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RESUMO DO LIVRO: A ORIGEM DA FAMÍLIA, DA PROPRIEDADE

P R I V A D A E D O E S T A D O . F RIEDRICH ENGE LS.

Trabal ho relacionado com as inves tigações L. H. Morgan.

O princípi o do materialismo histórico, instituído na obra do antropólogo norte-america no Lewis


Henry Morgan, é o que baseia a compreensão de que “todas as grandes épocas de progresso da
humanidade coincidem, de modo mais ou menos direto, com as épocas em que se ampliam as
fontes de existência”.

RESUMO

CAPÍTULO II – A FAMILIA.

Morgan retrata um estudo e pesquisa de campo feita sobre os iroqueses, um sistema de


consanguinidade vigente entre eles, que entrava em contradição com seus reais vínculos de família,
diante disso ele tenta estabelecer conexões desse sistema em uma escala global, além de
identificar a evolução das sociedades humanas. Reconstituindo retrospectivamente a história da
família, Morgan chega à conclusão de que existiu uma época primitiva em que imperava nas tribos
o comércio sexual promíscuo, onde cada mulher pertenci a igualmente a todos os homens e cada
homem a todas as mulheres, onde também havia relação entre pais e filhos, e irmãos e irmãs.

De acordo com seus estudos sobre os três estágios pré-históricos, Morgan percebeu os
seguintes modelos de família: Consanguínea, Punaluana, Sindiásmica e Monogâmica. A
família Consanguínea, a primeira etapa dessa família, onde os grupos conjugais classificam-se por
gerações: todos os avôs e avós, nos limites das famílias são maridos e mulheres entre si;
caracterizada pelo casamento entre irmãos. Afamília Punaluana, o primeiro progresso desse tipo de
família é excluir as relações sexuais entre pais e filhos, e o segundo as relações entre irmãos.
Criando a categoria de parentesco primos e primas, sobrinhos e sobrihas. E a contar desse modelo
de família que é instituída a gens (identidade familiar), isto é, um círculo fechado de parentes
consanguíneos por linha feminia, que não podem se casar uns com os outros. Essas gens são
instituições com uns, possuidoras de ordens sociais e religiosas que diferem das outras gens da
tribo. Com essa crescente complicação das proibições de casamento, tornaram-se cada vez mais
impossíveis as uniões por grupos, que foram substituídas pela família sindiásmica. A família
Sindiásmica, um homem vive com uma mulher, embora a poligamia e a infidelidade
ocasional continuam a ser um direito dos homens, e ao me smo tempo, exige-se a mais
rigorosa fidelidade das mulheres, sendo o adultério destas cruelmente castigado. Nessa família
o vínculo conjugal pode dissolver-se com facilidade por ambas as partes e os filhos
pertencem as gens exclusivamente da mãe.

Engels relata que com a origem da propriedade privada: a criação de gado, a domesticação
de animais, a elaboração dos metais, a arte do tecido e por fim a agricultura, ganharam outra
fisionomia, principalmente depois que os rebanhos passaram a ser propriedade da família, e
toda essa riqueza pertencia a gens paterna. Com isso após sua morte, a herança era
passada em primeiro lugar aos seus irmãos e irmãs, e sucessivamente aos filhos dos
irmãos e irmãs, quanto aos seus próprios filhos viam-se deserdados, pois pertenciam
somente as gens das mães. Essa riqueza deu aos homens poder, e com isso eles fazem
valer-se desta vantagem para mudar a ordem da herança estabelecida em proveitos dos
seus filhos , e assim o direito materno foi abolido, passando os filhos a pertencerem as
gens paterna. O homem passa a ter controle da casa e a mulher viu-se degradada, convertida
em servidora, sendo um simples instrumento de reprodução.

Assim o termo “família”, é inventado pelos romanos, caracterizando o surgimento da família


patriarcal, onde a mulher, filhos e escravos submetem-se ao poder paterno do seu chefe, que
detinha o direito da vida de todos. Segundo Engels, esta forma de família assinala a passagem do
matrimonio sindiásmico à monogamia. A família Monogâmica, se baseia no predomínio do
homem, sua finalidade expressa é a de procriar filhos cuja paternidade seja indiscutível, pois
esses na qualidade de herdeiros diretos, um dia terão a posse dos bens de seus pais.
Esse tipo de família se difere do matrimônio sindiásmico por exigir uma solidez muito maior
nos laços conjugais, que já não podem ser rompidos por ambas as partes, e como regra só
o homem pode rompê-lo e repudiar sua mulher. Ao homem se concede o direito da
infidelidade conjugal, desde que ele não leve as concubinas para o domicílio conjugal,
quanto a mulher é castigada mais rigorosamente do que em qualquer outra época. De
acordo com Morgan, essa foi a primeira forma de família que não se baseava em um
fruto do amor, mas sim em questões econômicas e concretamente no triunfo da propriedade
privada sobre a proprieda de com um primitiva.

Ele destaca que a monogamia foi um grande progresso histórico, mas, ao mesmo tempo,
iniciou juntamente com a escravidão e as riquezas privadas, aquele período que dura até
nossos dias, onde o bem-estar e o desenvolvimento de uns verificam às custas da dor e da
repressão de outros. Vale ressaltar que a antiga liberdade relativa das relações sexuais,
não desapareceu com a monogamia, no qual Morgan entende por heterismo – as relações
extra conjugais dos homens com mulheres não casadas – relações estas que durante a
época da civilização foi se transformando cada vez mais, em aberta prostituição. Esses
fatos acarretaram uma série de evoluções na família monogâmica , onde a mulher
conquista novamente o direito do divórcio e consegue se inserir no mercado de trabalho,
Morgan observa também com a evolução, uma aproximação da plena igualdade de direitos
entre ambos os sexos. Engels, conclui o segundo capitulo, afirmando que a família deverá se
modificar na medida em que a sociedade se modifique, como aconteceu durante todo o
período analisado por ele, com base na obra de Morgan. “Se num futuro remoto, a família
monogâmica não mais atender as exigências sociais é impossível predizer a natureza da
família que a sucederá ”.

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