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[Manual do Formando]
UFCD (9185/Cuidados de rotina diária e
atividades promotoras do
desenvolvimento da criança)
Junho 2018
Introdução__________________________________________________________________________ 3
Objetivo Especificos...................................................................................................................... 4 P
Conteúdos programáticos............................................................................................................ 4
Conclusão____________________________________________________________________________ 21
Bibliografia e fontes____________________________________________________________________22
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à UFCD (unidade de formação de
curta duração) nº9185- Cuidados de rotina diária e atividades promotoras do desenvolvimento da
P
criança de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações. Este manual deverá ser encarado
como um guia, em termos de organização sequencial e lógica dos assuntos, um apoio, como
forma de complementar a informação veiculada na sessão de formação.
Os primeiros anos de vida de uma criança são favoráveis para ajudá-la a estabelecer uma base
sólida no que diz respeito às relações sociais. Neste sentido e, como estudaremos ao longo deste
manual, as atividades pedagógicas têm um papel importante na construção destas relações, uma
vez que esta constitui a primeira etapa de formação do percurso de vida da criança.
Pretendemos ao longo deste manual, que os formandos percebam como se constrói a cidadania
durante a infância, em que se torna fundamental formar cidadãos com capacidade de
comunicar, partilhar, participar e valorizar as diferenças.
Conteúdos Programáticos
1.1.Ama
•Possuir meios expeditos de comunicação com a(s) família(s) da(s) criança(s) bem como aos
meio de socorro, em caso de urgência;
•Possuir uma qualificação de dupla certificação, obtida por via das modalidades de educação
e formação do Sistema Nacional de Qualificações, que integre unidades de formação de curta
duração do Catálogo Nacional de Qualificações na área dos serviços de apoio a crianças e
jovens;
P
Nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 115/2015, de 22 de junho, devem
as amas, para o exercício da sua atividade, dispor do seguinte equipamento e material:
•Um colchão de espuma plastificado por cada criança com mais de 18 meses;
P
As tomadas devem ser de alvéolos protegidos e estar a mais de 1,50 m de altura e longe da cama
ou da cómoda sobre a qual se muda o bebé. Se tal não for possível, as tomadas devem estar
sempre protegidas com dispositivos bem adaptados ao seu tamanho e que só possam ser retirados
com a ajuda de uma ferramenta própria.
Não devem existir fios soltos e extensões.
c) Escadas:
As escadas devem estar protegidas com «barreiras de segurança» ou cancelas e deve ser
periodicamente verificado o seu funcionamento.
As cancelas devem estar fixadas correta e solidamente, na parte de cima e de baixo das escadas
(não apenas no topo), e não devem ser escaláveis, devendo cumprir os requisitos de segurança
definidos na respetiva norma europeia.
d) Janelas e varandas:
As janelas devem estar protegidas com «limitadores de abertura» (abertura máxima 9 cm), por
forma a evitar a queda da criança, mas permitindo a circulação do ar.
Os fios dos estores não devem estar pendurados, evitando-se eventual risco de estrangulamento.
Caso exista varanda, esta deve ter uma guarda (com um mínimo de 110 cm de altura) e não
possuir elementos que possibilitem a sua escalada (como por exemplo: barras horizontais). Não
podem existir aberturas com mais de 9 cm. As guardas devem cumprir os requisitos definidos na
respetiva norma portuguesa.
e) Camas e berços:
As camas e os berços devem ser sólidos e estáveis, sem arestas nem qualquer saliência onde possa
ficar preso um botão da roupa da criança, a corrente da chupeta ou qualquer outro adereço ou
brinquedo.
O material didático e lúdico deve ser adaptado à idade da criança e ao tamanho do espaço
disponível para a criança brincar.
Deve ser lavável, leve, sem peças pequenas ou arestas.
Os brinquedos e objetos a que a criança tem acesso devem ter um diâmetro superior a 3,2 cm e no
caso de brinquedos esféricos e ovais, superior a 4,5 cm. Não devem ter partes que se possam soltar
inferiores a este diâmetro. Não devem ainda ter fios compridos que possam sufocar a criança
(máximo permitido 22 cm).
No caso de o brinquedo ter pilhas, o seu compartimento deve estar bem fechado e só ser possível
abrir com uma ferramenta.
O material didático e lúdico deve obedecer às normas de segurança europeias.
Como indicam Hohmann e Weikart, a rotina diária possibilita uma estruturação para os
acontecimentos do dia, “Saber aquilo que espera em cada parte do dia ajuda as crianças a
desenvolver um sentido de segurança e controlo” (Hohmann;Weikart,2009:225). Sendo assim, a
rotina deve ser planeada com o objetivo de apoiar a iniciativa da criança, como tal, deve
compreender o processo de planear-fazer-rever. Deste modo, as crianças têm oportunidade de
expressar as suas opiniões e intenções, colocam-nas em prática e têm a possibilidade de refletir
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As situações de rotina:
São momentos privilegiados de interacção adulto/criança, durante as quais o adulto pode conversar com P
a criança, criar, jogar, falar, sorrir, estabelecendo uma relação afectuosa com cada criança, uma vez que
cada uma delas é única e tem necessidades diferentes.
Mais importante que "o dar de comer" é a relação afectuosa que se cria nas refeições. Estabelecem-se
diálogos com as crianças, dá-se atenção, mostram-se sorrisos e isso permite transformar este momento num
acto de afeto, de brincadeira, de jogo e de prazer.
O respeito pelo horário das refeições, pela introdução de novos alimentos, pelo ritmo individual de cada
criança e, ainda, por uma alimentação adequada e rica são, também, elementos a não esquecer.
Rotina da Higiene
- Lavar as mãos antes e depois, evitando a contaminação própria e entre os bebés. Eles também
devem ter as mãos lavadas, pois existe a possibilidade de tocarem nas secreções enquanto são
limpos e trocados.
- Mantenha o cesto de lixo (com pedal) próximo e descarte as fraldas sujas, logo que sejam
retiradas.
- Evite fraldas de pano. É difícil acondicionar as usadas para que sejam enviadas à casa das
crianças. A pré-lavagem também não é recomendada, pois há o risco de contaminação.
Ainda dentro da rotina diária de tratar da higiene, devemos apontar a higiene oral (escovar os
doentes):
- Para supervisionar a escovação da turma inteira, forme grupos no máximo com cinco integrantes.
- Auxilie as crianças a escovar os dentes, orientando os movimentos.
- Ensine aos pequenos que as escovas são de uso pessoal e descarte as que eventualmente forem
trocadas entre eles.
- Os porta-escovas devem ser individuais e identificados e permitir que elas permaneçam secas e
arejadas.
- Para enxaguar a boca, cada criança deve usar o próprio copo plástico.
- Troque as escovas de dente a cada três ou quatro meses.
- Mantenha as portas e as janelas abertas, inclusive nos dias frios, para evitar o aumento de germes
no ar, o que facilita a transmissão de doenças.
- Disponha os bebes em posições opostas: a cabeça de um não deve ficar próxima à do outro.
- Assegure que todos tenham fronha e lençóis próprios e identificados, assim como chupetas e
paninhos.
Para além das actividades básicas (de alimentação, repouso e higiene que são uma rotina diária), devem ser
incluídas as seguintes actividades que potenciam:
- O desenvolvimento da comunicação:
- A Motricidade fina:
Digitinta
- A Motricidade larga:
Rolar deitado
Arrastar-se no chão
Alcançar
Jogos de equilíbrio jogos com bolas, arcos, balões
Trepar
Sentar-se auxiliado
Levantar-se com apoio
Expressão musical
Canções
Exercícios de ritmos
Identificação de instrumentos musicais
Utilização de instrumentos musicais
Construção de instrumentos musicais
Ser educador, ama ou outro, é apoiar a criança quando ela necessita, encorajá-la a fazer as suas
próprias escolhas, incentivá-la a levar a cabo os seus projetos e a interagir com os outros. O
educador deve ter a capacidade de cuidar, ouvir e respeitar a criança, de as aceitar tal como P
elas são. Deste modo, está “a possibilitar a interacção com diferentes valores e perspectivas”
(M.E;1997:52), uma vez que é através da interação que a criança aprende a valorizar
comportamentos e atitudes e a conhecer diferentes pontos de vista.
Todas as rotinas diárias e atividades quotidianas da criança devem colocar no centro a própria
criança, tudo deve ser cuidadosamente planeado para ela, tendo em conta as suas necessidades
e limitações.
É fundamental que o adulto, tanto a ama como outro profissional e também a família,
acompanhem a criança nas brincadeiras através da supervisão das mesmas ou incluirmo-nos
nelas, sempre que sejamos solicitadas. A supervisão, muitas vezes, deverá ser subtil, para que a
criança não se aperceba que está a ser vigiada e que, com isso, fique constrangida. Também
devemos ter especial atenção a situações em que a criança solicite a nossa presença nas
brincadeiras porque não consegue brincar sozinho, ou não consegue juntar-se em pares. Aí, o
nosso procedimento terá que ser o de estimular e incentivar à partilha das brincadeiras com os
outros.
O educador/ama deverá seguir as instruções das crianças quando brincam e não impor somente
as suas instruções. Isto ajudará a criança a ser mais autónoma, criativa e a pensar de forma
independente. Ao obedecermos aos seus pedidos adequados estaremos a contribuir para que no
futuro também a criança obedeça aos educadores noutras circunstâncias.
O educador/ama deverá ser um espectador atento quando está a brincar com as crianças,
observando o que as crianças fazem e criam e elogiando-as com confiança, podemos falar então
do importante de reforço positivo à criança.
A conduta da criança deve ser baseada na responsabilização pelas suas acções, pelos seus
pertences, pelo seu espaço, pelo seu meio. Neste campo, o papel da ama ou do educador, será
ensiná-la e orientá-la para que tome conta do que é seu (da sua mochila, do seu casaco, da
lancheira, do seu material) e ensiná-la também a responsabilizar-se pela sua integridade física e
pela dos outros. Neste ponto, cabe também a aprendizagem do respeito pelos colegas e pelas
restantes pessoas, de forma a prender a viver em sociedade.
O papel desempenhado pelos pais e pela ama assume-se de crucial e incontornável importância,
sobretudo no que respeita à estimulação das capacidades de processamentode informação e
acompanhamento/ envolvimento nas brincadeiras e tentativas iniciadas pela criança.
Os adultos que acompanham a criança, quando se envolvem com ela, consolidam as atividades
e facilitam a sua compreensão. É através desta intervenção que muitas vezes se ensinam ou
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A independência dá confiança e autoestima às crianças. “Eu posso” soa melhor do que “eu não
posso”, sobretudo quando mais alguém pode.
Há momentos em que todas as crianças procuram a dependência que é apanágio dos bebés,
em geral quando a pessoa que cuida delas está ocupada, ou quando elas estão aborrecidas e
infelizes, mas as crianças quase sempre agarram a independência quando esta lhes é oferecida.
Para ser independente, uma criança tem de saber cuidar de si própria nos aspectos básicos:
comer, vestir-se, servir-se da casa de banho e lavar-se. Mais importante ainda, tem de conseguir
motivar-se para a ação, seja qual for a tarefa.
Uma criança que sabe vestir as calças, mas só o faz quando lho dizem, continua a depender de si.
Se você permitir que este tipo de dependência impregne todos os atos da criança, a vida dela
longe de si será difícil. Nem os professores nem as outras crianças têm tempo para organizar todos
os atos dela.
Entrar na escola significa que uma criança tem de passar a maior parte do dia sem as interações a
dois a que está habituada em casa. Se ela tem de se repartir alegremente entre a casa e a escola,
tem de conseguir inserir-se num grupo maior e ser capaz de continuar uma atividade quando não
é o centro das atenções. Deve ter a competência necessária apara pedir o que precisa,
confiança pessoal para tentar qualquer coisa mesmo que seja difícil e ego para enfrentar as
críticas.
A nível prático, tem de conseguir trabalhar sozinha, concentrar-se escutar, compreender e manter-
se sentada durante longos períodos. Uma criança comporta-se melhor em todas estas frentes,
sobretudo se foi encorajada a ser independente.
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Exemplo: orientar e motivar a criança para reflectir sobre o que é correcto, incutindo na criança
regras de comportamento, responsabilidade. P
Em suma, os profissionais que acompanham a criança devem promover este tipo de actividades
com as crianças com vista ao seu desenvolvimento físico e psicológico.
Em primeiro lugar realçamos que a criança começa a aprender a conhecer, aqui a criança parte
para a descoberta do mundo e de si próprio de uma forma autónoma e responsável.
Esta Fase caracteriza-se por uma grande curiosidade, sendo muito frequente a pergunta "Porquê?"
Da-se o desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria como "eu" e
pode conseguir descrever-se por frases simples, como "tenho fome";
É fundamental que haja um trabalho em equipa, um trabalho articulado entre a ama e a família
da criança, de modo a prestar um cuidado adequado às crianças.
Pode concluir-se que trabalhar na área da educação é trabalhar em equipa, desde trabalhar em
cooperação com os colegas de trabalho, à cooperação da ama ou dos educadores com a
família das crianças, em que deve haver uma troca constante de saberes e experiências e uma
comunicação contínua.
Por outro lado, este trabalho em equipa pode também ser aplicado às crianças, que devem desde
cedo trabalhar em conjunto com os colegas, de forma a desenvolver competências como a
responsabilidade, autonomia e a noção de trabalhar em prol de um objetivo comum.
É fundamental que haja comunicação entre a família e o profissional, contando o último como foi o dia,
complementando assim com as informações essenciais que devem ser fornecidas à família.
A criança deve ter o seu espaço para brincar, para partir à descoberta do mundo, para interagir P
mas cabe sempre ao adulto, seja a ama, o esducador ou a família impôr regras e limites à criança,
para que de forma autónoma e responsável se desenvolva.
Exemplo: No espaço residencial da ama ou na creche as crianças devem arrumar a sala com a
ajuda do adulto que deve dar sempre o exemplo.
Portanto, conclui-se que por meio das atividades lúdicas, a criança comunica consigo mesma e
com o mundo onde está inserida, aprende a respeitar o outro, a obedecer, estabelece relações
sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente.
- ALMEIDA, Paulo N. Educação lúdica: Técnicas e jogos pedagógicos. 10. ed. São Paulo: Loyola,
P
2000.
- Fachada, Maria Odete, Psicologia das relações interpessoais, Edições Sílabo, 2010
- MARANHÃO, Diva Nereide M. M. Ensinar brincando: A aprendizagem pode ser uma grande
brincadeira. 2. ed. Rio de Janeiro: WAK, 2003.