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Enquadramento legal
e princípios éticos e
deontológicos no
exercício da atividade
de ama
- Manual de Formação –
CIÊNCIAS EMPRESARIAIS
Comércio
Contabilidade e fiscalidade
Gestão e administração
Enquadramento na organização/empresa
INFORMÁTICA
Informática na ótica do utilizador
AGRICULTURA, SILVICULTURA E PESCAS
Produção agrícola e animal
SERVIÇOS SOCIAIS
Serviços de apoio a crianças e jovens
Trabalho social e orientação
Organização de Conteúdos:
Isabel Pedro
Coordenador da edição:
Duarte Chaves
Versão: 1/2019
Modelo: FOR-MOD-MFOR.v02.1/15
ÍNDICE
Regulamentação.......................................................................................................... 5
Formas de exercício da atividade de ama .............................................................. 5
Objetivos da atividade ..............................................................................................7
Requisitos e condições para concessão, substituição e cancelamento da
autorização para o exercício da atividade ............................................................. 8
IV. Regulamentos em vigor relativos às condições de higiene e de segurança
habitacionais ............................................................................................................ 9
Requisitos e condições para concessão, substituição e cancelamento da
autorização para o exercício da atividade ............................................................ 15
Emissão da autorização para o exercício da atividade ......................................... 16
Substituição da autorização para o exercício da atividade .................................. 16
Cancelamento da autorização para o exercício da atividade .............................. 17
Caducidade da autorização da atividade .............................................................. 17
Direitos e deveres da ama .......................................................................................... 18
Direitos da ama ........................................................................................................... 18
VIII. Processo individual da criança e processo da atividade de ama ............... 19
XIX. Processo da atividade de ama .................................................................... 20
Condições de funcionamento ................................................................................ 21
Competências da instituição de enquadramento – artigo 5.º da Portaria n.º
Regulamentação
A atividade de ama encontra-se regulamentada no Decreto-Lei n.º 115/2015 que
estabelece os termos e as condições para o acesso à profissão e o exercício da
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atividade, bem como o regime sancionatório aplicável à mesma atividade – artigo 1.º.
instituição essa que não pode ter menos de quatro amas enquadradas – n.º 1, do
artigo 3.º do referido diploma legal.
A ama enquadrada não pode acolher, em simultâneo, mais do que uma criança com
deficiência, sendo que neste caso, deverá haver diminuição de uma criança ao
número total de crianças admitidas pela ama enquadrada.
Ora, na medida em que a creche está organizada em unidades autónomas de grupos
de crianças devendo respeitar as características específicas das diferentes faixas
6 etárias, a Portaria n.º 262/2011 de 31 de agosto, estabelece limites máximos
relativamente à capacidade e organização de cada grupo.
Assim, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 7.º do mesmo diploma legal, e com
a exceção prevista no n.º 2, do artigo 3.º da Portaria n.º 232/2015 de 6 de agosto, o
número máximo de crianças por grupo é de:
a) 10 crianças até à aquisição da marcha;
b) 14 crianças entre a aquisição da marcha e os 24 meses;
c) 18 crianças entre os 24 e os 36 meses.
A distribuição pelos grupos pode ser flexível, tendo em conta que deve atender à fase
de desenvolvimento da criança e ao respetivo plano de atividades sociopedagógicas
– n.º 3, do artigo 3.º.
Nas situações em que o número de crianças não permita a formação de grupos em
conformidade com o disposto no n.º 2, pode verificar -se a constituição de grupos
heterogéneos a partir da aquisição da marcha, sendo, neste caso, o máximo de 16
crianças por sala – n.º 4, do artigo 3.º.
Cada grupo funciona obrigatoriamente em sala própria, sendo a área mínima de 2 m²
por criança, exceto tratando-se de crianças entre os 24 e os 36 meses, porquanto se
o grupo exceda as 16 crianças, a área mínima por cada criança é reduzida para 1 m² –
n.º 5, do artigo 3.º.
Objetivos da atividade
A atividade desenvolvida pela ama visa não só proporcionar à criança, em
colaboração com a família, um ambiente seguro e familiar, as condições adequadas
ao seu desenvolvimento integral, num ambiente de segurança física e afetiva, os
cuidados adequados às suas necessidades e bem-estar. Mas atividade desenvolvida
pela ama visa ainda facilitar a conciliação da vida familiar e profissional do agregado
familiar da criança – artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 115/2015, de 22 de junho.
Da mesma forma, a atividade desenvolvida pela ama enquadrada visa também não
somente proporcionar à criança, em colaboração com a família, um ambiente familiar
e seguro com intencionalidade pedagógica, um atendimento individual e
personalizado, em função das necessidades de cada criança, as condições para o
desenvolvimento integral da criança, num ambiente de segurança física e afetiva.
b) Relativamente às tomadas:
As tomadas devem ser de alvéolos protegidos e estar a mais de 1,50 m de
altura e longe da cama ou da cómoda sobre a qual se muda o bebé. Se tal não
10 for possível, as tomadas devem estar sempre protegidas com dispositivos
bem adaptados ao seu tamanho e que só possam ser retirados com a ajuda de
uma ferramenta própria.
Não devem existir fios soltos e extensões.
c) Relativamente às escadas:
As escadas devem estar protegidas com «barreiras de segurança» ou cancelas
e deve ser periodicamente verificado o seu funcionamento.
As cancelas devem estar fixadas correta e solidamente, na parte de cima e de
baixo das escadas (não apenas no topo), e não devem ser escaláveis, devendo
cumprir os requisitos de segurança definidos na respetiva norma europeia.
d) Relativamente às janelas e varandas:
As janelas devem estar protegidas com «limitadores de abertura» (abertura
máxima 9 cm), por forma a evitar a queda da criança, mas permitindo a
circulação do ar.
Os fios dos estores não devem estar pendurados, evitando-se eventual risco
de estrangulamento.
Caso exista varanda, esta deve ter uma guarda (com um mínimo de 110 cm de
altura) e não possuir elementos que possibilitem a sua escalada (como por
exemplo: barras horizontais). Não podem existir aberturas com mais de 9 cm.
As guardas devem cumprir os requisitos definidos na respetiva norma
portuguesa.
e) Relativamente às camas e berços:
As camas e os berços devem ser sólidos e estáveis, sem arestas nem qualquer
saliência onde possa ficar preso um botão da roupa da criança, a corrente da
chupeta ou qualquer outro adereço ou brinquedo.
As grades devem ter uma altura mínima, medida pelo interior, de 60 cm e não
devem ter aberturas superiores a 6 cm.
O colchão deve ser firme e estar bem ajustado ao tamanho da cama. Dentro 11
permitido 22 cm).
No caso de o brinquedo ter pilhas, o seu compartimento deve estar bem
fechado e só ser possível abrir com uma ferramenta.
O material didático e lúdico deve obedecer às normas de segurança europeias.
i) Relativamente aos produtos de higiene, medicamentos e fraldas:
Os produtos de higiene, medicamentos e fraldas, bem como sacos de
desperdício para acondicionar fraldas sujas, devem estar sempre bem
12 fechados e guardados em locais fora do alcance das crianças.
j) Relativamente aos produtos tóxicos:
Os detergentes, demais produtos de limpeza, tóxicos ou corrosivos devem
estar guardados em locais fora do alcance das crianças, em armários próprios
fechados e inacessíveis.
Os produtos tóxicos ou corrosivos devem possuir tampa de difícil abertura
pelas crianças (a tampa deve exigir dois movimentos coordenados para a sua
abertura). Caso existam plantas tóxicas/venenosas, as mesmas devem estar
em local não acessível às crianças.
k) Relativamente às fontes de aquecimento:
As lareiras, radiadores e outras fontes de aquecimento devem estar
devidamente protegidas. Em habitações onde existam fogões a lenha,
braseiras ou lareiras é necessário assegurar a existência de uma boa
ventilação, quando os mesmos se encontram em uso.
Os aquecedores devem estar afastados de cortinas, sofás, qualquer tecido e
afastados das camas. Não devem usar-se aquecedores a gás nos locais de
permanência das crianças.
l) Relativamente à cozinha:
Deve ser impedido o acesso à cozinha por parte das crianças.
Todo e qualquer equipamento, aparelho ou utensílio de cozinha deve estar
esquentador ou caldeira.
n) Relativamente às piscinas:
Se a casa possuir
piscina esta deve estar vedada com uma barreira (com a altura mínima de 110
cm, sem aberturas superiores a 9 cm) e que cumpra a norma portuguesa em
vigor. Não podem existir piscinas insufláveis, baldes ou alguidares com água
no exterior.
V. Requisitos relativos à organização do espaço físico e do equipamento e material
necessários ao exercício da atividade
Pelos atos relativos à substituição da autorização são cobradas taxas, nos termos a
fixar em diploma próprio.
Direitos da ama
Em conformidade com o disposto no artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 115/2015, de 22 de
junho, a ama tem direito a receber da família das crianças acolhidas:
a) Informação atualizada sobre a saúde, comportamento e hábitos da criança;
b) Roupa de reserva adequada à idade da criança;
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c) Objetos de uso pessoal e de higiene da criança;
d) Identificação, por escrito, das pessoas a quem deve entregar a criança e quem
deve contactar em caso de emergência;
e) Informação que permita a atualização do processo individual da criança a que se
refere o n.º 2 do artigo 21.º
Deveres da ama
Em conformidade com o disposto no artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 115/2015, de 22 de
junho, constituem deveres da ama:
a) Garantir a qualidade dos serviços prestados, tendo em conta o desenvolvimento
físico e emocional da criança;
b) Celebrar contrato de seguro que cubra os acidentes pessoais das crianças, salvo
quando a ama exerce a atividade no âmbito de uma instituição de enquadramento;
c) Frequentar as ações de formação inicial e contínua, nos termos do n.º 4 do artigo
7.º e do artigo 9.º;
d) Colaborar com a família das crianças acolhidas, garantindo permanente
informação de forma a assegurar o bem-estar das mesmas;
e) Assegurar uma alimentação saudável e equilibrada das crianças, garantindo as
condições de higiene e segurança alimentar na preparação dos alimentos;
f) Permitir o acesso da família da criança à sua habitação, sempre que necessário ou
quando solicitado por esta, por motivos relacionados com o exercício da atividade;
X. Creche familiar
I. Caracterização das condições, competências e acompanhamento das instituições
de enquadramento
Noção
A creche familiar consiste num conjunto de amas, não inferior a quatro, enquadradas
Condições de funcionamento
Nos termos do artigo 6.º, n.º 1, da Portaria n.º 232/2015 de 6 de agosto, o
funcionamento da creche familiar depende da existência de:
a) Resposta de creche a funcionar como serviço de apoio, na eventualidade de
impedimento temporário das amas, com vista ao acolhimento e alimentação das 21
crianças;
b) Gabinete adequado para garantir o acompanhamento técnico às amas e às
famílias.
Nos termos do n.º 2, o horário de funcionamento dos serviços da instituição deve ser
estabelecido de forma a assegurar:
a) O atendimento das famílias e das amas, procurando facilitar a conciliação da vida
familiar e profissional;
b) O contacto entre as famílias e os serviços;
c) O acolhimento das crianças durante os impedimentos temporários das amas.
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São instituições de enquadramento de amas, desde que disponham de creche: a) A Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa; b) As instituições particulares de solidariedade social ou as instituições legalmente
equiparadas, mediante acordos de cooperação celebrados com os competentes serviços da segurança
social.
regulares;
c) Monitorizar e avaliar o desempenho da atividade da ama;
d) Promover a articulação entre as amas enquadradas a fim de garantir a troca de
práticas e experiências;
e) Promover a articulação permanente entre as amas e as famílias, designadamente
através de contactos individuais e de reuniões periódicas, a fim de garantir a
continuidade do processo educativo da criança;
f) Promover a devida articulação com as equipas locais de intervenção precoce na 23
escrita, entre a família da criança e a ama, salvo nos casos em que a ama exerce a
atividade no âmbito de uma instituição de enquadramento.
O contrato em causa define os termos e as condições da prestação de serviços,
contendo a identificação da criança, dos pais ou de quem exerça as responsabilidades
parentais, bem como os direitos e deveres dos contraentes.
Princípios da intervenção
A intervenção para a promoção dos direitos e proteção da criança e do jovem em
perigo obedece aos seguintes princípios:
Interesse superior da criança - a intervenção deve atender prioritariamente aos
interesses e direitos da criança e do jovem;
Privacidade - a promoção dos direitos da criança e do jovem deve ser efetuada no
respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
Intervenção precoce - a intervenção deve efetuada logo que a situação de perigo seja
conhecida;
Intervenção mínima - a intervenção deve ser desenvolvida exclusivamente pelas
entidades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos
e à proteção da criança e do jovem em perigo;
Proporcionalidade e atualidade - a intervenção deve ser a necessária e ajustada à
situação de perigo e só pode interferir na sua vida e na vida da sua família na medida
em que for estritamente necessário a essa finalidade;
Responsabilidade parental - a intervenção deve ser efetuada de modo a que os pais
assumam os seus deveres para com a criança e o jovem;
Prevalência da família - na promoção dos direitos e na proteção da criança e do jovem
deve ser dada prevalência às medidas que os integrem na sua família ou que
promovam a adoção;
Obrigatoriedade da informação - a criança e o jovem, os pais, o representante legal 27
ou a pessoa que tenha a guarda de facto têm direito a ser informados dos seus
direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se
processa;
Audição obrigatória e participação - a criança e o jovem, bem como os pais, têm
direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção
dos direitos e proteção;
Subsidiariedade - a intervenção deve ser efetuada sucessivamente pelas entidades
com competência em matéria de infância e juventude, pelas comissões de proteção
de crianças e jovens e, em última instância, pelos tribunais.
Nos municípios com maior número de habitantes, podem ser criadas, quando se
justifique, mais do que uma comissão de proteção, com competências numa ou mais
freguesias.
Comissão Alargada: Composição, competência e funcionamento
Composição
Nos termos do art. 17º, da LPCJP, a comissão alargada é composta por:
a) Um representante do município, a indicar pela câmara municipal, dos municípios,
28 a indicar pelas câmaras municipais, no caso previsto na alínea b) do n.º 2 do artigo 15.º,
ou das freguesias, a indicar por estas, no caso previsto na alínea a) do n.º 2 do artigo
15.º, de entre pessoas com especial interesse ou aptidão na área das crianças e jovens
em perigo;
b) Um representante da segurança social, de preferência designado de entre técnicos
com formação em serviço social, psicologia ou direito;
c) Um representante dos serviços do Ministério da Educação, de preferência
professor com especial interesse e conhecimentos na área das crianças e dos jovens
em perigo;
d) Um representante do Ministério da Saúde, preferencialmente médico ou
enfermeiro, e que integre, sempre que possível, o Núcleo de Apoio às Crianças e
Jovens em Risco;
e) Um representante das instituições particulares de solidariedade social ou de outras
organizações não governamentais que desenvolvam, na área de competência
territorial da comissão de proteção, respostas sociais de caráter não residencial,
dirigidas a crianças, jovens e famílias;
f) Um representante do organismo público competente em matéria de emprego e
formação profissional;
g) Um representante das instituições particulares de solidariedade social ou de outras
organizações não governamentais que desenvolvam, na área de competência
Funcionamento
A comissão alargada funciona em plenário ou por grupos de trabalho para assuntos
específicos (cf. art. 19º, n.º 1, da LPCJP). O plenário da comissão reúne com a
periodicidade exigida pelo cumprimento das suas funções, no mínimo mensalmente
(cf. art. 19.º n.º 2, da LPCJP)
O exercício de funções na comissão alargada pressupõe a afetação dos comissários 31
ao trabalho efetivo na comissão, por tempo não inferior a oito horas mensais, a
integrar o período normal de trabalho (cf. art. 19º, n.º 3, da LPCJP).
As entidades representadas na CPCJ devem indicar o tempo que disponibilizam ao
membro para o trabalho na CPCJ.
A representação prevista na alínea a - no caso dos concelhos com mais do que uma
CPCJ só poderá ser assegurada por um representante: Município ou Freguesia
Composição
A comissão restrita é composta sempre por um número ímpar, nunca inferior a cinco
membros que integram a comissão alargada (cf. art. 20º, n.º 1, da LPCJP). A comissão
deve ter uma composição interdisciplinar e interinstitucional, incluindo, sempre que
possível, pessoas com formação nas áreas de serviço social, psicologia e direito,
educação e saúde (cf. art. 20º, n.º 4, da LPCJP)
São membros da comissão restrita:
• por inerência, o presidente da comissão de proteção e os representantes do
município ou das freguesias, no caso previsto no n.º 2 do artigo 15.º, e da segurança
social, da educação e da saúde quando não exerçam a presidência.
• Os restantes membros são designados pela comissão alargada, devendo a
jovens
Telef. - 808 24 24 24
website: www.saude24.pt
APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima - 707 200 077
Linha do Medicamento - 800 22 24 44
Provedor da Justiça - 808 200 084
CNPCJR - Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens em Risco
Telef.: 21 115 52 70
e-mail: cnpcjr@seg-social.pt 35
website: http://www.cnpcjr.pt/
Linha Verde Recados das Crianças - 800 206 656
SOS Criança – Instituto de Apoio à Criança
Telefs.:217 931 617 / 800 202 651
e-mail: iacsede@mail.telepac.pt
website: http://www.iacrianca.pt
Saúde pública - 707 30 82 83
LINHA VIDA SOS DROGA
TELEFONE
+351 211 119 000
EMAIL
sicad@sicad.min-saude.pt
CPCJ Ponte da Barca - Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Ponte da Barca
– 258 488 272
XVI. Princípios éticos e deontológicos no exercício da atividade de ama
Respeito pelo superior interesse da criança
Confidencialidade
Integridade
Responsabilidade
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