificar o
especialista e fazer os arranjos para a entrevista. Por exemplo, se o assunto é
Criação, uma autoridade em criacionismo poderá ser entrevistada durante 15
minutos. Em seguida abre-se o assunto ao debate em classe. O professor poderá
utilizar os últimos 5 minutos levando a classe a fazer as aplicações.
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2. Relatório de leitura e forum. Uma pessoa designada lê, sumariza e interpreta
para a classe um livro relacionado com a lição ou com o tema do trimestre. A classe
renge discutindo e questionando. Pode-se dar 15 minutos para a apresentação, 10
minutos para as perguntas e debate e 10 minutos para conclusões e aplicações.
O propósito desta atividade é utilizar os talentos existentes na classe. ou de outros,
para sintetizar informações de valor e conteúdos inspira- dos de livros direcionados
aos assuntos do trimestre. O professor fica responsável pelo planejamento, os
arranjos e o controle do tempo. Deve ter o cuidado de ver a relação entre o livro, o
tema da lição e o objetivo da aprendizagem e conduzir o debate às lições espirituais
e às aplicações.
3. Perguntas e respostas. Com uma semana de antecedência o professor designa
perguntas de reflexão de uma lição específica, aos membros da classe. Eles
preparam as respostas e introduzem o debate. Durante a classe o professor dirige
as perguntas, monitora o tempo, sumariza o debate e leva os membros até às
aplicações.
4. Painel e forum. Três ou mais pessoas especializadas discutem as idéias-chaves
da lição durante 15 minutos. Em seguida o debate se amplia a à classe por mais 10
minutos. O professor utiliza os últimos 10 minu tos em conclusão e aplicação. O
objetivo é compartilhar informações. produzir reflexões e, assim, estimular a classe
a um aprofundamento da discussão do tema central da lição. O professor deverá
preparar os alunos por intermédio de tarefas dadas antecipadamente e destinadas a
es- tudo e pesquisa. O professor deverá planejar cuidadosamente suas con- clusões
e os passos das aplicações.
5. Pesquisa, relatório e forum. Esta atividade envolve a classe em investigar as
Escrituras e a compartilhar as informações. O professor apresenta um problema ou
uma questão relacionada com a lição seguinte e designa tarefas de pesquisa a
membros da classe ou a pequenos grupos. Estes, então, são chamados durante a
classe seguinte. Os 10 minutos finais deverão ser designados para as conclusões e
as aplicações.
6. Discurso e forum. O instrutor apresenta de forma ordenada a lição da Escola
Sabatina, durante a primeira metade do tempo, preferivelmente com a ajuda de
recursos visuais. Propositalmente levanta ques- tões de reflexão para posterior
debate. A segunda metade do tempo é dedicada às questões e assuntos pertinentes
levantados durante a apre- sentação. Os 10 minutos finais devem ser dedicados às
conclusões e às aplicações.
7. "Brain storming". É um pinga-fogo com sugestões espontâneas dadas em
classe. O problema poderá ser escrito num quadro-negro ou numa folha grande.
Não há avaliação ou análise prévia das idéias - todas são aceitas. Elas são escritas
assim como são apresentadas, de modo que todos vejam e possam analisar
posteriormente.
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O professor lembra ao grupo as regras básicas para o "brain storming": Permitir
que as idéias surjam sem críticas ou avaliações. O professor estimula, encoraja e
dirige a classe. Após uns 5 minutos o professor retorna à lista de idéias escritas
para combiná-las e agrupá-las. Em seguida, dirige o debate, a avaliação, e considera
as formas de implemento das soluções.
É crucial a seleção do problema para debate, já que deverá estar relacionado com a
verdade bíblica ou com problemas da vida diária surgi- dos a partir do tema da
lição. Mantenha isto de forma prática e espiritual. É muito importante, novamente
preserve os 10 minutos finais para as aplicações pessoais.
8. Grupo de debate. São pequenos grupos, de 3 a 6 pessoas, formados dentro da
classe para debaterem simultaneamente. O propósito é envolver cada um na
discussão de questões ou problemas relevantes tirados da lição da Escola Sabatina.
Além disto, encontrar soluções, identificar necessidades ou descobrir atitudes.
Cada grupo deve indicar um moderador e um relator. O líder anuncia o tempo
disponível - 5 minutos é tempo suficiente e avisa quando se deve encerrar a
discussão. Quando a classe estiver recomposta, o professor solicita que cada grupo
apresente um breve relato (2 minutos) e conduz o grupo a uma discussão
conclusiva. O manejo do tempo é sempre importante fator ao planejar e conduzir
atividades de aprendizagem. Se você está dirigindo uma classe dentro da igreja,
deve limitar os grupos a 3 pessoas. Aplicação é vital para cada classe, portanto,
dedique 10 minutos a isto.
9. Debate em duplas. Esta é uma miniversão do grupo de debate. Cada membro é
posto a debater com o vizinho uma questão específica. por um ou dois minutos. A
questão deve ter origem na lição e produzir reflexões espirituais significantes. Em
seguida o professor pede a resposta a cada dupla. Esta é uma boa atividade
introdutória. As idéias geradas podem manter um vivo debate durante o período da
lição. O propósito e o procedimento são similares aos do grupo de debate.
10. Circulo de resposta. Esta é uma boa maneira para promover debate. O
professor pede uma opinião e dá a cada pessoa a oportunidade para responder. O
propósito é envolver cada aluno e dar-lhes a chance de expressar suas opiniões.
A qualidade da questão é decisiva. Deve estar relacionada à verdade central da lição
e aprofundar a análise de verdades espirituais. Cuidado para não embaraçar os
tímidos- sempre tenha uma boa saída à mão.
11. Reação em cadeia. Divida a classe em pequenos grupos. Design diferentes
aspectos de um problema da lição para cada grupo. Após 5 minutos de debate, peça
as conclusões. O professor, então, adota a posição de moderador na discussão que
se segue.
Deve-se manter em mente a énfase nas respostas bíblicas às necessidades. Evite
discussão para compartilhar somente sentimentos e opiniões. O professor deve
estar preparado para concluir e levar a classe às aplicações permitidas pela lição.
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12. Estudo de caso. O professor, de forma detalhada, prepara ou consegue a
definição de um problema que seja relacionado com a idéia central da lição e o
apresenta em todos os pormenores: antecedentes históricos, relações, aspectos
espirituais, sociais, econômicos, educacionais, antecedentes étnicos das pessoas
envolvidas e a base do conflito que envolve o problema. A classe analisa o problema
com vistas às possíveis soluções.
Ajude a classe a focalizar a questão central. Permita o tempo necessário à leitura e
às anotações. O professor deve estar preparado para apresentar soluções
especificadas, baseadas na Bíblia e no Espírito de Profecia. Reserve 10 minutos para
conclusões e aplicações.
13. Parafrases bíblicas. Este exercício leva os alunos a reescreverem as passagens
bíblicas em suas próprias palavras. Ajuda-os a descobrirem o significado da
passagem central da lição. O texto escolhido não deve ser muito extenso; suficiente
para 5 ou 7 minutos de exercício.
Em seguida peça a cada pessoa - ou a um voluntário - que leia o que escreveu.
Então, o professor deve ler a mesma passagem em algumas traduções modernas.
Use as diferentes idéias encontradas como base para discussão. O professor, em
continuação, faz um resumo e leva a casse às aplicações
14. Dramatização. É uma breve e espontânea representação de uma situação. O
propósito é vivenciar situações típicas da vida real. Após as apresentações, a classe
as discute e interpreta. Poderosos fatores emocionais podem surgir numa
dramatização, tanto pelos participantes quanto pelos observadores. É de especial
valor na indução de auto-exame.
Se o tema da lição é sobre obediência, uma situação específica poderá ser
dramatizada por um pai e um adolescente. O propósito poderia ser ilustrar um
problema comum e servir de trampolim para um debate. O professor seleciona um
problema sugerido pela lição da Escola Sabatina e com antecedência notifica aos
participantes. Não é necessário que haja anotações ou um script. Simplesmente
descreva a situação e convide os participantes a deixarem a sala para combinar
como irão fazer a apresentação.
O professor apresenta os "atores" ao grupo, deixa-os representar e interrompe a
ação no momento apropriado.
Em seguida o professor convida os alunos a discutirem a situação: "Como você
conduziria este assunto?" O líder leva o grupo a possíveis soluções. "O que a Bíblia
ensina? O que temos aprendido do estudo da lição que nos ajuda a resolver o
problema?"
Seguindo a discussão e a pesquisa bíblica, o professor faz um resumo e lidera os
alunos nas aplicações.
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15. Pesquisa de campo. Esta atividade de ensino não poderá ser conduzida durante
o período da Escola Sabatina, mas é uma excelente opção para sábado à tarde.
Uma pesquisa de campo deve ser cuidadosamente planejada, avisada com bastante
antecedência e dirigida por uma pessoa bem qualificada. O propósito é relacionar
diretamente informações da lição da Escola Sabatina com aplicações práticas e
reforçar alguns aspectos importantes da mesma. Se a viagem ocorrer no sábado,
cuidado para evitar uma atmosfera contrária à observância do dia.
Se por exemplo a lição trata da criação e você está perto de alguma formação
geológica, uma visita a tal lugar sob a direção de uma pessoa bem qualificada, será
uma experiência de grande valor O guia deve planejar com antecedência, fazer os
arranjos necessários e se entender com os responsáveis pelo lugar. Um formulário
de orientação com as indicações do que observar seria de grande ajuda. Uma sessão
de debates posterior à visita seria também de grande beneficio.
16. Estudo bíblico indutivo. O estudo indutivo começa com os detaIhes-a
informação factual e deriva para a generalização ou uma declaração geral de
princípios. Digamos, por exemplo, que o tema da lição seja sobre as atitudes de
Jesus diante da mulher. O professor requer da classe que consiga informações
específicas sobre o relacionamento de Jesus com as mulheres em Seu ministério.
As informações são listadas no quadro e o professor pede para a classe que
descubra as generalizações ou os princípios possíveis, a partir dos dados à mão.
Este processo é chamado estudo indutivo da Bíblia.
17. Desenho criativo. Os únicos materiais necessários são papel e pincel atômico.
Os membros da classe usam o desenho para expressar suas crenças, sentimentos e
idéias sobre alguns aspectos da lição. Este método não verbal de comunicação pode
produzir uma experiência significativa. Os participantes podem compartilhar seus
pensamentos uns com os outros. Não é um exercício de arte mas uma forma de
expressão. O professor relaciona a experiência a aspectos específicos da lição.
Suponha, por exemplo, que a classe esteja estudando sobre a vida de Pedro. O
professor poderá pedir à classe que faça um gráfico (mostrando os altos e baixos)
da experiência cristã de Pedro durante sua associação com Jesus. Eles poderão
então se situarem no gráfico em função da vida presente.
18. Equipes de ouvintes. Divida a classe em pequenos grupos (3 a 5 membros) e
dê a cada um, uma questão específica a resolver ou pontos a serem assinalados na
exposição do professor. Após a explanação, peça a cada grupo que apresente suas
respostas. Depois, o professor resume as contribuições e faz as aplicações.
O propósito desta atividade é ajudar os alunos a obterem informação e compreensão
pelo envolvimento.
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19. Concordar-discordar. O professor prepara uma série de declarações baseadas
na lição. Deverá ser provida uma cópia do material para cada aluno ou papel em
branco para que numerem suas respostas consecutivamente. O professor lê a
declaração e o aluno escreve "concordo" ou "discordo". As mensagens devem ser
profundas e que desafiem pensamentos superiores. Estas declarações e as
respostas tornam-se então base do debate em classe. Esta é uma excelente
atividade de apren- dizagem bíblica, pois ninguém sente-se constrangido em não
saber a res posta correta. Cada um é levado a meditar sobre os temas centrais da
lição. O professor não deve apresentar perguntas somente para motivar um debate.
Leve a classe à Palavra de Deus em busca de soluções.
20. Painel de reação. Esta é uma variação do método expositivo e funciona bem em
classes numerosas onde um professor cuida sozinho da divisão dos adultos. O
professor apresenta os principais pontos da lição em 15 minutos. Um grupo de
poucas pessoas da classe ou um painel de debatedores reage à apresentação
discutindo os assuntos -chaves por 25 minutos. O professor pode fechar o assunto
fazendo as aplicações. Cuidado com o uso do tempo, pois é essencial.
21. Discussão de um filme. Após a apresentação de um filme ou um filmstrip, o
professor apresenta questões para reflexão. A duração do filme não deve ultrapassar
15 minutos e estar claramente relacionado com a lição da Escola Sabatina. O grupo
deve ser orientado a fazer anotações durante a exibição, de modo a poder discuti-lo
inteligentemente. Esta é uma boa atividade para sábado à tarde, em seguida a um
encontro do grupo.
22. "O que gostaria de fazer?" O professor apresenta uma situação vivencial que
deverá ser realista, prática e preferencialmente com uma dose de emoção. Isto seria
excelente para a fase das aplicações.
Escreva o problema no quadro ou numa folha (álbum seriado) começando assim: "O
que você faria se estivesse caminhando numa tarde e de repente...?" O professor
pode dividir a classe em grupos de 3 a 5 pessoas e colocá-los a discutir o tema por
2 minutos e em seguida armar um círculo de respostas (veja o item 10) ou
distribuir papel e pedir aos alunos que respondam por escrito, durante 5 minutos.
23. "Como a sua vida poderia ser diferente?" Se você colocasse em prática as
especiais verdades da lição da Escola Sabatina, quão diferente seria sua vida?" O
professor deverá naturalmente identificar as "verdades especiais" a que se refere. O
professor coloca a questão, distribui material para escrever e permite 5 minutos
para a atividade. Para começar, o professor deverá ler sua própria resposta.
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24. Encontro de estudos aprofundados. O professor escolhe um verso- chave da
lição, preferencialmente um que provoque alguma espécie de mudança no modo de
pensar ou de viver. Cada um responde por escrito a seguinte indagação: "Se eu
levasse a sério esta passagem, que mudanças eu deveria fazer em minha vida?".
Esta atividade de aprendizagem bíblica leva o aluno a examinar sua vida em relação
às Escrituras.
25 Testes. Pela aplicação, os testes podem ajudar o aluno a revisação e focalizar os
temas importantes. Podem indicar os resultados da experiência do ensino-
aprendizagem. Algumas destas questões podem ajudar o aluno a ver as aplicações a
nivel pessoal.
O teste deve ser objetivo de completar, múltipla escolha, falso ou verdadeiro e em
parte descritivo. Permita 10 a 15 minutos para o teste. Ou se poderia dar um teste
breve no início da lição e usá-lo como base para o debate.
Esta lista de atividades de aprendizagem biblica serve apenas como exemplo de
muitos outros que estão disponíveis. Há livros que contém mais atividades.
TAMANHO DOS GRUPOS E MÉTODOS
Os educadores créem que, para a aprendizagem, é melhor se ter grupos menores
que grupos maiores. Pesquisas educacionais revelam que a aprendizagem tem mais
chance de ocorrer quando os estudantes podem interagir com o líder e com os
outros estudantes. Note os diagramas abaixo: James D. Williams indica que quando
três pessoas interagem entre si, existe a possibilidade de seis relações
interpessoais. Se você acrescentar um quarto elemento, então, este número se eleva
para doze. Observe que as possibilidades de interação crescem assustadoramente.
Veja a seguinte equação para computar o número de relações possi- veis em um
grupo: "O número de relações (r) é igual ao número de pes- soas no grupo (n)
multiplicado pelo número de pessoas no grupo menos um (n-1), Aplique esta
fórmula em sua atual classe da Escola Sabatina. O resultado é obvio: quanto maior o
grupo, menores as possibilidades de relações interpessoais estreitas.
Quando a classe ultrapassa de 15-20 participantes, o número de pessoas capazes de
se envolverem no debate é limitado. Nestes casos, os mais desinibidos tendem a
dominar o debate e os tímidos nunca participam. Esta é a razão pela qual
recomendamos classes de 12 a 20 pessoas. E bem verdade que classes de adultos
podem ser menores, mas o grupo necessita ter tamanho suficiente para a formação
de subgrupos dentro da própria classe.
74
O AMBIENTE E OS EQUIPAMENTOS
Alguns podem sentir que a atividade de aprendizagem bíblica não é prática porque
se está num templo. Os bancos de uma igreja tornam alguns métodos mais difíceis
e sugerem uma adoração mais formal. Contudo, um professor criativo consegue
contornar estas dificuldades. Não prive sua classe de experiências de aprendizagem
significativas por causa de limitações ambientais - use o que você tem enquanto
tenta persuadir sua igreja a criar ambientes individuais para as classes da Escola
Sabatina.
Na construção de salas separadas pode-se considerar um mínimo de um metro
quadrado por pessoa. Seria de grande proveito ao ensino se houvesse: cadeiras com
braço de apoio para escrita, uma pequena mesa para o professor, um quadro-negro
com flanelógrafo, um quadro de anúncios e mapas. Os professores deveriam ter
acesso a gravadores, fita cassete, retroprojetor e a uma biblioteca da igreja provida
de comentários bíblicos, atlas bíblico e slides.
75

COLOCANDO A TEORIA EM PRÁTICA

ALVO: Aprender e usar atividades de aprendizagem bíblica como parte de seu


plano de ensino.

PREPARAÇÃO:
1. Revise este capítulo se necessário.
2. Estude toda a lição da Escola Sabatina.
3. Use a sua folha de planejamento da lição para fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.
c. Escrever o alvo de ensino.
d. Planejar uma estratégia para captar a atenção dos alunos como parte da
introdução.
e. Planejar algo para criar uma atmosfera de aprendizagem, confiança e
camaradagem.

TÉCNICAS: Selecione uma das 25 atividades de aprendizagem da Bíblia deste


capítulo para realçar o tema central da lição. Ponha-a no seu plano de ensino e
use-a no próximo sábado. Escolha de preferência uma atividade que envolva
cada pessoa da classe.

AVALIAÇÃO: No fim da lição em classe, considere o seguinte:


1. Quantas pessoas participaram?
2. Como respondeu a classe?
3. A atividade escolhida realçou a verdade central da lição?
FOLHA DE PLANEJAMENTO DA LIÇÃO
Nº da lição Titulo:

• Verdade central da lição:

• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)

• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)

• Atmosfera de atenção e aprendizagem: (Utilizar um recurso visual, uma história


ou atividade interessante que possa captar imediatamente a atenção e conduzir
naturalmente para o estudo da Bíblia.)

• Pesquisando a Palavra: (Usar atividades que colocarão os alunos dian- te de um


problema a resolver ou a fazer descobertas na Bíblia. Analisar os versículos
importantes - Acentuar os pontos-chaves.)

• Aplicação: (Selecionar uma atividade, relacionada com o alvo, que ajudará os


alunos a descobrir as implicações das verdades na sua vida e levá-los a agir.)
CAPITULO 8
A DESCOBERTA
POR MEIO DO DEBATE
Como você se sente quando um membro da sua classe da Escola Sabatina lhe diz:
"Eu realmente aprecio sua lição, há vida, ação e um bom debate. Eu gosto de
participar."
O debate é emocionante. Estimula o aluno como nenhum outro meio. Aviva a mente
e abre novos horizontes. Traz novas abordagens do ponto de vista de várias mentes.
Contém sua própria recompensa: o conhecimento.
Um bom debate em classe, tal como uma animada conversa com um amigo, é
estimulante e agradável. "Como o ferro com o ferro se aguça, assim o homem afia o
rosto do seu amigo." Provérbios 27:17.
O propósito deste capítulo é ajudá-lo a tornar-se um melhor líder de debate pela
análise do processo de discussão em grupo. Exige paciência e habilidade provocar
as pessoas e envolvê-las no debate. Mas qualquer professor que esteja desejoso em
investir tempo e energia pode aprender a ser um bom líder de debates. "Os
pensamentos de uma pessoa são como água em poço fundo, mas quem é
inteligente sabe como tirá-los para fora." Provérbios 20:5- A Bíblia na Linguagem
de Hoje.
O conselho divino para os professores da Escola Sabatina é: "Não é o melhor plano
falarem os professores, unicamente, mas devem levar a classe a dizer o que sabe.
Então, com umas poucas observações ou ilustrações claras e breves, deve o
professor gravar-lhes na mente a lição."- Conselhos Sobre a Escola Sabatina, págs.
115 e 116. A maioria das autoridades sugere que o professor não deve falar mais
do que 30% do tempo.
O QUE É UM DEBATE?
Debate tem sido definido como uma "aventura cooperativa na pesquisa da verdade".
É o processo democrático em ação. Na Escola Sabatina o professor guia os alunos a
se interagirem com a verdade e uns com os outros. O professor direciona a
discussão, ajuda os alunos a captarem as "grandes idéias" da verdade biblica. Os
estudantes são levados a pen sar por si mesmos e a resolverem os problemas.
No método discursivo, como no golfe, o professor "mantém-se golpeando a bola".
Mas o método participativo é como no tênis - as idéias são rebatidas de um lado
para o outro. Numa classe participativa o alu no tem dificuldade em ficar passivo. Ele
é levado sempre a interagir a despeito de seus esforços para ficar no anonimato.
Num bom debate cada um é levado a pensar, falar e avaliar. Cada um é convidado a
contribuir com idéias e informações bíblicas e a compartilhar seus pontos de vista.
78
O propósito do debate é unir tanto quanto possível idéias e informações bíblicas.
Sozinho ninguém consegue ver toda a verdade. Mas cada um consegue ver parte da
verdade. Ao compartilhar, a classe pode for- mar um quadro mais completo do que
seria possível uma única pessoa obter.
Muita discussão na Escola Sabatina não significa necessariamente que se esteja
utilizando o método do debate. O método não é simplesmente "um grupo falando",
nem meramente "um somatório das ignorâncias" como se tem alegado. A menos
que a verdade seja descoberta e compartilhada e, juntos, os membros procurem a
solução para o problema, o professor não estará usando o método do debate.
O método não é uma série de diálogos entre o professor e os alunos
individualmente. Deveria ser primordialmente entre os alunos da classe. Quando o
debate é filtrado pelo professor, a verdade pode ser abafada.
O VALOR DO DEBATE
O método do debate tem as seguintes vantagens:
1. Pode levar a classe a uma ampla visão da informação, das abordagens, das
atitudes e das habilidades.
2. Normalmente as soluções de um problema pelo grupo são superiores as do
melhor membro quando trabalhando sozinho.
3. A discussão de duas opiniões conflitantes pode, de uma ótica superior, mostrar
ambos os lados do mesmo tema, o que seria impossível sem o enfrentamento.
4. A discussão serve de verificação do modo de pensar dos participantes. Alunos
tendem a compreender e a aceitar melhor e prontamente as opiniões do grupo do
que as de uma autoridade tal como o professor.
5. Um bom debate ensina o aluno a ouvir, pensar, pesar as evidências e a julgar de
modo justo. Desenvolve também a habilidade de auto-expressão.
6. Os participantes compartilham suas idéias, esperanças, temores e crenças uns
com os outros, estreitam suas amizades e os membros da classe se assemelham
mais a uma comunidade cristä.
PAUTA PARA O DEBATE
O professor deve manter a discussão centrada na Palavra de Deus. Deve guiar a
classe no debate de textos da lição - não simplesmente discutir sem objetivo.
Mantenha as páginas da Bíblia em uso. O professor deve dirigir o debate de modo
que não descambe para uma conversa sem propósito - a vaguear pela vastidão das
suposições e pelas filosofias inúteis.
Ouça em primeiro lugar os pensamentos de Deus e então compartilhe suas idéias e
sentimentos. Uma boa discussão em classe pode se tornar uma cooperativa busca às
gemas das Escrituras. Ajude a classe a "repartir corretamente a Palavra da
Verdade".
79
JESUS E O DEBATE
Jesus freqüentemente planejava o debate. Ao se aproximar o fim de Seu ministério
terreno, Ele dedicou mais tempo à instrução de Seus discípulos. Vez por outra lhes
falou de Sua morte iminente, porém, eles eram incapazes de entender. "Quando
Jesus lhes disse que havia de ser condenado à morte e ressurgir dos mortos,
buscava atraí-los a uma conversação a respeito da grande prova de fé que haveriam
de passar."-O Desejado de Todas as Nações, pág. 435.
Jesus, o Mestre dos mestres, reconheceu que o discernimento aparece quando nós
falamos e ouvimos uns aos outros. Ele queria guiar seus discipulos a uma
conversação mais profunda a respeito do significado de Sua morte. Isto os teria
guiado à descoberta das verdades bíblicas que abrandaria o golpe que se
aproximava. Mas Jesus não desejou que Seus seguidores fossem meros refletores
de opiniões de outros homens- nem mesmo das Suas. Ao contrário, queria que Seus
discípulos aprendessem a pensar por si mesmos. Esta é a razão por que Jesus não
usava a repetição como método de ensino.
Tampouco procurou Jesus doutriná-los. Aquele que doutrina está mais interessado
em obter aceitação do que encorajar uma avaliação refletida. Se o professor da
Escola Sabatina apresenta a informação de tal modo que à classe não resta outra
opção senão crer como ele, não permitindo o uso independente da reflexão e do
julgamento, ele está doutrinando.
Jesus queria que as pessoas O aceitassem somente após cuidadoso exame das
evidências. Portanto, usava o diálogo. Jesus queria que Seus seguidores pensassem,
enunciassem claramente seus problemas de modo a ver todas as implicações e
adotassem decisões inteligentes. Note estas duas questões postas por Jesus: "Quem
os homens dizem que Eu sou?" "Quem vocês dizem que Eu sou?" Aqui Jesus está
obviamente procurando pensamentos analíticos e um debate aberto. Jesus queria
que as pessoas se sentissem livres, pesassem as evidências, avaliassem os fatos e
então adotassem uma posição sob o peso dessas evidências.
O PAPEL DO PROFESSOR NO DEBATE
Qual o papel do professor ao conduzir o debate em classe da Escola Sabatina? E o de
liderar, estimular, guiar, facilitar e ser fonte de informação. Ele tem que ser mais
que um anunciante de boas-vindas à discussão. Ele deve demonstrar os fatos. Se o
professor está determinado a "cobrir a lição", se seu enfoque é mais o conteúdo que
as pessoas, ele estará comunicando a mensagem "não me interrompa".
80
Se o professor sente que sua classe não tem suficiente informação para desenvolver
um debate relevante, ele deve dizer: "Nestes 10 minutos iniciais, eu gostaria de
salientar os pontos principais da lição e então nós usaremos o restante do tempo
para debate." Na maioria das classes, contudo, há suficiente compreensão das
informações factuais para um adequado debate desde o início.
O debate permite uma pesquisa orientada por fatos ou informações da Bíblia. O
instrutor pode solicitar que diferentes pessoas leiam passagens assinaladas na
Bíblia. "João, você pode nos dizer como esta passa- gem se relaciona com o nosso
tema? Como esta verdade nos orienta na escolha de amigos?"
"Susi, você poderá ler o trecho de O Desejado de Todas as Nações. que está no
cartão que eu lhe dei e nos apresentar sua opinião?" Após Susi ler o texto e fazer os
comentários, o professor poderá ajudá-la a testar as idéias. "Você acha que isto
pode ajudá-la em seu escritório, Susi? Como?" Com este método o professor orienta
o aluno a fazer descobertas. Ele não está dizendo, mas capacitando o aluno a
identificar, analisar e aplicar a Verdade.
O professor pode ser uma autoridade no assunto da lição, mas não pode ser
autoritário nas atitudes - como se fosse a palavra final. O professor deveria conter-
se em expressar sua opinião sobre qualquer assunto ao início do debate.
O professor autocrático ou autoritário expõe suas idéias antes da classe em todas as
questões. Qualquer pergunta que possa fazer é mero instrumento para manipulação
dos alunos. O professor autocrático diz coisas como: "Isto é irrelevante." "Isto não
pertence ao tema." "Estamos fora da seqüència." O professor que domina o debate
desenvolverá alunos passivos - estudantes que ouvem mas não aprendem a pensar.
Isto não significa que o professor deva chegar sem nenhuma opinião sobre o
assunto. Ele deverá ter suas convicções e defendê-las, mas deverá manter sempre
sua mente aberta.
De outro modo, o professor nunca deve abdicar o seu papel de líder do debate. A
classe espera que ele a dirija, proveja as informações básicas e a leve a prosseguir.
O grande desafio é pela manutenção do equilíbrio entre muita orientação e pouca
orientação. Demasiada orientação sufoca as idéias e pouca pode resultar em
vagueações sobre o tema.
Como pode o professor manter o debate em andamento, na seqüência e no horário?
O bom orientador de debate deve manter-se alerta. Um toque aqui, outro ali, e
manter sempre a discussão à tona. "Talvez tenhamos gasto tempo suficiente neste
aspecto do assunto. Consideremos o seguinte... como esta passagem se relaciona
com a verdade central da lição?" Ao usar esta técnica, o professor contribui para que
o debate prossiga.
81
Para manter-se no horário, algumas vezes você tem de interromper um ativo debate
e levar o grupo a outra idéia. Este é o papel diretivo do professor. Ele pode flutuar de
uma posição diretiva para uma não diretiva. O segredo de um bom líder de debate é
encontrado no equilíbrio entre estes dois papéis.
ESCLARECENDO AS RESPOSTAS DOS ALUNOS
Uma importante função do líder de debate é o esclarecimento das respostas dos
alunos. Ocasionalmente você poderá discordar com veemência de uma resposta.
Mas você necessita não ter pressa em "querer corrigir o aluno". Ao contrário, tente
ajudá-lo a pensar novamente e a esclarecer sua posição. "George, se entendi direito,
você disse que...? Então você parafraseia a colocação de George. Ou você pode pedir
que George reapresente seu comentário. Ao reapresentar, ele irá reavaliar seu ponto
de vista e provavelmente suavizará ou alterará sua posição. O professor nunca deve
repelir uma pessoa. Em vez disso, deve ajudar o aluno em sua pesquisa e
esclarecimento de suas idéias. "A maioria dos alunos tem dificuldade em esclarecer
seus pensamentos a menos que possam verbalizar sua confusão e apresentar seus
conceitos."
A maneira como você maneja os comentários negativos ou as falsas idéias,
estabelece o clima emocional de sua classe. Se a classe reconhece que você real e
verdadeiramente aceita o debate livre e aberto e que ninguém é rejeitado, isto
encorajará a troca honesta de idéias.
COMO MANEJAR OS CONFLITOS
Como tratar uma pessoa a quem se deseja argüir ou com ela debater? Primeiro, o
professor necessita suficiente resistência e graça interior para respeitar pontos de
vista opostos. Nem todos vêem as coisas da mesma maneira nem interpretam a
Bíblia e o Espírito de Profecia da mesma forma.
"Todas as relações da vida pedem o exercício do domínio próprio, da paciência e
simpatia. Nós diferimos tanto em disposição, hábitos, educação, que variam nossas
maneiras de ver as coisas. Julgamos diversamente. Nossa compreensão da verdade,
nossas idéias quanto à conduta na vida, não são idênticas a todos os respeitos."-
Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 102.
82
As discordâncias não precisam ser sempre desagradáveis nem levar à argumentação
ou debate. O professor deve evitar ser inflexível ou ter atitudes dogmáticas. Isto não
significa que deva ser como o camaleão que muda de cor a cada sopro de mudança
de opinião. Evite mensagens tais como "você está errado", ou "você é obstinado" ou
"você tem preconceito". Mantenha o personalismo fora da discussão. "Não deve esta
[a Escola Sabatina] tornar-se lugar de controvérsia; não se devem ali manifestar
diferenças de opinião... Não se levante espírito combativo, seguindo-se discussões e
controvérsias." - Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 117. Quando diferenças
de opinião surgem entre dois membros da classe e as expressões se acaloram, você
deve agir, não para tomar posição mas para levar harmonia. Algumas vezes um
pouco de humor pode relaxar a atmosfera e salvar o dia. É aí que a liderança deve
ser demonstrada.
Muitas vezes se pode usar o conflito construtivamente. As diferenças devem ser
integradas - não por expressões autoritárias - mas por assinalar os pontos
convergentes. O professor pode necessitar interromper uma discussão que está se
tornando acalorada. "Nós apreciamos as diferenças de opinião. É muito bom que
possamos ter unidade sem uniformidade. Algum outro membro da classe tem um
verso da Bíblia que nos ajude?" ou "vamos pesquisar este assunto e procurar
encontrar o que diz a Palavra de Deus".
Tem sido dito que o único pecado que alguém não perdoa em outro é a diferença de
opinião. Relembre as palavras de Adlai Stevenson: “É melhor discutir uma questão
sem concluí-la, que concluir sem haver discutido." Nunca teria existido a Igreja
Adventista do Sétimo Dia se as pessoas tivessem tido medo de discordar. A
discordância no bom sentido é a essência da solução de problemas.
Algumas vezes a descrição da conduta é um bom caminho para aliviar as tensões.
Descrever uma conduta significa observar as ações de outrem sem julgar os
motivos e sem estabelecer o significado psicológico das ações. "Parece que Júlia
não está de acordo" ou "grande contribuição a de Jorge", "alguém mais tem algum
comentário?"
Por vezes é de grande ajuda para o debate que o líder expresse honestamente seus
sentimentos. "Esta idéia me deixa desconfortável." "Aprecio o senso de humor de
Janete." "Gosto da franqueza de Tomé." "Sinto-me bem com o rumo deste debate."
Isto acrescenta a dimensão humana do líder.
Revisão de percepção é também uma técnica útil. É uma honesta interpretação dos
sentimentos. "Fiquei com a impressão de que desagrada esta interpretação, estou
certo? O que tem a dizer?" Isto o liberará para descrever seus sentimentos e
expressar abertamente suas idéias.
83
"Feedback" é muito importante para o professor ao guiar um debate. O professor
efetivo manterá "suas antenas ligadas" para receber todos os sinais possíveis
oriundos de seus alunos. Expressões faciais, postura, tom de voz, são algumas
chaves a observar.
A ARTE DE QUESTIONAR

A chave para uma boa discussão é a pergunta certa. Relembre a ex- pressão de
Bacon, de que uma pergunta inteligente é a metade da res- posta. Perguntas que
estimulam o pensamento e põem a mente a traba- Ihar.
Os professores deveriam indagar de diferentes formas e para isto ne- cessitam
gerar fatos. Os alunos precisam algumas informações factuais no momento de
responder.
Indagar é uma valiosa técnica pelas seguintes razões:
1. Perguntas atraem a atenção.
2. Perguntas "quebram o gelo" e dão andamento à discussão.
3. Perguntas revelam ao professor quanto conhecimento o aluno tem.
4. Perguntas levam o aluno a participar.
5. Perguntas permitem ao aluno compartilhar seu ponto de vista.
6. Perguntas são úteis na revisão da lição.
7. Boas perguntas ajudam a classe a combater os problemas.
O professor deveria gastar tempo planejando questões. Escreva-as e as
incorpore no seu plano de ensino. Note as seguintes sugestões no uso de
perguntas:
1. Use perguntas para mover sua classe em direção ao seu objetivo; questões
que fomentem pensamentos positivos.
2. Evite questões que possam ser respondidas com um simples "sim" ou "não".
3. Raramente use questões de retórica.
4. Evite questões que embaracem os alunos, tais como: "Por que os cristãos
devem desejar ser como João?" Outro tipo de pergunta pobre que sempre
ouvimos é: "Deus disse que Abraão fizesse o quê?" Isto é vago. Se acontece de
o aluno responder do jeito que o professor deseja. ele certamente não estará
sendo desafiado a um processo de pensamento superior.
5. Use de clareza nas perguntas: "Qual é o significado? Se importaria de
esclarecer melhor?" ou "Se eu entendi o que você disse..." ou "Poderia você
nos dar um exemplo?" "Por que razão...?" "O que causou...? Explique."
6. Use perguntas que ajudem os alunos a aplicarem as verdades bíblicas a sua
vida. "Como a sua vida seria diferente esta semana se pusesse esta verdade em
prática?" ou "Poderia imaginar um contemporâneo para esta parábola?" ou
"Você acha que Jesus teria dito isto de forma diferente hoje?"
84
As atitudes de Jesus encorajavam as perguntas. Os quatro evangelhos registram
mais de cem perguntas que Jesus formulou. As vezes fazia perguntas em resposta a
perguntas. Outras vezes contava uma história. Várias vezes disse:"O que é que
pensais?" Desejava que as pessoas pensas- sem por si mesmas. Assim fazia
perguntas tais como: "Como poderia Sa- tanás expulsar a Satanás?" Jesus sempre
fazia perguntas de orientação: "Qual deles o amará mais?" Lucas 7:42. Ou "Vós sois
o sal da terra, e se
o sal for insípido, com que se há de salgar?" Mateus 5:13. Estudantes sempre fazem
perguntas. Ocasionalmente quem pergunta já tem a resposta em mente. O professor
observador perguntará: "Tem você uma resposta para sua pergunta?" O professor
deverá se perguntar, por vezes, esta é a pergunta real ou há uma pergunta mais
profunda? Qual é o problema real? Ao expressar amor e aceitação, pode-se criar
uma atmosfera onde o aluno se sinta livre para expressar seu real problema.
TOLERÂNCIA AO SILÊNCIO
Ouvir é difícil para aquele que espera falar - especialmente os pregadores e
professores. Muitos professores se incomodam durante os momentos de silêncio.
Mas cada professor da Escola Sabatina necessita desenvolver "tolerância ao
silêncio". A inquietação que sentimos durante os momentos de silêncio
provavelmente se deva à falsa noção de que "falar é ensinar e ouvir é aprender".
A pausa é uma das mais eficientes ferramentas na comunicação. Faça uma boa
pergunta e então se mantenha em silêncio. Dê tempo ao estudante para reunir suas
idéias. Muitas vezes o professor faz uma excelente pergunta para reflexão e se
apressa a respondê-la. Portanto, faça a pergunta, mantenha o contato visual e
espere. Aguarde que alguém se mexa. Se você não quebrar o silêncio, logo alguém
vai se aventurar a responder. "João, parece que você tem algo a dizer. Alguma coisa
a com- partilhar conosco?"
OUVINDO
Sentiu alguma vez que seu professor não estava realmente escutando o que você
dizia e que estava somente esperando você terminar para que ele pudesse continuar
"falando"? Esta é uma conversa de monitorização - não de ouvir. Alguns
professores ouvem somente o suficiente para refutar o que está sendo dito. Estão
formulando suas respostas ao invés de tentar sinceramente compreender o que está
sendo dito.
Algumas pessoas "ouvem seletivamente". Ouvem palavras ou frases suficientes
para saber onde quem fala está, mas não fazem genuíno esforço para aprender o
que a pessoa pensa. Genuína comunicação começa quando o professor realmente
deseja investigar o pensamento da outra pessoa, para "estar na pele" do estudante e
realmente entender seus pensamentos e sentimentos
85
Escutar ajuda o professor a:
1. Descobrir onde está o aluno - suas idéias, seus sentimentos.
2. Aprender com o estudante.
3. Demonstrar que não está tentando manipular o aluno.
4. Dizer à sua classe de forma não verbal que realmente deseja compreender
seu ponto de vista.
Naturalmente aquele que ouve corre o risco de mudar. O professor que não está
disposto a mudar, que está de mente feita, encontrará muita dificuldade para ouvir.
Ouvir de forma genuína e querendo oferecer apoio demanda graça do espírito -
paciência, tolerância e amor cristão. Note as palavras de Carl Rogers: "Se eu posso
ouvir o que ele tem a me dizer, se eu posso entender como isto parece para mim, se
eu posso ver o pessoal significado disto para mim, se eu posso sentir o sabor da
emoção que isto tem para ele, então eu estarei liberando as forças potenciais de
mudança que há nele. Se eu posso realmente compreender como ele odeia seu pai,
ou sua universidade, ou os comunistas - se eu posso captar o sabor de seu medo à
insanidade ou seu medo da bomba atômica, ou da Rússia esta é a maior ajuda no
sentido de alterar seus mesmos medos e ódios e em estabelecer relações realistas e
harmoniosas com as mesmas pessoas e si- tuações às quais sente ódio e medo."2 É
necessário ser uma pessoa emo- cionalmente segura para deixar de lado suas
defesas e seus preconceitos e escutar realmente a outro ser humano. Mas o
professor da Escola Sabatina que realmente desenvolve esta habilidade seguirá um
longo caminho até a destruição das paredes que separam os seguidores cristãos. Se
o instrutor sente hostilidade interior, ou o desgosto surge em seu coração quando
ouve "argumentos descuidados", "idéias liberais" ou "idéias não bíblicas", faria
bem neste momento em murmurar uma ora- ção para pedir amor e compreensão
para a necessidade humana. Deveria perguntar a si mesmo "que passagem da Bíblia
posso compartilhar ou que resposta posso dar que o ajude?" Uma excelente regra a
seguir seria ouvir outra pessoa e respeitar suas opiniões - de qualquer forma como
se sair - como eu gostaria que me ouvissem e respeitassem minha opinião. O
professor verdadeiro procurará encontrar alguma verdade em cada comentário e se
basear neles e, então, gentilmente guiar o aluno a mais sólido fundamento.
O MONOPOLIZADOR
Como você lida com a pessoa que monopoliza a discussão, que sem- pre tem uma
resposta ou um comentário? Por temperamento, algumas pessoas são mais falantes
que outras. Há, também, aqueles que falam por necessidade psicológica. Como líder
da classe é sua responsabilida- de controlar a situação. "Obrigado, João, por este
comentário. Foi uma boa resposta. Agora que já temos ouvido o João por várias
vezes, vamos dar a oportunidade a outras pessoas.
86
A descrição do comportamento não necessita ser ridicularizada. Se você percebe que
o monopolizador tem profunda necessidade emocional de atenção, talvez você possa
suprir esta necessidade de outra forma. Se a situação persiste, você deve
compartilhar o problema com ele fora da classe. "João, realmente aprecio suas boas
idéias que compartilha co- nosco em classe. E parece que a classe está inclinada a
deixar que seja você quem fale, mas eles necessitam das bênçãos do debate. Talvez
pos- sa me ajudar a levá-los a participar do debate."
Por vezes, quem fala com freqüência é um professor em potencial. Treine-o, dando-
lhe ocasionalmente a oportunidade de dirigir o ensino com você. Por este meio se
resolve dois problemas - arranja-se um professor e satisfaz-se uma necessidade
pessoal.
DISPOSIÇÃO FÍSICA PARA O DEBATE
Pesquisas educacionais têm mostrado que o arranjo dos assentos faz a diferença
num debate. Um círculo ou semicírculo onde os alunos têm contato visual é o
melhor. Parece difícil ao aluno comunicar algo com alguém tendo uma cabeça a sua
frente. Os alunos que enfrentam direta- mente o professor tendem a se
comunicarem melhor que aqueles que es- tão ao lado. Quando os alunos estão
sentados em bancos como os de igreja, os da frente tendem a participar mais que
aqueles que estão ao final. Os estudantes da fila do meio participam da discussão
mais amiúde que os da fila de trás.
Ainda assim, um bom debate é possível com os membros da classe sentados em
bancos enfileirados. É necessário esforçar-se mais para incluir aqueles sentados ao
final. Obviamente, é uma vantagem manter os alunos o mais próximo possível.
Muitas vezes necessitará repetir a res- posta de um aluno para que todos possam
ouvi-la, especialmente quando há outra classe próxima.
É muito difícil liderar um debate com classes numerosas, dentro da igreja. O
tamanho ideal é entre 12 e 20. Uma classe com mais de vinte alunos termina sendo
uma conferência - interrompida por ocasionais comentários - apesar das melhores
intenções do professor.
Muitas classes não têm idéia do que seja um bom debate. Portanto, a melhor técnica
para desenvolver o debate é a classe tomar tempo em avaliar seu método de
discussão. O grupo necessita saber qual o valor do debate e por que é desejável.
Quando a classe toma consciência do processo de interação, então começa a crescer.
Deve-se indicar um "monitor" para ouvir, observar e relatar os aspectos da
discussão. Ao "monitor" poderia ser pedido para observar o seguinte:
87
1. Clima psicológico (amizade, frieza, apoio, etc.).
2. Aspectos da solução dos problemas.
3. Número dos que participam.
4. Comunicação esclarecedora.
5. Resumo, síntese.
Quanto mais as linhas se cruzam em todas as direções, melhor será a classe. O
professor que conduz uma série de diálogos com os alunos não está usando um
bom método de debate.
Bons debates levam tempo para desenvolver-se. Mas o professor que compreende
os princípios e os métodos, pode liderar qualquer classe a se tornar um excelente
grupo de debate. Isto exigirá tempo, paciência e determinação, porém, tem
recompensa em termos de interesse da classe, lealdade e aprendizagem.
DISPOSIÇÃO FÍSICA PARA O DEBATE
É muito importante que o professor no momento adequado apresente breves
resumos à classe. Ao fim de uma seção da lição, o professor talvez queira fazer um
sumário da discussão. "Pelo que entendi da discussão até aqui, temos dito que..."
Neste momento o professor une todos os pensamentos gerados pelo grupo. Para
isto é necessário prática e do- mínio do tema. O professor não está dando a palavra
final sobre o tema, senão que está ajudando a classe a ordenar a informação da lição
em um todo com significado.
O professor deve planejar o tempo em seu plano de classe para deixar espaço
suficiente para a síntese e a aplicação. Existe uma boa razão para isto. A discussão
pode haver atingido uma ampla extensão do tema e os alunos terão dificuldade em
lembrar o que foi dito. Cada pessoa pode sair com uma idéia diferente do que foi
dito e resolvido. Alguns de- bates em classe terminam deixando a impressão de que
não se resolveu nada. "Discutimos mas não chegamos a nenhuma parte." Por isso é
extremamente importante que o professor, próximo ao fim, dedique momentos a
resumir e unir as pontas soltas, sintetizando assim as informações. É neste aspecto
que o professor oferece sua mais valiosa contribuição.
O professor poderá dizer: "Nosso tempo está se esgotando e talvez fosse bom que
agora fizéssemos um sumário da nossa discussão. A verdade central da nossa lição
hoje é... Descobrimos hoje que... ou temos visto hoje dois lados de um importante
assunto, etc." Após o sumário, o professor conduz a classe às aplicações anotadas
em seu plano sobre a lição.
88

COLOCANDO A TEORIA EM PRÁTICA

ALVO: Aprender como identificar e escrever o alvo do ensino.

PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo tanto quanto necessário.
2. Estudar a lição da Escola Sabatina minuciosamente.
3. Usando o formulário de planejamento, fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.

TÉCNICAS: Determinar a qual das três áreas de aprendizado sua lição melhor se
adaptar:
conhecimento (informação factual)
sentimento (atitudes)
conduta (comportamento)

Baseado nas necessidades de seus alunos e na natureza da lição, escreva seu


alvo de ensino: "Como resultado desta lição desejo que meus alunos (selecione
uma):
- saibam:
- sintam:
- respondam atitudinalmente:
Siga os critérios do subtítulo "Escreva seu Alvo", página 36. Escreva seu alvo
no formulário de planejamento.

AVALIAÇÃO: Avalie o processo ao final da lição em classe.


CAPITULO 9

PALESTRA E
REFORÇO VISUAL

A palestra é um método aprovado de ensino. Foi usado durante milhares de anos


como meio de transmitir conhecimento. Ouvimos palestras quase diariamente: o
vendedor fala de seu produto, o capataz fala com seus operários, o executivo fala a
seu grupo, ou o diretor de escola a seu corpo docente. Quando alguém tem que
comunicar conhecimento ou informações, o método é geralmente a palestra. A
palestra é definida como "o ato de falar; uma fala planejada sobre um assunto
escolhido, geralmente com o propósito de instruir". - World Book Encyclopedia
Dictionary.
A palestra é usada comumente em salas de aulas ou em outras situações em que o
instrutor tem um grande volume de material para cobrir em um curto período de
tempo. Em um ambiente acadêmico espera-se que os alunos estudem antes da aula,
que tomem anotações durante a classe, e mais tarde que prestem exame. A
competição pelas notas pode motivar envolvente atenção, e a retenção factual pode
ser alta durante um curto período de tempo.
A Escola Sabatina tem poucos fatores motivadores. Os alunos na Es- cola Sabatina
não têm alta motivação para aprender; poucos fazem anotações, e não há exames.
Estas são razões fortes para usar a palestra de forma moderada na Escola Sabatina.
Mas infelizmente a palestra é provavelmente o método mais amplamente usado na
Escola Sabatina. O professor que fala durante 70 a 90 por cento do tempo- que usa
perguntas retóricas e umas poucas perguntas de raciocínio, que pouco diálogo nutre
periodicamente com os membros da classe - está usando o método da palestra
embora possa estar pensando que usa o método do debate. O palestrante domina a
classe, pois o seu método tem como centro o professor.
No método do debate a aula tem como centro o aluno. O professor conduz o debate
e cobre o conteúdo direcionando o aluno na pesquisa e na descoberta da verdade
bíblica. No debate o aluno toma parte ativa. O professor fala no máximo 30 ou 50
por cento do tempo.
Por que muitos membros da Escola Sabatina preferem ouvir uma palestra? Na
palestra o aluno não é ameaçado por qualquer desafio. Ele se deleita com as idéias
estimulantes sem ser incomodado em seu relativo isolamento. Não se espera
rendimento, nenhuma necessidade de gastar energia na defesa de uma posição ou
pensamento inquiridor.
90
A PALESTRA TEM SEU LUGAR

Em certas situações a palestra tem algumas vantagens importantes. É mais fácil


ensinar uma classe muito grande por meio da palestra. Também, quando há muita
matéria a ser dada em tempo reduzido, o cami- nho é a palestra. Na apresentação de
uma nova lição no início de um trimestre, uma breve palestra é proveitosa. Uma
palestra curta também é útil para recapitular um assunto.
Um bom debate pressupõe conhecimento do assunto. É nisto que a palestra dá a sua
contribuição mais significativa. Se o professor de Escola Sabatina tem uma classe
que pouco ou nada sabe da lição, uma breve palestra tocando os pontos altos da
lição certamente servirá de ajuda. O melhor que o instrutor pode fazer é pedir que a
classe busque detectar os pontos específicos durante a breve palestra. A isto segue-
se então o debate.
AS LIMITAÇÕES DA PALESTRA
Nos capítulos prévios salientamos os problemas do uso excessivo da palestra. Sua
maior debilidade é que ela geralmente não leva os alunos a tomarem parte ativa. Um
palestrante normalmente fala a uma velocidade de 125-150 palavras por minuto. A
média das pessoas pensa a uma velocidade de 400 palavras por minuto. Os mais
instruídos serão capazes de pensar até 800 palavras por minuto. É por isto que
durante uma palestra a mente tende a distrair-se. O renomado educador moderno
Ben- jamim Bloom diz que por aproximadamente 31 por cento do tempo de uma
palestra a nossa mente está fora do tópico. Esta falta de atenção é a responsável
pelo baixo nível de retenção da palestra.
O grande equívoco referente à palestra é a noção de que "falar é ensinar, e ouvir é
aprender". Mas a aprendizagem é mais eficiente quando o aluno está envolvido no
debate ou em outras atividades de aprendizagem.
ORIENTAÇÕES PARA A PALESTRA
Se você costuma fazer palestra, deve se lembrar de que está falando para ensinar.
Você deve edificar sobre o conhecimento que o aluno já possui. Use linguagem
simples - com muitas palavras de ação. Ocupe-se mais com conceitos do que
somente com informação factual.
É difícil envolver genuinamente a um aluno numa palestra - mas não impossível. A
imaginação precisa ser estimulada, despertada a curiosidade. Perguntas que
desafiam o pensamento arrebatam a atenção e põem a mente em atividade. O
palestrante deve sempre buscar a "independência do aluno", estimulando-o a
continuar os estudos por si mesmo.
91
O esboço de uma palestra é extremamente importante, pois a mente aprende melhor
quando a matéria apresentada está bem organizada. Toda a palestra deve ter uma
verdade central. O palestrante deve per- guntar-se: "Se quero que meus ouvintes se
lembrem pelo menos de uma coisa, que coisa será essa?" Não se esqueça de repetir
a verdade central no início e outra vez na conclusão da lição.
Woodrow Wilson foi um palestrante muito popular. No começo de suas
apresentações ele lia quatro ou cinco generalidades para seus alu- nos. Sua
expectativa era de que os alunos as considerassem literalmen- te. O restante da
palestra era uma ampliação destes pontos.

COMBINAÇÃO DA PALESTRA COM OUTROS MÉTODOS


A combinação da palestra com outros métodos intensifica a aprendizagem. Uma
palestra com grupos de ouvintes é um instrumento valioso de ensino. O
procedimento pode ser como segue:
1. Divida a classe em grupos de dois ouvintes.
2. Apresente uma breve palestra.
3. Peça às equipes para fazer um resumo dos pontos altos da palestra de um
para o outro. Conceda quatro minutos para o exercício.
4. Ou, você poderá pedir a cada membro da classe para estar atento a uma
deliberada contradição na palestra. A seguir peça ao membro de um grupo que
relate e discuta as implicações dessa contradição na vida e na teologia.
Conceda três minutos.
Uma breve palestra também pode ser usada em combinação com exercí- cios de
certo-errado, círculos na resposta, desenhos criativos, redação, etc. (Veja o capítulo
7 para outras descrições de atividades de aprendizagem.)
APRESENTAÇÃO DA PALESTRA
Você já foi distraído por frases sem sentido numa palestra como: "vocês sabem",
"bem...", "como dizia...", etc.? Grave suas palestras e de- pois as critique você
mesmo. Isto às vezes é doloroso mas é uma maneira muito boa para melhorar.
Ajudá-lo-á a conseguir vida e entusiasmo. Você precisa estar interessado
intensamente no assunto se deseja interessar a outros.
Fique absorvido em seu assunto. Use a voz para intensificar a mensagem. Varie o
tom e a velocidade. O tom de conversa é o melhor. Evite tudo o que possa desviar a
atenção - roupas, postura, gestos. Ore para que as pessoas fiquem impressionadas
não com o mensageiro, mas com a mensagem.
92
O QUADRO-NEGRO
Um dos instrumentos mais versáteis no ensino é o quadro-negro. Em termos de
disponibildade, facilidade de uso, eficácia e custo, ele é muito conveniente. Pode-se
apagá-lo e usar quantas vezes quiser. Palavras-cha- ves ou frases podem ser
escritas para dar ênfase. Um esboço pode ser posto no quadro para servir de guia de
debate. Antônimos podem ser
enumerados e discutidos por sugestão da classe. Uma classe pode avaliar melhor as
idéias quando escritas no quadro.
Palavras desconhecidas ou novas escritas no quadro ajudam a com- preensão e a
retenção. Estatísticas faladas logo são esquecidas, mas quando escritas no quadro
são mais lembradas. Esboços, mapas, croquis, gráficos, diagramas, podem ser
postos no quadro antecipadamente ou durante o processo de debate.
É bom planejar antes como você vai usar o quadro. Não é necessário ter habilidade
artística. Uma letra atrativa não é importante, contanto que seja legível e clara. É
bom não pôr demasiadas coisas de uma vez no quadro. É mantido um maior nível de
interesse quando a matéria é co- locada no quadro e abordada ponto por ponto. O
elemento surpresa é um poderoso aliado do professor.
PORTA-FOLHAS
São folhas grandes de papel montadas num cavalete, muito versátil como recurso
visual. Embora menor do que um quadro-negro, as pági- nas são viradas por cima,
para trás, no momento oportuno. Usando uma página para cada idéia torna-se mais
adequado que o quadro-negro.
Outra vantagem do porta-folhas é que pode ser dobrado e transpor- tado com
facilidade. Para escrever, é melhor usar uma caneta mágica. Use cores diferentes
para dar ênfase. Por que será que tantos professores de adultos na Escola Sabatina
não sentem a falta destes instrumentos de ensino? Os professores no en- sino e na
indústria secular consideram estes recursos indispensáveis. Su- pomos nós que os
alunos da Escola Sabatina aprendem de maneira dife- rente dos outros? Ou,
esperamos que o Espírito Santo complete o que estiver faltando? A mensagem que
ensinamos tem significado eterno. "Pais e professores devem constantemente
procurar métodos aperfei- çoados. Ao ensino da Bíblia devemos dedicar nosso
pensamento mais vivo, nossos melhores métodos e nosso mais ardoroso esforço." -
Con- selhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 181.
"Nossas Escolas Sabatinas devem tornar-se mais interessantes. Ulti- mamente, as
escolas públicas têm melhorado grandemente seus métodos de ensino. Lições
objetivas, gravuras e quadros-negros são usados para que à mente juvenil se
tornem claras as lições difíceis. De igual maneira podemos simplificar a verdade
presente, tornando-a intensamente inte- ressante." - Conselhos Sobre a Escola
Sabatina, pág. 114.
93
Alguns podem dizer que, como a lição é ensinada num templo em meio de outras
classes, estes métodos não podem ser usados.
Os mapas devem ser classificados de acordo com o período histórico a que se
referem. Um mapa da Palestina nos dias de Cristo não seria apropriado para ensinar
a vida de Abraão.
Os mapas que mostram áreas muito extensas freqüentemente perdem valor, a
menos que queiramos dar uma idéia geral. Mapas mais específi- cos mostrando o
Egito, a Palestina, Jerusalém ou a Mesopotamia são melhores.
Um professor pode combinar o ensino com a sociabilidade, conse- guindo que os
alunos façam um mapa do relevo da Palestina. Marcar no mapa os acontecimentos
principais da lição também ajuda a fixar na mente os fatos e tornar a classe
divertida. Uma massa feita de farinha, pedra-ume e sal pode ser usada. A ênfase
deve recair no que se quer aprender e no apreço pelos fatos bíblicos em lugar da
técnica da elaboração do mapa.
Os diagramas são indispensáveis no ensino das profecias de Daniel e Apocalipse. O
milênio e o santuário são quase impossíveis de serem con- ceituados sem recursos
visuais. A eficácia da pregação de Guilherme Miller sobre as profecias foi
grandemente intensificada porque ele usa- va diagramas. Cremos que o Espírito
Santo dirigiu-lhe a mente no uso deste método educacional.
Diagramas e gravuras promovem clareza e interesse. Um diagrama dos 2.300 anos
ou da profecia dos 1.260 anos é absolutamente essencial na apresentação destes
assuntos difíceis. Diagramas e gravuras destes e de outros tópicos proféticos estão
disponíveis em geral em livrarias adventis- tas.
Diagramas e gráficos podem ser desenhados num quadro-negro, em porta-folhas,
ou em transparências de retroprojetor à medida que a aula avança. Isto tem a
vantagem de fixar a atenção num ponto de cada vez.
PROJEÇÕES
O uso de projeções luminosas é amplo na indústria e na educação. Há uma porção
delas - slides, retroprojetores, filmes, vídeos - para mencio- nar uns poucos. Há
igrejas que possuem os seus próprios projetores. Os mais comuns são os projetores
de slides.
Se a sua classe funciona dentro do templo com outras classes, será di- fícil usar
projeções. Mas se você tiver a sorte de uma sala separada, en- tão poderá usar
ocasionalmente projeções luminosas.
94
A projeção capta a atenção, retém o interesse e ajuda a esclarecer as idéias. Antes
de usar um filme ou slides, o professor deve fazer uma introdução do material,
explicar o propósito e salientar aquilo em que os alunos devem prestar atenção. Na
conclusão ele poderá perguntar: "Que aprendemos? Que aplicação teve para a lição
de hoje? Que mudança de vida nos sugere?" Tenha cuidado de que a projeção faça
referência direta ao assunto da lição e de que não tome demasiado tempo do
período da classe.
As projeções luminosas estão cada vez mais em uso. Existe uma grande variedade
disponível que geralmente tem uma duração de dez a doze minutos. Isto lhe dá uma
margem boa de tempo para a discussão, atividades de aprendizagem e aplicação. O
equipamento é relativamente barato e fácil de operar. Há muitos temas - cenários
bíblicos, geografia, história, orientação de crianças e doutrinas bíblicas. Algumas
projeções luminosas são acompanhadas de fitas cassete. Outras vêm apenas com
narração escrita. Aqui no Brasil temos o Centro Educacional Ilustrado, Rua Celavisa
80, Jardim Alvorada - São Paulo, SP - CEP 05890-060. Telefone (011)511-0982. E
temos o centro audiovisual de A Voz da Profecia que têm produzido bons materiais.
Os retroprojetores são bem populares e por boa razão - eles são extremamente
versáteis. As transparências podem ser feitas antecipada- mente. As sobreposições
dão uma dimensão de avanço. Você pode começar com o simples e avançar para o
complexo sobrepondo detalhes sucessivos na transparência inicial. Você pode
também simplesmente desenhar ou escrever à medida que fala. O retroprojetor
também permite encarar o público de frente e manter um bom contato visual - isto
é mais difícil no caso dos quadros-negros e dos porta-folhas. Também pode
projetar na tela citações da Bíblia ou do Espírito de Profecia para reforçar o assunto.
É preciso acautelar-se do demasiado uso mesmo que seja de um bom visual.
Quadros-negros, porta-folhas e retroprojetores podem levar-nos a abusar da
palestra. Combine esses bons materiais com debate e outras atividades de
aprendizagem.
É importante revisar todos os filmes antes de apresentá-los. Isto o ajudará a
encaixar o filme no planejamento da lição. Todo o equipamen- to deve ser montado
e tudo deve estar pronto antes do início da classe para não perder preciosos
minutos. Lembre-se, estes recursos não são só para serem mostrados, mas para
ajudar você a alcançar o alvo do que quer ensinar. Isto explica porque a discussão
após a apresentação do fil- me é muito importante. Faça com que a classe descubra
a relação que o filme tem com a lição e com as mudanças que devem ocorrer em
nossa vida.
95
PERGUNTAS IMPORTANTES SOBRE SEUS RECURSOS VISUAIS
1. O recurso visual reforça a verdade central da lição da Escola Sabatina?
2. Onde e como ele se enquadra no meu plano da lição?
3. Estou usando este recurso visual para realmente ensinar ou simplesmente
para exibi-lo?
4. Este material poderá estorvar o meu propósito principal?
5. Para usar o filme ou projeção luminosa já preparei a introdução para dizer à
classe qual é o meu objetivo e o que observar no filme?
6. Já formulei cuidadosamente as perguntas que serão usadas para o debate
após a projeção?
7. Fiz o exame visual prévio do filme?
8. Já preparei com antecendência todos os meus equipamentos e recursos?
PAGANDO O PREÇO
É preciso estar disposto a pagar o preço em troca de uma aprendizagem eficaz -
buscar e usar recursos visuais apropriados. Reconhecemos que é inconveniente
transportar recursos visuais para a classe de Escola Sabatina, mas seus alunos os
apreciarão se forem bem usados e o aprendizado será intensificado grandemente.
Terminamos este capítulo citando um parágrafo do Dr. Ray C. Sted- man.
"Deus aprecia os recursos visuais. Espalhou-os por toda a Terra e pen- durou-os
pelo Céu. Jesus usou profusamente os recursos visuais de Deus para fazer entender
a verdade espiritual. 'Considerai como crescem os lí- rios do campo'; 'é mais fácil
passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de
Deus'; 'nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem'; 'vós
sois o sal da terra'; etc. É mui- to provável que todo o mundo natural foi feito para
ilustrar no âmbito fí- sico e visível o que está ocorrendo o tempo todo na esfera
espiritual e in- visível." - Dr. Ray C. Stedman, Authentic Christianity, pág. 52.
96

COLOCANDO A TEORIA EM PRÁTICA

ALVO: Aprender a usar o método da palestra combinado com recur- sos visuais
e outros métodos.

PREPARAÇÃO:
1. Revise este capítulo se necessário.
2. Estude toda a lição da Escola Sabatina.
3. Usando a folha do planejamento da lição, inclua o seguinte:
a. Identifique e escreva a verdade central.
b. Faça uma lista das necessidades individuais dos alunos.
c. Escreva o seu alvo de ensino.
d. Planeje algo para conseguir uma atmosfera de aprendizagem
criando confiança e camaradagem.
e. Planeje algo para captar a atenção como parte de sua introdução.

TÉCNICAS: Prepare um esboço de uma breve palestra - não mais de 15 minutos


- e discuta os pontos principais da lição. Durante os 20 minutos finais, use
outro método. Veja no capítulo sete as atividades de aprendizagem que podem
ser combinadas com a palestra. Os últimos cinco minutos devem ser usados na
aplicação da lição. Use um recurso visual na sua palestra. Anuncie à classe o
plano que você tem para o estudo.

AVALIAÇÃO: Avalie a técnica ao final da lição.


FOLHA DE PLANEJAMENTO DA LIÇÃO
Nº da lição Titulo:

• Verdade central da lição:

• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)

• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)

• Atmosfera de atenção e aprendizagem: (Utilizar um recurso visual, uma história


ou atividade interessante que possa captar imediatamente a atenção e conduzir
naturalmente para o estudo da Bíblia.)

• Pesquisando a Palavra: (Usar atividades que colocarão os alunos dian- te de um


problema a resolver ou a fazer descobertas na Bíblia. Analisar os versículos
importantes - Acentuar os pontos-chaves.)

• Aplicação: (Selecionar uma atividade, relacionada com o alvo, que ajudará os


alunos a descobrir as implicações das verdades na sua vida e levá-los a agir.)
CAPITULO 10

ILUSTRAÇÕES
E HISTÓRIAS
Se você quer reter a atenção com palavras, então você tem que pin- tar quadros com
palavras ou contar histórias. Jesus era mestre nes- ta arte. A parábola do filho
pródigo é julgada por muitos críticos literários como a maior história abreviada do
mundo. Suas histórias são modelos de simplicidade, clareza e franqueza. Suas
perguntas, analogias e metáforas prendiam a atenção até mesmo dos ouvintes
antipáticos e desinteressados. O uso que fazia do suspense, da surpresa, do
contraste,
e Suas poucas palavras e apelo à imaginação eram supremos! Jesus usava
constantemente este método de ensino. "E sem parábola nada lhes dizia". S. Mateus
13:34. Uma parábola é um tipo, figura, símbolo ou ilustração. Significa literalmente
algo posto lado a lado para comparação.
"A palavra inglesa 'parábola' indica um artifício literário em que uma curta narrativa,
fictícia ou verdadeira, ilustra uma verdade moral ou espiritual.... Para Jesus a
parábola era uma ponte pela qual conduzia os ouvintes por um trilho familiar e
prazenteiro, do lugar onde estavam para onde queria que estivessem, do conhecido
para o desconhecido, de fatos concretos para verdades abstratas, do visível para o
invisível, do terrestre para o celestial. Era uma janela pela qual convidava os
ouvintes a olhar as cenas da verdade celestial. Por Suas parábolas Jesus atraía a
atenção dos homens, despertava seus interesses e estimulava a inquirição."-
Seventh Day Adventist Bible Dictionary, pág. 810. Estima-se que um quarto de todas
as palavras de Jesus relatadas por Marcos e aproximadamente a metade das
relatadas por Lucas eram pará- bolas, ilustrações ou histórias curtas. O grande
conjunto de Suas ilustra- ções indicam a qualidade e a amplitude da extensão de
Seu pensamento.
POR QUE CONTAR HISTÓRIAS NA ESCOLA SABATINA?
É óbvio que se o professor de Escola Sabatina deseja ensinar como Jesus ensinou,
terá que dominar a arte de contar histórias e usar ilustra- ções. Somos instruídos
que "Ele não poderia haver usado método de en- sino mais eficaz".- Parábolas de
Jesus, pág. 21.
Jesus gostava de contar histórias. "Ele Se deleitava em tirar os ensi- nos espirituais
do ambiente da vida diária. As aves do céu, os lírios do campo, o semeador e a
semente, o pastor e as ovelhas - tais eram as coisas com que Cristo ilustrava a
verdade imortal."- Obreiros Evangélicos, pág. 408.
99
Ilustrações e histórias captam e retêm a atenção, e atenção é a primeira lei da
aprendizagem. Quando um pregador começa uma história, as crianças se
endireitam no assento e ouvem - todos se identificam numa história. Nela nós nos
vemos em ação. As histórias atingem até as nossas emoções e agitam nossos
sentimentos mais profundos.
As histórias também mudam o pensamento. Uma das características de uma
parábola é a de que ela nem sempre é explícita. Muitas das lições ensinadas por
Jesus eram veladas. Até os discípulos ficavam muitas vezes confundidos quanto a
seu sentido. "Deixando a multidão, os Seus discípulos O interrogaram acerca da
parábola." S. Marcos 7:17.
Você se lembra da declaração de Piaget de que quando você conta algo a uma
criança, ela o esquecerá, mas se você permite que ela descubra, então recordará pelo
resto da vida. É por isto que Jesus não colocava toda a verdade na superfície. Ele nos
permite cavar para fazermos descobertas.
Ilustrações e histórias ajudam a memória. Qual é a parte do sermão que você mais
lembra? Não são as histórias e as ilustrações? Elas nos ajudam a recordar as
Escrituras e os esboços das lições.
TIPOS DE HISTÓRIAS E QUANDO USÁ-LAS
As histórias não são um fim em si mesmas; elas devem ser usadas como meios para
chegar a um fim. Uma boa história é um artifício para ressaltar determinado ponto.
A melhor história é aquela que reforça o ponto-chave da lição. Cuidado para que a
história não seja usada para ressaltar um ponto que não é inerente a ela.
Algo na lição pode fazê-lo lembrar de uma história. Resista à tentação de contá-la, a
menos que esteja integralmente relacionada com a lição. Mantenha-se dentro do
plano da lição. Isto ajudará a manter a coerência.
Jesus adaptava as parábolas às necessidades de Seus ouvintes. Quando falava a
agricultores mencionava sementes; quando a pastores, falava de ovelhas. "Jesus
procurava um caminho para cada coração.... Despertava-lhes o interesse pelos
quadros tirados do ambiente de sua vida diária." - Parábolas de Jesus, pág. 21. É
extremamente importante que
você conheça seus alunos - suas vocações, interesses e passatempos. A idade
também tem muito a ver com o interesse. Se o professor tem Deus já pensou." Sua
vocação, seja qual for, pode ser uma grande instrutora de verdades.
Procure ilustrações no trabalho. Os motoristas de caminhão podem encontrar
muitas lições ao meditar nas estradas da vida. Na medicina, na agricultura, na
construção, no comércio, no ensino; ilustrações, às centenas, estão ao nosso alcance.
Peça a Deus para abrir os seus olhos para que as possa ver.
100
O falecido doutor Charles Weniger aconselhava os estudantes a buscar experiências
enriquecedoras. Sugeria visitar um parque nacional, um tribunal, uma prisão, o
legislativo de um Estado. Vá a um concerto, ouça um famoso pregador, inspecione
uma represa, percorra um museu. Familiarize-se com alguém de outra raça, cultura
ou ocupação.
Acontecimentos correntes sempre são interessantes. Jesus freqüentemente fazia
referências a acontecimentos recentes - como a torre de Siloé que caiu sobre 18
pessoas, o bom samaritano, e aqueles que Pilatos matou, misturando com os
sacrifícios que ofereciam o sangue deles. Ao ler os jornais você descobrirá muitas
histórias e ilustrações.
As conquistas, erros e vitórias de outros têm muito a nos ensinar. As histórias de
nossos pioneiros são uma fonte extraordinária de inspiração. A Bíblia contém
histórias que nos mostram como Deus atuou no passado e que nos inspiram a fé
diante do futuro.
A mais fecunda fonte de histórias e ilustrações é a nossa própria experiência. As
pequenas coisas - os acontecimentos do dia-a-dia - são a mais rica fonte a nossa
disposição. Exemplos: "Terça-feira última, por alguma razão, me senti opresso e
deprimido. Não via como sacudir de mim os sentimentos. Na hora do almoço decidi
fazer uma caminhada. Ali, de pé na esquina esperando abrir a luz verde para
atravessar, estava um me- nino cego com seu cachorro-guia. Falei com ele
enquanto caminhávamos. Ele estava cheio de ânimo e otimismo. Meu encontro com
o alegre rapazinho cego e seu cão mudaram a corrente de meus pensamentos e me
realizaram naquele dia."
Conte como Deus o ajuda no decorrer do dia. "Existe um vendedor muito persistente
que costuma vir ao meu escritório, Bem, na realidade ele é mais do que persistente
- às vezes chega a ser antipático. Além disso, eu não gosto de vendedores
persistentes. Numa determinada manhã ao ele entrar no meu escritório, cochichei
uma oração. 'Senhor, ajuda- me a tratar bem este homem.' Na conversa perguntei-
lhe sobre sua família. Foi um encontro bem amistoso. Ao conhecê-lo melhor, meus
sentimentos para com ele mudaram completamente."
Conte suas alegrias e tristezas. Conte seus fracassos também. "Sábado passado à
noite perdi o controle. Um dos meus adolescentes aprontou outra vez! Na manhã
seguinte eu pedi perdão. Abraçamo-nos e houve uma doce comunhão entre nós."
São ilustrações como estas, do dia-a-dia, que exercem o maior impacto e alcançam
as cordas do coração. Fatos humorísticos, tolices, tragédias, derrotas, vitórias - tudo
isto compõe o calidoscópio da vida. No meio disto tudo Deus nos está ensinando.
Por que não passar para a classe estas lições no sábado pela manhã?
101
Numa certa noite, antes de ir dormir, medite nos eventos do dia. Ao rever as cenas
pense onde interveio Deus. Ao examinar a vida e meditar no amor e na graça de
Deus, sua percepção de Deus aumentará, levá-lo- á para mais perto dEle e Ele o
tornará um melhor professor. Algumas pessoas escrevem um diário. Isso também
pode servir de grande ajuda espiritual bem como de rica fonte de ilustrações.
Ser aberto, ou mesmo vulnerável, revela genuinidade. Os escritores da Bíblia eram
bem abertos. Paulo disse na carta aos Romanos: "Porque eu sei que em mim... não
habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.
Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço." Rom. 7:18
e 19. Ouça Davi: "Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; ... Pois eu
invejava os ar- rogantes, ao ver a prosperidade dos perversos." Salmo 73:2 e 3.
Esses homens tinham segurança emocional para abrir sua vida e partilhar conosco
seus mais profundos pensamentos e sentimentos e até mesmo seus fracassos. O
professor que for capaz de fazer isto-com bom gosto naturalmente - sempre atrairá
a atenção e conservará o interesse.
COMO ARQUIVAR HISTÓRIAS
Muitos professores e oradores públicos têm um arquivo de ilustrações e histórias.
Sempre que você ouvir uma história ou seus olhos detecta- rem uma boa ilustração,
escreva-as num cartão de arquivo 10 x 15 cm.
No canto esquerdo em cima ponha o assunto. A fonte é anotada no can- to direito do
cartão. Arquive os cartões por assunto em ordem alfabética. Uma referência
a outros cartões aumentará ainda mais a utilidade. Muitas histórias, poesias, etc.,
podem ser usadas para ilustrar mais de um assunto.
CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA HISTÓRIA
Note as seguintes características de uma história:
1. As histórias devem ser verídicas, tiradas da vida real e relacionadas
com a lição. Uma história do assalto a um banco publicada em jornal não é tão
relevante a uma classe de Escola Sabatina como a história de um adventista
que vendeu um carro usado sem contar ao comprador que este tinha um
defeito no câmbio.
2. É essencial que a história seja absolutamente clara. Os personagens, a ação e
o conflito devem estar perfeitamente claros em sua mente. Se assim não for,
os ouvintes não a entenderão.
3. Selecione histórias recentes. Histórias batidas não manterão o interesse dos
ouvintes. É melhor omitir do que contar histórias surradas.
102
4. A história deve ser breve e ao ponto. As histórias que Jesus conta- va eram
exemplos de concisão. Note a economia de palavras na história do filho
pródigo, do rico insensato e do bom pastor.
5. As histórias devem ser exatas. Não enfeite histórias verdadeiras para torná-
las mais interessantes - a menos que você informe os ouvin- tes. É totalmente
admissível criar histórias com o fim específico de ensi- nar uma lição desde
que os alunos saibam disso. O professor começa a história dizendo:
"Suponhamos que vocês vão à cidade e ..."
6. Toda história necessita de uma introdução que capte a atenção. As crianças
gostam do "certa vez..." Jesus começou uma história com "Um certo homem...";
ou, "Um homem tinha dois filhos..."; ou, "Qual o homem que tendo cem ovelhas
..." Lembre-se, você ganha ou perde nos primeiros 30 segundos.
COMO CONTAR A HISTÓRIA
Por que é que uma pessoa conta uma história e todos se interessam, enquanto que
outra usando a mesma história, os mesmos fatos, até as mesmas palavras, fracassa?
Contar histórias é uma arte. É preciso habilidade. Mas cada um pode desenvolver
esta habilidade se estiver disposto a pagar o preço. Aqui estão algumas sugestões
para contar histórias.
1. Conheça bem a história. Não leia a história. Memorize só as idéias gerais -
não palavra por palavra. Leia-a tantas vezes até que os fatos estejam claros em
sua mente.
2. Feche os olhos e visualize a história - veja imaginariamente os personagens,
as ações. Só quando você vê a história claramente é que consegue fazer com
que outros a vejam.
3. Ponha em sua devida ordem a seqüência dos acontecimentos. Isto é
importante. A sequência é vital na arte de contar histórias.
4. Conheça tanto quanto possível os antecedentes da história. O conhecimento
dos fatos políticos, sociais e históricos que cercam a história - especialmente
histórias bíblicas - ajuda imensamente.
5. Sinta a história. Viva a história ao contá-la. Veja-a claramente. Experimente-
a. Conte-a como você a sente e como você a vé. Descreva detalhes como você
os visualiza. Use imaginação criativa e santificada. Desapareça na história. 6.
Não tema a dramatização da história. Aqueles que ouviram Eric B. Hare,
Josephine Edwards, ou Alice Princess contar histórias, viveram as histórias
com eles. Não tema seus sentimentos - de bom gosto é claro. Lembre-se, você
está comunicando a vida tal como é. As vezes você pode cochichar, de outras
falar bem alto.
7. O uso da pausa pode ser muito eficaz.
8. Um breve diálogo com um personagem imaginário às vezes dá mais vida.
103
APLICAÇÃO
A história como método de ensino deve despertar o ouvinte para a ação. Ethyle
Barrett diz que a história deve chegar no ponto o mais rápido possível como se
fosse a notícia mais excitante do mundo. Ajude o ouvinte a aplicar a verdade
pessoalmente. É melhor entrelaçar a lição na história do que acrescentá-la de modo
isolado. O contato visual é importante. Olhe diretamente nos olhos de diferentes
pessoas no auditório. Mantenha o contato visual de começo a fim. Jesus era um
mestre no suspense e no clímax. A história das ovelhas e dos bodes, do bom
samaritano e dos talentos, todas caminhavam para um clímax. Leia as histórias que
Jesus contou. Analise-as. Você observa conflito, suspense e clímax. Jesus sempre
terminava as histórias repentinamente. Não ficava rodeando. Deixava para os
ouvintes a descoberta das implicações, o identificar-se com a história e fazer a
aplicação.
Qualquer um pode tornar-se mais apto a contar histórias. Ouça bons contadores de
histórias. Analise as histórias. Busque determinar o por- quê de sua eficácia. Ensaie
as histórias a sós, enquanto vai para o trabalho ou lava os pratos. Não receie a sua
própria voz e não desista. Assim como aprender a jogar futebol, tocar violão ou
qualquer outro instrumento musical, é preciso paciência, prática e determinação.
Lembre-se, todo propósito é comunicação- queremos comunicar as boas novas de
Deus. Como é Deus? Pode-se confiar nEle? Use cada história para comunicar algum
fato a respeito do caráter de Deus. Este era o propósito de Cristo e é também o
nosso propósito. "Que bênção não seria se todos ensinassem como Jesus o fazia." -
Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 182.
104

COLOCANDO A TEORIA EM PRÁTICA

ALVO: Aprender como identificar e escrever o alvo do ensino.

PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo tanto quanto necessário.
2. Estudar a lição da Escola Sabatina minuciosamente.
3. Usando o formulário de planejamento, fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.

TÉCNICAS: Determinar a qual das três áreas de aprendizado sua lição melhor se
adaptar:
conhecimento (informação factual)
sentimento (atitudes)
conduta (comportamento)

Baseado nas necessidades de seus alunos e na natureza da lição, escreva seu


alvo de ensino: "Como resultado desta lição desejo que meus alunos (selecione
uma):
- saibam:
- sintam:
- respondam atitudinalmente:
Siga os critérios do subtítulo "Escreva seu Alvo", página 36. Escreva seu alvo
no formulário de planejamento.

AVALIAÇÃO: Avalie o processo ao final da lição em classe.


FOLHA DE PLANEJAMENTO DA LIÇÃO
Nº da lição Titulo:

• Verdade central da lição:

• Necessidades vitais de meus alunos: (Uma breve lista de necessidades que esta
lição pode atender.)

• Alvo da lição: (Uma curta declaração do Alvo para o qual o professor deseja
direcionar as atividades e o debate na classe.)

• Atmosfera de atenção e aprendizagem: (Utilizar um recurso visual, uma história


ou atividade interessante que possa captar imediatamente a atenção e conduzir
naturalmente para o estudo da Bíblia.)

• Pesquisando a Palavra: (Usar atividades que colocarão os alunos dian- te de um


problema a resolver ou a fazer descobertas na Bíblia. Analisar os versículos
importantes - Acentuar os pontos-chaves.)

• Aplicação: (Selecionar uma atividade, relacionada com o alvo, que ajudará os


alunos a descobrir as implicações das verdades na sua vida e levá-los a agir.)
CAPITULO 11
TRANSFERINDO A
VERDADE PARA A VIDA
Nikita Khrushchev foi criado como pastor de ovelhas em Kursk, província central da
Rússia. Teve pouca educação formal, exceto alguma educação religiosa na Igreja
Ortodoxa Russa. É dito que ele memorizou os quatro evangelhos completos e os
repetia sem parar diante do vigário. Por este feito ganhou um pacote de caramelos
e, em seguida, fugiu da igreja, pulou a cerca para chegar ao campo e comer seus
caramelos. Mas nunca se tornou um cristão.
Necessita-se mais que conhecer fatos da Bíblia para se alcançar mudança de vida. É
por isto que seu maior desafio, como professor da Es- cola Sabatina, é ajudar alunos
a transferirem a Verdade para suas vidas. O propósito da Escola Sabatina não é
somente transmitir informações da Bíblia; é ajudar o estudante a interiorizar a
verdade bíblica.
A Verdade deve ser algo utilizável. Deve resultar em mudança prática na vida.
Vejamos novamente a passagem vital de Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág.
37: "Mera compreensão intelectual da Palavra de Deus não será suficiente para
influenciar os hábitos da vida, pois a vida é regulada pelas condições do coração.
Depois de os professores da Es- cola Sabatina terem ensinado as lições da revelação
externa, apenas iniciaram seu trabalho e não devem cessar os esforços antes de
obter evidências de que os preceitos do Céu não só foram aceitos pelo entendi-
mento do aluno, mas gravados no coração."
É por este motivo que muitos, semana após semana, retornam às nossas classes
sem aparentemente ter mudado seus pensamentos, atitudes ou hábitos. Muitos
parecem ter assumido que "conhecer é fazer". Alguns sentem aparentemente que a
verdade religiosa é como bela peça de museu: para ser admirada e entesourada no
sábado e posta novamente detrás de brilhante vidro até o próximo sábado. Domingo
de manhã "as coisas voltam como eram" com as mesmas frustrações,
irritabilidades, suspeitas e hostilidades. Há um grande abismo entre a verdade
espiritual e a vida prática.
As verdades bíblicas são práticas e funcionam. Há poder suficiente no evangelho
para alcançar as profundas misérias do coração humano e levá-lo a uma mudança
duradoura. O evangelho é o "poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê".
Como professor da Escola Sabatina, sua tarefa mais desafiante é crer nisto você
mesmo e ajudar seus alunos a crerem também. Diariamente os membros da sua
classe enfrentam poderosas tentações; são colocados diante de conflitos,
competições e frustrações. Temos de algum modo que ensinar, sob o poder do
Espírito Santo, de tal modo que nossos alunos interiorizem os fatos e transfiram a
verdade para sua vida.
107
Jesus veio a este mundo como instrumento de Deus para a mudança. Vemos isto em
Sua visita a Nicodemos. Jesus tratou com este líder intelectual no ponto de sua
maior necessidade - a mudança do coração: "Na verdade, na verdade te digo que
aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus." S. João 3:3.
Há muitas pessoas que, como Nicodemos, gostam do diálogo religioso- mas a
menos que a verdade seja trasladada para a vida, não há significado. Pedro
necessitou desta mesma transferência da verdade à vida. Jesus lhe disse: "Quando
te converteres, confirma a teus irmãos." Lucas 22:32. Nossa tarefa principal é
cooperar para que esta mudança ocorra na vida de nossos estudantes.
O MINISTÉRIO DA MUDANÇA
Vejamos algumas razões básicas para mudar e o método de Deus para a mudança:
1. Um Deus pessoal e infinito criou um ser pessoal, Adão. Ele não era um ente
programado, mas livre para servir ou não a Deus.
2. Usando sua liberdade, Adão escolheu rebelar-se contra Deus, separar-se dEle
e pecar. Sua natureza tornou-se falha e sua queda afetou a todos os homens,
ao mundo e ao Universo. Sua natureza tornou-se débil e como pecador estava
contra os propósitos de Deus.
3. Mas a humanidade é de supremo valor para Deus. Por que sua natureza é
amor, Deus respondeu com uma ação chamada graça. A Deidade não podia
descansar enquanto o homem estava perdido e sob o poder de Satanás. Foi
posto em atividade um plano preparado desde a fundação do mundo - um
plano de redenção e de educação.
4. Jesus veio ao mundo como homem - totalmente Deus, totalmente homem.
Viveu sem pecado, provendo um modelo perfeito e lá na cruz morreu em lugar
do homem - como oferta perfeita por nossos pecados.
5. O homem só pode ser salvo aceitando o expiatório sacrifício de Cristo. Deve
levantar as mãos vazias e aceitar a dádiva de Deus somente pela fé. Por meio
do poder criador do Espírito, os homens se tornam novas criaturas. Quando o
homem faz esta escolha ele é declarado e tido como justificado.
6. Se é dada permissão a Deus, Ele levará a cabo Seu propósito redentor em
cada vida, por meio do processo de santificação, até que o homem seja
inteiramente restaurado de seu lugar perdido na eterna ordem de Deus. À
medida que o homem coopera com Deus, a Verdade de Sua Palavra e o poder
do Espírito o transformarão à semelhança de Cristo.
É no contexto acima que devemos visualizar a mudança pela educação cristã. Temos
definido aprendizagem como mudança. Nós, como professores da Escola Sabatina,
somos agentes de mudança por Cristo. "No mais alto sentido, a obra da educação e
da redenção são uma." Educação, pág. 30.
108
Deus como Educador e Redentor nos tem confiado a grande tarefa de ajudar as
pessoas não somente a conhecer, mas experimentar a verdade como é em Jesus. A
colocação da Verdade na vida é chamada transferência ou conduta em resposta. Para
o educador secular, a transferência significa mudança de conduta. Nós procuramos
uma aprendizagem que resulta além da conduta - a que alcança o coração e a
mudança de caráter. A teoria religiosa que afeta somente a conduta ética não tem
sido transferida ao coração. Nosso objetivo é mais que aprender e decorar fatos
bíblicos ou ainda uma mudança de atitude - é a mudança do coração.
"A vida cristã não é uma modificação ou melhoramento da antiga, mas uma
transformação da natureza. Tem lugar a morte do eu e do pecado, e uma vida toda
nova. Essa mudança só se pode efetuar mediante a eficaz operação do Espírito
Santo." - O Desejado de Todas as Nações, pág. 172.
OS PERIGOS QUE ENFRENTAMOS
O Dr. Findley Edge descreve dois perigos que enfrentamos na educação religiosa. O
primeiro é a verbalização da verdade. As pessoas tendem a igualar as palavras da
experiência religiosa com a experiência. O professor usa palavras para descrever a
experiência espiritual. A classe discute a experiência. Desde criança temos ouvido
sobre experiências religiosas. Falar sobre isto, descrever isto e analisar isto têm-se
tornado um substituto da própria experiência. O Dr. Edge disse: "Aprender as
palavras que descrevem uma experiência religiosa não é o mesmo que ter a
experiência religiosa.... É relativamente fácil levar as pessoas a se familiarizarem
com as palavras que descrevem a experiência religiosa. É muito mais difícil levá-los
ao encontro de Deus, onde aprenderão o espírito da religião por experiência."
Outro perigo, de acordo com o Dr. Edge, é a catarse emocional que algumas pessoas
experimentam com o estudo da Palavra. Eles vêm, sentam, ouvem e respondem.
Concordam de coração com tudo que é dito. Mas só até aí. Nada realmente acontece,
assim para que entusiasmar-se? Religião é algo sobre o qual se fala, mas não
produz nenhuma mudança no comportamento ou no estilo de vida.
Freqüentemente estas pessoas dirão ao professor da Escola Sabatina: "Estudamos
uma maravilhosa lição. Alegrou-me ter recebido uma mexida, pois, necessitamos
ser sacudidos; necessitamos do testemunho direto!" E assim as pessoas retornam
semana após semana para serem sacudidas, ter seus sentimentos provocados, mas
nenhuma mudança real em suas atitudes ou comportamento ocorre. Continuam com
atitudes anticristãs; permanecem sendo petulantes e mundanos. O problema é que
não há projeção da verdade para a vida; não interiorizam a Palavra. Não há "terreno
profundo", não há azeite.
109
O QUE PODEMOS FAZER?
Enfrentemos os fatos. Os professores da Escola Sabatina não podem mudar
corações; esta é tarefa do Espírito Santo. Alguns professores da Escola Sabatina
acham que seu trabalho é passar a lição, ensinar a Palavra e então deixar que o
Espírito Santo faça o resto. O que você acha que aconteceria se o agricultor
dissesse: "A semente é de Deus, o solo é de Deus; assim espalharei algumas
sementes e deixarei que Deus faça o resto." Certamente tal agricultor logo estaria
fora do negócio.
Um agricultor que deseja obter uma colheita preparará cuidadosa- mente o terreno,
semeará na época certa, cultivará, adubará e regará. Dependerá então de Deus
quanto ao sol e à chuva. Ele pode fazer mais que passar a lição! Há muitas técnicas
que ele pode seguir em cooperação com o Espírito Santo para transferir a
aprendizagem para a vida. Repetimos uma importante citação: "Elaborem os
[professores] planos para fazer aplicação prática da lição."- Conselhos Sobre a
Escola Sabatina, pág. 113.
Pretendemos muito se esperamos que o aluno escolha algo do conteúdo da lição da
última semana e faça a aplicação a uma situação de sua vida na semana posterior.
Sem preparação o aluno não verá a relação de uma determinada passagem para a
sua vida. Muitos professores falham em ajudar seus alunos a verem esta relação.
Eles apresentam a lição ou parte dela e então em uma ou duas frases martelam uma
aplicação ou apelo: "Vimos então por nossa lição de hoje que estamos vivendo nos
últimos dias. Façamos planos para estarmos preparados para a volta de Cristo e
ajudemos outros a estarem preparados. Estudemos mais nossa Bíblia e oremos
mais." Este tipo de aplicação amiúde ouvido na Escola Sabatina é extremamente
fraco.
COMO AJUDAR O ALUNO A APLICAR A VERDADE
Em seguida apresentamos algumas sugestões que podem ajudar o aluno a fazer as
aplicações:
1. Devemos guiar nossos alunos à Palavra para que busquem as res- postas aos
problemas da vida. "Os princípios da verdade gravados no coração, regra sobre
regra, mandamento sobre mandamento, produzirão corretas ações."-
Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 68. Busquemos as páginas da Bíblia e
levemos nossa classe a pesquisar a Palavra. Esteja certo que seus alunos
compreenderam as verdades bíblicas. Faça perguntas. Procure saber onde se
encontra o aluno e qual a sua com- preensão. Evite discussões filosóficas de
temas irrelevantes.
110
2. Conte a "velha, velha história" em termos contemporâneos. Use situações da
vida diária que todos possam com ela identificar-se e compreendê-la. Mostre
como a Bíblia responde às questões que as pessoas apresentam e como tem
solução para problemas pessoais. Torne o evangelho relevante para o hoje.
Esta é a maneira como Jesus ensinou. Ele falou acerca da mulher que havia
perdido sua moeda de casamento, sobre impostos, sobre ovelhas e sobre
colheitas. Estabeleceu relações espirituais com o mercado, o lar, o casamento e
as crianças. Se desejamos que as pessoas tenham coração acessível à verdade,
devemos mostrar que ela (a verdade) dá significado à vida de cada dia.
3. Ilustrações e generalizações são ajudas valiosas à aplicação. Mas você não
deve esperar muito. Digamos que você tenha um filho de cinco anos que
insiste em empurrar o carrinho dele da casa até a rua. Então você resolve
contar à criança a história de outra criança que gostava de empurrar o carrinho
da porta da casa até a rua: "Seu papai lhe pediu que não brincasse na rua, mas
ele desobedeceu. Finalmente o papai escondeu o carrinho durante uma
semana. Quando Joãozinho recebeu seu carrinho de volta, o pai o advertiu: 'Não
brinque na rua.' Mas Joãozinho logo esqueceu a advertência e voltou a brincar
na rua. Um caminhão surgiu na esquina. O motorista não viu o menino nem o
seu carrinho. Joãozinho ficou gravemente ferido; a ambulância o levou ao
hospital. Desta vez Joãozinho aprendeu a lição. Após se recuperar nunca mais
brincou com o carrinho na rua."
A história causa profunda impressão em seu filho e este não volta a brincar na rua.
Mas ao visitar o avô, a criança volta a levar o carrinho para a rua. E você indaga se
ele esqueceu a lição: "Oh! não papai, mas esta não é a nossa rua."
A aplicação de sua história se baseia no princípio da "transferência por elementos
idênticos". Esta era uma casa diferente e uma rua diferente. Duas situações não são
idênticas. Crianças e muitos adultos têm dificuldade em fazer a transferência. O
princípio de sua história pode ser o mesmo, as ilustrações podem ser boas, mas a
história que você contou pode não ser similar o suficiente com a experiência do Sr.
Rodrigo, de modo que ele faça a relação da história com sua própria vida. Por isto
sabemos que as ilustrações e generalizações não alcançam a todos. Cada pessoa
deve relacionar a verdade à sua própria vida. Cada um tem sua individualidade com
diferentes debilidades e necessidades. Aplicação é um assunto pessoal.
COMO AJUDAR O ALUNO A APLICAR A VERDADE
Se você espera que ocorra mudanças de atitudes e de pensamentos da parte de
membros de sua classe, você deveria concentrar seus esforços em produzir estas
mudanças. O enfoque do professor deve colorir toda a preparação da lição. Cada
lição merece um plano e cada plano de lição deveria incluir a etapa da aplicação.
111
Você deveria se perguntar: "Que mudança eu gostaria de ver meus alunos fazerem
esta semana como resultado desta lição?" Talvez algo devesse mudar em seu estilo
de vida, ou ao pensar em João e seu en- foque cristão da questão racial- você pode
ensinar de modo a ajudar João a escolher mudar de atitude. Marta está sempre
preocupada, per- turbada. Você pode dizer: Ensinarei esta lição de modo que possa
ajudá- la a expulsar seus temores e a confiar realmente em Deus. Isto é o que
queremos dizer em focalizar a mudança.
EXPERIÊNCIAS SIMULADAS
Provavelmente o método mais eficaz para ajudar o aluno a transferir a verdade para
a vida é aquele em que o professor lidera os alunos através de experiências
simuladas de aplicação. Pilotos de aviões têm a maior parte do treinamento em
situações simuladas. Sentem todas as sensações de um voo em jatos modernos. São
capazes de se sentirem num Boeing 747, sua decolagem e aterrissagem, tudo por
meio de equipamentos de simulação.
Como podemos simular situações de vida? Usando questões tais como: "O que você
faria se fosse...?" Coloque uma determinada situação e então leve a classe a aplicar
as Escrituras. Ou "como você aplica- ria Mateus 5:23 nesta situação?" Neste tipo de
ensino o professor leva a classe a aplicar as Escrituras a situações hipotéticas. Cada
aluno participa intelectual e emocionalmente ao fazer decisões simuladas.
A discussão de possibilidades de aplicações estimula diferentes idéias. Uma idéia
leva à outra. Na medida em que a classe usa a Bíblia para pensar e explorar, o
Espírito Santo ilumina e traz convicção. John Sisemore diz: "Ao guiar o professor os
membros em experiências de aplicação deveria (1) fazer perguntas que provam; (2)
confrontar a classe com alternativas; (3) conduzir a situações reais ou imaginárias
que requeiram aplicação da verdade; (4) focalizar a atenção em atitudes e atividades
sob a inspiração cristã. (5) permitir aos membros expressarem suas dúvidas,
surpresas, ceticismo e curiosidade sobre os pontos de aplicação; e (6) ajudar os
membros a interpretarem suas próprias experiências."2
O Dr. Sisemore disse que um dos maiores problemas na aplicação da verdade é o
excessivo verbalismo por parte do professor. O muito falar leva os alunos a
receberem a verdade sem aplicá-la à vida. Sugere que se permita tempo para
pensar, meditar e ponderar. As exortações deveriam ser evita- das. Relembre-se as
declarações de Ellen White aos membros da Escola Sabatina: "Devem levar a classe
a dizer o que sabe. Então, com umas poucas observações ou ilustrações claras e
breves, deve o professor gravar-lhes na mente a lição."- Conselhos Sobre a Escola
Sabatina págs. 115 e 116.
112
Um quadro-negro ou um álbum ilustrado (flip chart) são de grande ajuda à etapa da
aplicação. Se você está ensinando uma lição sobre per- dão, deve pedir aos alunos
que sugiram situações onde o perdão é especialmente difícil para eles. Você pode
provocá-los, compartilhando algumas situações onde o perdão é difícil para você:
1. Quando outros me ignoram.
2. Quando me dizem mentiras.
3. Quando alguém não cumpre um compromisso e me deixa esperando.
Muitas pessoas não identificariam situações onde o perdão é difícil a menos que o
professor realmente o provocasse. Mas com habilidade e perguntas persistentes, a
classe pode participar ativamente na busca de aplicações. Este exercício ajudará,
mais que qualquer outro método, para que o aluno veja as relações da verdade com
a sua própria vida.
O debate em classe ajudará cada um a estar mais sensível à verdade ao ver como
esta se relaciona com a vida. Assisti a uma classe quando ao final da discussão uma
irmã disse: "Então eu estava equivocada quando na última semana disse..." Os
membros da classe haviam lhe dado apoio e oferecido as sugestões. Todos se
envolveram; a classe por consenso e amor dera- lhe o apoio e a orientação que
necessitava ao aplicar a verdade biblica.
Este "grupo de vida" guiado por Deus é um poderoso agente para ajudar os
membros a aplicarem as Escrituras. A atitude do professor é básica em todo o
processo. Deve tratar seus alunos como iguais na pesquisa mútua da verdade.
O PRINCÍPIO DA AUTO-APLICAÇÃO CONDUZIDA
GENERALIZAÇÃO APLICAÇÕES DIVERSAS
EXAME DE AREA SENSIVEL DECISÃO PESSOAL
Digamos que você compartilhou uma situação onde o perdão era diffcil para você.
Outros membros compartilharam também seus problemas em perdoar. Por
exemplo: Carolina, em confiança, conta seus problemas para a classe: "Não consigo
perdoar aqueles que me ignoram e me me- nosprezam." A classe participa dando
apoio. Joana pergunta à Carolina: "Não foi Jesus também ignorado e desprezado?
Como Jesus agiu nestas situações?" Carolina diz: "Ele provavelmente pediu a Seu
Pai que per- doasse aos que O haviam ignorado. Então devo fazer o mesmo."
Ao usar o processo de auto-aplicação conduzida, que conta com o apoio amoroso da
classe, você será capaz de criar situações onde o alu- no faça as aplicações. O
princípio é: Nós devemos perdoar como Jesus o fez. Então vá ao segundo passo:
"Aplicações diversas." Carolina com- partilhou seu problema. A classe a ajudou a
considerar seu problema e a encontrar a solução de Jesus. Ela escolheu aplicar um
princípio bíblico-e orar pelos que a perseguem como Jesus fez.
113
Novamente enfatizamos a importância de se criar uma atmosfera de confiança. A
discussão citada não seria possível a menos que os membros da classe se
conheçam o suficiente para amar e demonstrar confiança uns pelos outros. Os
alunos devem se sentir bem uns com os outros.
RESPOSTA EM GRUPO
A resposta numa classe de Escola Sabatina nem sempre poderá ser individual. Estas
atividades podem ser corporativas também. Às vezes também o assunto pode
prestar-se a resposta em grupo. A discussão da lição da Escola Sabatina pode
propiciar a consideração de uma ação como apropriada.
No caso de uma lição sobre o bom samaritano, o professor poderia di- recionar a
classe a sugerir a seguinte aplicação prática da verdade cen- tral do texto: cada
pessoa necessitada é nosso próximo. O mesmo processo de auto-aplicação dirigida
pode ser usado: (1) Declarar o principio: cada pessoa necessitada é nosso
próximo. (2) Aplicações diversas: fazer uma lista de coisas que como grupo
podemos fazer. (3) Discussão de áreas sensíveis: Raça, conveniência, etc. (4)
Vem então a decisão do grupo de agir. Direcione a classe a concentrar-se em uma
ação. Não tente alcançar muitas coisas. Seja prático e simples. Dentre várias
alternativas a classe escolhe uma ação. A ação deve ser algo imediato e alcançável.
Um alvo inalcançável é pior que não ter alvo. Se a atividade estiver além da
capacidade da classe, o resultado será o desânimo. Uma classe inspirada numa ação
coletiva poderá conseguir coisas surpreendentes.
O entusiasmo é um tremendo potencial na execução de atividades. Quando uma
classe experimenta a alegria do trabalho em conjunto nas coisas de Deus, quando
experimentam a satisfação de "fazer o bem" como Jesus fez, e quando
experimentam a emoção de ver almas convertidas - então a verdade da Bíblia se
torna uma realidade pessoal!

O ESPÍRITO SANTO E A APLICAÇÃO

O Espírito Santo é o único poder que consegue tornar a verdade bí- blica parte de
nossa vida. Os professores devem reconhecer e crer nas palavras de Jesus: "Sem
Mim nada podeis fazer." S. João 15:5. A pro- messa é: "Porei as Minhas leis no seu
entendimento, e em seu coração as escreverei; e Eu lhes serei por Deus." Heb. 8:10.
O princípio é: "Não por força nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor
dos Exér- citos." Zacarias 4:6. Nosso trabalho é cooperar com o Espírito, levando os
alunos à Palavra.
114
Use qualquer método legítimo que esteja à sua disposição - então confie que o
Espírito Santo produzirá a mudança. "Unicamente quando
a verdade chega ao coração acompanhada pelo Espírito, vivificará a consciência e
transformará a vida. Uma pessoa pode ser capaz de apresentar a letra da Palavra de
Deus, pode estar familiarizada com todos os seus mandamentos e promessas; mas a
menos que o Espírito Santo impressione o coração com a verdade, alma alguma
cairá sobre a Rocha e se despedaçará. A mais esmerada educação, as maiores
vantagens, não podem tornar uma pessoa veículo de luz sem a cooperação do
Espírito de Deus."-O Desejado de Todas as Nações, págs. 671 e 672.
Os métodos não são contrários ao Espírito Santo. Este guia as pessoas ao
planejarem, pensarem e fazerem. "O vento assopra onde quer, e ou- ves a sua voz,
mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do
Espírito." S. João 3:8. O vento sopra onde de- seja, porém, se quero que o vento
mova meu barco devo saber pôr as velas para captá-lo. No ensino é necessário
conhecer os métodos por meio dos quais o Espírito trabalha e ao descobri-los,
seremos capazes de cooperar com Ele em Sua grande obra..
Veja esta bela promessa: "Se os professores sempre tivessem em mente que é o
Espírito Santo que revela à alma vislumbres das coisas celestiais e que, ao trabalhar
no espírito de Cristo, esse agente celestial está impressionando a mente com a
divina verdade; se compreendessem que os rodeiam anjos e que pisam em terra
santa, seria muito mais eficiente o trabalho feito em nossas Escolas Sabatinas. Os
professores não seriam destituídos de graça e poder espirituais, pois teriam a
intuição da presença divina." - Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 105.
MODELOS QUE CAUSAM MUDANÇA
Se quisermos ser instrumentos de mudança, devemos ser pessoas transformadas. O
incentivo mais poderoso para a interiorização da ver- dade bíblica é o poder do
exemplo. "Cristo ensinou a verdade, porque Ele próprio era a verdade. Seu pensar, o
caráter, a experiência de Sua vida, achavam-se encarnados em Seu ensino. O mesmo
se dá com Seus servos: os que ensinam a Palavra devem tornar-se seus
possuidores me- diante experiência pessoal." "O professor que ensina a verdade só
pode transmitir com eficácia aquilo que ele próprio conhece por experiência." -
Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 435. "Um exemplo vale mais
que muitos preceitos."- A Ciência do Bom Viver, pág. 149. O professor da Escola
Sabatina que é amável, tolerante, que exercita do- mínio próprio, que é firme de
modo agradável, que pode ver os dois la- dos de um tema, que pode admitir que se
equivocou, que ama a Cristo e as pessoas - este professor será uma força para
transformar vidas.
115
O AMOR É A CHAVE
Tem sido dito que a fé crista "é melhor captada do que ensinada". Na Escola
Sabatina temos grandes oportunidades de contagiar outros com a nossa fé. Os
métodos podem ser somente secundários para o modo de vida.
Donald Joy disse: "A pessoa mais convincente do poder de Jesus Cristo no mundo é
o típico professor voluntário que pode necessitar abundante ajuda para tornar seu
ensino eficaz, mas que põe em sua ta- refa - por virtude de sua entrega a Cristo -
um complexo conjunto de ha- bilidades para comunicar conceitos, valores e atitudes
cristãos."
O amor de Cristo personificado no professor da Escola Sabatina é a única força mais
poderosa para transformar vidas. Recorde que na última ceia os discípulos de Jesus
ainda estavam reclamando por reconhecimen- to. Que fez Cristo para ajudá-los a
interiorizar a verdade? Não fez um ser- mão. Nem repreendeu. Fê-los participar de
uma atividade de aprendiza- gem que transformou-lhes a vida - lavou-lhes os pés.
Seu amor foi além das palavras. O amor combinado com o método atingiu corações.
Amor, não sermão. Exemplo, não admoestação-fazem a diferença. "Necessitais
conquistar-lhes a afeição, se quereis imprimir-lhes no coração as verdades
religiosas."- Fundamentos da Educação Cristã, pág. 68. "Unicamente pela simpatia,
fé e amor podem os homens ser atingidos e enobrecidos.... Nunca houve outro cujas
simpatias fossem tão amplas e ternas. Como participante em todas as experiências
da humanidade, Ele poderia não somente condoer-Se dos que se acham
sobrecarregados, tentados e em lutas, mas partilhar-lhes os sofrimentos." -
Educação, pág. 78. "Somente por meio daquela comunhão - do espírito com o
espírito e do coração com o coração, do humano com o divino-se pode comunicar a
energia vitalizadora que a verdadeira educação tem por objetivo comu- nicar. É
unicamente a vida que pode produzir vida." - Idem, pág. 84.
A total aceitação da verdade por intermédio da obediência a Deus é a resposta, no
coração humano, ao amor de Jesus. Este é o propósito de todo ensino na Escola
Sabatina. É nossa oração "que a verdade transformadora de Deus possa ser
ensinada de tal modo que transforme vidas".
116

COLOCANDO A TEORIA EM PRÁTICA

ALVO: Aprender como usar atividades de aprendizagem que motivem


os alunos a aplicar a teoria da lição da Escola Sabatina em suas vidas.

PREPARAÇÃO:
1. Revise este capítulo se necessário.
2 . Estude toda a lição da Escola Sabatina.
3.Use a sua folha de planejamento da lição para fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.
c. Escrever o alvo de ensino.
d. Planejar uma estratégia para captar a atenção dos alunos como parte da
introdução.
e. Planejar algo para criar uma atmosfera de aprendizagem, confiança e
camaradagem.

TÉCNICAS: Tomando em conta as sugestões de aplicação, páginas 128-130,


selecione uma técnica de aplicação que melhor se adapte a sua classe e à lição.
Se possível use o método da auto-aplicação dirigida. Esta é provavelmente a
técnica mais sensível e crucial deste livro. Muita coisa depende de como o
aluno aplica a verdade da Palavra de Deus.

AVALIAÇÃO: Considere seu desempenho no final da classe.


CAPITULO 12
INCENTIVANDO
O ESTUDO DA BÍBLIA
A Bíblia é o nosso texto e é o verdadeiro coração da Escola Sabatina. Mas hoje
muitos ensinadores religiosos estão se voltando para filosofias humanísticas para
efetuar as desejadas mudanças nas pessoas. Este fato tornou-se vívido na minha
mente quando visitei certo dia a Academia de Arte em Florença, Itália. Numa das
salas estão expostas algumas das obras-primas de Miguel Angelo. Nos lados da sala
estão estátuas de homens "tentando emergir de blocos de pedra". É uma declaração
humanística de que o homem poderá criar a si mesmo. Com o cinzel ele se está
formando a partir da rocha. Por seus próprios esforços o homem libertar-se-á dos
elementos que o retém como prisioneiro. Por um esforço supremo o homem obterá
a vitória.
É verdade, o homem alcançou algumas façanhas tecnicamente espetaculares.
Rompeu a barreira do som, a barreira do espaço e colocou o homem na Lua.
Transplantes de rins e pontes de safena são procedimentos cirúrgicos rotineiros.
Doenças como difteria, varíola e pólio foram virtualmente eliminadas em muitos
países. Pelos radiotelescópios invadimos o espaço em bilhões de anos-luz.
Um cirurgião pode ser capaz de executar uma delicada cirurgia de coração, mas
incapaz de chegar ao coração alienado da esposa. Os registros de crimes aumentam,
os traficantes induzem crianças a viciar-se no uso de drogas, as estatísticas de
divórcios sobem como foguetes e nações ameaçam umas às outras com holocaustos
atômicos. A maior parte da música, da literatura e da arte se degenerou.
DEUS FALA
Os esforços do homem para "emergir da pedra" têm levado à exaustão e ao
desespero. "O Deus Eterno diz: 'Escutem, os que procuram a salvação, os que
pedem a Minha ajuda. Lembrem-se da rocha da qual foram cortados, da pedreira de
onde foram tirados."" Isa. 51:1, A Bíblia na Linguagem de Hoje.
O homem não criou a si mesmo. Foi Deus quem criou o homem e somente Ele pode
salvá-lo, restaurá-lo, redimi-lo.
"O Deus Eterno diz: 'Eu amaldiçoarei aquele que se afasta de Mim, que confia nos
outros, que confia na força de fracos seres humanos." Jer. 17:5, A Bíblia na
Linguagem de Hoje.
As pesquisas indicam que a maioria das pessoas crê na existência de um poder
superior, um Deus que existe em "algum lugar" e é o arquiteto do Universo. Mas o
nosso Deus não está calado - Ele fala. Ele chamou o homem à existência. Ele falou
pelos profetas. "Por isso os abati por meio dos profetas; pela palavra da Minha boca
os matei; e os Meus juízos sairão como a luz." Oséias 6:5. (Grifo nosso.)
118
A Escola Sabatina faz parte desse processo escultural. Vemos na Na- tureza a
evidência de que seu Autor é um Deus de ordem. Alguém que ama o belo. Mas a
Natureza nada diz a respeito da salvação e redenção. A Natureza não proclama boas
novas de libertação do pecado. As árvo- res, as flores e mesmo as estrelas são
mudas quanto ao que é certo ou er- rado.
Na Bíblia encontramos a informação que Deus proveu a respeito de Si mesmo e do
homem. Temos nas Escrituras um valor absoluto univer- sal pelo qual podemos
julgar a ordem social e a nós mesmos. E, mais importante ainda, as Escrituras
claramente explicam o pecado, a natureza caída do homem e o
plano de salvação por meio do sacrificio de Jesus.
RETORNO À BÍBLIA
A reforma protestante rejeitou os elementos humanísticos que a igreja absorveu
dos gregos e dos romanos e convocou a igreja para o retorno à Bíblia. O tema da
reforma era a Bíblia e a Bíblia somente - sola Scriptura. Nos, adventistas do sétimo
dia, somos os herdeiros desta tradição. Nossa tarefa, tal como a de Lutero, é a
proclamação da Bíblia como única regra de fé e prática.
Atualmente muitas igrejas tradicionais rejeitaram a Bíblia como o árbitro final da
verdade e se voltaram a soluções humanísticas. A nova ortodoxia proclama uma
religião "sem razão".
A Igreja Adventista não vive isolada das formas de pensamento contemporâneo.
Somos afetados pelas tendências correntes do pensamento filosófico e religioso. A
filosofia e a psicologia podem levar-nos a um
desvio da ênfase nas Escrituras. Embora não devamos ignorar os valo- destes ramos
do conhecimento, a Bíblia precisa permanecer no centro e precisa ser nossa
autoridade final. Nossas discussões na Escola Sabatina devem estar fundamentadas
na Palavra de Deus. Muitas afirmações na Escola Sabatina giram ao redor de idéias
como "eu sinto assim", ou "é razoável supor". A verdadeira questão é: Que diz
Deus? Os professores de Escola Sabatina devem assumir a responsabilidade de
conduzir as classes à investigação das Escrituras. A conversação religiosa pode
transformar-se em palavras religiosas sem conteúdo.
LUGAR DAS ESCRITURAS NA ESCOLA SABATINA
O lugar das Escrituras em nossas Escolas Sabatinas foi claramente afirmado por
Ellen White: "Tenho profundo interesse pelas nossas Escolas Sabatinas através do
mundo, pois creio que são o instrumento de Deus para a educação de nossos jovens
nas verdades da Bíblia."-Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 10. "A Escola
Sabatina oferece a pais e filhos preciosa oportunidade para o estudo da Palavra de
Deus.... Outros livros devem ser secundários." - Idem, págs. 41 e 53.
119
Note o que o estudo da Bíblia fará pelo aluno:
1. "A palavra destrói a natureza carnal, terrena, e comunica nova vida em Cristo
Jesus."-O Desejado de Todas as Nações, pág. 391.
2. "Em armazenar na mente a verdade bíblica edificará uma bar- reira ao redor
da alma."- Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 36.
3. Robustece o intelecto. (Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pag.
396.)
4. Comunica vigor à mente, fortalece as faculdades e concede amplidão mental.
(Obreiros Evangélicos, pág. 249.) 5. Purifica e eleva. (Conselhos aos
Professores, Pais e Estudantes, pág. 396.)
"A recepção da Palavra, o pão do Céu, é declarada ser o recebimento do próprio
Cristo." - Review and Herald, 23 de novembro de 1897.
POR QUE TÃO POUCOS ESTUDAM A LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA
As lições da Escola Sabatina apresentam à Igreja um plano organiza- do de estudo
da Bíblia, mas as estatísticas indicam que apenas 20 a 25
por cento dos membros da igreja seguem o plano do estudo diário da li- Cão. Por
que tão poucos seguem o plano? Alguns escolhem outro plano alternativo de estudo
da Bíblia. Mas muitos membros nunca lêem a Bíblia.
A serva do Senhor assinala os problemas básicos da falta de estudo da Palavra por
parte de muitos. "Muitos jovens dizem: Não tenho tempo de estudar minha lição.
Que estão eles, porém, fazendo? Alguns estão aproveitando cada momento para
ganhar alguns reais a mais, quando este tempo, dedicado ao trabalho, consagrado ao
estudo da Bíblia e seguidas suas lições, ajudá-los-ia mais que a importância ganha
pela sobre- carga de trabalho. Aproveitaria mais do que é despendido em
desnecessários adornos, e preservaria o vigor da mente a fim de permitir a
compreensão do mistério da piedade. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.
Mas esses mesmos jovens que professam ser cristãos, lisonjeiam os desejos do
coração carnal, seguindo suas próprias inclinações; e o tempo de graça concedido
por Deus para que se familiarizem com as preciosas verdades da Bíblia é devotado à
leitura de novelas fictícias." Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 21. Este
parágrafo sugere quatro problemas:
1. Amor ao dinheiro.
2. Amor ao vestuário.
3. Seguir as próprias inclinações.
4. Leitura de novelas. (Você crê que a TV poderia ser incluída?)
Para muita gente a Bíblia é um livro misterioso. É um relatório sobre um mundo
antigo com nomes, culturas e formas de pensamento estranhos. Revela um mundo
amplamente diferente do nosso.
120
Contém uma variedade de literatura - histórica, narrativa, épica, apocalíptica, poesia,
parábola, etc. e cada classe de literatura tem seu próprio princípio de interpretação.
Ajude seus membros a se familiarizarem com a Bíblia. Explique-lhes os princípios
da interpretação bíblica, a literatura apocalíptica e a poesia hebraica. Se você tomar
tempo para definir palavras, descrever lugares, costumes e povos, você estará
encorajando o estudo da Bíblia. Um bom dicionário da Bíblia é uma ferramenta de
incalculável valor para familiarizar-se com a Bíblia.
CONTE COM O ESTUDO DE SEUS ALUNOS
Muitos professores da Escola Sabatina não esperam realmente que seus alunos
façam um estudo profundo da lição. O professor que vive falando sozinho durante
longos períodos desencoraja o estudo da lição. "Por que vou estudar? O professor
vai explicar tudo, mesmo."
O professor que quer participação, levará em conta o estudo dos alu- nos. Isto
motivará preparação antecipada. Numa classe onde há boa discussão, boa
investigação da Bíblia, um membro que nunca estuda logo se sentirá deslocado. Um
aluno que sente que é parte do movimento Será levado a estudar, não por senso de
dever para alcançar o alvo da classe, mas por desejar participar inteligentemente.
USE A BÍBLIA AO ENSINAR
Existe poder na leitura da Bíblia. "As palavras que eu vos tenho dito, são espírito e
são vida." S. João 6:03. Quando os membros da classe estão virando as folhas da
Biblía, fazendo descobertas, compreendendo e marcando palavras e frases que
atendem suas necessidades, eles ficam entusiasmados
com a Bíblia e voltam para casa com o desejo de estudar por si mesmos. Ao ler a
Bíblia e pedir aos alunos que leiam com você, está incentivando o estudo dela.
Alguns professores raramente lêem a Bíblia ou pedem a outros para fazê-lo.
Outros buscam os textos da Bíblia tão rapidamente que os alunos ficam perdidos e
logo se põem apenas a escutar. Não é de surpreender por que tantos não trazem
Bíblias - não as necessitam. A lição às vezes já traz impressos alguns textos
bíblicos, por conveniência, mas isto pode ser uma muleta. O professor que ensina só
com a lição - sem realmente ler a Bíblia - está inadvertidamente desaconselhando o
estudo da Bíblia.
Os primeiros adventistas eram estudiosos da Bíblia que conheciam a Palavra e
como buscar diferentes temas nas Escrituras. Hoje em dia, entretanto, muitos
adventistas do sétimo dia têm assistido à Escola Sabatina durante anos, estudado a
lição fielmente durante o trimestre, mas sem nunca terem desenvolvido a habilidade
de pesquisar a Bíblia.
121
"A Bíblia interpreta-se a si mesma. Um texto deve ser comparado com outro. O
estudante deve aprender a encarar a Palavra como um todo, e ver a relação de suas
partes. Deve adquirir conhecimento de seu grandioso tema central, ou seja, do
propósito original de Deus em relação ao mundo, da origem do grande conflito, e da
obra da redenção."- Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, págs. 461 e 462.
UM GRANDE TESOURO
dos maiores tesouros de nossa igreja são os escritos de Ellen G. nos mandou uma
torrente de luz - inspiração, conselho, reprovação e orientação pessoal. Mas nunca a
intenção foi de que este dom devesse ser um substituto para a Bíblia. Este dom é
uma luz menor para guiar a uma luz maior. A própria Sra. White escreveu:
"Para que homens e mulheres fiquem sem desculpa, Deus lhes dá testemunhos
claros e diretos, fazendo-os voltar à Palavra que negligenciaram seguir. Os
testemunhos não são para apoucar a Palavra de Deus, mas para exaltá-la e atrair
para ela os espíritos, para que a bela simplicidade da verdade impressione a
todos."- Vida e Ensinos, pág. 249.
Alguns professores de Escola Sabatina lêem uma citação após outra, ligando-as com
comentários. Isto é usar mal o dom. Devemos ensinar a Palavra como aquele que "...
maneja bem a palavra da verdade". II Tim. 2:15. Para servir de ajuda, faça constante
uso de uma concordância e das referências em cadeia da Bíblia. Consulte diferentes
traduções.
Depois de compararmos escritura com escritura, podemos volver-nos ao comentário
divino da Palavra, o Espírito de Profecia. O dom pode ajudar-nos a entender, aplicar
e apropriar-nos da Palavra. Citações do Espírito de Profecia podem ser usadas com
eficácia em apelos.
Os escritos de Ellen White fornecem um excelente cenário das pessoas, bem como
de seus costumes e culturas. Aparentemente Ellen White viu em visão muitos
detalhes no desdobramento do drama da história da Bíblia.
Ao preparar-se, comece com a Palavra, e então leia os conselhos divinos como
inspiração e informação adicional.
A EMOÇÃO DA DESCOBERTA
Quando os mineiros desceram as encostas da "Sierra" e trouxeram para as ruas de
São Francisco pepitas de ouro do tamanho de avelãs, a cidade ficou eletrizada! O
povo deixou as lojas, o trabalho, as famílias e dirigiu-se para as terras de "Mother
Lode". Centenas de barcos coalhavam o porto quando os homens do mar pegaram a
febre do ouro. Ouro foi a palavra mágica que transformou o povo.
122
Quando os membros de nossas classes de Escola Sabatina descobrem o maior dos
tesouros, Jesus, em Sua Palavra, eles esperançosos se voltam para as Escrituras!
Não estarão enfadados. Não haverá necessidade de alvos de classe, adesivos, etc. Os
alunos virão à classe borbulhando de idéias, perguntas e ansiosos por participar. A
dinâmica da troca de idéias será um resultado normal e a aprendizagem será um
fato. Um dos mais poderosos incentivos para o Estudo da Bíblia é a emoção da
descoberta.
Os seres humanos tendem a repetir qualquer atividade que seja compensadora. Isto
foi ilustrado por Jesus na parábola do tesouro escondido. O homem que
acidentalmente descobriu um tesouro oculto nunca mais foi o mesmo. Um
vislumbre das moedas de ouro, pérolas e jóias em abundância o transformaram.
Passou a atuar como um demente. Vendia tudo o que tinha -liquidação total. Assim,
também, quando uma pessoa descobre a pérola de grande preço nas Escrituras, fica
"fisgado" pela Bíblia o resto da vida.
Jeremias disse: "Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram
gozo e alegria para o coração. Jer. 15:16. Davi assemelhou a Palavra ao "mel que
escorre da rocha". Sal. 31:16. Deus nunca deixa de recompensar aqueles que se
chegam humildemente e com sinceridade à Palavra, com o desejo de conhecer e
fazer a Sua vontade. Je- sus revela-Se a Si mesmo em Sua Palavra. Nas suas
páginas Ele declara o amor que nos tem. Ele é a pedra de grande preço.
ENSINE A CLASSE COMO ESTUDAR
Que se aprenda a lição da Escola Sabatina, não olhando rapidamente ao texto da
mesma no sábado de manhã, mas estudando cuidadosamente para a próxima
semana, no sábado à tarde, com recapitulação diária ou ilustração durante a semana.
Assim a lição se fixará na memória, como um tesouro que jamais se perderá
completamente."- Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 43.
Este conselho tem grande valor. Um estudo cuidadoso no sábado nos dá uma visão
geral. Assim, ao aluno examinar a lição durante a semana, tem diante de si uma
estrutura positiva como referência. Os fatos têm significado dentro do todo.
Lembre-se: "O estudante deve aprender a encarar a Palavra como um todo, e ver a
relação de suas partes." Depois que a pessoa tem uma visão do conjunto, pode
então considerar um verso de cada vez. "Tome o estudante um versículo, e
concentre seu pensa- mento em descobrir o pensamento que Deus para ele pôs
naquele versículo, e então ocupe-se com esse pensamento até que dele se
aproprie."
123
Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 461. Ensine os alunos a localizar
e sublinhar palavras e frases-chave no versiculo e a observar o contexto do
parágrafo das Escrituras. Mostre- Thes como usar as referências de rodapé. Traga
uma concordância e demonstre como usá-la. Lembre-se, estamos tentando criar um
"espírito de investigação".
A meditação é uma arte perdida nesta agitada era moderna. Ao ir para o trabalho, ou
ao fazer as tarefas de casa, desenvolva o hábito de meditar na Lição da Escola
Sabatina. Mantenha em mente a pergunta: "Que Deus está me dizendo nesta
passagem?" Davi disse: "Enquanto eu meditava ateou-se o fogo." Sal. 39:3. "Medito
nos Teus testemunhos." Sal. 119:99. A meditação dá ao Espírito Santo a
oportunidade de abrir novos clarões da verdade e sugerir mudanças de vida.
A memorização da Bíblia também está se tornando uma "arte perdi- da
Incentivemos e desafiemos nossos membros a decorar o verso áureo cada semana.
Dê aos alunos a oportunidade de dizê-lo de cor e contar o que dele aprenderam,
uma mensagem pessoal que Deus lhes tenha
comunicado por meio desta passagem.
SEPARE TEMPO PARA INCENTIVAR O ESTUDO DIÁRIO DA LIÇÃO

Cada semana você deve planejar um período de tempo para incentivar o estudo da
lição da semana seguinte. Orar fervorosamente e planejar com cuidado algo para
estimular o estudo trará recompensas no aumento e no interesse pela lição da
Escola Sabatina. A chave é curiosidade e interesse. As séries de TV são planejadas
de tal maneira que cada episódio termina quando o interesse está no ponto mais
alto. Jesus disse que as pessoas do mundo muitas vezes são mais sábias que os
filhos da luz.
Uma boa pergunta é provavelmente o nosso instrumento de ensino mais poderoso.
Imaginemos que a lição seguinte seja sobre o perdão. Para incentivar o estudo, o
professor poderá dizer: "Todos temos um senso inato de justiça, e ainda assim se
nos diz que devemos perdoar até mesmo setenta vezes sete. Ao estudarem a lição
na próxima semana. pensem como podemos combinar justica e perdão. Vejam se
conseguem encontrar na Biblia um bom exemplo desta combinação para trazer para
a classe."
124
SUGESTÕES PARA PROMOVER O ESTUDO DIÁRIO
Digamos que o título da lição da semana seguinte seja "A Igreja". Você levanta uma
laranja, mostra, e diz: "Gostaria que vocês descascas- sem uma laranja antes de
estudar a lição da Escola Sabatina. Observem tudo o que puderem na laranja: cor,
estrutura, qualidade, nutrientes, ar- ranjo, etc. Venham para a classe no próximo
sábado preparados para dizer-nos em que a igreja é semelhante a uma laranja."
Digamos que o tema da semana seguinte seja "A Confissão". Você pode escrever
em uma folha grande: "Tarefa para a próxima semana: Venham preparados para
discutir o efeito da confissão bíblica sobre o respeito próprio."
Deveres para a casa. Tente o seguinte exercício para fazer em casa. Prepare uma
folha com perguntas e espaços para anotar "concordo, discordo". Peça aos alunos
para trazerem as folhas no sábado seguinte com as respostas. (Veja o capítulo 7,
páginas 80 e 81).
Exercício de Associação de Palavras. Esta técnica é extensamente usa- da em
educação. Escreva quatro ou cinco palavras numa folha com es- paços para uma
sentença para cada palavra. Dobre a folha e diga aos alunos para abri-la só quando
estiverem prontos para estudar. Peça-lhes para escreverem em uma ou duas frases
os primeiros pensamentos que lhes brotarem na mente após lerem cada palavra. Se
o assunto for per- dão, por exemplo, as palavras poderiam ser: confiança, tolerância,
rancor. No sábado, na classe, peça-lhes para ler o que escreveram e verificar se
houve mudança de seus sentimentos.
Perguntas para debate. Tome a Lição do Professor e escolha quatro ou cinco boas
perguntas para debate. Copie-as e dê uma cópia para cada membro. Peça-lhes que
se preparem para discuti-las no sábado seguinte. Para-frase. Peça aos membros da
classe para escreverem com suas palavras o que diz o texto básico da lição da
semana. Peça-lhes o favor de estarem preparados para lerem o que escreveram na
classe no sábado seguinte e para discutirem o conteúdo.
Escrever Título ou Parágrafo Inicial em Estilo Jornalístico. Imagine- mos que o tema
da lição da semana seguinte seja: "A Crucifixão". Peça a seus alunos para que façam
de conta que são repórteres do "Diário de Jerusalém" e que foram incumbidos de
escrever uma reportagem sobre a crucifixão de Jesus de Nazaré. Diga-lhes que
escrevam como se esti- vessem presentes no ato. No sábado, peça-lhes para lerem
diante da clas- se o que escreveram. Discuta então como a atitude de alguém pode
mudar por amor ao Senhor. Como as opiniões estabelecidas de hoje nos afe- tam?
Estivemos considerando motivações de estudo intrínsecas. Com isto estamos
descrevendo motivações internas, que vêm de dentro, e nos fazem estudar porque
realmente queremos. Esta é a forma usada por Jesus para motivar o estudo das
Escrituras. Não dissemos nada sobre al- vos, prêmios, adesivos, ou mesmo o estudo
por senso de dever. Todos estes são externos ou extrínsecos.
125
VOCÊ É A CHAVE
Como já foi indicado, a influência mais poderosa para o estudo da Bí- blia é você, o
professor. Se você ama a Palavra, se você gosta de cavar na mina da verdade, se
você busca aprender mais a mensagem de Jesus, isto será um poderoso estímulo
para o estudo. O entusiasmo é contagioso. Quando você fica empolgado com as
descobertas na Bíblia, os seus alunos se empolgam também. Que a Palavra se torne
o gozo e o regozijo de nosso coração, para que como professores tenhamos fome e
sede de justiça, e que esta alegria contagie cada membro de nossa classe!
MENSAGEM FINAL
Pessoas vêm à Escola Sabatina semana após semana, mês após mes, ano após ano.
São pessoas preciosas por quem Cristo pagou um preço infinito. Mas muitas estão
despreparadas para a volta do Mestre. Algumas caem pelos desvios. Simplesmente
desaparecem, e freqüentemente poucas vezes a ausência delas é notada.
Alguns daqueles que costumam estar sentados em sua classe, bem vestidos,
sorridentes, atenciosos, por dentro se acham desanimados e a ponto de desistir.
"Oh, estou bem", dizem eles. E nós, como professores, julgamos que tudo está
realmente bem. Muitos, entretanto, interiormente se acham feridos, apegados a
suas próprias mágoas, ansiosos por uma palavra de orientação, de conforto.
Repentinamente ouvimos falar de um divórcio e ficamos chocados. "Mas como? Eles
estavam sentados juntos em minha classe três semanas atrás!" Você diz a si
mesmo: "Se eu tivesse adivinhado, talvez pudesse ter dito alguma coisa para ajudá-
los." O professor de uma classe de adultos da Escola Sabatina a esta altura da
história, assume uma tremenda responsabilidade. Seu trabalho é tão importante
como o de um pastor.
Falamos muito de métodos, e os métodos são importantes, mas o fator mais
importante é a nossa ligação com o supremo Mestre, e com o poder do Espírito
Santo em nosso ensino e em nossa vida. "Quantas vezes chegou a hora de trabalhar,
mas o obreiro não estava em seu posto! Poderiam ter sido ditas palavras que
ajudariam e fortaleceriam almas fracas, que lutavam sob a tentação, mas nunca
foram proferidas. Pode- riam ter-se desenvolvido bem dirigidos esforços pessoais,
que salvariam uma alma da morte, cobrindo uma multidão de pecados, mas
ninguém havia que fizesse o trabalho. Os negligentes terão de defrontar sua
negligência no dia de Deus." - Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 71.
"Nossos professores devem ser homens e mulheres convertidos, que saiba o que
significa lutar com Deus.... Quem deseja, em nossas Escolas Sabatinas, ser um
fervoroso obreiro em favor dos alunos?... Quem aceitará essas solenes
responsabilidades e vigiará pelas almas como quem deve dar conta delas?" - Idem,
págs. 77 e 75.
126

Sejamos corajosos. Os discípulos eram frágeis seres humanos como nós. Seu
relacionamento com Cristo produziu uma profunda mudança na vida deles. Note a
seguinte descrição: "Trajavam as humildes vestes de pescador; eram pobres em
bens do mundo, mas ricos no conhecimento e observância da verdade, o que à vista
do Céu, os colocava na mais alta posição como mestres. Não haviam estudado nas
escolas dos profetas, mas por três anos foram instruí- dos pelo maior Educador que
o mundo já conheceu. Sob Suas instruções se tornaram elevados, inteligentes,
enobrecidos, instrumentos mediante os quais os homens poderiam ser conduzidos
ao conhecimento da verdade."- O Desejado de Todas as Nações, pág. 809.
O segredo da excelência no ensino é a associação e a comunhão íntima com o
Mestre dos mestres. Nós também podemos comungar com o Mestre e aprender a
"ensinar como Jesus ensinou". "Se trabalhassem em ligação com Jesus -
combinando-se Seu divino poder com o esforço humano deles não deixariam de ter
êxito." - Idem, pág. 811. A chave de nosso sucesso é a mesma - trabalhar em
ligação com Ele- poder divino combinado com esforço humano. Este é o preço da
excelência no ensino e no poder para ganhar almas. Nossa oração é que nestes
momentos finais da história da Terra, estejamos comprometidos com a tarefa de
Jesus de transformar homens a Sua semelhança. Que os nossos alunos ouçam a voz
do Mestre dos mestres, sejam Seus discípulos, e estejam sentados aos pés de Jesus
no reino de nosso Pai!
127

COLOCANDO A TEORIA EM PRÁTICA

ALVO: Aprender como identificar e escrever o alvo do ensino.

PREPARAÇÃO:
1. Rever este capítulo tanto quanto necessário.
2. Estudar a lição da Escola Sabatina minuciosamente.
3. Usando o formulário de planejamento, fazer o seguinte:
a. Identificar e escrever a verdade central da lição.
b. Fazer uma lista das necessidades de seus alunos.

TÉCNICAS: Determinar a qual das três áreas de aprendizado sua lição melhor se
adaptar:
conhecimento (informação factual)
sentimento (atitudes)
conduta (comportamento)

Baseado nas necessidades de seus alunos e na natureza da lição, escreva seu


alvo de ensino: "Como resultado desta lição desejo que meus alunos (selecione
uma):
- saibam:
- sintam:
- respondam atitudinalmente:
Siga os critérios do subtítulo "Escreva seu Alvo", página 36. Escreva seu alvo
no formulário de planejamento.

AVALIAÇÃO: Avalie o processo ao final da lição em classe.

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