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Introdução

O presente trabalho investigação visa abordar assuntos ligados com a cadeira de antropologia
cultural, onde far-se-ia a descrição do história do casamento, da modalidades de casamento, tipos
de casamento e classificação do casamento quanto a participação.

O método usado para a elaboração deste trabalho foi de pesquisa através de referências
bibliográficas

Para a materialização do objectivo geral seque-se os específicos:

 Explicar o casamento na província de Nampula;

 Diferenciar os tipos e modalidades de casamentos;

O presente trabalho obedece a requinte estrutura organizacional:

Elementos pré-textuais (capa, capa de rosto, índice);

Elementos textuais (introdução, desenvolvimento, conclusão);

Elementos pós-textuais (referencias bibliográficas

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Historial da poligamia na província de Nampula

De acordo aos depoimentos da entrevista, por Yolanda Sithoe Muitos homens afirmam que as
mulheres gostam e que não se incomodam pelo facto do seu marido ser polígamo: “tanto é que,
até as outras mulheres, ela é que foi levar para virem aqui”. Isto não corresponde à verdade
porque depois, as suas mulheres, que eram entrevistadas à parte, afirmavam que não gostavam,
mas que não podiam fazer nada: “mesmo se eu não quiser ele não vai me ouvir, há-de ir levar
outras mulheres”. Daí, até chegar ao ponto de ser ela própria a escolher a sua “rival”. Suponho
que sejam estratégias ou manipulações usadas por algumas mulheres, que talvez prefiram
compartilhar o seu marido com as suas irmãs do que com uma estranha. Não porque gostam, não
porque aceitem, mas porque não têm outra alternativa. Exerce-se sobre elas um poder simbólico,
que, de acordo com Bourdieu, surge como todo o poder que consegue impor significações e
impô-las como legítimas. Este poder está enraizado na cultura e na tradição, através da
socialização.

Este tipo de normas de obediência e servidão é, desde cedo, através da socialização, inculcado na
mulher, que obedece, sem questionar, às figuras de poder masculino: desde criança ao seu pai, e
depois do casamento ao marido.

Ela desconhece os seus direitos como ser humano, e que, tal como o homem, pode e deve decidir
sobre a sua vida, sobre aquilo que é importante para si e para a sua família. Embora não goste e
se sinta infeliz, ela é sujeita, em nome dessa tradição, a ter que conviver com duas ou mais
mulheres no mesmo quintal. Isto infelizmente acontece porque ela não sabe que, pela lei
moçambicana, a poligamia contraria uma das regras essenciais do matrimónio, que é a igualdade
dos cônjuges e que, por isso, é seu direito não ser sujeita a situações de tanta humilhação.

Modalidades de casamento

Segundo Engels (1991), o surgimento da propriedade individual deu causa ao nascimento e


proliferação de vários institutos: o casamento monogâmico, a prostituição, o adultério. Ainda,
para o mesmo autor, a prostituição é um dos pilares que dão base de sustentação ao sistema
monogâmico de casamento. Silva (1996), seguindo o mesmo entendimento, assevera que “ [...] a
prostituta sempre teve dois papéis importantíssimo na sociedade: acalmar o ânimo dos
celibatários, prolongar os casamentos instáveis e, até mesmo, os estáveis”. E conclui: “ [...] a

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prostituição funciona como um mecanismo estabilizador do sistema monogâmico de casamento
[...]”.

Conceito de monogamia

A monogamia, segundo esse modelo, baseia-se no predomínio do homem, o qual tem como
finalidade procriar filhos cuja paternidade seja indiscutível. Os laços conjugais ficaram mais
sólidos, cabendo somente ao homem rompê-los, a quem, igualmente, se concede o direito à
infidelidade. Quanto à mulher, exige-se que guarde uma castidade e fidelidade conjugal rigorosa.
A monogamia aparece na história sob a forma de escravização de um sexo pelo outro. Para
Engels, a monogamia foi um grande progresso histórico, mas, ao mesmo tempo, iniciou,
juntamente com a escravidão, as riquezas privadas. A monogamia, portanto, de modo algum é
fruto do amor sexual individual e não se baseia em condições naturais, mas económicas, isto é, o
triunfo da propriedade privada sobre a propriedade comum primitiva.

Para Dias (2011) a monogamia não configura um princípio estatal do Direito das Famílias, mas
sim uma regra que se limita à proibição da coexistência entre suas relações matrimonializadas,
isto é, não atingiria as situações de simultaneidade entre duas uniões estáveis ou uma união
estável e um casamento.

É clarividente que a monogamia, quando elevada ao carácter de “princípio estruturante do


Direito das Famílias”, não se compatibiliza com o sistema constitucional fundado na igualdade,
na afectividade, solidariedade e liberdade, como bem defendido por Silva (2012).

A monogamia, nessa perspectiva, vive uma verdadeira “crise” em um meio de tolerância e


convivência harmónica com valores culturais plurais, que é característica da actual fase do
Direito das Famílias, marcado pela aceitação de uma pluralidade de arranjos familiares, que não
se esgota nas previsões expressas do texto constitucional. Já se sentem sinais dessa crise com a
própria flexibilização do dever conjugal da fidelidade, estampado no art.º. 1.566, inciso I, do
Código Civil. Fala-se em flexibilização a começar pela alteração legislativa que expurgou do
Direito Penal, em 2005, o crime de adultério, previsto no artigo 240 do Código Penal.

Monogâmico é a modalidade de casamento em que um homem ou mulher pode ter apenas um


cônjuge.

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Divisão da poligamia

Poligâmico é a modalidade em que o homem ou, mulher pode ter dois ou mais cônjuge. Ela pode
dividir-se em dois tipos diferentes, sendo polígina e poliandria

Porém, a poligamia subdivide-se em duas práticas distintas: a polígina e a poliandria.

Poliginia e uma modalidade de casamento em que a um homem se casa com duas ou mais
mulheres. E esta pode subdividir-se em dois subtipos:

Polígina simples que consiste no facto de uma mulher dispor de vários maridos (ou vários
homens partilharem a mesma mulher) (Santos, 2002: 151).

Polígina sororal que e a modalidade de casamento de um homem casa-se com duas ou mais
irmãs

Poliandria é um tipo de casamento em uma mulher se encontram casada com dois ou mais
homens, ela subdivide-se em dois tipos, como sendo a poliandria simples que corresponde no
facto de uma mulher dispor de vários maridos (ou vários homens partilharem a mesma mulher)
(Santos, 2002: 151).

A poliandria fraternal ou adelfa corresponde ao casamento que uma mulher se casa com dois ou
mais irmão em simultâneo

A Poligamia (do grego poli“várias” mais gino“mulher”) bastante comum entre os povos,
designadamente entre os indivíduos de cultura islâmica, consiste no facto de um homem ter
várias esposas (ou várias mulheres partilharem entre elas o mesmo homem, formulação que
depende do ponto de vista do locutor ou do autor em causa), e de ser admitido legalmente em
determinada sociedade.

A poliandria (igualmente do grego poli“vários” mais andro “homem”), género certamente menos
comum que a monogamia e a poligamia, mas bem real, apresenta a característica inversa, ou
seja, consiste no facto de uma mulher dispor de vários maridos(ou vários homens partilharem a
mesma mulher) (Santos, 2002: 151).

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Casamento

Para Bernardo, ″casamento é uma relação sexual entre dois indivíduos de sexos diferentes,
socialmente sancionada em ordem a procriação e inculturação dos filhos″

Para Lakatos olha casamento como sendo ″o modo como a sociedade humana estabelece as
normas para a relação entre os sexos″.

Olhando das diversas definições ou abordagens de autores, concordamos e adaptamos a


definição de auge que vê o casamento como ″um complexo de normas sociais que sancionam as
relações sexuais entre um homem e uma mulher e oque liga por um sistema de obrigações e
direitos mútuos; por meio desta união os filhos que a mulher da a luz são reconhecido como
progenitura legitima de ambos os pais.

Regras do casamento

Destacam-se dentre vários princípios do casamento:

Endogamia e a regra do casamento que faz com que o individuo escolha o seu conjunge dentro
do mesmo grupo de pertença, ou seja, dentro da sua comunidade de origem.

Exogamia refere-se a regra em que o casamento deve ser necessariamente com pessoas
exteriores ao se grupo de pertença

Casamento quanto a participação

O casamento quanto a participação na herança, nos ajuda a perceber o processo de redistribuição


dos bens ou da herança do casal por parte dos seus descendentes. Assim encontramos as
seguintes formas de casamentos:

Primogenitura que consiste somente o primeiro filho, ou seja, o mais velho é que tem o direito a
herdar os bens do casal. No contexto moçambicano a primogenitura não difere tanto da definição
acima, visto que o herdeiro pode ser o mais como sendo qualquer membro da família do casal,
isto é, das suas criaturas.

Ultimogenitura tem o direito de herdar apenas o filho mais novo, sendo desde modo o contrário
da primogenitura

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Limitações de sexo, nesta visão tem o direito a herança só os filhos de um determinada sexo,
quer seja do sexo masculino que feminino.

A ideologia igualitarista é a responsável por esta erosão das fronteiras rígidas entre categorias
sociais. FIGUEIRA (1986) assegura que “os discursos não só nos empurram para os ideais
igualitários e individualistas como inibem as manifestações do pensamento hierárquico”. A
modernização da família é, para o autor, um processo complexo que resulta da modernização dos
ideais e das identificações da dissolução e da criação de categorias classificatórias, da
plurificação das aparências e da psicologização dos discursos

Participação igual é um tipo em que todos filhos de ambos sexo e idade têm direito igual da
parte de herança. Este tem sido a regra geral a mais usual da situação moçambicana e do mundo

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Conclusão

Em jeito de conclusão conclui que Numerosas sociedades admitem a multiplicidade de cônjuges,


prática que pode assumir diversas formas. A que admite “a mulheres ter vários maridos
(poliandria) tem sido muito rara, mas não a que tolera que o homem possua várias esposas
(polígina).

Mais raro ainda é o casamento grupal, no qual várias mulheres são casadas na mesma ocasião
com vários homens. Temos uma variação de todas essas formas na monogamia serial, na qual
pessoas têm um cônjuge de cada vez, mas, devido às altas taxas de divórcio ou mortalidade,
casam-se várias vezes durante o tempo de vida. Esses casamentos são monogâmicos em sentido
temporal, mas incluem elementos de poligamia na medida em que os indivíduos vivem na
expectativa de ter mais de um cônjuge durante suas vidas”.

Muitos homens afirmam que as mulheres gostam e que não se incomodam pelo facto do seu
marido ser polígamo: “tanto é que, até as outras mulheres, ela é que foi levar para virem aqui”.
Isto não corresponde à verdade porque depois, as suas mulheres, que eram entrevistadas à parte,
afirmavam que não gostavam, mas que não podiam fazer nada: “mesmo se eu não quiser ele não
vai me ouvir, há-de ir levar outras mulheres”.

Daí, até chegar ao ponto de ser ela própria a escolher a sua “rival”. Suponho que sejam
estratégias ou manipulações usadas por algumas mulheres, que talvez prefiram compartilhar o
seu marido com as suas irmãs do que com uma estranha. Não porque gostam, não porque
aceitem, mas porque não têm outra alternativa. Exerce-se sobre elas um poder simbólico, que, de
acordo com Bourdieu3, surge como todo o poder que consegue impor significações e impô-las
como legítimas. Este poder está enraizado na cultura e na tradição, através da socialização.

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Bibliografia

Anthony Giddens (2000). A Sociologia. FCG, pp. 46-47

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