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em
Ginecologia
e
Obstetrícia
Professora: Simone
Este volume traz, concentradas em duas partes, noções básicas de ginecologia
e obstetrícia, e o detalhamento dos serviços de assistência de enfermagem em
cada situação específica.
1. Enfermagem em Ginecologia
É de fundamental importância que o profissional de enfermagem, que presta
assistência à paciente necessitada de cuidados, esteja atento ao quanto é
embaraçoso para ela conversar com alguém sobre seus distúrbios da função e
estrutura sexuais. Devido à vergonha e também ao medo de que sua
intimidade venha a ser discutida em público, a mulher nega-se por vezes a
revelar o que considera particular e, desta forma, a menos que os sintomas de
ordem sexual e da reprodução se tornem agudos, evita procurar auxílio dos
profissionais de saúde.
Mamas (masto)
Vulva (Pudendo)
Períneo
2 Exames em ginecologia
Exame de mamas
Exame Ginecológico
Etapa:
• Inspeção da genitália externa para detectar presença de infecção,
edema, hemorragia, secreção ou alteração do epitélio local.
• Toque _ palpação dos órgãos genitais internos, que pode ser por via
vaginal ou retal. O taque bimanual é o toque vaginal ou retal realizado
ao mesmo tempo que a palpação do útero pelo abdome. Para o toque,
utiliza-se luva esterilizada e lubrificante. Avaliam-se condições de:
vagina, fundo-de-saco, colo, corpo do útero, anexos e paramétrios.
Cuidados de enfermagem
• Pedir à paciente para urinar e evacuar antes exame.
• Orientar a paciente sobre o que será feito durante o exame.
• Trocar o forro da mesa de exame (lençol ou papel).
• Remover a roupa da paciente da cintura pra baixo.
• Colocar a paciente em posição na mesa ginecológica. As posições
que podem ser utilizadas para esse tipo de exame são:
- posição ginecológica;
- posição genupeitoral; e
- posição de Sim’s.
• Cobrir a paciente com lençol até que o médico chegue.
• Providenciar o material necessário:
-banco giratório;
-luvas estéreis;
-lubrificante;
-antissépticos;
-gaze;
-foco de luz;
-espéculos vaginais estéreis.
• Dar assistência ao médico.
Fig. 11 _ Paciente em posição ginecológica
Atenção
Colposcopia
Trata-se de um exame mediante o qual o médico visualiza o colo uterino com o
colposcópio (aparelho com lente de aumento e iluminação potente que,
introduzido na vagina, permite examinar visualmente o colo do útero, lesões e
carcinoma).
Papanicolau
Também conhecido como citologia oncótica ou prevenção de câncer do colo
do útero, o papanicolau consiste no estudo das células do cérvix e da vagina
para analisar e identificar células alteradas com inflamação, displasia ou
neoplasias.
As células podem ser colhidas do fundo-de-saco posterior da vagina
(conhecido por fundo-de-saco vaginal posterior ou fundo-de-saco de Douglas),
do ectocérvix (abertura do colo) e também do endocérvix (interior do colo). O
conteúdo é então espalhado sobre a lâmina e imediatamente fixado com uma
solução fixadora. Para a realização da colheita, a paciente não deve:
• Estar menstruada;
• Usar duchas ou medicamentos vaginais por 48 horas antes do
exame;
• Ter contato sexual por 24 horas antes do exame.
Cuidados de enfermagem
• Preparar o intestino da paciente com laxativos e enteroclisma na
véspera, para evitar que as sombras gasosas prejudiquem as
imagens radiológicas.
• Prescrever analgésicos, para alivias as dores durante o exame.
• Oferecer absorvente higiênico à paciente, após o exame, para evitar
que o contraste manche sua roupa.
Ultra-sonografia
Trata-se de um método simples, baseado na transmissão de ondas sonoras. O
equipamento de ultra-sonografia diagnóstica emprega ondas ultra-sônicas em
uma freqüência de 20.000 ciclos por segundo; a pelve e o abdome são
examinados na forma linear. O transdutor, colocado em contato com o abdome,
converte energia mecânica em impulsos elétricos, que por sua vez são
ampliados e registrados em uma tela osciloscópica que compõe uma fotografia
da forma. Todo esse processo leva cerca de 10 minutos.
Cuidados de enfermagem
Esse exame não requer cuidado especial. Entretanto, é necessário que a
paciente esteja com a bexiga cheia. Para isso, antes do exame deve-se
administrar água, chá ou refrigerante para a paciente. Quando o exame é
urgente requer jejum, pode-se introduzir soro fisiológico via uretral através
de uma sonda vesical.
Curetagem endocervical
Raspagem do interior do colo do útero, feita com cureta, para análise do
material colhido.
Curetagem endometrial
Raspagem do endométrio, feita com cureta, para análise de material ou
para esvaziamento do útero.
Biópsia
Retirada de tecido vivo para análise (estudo cito e histopatológico).
Patologias ginecológicas
Mamas
Displasias mamárias
No pós-operatório:
Vulva e vagina
Vulvovaginite
Sinais e sintomas
• Hiperemia e edema;
• Dor e prurido;
• Glândulas de Bartholin inflamadas (aumentadas e dolorosas);
• Corrimento vaginal.
Causas _ vários fatores podem contribuir para o
aparecimento da vulvovaginite:
Higiene local precária;
Perspiração no local aumentada;
Alérgenos (perfumes, pós, geléias contraceptivas, tecidos, sabões, etc.);
Agentes infecciosos (mais comuns: estafilococos),
• Estreptococos, tricomonas, candidíase, gonococos, bacilos difteróides e
vírus de herpes tipo II;
• Problemas dermatológicos;
• Doença venérea associada;
• Distúrbios endócrinos (ex: diabetes melito);
• Baixo teor de acidez na vagina (o pH ácido da vagina constitui uma
barreira de defesa, pois a acidez detém os germes. A vagina de criança e
de mulheres idosas é menos resistente a infecções, devido á pouca
acidez);
• Causas inespecíficas (quando se desconhece a causa da doença);
• Ausência de bacilos de Döderlein (barreira de defesa do aparelho genital).
Tratamento _ pode variar conforme a causa.
De modo geral, consiste em:
Tratar as doenças concomitantes;
Fazer lavagem vaginal (banhos de assento);
Fig. Afecções vulvares
Leucorréia
Sinais e sintomas:
• Aspecto espesso e profuso;
• Cor amarelada;
• Odor fétido;
• Muco, grumos ou sangue.
Podem ocorrer também:
• Prurido;
• Disúria;
• Ardor local (queimação);
• Edema;
• Hiperemia;
• Desconforto;
• Dispareunia (coito doloroso).
Diagnóstico _ feito pelo exame clínico e pela
colheita do material para exames laboratoriais, que podem ser:
parasitológico, bacterioscópico e cultura do conteúdo vaginal.
Causas _ os principais causadores da
leucorréia são:
• Trichomonas vaginalis: protozoário natural do trato vaginal. Quando há
deficiência na defesa da vagina, pode ocorrer proliferação desse
microorganismo, ocasionando a esverdeado, cremoso e espumoso,
acompanhado de prurido vulvar.
• Candida albicans: fungo que causa a candidíase ou monilíase. A vulva e
a vagina apresentam-se hiperemiadas, com placas brancas aderentes
às paredes e corrimento branco com grumos. O prurido vulvar é intenso.
É comum o aparecimento de monilíase em pacientes que estejam
usando antibióticos, pois reduzem o número de microorganismos
protetores do trato vaginal (bacilos de Haemophilus vaginalis ou
corinebacterium, Clamydia trachomatis, gonococos, estreptococos,
estafilococos, colibacilos, bacilos difteróides, vírus de herpes tipo II e
outros.
Tratamento _ o mesmo da
vulvovaginite.
Útero
Cervicite
Mioma e Fibroma
Sinais e sintomas
• Perturbações menstruais (como pequenos sangramentos contínuos);
• Dor abdominal (cólicas);
• Aumento do volume do ventre;
• Aborto;
• Esterilidade.
Tratamento _ o tratamento é cirúrgico e consiste na miomectomia ou
na histerectomia total ou parcial.
Carcinoma
É um tumor maligno que atinge o corpo ou, com maior incidência, o colo do
útero. O câncer do colo do útero ocorre com maior freqüência em
multíparas e mais ainda nas poligestas. Corresponde à terceira maior causa
de mortalidade de mulheres.
O fato de os judeus praticarem o ritual religioso da circuncisão facilita a
higiene e a limpeza do genital masculino. Isso resulta em uma freqüência de
câncer de colo seis vezes menor nas mulheres judias.
O carcinoma costuma aparecer entre os 30 e os 90 anos, ocorrendo maior
incidência em torno dos 60 anos para o câncer do tipo invasivo.
Fig. Prolapso
Fig. Prolapso
Fig. Prolapso
Cistocele
Com a descida do útero, pode ocorrer a descida da bexiga (cistocele), em
direção ao orifício vagina, devido ao enfraquecimento dos tecidos de
sustentação. A paciente tem a sensação de pressão pélvica e incontinência
urinária ou observa aumento da freqüência urinária. Exercícios perineais
podem diminuir a fraqueza dos músculos nos estágios precoces de cistocele.
Retocele
Com a descida do útero e a cistocele, pode ocorrer também a retocele, isto é, o
reto estufa, empurrando a parede posterior da vagina situada diante dele para
frente, e com o esforço da paciente, exterioriza-se na vulva. Pode haver lesão
do esfíncter anal, causando incontinência de fezes e gases.
Cisto de ovário
Carcinoma de ovário
Climatério
Nesse período os ciclos menstruais tornam-se irregulares, indicando o final
da vida reprodutiva da mulher, a menacme. Durante o climatério ocorre a
menopausa. Muitas mulheres apresentam distúrbios menstruais
caracterizados por escassez das menstruações, intercalada de períodos de
hemorragia.
Podem também ocorrer alterações vasomotoras, resultando em suores,
ondas de calor, elevado da pressão arterial, palpitações passageiras.
O climatério é conhecido como “idade crítica”, pois algumas mulheres
sentem insônia e irritabilidade nessa fase.
Menacme
É a fase reprodutiva da vida da mulher, que tem início com a menarca e
termina com a menopausa. Durante a menacme ocorrem os ciclos
menstruais.
Principais hormônios
Estrogênio
Progesterona Ovários
Testosterona
Fig. Hipófise
LH _ hormônio luteinizante
• Estimula o aumento da secreção do hormônio estrogênio através dos
folículos ovarianos;
• Estimula a maturação e o rompimento do folículo de Graaf (fazendo com
que ocorra a saída do óvulo: a ovulação);
• Contribui para que o folículo vazio se transforme em corpo lúteo
(também chamado de corpo amarelo ou corpo albicans) e secrete o hormônio
progesterona.
Prolactina
Não se sabe ao certo quando a prolactina inicia e quando termina sua ação.
Sabe-se, no entanto, que:
• Atua na formação do corpo lúteo;
• Prepara a glândula mamaria para a lactação;
• Exerce ação inibidora sobre o LH e o FSH, impedindo que ocorra a
ovulação durante a gravidez e a amamentação;
• Provoca a produção do leite, após a expulsão da placenta, quando
cessa a ação do estrogênio e da progesterona.
Ocitocina
Estrogênio
• Conhecido como hormônio feminino, o estrogênio é responsável pelos
caracteres sexuais femininos (desenvolvimento das mamas,
crescimento do útero, desenvolvimento e manutenção da vulva e vagina,
pigmentação da aréola mamária e da vulva, crescimento de pêlos
pubianos, concentração de tecido adiposo em áreas como quadris e
coxas, crescimento dos ossos);
• Estimula o desenvolvimento do endométrio durante o ciclo menstrual;
• Estimula as criptas do colo para que produzam muco cervical;
• Estimula a mobilidade dos músculos das trompas uterinas, favorecendo
o transporte do óvulo fertilizado.
Progesterona
• Prepara e estimula as mamas para a lactação;
• Prepara o endométrio para receber o ovo;
Ovulação
• É o processo que ocorre no ovário quando o folículo maduro, tendo
atingido seu desenvolvimento máximo, se rompe, liberando o óvulo. A ovulação
corre em um único dia do ciclo menstrual, 14 dias ou mais ou menos 2 dias
antes da menstruação seguinte.
Fig. Ovulação
• Fase pós-ovulação
Se o óvulo liberado durante a ovulação não for fecundado por um
espermatozóide, ele morrerá depois de 12 ou 24 horas. Após a morte do
óvulo, ocorre a descamação do endométrio (menstruação), dando inicio a
um novo ciclo menstrual.
Após a ovulação o folículo rompido se transforma em corpo lúteo, cuja
função é secretar hormônios. Se o óvulo morrer, o corpo lúteo regredirá,
cessando a produção de hormônios. Se o óvulo liberado durante a ovulação
for fertilizado pelo espermatozóide, o ovo formado caminhará até o
endométrio, onde irá se implantar, e o corpo lúteo vai se manter por mais
algum tempo secretando os hormônios necessários durante a gravidez.
• Período fértil
É o período do ciclo menstrual em que ocorre a ovulação e em que a
mulher pode engravidar se mantiver relação sexual sem proteção
anticoncepcional;
• Duração _ 3 a 5 dias
• Hipomenorréia: menos de 3 dias;
• Hipermenorréia: mais de 5 dias.
• Intervalo _ 28 a 30 dias
• Polimenorréia: cada 15 dias (2 vezes por mês)
• Proiomenorréia: cada 20 ou 25 dias;
• Opsomenorréia: cada 35 ou 40 dias;
• Espaniomenorréia: cada 2 a 3 meses;
• Amenorréia: ausência de menstruação.
Métodos naturais
O uso dos métodos naturais é baseado em um conhecimento relativo da
fisiologia feminina de modo que a mulher possa identificar seu período fértil e o
casal evite as relações sexuais nesses dias. Os principais métodos de
abstinência periódica são a tabelinha e o método de Billings.
Tabelinha
Por esse método, a mulher marca em um calendário os dias em que a
menstruação ocorre em cada ciclo, durante seis meses seguidos, para
conhecer a duração dos ciclos. Um ciclo completo vai do primeiro dia de
menstruação até o dia anterior à próxima; em geral, dura 24 a 32 dias. Para
calcular o período fértil, basta ver nas anotações o ciclo mais curto e subtrair
18. O número encontrado será o primeiro dia do período fértil. Para achar o
ultimo dia fértil, é só pegar o ciclo mais longo e subtrair 11.
Exemplo:
26 – 18 = 8
30 – 11 = 19
Métodos de barreira
São os métodos que, impedindo a penetração do esperma no colo uterino e nas
trompas da mulher, constituem uma barreira à concepção. Os principais são a
camisinha e o diafragma.
Camisinha
É um método cada vez mais difundido, pois, além de evitar a gravidez
indesejada, protege contra doenças sexualmente transmissíveis. A camisinha
deve ser colocada no pênis rígido antes da penetração e retirada após a
ejaculação. Para maior segurança, é preciso observar a qualidade do produto,
que não deve ser guardado em locais úmidos e pouco ventilados.
Diafragma
Trata-se de um pequeno dispositivo de borracha, de formato oval, que é
colocado no fundo da vagina antes da relação sexual e só deve ser retirado
seis horas depois. Para maior segurança, o diafragma deve ser utilizado com
uma geléia espermicida.
Esse método exige um treinamento prévio, que é oferecido em muitos centros
de saúde. Uma das vantagens de seu uso é a proteção do colo uterino durante
a relação sexual, prevenindo o aparecimento de ferimentos.
Método hormonal
A pílula anticoncepcional tem sido amplamente difundida. Quando usada
corretamente, é muito difícil engravidar. Toma-se um comprimido por dia a
partir do quinto dia do ciclo, de preferência sempre à mesma hora, até o final
da cartela. No intervalo seguinte, de sete dias, deve ocorrer a menstruação.
Para optar pelo uso da pílula anticoncepcional, é preciso conhecer suas contra-
indicações. Ela pode ser usada por mulheres jovens durante um período
relativamente longo (5 a 7 anos). Não é recomendada a mulheres com idade
superior a 38 anos, a fumante _ principalmente as que fumam com exagero _ e
as que tem varizes, doenças hepáticas, hipertensão e diabetes. Seu emprego
deve estar dentro dos limites de segurança, exigindo consulta médica prévia.
DIU
O DIU (dispositivo intra-uterino) é um pequeno aparelho de cobre e plástico
que deve ser colocado dentro do útero por um médico habilitado, num
procedimento relativamente indolor. Sua função é impedir a movimentação do
espermatozóide dentro do corpo da mulher, evitando que se encontre com o
óvulo. Também para optar por esse método a mulher deve conhecer as contra-
indicações:
• Sangramento exagerado durante a menstruação – porque ele aumenta o
sangramento menstrual;
• Anemia, infecção no útero, nas trompas uterinas e nos ovários – pois ele
pode agravar a doença.
O DIU é um método excelente para a mulher que já tem filhos, que não quer ou
não pode fazer uso da pílula ou que não deseja uma esterilização. Pode ser
usado por tempo indeterminado e é altamente eficaz.
São raros os casos de gravidez com o uso do DIU, só ocorrendo quando ele
está mal posicionado no útero. Essas gestações não causam malformação na
criança, porém o risco de o feto se localizar nas trompas é maior.
Fig. Dois tipos de DIU (dispositivo intra-uterino)
Esterilização
Como a esterilização impede definitivamente a possibilidade de gravidez, é
importante que a decisão de adotar esse método seja tomada após analise
profunda e madura, nunca após um parto normal ou cesariana, pois o
arrependimento pode vir meses ou anos depois.
Enfermagem em obstetrícia
Obstetrícia é o ramo da medicina que cuida das mulheres durante a gestação,
o parto e o puerpério. Suas preocupações estão voltadas para a concepção,
implantação, crescimento e expulsão do feto.
O centro obstétrico
O centro obstétrico é um local restrito onde são empregadas as mesmas
técnicas assépticas usadas no centro cirúrgico, incluindo uso de uniforme
privativo, propé, mascaras e gorro.
Possui salas de parto para o atendimento a parto normal ou cesariana.
Fecundação
Fecundação, fertilização ou concepção
Terminologia
Funções
• Barreira:
Cordão umbilical
Canal de ligação entre o feto e a mãe, compreendendo geralmente uma veia e
duas artérias. A passagem de oxigênio com substâncias nutritivas da placenta
para o feto é feita pela veia. A passagem de gás carbônico com substâncias
não-aproveitadas do feto para a placenta é feita elas artérias.
O cordão umbilical desenvolve-se com o feto e tem um aspecto torcido e
espiralado ao longo de todo o seu comprimento, que é m média de 50 cm, mas
pode variar de 30 cm a 1 m.
Membranas fetais
Desenvolvimento fetal
Diagnóstico de gravidez
Gravidez é o período que vai da concepção até a expulsão do feto do corpo
materno. Seu diagnóstico é feito a partir dos sinais e sintomas que podem ser
percebidos pela própria gestante ou pelo médico.
Sinais e sintomas
Sistema reprodutor
Sistema digestório
Sistema respiratório
Durante a gravidez há um aumento da freqüência respiratória. Devido à
compressão exercida pelo útero sobre o diafragma, pode ocorrer dispnéia.
Sistema circulatório
Ocorre aumento do volume sangüíneo e, conseqüentemente, do trabalho
cardíaco. Porém surgir taquicardia e palpitações, que se manifestam
mesmo em repouso. As palpitações também podem ocorrer devido a
fatores emocionais.
Em função do aumento do volume sangüíneo, o sangue torna-se mais
diluído, isto é, diminui sua concentração de eritrócitos (glóbulos vermelhos),
podendo ocasionar a chamada anemia fisiológica da gravidez. A mulher
também está mais sujeita ao aparecimento de varizes nos membros
inferiores, devido ao aumento do peso e à estase venosa nas pernas.
Sistema urinário
Há um aumento da freqüência de micções durante as primeiras e últimas
semanas de gravidez, devido à ação de hormônios e também pela pressão
que o útero exerce sobre a bexiga, diminuindo sua capacidade de reserva.
Pode ocorrer polaciúria, disúria e nictúria. O trato urinário apresenta maior
predisposição a infecções.
Sistema nervoso
Podem surgir ansiedade e meda na mãe em relação à formação do bebê e
à responsabilidade de ter um ser dependente de seus cuidados. Também
pode haver tendência à melancolia. Durante a gravidez a mulher sente-se
frágil e mais sensível.
Sonolência, insônia, fadiga e mesmo cefaléia são causadas por tensões
nervosas, emocionais, insegurança, ansiedade, etc.
Fig. Alterações fisiológicas que ocorrem durante a gestação:
A) desenho da cavidade abdominal ao fim do 5º mês lunar de gestação;
B) desenho da cavidade abdominal ao fim do 9º mês lunar de gestação.
Outras modificações
Gravidez múltipla
Gêmeos monozigóticos
Ovo único
1 Âmnio 2 Âmnios
Gêmeos dizigóticos
Também chamados de gêmeos fraternos, diferentes. Podem ser de sexos
diferentes e nada mais são do que irmãos nascidos ao mesmo tempo. Sua
semelhança física é a mesma que há entre irmãos não-gêmeos, pois possuem
genótipos diferentes.
Resultam da fertilização de dois (ou mais) óvulos por dois (ou mais)
espermatozóides, que originam um ovo duplo:
• Os dois óvulos podem vir de um mesmo ovário e são fecundados por
dois espermatozóides;
• Os dois óvulos podem vir dos dois ovários – os óvulos amadurecem ao
mesmo tempo, sendo um de cada ovários, e são fecundado por dois
espermatozóides.
Os dizigóticos podem apresentar:
• Duas placentas, dois córios e dois âmnios;
• Placenta fundida, dois córios e dois âmnios.
Ovo duplo
2 âmnios
1 Córios 2 Córios
• Objetivos
• Assegurar um bom desenvolvimento fetal;
• Evitar complicações, acidentes, doenças;
• Proteger a saúde materna;
• Preparar a mãe para o parto, física e psicologicamente;
• Orientar a mãe em relação aos cuidados com o bebê.
Logo que suspeitar de gravidez, a mulher deve procurar um médico para fazer
o diagnóstico e dar início à assistência pré-natal.
• Exame físico
• Pesagem
UM = 20/8/98
+ 7 dias = 27 Faça você:
+ 9 meses = 27/5 UM = 14/6/98
+ 1 ano = 27/5/99
UM = 18/2/99
Faça você
+7 dias = 25
UM = 3/1/98
+ 9 meses = 25/11/99
Resumindo:
• Para UM em janeiro, fevereiro ou março:
A gestante deve ser orientada sobre exercícios que visam formar o bico,
isto é, deixar o mamilo saliente.
Orientações
Vestuário
• Pirose
• Tomar leite;
• Alimentar-se freqüentemente;
• Evitar alimentos que piorem a pirose;
• Repousar em posição semi-deitada após as refeições.
• Náuseas, vômitos
• Comuns nos três primeiros meses de gestação;
• Não ficar com estômago vazio (alimentar-se a cada duas ou três horas);
• Ingerir pequena quantidade em cada refeição
• Constipação intestinal
• Evitar constipação intestinal e acumulo de gases ingerindo alimentos
que contenham celulose, como frutas frescas e vegetai de folha;
• Não comer alimentos fermentecíveis e constipantes.
• Andar a pé.
• Peso
• Aumento de peso ser gradativo;
• Controlar para que o aumento ano exceda os 12 kg.
• Evitando comer doces e massas em excesso.
• Exercícios e repouso
• Evitar fadiga;
• Atividade física deve ser moderada;
• Fazer passeios a pé diários;
• Ter oito horas de sono noturno;
• Trabalhar em local se intoxicação e contaminação;
• Pode praticar esportes;
• Repousar, no caso de risco de aborto.
• Viagens
• Carro: não guiar após o sétimo mês;
• Avião: não é aconselhável a partir do oitavo mês.
• Imunização
• Evitar contato com doenças contagiosas;
• Vacinação antitetânica após o terceiro trimestre (geralmente no quinto
mês);
• Cuidados com as vacinas de elementos vivos, pois pode ocorrer
comprometimento fetal.
• Tonturas ou vertigens/desmaios _ são devidos a:
• Hipoglicemia;
• Pressão arterial baixa;
• Má ventilação;
• Hemorragia;
Para prevenir tonturas ou vertigens:
• Fazer boa dieta;
• Evitar ambiente fechado, aglomeração e local abafado.
• Fumo e álcool
• Usar moderadamente ou abolir (nicotina provoca hipodesenvolvimento
fetal).
• Higiene mental
• Combater medo e ansiedade comuns na gestação;
• Evitar conversas com pessoas pessimistas;
• Procurar se distrair, ler e ter lazer;
• A obtenção de conhecimentos corretos sobre o trabalho de parto, o
parto e os cuidados com o bebê é útil para diminuir a ansiedade e para
que a gestante esteja mais preparada.
• Atividade sexual
• Reduzir no primeiro trimestre:
• Abster-se no último mês (para não romper a bolsa; a barriga atrapalha);
• Em caso de ameaça de aborto, é contra-indicada.
• Drogas e medicamentos – não usar sem indicação médica, mesmo
que seja analgésico comum.
• Palpitação e taquicardia
• Por aumento do trabalho cardíaco (por aumento do volume sanguíneo);
• Ansiedade;
• Pode indicar patologia;
• Pode aparecer em repouso.
• Insônia e hipersônia _ geralmente são de origem psíquica.
• Caibas
• Resultam da compressão dos vasos;
• Podem ser causadas por falta de cálcio, segundo alguns médicos;
• Para evitá-las, a paciente deve fazer exercícios e alimentar-se bem.
• Orientações sobre o parto e o trabalho de parto.
• Orientações sobre o bebê _ enxoval e cuidados com o recém-nascido.
Tipos de aborto
Tratamento
Cuidado de enfermagem
• Aborto evitável
• Proporcionar ambiente agradável e calmo para a paciente repousa;
• Observar sangramento vaginal, não desprezando coágulos ou
membranas eliminadas que devem ser vistos pelo médico;
• Atender às solicitações da paciente do leito, evitando assim excesso de
movimentação;
• Usar técnicas assépticas para evitar que a paciente adquira infecção por
via vaginal;
• Comunicar ao médico qualquer anormalidade.
• Aborto inevitável
• Procurar tranqüilizar a paciente;
• Fazer tricotomia da região pubiana e do períneo;
• Observar sangramento vaginal, não desprezando coágulos ou
membranas que devem ser vistos pelo médico;
• Controle de gotejamento de soro ou sangue;
• Observar os mesmo cuidados de um pré-operatório e encaminhar a
paciente ao centro cirúrgico (em muitos locais a curetagem é feita no
próprio ambulatório).
• Hemorragias;
• Perfuração uterina;
• Infecções;
• Embolia (devido a injeção e outras substâncias que entram na
circulação);
• Insuficiência ovariana;
• Insuficiência renal;
• Trauma psicológico.
Prenhez ectópica
É a implantação do ovo fora da cavidade uterina (fora do endométrio)
Tipos
• Sinais e sintomas
• Se ocorrer aborto
• Dor abdominal;
• Hemorragia por via vaginal;
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através do ultra-som ou da laparoscopia (visualização do
abaulamento da tuba uterina).
Tratamento
Cuidados de enfermagem
Placenta prévia
É a inserção da placenta fora do seu local normal. A placenta insere-se
geralmente no segmento inferior do útero, no centro do colo ou lateralmente. A
causa é desconhecida.
Tipos
Há três tipos de placenta prévia:
• Central ou completa – quando ela cobre inteiramente o orifício
interno do colo uterino;
• Parcial – quando o orifício está parcialmente coberto;
• Marginal _ quando apenas uma borda da placenta atinge a margem
do orifício interno do colo do útero. Também conhecida como
placenta baixa (localiza-se na lateral).
Fig. Placenta prévia
Sinais e sintomas
• Hemorragia abundante no terceiro trimestre, sem dor, sem
contração, sem causa aparente;
• Hemorragia aumenta à medida que a gravidez progride;
• Anemia e fraqueza decorrentes das hemorragias;
• Pode desencadear trabalho de parto prematuro.
Diagnóstico
Tratamento
Sinais e sintomas
• Hiperdistensão do útero;
• Toxemia;
• Nefropatia;
• Hipertensão arterial;
• Cordão umbilical curto;
• Estase vascular;
• Desnutrição;
• Idade avançada;
• Multiparidade;
• Placenta prévia;
• Quedas, traumatismos;
• Causas desconhecidas;
Tratamento
Cuidados de enfermagem
• Observar sangramento;
• Observar sinais e sintomas de choque;
• Controlar rigorosamente gotejamento de soro e sangue;
• Proporcionar ambiente calmo, atendendo às necessidades da paciente
para que repouse;
• Controlar rigorosamente os sinais vitais;
• Proceder aos preparativos para o parto normal ou cesariana, conforme
indicação médica.
Toxemia gravídica
Etapas da toxemia
Pré-eclâmpsia
Eclâmpsia
• Edema;
• Proteinúria;
• Hipertensão arterial (acima de 18: 11);
• Crises convulsivas;
• Coma.
Tratamento
• Em caso de pré-eclâmpsia:
• Ambulatorial com:
• Repouso físico e psíquico;
• Dieta hipossódica, hiperprotética e hipervitamínica (pode beber água);
• Medicamentos: sedativo, hipotensor, diurético.
• Internação:
• Para vigilância desses cuidados ou para interrupção da gravidez, que
depende de: condições da mãe, condições do feto e duração da
toxemia;
• Pode ocorrer óbito fetal por insuficiência placentária.
• Em caso de eclâmpsia:
• Cuidados nas crises convulsivas e no estado de como;
• Parto normal ou cesariana (mesmo que seja parto prematuro),
independentemente de o feto estar vivo ou morto.
Cuidados de enfermagem
Mola hidatiforme
É uma neoplasia benigna do cório, que se transforma numa massa cística
cheia de um líquido claro e viscoso. A mola se assemelha a um cacho de uva,
cujas vesículas estão ligadas entre si por um filamento fino. Geralmente não
existe feto e esses cistos podem preencher toda a cavidade uterina. O seu
crescimento pode invadir a musculatura uterina e transformar-se em
coriocarcinoma, que é sempre maligno.
Sinais e sintomas
• Sangramento vaginal;
• Náuseas e vômitos;
• Alterações do estado geral: emagrecimento, palidez, fraqueza;
• Útero grande e mole.
Diagnóstico
Tratamento
Cuidados de enfermagem
Parto
Parto é a combinação de fenômenos pelos quais o feto, a placenta e as
membranas se desprendem e são expulsos do corpo da gestante. O feto pode
ser expulso pelas vias genitais (parto espontâneo) ou extraído por meios
cirúrgicos.
Classificação do parto
• Segundo a idade gestacional (IG)
• Parto a termo ou normal: ocorre entre a trigésima sétima e a
quadragésima segunda semana a partir da última menstruação;
• Parto prematuro: ocorre antes da trigésima sétima semana de gestação;
• Abortamento: anterior à vigésima quarta semana e o produto é inviável;
• Parto serotino ou prenhez prolongada: ultrapassa a quadragésima
segunda semana (feto hipermaturo).
• Segundo o procedimento
• Espontâneo: ocorre sem qualquer interferência;
• Dirigido: acompanhamento por ações ativas do parteiro durante o seu
desenrolar (ex: amniotomia, episiotomia);
• Introduzido: provocado por medicamentos ou manobras;
• Cirúrgico: ação operatória = cesariana.
Trabalho de parto
• Objetivo do relaxamento
• Reduzir a tensão e a resistência dos tecidos.
• Objetivos da contração
• Apagamento completo do canal cervical;
• Dilatação do colo; abertura do colo;
• Expulsão do feto;
• Expulsão da placenta.
{
Mento Linha facial M
{
Bregma
a
Acrômio Dorso A
Pélvica
Fig. Situação, apresentação e posição do feto: a) situação longitudinal;
apresentação cefálica; vertical; occipito-esquerda-anterior (OEA);
b) situação longitudinal; apresentação cefálica; vertical; oocipito-direita-anterior
(ODA);
c) situação longitudinal; apresentação cefálica; vertical; oocipito-direita-
posterior (ODP);
d) situação longitudinal; apresentação cefálica; frontal; naso-direita-anterior
(NDA);
e) situação longitudinal; apresentação pélvica (pelvipodálica); sacro-direta-
posterior (SDP);
f) situação longitudinal; apresentação pélvica incompleta (modo de nádegas);
sacro-direita-posterior (SDP);
g) situação oblíqua;
h) situação transversa; apresentação córnica; acrômio-esquerda-anterior
(AEA);
i) situação transversa; acrômio-esquerda-anterior (AEA).
Assistência de enfermagem
Ocorrências
Assistência de enfermagem
Ocorrências
Assistência de enfermagem
Período da dilatação
Ao chegar ao hospital a gestante é recebida na sala de admissão. Verifica-se
se a gestante está em trabalho de parto ou se é uma situação especial que
exige internação hospitalar.
O médico (ou enfermeira obstetriz) realiza o toque (para verificar o apagamento
e a dilatação do colo do útero e a posição do feto), o exame obstétrico, a
anamnese (histórico da gravidez contado pela paciente) e ainda outros
procedimentos necessários.
• Material necessário
• Luva esterilizada;
• Lubrificante;
• Antisséptico (antissepsia da vulva);
• Fica métrica;
• Estetoscópio de Pinard ou aparelho sonar;
• Termômetro e aparelho para medir a pressão arterial;
• Lençol ou forro de papel para forrar a mesa de exames;
• Lençol para cobrir a paciente.
• Assistência de enfermagem
• Pedir à gestante para esvaziar a bexiga;
• Pesar e verificar os sinais vitais;
• Auxiliar a gestante a subir e a descer da mesa de exames, colocá-la em
decúbito dorsal sem roupa da cintura para baixo, cobrindo-a com lençol
e dando apoio físico para evitar queda da própria altura;
• Evitar queda da própria altura;
• Auxiliar o médico durante o exame.
• Indicações
• Hipermaturidade;
• Mãe diabética;
• Toxemia;
• Inércia uterina;
• Bolsa rota há mais de 24 horas.
• Contra-indicações
• Cesariana anterior;
• Partos múltiplos;
• Sofrimento fetal;
• Hiperdistensão do útero;
• Cuidados de enfermagem
• Controlar cuidadosamente os sinais vitais e as contrações uterinas;
• Controlar o gotejamento do soro com ocitocina;
• Auxiliar o médico ou o obstetra que vai fazer o constante controle dos
batimentos cardiofetais e da dilatação do colo;
• Auxiliar na montagem e observação da monitoração das contrações
uterinas, caso seja preciso (se as contrações uterinas forem muito
intensas e prolongadas podem produzir: tetania uterina, rotura uterina,
deslocamento prematuro da placenta e hipóxia fetal).
Período de expulsão
• Cuidados de enfermagem
• Transportar a paciente até a sala de parto;
• Deitá-la na mesa do parto e colocá-la em posição ginecológica;
• Auxiliar o cirurgião a se paramentar;
• Ligar o foco de luz e posicioná-lo;
• Abrir pacotes e caixas e oferecer o material ao cirurgião,
• Respeitando as técnicas assépticas;
• Auxiliar na anestesia ráqui ou peridural, quando utilizadas, oferecendo
material e segurando a paciente;
• Oferecer solução antisséptica e campos cirúrgicos;
• Auxiliar na anestesia locorregional e na episiotomia, oferecendo o
material necessário;
• Solicitar a cooperação da parturiente, orientando-a para:
• Fazer forças para baixo com todos os músculos do abdome quando vier
a contração e descansar quando cessar a contração (dor);
• Inspirar profundamente antes da contração (ao sentir que ela está
chegando);
• Durante as contrações, respirar como “cachorrinho cansado” (ao
mesmo tempo em que faz força para baixo);
• Após a contração, respirar lenta e profundamente;
• Quando a cabeça do recém-nascido se desprender, pedir para a
parturiente parar de fazer força e respirar normalmente; obstetra fará o
resto;
• Observar a hora do nascimento e o sexo da criança, informando a mãe
sobre o nascimento;
• Auxiliar no pinçamento e na secção do cordão umbilical;
• se for rotina do hospital, colocar a pulseira de identificação;
• Envolver o recém-nascido em campo esterilizado e levá-lo à sala de
reanimação.
Período de dequitação
• Cuidados de enfermagem
• Solicitar à mãe para fazer força para baixo (o médico pode fazer pressão
sobre o útero, comprimindo o abdome, para auxiliar a expulsão dos
anexos);
• Receber os anexos expulsos numa bandeja;
• Se for rotina, colher amostra de sangue da placenta e em seguida a mãe
para tipagem sangüínea;
• Auxiliar o cirurgião na episiotomia;
• Verificar a pressão arterial;
• Administrar ocitócito, conforme pedido médico, por via intramuscular ou
endovenosa (esse medicamento é contra-indicado para pacientes
hipertensas; tem por finalidade promover a contração uterina, evitando
assim hemorragia);
• Retirar os campos cirúrgicos;
• Proceder à antissepsia da vulva e do períneo;
• Colocar forro esterilizado no períneo;
• Transportar a paciente para a maca e levá-la ao quarto.
Fig. Retração do útero após o parto
Fórceps
Extração artificial através de instrumental que faz a preensão da cabeça do feto
para desprendê-lo das vias genitais.
• Indicações
• Parto prolongado com piora das condições fetais ou maternas;
• Prolapso do cordão;
• Fetal;
• Requisitos
• Parturiente anestesiada;
• Colo completamente dilatado;
• Bolsa rota;
• Cabeça fetal insinuada;
• Bexiga esvaziada.
• Riscos
• Lesões fetais;
• Lacerações maternas.
• Tipos
• Fórceps alto (contra-indicado);
• Fórceps médio;
• Fórceps baixo (a cabaça deve estar no assoalho pélvico).
Cesariana
Trata-se de internação cirúrgica que possibilita a retirado do feto após a
abertura do útero.
• Indicações
• Bacias estreitas (antes do início ou após o insucesso do trabalho de
parto);
• Apresentações anômalas: pélvica, de espádua;
• Distocia dinâmica: a dilatação não progride;
• Sofrimento fetal (observado pela arritmia do foco e pela cor do líquido
amniótico);
• Patologias maternas: diabetes, cardiopatia., incompatibilidades
sanguíneas.
• Etapas
• Incisão abdominal;
• Incisão uterina;
• Extração do feto;
• Dequitação manual;
• Sutura.
• Contra-indicações _ as contra-indicações estão vinculadas ao risco de
infecção e peritonite:
• Quando o feto está morto;
• Quando há infecção no canal de parto.
Procedimentos referentes à bolsa das águas
Durante o período de dilatação, em qualquer local onde estiver sendo atendida,
a paciente pode ser submetida aos seguintes procedimentos:
• Amniotomia;
• Amnioscopia;
• Amniocentese.
Amniotomia
Ruptura artificial da bolsa das águas, feita pelo médico ou parteira, por via
vaginal, utilizando-se uma pinça comum ou estilete especial (pinça de
Herff). Rompidas as membranas, deve sair o líquido amniotomia, de cor
brilhante ou aspecto leitoso. Faz-se amniotomia quando a ruptura da bolsa
das águas não ocorre espontaneamente.
• Material utilizado
• Pinça estéril;
• Antisséptico;
• Comadre ou lençol;
• Luva estéril.
Amnioscopia
• Material utilizado
• Luva esterilizada;
• Antisséptico;
• Amnioscópio;
• Foco de luz.
Amniocentese
• Material utilizado
• Tubo estéril;
• Gaze;
• Seringa 20 ml;
• Agulha;
• Luva esterilizada;
• Material para anestesia local e para antissepsia (pinça, gaze e
antisséptico) da região abdominal.
Reanimação do recém-nascido
Boletim de Apgar
Sinal 0 1 2
1 minuto 5 minutos
Os RN com notas inferiores a 7 no primeiro minuto são considerados anoxiados
RECEM-NASCIDO APGAR
Normal 7 a 10
Puerpério
Puerpério, pós-parto ou sobreparto é o período que vai do termino do parto
(isto é, após a dequitação) até a volta do organismo materno às condições pré-
gravídicas. É também chamado popularmente de dieta ou resguardo.
A duração do puerpério é em média de 6 a 8 semanas (1 mês e meio e 2
meses ou 45 a 60 dias). Atualmente considera-se puerpério o período de 45
dias após o parto. Durante esse período o organismo materno, que sofreu as
modificações da gestação, retorna as condições anteriores.
As maiores modificações puerperais ocorrem na puerpério imediato, com a
paciente ainda na maternidade. É o período de maior risco para a paciente.
O puerpério deve receber a mesma atenção dedicada ao pré-natal e ao parto.
A freqüência de complicações durante esse período é maior que a do segundo
trimestre de gestação, e a paciente necessita de orientação quando à
amamentação, cuidados com o bebê e anticoncepção.
Observa-se que poucas mulheres, mesmo entre as mais assíduas ao pré-natal,
retornam para a revisão no puerpério. Uma das razões desse comportamento é
a dificuldade de deslocamento da mãe até o hospital carregando a criança
consigo. Outra é a tendência materna de valorizar os cuidados com o filho em
detrimento de suas próprias necessidades. Convém sempre alertar a mãe
sobre a importância da revisão puerperal após a alta hospitalar.
A assistência ao puerpério tem como finalidade prevenir complicações e
assegurar a lactação normal
Cuidados de enfermagem
Útero
A mulher deve ficar meia hora por dia em decúbito ventral para ajudar o útero a
voltar à posição normal.
• Retorno da menstruação
• Média:
• Dois meses após o parto para a mulher que não amamenta;
• Quatro meses após o parto para a mulher que amamenta;
• Depende de quando cessa a ação da prolactina (hormônio);
• O primeiro fluxo é mais abundante.
Pele
• Desaparece a pigmentação;
• As estrias regridem;
• As varizes regridem.
Peso
Sistema digestório
• Constipação _ causas:
• Flacidez dos músculos abdominais e perineais;
• Episiotomia (dor);
• Hemorróidas (dor).
Aparelho urinário
Pode surgir dificuldade para urinar, causada por:
• Edema de uretra ou fístula;
• Dor na região;
• Perda do tônus vesical;
• Anestesia.
• Conduta:
Importante
Bexiga distendida predispõe à infecção e demora mais a voltar ao estado
normal.
Aparelho circulatório
Dieta
• Balanceada;
• Rica em proteínas, vitaminas, minerais e calorias;
• Com ingestão de líquidos;
• Inicialmente líquida (ir mudando gradativamente);
• Não há restrição alimentar.
Relações sexuais
Sono
Bebê
Mamas
Principais anotações
Contração uterina
Ocitocina { reflexo da descida do leite
Sucção {
Prolactina { Reflexo da produção do leite
Inibe FSH e LH
Atenção
Ao ser colocada para deitar, a criança deve ficar de bruços, com a cabeça voltada
para o lado, ou de lado, para não ocorrer acidente: o bebê pode aspirar o excesso
de leite que sai junto com o ar e ficar asfixiado.
Cuidados de enfermagem
• É econômico;
• É pratico;
• Preenche as necessidades nutricionais do bebê até os seis meses;
• Dá satisfação emocional a mãe;
• É útil para o equilíbrio emocional e a segurança do bebê;
• Protege as mamas da mãe do câncer;
• Transmite anticorpos da mãe para o bebê;
• Previne infecções e alergias no bebê (bronquite, resfriado, otite,
infecções gastrointestinais);
• Evita contaminação (leite e recipiente não são contaminados);
• Está sempre na temperatura ideal;
• Funciona como método anticoncepcional por tempo indeterminado;
• Induz a rápida involução uterina;
• Induz a rápida digestão da criança (ela completa a digestão em cerca de
duas horas);
• É próprio para a espécie (a composição do leite é ideal para o bebê);
• Evita a ocorrência de diarréias, vômitos e cólicas por má digestão ou má
alimentação.
Complicações de puerpério
Mamas
Cuidados
Cuidados
Infecção puerperal