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Modelos familiares e formas de parentalidade

Sessão nº2

Rita Dinis
Diversidade de modelos familiares

Casal, casamento e união de facto

• Um casal é o conjunto de duas pessoas de sexos diferentes ou do mesmo


sexo, no caso de casais homossexuais.

• O casamento gera uma série de efeitos de carácter pessoal, patrimonial e


sucessório distintos dos que se verificam no caso da união de facto. Os
unidos também não estão sujeitos aos mesmos deveres conjugais que
incidem sobre os indivíduos casados entre si. Casamento e união de facto
são, pois, realidades juridicamente distintas.
Diversidade de modelos familiares

Ao contrário do casamento que tem efeitos imediatos a união de facto só é


aplicável após dois anos de vida em comum. Note-se que a união de facto, ao
contrário do casamento, não tem de ser reconhecida oficialmente pelas duas
pessoas para ter efeitos legais: as proteções na lei são aplicáveis por defeito a
qualquer união a partir do momento que se cumpram dois anos de vida comum.

A união de facto não tem obrigações automáticas do casamento civil como a


obrigação de apoio, responsabilidade pelas dívidas contraídas, obrigação de
fidelidade, etc. Alguns destes direitos em particular já foram parcialmente obtidos
caso a caso recorrendo aos tribunais.
Diversidade de modelos familiares

União de facto ou união estável é o instituto jurídico que estabelece


legalmente a convivência entre duas pessoas, que para tanto seja
aprovada que a "união estável" é similar ao casamento civil. À luz da
legislação portuguesa é “a situação jurídica de duas pessoas que, não
sendo casadas entre si ou com outrem, independentemente do sexo,
vivam em condições análogas às dos cônjuges, há mais de dois anos.
Diversidade de modelos familiares

• Monoparentalidade

Na sociedade contemporânea, diversos fatores contribuem para o surgimento do


modelo de família monoparental, desde a inseminação artificial a produção
independente, adoção, viuvez ou o divórcio, pois a mesma compreende uma pessoa
adulta, homem ou mulher responsável por uma ou várias crianças. Aliadas a essas
mudanças a dissolução do casamento, separações, divórcios, novas famílias, a mulher
assumindo sozinha a chefia da família. Assim, as relações primárias na família concorrem
para a interação de seus membros, novas integrações, novos papéis, com efeito, a família
no contexto da contemporaneidade alia a família nuclear, às famílias monoparentais.
Diversidade de modelos familiares

A família monoparental ocorre quando apenas um dos pais de uma criança


arca com as responsabilidades de criar o filho ou os filhos. Tal fenómeno
ocorre, por exemplo, quando o pai não reconhece o filho e abandona a
mãe, quando um dos pais morrem ou quando os pais dissolvem a família
pela separação ou divórcio. Normalmente, depois da separação do casal,
os filhos ficam sob os cuidados da mãe, e mais raramente, do pai.
Diversidade de modelos familiares

Por outro lado, atualmente a monoparentalidade consiste em uma escolha corajosa


e determinada do indivíduo encarar construir um história baseada numa decisão
singular, a qual exige muito planeamento e firmeza de propósito, sem temer as
consequências dessa decisão.

Numa sociedade em que se afirmam novos papéis sociais e a monoparentalidade


é cada vez mais comum, são cada vez mais os pais a acumular responsabilidades
que, no passado, se associavam à mulher. Um fenómeno descrito como
"maioritariamente feminino", agora associa-se, também, ao sexo oposto.
Diversidade de modelos familiares

• Tipos de família

Família Díade Nuclear: Duas pessoas em relação conjugal sem filhos (não há descendentes
comuns nem de relações anteriores de cada elemento).

Família Grávida: Família em que uma mulher se encontra grávida, independente da


restante estrutura.

Família Nuclear ou Simples: Uma só união entre adultos e um só nível de descendência


pais e seu(s) filho(s).

Família Alargada ou Extensa: Co-habitam ascendentes, descendentes e/ou colaterais por


consanguinidade ou não, para além de progenitor(es) e/ou filho(s).
Diversidade de modelos familiares

•Família com prole extensa ou numerosa: Família com crianças e jovens de idades muito
diferentes, independentemente da restante estrutura familiar.
•Família Reconstruída, Combinada ou Recombinada: Família em que existe uma nova união
conjugal, com ou sem descendentes de relações anteriores, de um ou dos dois cônjuges.
•Família Homossexual: Família em que existe uma união conjugal entre 2 pessoas do mesmo
sexo, independentemente da restante estrutura.
•Família Monoparental: Família constituída por um progenitor que co-habita com o(s) seu(s)
descendente(s).
•Família Dança a Dois: Família constituída por familiares (de sangue ou não) sem relação
conjugal ou parental (ex: avó e neto, tia e sobrinha, irmãos, primos, cunhados,…).
Diversidade de modelos familiares

• Família Unitária: Família constituída por uma pessoa que vive sozinha,
independentemente de relação conjugal sem co-habitação.

• Família de Co-habitação: Homens e /ou Mulheres que vivem na mesma


habitação sem laços familiares ou conjugais, com ou sem objectivo
comum (ex: estudantes universitários, amigos, imigrantes,…).

• Família Comunitária: Família composta por homens e/ou mulheres e


seus eventuais descendentes, co-habitando na mesma casa ou em casas
próximas (ex: comunidades religiosas, seitas, comunas, ciganos,…).
Diversidade de modelos familiares

• Família Hospedeira: Família em que ocorre a colocação temporária de um


elemento exterior à família (ex: criança, idoso, amigo, colega,…).

• Família Adoptiva: Família que adoptou uma ou mais crianças não consanguíneas,
com ou sem co-habitação de filhos biológicos.

• Família Consanguínea: Família em que existe uma relação conjugal consanguínea,


independentemente da restante estrutura.

• Família com Dependente: Família em que um dos elementos é dependente dos


cuidados de outros por motivo de doença (acamado, deficiente mental e/ou motor,
requerendo apoio nas AVDs.
Diversidade de modelos familiares

• Família Descontrolada: Família em que um membro tem problemas


crónicos de comportamento por doença ou adicção (ex: esquizofrenia,
toxicodependência, alcoolismo, etc.)

• Família Múltipla: Família em que o elemento identificado integra duas


ou mais famílias, constituindo agregados diferentes, eventualmente com
descendentes em ambos.
Formas de parentalidade

• Biológica, adoção, apadrinhamento civil, acolhimento familiar e tutela

A parentalidade pode ser entendida como o conjunto de fatores


biológicos, psicológicos e jurídicos que tornam um indivíduo pai ou mãe
de um outro indivíduo.

Tendo em conta os fatores psicológicos, a parentalidade caracteriza-se


pelo clima, responsabilidades e funções dos indivíduos-pais ou
cuidadores tendo em vista o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e
social dos seus filhos.
Formas de parentalidade

A parentalidade afigura-se igualmente um processo de desenvolvimento e de


aprendizagem, que se caracteriza não só pelas funções que se verificam aquando
do nascimento de um filho, mas também pelas representações e significados
pessoais do que é ser pai e mãe, e que vão sendo construídas desde a gestação,
prolongando-se pelos diferentes estádios de desenvolvimento familiar.

A personalidade e o desenvolvimento dos indivíduos-pais ou cuidadores parecem


contribuir para o modo como estes consideram o que é ser pai ou mãe,
traduzindo-se no modo como estes se vinculam, comunicam e modelam os seus
filhos.
Formas de parentalidade

• Adoção

A adoção é o processo de acolher, afetiva e legalmente, uma criança ou


adolescente que seja percebido e sentido como verdadeiro um filho. O filho
adotado, gerado por outra pessoa, passa a ocupar no universo afetivo e familiar
do adotante o lugar de filho legítimo.

Adotar não é um gesto de caridade - apesar de fazer bem a todos os envolvidos


nela - quem o faz é por desejo de ser pai e mãe, por vontade de se ter um filho.
O amor que existe e experimentado entre as pessoas envolvidas na adoção é igual
àquele sentido por parentes consanguíneos.
Formas de parentalidade

• Acolhimento familiar

O acolhimento familiar é uma resposta social que consiste em integrar,


temporária ou permanentemente, em famílias consideradas idóneas, pessoas
idosas, (pessoas com 60 e mais anos), ou pessoas adultas com deficiência (a
partir dos 18 anos, inclusive) quando, por ausência ou falta de condições de
familiares e/ou inexistência ou insuficiência de respostas sociais, não possam
permanecer no seu domicílio, e/ou que se encontrem em situação de
dependência ou de perda de autonomia, vivam isoladas e sem apoio de
natureza sócio-familiar.
Formas de parentalidade

Uma pessoa singular ou uma família previamente selecionada pela instituição de enquadramento
acolhe no máximo de três pessoas idosas ou adultas com deficiência. A título excecional, o
acolhimento pode ser efetuado por parente do acolhido a partir do 3º grau da linha colateral.

• Tutela

A palavra tutela provém do latim tutēla. Trata-se da autoridade que se confere para cuidar de
uma pessoa que, seja por esta ser menor de idade, seja por outras causas, não tem plena
capacidade civil. Deste modo, o tutor adquire autoridade e responsabilidade, na falta e ausência
dos pais da pessoa em questão, sobre o sujeito e os seus bens. a tutoria entende-se como um
processo de acompanhamento durante a formação da criança, que implica uma atenção
personalizada e que, de um modo geral, transcende a instrução formal.

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