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3ª Aula Teórica_12.Outubro.2018
Ana Serralheiro
SUMÁRIO
- Mecanismos Gerais de Acção dos Fármacos
- Alvos Farmacológicos
- Acção Mediada por Receptores
• Receptor Farmacológico: Definição e Caracterização
• Teoria dos Receptores
• Interacção Fármaco-Receptor (Forças de Ligação)
• Classificação dos Receptores Fisiológicos:
Receptores Intracelulares para Ligandos Lipofílicos
Receptores Enzimáticos:
- Com Actividade de Cinase Intrínseca (Tirosinases)
- Acoplados a Cinases
Receptores Ionotrópicos (Canais Iónicos Accionados por Ligandos)
Receptores Acoplados à Proteína G (Metabotrópicos)
• Alvos Moleculares e respectivos 2os Mensageiros Citoplasmáticos
- Acções Não Mediadas por Receptores
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FARMACOCINÉTICA vs FARMACODINÂMICA
Actividade
Mecanismo de Acção
ADME
FARMACOCINÉTICA
“O que o corpo faz ao fármaco”
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MECANISMOS GERAIS DE ACÇÃO
DOS FÁRMACOS
Princípios Básicos da Farmacologia
1) Os fármacos devem exercer alguma influência em um
ou mais constituintes das células de modo a produzir
Fármaco
uma resposta farmacológica
2) Os fármacos exercem as suas acções porque interagem
com alvos farmacológicos (ex: macromoléculas) Alvo Farmacológico
- Macromolécula
existentes no organismo - Componente celular/molecular
envolvido na fisiopatologia de
3) Desta interacção resulta uma alteração/modificação da uma doença
função da macromolécula ou correcção/diminuição das
manifestações patológicas, originando um processo Efeito Farmacológico
bioquímico e fisiológico que culmina numa resposta
farmacológica
4) Nenhum fármaco cria ou produz efeitos, mas apenas
modificam ou modulam funções fisiológicas intrínsecas
já existentes, alterando a sua velocidade e/ou amplitude
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ALVOS FARMACOLÓGICOS
Interacção Específica do Fármaco com
Macromoléculas
Proteínas
Receptores
Canais Iónicos
Enzimas
Transportadores Membranares
Lípidos
Ácidos Nucleicos
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ALVOS FARMACOLÓGICOS
Receptores Farmacológicos
Effector proteins
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ALVOS FARMACOLÓGICOS
Canais Iónicos
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ALVOS FARMACOLÓGICOS
Enzimas
or Inducted
Inductor
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ALVOS FARMACOLÓGICOS
Transportadores Membranares
(Substrate)
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MECANISMOS GERAIS DE ACÇÃO
DOS FÁRMACOS
Com base nos respectivos alvos farmacológicos, os mecanismos
de acção dos fármacos podem ser amplamente classificados:
Mecanismos de Acção
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ACÇÃO MEDIADA POR RECEPTORES
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ACÇÃO MEDIADA POR RECEPTORES
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ACÇÃO MEDIADA POR RECEPTORES
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ACÇÃO MEDIADA POR RECEPTORES
Ligações Covalentes
Devido à elevada energia desta ligação, são praticamente irreversíveis.
Contrariamente às restantes interacções F-R, tornam os complexos formados estáveis
durante um longo tempo, prolongando a duração de acção.
Ex: Anticolinesterásicos vs Colinesterases; Agentes alquilantes
Ligações Iónicas
Atracção electrostática entre iões de cargas opostas.
Ex: Acetilcolina vs Colinesterase
Ligações de Hidrogénio
As mais comuns, encontrando-se em praticamente todas as interacções F-R.
Forças de Van der Waals
Forças de ligação muito fracas, porém desempenham um papel determinante na
especificidade das interacções F-R. Condicionam a conformação espacial dos
receptores influenciando a afinidade entre fármacos de estrutura muito semelhante.
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CLASSIFICAÇÃO DOS RECEPTORES
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CLASSIFICAÇÃO DOS RECEPTORES
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RECEPTORES INTRACELULARES
Localização
Intracelular
Efector
Transcrição de genes (estimulação e repressão)
Acoplamento
Via DNA
Estrutura
Monomérica com domínios separados de ligação do
receptor ao ligando e ao DNA. Encontram-se ligados a
proteínas do citoplasma responsáveis por os manter num
estado inactivo, conservando a sua estrutura e mecanismo
de acção. Compostos por 3 domínios:
- Domínio de acoplamento do ligando (mais próxima da terminação
carboxílica)
- Domínio de ligação ao DNA (região central que medeia a ligação aos
locais específicos do genoma para activar/inibir a transcrição genética
- Domínio da função de activação (região aminoterminal essencial à
regulação da transcrição)
Ligandos
Substâncias lipofílicas: NO, retinóides, vit.D, hormonas
tiróide, hormonas esteróides (estrogénio, progesterona,
testosterona, glucocorticóides, etc.) Ana Serralheiro
RECEPTORES INTRACELULARES
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RECEPTORES INTRACELULARES
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RECEPTORES INTRACELULARES
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RECEPTORES ENZIMÁTICOS
A
Localização
Membrana
Efector
Cinases de proteínas
Acoplamento
Directo
Estrutura
Hélice única transmembranar que liga o
domínio extracelular do receptor que
B
contém o local de ligação ao ligando e o
domínio intracelular da cinase com
actividade enzimática.
- A) Receptores com Actividade de Cinase
Intrínseca (domínio intracelular com actividade
enzimática: cinase de tirosina ou serina/treonina)
- B) Receptores Acoplados a Cinases (cinase de
tirosina pertencente à família das cinases de Janus
acoplada à parte terminal do receptor do lado
citoplasmático através de uma ligação não
covalente)
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RECEPTORES COM ACTIVIDADE DE
CINASE INTRÍNSECA
Ligandos
Insulina, polipeptídeos que controlam o crescimento ou a diferenciação: factor de crescimento
epidérmico, factor de crescimento neural, factor de crescimento vascular
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RECEPTORES COM ACTIVIDADE DE
CINASE INTRÍNSECA
Ligandos
Hormona do crescimento, eritropoietina, interferões, peptídeo natriurético atrial
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RECEPTORES DE CITOCINAS
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RECEPTORES IONOTRÓPICOS
Localização
Membrana
Efector
Canal iónico
Acoplamento
Directo
Estrutura
Conjunto oligomérico composto por subunidades
múltiplas que atravessam a membrana plasmática
várias vezes. A associação simétrica das
subunidades permite a formação das paredes de
um canal/poro, controlando a sua abertura ou fecho
- A ligação do fármaco pode ocorrer numa subunidade
específica ou pode ser conferida por uma subunidade
simples separada do canal montado
Ligandos
Acetilcolina, GABA (ácido γ-aminobutírico),
glutamato, aspartato e glicina
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RECEPTORES IONOTRÓPICOS
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RECEPTORES METABOTRÓPICOS
Localização
Membrana
Efector
Canal iónico ou Enzima
Acoplamento
Proteína G
Estrutura
Monomérica ou oligomérica constituída por
conjunto de subunidades com 7 hélices
transmembranares com um domínio extracelular N-
terminal (aminado) e um domínio intracelular C-
terminal (carboxílico) acoplado à proteína G
Ligandos
Hormonas e Neurotransmissores: catecolaminas, 5-
hidroxitriptamina, acetilcolina, GABA, adenosina,
histamina, glicina, opióides e outros ligandos
peptídicos e proteicos
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PROTEÍNAS G
Família de proteínas membranares transdutoras de
sinais
Constituídas por 3 subunidades: α, β e γ
• Subunidade α – Ligação ao receptor metabotrópico após
activação pelo ligando. Apresenta actividade enzimática,
catalisando a conversão do GDP em GTP*, responsável
pela activação da proteína com a consequente
estimulação de um elemento efector (enzima)
• Complexo de subunidades β e γ – Responsável por, após
activação da proteína G, dirigir a sinalização sob a forma
de activação de canais iónicos de K+ e Ca2+ e cinases
Tem como função reconhecer receptores
metabotrópicos activados e transmitir a mensagem
para sistemas efectores (enzima ou canal iónico) que
modificam a concentração de 2os mensageiros
(intracelulares) responsáveis por gerar uma resposta
celular
São conhecidas 4 subfamílias principais: Gs, Gi, Go e
Gq (cada uma com efeitos fisiológicos distintos)
*GDP, guanosina difofato; GTP, guanosina trifosfato Ana Serralheiro
PROTEÍNAS G
A activação da subunidade Gα pelo
GTP permite que esta regule uma
proteína efectora, e ao mesmo tempo,
promova a libertação das subunidades
Gβγ. Este último complexo, além de
regular o seu próprio grupo de
efectores, irá recombinar-se com a Gα
acoplada ao GDP (após ter sofrido
hidrólise), retornando o sistema o seu
estado basal (inactivo)
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PROTEÍNAS G
Gs
Gi
Go
Gq
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RECEPTORES METABOTRÓPICOS
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RECEPTORES METABOTRÓPICOS
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RECEPTORES METABOTRÓPICOS
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ALVOS MOLECULARES DA PROTEÍNA G
A ligação de um agonista a um receptor metabotrópico (acoplado à proteína G) gera a primeira
mensagem da transdução dos sinais do receptor às vias efectoras e uma resposta fisiológica eventual.
O 1º mensageiro estimula a produção ou mobilização celular de um 2º mensageiro, que inicia a
sinalização celular por meio de uma via bioquímica específica. Os sinais fisiológicos são integrados
dentro da célula como consequência das interacções entre e com as vias dos 2os mensageiros.
2os Mensageiros
Diacilglicerol K+
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ADENILCICLASE e AMPc
(composto inactivo)
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ADENILCICLASE e AMPc
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FOSFOLIPASE C e IP3 / DAG
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FOSFOLIPASE C e IP3 / DAG
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EFECTORES E 2os MENSAGEIROS
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ACÇÕES NÃO MEDIADA POR RECEPTORES
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