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Resumo da Naju
permitindo analisar a afinidade do fármaco com o receptor e Agonistas parciais são aqueles que produzem certo efeito
até precisar o número de receptores. farmacológico quando se administram só, ainda que sem
O mero fato de que um fármaco interatua de forma alcançar o efeito máximo dos agonistas completos.
específica e com elevada afinidade com um receptor não é Antagonista puro ou neutro são os fármacos que não
motivo suficiente para que, dita interação, surja uma modificam o equilíbrio pré existente entre os estados ativos
alteração farmacológica. e inativos do receptor porque mostram idêntica afinidade
É preciso que um fármaco tenha o poder de modificar a por ambos.
molécula receptora na forma necessária com o fim de Antagonista não competitivo é quando o fármaco atua
desencadear um efeito. sobre um local de fixação relacionado com o receptor, porém
Eficácia: é a capacidade de um fármaco, a partir da de diferente reconhecimento do agonista, se produz um
interação com o receptor de modificar diversos processos fenômeno não competitivo. A ação do agonista fica anulada,
de transdução de resposta celular e gerar uma resposta sem que o incremento de sua concentração permita uma
biológica. ocupação máxima de receptores.
Agonista: é quando o fármaco se une ao receptor e Antagonista irreversível é quando o fármaco que atua no
consegue modificar a resposta. local de fixação é muito intenso e dependente de tempo.
Antagonista: é aquele que se une ao receptor, porém não a Antagonista negativo (agonista inverso) produz um efeito
ativa. farmacológico oposto ao gerado pelos agonistas puros.
Por definição, um fármaco agonista ou antagonista se Antagonismo funcional se comporta como um antagonista
fixam a um mesmo receptor e podem competir por sua não competitivo, produzindo uma depressão do efeito
ocupação. máximo alcançado.
Um fármaco agonista é aquele que apresenta uma Antagonista químico não está relacionado com a interação
afinidade mais alta pelo estado ativo que pelo estado inativo, entre fármaco e receptor e sim, que se deve ao fato de que
enquanto o antagonista não modifica o equilíbrio de ambos os o antagonista reage quimicamente com o agonista,
estados. neutralizando=o e impedindo que exerça suas funções.
Há uma terceira possibilidade: de que esse fármaco seja
agonista inverso, que nesse caso, ele possui uma especial
Para que um fármaco produza seus efeitos terapêuticos ou
afinidade pelo estado inativo.
tóxicos deve alcançar um intervalo preciso de concentrações
Curva dose-efeito
na biofase, ou seja, o meio em que interatua com seus
A representação gráfica em que se relacionam a
receptores.
concentração de um fármaco e a resposta farmacológica
A concentração de um fármaco que se alcança em seu lugar
resultante como uma fração do efeito máximo alcançável que
de ação é a consequência dos processos de:
origina uma curva de dose-resposta.
a) Absorção: entrada do fármaco no organismo que inclui
A posição lateral da curva ao longo do eixo da curva-efeito
os processos de liberação de sua forma farmacêutica
indica a potência e se relaciona com a afinidade do fármaco
b) Distribuição do fármaco para que chegue do lugar de
por seu receptor.
absorção até a circulação sistêmica e desde ela até os
tecidos.
c) Eliminação seja por metabolismo principalmente
hepático ou por excreção do fármaco inalterado pela urina,
bílis, etc.
A intensidade dos processos de absorção, distribuição e
eliminação varia com o temo; por esse motivo, a quantidade
de fármaco que há no organismo não permanece estática.
A maior potência em menor quantidade de fármaco se Em medicamentos cujo efeito depende diretamente da
necessitará para conseguir atingir um efeito determinado. concentração atingida no local de ação e nos quais essa
A pendente da curva indica o nível de variação de dose concentração na biofase está em equilíbrio com a
para modificar o grau de resposta. concentração plasmática, é possível estabelecer uma relação
O efeito máximo alcançável se relaciona com a capacidade entre o curso temporal das concentrações plasmáticas e o da
de produção de uma resposta farmacológica, sendo um os efeitos após uma dose através de parâmetros que devem
Agonistas puros ou completos são aqueles altamente a) Concentração mínima eficaz (CME): aquela que por
eficazes, capazes de produzir efeitos com uma baixa encima dela costuma observar o efeito terapêutico.
proporção de receptores ocupados b) Concentração mínima tóxica (CMT): aquela que por
encima dela costuma observar efeitos tóxicos.
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A relação entre o CMT e o CME define o índice f) pode ser regulada pelo estado de fosforilação, indução
terapêutico do medicamento: quanto maior for esse índice, ou repressão da proteína transportadora ou de seu gene, e
mais fácil será obter efeitos terapêuticos sem produzir g) depende da capacidade de cada tecido expressar a
efeitos tóxicos. proteína.
c) Período de Latência (PL): tempo que transcorre desde > Transporte sem gasto de energia
a administração do fármaco até o começo do efeito Se realiza a favor de um gradiente de concentração, inclui
farmacológico a difusão facilitada e o transporte mediante um
d) Intensidade do efeito (IE): para muitos medicamentos transportador sem gasto de energia.
está relacionada à concentração máxima atingida, mas a A difusão facilitada se realiza através de uma proteína
concentração nos tecidos pode variar dependendo da ligação que forma um canal de forma não seletiva, já que só depende
às proteínas plasmáticas, do fluxo sanguíneo regional ou da do diâmetro do poro e do tamanho das moléculas.
afinidade do medicamento por determinado tecido. A passagem através de um transportador é realizada por
e) Duração da ação (TE): também chamado de tempo uma proteína que reconhece certas moléculas, como
eficaz, é o tempo decorrido entre o momento em que se aminoácidos básicos e dipeptídeos, por isso é uma etapa mais
alcança o CME e o momento que se descende por baixo da seletiva do que a difusão facilitada
curva deste. > Transporte com gasto de energia (transporte ativo)
O objetivo farmacocinético é que as concentrações fiquem Se transportam os fármacos contra um gradiente
entre CME e CMT. eletroquímico.
Variabilidade Individual Requer consumo de energia do metabolismo celular, por
A administração da mesma dose de um fármaco a um grupo isso está intimamente acoplado a uma fonte de energia, como
de pacientes produz o efeito esperado na maioria deles, a hidrólise do trifosfato de adenosina (ATP).
porém, em alguns pacientes resulta ineficaz e em outros se 3. Outros sistemas de transporte
observam efeitos tóxicos. A filtração em favor das lacunas intercelulares é
Essa variabilidade depende principalmente de fatores observada na parede de alguns capilares sanguíneos, onde os
farmacocinéticos que altera os processos de absorção, medicamentos passam do interstício para os capilares, dos
distribuição e eliminação. capilares para o interstício ou dos capilares para o túbulo
Os fatores importantes são: proximal renal através de lacunas entre as células.
a) Fatores genéticos e ambientais Absorção
b) Fatores fisiológicos Compreende aos processos de liberação do fármaco em sua
c) Fatores patológicos forma farmacêutica, sua dissolução a entrada dos
d) Fatores iatrogênicos medicamentos no organismo a partir do local de
Conceito de Farmacocinética administração, os mecanismos de transporte e eliminação
Estuda o curso temporal das concentrações e quantidades pré-sistêmica, bem como as características de cada via de
dos fármacos e seus metabolitos, nos líquidos biológicos, administração, a velocidade e quantidade com que o
tecidos e excreções, assim como, sua relação com a resposta medicamento acessa a circulação sistêmica e os fatores que
farmacológica. podem alterá-lo.
A farmacocinética clinica tem objetivo de alcançar e O conhecimento é necessário para estabelecer a
manter a concentração plasmática necessária para conseguir equivalência entre uma formulação farmacêutica e versões
o efeito terapêutico sem chegar a produzir efeitos tóxicos. genéricas de medicamentos existentes. Além disso, é útil
Mecanismos de transporte dos fármacos
selecionar a via de administração e a forma farmacêutica
1. Difusão passiva
ideais para cada caso.
É o transporte de uma molécula através da bicamada
A absorção de um fármaco depende da permeabilidade da
lipídica a favor de um gradiente de concentração sem ajuda
membrana (P), da superfície de absorção (Sa) e do gradiente
de nenhum transportador.
de concentração do fármaco em ambos os lados da
2. Transporte mediante proteínas de membrana
membrana.
a) a taxa de passagem é, em geral, mais rápida que a
Depende das seguintes características:
difusão passiva;
a) Característica físico-químicas do fármaco
b) é específico para um tipo de soluto;
b) Característica da preparação farmacêutica
c) é saturável com cinética do tipo Michaelis-Menten;
c) Característica do lugar de absorção
d) pode haver diferenças de passo nas duas direções da
Biodisponibilidade é entendida como a velocidade e
membrana;
quantidade do medicamento que chega à circulação
e) pode ser inibido competitivamente por outros
sistêmica. A absorção em si nada mais é do que um elemento
substratos e não competitivamente por inibidores;
daquela biodisponibilidade que depende também de
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eliminação pré-sistêmica. Por qualquer via que não seja a A absorção retal de alguns fármacos como supositórios
intravenosa, pode haver absorção incompleta porque parte pode ser lenta e irregular, melhorando quando se administra
do medicamento administrado é eliminada ou destruída antes com uma solução retal.
de atingir a circulação sistêmica. Tomado por via oral, um 2. Vias parenterais
medicamento pode: Via intravenosa: de eleição para situações agudas, tem
a) Eliminado nas fezes antes de sua completa absorção, vantagem a rapidez da ação e a precisão das concentrações
pode ser quelado, degradado pela ação do pH ácido do plasmáticas que se alcançam.
estômago ou de enzimas digestivas e metabolizado pelas Também permite reduzir os efeitos irritantes e
bactérias da luz intestinal (fL). administrar grandes volumes.
b) Uma vez absorvidos, os fármacos podem ser expelidos Via intra-arterial: se utiliza para realizar arteriografias e
de volta ao lúmen intestinal pela glicoproteína P ou para alcançar altas concentrações locais
metabolizados no epitélio intestinal (fI). 90% do Via intramuscular: se utiliza para a administração de
metabolismo intestinal ocorre através da ação enzimática fármacos que por via oral se absorvem mal ou são
que utiliza o citocromo P450 em sua isoforma CYP3A4. desagradáveis por via oral.
c) Ao atingirem a veia porta, podem ser destruídos no A absorção intramuscular pode ser distinta nos músculos
fígado (primeira passagem hepática) ou nos pulmões antes de glúteos e deltoides.
atingirem a circulação sistêmica (fH). Via subcutânea: absorção mais lenta, diminui quando há
A primer passo hepático é entendida como a hipotensão, vasoconstrição por frio ou administração
metabolização do fármaco absorvido no trato simultânea de vasoconstritores.
gastrointestinal que chega ao fígado pela veia porta e ali é 3. Outras vias
metabolizado antes de atingir a circulação sistêmica. Via dérmica: aplicação de cremes e pomadas, tratamento
Vias de administração local de afetações de pele.
1. Vias enterais A administração cutânea evita o primeiro passo hepático e
A absorção do fármaco por via oral depende muito as flutuações das concentrações plasmáticas permite
importantemente da preparação farmacêutica que condiciona terminar rapidamente a absorção do fármaco.
os processos de desintegração e dissolução. A absorção A absorção pela pele é menor quando a pele é espessa ou
ocorre no estômago e principalmente no duodeno, exposta aos elementos.
principalmente por difusão passiva. Via nasal: útil para o tratamento local de rinite alérgica e
A via oral é conveniente, barata e individual, adequada congestão nasal, porém, também se utiliza para
para tratamento crônico. administração sistêmica de alguns fármacos.
As preparações com revestimento entérico evitam a Via epidural, intratecal e intraventricular: se utilizam para
dissolução no estômago e retardam o início da absorção, mas chegar ao SNC os fármacos que mal atravessam a barreira
não a sua taxa. hematoencefálica e para conseguir concentrações altas.
As preparações de liberação prolongada retardam a A administração epidural se injeta o fármaco no espaço
absorção e permitem reduzir as flutuações nas epidural que fica entre o ligamento amarelo e a duramadre.
concentrações plasmáticas ou reduzir o número de doses por A administração intratecal se injeta o fármaco no espaço
dia para melhorar a adesão terapêutica. subaracnóideo, onde se encontra o LCR.
Existem também cápsulas cuja parede permite que a água A administração por via intraventricular se consegue as
entre osmoticamente a partir do lúmen intestinal, maiores concentrações cerebrais e essa via tem risco de
empurrando lentamente o medicamento para fora através de neurotoxicidade e infecções.
um orifício fino. Via inalatória: administração de fármacos que devem atuar
Via sublingual: se absorve pela mucosa sublingual, localmente no trato respiratório. Também se utiliza para
ascendendo pela veia cava até a aurícula direita. Se consegue administrar gases e anestésicos voláteis.
um efeito mais rápido e intenso que é útil em situações Via conjuntival, uretral, vesical e vaginal se utilizam para
agudas. atuar localmente sobre as respectivas mucosas
Via transmucosa: utiliza o mesmo princípio, o fármaco fica Via intraperitoneal: para dialise em caso de insuficiência
na boca como uma bala e se absorve através da mucosa renal ou intoxicações.
Via retal é mais incômoda e a absorção pode ser errônea, Cinética de absorção
lenta e incompleta. Se utiliza para administrar fármacos que A cinética de absorção quantifica a entrada de fármaco na
produzem irritação gastrointestinal, são destruídos pelo pH circulação sistêmica.
acido do estomago ou as enzimas digestivas, ou quando tem Velocidade de absorção: número de moléculas de um
um sabor e cheiro desagradável. fármaco que se absorve na unidade de tempo.
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Semivida de absorção: é o tempo que tarda para reduzir especiais, como o SNC, e na avaliação do risco dos
na metade o numero de moléculas que ficam por absorver-se. medicamentos durante a gravidez e a lactação.
Portanto, quanto mais rápida for a absorção de um Eliminação
medicamento, maior será sua constante de absorção e menor A concentração ativa da droga no corpo humano diminui
será sua meia-vida de absorção. como resultado de dois mecanismos: metabolização e
A absorção pode ser de ordem 1 (ou primeira ordem) e excreção.
ordem 0. A quantidade de fármaco que é eliminada na unidade de
Na absorção de primeira ordem, a taxa de absorção tempo, expressa pela depuração, determina o nível estável
diminui com a quantidade de fármaco que resta a ser que é alcançado quando são administradas doses múltiplas e
absorvida e, portanto, o número de moléculas absorvidas na a dose de manutenção que deve ser administrada para
unidade de tempo diminui exponencialmente com o tempo. manter esse nível.
Na absorção de ordem 0, o número de moléculas Metabolismo: é a velocidade com que cada medicamento é
absorvidas em unidade de tempo permanece constante metabolizado, a variedade de seus metabólitos e sua
durante todo ou a maior parte do processo de absorção. É concentração dependem do padrão metabólico
característico de formas de administração como infusão geneticamente estabelecido de cada indivíduo.
intravenosa contínua, administração de gases anestésicos, Excreção: Os fármacos são excretados, em ordem
etc. decrescente de importância, através dos epitélios urinário,
A quantidade absorvida é considerada igual àquela biliar-entérico, suor, saliva, leite e descamação.
administrada quando o medicamento é administrado por via 1. Excreção Renal
intravascular. É a via mais importante de excreção de fármacos, sendo
Por qualquer outra via, é possível que a quantidade particularmente relevante quando são eliminados exclusiva
absorvida seja inferior à dose administrada devido à ou preferencialmente por esta via, na forma inalterada ou
preparação farmacêutica e à eliminação pré-sistêmica. como metabolitos ativos.
A fração de absorção biodisponível (f) é a fração da A quantidade final de um medicamento excretado na urina
dose administrada que atinge a circulação sistêmica na é o resultado da filtração glomerular.
forma inalterada. e secreção tubular, menos reabsorção tubular.
A biodisponibilidade de um medicamento indica a taxa e a Quando o clearance renal do medicamento é semelhante ao
quantidade da forma inalterada de um medicamento que da creatinina (cerca de 120 mL/min), presume-se que ele
atinge a circulação sistêmica e, portanto, está disponível seja eliminado por filtração; se for maior, por filtração e
para acessar os tecidos e produzir um efeito. secreção tubular e, se for menor, por filtração, mas com
A biodisponibilidade depende criticamente da via de reabsorção tubular.
administração e da forma farmacêutica utilizada. A filtração glomerular ocorre nos capilares do glomérulo
A biodisponibilidade absoluta é calculada comparando a renal, que possuem abundantes poros intercelulares por onde
AUC de uma formulação extravascular com a passam todas as moléculas, exceto aquelas de grande
da via intravenosa. A biodisponibilidade relativa é tamanho e aquelas ligadas às proteínas plasmáticas.
calculada comparando-a com a de uma formulação A secreção tubular pode ser ativa ou passiva. O transporte
extravascular de referência e é aplicada para comparar uma ativo utiliza proteínas endógenas de transporte de
via de administração extravascular com uma de referência. substâncias.
Bioequivalente [Genérico]: é a equivalência As células geralmente têm uma carga negativa que faz com
farmacocinética entre duas preparações farmacêuticas. Eles que cátions orgânicos as acessem do sangue por difusão
são usados para evitar a repetição de ensaios clínicos de passiva e tendem a se acumular nas células do túbulo renal.
eficácia e segurança. A reabsorção tubular ocorre principalmente por difusão
Fatores que alteram a absorção: passiva, quando a reabsorção de água no túbulo proximal
a) Fatores fisiológicos aumenta a concentração do fármaco em seu lúmen,
b) Fatores patológicos revertendo o gradiente de concentração. A reabsorção
c) Fatores iatrogênicos passiva depende da solubilidade lipídica do fármaco e,
Distribuição portanto, do pH da urina, que determina o grau de ionização.
A distribuição dos medicamentos permite o seu acesso aos A reabsorção tubular também pode ser realizada por
órgãos onde devem atuar e aos órgãos que os irão eliminar, e transporte ativo, uma vez que os mecanismos de transporte
condiciona as concentrações que atingem em cada tecido. são bidirecionais.
É especialmente importante na escolha do medicamento 2. Excreção Biliar e Intestinal (enterohepática)
mais adequado para tratar doenças localizadas em áreas Excreção biliar: É o próximo em importância à excreção
urinária e está intimamente relacionado aos processos de
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biotransformação. É produzido principalmente por secreção Essas mudanças geralmente produzem um aumento na
ativa, com diferentes sistemas de transporte para polaridade da molécula e determinam alguns ou mais destes
substâncias ácidas, básicas e neutras. resultados:
A excreção intestinal: Os fármacos podem passar a) inativação;
diretamente do sangue para a luz intestinal, por difusão b) conversão de um produto inativo em ativo, caso em que
passiva, em partes distais onde o gradiente de concentração o produto original é denominado pró-fármaco;
e a diferença de pH o favorecem. c) conversão de um produto ativo em outro produto ativo,
Circulação enterohepática: Os medicamentos eliminados cuja atividade utilizável para fins terapêuticos possa ser
inalterados no lúmen intestinal através da bile ou do epitélio qualitativamente semelhante ou diferente da do
intestinal podem ser reabsorvidos passivamente no intestino medicamento original.
ao longo de um gradiente de concentração. d) conversão de um produto ativo em outro produto ativo,
Em caso de intoxicação, a eliminação dos medicamentos mas cuja atividade seja tóxica.
pela circulação enterohepática pode ser acelerada pela
administração de carvão ativado por via oral, a fim de reter
A toxicidade dos medicamentos é muito complexa e muitas
o medicamento que passa pela bile ou pelo sangue na luz
vezes difícil de avaliar devido ao número de fatores
intestinal e eliminá-lo pelas fezes.
envolvidos na sua produção, modo de aparecimento, duração
3. Outras vias de excreção
e gravidade das reações adversas. Na verdade, estes:
A excreção no leite pode fazer com que os medicamentos
a) podem aparecer imediatamente após o início do
cheguem ao bebê e causar reações idiossincráticas e
tratamento, durante a administração ou após interrompê-lo;
tóxicas.
b) podem ser muito frequentes ou pouco frequentes;
A eliminação por diálise peritoneal e hemodiálise é
c) podem ser evitados pelo ajuste fino da dose ou ser
importante para ajustar a dose de alguns medicamentos em
indissociáveis da ação terapêutica; d) podem ser expressão
pacientes renais em diálise, bem como para acelerar a
de dose terapêutica ou aparecer apenas com doses
eliminação de alguns medicamentos em caso de intoxicação.
supraterapêuticas, por superdosagem
Aclaramento [Clearence]
e) podem ser triviais, graves ou mesmo fatais.
A depuração (Cl) de um medicamento por um órgão indica a
Efeito colateral: efeito que faz parte da ação
capacidade desse órgão de eliminá-lo.
farmacológica do medicamento, mas cujo aparecimento é
Fatores que alteram a eliminação
indesejável durante o curso da aplicação.
Fatores que reduzem a função renal e/ou hepática, seja
Efeito secundário: efeito que surge como consequência da
por imaturidade, involução, doença ou interações, reduzem a
ação fundamental, mas não é uma parte inerente dela
depuração do medicamento, levando a níveis estáveis mais
Reação alérgica: é uma reação de natureza imunológica,
elevados que podem ser tóxicos.
uma vez que o medicamento ou seus metabólitos adquirem
caráter antigênico.
Quando as drogas entram no corpo, a maioria delas é Reação idiossincrática: é uma reação geneticamente
parcial ou totalmente transformada em outras substâncias. determinada que se caracteriza pela resposta “anormal”,
As enzimas responsáveis por realizar essas transformações qualitativa ou quantitativa que certos indivíduos apresentam
estão localizadas principalmente no fígado. a um medicamento, mesmo administrado em pequenas doses.
Existe uma minoria de medicamentos que não sofrem Reação adversa: qualquer reação prejudicial e indesejável
qualquer transformação e são excretados inalterados. que ocorre com doses comumente utilizadas em humanos
Os medicamentos não inovam o material enzimático de um para tratamento, profilaxia ou diagnóstico de uma doença.
organismo, mas são transformados por sistemas enzimáticos Índice terapêutico: é a relação entre a dose tóxica e a
já existentes que metabolizam compostos endógenos. dose terapêutica. Não é um termo absoluto porque varia em
No que diz respeito aos medicamentos, é fácil verificar a função do efeito tóxico considerado, dos muitos que um
sua capacidade de modificar a síntese de algumas das medicamento pode causar.
enzimas e até de “desreprimir” ou gerar alguns dos sistemas Quanto maior o índice terapêutico de um medicamento,
relacionados com o processo de metabolização. menor o risco e maior a facilidade com que a dose pode ser
As reações envolvidas no processo de metabolização são aumentada até que o efeito terapêutico seja alcançado com
múltiplas e diversas, e em geral podem ser consideradas a intensidade desejada.
como ocorrendo em duas fases da fase I ou de Vários mecanismos podem ser distinguidos na patogênese
funcionalização, constituídas por reações de oxidação e de uma reação adversa:
redução, que alteram ou criam novos grupos funcionais, bem a) É consequência indissociável da ação do medicamento;
como reações hidrólise, que quebram as ligações éster e ocorrerá com doses estritamente terapêuticas e aumentará
amida, liberando também novos grupos funcionais. com a dose (tipo A).
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b) Trata-se de um efeito farmacológico exagerado, que e) a reação apresenta os sintomas característicos de uma
ocorre no órgão ou sistema alvo do medicamento. Em geral, é reação imunológica:
devido a um excesso de concentração devido a modificações - Febre.
farmacocinéticas imprevistas (tipo A). - Erupções cutâneas de tipos muito diversos
c) Os efeitos são observados em outros órgãos ou – Angioedema.
sistemas não-alvo, de intensidade crescente dependendo da - Choque anafilático.
dose administrada. - Distúrbios respiratórios:
d) Não têm relação com a dose; Aparecem em casos Farmacovigilância
esporádicos e dependem das características peculiares dos A farmacovigilância é uma atividade de saúde pública que
pacientes. visa identificar, avaliar e prevenir reações adversas a
e) Aparecem quando a administração do medicamento medicamentos.
coincide com a existência de uma infecção viral. A farmacovigilância estuda as reações adversas
f) Surgem como consequência de contato prolongado, decorrentes do uso agudo ou crônico de medicamentos na
mesmo com doses terapêuticas população como um todo ou em subgrupos de pacientes
g) Aparecem tardiamente, dias, meses e até anos após o expostos a tratamentos específicos, gera um sinal,
tratamento (tipos A ou B). São interações com elementos quantifica o risco, verifica uma hipótese, comunica o risco e
celulares que provocam modificações de evolução mais ou tome medidas para evitá-lo.
menos lenta; um sinal. Geralmente é um alerta sobre uma nova reação
h) É um efeito tóxico e nocivo que se estabelece adversa que geralmente tem origem no programa de
diretamente na célula devido ao próprio medicamento ou a notificação espontânea de suspeitas de reações adversas.
um de seus metabólitos. b) Quantificação do risco: Para investigar o sinal, são
Modificações Farmacocinéticas lançados estudos específicos para quantificar o risco.
Existem processos patológicos que podem alterar os c) Verificação de uma hipótese: Requer comparar os
mecanismos de absorção, distribuição e eliminação, resultados de dois grupos.
provocando aumentos excessivos nas concentrações do d) Comunicação de riscos: Uma vez quantificado o risco, o
fármaco nos fluidos orgânicos. Portanto, atenção especial Comité de Segurança avalia a necessidade de o comunicar
deve ser dada ao aparecimento de reações adversas nos aos profissionais de saúde e à população em geral.
seguintes tipos de pacientes: e) Medidas regulatórias: atuam tomando as medidas
a) Doença hepática: diminui a capacidade de extração e regulatórias necessárias e informando os profissionais de
metabolização dos medicamentos, saúde e pacientes dessas medidas.
b) Doença renal: É devida a uma falha nos mecanismos de
secreção ou filtração ou ambos. Mas, além disso, pode haver Síndrome Cardiogênico
alteração na capacidade de ligação às proteínas. A insuficiência cardíaca é uma síndrome caracterizada por
c) Doença cardíaca: A insuficiência cardíaca congestiva um conjunto de sintomas e sinais secundarias a uma
pode modificar a absorção gastrointestinal. diminuição da função contrátil ventricular, da função das
d) Variações farmacogenéticas: Podem envolver alterações válvulas cardíacas ou das condições de carga dos ventrículos.
quantitativas nos processos farmacocinéticos. É a situação em que o coração é incapaz de manter um
Modificações Farmacodinâmicas volume minuto adequado em relação com o retorno venoso.
Em alguns casos, podem dever-se a alterações no número
A incapacidade de enviar sangue aos tecidos pode ser
de receptores, porém, outros, intervém mecanismos muito
produzida por um déficit da contratilidade, insuficiência
variado e nem sempre bem conhecidos.
cardíaca sistólica, que se caracteriza por sintomas
A alteração de uma determinada função pode significar um
secundários a diminuição de volume minuto e a hipoperfusão
estado de hipersensibilidade a medicamentos que atuam
tissular.
nessa função.
A diminuição do volume minuto cardíaco é responsável
Reações Adversas Imunológicas
pelos sinais e sintomas de hipoperfusão tissular: fatiga,
a) não estão relacionados com os efeitos farmacológicos
diminuição da tolerância ao exercício, e
habituais do medicamento em questão;
Já o sangue que não pode ser expulso durante a sístole
b) em geral existe um período de latência entre a primeira
cardíaca se acumula retrogradamente originando sinais e
exposição do paciente ao medicamento e o aparecimento da
sintomas de congestão pulmonar: dispneia e edema pulmonar.
reação;
A insuficiência cardíaca crônica se desenvolve durante
c) o efeito não está relacionado com a dose: pequenas
meses ou anos, em particular em pacientes com hipertensão
doses podem desencadear reações graves;
arterial e/ou cardiopatia isquêmica.
d) a reação desaparece quando a medicação é
interrompida, e
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A IC pode cursar com um aumento do volume minuto opostos, entre os que predomina os que produzem
cardíaco que é incapaz de atender as demandas tissulares, vasoconstrição arteriovenosa.
se sucede em pacientes com anemia, hipertireoidismo, Glucósidos digitálicos
beribéri ou derivações arteriovenosas. São glucósidos heterósidos de estrutura química silimar
Regulação da Função Ventricular que se encontram em diversas plantas, especialmente nas
A função ventricular depende da interação de 4 fatores folhas de Digitalis lanata.
que regular o volume de sangue expulso pelo coração por O único glucósido utilizado na atualidade no tratamento da
minuto insuficiência cardíaca é digoxina.
- Pré carga: força que distende o miocárdio e determina a • Mecanismo de ação
longitude máxima do sarcômero antes de contrair-se. A digoxina se fixa de maneira especifica, saturável e
Depende da volemia, do retorno venoso e da distensibilidade reversivo a superfície extracelular da subunidade alfa da
ventricular e da contribuição da contração auricular ao enzima ATPasa dependente de NA+/K+ que intercambia a
enchimento ventricular. entrada dos íons de K+ pela saída de três íons Na+
A relação entre os valores da pré-carga e o do volume O aumento das concentrações plasmáticas de potássio
batido da origem a uma curva de função ventricular em que promove a desfosforilação de enzimas e diminui sua
a fase ascendente representa a Lei de Frank-Starling. afinidade pela digoxina, enquanto que a hipopotassemia a
aumento da volemia, do tono venoso e do volume de sangue na A digoxina atua diretamente sobre a célula muscular
cavidade ventricular ao final da sístole. cardíaca, aumentando sua atividade contrátil (efeito
- Pós-carga: força que se contrai o ventrículo e equivale a inotrópico positivo). Também inibe a ativação neuro-humoral
tensão ou força que deve necessitar do ventrículo para abrir no paciente com insuficiência cardíaca.
as válvulas sigmoideas e enviar o sangue à aorta para as Em preparações cardíacas isoladas, a digoxina aumenta a
- Contratilidade: força que o coração exerce para desenvolvida, enquanto que acelera a relaxação muscular,
contrair-se. Está determinada pela concentração de cálcio diminuindo a duração da sístole, ou seja, produz uma
intracelular livre, durante a sístole e o tono simpático. contração mais rápida, mais marcada e mais curta.
- Frequência cardíaca: está controlada pelo tono Em pacientes com IC, a digoxina aumenta a força contrátil
vegetativo, miocárdio saudável, aumento da frequência e o volume minuto, e diminui a frequência cardíaca, as
cardíaca incrementa o volume minuto e a contratilidade pressões telediastólica ventricular e capilar pulmonar e a
Na insuficiência cardíaca aumenta o tono simpático, Como consequência, aumenta o volume minuto para
produzindo-se uma taquicardia compensadora que tenta qualquer pressão de enchimento ventricular, melhora os
manter o volume minuto, porém, que não aumenta a sinais de congestão pulmonar e hipoperfusão tissular e
pressão telediastólica ventricular e a pressão capilar Por via intravenosa aparece 5-10min e alcançam o máximo
pulmonar em 30-60min.
Em doses terapêuticas, a digoxina modifica as 10% dos pacientes contem em seu intestino Eubacterium
propriedades elétricas cardíacas, tanto por uma ação direta lentum, bactéria que converte a digoxina em metabolitos
como por aumentar o tono vagal e/ou inibir o tono simpático inativos, nesses pacientes, o ajuste da dose é mais difícil que
cardíaco. a população geral.
O aumento do tono vagal predomina na aurícula e no nodo É metabolizada pouco no fígado (10-20%) e se elimina por
auriculoventricular, e seria o resultado da sensibilização dos via renal, 75-80% de forma inalterada.
barorreceptores, a estimulação de acetilcolina e os A eliminação diária renal, que representa 33% de seus
terminais parassimpáticos cardíacos. depósitos corporais, é proporcional a velocidade de filtração
A diminuição do tono simpático é consequência de uma ação glomerular, por isso, a dose de manutenção deverá calcular-
direta e da melhora da IC. se em função do aclaramento de creatinina.
Em doses tóxicas, a digoxina aumenta o tono simpático, A βmetildigoxina é um composto semisintético que se
tanto por estimular certos núcleos do tronco cerebral como absorve de forma rápida e completa por via oral. É
para inibir a reincorporação da noradrenalina nos terminais transformada no fígado em digoxina e sua semivida se
nervosos simpáticos dos que se tem liberado. elimina em 48-72h.
Esse aumento facilita a aparição de arritmias cardíacas e • Intoxicação digitálica
explica a eficácia de bloqueantes βadrenérgicos no As reações extra cardíacas são diversas:
tratamento de algumas arritmias que aparecem em a) Gastrointestinais: anorexia, náusea, vomito, diarreia.
intoxicações digitálicas. b) Neurológica: cefaleia, fatiga, parestesia
• Período refratário e velocidade de condução c) Psiquiátrica: delírio, desorientação, confusão
Em doses terapêuticas: a digoxina aumenta o tono vagal e d) Visuais: visão borrosa, alteração na percepção de cor
encurta a duração do potencial de ação e do período e) Endócrinas: inibe o metabolismo do βestradiol e pode
refratário auricular. produzir sinais de hiperestrogenismo (ginecomastia).
Esse encurtamento se deve a um aumento da condutância No tratamento contra intoxicação digitálica, o primeiro
ao K+ produzindo pela acetilcolina e pelo aumento de [Ca+]. que deve fazer é determinar a digoxinemia e administrar K+
Também encurta de forma não homogenia o potencial de para deslocar o fármaco de seus receptores cardíacos.
ação e o período refratário ventricular (encurtando o O K+ inibe a união da digoxina ao miocárdio e o bloqueio de
intervalo QT), porém, não modifica a velocidade de condução ATP asa dependente de Na+/K+
intraauricular ou intraventricular. Se administra por via oral ou intravenosa lenta.
Em doses tóxicas, o bloqueio de ATPasa dependente de As taquiarritmias ventriculares se pode tratar com
Na+/K+ despolariza o potencial de membrana, inativa a lidocaína, que não deprime os nodos senoauricular e AV, e
corrente de entrada Na+ e deprime a excitabilidade e a produz mínimos efeitos sobre a contração miocárdica.
velocidade de condução intraauricular e intraventricular (o O tratamento especifico da intoxicação grave é a infusão
complexo QRS se alonga). intravenosa de fragmentos Fab de anticorpos específicos
Esta despolarização encurta ainda mais o potencial de ação antidigoxina. Eles formam um complexo com a digoxina unida
cardíaco e aumenta a frequência dos marcapassos ectópicos à célula cardíaca que se elimina rapidamente pela urina,
cardíacos. suprimindo as arritmias ventriculares graves em poucos
A digoxina aumenta o período refratário e diminui a minutos.
velocidade de condução através do nodo AV. • Situações que diminui a digoxinemia
Em doses tóxicas, a digoxina produz diversos graus de a) quando existe o não cumprimento terapêutico
bloqueio AV e incluso dissociação AV completa; b) quando aumenta o aclaramento renal
Em IC ativa o tono simpático e o SRAA e aparece uma c) quando aumenta o Vd da digoxina (crianças, gravidez,
taquicardia reflexa que tenta compensar a diminuição do hipertireoidismo).
volume. • Hipersensibilidade real
A digoxina aumenta o volume minuto e inibe a ativação São situações em que aparecem sinais de intoxicação,
neuro-humoral, suprimindo a taquicardia reflexa em ainda que os valores de digoxinemia estejam dentro do rango
pacientes com IC. terapêutico.
• Farmacocinética a) Incidência de arritmia cardíaca
A digoxina se absorve bem por via oral (biodisponibilidade b) Alteração eletrolítica
70-80%), seus efeitos aparecem em 30-90min e alcançam c) Os agonistas βadrenérgicos facilitam a aparição de
seu máximo em 1,5-5h. arritmias digitálicas.
Resumo da Naju
d) Antagonista de cálcio, anestésico gerais, bloqueantes A estimulação dos receptores B1 aumenta a contratilidade
βadrenérgicos e fármacos antiarrítmicos do grupo IA e IC e o volume minuto, enquanto que os receptores B2, DA1 e
diminui a contratilidade cardíaca. DA2, reduz a resistência periférica, modificando apenas a
A digoxina está contraindicada para pacientes com pressão arterial.
disfunção diastólica, tampouco é efetivo em IC associada a Em doses superiores a 5ug/kg/min, estimula os receptores
hipertireoidismo, anemia, fistula arteriovenosa, alfa1-adrenérgicos, aumentando a resistência vascular
glomerulonefrite, enfermidade de Paget, pericardite periférica e a pressão arterial.
constritiva ou estenose mitral. A essas doses, a estimulação de beta1-adrenérgico
• Arritmias supraventriculares aumenta marcadamente a força e a frequência cardíaca e as
a) Fluter e fibrilação auricular: a digoxina é ineficaz para demandas miocárdicas de O2.
reverter estas arritmias a ritmo sinusal ou para prevenir A vasoconstrição é útil para amentar a pressão arterial e a
suas recorrências. perfusão dos órgãos vitais em situações de choque, porém, é
A digoxina é efetiva para controlar a frequência indesejável em pacientes com IC ou hipertensão artéria, já
ventricular em pacientes com fluter ou fibrilação auricular que diminui o volume minuto e a perfusão tissular periférica.
em repouso, porém não durante o exercício. Reações adversas
b) Taquicardia supraventricular paroxística Durante a perfusão intravenosa de dopamina aparecem
A digoxina não suprime a arritmia, porém reduz a reações adversas digestivas, centrais, cardíacas, erupções
frequência ventricular ao deprimir a velocidade de condução cutâneas, febre, calafrios, dispneia e hipopotassemia.
através do nodo AV. Em altas doses produz hipertensão, taquiarritmia
c) Taquicardia por reentrada intranodal ventricular e por suas potentes ações inotrópicos e
A digoxina foi substituída por adenosina, verapamilo, cronotrópica positiva, aumenta a demanda miocárdica de O2,
diltiazem e bloqueantes βadrenérgicos, fármacos que podem podendo aumentar a isquemia miocárdica na área do infarto.
associar-se para controlar de forma adequada a frequência A dopamina está contraindicada em pacientes com
ventricular. arritmias ventriculares ou feocromocitoma e o uso de
Fármacos Simpaticomiméticos anestésico halogenados aumentando seus efeitos
Os agonistas dos adrenorreceptores B1 (cardíacos) e B2 arritmogênicos.
(vasculares) ativam a adenilil ciclasa e a PKA dependente de Também deve evitar em pacientes com estenose aórtica
AMPc, que fosforila os canais de Ca2+ tipo L e ativa a grave.
reentrada de Ca2+ e posterior liberação de Ca2+ desde o Se administrará com precaução em pacientes com
reticulo sarcoplasmático. insuficiência renal, hipertensão arterial, vasculopatia
No coração, ambos os efeitos aumentam a [Ca2+], a periférica ou diabetes.
contratilidade e a frequência cardíaca. Aplicações terapêuticas
Os agonistas dos receptores alfa-adrenérgicos aumentam Em doses baixas se utiliza para aumentar o fluxo
a [Ca2+] e a contratilidade cardíaca, porém, diferente dos sanguíneo renal e a diurese em pacientes com IC
βadrenérgicos, esse efeito não se acompanha de um aumento descompensada, sinais de congestão pulmonar, edema e
importante da frequência cardíaca. oliguria.
• Dopamina Em doses intermedias, o tratamento de IC aguda
A dopamina é o precursor da noradrenalina. Suas ações associada a sinais de hipoperfusão periférica.
hemodinâmicas são consequência da ativação dos receptores Em doses altas em pacientes com IC, hipoperfusão
dopaminérgicos DA1, DA2, Beta1 e Alfa1-adrenérgico, e a periférica e hipotensão ou estados de choque
liberação de noradrenalina nas terminações nervosas independentemente da sua etiologia.
simpáticas. É um pobre vasodilatador venoso e deve associar-se em
A semivida da dopamina é de 1-3 minutos devido a sua ocasiões a vasodilatadores venosos ou arteriovenosos.
rápida metabolização, por isso é preciso ser administrada em A associação da dopamina e nitroprusiato permite
infusão intravenosa contínua, dependendo dos seus efeitos aumentar o fluxo renal e a contratilidade cardíaca,
da dose administrada. reduzindo marcadamente as resistências periféricas e
Em doses baixas estimula principalmente os receptores aumentando a função sistólica ventricular.
DA1 vasculares e renais, produzindo vasodilatação renal, A associação de dopamina com dobutamina ou inibidores da
esplácnica, coronária e cerebral. fosfodiesterasa aumenta o volume minuto mais que cada
Em doses intermediarias, estimula os receptores beta1 e fármaco separado.
β2-adrenérgico cardíaco e aumenta a liberação de • Dobutamina
noradrenalina desde os terminais simpáticos cardíacos. Estimula preferencialmente o beta1-adrenoceptores e em
menor grau B2 e alfa1-adrenoceptores cardíacos.
Resumo da Naju
Sua semivida é 2 minutos e deve ser administrada por via Os IECA’s produzem:
intravenosa. - Um bloqueio competitivo das enzimas de conversão, que
Em doses habituais, aumenta a pressão telediastólica transforma a angiotensina I em angiotensina II, reduzindo
ventricular, porém apenas modifica a frequência cardíaca ou as concentrações plasmáticas e titulares desta.
o fluxo sanguíneo renal. - Inibe o tono simpático e a liberação de vasopressina e
Em doses altas estimula também β2-adrenoceptores, aldosterona.
produzindo vasodilatação coronária e da musculatura - Inibem a cininas II, enzima que degrada a bradicinina,
esquelética e os alfa1-arenoceptores produzindo aumentando as concentrações plasmáticas e tissulares de
vasoconstrição esplácnica e renal; essas ações explicam bradicinina, que apresenta propriedades vasodilatadoras
porque a pressão arterial não se altera. diretas
As reações adversas são similares a dopamina, ainda que a - Estimula a liberação de óxido nítrico e prostaglandinas,
incidência de taquiarritmia é menor. que possuem propriedades vasodilatadoras e
Como acontece com outros inotrópicos positivos, se antiproliferativas que opõe as ações tróficas da angiotensina
administra com precaução em pacientes com estenose II.
subaórtica hipertrófica ou estenose aórtica grave. - Produz ações vasodilatadoras, arteriovenosas,
A dobutamina é útil na IC aguda com sinais de natriuréticas e antimitogênicas.
hipoperfusão periférica com ou sem sinais de congestão Por sua ação vasodilatadora, os IECA reduzem a pressão
pulmonar, refrataria a diuréticos e vasodilatadores. telediastólica ventricular e capilar pulmonar, enquanto que
Associado a inibidores de fosfodiesterasa III se obtém sua ação vasodilatadora arterial diminui as resistências
uma resposta inotrópica superior do que em monoterapia. vasculares e aumenta o volume minuto, os fluxos sanguíneos
Inconvenientes da dopamina e dobutamina: regionais e a tolerância ao exercício.
a) pobre disponibilidade oral Os IECA produzem um efeito natriurético e diurético.
b) administração continuada pode produzir uma perda Reduzem a pré-carga e a pós-carga e a demanda
progressiva de efetividade. miocárdica de O2, aumentando o fluxo sanguíneo coronário,
c) bloqueantes βadrenérgicos inibem os efeitos inotrópicos reduzindo a isquemia cardíaca.
d) podem acelerar a progressão de IC e aumentar a Inibe a dilatação, hipertrofia e remodelação ventricular
mortalidade. que aparece em pacientes hipertensos ou com infarto de
miocárdio prévio, atrasando a progressão da IC.
Inibidores de SRAA Aplicações:
A ativação do SRAA facilita a progressão da insuficiência a) IC sistólica: classe funciona II-IV, fração <45%.
cardíaca e diminui a sobrevivência do paciente. Os IECA diminuem os sintomas e a ativação neuro-
Na atualidade há 3 grupos de fármacos que inibem a humoral, melhora a situação hemodinâmica, tolerância ao
atividade de SRAA: exercício e a qualidade de vida, atrasando a progressão da
1. inibidores da enzima convertedora de angiotensina enfermidade.
(IECA) Reduz a incidência de morte súbita, angina de peito e
2. bloqueadores dos receptores AT1 (ARA-II) fibrilação auricular.
3. antagonista da aldosterona. Todos os pacientes com IC sistólica devem receber IECA
• Inibidores da enzima convertedora de angiotensina como tratamento inicial
A maioria dos efeitos prejudiciais da angiotensina II estão b) IC pós infarto de miocárdio
provocadas pela ativação dos receptores AT1, uma potente A administração de um IECA entre 3-10 dias depois do
resposta vasoconstritora arteriovenosa. infarto atenua ou previne a dilatação e a disfunção
Produz efeitos tróficos (estimula a hipertrofia) e aumenta ventricular progressiva que aparece na zona ventricular
a frequência cardíaca, as demandas de O2, a agregação infartada, aumenta a fração de ejeção e reduz de forma
plaquetária e a atividade da nicotinamida adenina significativa da mortalidade, o re-infarto e as
dinucleótido 2’-fosfato (NADPH) oxidasa, aumentando a hospitalizações por IC.
produção de radicais livres e o estresse oxidativo. c) Disfunção ventricular assintomática crônica
No rim aumenta a reabsorção de Na+ e agua, tanto por Atrasam ou previnem a aparição de IC sintomática,
uma ação direta a nível do túbulo proximal quanto através da revertem a hipertrofia e o remodelado ventricular e reduz
liberação de aldosterona, que atua a nível do túbulo distal e morbimortalidade.
coletor. Previne o desenvolvimento de IC em pacientes hipertensos
ou com diabete tipo 1.
Resumo da Naju
Se recomenda administrar IECA como primeiro IECA e ARA-II diminuem a concentração plasmática de
tratamento em pacientes com IC com fração de ejeção aldosterona, porém essa redução desaparece depois de >2
<40-45%) para prevenir IC em pacientes com hipertensão, meses
diabetes ou enfermidades arterioesclerótica vascular e Antagonistas da aldosterona: espironolactona e eplerenona
fatores de risco cardiovascular associado A diferença delas é que a eplerenona apresenta uma baixa
afinidade pelos receptores de progesterona e andrógenos,
Deve evitar IECA com fármacos nefrotóxicos ou que hospitalização e a mortalidade por IC.
Contra indicado em gravidas, pacientes com pacientes com IC sintomática apresar do tratamento com
bilateral, insuficiência renal, cardiomiopatia hipertrófica ou O tratamento deve suspender se a potassemia é superior a
O sinal vasoconstritor consiste em uma elevação de Ca arterial, que ocasiona em um aumento reflexo da frequência
citosólico, a expensa da entrada de Ca2+ na célula através e gasto cardíaco.
de canais de Ca2+ dependentes de voltagem do subtipo L. O efeito inotrópico do diltiazem é mais modesto que o do
Esses canais são a diana especifica de verapamilo, verapamilo
diltiazem e nifedipino, que, unindo-se a receptores acoplados As dihidropiridinas possuem uma marcada seletividade
a ditos canais, precipitam seu fechamento, o descenso dos pelos vasos, em comparação com o coração.
níveis citosólicos de Ca2+ e a vasodilatação. Nifedipino é o menos vasoseletivo, produz uma importância
A potencia de vasodilatação do nifedipino é muito maior vasodilatação a doses que apenas afetam o coração.
que a do verapamilo, e a de verapamilo é ligeiramente maior As novas dihidropiridinas de terceira geração: manidipino,
que a do diltiazem. nilvadipino, benidipino e efonidipino, podem ter feito
A vasodilatação é seletiva para os leitos arteriais e afetam nefroprotetor, além de bloquear os canais de cálcio tipo L,
pouco os venosos, por consequência, o retorno venoso e a também bloqueia o de tipo T.
pré-carga. As novas dihidropiridinas de segunda geração: isradipino,
O verapamilo e o diltiazem são entre 100 e 1000 vezes felodipino, amlodipino, nisoldipino e nitrendipino, possui um
menos potentes vasodilatadores que as dihidropiridinas. melhor perfil farmacocinético.
Todos produzem efeitos antihipertensores similares na Reações adversas
clínica e todos aumentam o fluxo coronário. O nifedipino de liberação rápida produz efeitos típicos de
Visto que são vasodilatadores mais potentes e possuem uma vasodilatação pronunciada em 10% dos pacientes.
menos ações cardíacas, as dihidropiridinas ativam mais o O verapamilo e diltiazem estão contraindicados nos
reflexo vasorregulador que as benzotiazepinas e transtornos da condução auriculoventricular e na taquicardia
bencilalquilaminas. ventricular e devem evitar-se na IC porque podem deprimir
O nifedipino produz uma discreta taquicardia e um ainda mais a função do coração e causar um deterioro
modesto incremento da contratilidade miocárdica, se ele se clinicamente cientifico.
une a diminuição da pós-carga, se compreende o aumento do As dihidropiridinas não se devem utilizar em angina
gasto cardíaco e da demanda de oxigênio que se produz. instável.
O amiodipino produz uma vasodilatação arterial periférica Aplicações terapêuticas
e coronária, porém, ocasiona menos taquicardia reflexa, a) angina de peito
possivelmente porque sua lenta absorção oral e sua seus efeitos se devem a vasodilatação coronária e a
prolongada semivida evitam grandes picos e vales nas prevenção da vasoconstrição coronária secundaria ao
concentrações plasmáticas do fármaco. exercício, redução da pós-carga por diminuição da pressão
Os antagonistas do cálcio possuem efeitos cronotrópico, arterial.
dromotrópico e inotrópico negativo b) hipertensão arterial: risco cardiovascular a longo
O nifedipino não afeta a condução auriculoventricular nem prazo
ao nodosinusal Diminui a pressão arterial quando se administram em
Verapamilo e diltiazem desaceleram a velocidade de tratamento oral a longo prazo e as doses recomendadas.
disparo do marcapasso e desaceleram a condução AV, duas c) outras enfermidades vasculares
propriedades que constituem a base da sua indicação em Ação vasodilatadora se resulta útil para prevenir o
tratamento de arritmias supraventricular. espasmo em certas vasculopatia periféricas e no espasmo
As diferenças entre dihidropiridina, bencilalquilaminas e reflexo diante de hemorragias subaracnóideas.
benzodiazepinas se devem, provavelmente, ao distinto grau d) arritmias cardíacas
de dependência de uso de cada um desses subgrupos de Os efeitos antiarrítmicos de verapamilo e diltiazem pela
antagonista do cálcio. inibição do nodo AV.
As dihidropiridina são mais vasodilatadoras e as O nifedipino e outras dihidropiridinas não são eficazes
bencilalquilaminas e as benzotiazepinas mais e) proteção renal
cardiodepressoras.
A administração intravenosa de verapamilo diminui a Broncodilatadores
pressão arterial sem que produza taquicardia reflexa, que se A asma bronquial é uma síndrome caracterizada pela
neutraliza pelo efeito cronotrópico negativo direto que o obstrução generalizada reversível das vias respiratórias, que
fármaco possui sobre o coração, ou seja, o verapamilo afeta se instaura de forma recorrente, provocada por estímulos
por igual os vasos e o coração. que por si mesmo não são nocivos e que não afetam os
Por via intravenosa o diltiazem produz uma importante indivíduos que não são asmáticos.
redução das resistências vasculares periféricas e da pressão
Resumo da Naju
Sua ativação origina broncodilatação, vasodilatação, respiratório superior e inferior como consequência da
inibição da liberação de mediadores, aumento do vasoconstrição arteriolar da mucosa,
aclaramento mucociliar. Outros efeitos são contraproducentes: contração da
O bloqueio de βadrenérgicos não modifica o tono bronquial musculatura lisa brônquica, facilitação da liberação de
no individuo saudável, porém, provoca broncoconstrição no mediadores, aumento das secreções brônquicas,
asmático, o que indica que esses pacientes existe uma vasoconstrição venular, hipertensão com bradicardia e
ativação tônica dos βadrenoreceptores, necessária para arritmias reflexas, etc.
manter um baixo nível de resistência ao fluxo de ar.
Na asma não foi possível demonstrar uma modificação na
função dos receptores alfa, porém existem claras alterações Característica dos broncodilatadores
nos receptores beta. • Adrenalina
Os agonistas βadrenérgicos relaxam a musculatura lisa Apresenta uma duração de ação muito breve, <1h.
bronquial mediante a ativação da adenilil ciclasa e a elevação Administrada por via subcutânea no tratamento agudo de
do AMPc intracelular, esse mecanismo tem dupla crises asmáticas graves em crianças.
consequência: • Efedrina
1. A ativação da proteincinasa A a fosforilação da cinasa Seu metabolismo é mais lento e sua ação mais prolongada e
de cadeia ligeira de miosina, a qual, fosforilada é inativa já pode administrar-se por via oral, porém, sua ação é
que perde afinidade pelo complexo Ca2+-calmodulina. igualmente pouco seletiva e sua ação broncodilatadora é
2. A diminuição de Ca2+ livre intracelular por três débil
possíveis mecanismos • Seudoefedrina
a) sequestro de organelas Utilizada nos catarros de vias altas, tem menor ação
b) inibição da entrada pressora, porém, exerce uma boa ação descongestionante,
c) aumento da saída reduzindo a resistência da passagem de ar pelas fossas
Em ambas as circunstâncias haverá uma menor nasais
fosforilação da miosina e um menor acoplamento actina- • Isoprenalina
miosina. Mantém uma forte ação β1, que provoca efeitos cardíacos
Na atualidade, os estimulantes β2-adrenérgicos indesejáveis.
desempenam um papel essencial no tratamento da asma e • Salbutamon, fenoterol e terbutalina
EPOC. Apresentam maior seletividade β2 e maior resistência a
Os fármacos βadrenérgicos são broncodilatadores mais COMT*.
rápidos e eficazes que se dispõe. Sua principal utilidade é o tratamento de ataques agudos
Os principais efeitos beneficiosos na asma se deriva da de asma.
ação β2-adrenergica. Existe o salbutamol de liberação controlada que se
Os agentes βadrenérgicos originam relaxação de todas as administra por via oral a cada 12 horas.
vias respiratórias, desde a traqueia até os bronquíolos *COMT: caltecol-orto-metil-transferasa
terminais, independentemente do espamógeno implicado, • Bambuterol
protegendo frente a qualquer estimulo broncoconstritor. É um profármaco de terbutalina com grande estabilidade
A relevância terapêutica dessas ações não está metabólica, e pode se administrar uma vez ao dia via oral
perfeitamente estabelecida. A incidência dos efeitos secundários é muito superior, e
Os β2-adrenérgicos não inibem a função dos macrófagos e por isso, tende a usar de forma inalatória.
eosinófilos pulmonares, incluso em tratamentos prolongados, • Salmeterol, formoterol e isómero R-puro do
não modificam a resposta inflamatória tardia aos alérgenos formoterol e arfomoterol
nem suprimem a hiper-reatividade bronquial. São β-agonistas de longa duração, quando inalados são
Os β2-adrenérgicos também produzem taquicardia por eficazes durante mais de 12 horas
vários mecanismos: Bastante uteis para o tratamento da asma noturna e o
a) como mecanismo reflexo a vasodilatação e hipotensão broncoespasmo em pacientes com EPOC.
b) porque a seletividade β1 é só relativa e doses Reações adversas
suficientemente elevadas podem produzir efeitos β2. A maioria das reações adversas são consequência de sua
c) porque no coração existe uma pequena população de ação adrenérgica e guardam relação com as doses e a sua via
receptores β2 de administração
A ação α-adrenérgica pode ser útil como Por via oral produz com frequência tremor fino das
descongestionante, para reduzir o edema da mucosa do trato extremidades, taquicardia e palpitação
Resumo da Naju
Itraconazol tem um efeito inotrópico negativo sobre o Também é eficaz em candidíase orofaríngea como tratamento
miocárdio, sendo contraindicado em pacientes com de primeira linha em pacientes que possuem enfermidade
insuficiência cardíaca. grave ou imunodepressão.
Indicação Terapêutica Miconazol
- Candidíase esofágica Fungostático de amplo espectro
- Aspergilose bronco pulmonar alérgica Se utiliza por via tópica em micoses superficiais
- Esporotricose Pode ser eficaz em algumas micoses profundas por via
- Histoplasmose intravenosa
- Cromoblastomicose Por via tópica é eficaz em infecções dermatofíticas do tipo
Ketoconazol tinea pedis, tinea cruris e tinea versicolor, assim como
Primeiro imidazólico de uso generalizado candidíase cutânea e vaginal; e em infecções por Torulopsis
Seus frequentes efeitos secundários digestivos e glabrata.
possibilidade de hepatotoxicidade grave (ainda que rara), fez Por via intravenosa se emprega só a algumas cocidiodomicose
que se substitua por outros azoles e paracoccidioidomicose
Por via oral se utiliza para candidíase bucofaringea e - Diminui a concentração plasmática de tracolimus
intestinal - Aumento da área abaixo da curva de caspofungina em
É bastante tóxico por via intravenosa, causando com pacientes tratados com ciclosporina A
frequência, tromboflebite, trombocitose, prurito, náusea e - Redução da concentração em com alguns antirretrovíricos
anorexia. - Autorizada para uso de candidíase invasiva, aspergilose
Pode ocasionar taquipneia, taquicardia e arritmia em casos de invasiva ou intolerantes ao tratamento com anfotericina B
injeção rápida. Micafungina
Por via tópica pode produzir prurito, irritação e queimação Tratamento de esofagite candidiásica
Excreção fundamentalmente por via fecal
B. Imidazólicos de aplicação tópica
É pouco tóxica, casos raros de hipersensibilidade
Fármacos: bifonazol, buconazol, clormidazol, clotrimazol,
Anidulafungina
econazol, fenticonazol, sulconazol e tioconazol
Demonstrada eficácia em Cândida como esofagite
Bifonazol
candidiásica e candidemia.
Amplo espectro frente a diversas especies de dermatofitos e
outros micetos como Malassezia furfur; eficaz contra Mostra uma farmacocinética, interações e feitos secundários
Corynebacterium minutissimum similares.
Não necessita de ajuste em insuficiência renal nem hepática
Produz reações locais irritativas; hipersensibilidade
Se aplica em forma de creme, solução e pó. Aplicação Sistêmica
Clotrimazol Flucitosina
Infecções dermatofíticas, incluída a tinea versicolor, a É derivado do fluorado da citosina
candidíase cutânea e a candidíase de membrana mucosa e Se converte em fluorouracilo por ação da enzima citosina
zonas mucocutânea desaminasa
Administra em pacientes com predisposição a candidíase como Se ativa frente a C. neoformans, Cândida albicans e germens
profilaxia, possuindo resultados positivos que produz cromomicose: Cladosporium e Phialophora.
Pode ocasionar eritema, escozor, formação de ampollas e Se absorve por via oral 80%
desprendimento da pele, edema, prurito e urticaria Atravessa a barreira hematoencefálica
Se administra em solução ou creme Elimina sem metabolizar pela urina
Econazol Administração deve modificar quando a função renal esteja
Aplicado em tratamento de dermatofitose: tiña dos pies, diminuída, porque se administra junto com anfotericina B, que
inguinal, tiña do corpo, pitiriasis versicolor e candidíase é nefrotóxica
cutânea superficial Pode causar moléstia gastrointestinal, leucocitopenia e
Não é útil na tiña do couro cabeludo trombocitopenia
Se aplica em forma de creme Terbinafina
Sulconazol Máxima eficácia no tratamento de infecções dermatofíticas:
Dermatofitose e infecções por Cândida e M. furfur tinea corporis/cruris e tinea pedis e em infecções crônicas
Reduz eritema e prurito recorrentes, na candidíase cutânea e na pitiriase versicolor
Tioconazol Tem escassa afinidade pelo citocromo P450, o que interfere
Boa atividade de aplicação tópica em Trichophyton, na síntese de hormônios esteroides
Epidermophyton, M. furfur e C. albicans Por sua grande lipofilia, acumula na gordura e se fixa ao
Ativo frente algumas clamídias, tricomonas e bactérias gram- estrato córneo da pele, pelo e unhas.
positivas Administração tópica se absorve menos de 5%
Particularmente util em certas onicomicose Reações adversas por via oral geralmente são
Equinocandidas gastrointestinais e alterações cutâneas
Antifúngico de estrutura complexa em forma de lipopéptido Yoduro Potásico
semissintético Fármaco de eleição em esporotricose cutaneolinfática
Uso intravenoso para tratamento de infecções sistêmicas (Enquanto a anfotericina B é para formas extracutaneas e
Inibe a síntese da parede dos fungos disseminada).
Capofungina Pode produzir intolerância ao iodo
É ativa in vitro sobre Aspergillus spp e Cândida spp Aplicação Tópica
Administrada via intravenosa Ciclopirox
Metaboliza no fígado Usada no tratamento de candidíase cutânea e a
Elimina lentamente pelas fezes e urina dermatofitose, incluindo tinea versicolor
Não requer modificação da dose em pacientes com Se aplica em forma de creme a 1%
insuficiência renal Clioquinol
Na insuficiência hepática deve reduzir a dose pela metade Só se aceita a aplicação tópica
É pouco tóxica, pode causar eritema ou flebite no lugar Pode administrar em tinea pedis e algumas piodermias
administração e cefaleia bacterianas secundárias
Não deve ser administrada na gravidez Haloprogina
Administra em tinea pedis e tinea versicolor, também pode
ser administrada em candidíase cutânea
Pode causar irritação no local
Tolnaftato
Administra na tinea pedis e tinea versicolor, porém não serve
para outras localizações das tiñas nem para candidíase
Ácido undecilénico
Administra em algumas dermatofitose, particularmente a
tinea pedis.
Bem tolerado, pode ocorrer alguma irritação local
Associações de Antifúngicos
- Anfotericina B + Flucitosina: tratamento de meningite
criptocócica
- Fluconazol e flucitosina: tratamento de meningite
criptocócica em pacientes VIH positivos e infecções graves
por Cândida.
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Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios que A preparação oftalmológica pode estar associada em
necessitam das enzimas e as macromoléculas da célula queratoconjuntivite herpética
hospedeira para sua replicação O tratamento oral está indicado para herpes labial,
Conseguir o bloqueio dessa atividade vírica sem lesionar o especialmente se há recaídas frequentes; herpes genital,
metabolismo celular não é um problema de fácil resolução tanto em primeiro episódio como recorrência.
Análogo dos nucleósidos: maior numero de fármacos antivirais A via intravenosa se recomenda em infecção disseminada do
Atividade frente ao VHS recém-nascido, encefalite herpética e as infecções
*VHS – Vírus Herpes Simple sistêmicas dos imunodeprimidos
Aciclovir Em herpes zoster se recomenda via oral em imunocompetente
Potente ação antivírica frente a muitos Herpesvírus e intravenosa em imunodeprimidos.
Especialmente ativo em VHS tipo 1 e 2, vírus Varicela Zóster A varicela em imunodeprimidos se tratará por via intravenosa.
Atividade in vitro: Epstein-Barr (VEB), vírus herpes humano Não está indicado no tratamento de infecções por CMV, mas
tipo 6 (VHH-6) e citomegalovirus (CMV). em casos de profilaxia em transplantados sim.
Se manifesta unicamente em vírus na fase de replicação Infecções por VEB não parece que exerça efeito clinico
Inibe a replicação vírica importante.
A. inibe seletivamente o ADN polimerasa vírica Valaciclovir
B. Mediante competência do aciclovir trifosfato com A escassa biodisponibilidade do aciclovir fez ser conduzido
guanosina trifosfato por incorporar-se ao ADN vírico este derivado.
C. Atua como finalizador de cadeia ao incorporar-se ao ADN Se absorve rapidamente por via oral
vírico Seu mecanismo de ação e farmacocinética é o mesmo do
Resistência aciclovir
A resistência ao Aciclovir pode aparecer por diferentes vias: As interações não diferem do aciclovir
A. Cepa deficiente de timidina cinasa A cimetidina e a probenecida podem reduzir a porcentagem
B. mutação que gere uma timidina cinasa que não reconheça ao de conversão de valaciclovir a aciclovir
aciclovir como substrato Indicado para herpes zoster em pacientes imunocompetentes
C. mutação que altere a sensibilidade do ADN polimerasa que inicie o tratamento antes das 72h dos primeiros sintomas
vírica ao aciclovir trifosfato Indicado para herpes genital primária e recidivo
Farmacocinética
Absorção oral é lenta e variável 15-30% Famciclovir (penciclovir)
Penciclovir é um análogo acíclico de guanosina
Por via intravenosa se alcançam concentrações 10 vezes
Famciclovir é a formula oral do penciclovir
maiores
Inibe a síntese do ADN nos Herpesvírus
Atravessa a barreira hematoencefálica de forma passiva
Tem maior afinidade por células infectadas que o aciclovir
O LCR alcança concentrações de 50% das plasmáticas
Especialmente ativo em VHS-1, VHS2 e VVZ
Se concentra no leite materno
Ação limitada em VEB e CMV
Metabolismo hepático é escasso
Ativo sobre VHB
60-80% excreta pela urina e 2% nas fezes
Maior parte das cepas resistentes ao aciclovir presentam
Caso de insuficiência renal é obrigatório mudar a dose
resistência cruzada
Durante hemodiálise elimina ao redor de 60% do fármaco
Reação Adversa Famciclovir se absorve bem por via oral e se excreta pela
Administração tópica oftálmica pode produzir queratopatia urina de forma inalterada em 60%
punctata superficial Muito bem tolerada, só há descrito náusea e cefaleia
Os cremes tópicos podem ser associados com queimadura Indicado no tratamento de herpes zoster não complicada em
A tolerância por via oral é boa, pode causar náusea, vomito, pacientes imunocompetentes e tratamento de herpes genital
diarreia, dor abdominal Insuficiência renal deve ajustar a dose
Uso intravenoso a afetação renal e a neurotoxicidade são as Vidarabina
reações adversas mais importantes In vitro é antivírica em VHS-1, VHS-2, VVZ, VEB, vírus
A neurotoxicidade é reversível e não parece estar relacionado vaccinia, viruela, rabdovirus e vírus da hepatite B
com as concentrações no LCR, mais frequentes em pacientes Inibe de forma competitiva o ADN polimerasa vírica
imunodeprimidos Absorção é mínima
A probenecida reduz a compensação renal do aciclovir, Infusão intravenosa a vidarabina é rapidamente desaminada
aumentando suas concentrações plasmáticas pela adenosina desaminada formando a arabinosilina
Indicação Terapêutica hipoxantina (ara-Hx) que é muito mais solúvel.
Indicado em infecções por VHS-1, VHS-2 e VVZ, tanto em Encontra no LCR em 35% da concentração plasmática
pacientes imunocompetentes quanto imunodeprimidos. Lactantes pode encontrar 90%
A forma tópica tem escasso valor em herpes labial ou genital Se elimina pela urina
Ara-Hx é depurado rapidamente por hemodiálise A administração intravítrea proporcional altas concentrações
Caso de insuficiência renal os níveis de Ara-Hx aumentam, locais com mínima absorção sistêmica
favorecendo toxicidade Tanto o LCR (31-67%) como em vítreo (40%) a concentração
Um dos principais inconvenientes é sua escassa solubilidade, aumenta com o tempo, o que sugere eliminação mais lenta
requer uma infusão de 2-2,5L. Atravessa a barreira placentária e elimina pelo leite materno
Possui efeitos secundários gastrointestinais Elimina quase totalmente por excreção renal
O Alopurinol eleva os níveis de AraHx Semivida por aumentar em caso de deterioro da função renal
A associação com metotrexato pode causar um déficit de Necessário ajustar dose em deterioro renal
homocisteína A hemodiálise reduz na metade a concentração plasmática
O interferon alfa incrementa sua toxicidade Efeito Adversos
Pode considera-se o fármaco alternativo para encefalite O efeito adverso mais importante é a depressão medular
herpética, infecção neonatal por VHS com disseminação Pode ocorrer casos de neutrocipenia, trombocitopenia e
visceral e topicamente na queratoconjuntivite herpética anemia
A via intravítrea pode ocasionar hemorragias,
Trifluridina
desprendimento da retina, endurecimento da esclera e
Clinicamente só é eficaz frente ao VHS
infecções
Potente inibidor de timidilato sintetasa, enzima responsável
Indicação terapêutica
pela conversão de d-UMP em d-TMP necessário para a síntese
Não indica em infecções por Herpesvírus em pessoas
de ADN, o que explica propriedades antineoplásicas
imunocompetentes
A toxicidade medular impossibilita a administração parenteral
A infecção por CMV em imunodeprimidos, tanto o
Localmente pode provocar dor ocular, edema palpebral, picor,
tratamento quanto profilaxia são sua principal indicação
queratopatia epitelial
Valganciclovir
Sua única indicação é a queratoconjuntivite herpética
É um profármaco do ganciclovir
Ixoxuridina
O perfil de tolerância e efeitos adversos são o mesmo da
É um dos fármacos com menor índice terapêutico
ganciclovir
Administração parenteral é exclusivamente tóxica para
Uma dose oral de 900mg proporciona uma dose de ganciclovir
medula e fígado
por via intravenosa de 5mg/kg
Se administra só topicamente, em solução oftálmica
A administração junto com alimento melhora sua absorção
Reações adversas de conjuntivite, edema palpebral, dor,
Cidofovir
fotofobia, oclusão do conduto lacrimal, lesão corneal em uso
Apresenta uma atividade 10x mais que a de ganciclovir e atua
prolongado.
em casos de resistência desse fármaco
Suas indicações são similares a da trifluridina
É ativo frente ao Herpesviridae (CMV, VHS-1, VHS-2, VVZ,
(queratoconjuntivite herpética) e sua eficácia é claramente
VEB, HHV-6) e outros vírus como adenovírus, poliomavirus,
inferior.
papilomavirus, vaccinia e vírus da hepatite B
Brivudina
Inibe a replicação do vírus
Ação altamente seletiva sobre VVZ
O cidofovir se ativa independentemente da presença ou não
Inibe competitivamente o ADN polimerasa viral
do vírus
Se absorve por via oral
Há detectado resistência cruzada com ganciclovir em
Metaboliza rápido e quase completamente no fígado
infecções por CMV
Eliminação renal predominante (65%) e 21% nas fezes Farmacocinética
Se tolera muito bem e seus principais efeitos adversos são Administração intravenosa
gastrointestinais Excreta de forma inalterada pela urina
Sua utilizada é unicamente em herpes zoster Se acumula sobretudo na corteza renal
Atividade frente a CMV Reação adversa
*CMV: citomegalovírus Mais importante: nefrotoxicidade
Ganciclovir Pode reduzir mediante uma pré hidratação do paciente e
Principal indicação é CMV. administração simultânea de probenecida.
Antivírico de amplo espectro Indicação Terapêutica
Ativo frente a VHS-1, VHS2, CMV, VVZ, VEB E VHH-6 Tratamento da retinite por CMV em pacientes com infecção
Inibe a síntese do ADN vírico por VIH e boa função renal
Compete com o ADN polimerasa vírica, atuando como um Atividade Frente a VHB
finalizador de cadeia *VHB: Vírus da Hepatite B
Farmacocinética Lamivudina
Inicialmente se utilizava só por via intravenosa Administrado amplamente como antirretroviral
Atualmente dispõe de formulação oral que com doses altas Primeiro antivírico oral para tratamento de infecção crônica
permite superar a concentração inibitória de muitas cepas de por VHB.
CMV.
A partir dos 6 meses pode aparecer variante do VHB Pode administrar em pacientes coinfectados com VIH ou em
resistente a lamivudina monoinfectados
Administração por via oral e seu escasso efeito adverso supõe
uma vantagem ao respeito do interferon, porém a longa Atividade frente a outros vírus
duração do tratamento e a aparição de resistência são Ribavirina
inconvenientes. Nucleósido sintético da guanosina
Uma opção preferente na profilaxia frente a reinfecção pós Antivírico de amplo espectro
transplante hepático Inibe a replicação do vírus
Ativo em VRS, influenza A e B, parainfluenza, adenovírus e
Adefovir
Análogo nucleotídeo da adenosina alguns togavirus, bunyavirus e arenavirus
Frente ao retrovírus (VIH-1 e VIH-2), família de Tem boa absorção oral
Herpesviridae (incluindo CMV) e Hepadnavirus (VHB) Administra-se oral ou aerossol
incluindo os resistentes de lamivudina Via intravenosa é 10x superior
Se administra por via oral Em forma de aerossol se concentra em nas secreções
Bloqueia a transcriptasa inversa por mecanismo competitivo e bronquiais
como finalizador de cadeia Se acumula nas hematíes e elimina por metabolismo
Se elimina inalterado pela urina intracelular e excreção renal
A toxicidade renal, em forma de acidose tubular renal e Por via inalada a tolerância é boa, pode apresentar irritação
síndrome de Fanconi é muito frequente em tratamentos conjuntival e deterioro das provas de função respiratória
prolongados (até 30%) e aumenta de forma proporcional à Com doses orais ou por intravenosa pode apresentar anemia
dose. normocitica normocroma, geralmente reversível
Em sua atividade frente a VHB, resulta ativo frente as cepas Com tratamentos prolongados pode haver alterações
mutantes YMDD, que causam resistência do VHB a lamivudina. gastrointestinais e neurológicas
As interações medicamentosas são escassas, porém há certo
Emtricitabina
antagonismo com a AZT.
Análogo nucleósido, estruturalmente similar a lamivudina
Atualmente se utiliza a forma de aerossol em tratamento de
Atividade frente a VIH e frente VHB similar a lamivudina
infecção por VRS em crianças e especialmente para aqueles
Pode ter resistência cruzada na presença de YMDD
com risco (imunodeprimidos, enfermidade pulmonar ou
Em pacientes com infecção crônica de VHB mostra uma boa
cardíaca subjacente) ou em situações graves
tolerância com mínimo de efeitos adversos e uma boa
Por via inalatória é eficaz para o tratamento de vírus
supressão vírica nas doses ensaiadas
influenza A e B sempre que inicie nas primeiras 24h.
Administra por via oral
A via intravenosa tem comprovação em infecções por
Entecavir
Hantavirus e febre de Lassa.
Análogo carbocíclico da guanosina
Via oral e associada ao interferon alfa serve de tratamento
Potente atividade frente a VHB, que constitui sua principal
para infecção crônica por VHC que é o tratamento
indicação
recomendado atualmente
Ativo também a VHS, influenza e VIH, porém necessita de
Aminas tricíclicas
concentrações muito altas. Amantadina
Sua biodisponibilidade oral é 90% e a presença de alimentos Amina tricíclica simétrica hidrossolúvel
diminui a absorção Atividade frente ao vírus influenza A
Se elimina por via renal Não é ativo ao tipo B e nem parainfluenza
Se tolera muito bem, com escassos efeitos adversos (cefaleia, Bloqueia a proteína M2 viral que atua como um canal de
astenia e algum caso de elevação de amilasa). prótons na membrana viral
Telbivudina Se absorve via oral
Enantiomero L sintético da deoxitimidina. Não se metaboliza e se excreta lentamente pela urina (90%)
Potente atividade frente ao VHB, incluindo cepas resistentes Se prolonga em caso de insuficiência renal
a adefovir, não é ativo a outros vírus. Não se elimina por diálise
Inibe a síntese do ADN da VHB Efeitos adversos são menos frequentes se fraciona a dose em
Inibe de forma competitiva a polimerasa do VHB duas tomas diárias
Não sofre metabolismo hepático e se elimina por filtração 5-10% pode aparecer toxicidade neurológica
glomerular em forma de fármaco ativo. Pode haver efeitos gastrointestinais
A tolerância é boa, pode apresentar incômodos Em idosos efeitos neurológicos e anticolinérgicos são
gastrointestinal frequentes
Tenofovir Favorece o deterioro renal
Ativo frente ao VHB, sendo mais efetivo que o adenovir e tem Sua única indicação é a profilaxia e tratamento da infecção
uma vantagem de atuar frente cepas resistentes a lamivudina. por vírus influenza A
Não se deve considerar um substituto da vacina
A dose deve reduzir em crianças e maiores de 65 anos Inibidores da Nauraminidasa
Rimantadina A neuraminidasa ou sialidasa é essencial para a replicação do
Análogo da amantadina, só é ativa frente ao vírus da influenza vírus da gripe, tanto A, quanto B.
A A inibição da neuraminidasa previne a infecção e diminui sua
Menor potencial tóxico gravidade
Se metaboliza no fígado e só elimina pela urina como fármaco Fármacos: zanamivir e oseltamivir
inalterado Foram as primeiras moléculas em demonstrar eficácia clínica
Insuficiência renal deve ajustar a dose e uma ação seletiva inibitória da enzima.
Zanamivir
Disfunção hepático deve ajustar a dose
A concentração namomolares é um potente e seletivo inibidor
Os efeitos adversos são similares aos da amantadina, ainda
competitivo da neuraminidasa dos vírus gripais humanos A e
que menos frequentes e mais suaves
B, assim como subtipos de vírus da influenza aviária.
A cimetidina aumenta os níveis de rimantadina
Mecanismo de resistência é a mutação no gene da
O paracetamol e a aspirina diminuem os níveis de rimantadina
hemaglutinina que diminui a sensibilidade dos inibidores.
Sem importância pratica essas interações.
A administração é intravenosa e se elimina de forma
A rimantadina apresenta menor toxicidade em pacientes
inalterada pela urina
idosos
Por via intranasal e inalada sua biodisponibilidade é 10-20%
Diminuir dose em caso de insuficiência renal ou idade
Menos de 15% da dose inalada se absorve, porque as
avançada.
concentrações sistêmicas são baixas
Análogo dos Pirofosfato
Foscarnet Se tolera muito bem com efeitos indesejáveis mínimos, pode
Análogo do pirofosfato apresentar enfermidades respiratórias crônicas e
Antiviral de espectro amplo tanto para vírus ADN quanto ARN exacerbação por broncoespasmo e redução do fluxo aéreo
Atividade frente a vírus herpéticos (VHS-1, VHS-2, VVZ, Está indicado como tratamento de quadros gripais e é
CMV, VEB, VHH-6), VIH-1, VIH2 e outros retrovírus, vírus da necessário começar sua administração antes que transcorra
Hepatite B e influenza. 48h do começo dos sintomas
É ativo a CMV resistente ao ganciclovir e VHS resistente ao Ainda deve se recomendar a vacinação preferentemente
aciclovir É eficaz em caso de profilaxia
Bloqueia o ADN polimerasa vírica de forma não competitiva e Se administra por inalação oral mediante um dispositivo
inibe a perda de pirofosfato a partir dos desoxinucleósidos inalatório ou em pó para inalação.
Oseltamivir
trifosfato.
Seu espectro e potência é comparável aos zanamivir
É um inibidor não competitivo da transcriptasa inversa do VIH
Compartilha o mesmo mecanismo de ação
Sua toxicidade celular é escassa e reversível e requer
Sua estrutura química melhora a biodisponibilidade oral,
concentrações muito altas para inibir o ADN polimerasa da
sendo essa, sua via de administração
maioria das células eucariotas
É o primeiro inibidor das neuraminidasas de administração
Se administra unicamente por via parenteral
oral
No LCR se alcança níveis de 50-80%
Eliminação renal
Não se metaboliza e se elimina de forma ativa exclusiva pela
Insuficiência renal é necessário reduzir a dose
urina
Ocasiona náuseas e vômitos em 10% dos casos sem que seja
A hemodiálise elimina a maior parte do fármaco
necessário suspender o tratamento
Principal efeito secundário é a nefrotoxicidade com aparição
Diminui se o fármaco é administrando com alimentos
de necrose tubular aguda
Anticorpos potenciadores da resposta Imune
Aparece insuficiência renal em até 27% dos casos
Palivizumab
Hidratação prévia diminui o risco
Anticorpo monoclonal IgG1 humanizado
A associação a pentamidina aumenta o risco de hipocalcemia
Atividade inibitória da fusão e é um potente neutralizador
Há presenciado casos de convulsões, cefaleia, febre, náusea,
frente ao subtipo A e cepas B do VRS.
vômitos, reversível a partir do 7° dia de tratamento
Foi desenvolvida para prevenir as infecções por VRS
Sua principal indicação é infecções por CMV em
Administra por via intramuscular
imunodeprimidos, especialmente a coriorretinite por CMV.
Bem tolerado, pode ocasionar febre, irritabilidade e dor no
Administrado por via intravenosa e ocasionalmente
local de aplicação
intravítrea com risco de desprendimento da retina e
A administração do medicamento reduz de forma significativa
infecções.
tanto a incidência de infecções por VRS como a necessidade
Não é um fármaco antirretroviral de primeira linha
de ingressos hospitalares por complicação respiratória em
Em caso de insuficiência renal deve individualizar-se
crianças.
cuidadosamente a dose
Fomivirsén
Tem efeito virustático
Primeiro olinucleótido antisentido aprovado pela FDA com fins
terapêuticos
Inibe especificamente a replicação do CMV
Inibe o processo de replicação do CMV de forma específica,
sem interferir no funcionamento dos genes humanos
Se administra via intravítrea
É eficaz inclusive em casos de resistência a outros
tratamentos na coriorretinite por CMV que é causa frequente
de perda de visão em pacientes VIH positivos.
O tratamento não é curativo, porém evita a progressão da
doença.
Pode encontrar casos de hipersensibilidade a luz e inflamação
leve a moderada das câmaras anterior e posterior do olho,
podendo ser reversíveis com esteroides de via tópica
Pode aparecer catarata e vitrite
Imiquimod
Amina imidazoquinolina
Possui atividade antiviral e antitumoral
É capaz de incrementar a resposta imunológica tanto inata
como adquirida
Induz a produção de citocinas Th1 (IFN-alfa, TN, IL-12, IL-
6) que favorece a resposta imune celular através dos
linfócitos T citotóxicos ativados.
Se administra por via tópica em forma de creme
Sempre provoca irritação e eritema na zona aplicada
Ocasionalmente pode apresentar dor, ardor, coceira ou
hemorragia.
É eficaz em condilomas acuminados externos genitais ou
perianais
Como antitumoral se emprega na queratite actínica, carcinoma
de células basais superficial e enfermidade de Bowen.