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“Uma estudante perguntou uma vez à antropóloga Margaret Mead qual considerava o primeiro sinal
de civilização em uma cultura. A estudante esperava que a antropóloga falasse de anzóis, bacias de
barro ou de pedras para amolar, mas não. Mead disse que o primeiro sinal de civilização numa
cultura é a prova de uma pessoa com um fêmur quebrado e curado. Mead explicou que no resto do
reino animal, se você quebrar a perna, você morre. Você não pode fugir do perigo, ir para o rio beber
água ou caçar para se alimentar. Você se torna carne fresca para predadores. Nenhum animal
sobrevive a uma perna quebrada o tempo suficiente para que o osso cure. Um fêmur quebrado que
se curou é a prova de que alguém tirou tempo pra ficar com o que caiu, curou a lesão, colocou a
pessoa em segurança e cuidou dela até que ela se recupere. “Ajudar alguém a passar pela
dificuldade é o ponto de partida da civilização”, explicou Mead.
“Não é amor, e nem mesmo simpatia (compreendida em seu sentido literal), o que leva um rebanho
de ruminantes ou de cavalos a fazer um círculo a fim de resistir ao ataque dos lobos; ou lobos a
formar uma alcateia para caçar; ou gatinhos ou cordeiros a brincar; ou os filhotes de uma dezena de
espécies de aves a passarem os dias juntos no outono. Também não é amor, nem simpatia pessoal,
que leva muitos milhares de gamos, espalhados por um território do tamanho da França, a formar
dezenas de rebanhos distintos, todos marchando em direção a um determinado ponto para cruzar
um rio. É um sentimento infinitamente mais amplo que o amor ou a simpatia pessoal – é um instinto
que vem se desenvolvendo lentamente entre animais e entre seres humanos no decorrer de uma
evolução extremamente longa e que ensinou a força que podem adquirir com a prática da ajuda e do
apoio mútuos, bem como os prazeres que lhes são possibilitados pela vida social. […] não é no
amor, e nem mesmo na simpatia, que a sociedade se baseia. É na percepção – mesmo que apenas
no estágio do instinto – da solidariedade humana. É o reconhecimento inconsciente da força que
cada homem obtém da prática da ajuda mútua; da íntima dependência que a felicidade de cada um
tem da felicidade de todos; e do senso de justiça ou de equidade que leva o indivíduo a considerar
os direitos de todos os outros indivíduos iguais aos seus. É sobre esse alicerce amplo e necessário
que se desenvolvem sentimentos morais mais elevados.”
RE S UMO
C AP ÍT ULO II – A FA M IL IA.
De acordo com seus estudos sobre os três estágios pré-históricos, Morgan percebeu os
seguintes modelos de família: Consanguínea, Punaluana, Sindiásmica e Monogâmica. A
família Consanguínea, a primeira etapa dessa família, onde os grupos conjugais classificam-se por
gerações: todos os avôs e avós, nos limites das famílias são maridos e mulheres entre si;
caracterizada pelo casamento entre irmãos. Afamília Punaluana, o primeiro progresso desse tipo de
família é excluir as relações sexuais entre pais e filhos, e o segundo as relações entre irmãos.
Criando a categoria de parentesco primos e primas, sobrinhos e sobrihas. E a contar desse modelo
de família que é instituída a gens (identidade familiar), isto é, um círculo fechado de parentes
consanguíneos por linha feminia, que não podem se casar uns com os outros. Essas gens são
instituições com uns, possuidoras de ordens sociais e religiosas que diferem das outras gens da
tribo. Com essa crescente complicação das proibições de casamento, tornaram-se cada vez mais
impossíveis as uniões por grupos, que foram substituídas pela família sindiásmica. A família
Sindiásmica, um homem vive com uma mulher, embora a poligamia e a infidelidade
ocasional continuam a ser um direito dos homens, e ao me smo tempo, exige-se a mais
rigorosa fidelidade das mulheres, sendo o adultério destas cruelmente castigado. Nessa família
o vínculo conjugal pode dissolver-se com facilidade por ambas as partes e os filhos
pertencem as gens exclusivamente da mãe. Engels relata que com a origem da propriedade
privada: a criação de gado, a domesticação de animais, a elaboração dos metais, a arte do
tecido e por fim a agricultura, ganharam outra fisionomia, principalmente depois que os
rebanhos passaram a ser propriedade da família, e toda essa riqueza pertencia a gens
paterna. Com isso após sua morte, a herança era passada em primeiro lugar aos seus
irmãos e irmãs, e sucessivamente aos filhos dos irmãos e irmãs, quanto aos seus
próprios filhos viam-se deserdados, pois pertenciam somente as gens das mães. Essa
riqueza deu aos homens poder, e com isso eles fazem valer-se desta vantagem para
mudar a ordem da herança estabelecida em proveitos dos seus filhos , e assim o direito
materno foi abolido, passando os filhos a pertencerem as gens paterna. O homem passa a
ter controle da casa e a mulher viu-se degradada, convertida em servidora, sendo um simples
instrumento de reprodução.