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Curso Regular de Farmácia

Princípios de Farmacodinâmica
Prof. Cá Cardoso

Aula 12.1

Curso Regular de Farmácia


Princípios de Farmacodinâmica
Professora Cá Cardoso

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Princípios de Farmacodinâmica
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Aula 12.1.– Princípios de Farmacodinâmica

1. INTRODUÇÃO

Caro aluno (a), em nossa última aula trabalhamos o tema Farmacocinética


(estudo das ações do organismo sobre o fármaco).

Nessa aula, estudaremos a outra divisão da Farmacologia: A


Farmacodinâmica.

- Estuda as ações dos fármacos no organismo


Farmacodinâmica
- Está relacionada ao mecanismo de ação

De maneira mais abrangente, podemos dizer que a farmacodinâmica descreve


a relação entre concentração do fármaco no sítio de ação e o efeito
resultante, incluindo o desenvolvimento ou aparecimento do efeito e
intensidade dos efeitos terapêuticos e adversos.

Para iniciar o estudo da farmacodinâmica é importante que tenhamos o conceito


de “FÁRMACO” bem sedimentado. Então, vamos lembrar:

-Qualquer substância que altera a função


biológica por meio de suas ações químicas.
Fármaco
ou
- Substância química que é o princípio ativo do
medicamento, ou seja, é o responsável pelo
efeito terapêutico do medicamento.

Na maioria dos casos, o fármaco interage com um RECEPTOR (molécula do


nosso sistema biológico que possui um papel regulador).

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Nessa interação, os fármacos podem se comportar, de maneira geral, de duas


formas: AGONISTAS (ativadores) ou ANTAGONISTAS (inibidores):

• Ativador
Agonista • “Efeito semelhante”

• Inibidor
Antagonista • “Efeito Oposto” - Bloqueio

Assim, de maneira geral, para que um fármaco consiga desencadear um


mecanismo de ação e consequente efeito terapêutico, ele precisará se ligar a
um receptor.

Para interagir com seu receptor, o fármaco deve ter o tamanho,


a carga elétrica, o formato e a composição atômica apropriados.

De maneira geral, o fármaco ao se ligar em seu receptor, modifica uma via de


sinalização e, consequentemente, gera um efeito biológico.

Fármaco +
Via Sinalização Efeito biológico
Receptor

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2. CONCEITOS EM TERAPIA

Dois conceitos que são importantes na terapêutica e que advém de mecanismos


farmacodinâmicos são: SELETIVIDADE e JANELA TERAPÊUTICA.

SELETIVIDADE
Propriedade que o fármaco tem de atuar SELETIVAMENTE em um grupo de
receptores.
Quanto MAIS Seletivo, em MENOR grupo de receptores um fármaco age. Isso
garante que MENOS efeitos adversos.

AÇÃO EM MENOS
SELETIVO EFEITOS
GRUPOS DE
ADVERSOS
RECEPTORES

Vamos ver um exemplo para simplificar.

O fármaco A (um antidepressivo tricíclico, como a amitriptilina) é MENOS


seletivo que o fármaco B (um inibidor da recaptação de serotonina, como
a sertralina).

A
Perceba que o fármaco A atua em 5 grupos de receptores. Desses, apenas
2 grupos são responsáveis pelos efeitos terapêuticos. Os outros 3 grupos
apenas são responsáveis por efeitos adversos (os quais também são
causados pelos grupos responsáveis pelo efeito terapêutico).

B
Já o fármaco B atua unicamente em um grupo de receptores. A atuação
nesse grupo gera tanto o efeito terapêutico como os efeitos adversos.
Entretanto, por ser mais seletivo, tende a gerar menos efeitos adversos
do que o fármaco A.

É importante notar também que, quanto MAIOR a dose utilizada, de forma


MENOS seletiva o fármaco tende a se comportar (+ efeitos adversos).

JANELA TERAPÊUTICA

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A janela terapêutica é a faixa de doses de um fármaco que produz uma


resposta terapêutica, sem efeitos adversos inaceitáveis (toxicidade).

A janela terapêutica pode ser quantificada pelo ÍNDICE TERAPÊUTICO (IT)

Diferença entre a dose necessária para produzir


efeito terapêutico e um efeito tóxico.

Matematicamente, o IT é representado pela seguinte fórmula:

DL50 dose que produz uma resposta letal em 50% da população

DE50 dose que produz uma resposta efetiva em 50% da população

Medicamentos Dose
Medicamentos
com índice Terapêutica é
pouco seguros.
Terapêutico muito próxima
Ex: digoxina
baixo (estreito) à dose tóxica

Medicamentos Medicamentos
Dose Terapêutica é muito seguros.
com índice
muito distante à
Terapêutico Alto Ex:
dose tóxica
(amplo) Benzodiazepínicos

Para os medicamentos de baixo índice terapêutico (como lítio, digoxina, entre


outros), uma ação que aumenta a segurança no uso é a dosagem dos níveis
séricos. Dessa forma, obtém-se a concentração sanguínea dos fármacos,
permitindo a realização de ajustes que garantam doses inferiores a doses
tóxicas.

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3. RECEPTORES

O estudo da farmacodinâmica baseia-se no conceito da ligação fármaco–


receptor. Logo, vamos estudar os tipos de receptores e como ocorrem as
ligações entre o fármaco com o receptor.

PRINCIPAIS TIPOS DE RECEPTORES DE FÁRMACOS


A maioria das interações fármaco–receptor podem ser classificadas em 6
grandes grupos. Esses grupos compreendem as interações entre fármacos com:

3. Receptores
2. Receptores Transmembrana com
1. Canais iônicos
acoplados a Proteínas domínios citosólicos
transmembrana
G enzimáticos (ligado à
quinase)

4.Receptores 5. Enzimas 6. Receptores de


intracelulares extracelulares adesão de superfície

Para concursos, os mais importantes tratam-se dos 4 primeiros.


Vejamos características importantes de cada tipo de receptor:

A. Canais iônicos (Ionotrópicos)


Os Canais Iônicos regulam a passagem de íons e de outras moléculas
hidrofílicas através da membrana plasmática. Para que essa passagem de íons
ocorra, o canal pode ser regulado de 3 formas: ligação de um ligante; alteração
de voltagem; regulagem por um segundo mensageiro:

Fonte: David E Golan

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Pense em canais iônicos como comportas. Sem regulagem, essas comportas


estão fechadas. Com algum estímulo (ligante, voltagem ou segundo mensageiro)
essa comporta se abre e permite a passagem de íons.
A figura abaixo traz uma representação esquemática de um canal iônico
regulado por ligante:

Comporta fechada: Ligação do fármaco: abre


íons não atravessam o canal – íons atravessam
a membrana a membrana

Esse tipo de receptor é de ação RÁPIDA (ordem de milissegundos): depende


apenas da abertura do canal.

B. Receptores transmembrana acoplada à Proteína G (Metabotrópicos)

o Classe mais abundante de receptores;


o Possuem 7 elementos transmembrana (atravessam a membrana)
acoplados a proteínas G intracelular.
o Produzem seu efeito iniciando uma cascata de eventos intracelular com a
produção de um segundo mensageiro.
o Principal função da proteína G: ativar a produção de segundos
mensageiros;

moléculas de sinalização que transmitem


o sinal fornecido pelo 1º mensageiro
Segundos Mensageiros (fármaco)— a efetores citoplasmáticos.
Ex: AMP cíclico; GMP cíclico

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o Possuem função lenta (segundos) – Dependem de toda a cascata de


sinalização.

C. Receptores Transmembrana com Domínios Citosólicos Enzimáticos


o Receptores transmembrana que transduzem uma interação de ligação
com ligantes extracelulares em uma ação intracelular através da
ativação de um domínio enzimático ligado.
o A maior parte é da família das tirosinoquinases.
o Após ativação induzida pelo ligante, esses receptores sofrem
dimerização e fosforilam resíduos de tirosina no receptor.
o Ex: Receptor de Insulina

o Possuem ação em minutos.

D. Receptores Nucleares
o Ligam-se ao DNA. Vejamos como:
o Fármaco (lipofílico) sofre difusão através da membrana plasmática
e ligar-se a fatores de transcrição intracelulares.
o A ligação do ligante desencadeia uma mudança na conformação
do receptor que determina o transporte do complexo ligante–
receptor para o núcleo.
o O complexo ligante–receptor liga-se ao DNA e, a seguir, pode
recrutar co-ativadores e co-repressores.
o Esses complexos alteram a taxa de transcrição gênica,
resultando em alteração (para cima ou para baixo) na expressão
das proteínas celulares.

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o Exemplo de fármaco que se liga a esse tipo de receptor: corticóides.


o Ação lenta: em horas (vários processos envolvidos).

E. Enzimas Extracelulares
o Tratam-se de enzimas localizadas no meio extracelular e que são alvos
da ação de fármacos.
o Ex: A enzima Conversora de Angiotensinogenio (ECA) é um tipo de
enzima extracelular, sendo o alvo dos IECA’s, como o captopril.

F. Receptores de Adesão
o A região de contato entre duas células é denominada adesão, e as
interações de adesão entre células são mediadas por pares de
receptores de adesão sobre as superfícies de cada célula.
o Ex: Receptores de adesão envolvidos na resposta inflamatória são alvos
para inibidores seletivos

A figura abaixo representa os 4 tipos principais de receptores: canais iônicos,


receptores acoplados à proteína G, receptores com domínios citosólicos
enzimáticos, nucleares.

Fonte: David E Golan

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A ligação fármaco–receptor resulta de interações químicas entre as duas


moléculas. Vejamos alguns aspectos importantes de cada tipo de interação
química.

Tipo de Força da
Características
Ligação Ligação
Representa a maior parte de ligações entre
Van der Waals Fraca (+)
fármaco e receptor
Os átomos de hidrogênio ligados ao N ou O
Ligação de Intermediária tornam-se mais positivamente polarizados,
Hidrogênio (++) permitindo a sua ligação a átomos de
polarização mais negativa.
Ocorrem entre átomos de cargas opostas,
Intermediária • mais fortes do que as ligações de
Iônica
(+++) hidrogênio;
• menos fortes do que as ligações covalente
São tão fortes que na maioria dos casos são
Covalente Forte (++++)
irreversíveis (estáveis)

A ligação fármaco–receptor raramente é produzida por um único tipo de


interação; na verdade, é uma combinação dessas interações de ligação que
proporciona ao fármaco e a seu receptor as forças necessárias para formar um
complexo fármaco–receptor estável.
• Interações mais comuns: interações fracas (Van der Waals e ligações
de hidrogênio) – lembre-se que o fármaco se liga e se desliga;
• Interações menos comuns: interações fortes (interações iônicas e a
ligação covalente)

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(2014 – IADES –EBSERH) - A maior parte do mecanismo de ação de fármacos


se dá por meio da associação destes às macromoléculas específicas, de forma
a alterar as atividades bioquímicas e biofísicas dessas macromoléculas. Acerca
desse assunto, é correto afirmar que a interação de um fármaco a um receptor
a) metabotrópico produz o seu efeito, ao ser ativado, permitindo a passagem de
íons, como com Na+, K+, ou Cl-.
b) acoplado funcionalmente a proteínas G intracelulares, ao ser ativado, produz
seu efeito sofrendo dimerização e transfosforilam resíduos de aminoácidos no
receptor e, com frequência, em proteínas citosólicas-alvo.
c) ionotrópico, que ao ser ativado gera uma alteração de sinalização no interior
da célula, causando a ativação ou inibição de um domínio intracelular enzimático.
d) transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos transduzem uma
interação de ligação com ligantes extracelulares em uma ação intracelular
através da ativação de um domínio enzimático ligado.
e) nuclear produz seu efeito iniciando uma cascata de eventos intracelular com
a produção de um segundo mensageiro.
COMENTÁRIOS: Vamos analisar cada uma das alternativas separadamente:
A- ERRADA – Receptor metabotrópico = receptor acoplado à proteína G ->
alternativa traz a definição de canais iônicos.
B- ERRADA –Dimerização e transfosforilação – ocorrem na ativação de
receptores com domínios citosólicos enzimáticos
C- ERRADA - Ionotrópico = canal iônico -> alternativa traz a definição de
receptores com domínios citosólicos enzimáticos
D- CORRETA
E- ERRADA – A produção de segundos mensageiros ocorre com a ativação de
receptores acoplados à proteína G (e não a nucleares).

GABARITO: D
4. RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA

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A farmacodinâmica de um fármaco pode ser quantificada pela relação entre a


dose (concentração) do fármaco e a resposta do organismo (do paciente) a este
fármaco. Vejamos alguns conceitos importantes acerca dessa relação.

Afinidade: Capacidade de o fármaco formar um complexo com o receptor

Quanto MAIOR a afinidade, MENOR a concentração necessária de fármaco


(menor a dose) para a formação do complexo fármaco-receptor para produzir
determinado efeito.

Maior a afinidade

Menor a concentração necessária de


fármaco

A afinidade pode estimada em função da KD (constante de dissociação do


complexo fármaco-receptor – Lembre-se que a ligação fármaco + receptor não
se trata de uma ligação estática. O fármaco liga-se e desliga-se de seu complexo
ao longo do tempo).

Kd = constante de dissociação de equilíbrio para a interação fármaco–


receptor

Quanto MENOR a KD (constante de dissociação do complexo fármaco-


receptor), MAIOR é a afinidade.

Menor será a concentração de fármaco necessário para 50% dos


receptores

Quanto menor é a Kd
Maior é a afinidade

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Vamos analisar o gráfico abaixo:

Receptores
ocupados

Concentração do fármaco

Observe que a Kd corresponde à concentração do fármaco (eixo X) em que


50% dos receptores estão ligados (ocupados) pelo fármaco (eixo Y)

Assim, um valor mais baixo de Kd indica uma interação fármaco–receptor mais


firme (de maior afinidade) – Portanto o Fármaco A (Kd menor) tem mais
afinidade pelo receptor do que o Fármaco B.

Logo, o Fármaco A, que apresenta uma Kd mais baixa, irá se ligar a uma maior
proporção de receptores totais do que o Fármaco B em qualquer concentração
de fármaco.

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(2008-FUNRIO-Corpo de Bombeiros Militar/RJ)- A teoria da ocupação dos


receptores assume que a resposta do fármaco é proveniente da interação do
fármaco com receptores específicos. A quantificação da interação fármaco-
receptor pode ser realizada através de experimentos in vitro para estimar as
constantes de afinidade do agonista (Kd) ou do antagonista (Ki). Baseado no
conceito de Kd, pode-se afirmar que:

A) Kd é a relação das constantes das velocidades de associação (k1) sobre a


dissociação (k2) da interação fármaco-receptor.
B) Kd é a concentração do fármaco que ocupa a metade dos receptores
disponíveis.
C) uma alta afinidade dos agonistas pelos receptores determina valores de Kd
elevados.
D) Kd é a concentração do fármaco que produz 50% do efeito máximo.
E) Kd é importante para determinar a eficácia do fármaco.

COMENTÁRIOS: Vamos analisar cada uma das alternativas.


A- ERRADA- Kd trata-se de uma CONSTANTE e não de uma relação de
constantes.
B- CORRETO – Conforme vimos a Kd expressa a concentração do fármaco em
que metade dos receptores estão ocupados.
C- ERRADA – Alta afinidade: Valores baixos de Kd (relação inversa!).
D- ERRADA- Kd não expressa efeito máximo. O conceito apresentado é o de
potência (veremos mais à frente).
E- ERRADA-Kd está relacionada à afinidade e NÃO à eficácia.

GABARITO: B

Curva- Dose-Resposta

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Como vimos, a farmacodinâmica de um fármaco pode ser quantificada pela


relação entre a dose (concentração) do fármaco e a resposta do organismo (do
paciente) a este fármaco.
Parte-se do princípio de que a resposta a um fármaco é proporcional à
concentração de receptores que estão ligados (ocupados) pelo fármaco

Veja que as curvas de dose–resposta demonstram o efeito de um fármaco como


função de sua concentração. Vamos analisar cada componente:

• Dose (concentração do fármaco em log): é representada no eixo X


(horizontal) e é crescente da esquerda (inicia em 0) para direita.
• Resposta: é representada no eixo Y (vertical) – Ex de resposta:
diminuição da Pressão Arterial.
• EC50: é a potência do fármaco => a concentração em que o fármaco
produz 50% de seu efeito máximo.
o o Fármaco A é mais potente do que o Fármaco B;
o Veja que o fármaco A precisa de uma dose menor para produzir
metade do seu efeito máximo, quando comparado ao fármaco B.
• Eficácia: Os Fármacos A e B exibem a mesma eficácia (resposta
máxima ao fármaco).
• Resumindo, a partir da curva Dose-Resposta, dois parâmetros
importantes podem ser deduzidos:

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Eficácia Potência

• Refere-se à resposta máxima • Concentração em que o


produzida pelo fármaco. fármaco produz 50% de sua
resposta máxima.
• Estado em que a sinalização
mediada pelo receptor torna-
se máxima, de modo que
qualquer quantidade adicional
do fármaco não irá produzir
nenhuma resposta adicional

Vejamos os detalhes de cada um desses conceitos:


Eficácia ou Atividade Intrínseca
• Capacidade de gerar efeitos bioquímicos intracelulares;
• Indução de resposta celular e molecular no receptor

Os fármacos podem ser classificados em função do potencial de ligação ao


receptor e da atividade intrínseca da seguinte forma:

• Atividade intrínseca = 1 => Fármaco Agonista Total


• Atividade intrínseca entre 0 e 1 => Agonista parcial
• Atividade intrínseca = 0=> Antagonista
• Atividade intrínseca = -1=> Agonista inverso

Vejamos cada um dos tipos de agonistas e antagonistas.

AGONISTAS

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Agonistas

Agonista Total Agonista Parcial Agonista Inverso

Eficácia entre 0 e 1 Eficácia = -1


Eficácia = 1 Produz uma Redução do nível de
resposta parcial ativação do receptor

Um agonista é uma molécula que se liga a um receptor e o estabiliza numa


determinada conformação (ativa). Aumentam a atividade do receptor. Podem
ser classificados em:
• Agonista TOTAL => alcança eficácia máxima;
• Agonista PARCIAL=> liga-se a um receptor em seu sítio ativo, mas só
produz uma resposta parcial, mesmo quando todos os receptores estão
ocupados (ligados) pelo agonista.
• Agonistas INVERSOS- Ligam-se ao receptor estabilizando-o em sua
conformação inativa- REDUZEM o nível de ativação constitutiva do
receptor.

É possível identificar agonistas totais e parciais por meio da curva dose-


resposta. Os totais atingem 100% de reposta, enquanto os parciais não.

Nesse gráfico: Butila e Hexila representam agonistas totais (alcançam 100%


de resposta) e Heptila e Octila representam agonistas parciais (não chegam
aos 100%).

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ANTAGOSNITAS
Os antagonistas não apresentam atividade intrínseca (eficácia = 0), isso porque
os antagonistas são moléculas que unicamente inibem a ação de um agonista,
mas que não exerce nenhum efeito na ausência do agonista.
Podem ser classificados em: Competitivos e Não Competitivos.

Antagonistas

Não
Competitivos Competitivos
(alostéricos)

ANTAGONISTAS COMPETITIVOS
o Ligam-se ao receptor estabilizando-o em sua forma inativa.
o Ligam-se ao mesmo receptor que o agonista (ligante endógeno) e
impedem a ligação deste agonistas (competem pelo receptor).
▪ Temos aqui uma situação de competição entre duas moléculas: o
ligante endógeno e o fármaco antagonista. Ambas, competem pelo
mesmo receptor.
▪ Pensando no exposto, facilmente conseguimos entender que o aumento
da concentração do ligante endógeno pode deslocar o fármaco
antagonista. Ou seja, é possível reverter a ação do antagonista
aumentando a dose do ligante endógeno.
▪ Parece óbvio, não é mesmo? Trata-se de uma competição. O “time”
com mais “jogadores” tem mais chance de “ganhar”.
Perceba que na presença de um antagonista competitivo, diminui a
POTÊNCIA do ligante endógeno, pois haverá necessidade de aumento da
concentração para deslocar o antagonista.
• Lembre-se: quanto MAIOR a concentração para atingir 50% da eficácia,
MENOR é a Potência.
É possível observar essa diminuição de potência na curva dose-resposta do
ligante endógeno (agonista), pois sua curva é deslocada para direita
(representando um aumento de dose).

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Vamos analisar essa informação por meio de uma Curva Dose-Resposta:

Perceba que a curva em azul representa o comportamento do agonista (ligante


endógeno). Quando na presença de um Antagonista COMPETITIVO, a curva é
deslocada para a DIREITA. O que isso significa?
• A potência do agonista diminui (a dose para atingir 50% da eficácia
máxima AUMENTA): No gráfico passa de 15 para 25.
• A eficácia não sofre variação (perceba que sozinho ou com o antagonista
competitivo o agonista mantém sua capacidade de atingir 100% de
resposta).

Foco nesse ponto!


Essa relação é MUITO cobrada em provas de concursos que abordam a temática
farmacodinâmica. Portanto, estude, entenda e decore:

Curva Dose-
Antagonista Resposta
Agonista Competitivo deslocada
para Direita

ANTAGONISTAS NÃO-COMPETITIVOS
o Podem ligar-se: ao mesmo sítio ativo ou a um sítio alostérico (diferente)
de um receptor.

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o Por que não há competição quando a ligação é no mesmo sitio do


agonista? Porque o antagonista não competitivo se liga de maneira
IRREVERSÍVEL (de maneira covalente ou de muita afinidade).
Não adianta aumentar a dose. Não há viabilidade para competição.

o A ligação em um sítio diferente (alostérica) provoca uma


modificação no sítio do agonista. Também não adianta aumentar
a dose do agonista (não se trata de uma relação de competição).

o Um receptor ao qual está ligado um antagonista não-competitivo não pode


mais responder à ligação de um agonista.

• Consequência: a resposta máxima (EFICÁCIA) do agonista é


REDUZIDA.

Vejamos esse comportamento na Curva Dose Resposta:

Redução de Eficácia!
Agonista + Antagonista Não
Competitivo: Não alcança
100% de resposta
Não-Competitivo

Perceba a diferença:
• Na presença de Antagonista Não-Competitivo: há diminuição de
EFICÁCIA;
• Não presença de Antagonista Competitivo: há diminuição de
POTÊNCIA.

Potência: Depende de AFINIDADE e EFICÁCIA

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Já vimos a definição de potência. Entretanto, é importante perceber que a


potência depende tanto da AFINIDADE quanto da EFICÁCIA do fármaco. Dessa
forma, as seguintes relações são verdadeiras:

• Quanto MENOR a dose para produzir o efeito, MAIOR a potência;

• Quanto MAIS potente, MENOS receptores precisam ser ocupados para


produzir o efeito;

• Quanto MENOR a KD (constante de dissociação do complexo fármaco-


receptor), MAIOR é a potência.

Como vimos, uma forma de comparar a potência dos fármacos é através da


concentração requerida para atingir 50% do efeito máximo, denominada de
concentração efetiva 50% ou EC50. Quando dois fármacos são comparados,
o fármaco com menor EC50 será considerado mais potente.

Mais Potente

Menor a EC50 (concentração


requerida para atingir 50% do efeito
máximo)

Vejamos agora como o assunto Curva Dose-Resposta foi cobrado em questões


de concursos anteriores.

(2013 – CETRO-ANVISA) - Quando um fármaco se liga a um receptor, pode


estabilizá-lo em uma conformação ativa ou inativa; a partir deste conceito, é

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possível dividir os fármacos em agonistas e antagonistas. A esse respeito,


marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa
que apresenta a sequência correta.
( ) Agonista é uma molécula que se liga a um receptor, estabilizando-o na
conformação ativa.
( ) Antagonista é uma molécula que inibe a ação de um agonista, mas não exerce
nenhum efeito na ausência deste.
( ) Uma das maneiras de os antagonistas não competitivos reduzirem a ação dos
agonistas é por sua afinidade muito maior com o receptor (sítio ativo).
( ) Pode-se reverter a ação de antagonistas não competitivos, pelo aumento da
concentração de agonista próximo ao receptor.
( ) Um antagonista competitivo liga-se reversivelmente ao sítio de um receptor,
estabilizando-o em uma conformação ativa.
a) F/ F/ V/ V/ V
b) F/ F/ F/ V/ V
c) V/ V/ F/ F/ V
d) V/ V/ V/ F/ F
e) V/ F/ V/ V/ F
COMENTÁRIOS: Vamos analisar cada uma das afirmações:
(V) Agonista = Estabiliza receptor em sua forma ativa.
(V) Antagonista = Inibe ação do agonista. E se não houve agonista? Não exerce
efeito.
(V) Lembre-se de que os antagonistas competitivos podem ser ligar em um sítio
ativo diferente ou no mesmo sítio ativo do agonista. Ocorre que esta ligação é
IRREVERSÍVEL (é de muita afinidade).
(F) O aumento de concentração do agonista apenas consegue reverter a ação de
antagonistas COMPETITIVOS.
(F) Os antagonistas estabilizam os receptores em sua conformação INATIVA.
GABARITO: D

(2016 – CESPE- Polícia Científica/PE)

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Relativamente às figuras A, B e C mostradas, e sabendo que, na figura A, está


representado um receptor não ligado, assinale a opção correta.
a) Caso a figura B represente o agonista em seu sítio de ligação, a figura C representará
um antagonismo alostérico.
b) Caso a figura B represente o agonista endógeno em seu sítio de ligação, a figura C
representará a ligação de um fármaco sintético agonista competitivo.
c) A figura C poderia representar a competição entre um agonista e um antagonista.
d) A figura C poderia representar o mecanismo de antagonismo químico.
e) Analisando-se isoladamente as figuras A e B, é correto afirmar que a figura B
representa tanto a ligação de um agonista quanto a de um antagonista.
COMENTÁRIOS: Essa figura é CÓPIA de uma figura apresentada no David E Golan
(Princípios da Farmacologia) que trata dos agonistas e antagonistas. Vejamos:

Agora vamos analisar cada uma das alternativas:


A-ERRADA- C: antagonista competitivo (lembre-se que alostérico refere-se à ligação
em um sítio da ação diferente).
B-ERRADA- C: representará a ligação de um fármaco antagonista competitivo.
C-CORRETA- C: representa competição entre agonista e antagonista.
D-ERRADA- No antagonismo químico há sequestro do agonista e, por conseguinte,
impossibilidade da interação do agonista com o receptor.
E-ERRADA-B: agonista. Perceba que a alternativa pede que sejam analisadas apenas
a figura A e B: lembre-se sem a presença de um agonista, um antagonista não exerce
efeito, logo, não há sentido na representação de um antagonista.
GABARITO: C

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(2016 – CESPE- Polícia Científica/PE)

Eficácia

Potência

Em relação ao gráfico acima, que ilustra os efeitos de um antagonista sobre a


relação de dose-resposta, assinale a opção correta.
a) O gráfico é relativo a um antagonismo competitivo, pois a curva dose-resposta não é
alterada na presença do antagonista
b) No gráfico, está representado um antagonismo competitivo, pois há diminuição da
eficácia do agonista.
c) O gráfico é relativo a um antagonista do tipo não competitivo.
d) Na presença do antagonista, há diminuição da potência do agonista.
e) O gráfico ilustra um antagonismo alostérico, uma vez que o antagonista isolado não
produziu resposta.
COMENTÁRIOS: Temos apresentado uma Curva Dose-Reposta de um agonista na
presença de um antagonista competitivo. Dessa relação temos que lembrar que:
Há deslocamento da curva do agonista para a DIREITA o que significa que há
diminuição de POTÊNCIA do agonista (aumento de dose para alcançar 50% do
efeito máximo)
A-ERRADA- A curva é alterada (para a direita) na presença do antagonista.
B- ERRADA- Não há alteração de eficácia e sim de POTÊNCIA.
C- ERRADA- É possível evidenciar que se trata de antagonismo competitivo pelo
comportamento da curva do agonista na presença do antagonista;
D-CORRETA
E- ERRADA- O antagonista isolado nunca produz resposta (independente de ser
competitivo ou alostérico). O gráfico representa um antagonista competitivo
(evidenciado pelo deslocamento à direita do agonista).
GABARITO: D

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(2007-FJPJ-MAPA-) Quando se descreve a potência de um fármaco está se


fazendo referência à:
a) eficácia clínica que reflete a constante de afinidade;
b) eficácia máxima para atingir um objetivo terapêutico;
c) afinidade pelos receptores e eficiência do acoplamento
d) dose máxima capaz de causar algum efeito tóxico;
e) concentração ou dose necessária para produzir 50% do efeito máximo

COMENTÁRIOS: Conforme vimos, a potência depende da eficácia e da afinidade,


podendo ser expressa pela dose necessária para produzir 50% do efeito máximo.
Portanto, gabarito, letra: E.

GABARITO: E

(2016 – IADES –PC/DF) - A associação de dois fármacos (A e B) pode alterar


a curva dose-resposta. Se essa associação deslocar a curva para a direita,
reduzindo a potência de A, o fármaco B é um
a) aloligante parcial.
b) coagonista alostérico.
c) antagonista competitivo.
d) agonista alotópico.
e) antagonista não competitivo.

COMENTÁRIOS: Lembre-se: redução de potência + deslocamento de curva à


direita = antagonista competitivo

GABARITO: C

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(2010 – FGV – FIOCRUZ) - O fármaco A apresenta afinidade (Ki= 30 nM) e


atividade intrínseca (I= 1) diferente do fármaco B (Ki= 0,15nM; I= - 1).
Considerando os valores de Ki e I, pode afirmar-se que:
I. O fármaco B é um agonista inverso.
II. O fármaco A é um agonista total.
III. O fármaco A apresenta potência 50 vezes maior que o fármaco B.
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
e) se apenas a afirmativa I estiver correta.

COMENTÁRIOS: Vamos analisar os valores indicados dos 2 fármacos


apresentados:
Analisando os valores de Atividade Intrínseca:
A -> Atividade Intrínseca = 1: Fármaco agonista total
B-> Atividade Intrínseca = -1: Fármaco agonista inverso.

A afinidade de um inibidor de uma enzima é dada pela Ki: quanto menor for
o Ki, maior a afinidade. Perceba que segue o mesmo raciocínio de Kd (apenas
especifica que trata-se de um fármaco inibidor enzimático).
Quanto MENOR a Ki, MAIOR a afinidade e MAIOR a potência.

Diante disso vamos analisar as afirmações:


I – CORRETA – Atividade intrínseca de B = -1: agonista inverso.
II – CORRETA- Atividade intrínseca de A = 1: agonista total
III – ERRADA – O fármaco B é mais potente que A, já que o valor de Ki de B
(0,15) é menor que o valor de Ki de A (30).
GABARITO: A
5. VARIAÇÃO NA CAPACIDADE DE RESPOSTA A FÁRMACOS

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É facilmente notável que os indivíduos têm respostas variáveis ao mesmo


fármaco. Conseguimos notar até mesmo que um mesmo paciente responde de
maneiras diferentes ao MESMO fármaco em tempos diferentes ao longo da
terapia.
As variações quantitativas na resposta dos fármacos são as mais comuns e
mais importantes. Assim, um paciente pode ser hiporreativo ou hiper-reativo
a um fármaco quando a intensidade do efeito de uma dada dose do mesmo
fármaco é diminuída ou aumentada (em comparação com o efeito visto na
maioria dos indivíduos).

Para concursos, é MUITO importante lembrar que a intensidade da resposta a


uma dada dose pode MUDAR durante a terapia. Geralmente a capacidade de
reposta diminui gradualmente como consequência da administração
continuada do fármaco produzindo um estado de TOLERÂNCIA. Quando essa
capacidade diminui RAPIDAMENTE após a administração do fármaco, temos o
fenômeno da TAQUIFILAXIA (termo adorado por banca de concursos!).
Um exemplo prático de TAQUIFILAXIA: a resposta celular à estimulação
repetida dos receptores Beta-adrenérgicos pela epinefrina diminui
uniformemente com o decorrer do tempo.

Taquifilaxia (ou
Tolerância
Dessensibilização)
• Redução gradual da reposta • Perda de efeito em um
à droga após administração período muito curto
repetida, sendo necessário (minutos).
aumento de dose para obter
os mesmos efeito. • Tolerância rapidamente
adquirida.

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Outras modificações dos efeitos dos fármacos pelo uso repetido (além de
tolerância e taquifilaxia) são:

•Refere-se a falhas terapêuticas.


•Os receptores que assumem um estado refratário após
Refratariedade ativação necessitam de um certo período de tempo para
que possam ser novamente estimulados

Resistência •Expressão usada para referir a perda de eficácia de


Farmacológica agentes antimicrobianos e antitumorais.

•Resposta exacerbada a um fármaco


Supersensibilização •Ocorre por mecanismos inversos aos ocorridos para
redução de efeito.

(2016 – CESPE – Polícia Científica PE) - Após administrações repetidas de


efedrina a um paciente, observou-se perda rápida dos efeitos farmacodinâmicos,
ou seja, a reaplicação das doses não acarretou resposta satisfatória. Nessa
situação, pode ter ocorrido:
A. sensibilização
B. tolerância inata
C. efeito idiossincrásico
D. taquifilaxia
E. anafilaxia
COMENTÁRIOS: Perceba os termos chaves para reconhecer o conceito de
taquifilaxia: “perda de efeitos” e “RÁPIDA”. Falou em tolerância (redução da
reposta – perda de efeito) de maneira RÁPIDA: não pense duas vezes ->
TAQUIFILAXIA!
GABARITO: D

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Ainda sobre as variações na capacidade de resposta a fármacos, são 4 os


mecanismos gerais que contribuem para tais variações:

1. Alteração na 2. Variação na concentração


concentração do fármaco de um ligante endógeno do
que alcança o receptor receptor

3. Alterações de
4. Mudanças em componentes
número ou funções de
da resposta distais ao receptor
receptores

1. Alterações na concentração do FÁRMACO


A concentração do fármaco que alcança o receptor pode ser modificada em
função de diferenças em sua ABSORÇÃO (processo farmacocinético). Lembre-
se que para estar disponível, antes de tudo, o fármaco deve ser absorvido.

2. Variação na concentração de um LINGANTE ENDÓGENO do receptor


Mecanismo que contribui para a variação de resposta a antagonistas.

3. Alterações de número ou função de RECEPTORES


O número e funções de receptores podem ser modificados, de maneira geral, de
algumas formas:

-> O próprio ligante agonista pode induzir a diminuição do número (regulação


para baixo) ou diminuição de eficiência de acoplamento (ex:
dessensibilização). Como consequência, temos 2 efeitos clínicos significativos:

Taquifilaxia Rebote

o Já vimos o conceito de taquifilaxia. Vejamos agora o conceito de


Efeito Rebote.
▪ O efeito rebote é a produção de sintomas opostos
aumentados após a retirada do fármaco. Ex: hipertensão

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grave com a interrupção de tratamento com clonidina (um


anti-hipertensivo). Ocorre em função da modificação do
número de receptores induzida pelo próprio fármaco.

-> A ligação fármaco-receptor pode, ainda, ser alterada em função de:


o Alteração estrutural dos receptores;
o Modificação de pontos de ligação;
o Internalização dos receptores;
o Perda de receptores;
o Adaptação fisiológica;

3. Mudanças em componentes da RESPOSTA


Mudanças nos processos PÓS-receptores (processos bioquímicos na célula)
representam a maior e mais importante classe de mecanismos que causam
variação na capacidade da resposta.

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6. CONSIDERAÇÕES DA RELAÇÃO ENTRE A FARMACODINÂMICA E A


FARMACOCINÉTICA NA FARMACOTERAPIA.

A correlação entre:

concentrações do
efeito farmacológico fármaco no plasma e
dose administrada
obtido no fluido que banha o
sítio de ação

Possibilita o gerenciamento do tratamento farmacológico.

A manutenção da eficácia, pela utilização de determinado regime posológico,


nas doses terapêuticas usuais, pode ser garantida pelo estabelecimento de
correlação entre “efeito e concentrações plasmáticas efetivas”.

Pensando no processo da farmacoterapia e/ou de otimização da terapia


farmacológica não é possível considerar o processo farmacodinâmico isolado
É necessário considerar, a ocorrência das três fases, de maneira integrada.

biofarmacêutica

farmacodinâmica farmacocinética

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Vamos lembrar as características de cada uma dessas fases para depois


entender como tais fases são integradas para garantir uma farmacoterapia
eficaz.

Fase Biofarmacêutica (ou Fase Farmacêutica)


• Envolve a liberação do fármaco da forma farmacêutica (ex:
desintegração de comprimidos no TGI, liberando o fármaco).
• É nesta fase que o fármaco se torna disponível para a absorção (primeira
fase da farmacocinética).
• Vários fatores interferem nessa fase e devem ser monitorados para que
se alcance uma farmacoterapia eficaz, entre eles:
o Fatores físico-químicos relacionados ao fármaco, à formulação
farmacêutica e
o Fatores fisiológicos e fisiopatológicos relacionados ao paciente.

Fase Farmacocinética
• Como vimos em nossa última aula, na fase farmacocinética ocorrem os
processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção do
fármaco, os quais são influenciados por inúmeros fatores relacionados ao
indivíduo, ao fármaco e à via de administração.
• Está relacionada à curva de concentrações plasmáticas do fármaco
versus tempo, variando com a dose administrada, a formulação
farmacêutica, a frequência de dose e a via de administração
• É por meio da farmacocinética que o fármaco se torna disponível para a
ação farmacológica (farmacodinâmica).

Fase Farmacodinâmica
O monitoramento do efeito farmacológico após a administração da medicação
ocorre na fase farmacodinâmica, pela:
• variação das concentrações do fármaco no local de ação, em função do
tempo, relacionando-se:

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à instalação do tempo necessário


efeito e magnitude duração do efeito ao
do efeito máximo máximo desaparecimento
produzido do efeito.

A variabilidade na resposta do paciente é influenciada por inúmeros fatores,


entre eles pelos fatores farmacocinéticos e farmacodinâmicos. É importante
perceber a relação fundamental entre a cinética do fármaco e a resposta
farmacológica.
A farmacocinética determina as concentrações sanguíneas atingidas para um
regime de dose prescrito.
Assume-se que a concentração sanguínea será um reflexo da concentração no
sítio receptor, e é principalmente esta concentração no sítio receptor que
determina a intensidade do efeito do fármaco.
Assim, a correlação entre as fases FARMACOCINÉTICA e
FARMACODINÂMICA permite que o objetivo terapêutico seja alcançado, a
partir do estabelecimento de um regime de dose adequado.

Vamos dar um exemplo para simplificar.


Imagine um indivíduo internado em regime hospitalar que esteja em Insuficiência
Renal Aguda (IRA). Nessa condição, o funcionamento dos rins está diminuído e,
portanto, há DIMINUIÇÃO da capacidade de excreção (fase da
farmacocinética) de fármacos por esse órgão, com consequente ACÚMULO do
fármaco na corrente sanguínea, podendo levar a um AUMENTO da intensidade
de efeitos (inclusive os ADVERSOS – fase farmacodinâmica)!
Imagine que esse indivíduo em IRA necessite iniciar antibioticoterapia com uso
de Amicacina. Um dos principais efeitos adversos desse fármaco é a
ototoxicidade. Em função desse indivíduo estar com a excreção renal
prejudicada, a dose desse fármaco deverá ser ajustada (diminuída). Caso isso
não ocorra, mais fármaco estará disponível na corrente sanguínea e maior será
o risco do indivíduo desenvolver a perda de audição. Percebe como a cinética
e a dinâmica estão completamente ligadas? :)

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(2017-FCC-DPE/RS)- O sucesso no manejo terapêutico de doenças depende


de bases farmacológicas para escolha do medicamento mais adequado, com
base na farmacodinâmica e farmacocinética, sendo que:
a) um esquema posológico segundo idade, peso, insuficiência renal e hepática
é orientado por princípios da farmacodinâmica.
b) a característica do diclofenaco atuar sobre a atividade da ciclooxigenase,
promovendo a diminuição da produção de prostaglandinas, é relacionada a
aspectos de farmacocinética.
c) a atividade de um antiinflamatório de interferir e diminuir a vasodilatação e
permeabilidade vascular no local da lesão está ligada às suas propriedades
farmacocinéticas.
d) a via metabólica hepática e de excreção renal de um medicamento tem a ver
com aspectos da farmacodinâmica.
e) quando um comprimido de diclofenaco é desintegrado e absorvido no sistema
gastrointestinal e segue para a corrente sanguínea onde é transportado até o
local da inflamação, trata-se de fases da farmacocinética.
COMENTÁRIOS: Vamos analisar cada uma das alternativas separadamente:
A-ERRADA- Perceba que as variáveis influenciam em processos
farmacocinéticos: idade: influencia na absorção de crianças e idosos;
insuficiência hepática e renal: influenciam nos processos de metabolização e
excreção.
B- ERRADA - Note que está sendo descrito o mecanismo de ação do
diclofenaco, portanto, trata-se de um processo farmacodinâmico.
C- ERRADA- Perceba que estão sendo descritos efeitos clínicos, portanto,
trata-se de processo farmacodinâmico.
D- ERRADA – Metabolismo e excreção: processos farmacocinéticos.
E-CORRETA – Veja que há descrição de processos da farmacocinética:
absorção e distribuição (“segue para corrente sanguínea onde é transportado
ao local da inflamação”).
GABARITO: E

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7. INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS

As interações farmacodinâmicas são as que ocorrem entre dois ou mais


fármacos, através de seus próprios mecanismos de ação, de duas formas:
• Competindo junto aos receptores específicos ou;
• Independentemente de receptores.

Fármacos de Efeitos Opostos

As interações entre fármacos de efeitos opostos são de fácil detecção e


caracterizam um antagonismo mútuo.
Ex: a ação da pilocarpina (fármaco colinérgico) é antagonizada pelos
anticolinérgicos (como escopolamina).
Há casos em que se utiliza o fenômeno de antagonismo para reduzir o efeito
colateral de um medicamento. A benzotropina, um antiparkinsoniano (agonista
de receptores de dopamina D2), reduz o efeito extrapiramidal de clorpromazina
(que ocorre por antagonizar os receptores D2).

Fármacos de Efeitos Semelhantes


A associação de fármacos de efeitos semelhantes pode resultar em:

• Efeito aditivo pelo mesmo mecanismo de ação.


Adição • Ex: Dipirona + Paracetamol (efeito analgésico)

• Efeito aditivo por mecanimos de ação de ação


Somação diferentas.
• Ex: Dipirona + Codeína (efeito analgésico)

• O efeito da associação é MAIOR do que sua soma


Potencialização ou adição.
• Ex: Benzodiazepínicos + Álcool (depressão do SNC)

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Perceba que no caso da associação de Benzodiazepínicos com álcool ocorre


potencialização da toxicidade: no caso, depressão do sistema nervoso central.

Alteração de Níveis Eletrolíticos

Ex: Os diuréticos do grupo sulfonamídico (como a furosemida) causam, como


efeitos colaterais, excessiva excreção de potássio (hipocalemia).
Administração prolongada de corticosteroides igualmente leva à hipocalemia.
A hipocalemia torna o miocárdio mais sensível às ações de digitálicos e
susceptível à arritmia.

Modificação da Flora Intestinal

Ex: Agentes antimicrobianos, tais como tetraciclinas e cloranfenicol, podem


afetar a flora gastrintestinal, que é importante na síntese de vitamina K. Como
consequência, haverá potencialização do efeito de agentes anticoagulantes
(como varfarina), com o aumento do risco de causar hemorragia.

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(2016-CIAAR-Aeronáutica)- Considerando Storpirtis (2011), associe as


duas colunas relacionando as seguintes definições com seus respectivos
fenômenos.
DEFINIÇÃO
(1) Interação por adição
(2) Interação por somação
(3) Incompatibilidade medicamentosa
FENÔMENO
( ) dois fármacos atuam simultaneamente, promovendo mesmo efeito, porém
por mecanismos diferentes.
( ) ocorre quase sempre fora do organismo, às vezes na seringa de injeção,
quando se misturam dois ou mais medicamentos para uma aplicação única.
( ) associação de dois fármacos que promovem efeitos semelhantes e por
mecanismos de ação também semelhantes.
A sequência correta dessa classificação é:
a) 3 – 1 – 2
b) 1 – 2 – 3
c) 2 – 3 – 1
d) 2 – 1 – 3
COMENTÁRIOS: Embora essa questão não trate exclusivamente de interações
de farmacodinâmica, é facilmente resolvida apenas com o conhecimento acerca
das interações farmacodinâmicas por efeito semelhante.
Perceba que “o pulo do gato” é saber diferenciar as interações de ADIÇÃO das
interações de SOMAÇÃO. Lembre-se: Adição = mesmo efeito com
mecanismos iguais; Somação = mesmo efeito com mecanismos diferentes.
Com isso, já conseguirmos resolver a questão: A sequencia necessariamente
deve iniciar com 2 e finalizar com 1. O número do meio será o 3, correspondendo
à definição de interação físico-química (a qual não se trata de um tipo de
interação farmacodinâmica, ok?)
GABARITO: C

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Finalizamos aqui essa aula. Não deixe de resolver a lista de questões abaixo
para treinar! Até nosso próximo encontro!

LISTA DE QUESTÕES

1. (2013- IBFC- PC/RJ)- A dose necessária do fármaco para produzir um


efeito específico em 50% da população é conhecida como DE50. Em estudos
pré-clínicos de fármacos a dose letal determinada em animais de laboratório
é representada pela DL50. A razão entre a DL50 e a DE50 é uma indicação
de:

a) Índice terapêutico.
b) Frequência de distribuição.
c) Concentração efetiva.
d) Potência relativa
e) Interação farmacogenética

2. (2016 – Pref. Fortaleza)- Os fármacos que são aplicados em emergências


hospitalares, como é o caso do Instituto Dr. José Frota, necessitam exercer
suas atividades rapidamente. Assim, via de regra, de acordo com os
conceitos farmacodinâmicos, os receptores que possuem maior velocidade
de resposta, quando ativados por fármacos, são os:
a) metabotrópicos.
b) inotrópicos.
c) que produzem segundos mensageiros.
d) presentes nos núcleos celulares.

3. (2014 – IADES –EBSERH) - A maior parte do mecanismo de ação de


fármacos se dá por meio da associação destes às macromoléculas
específicas, de forma a alterar as atividades bioquímicas e biofísicas dessas

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macromoléculas. Acerca desse assunto, é correto afirmar que a interação de


um fármaco a um receptor
a) metabotrópico produz o seu efeito, ao ser ativado, permitindo a passagem de
íons, como com Na+, K+, ou Cl-.
b) acoplado funcionalmente a proteínas G intracelulares, ao ser ativado, produz
seu efeito sofrendo dimerização e transfosforilam resíduos de aminoácidos no
receptor e, com frequência, em proteínas citosólicas-alvo.
c) ionotrópico, que ao ser ativado gera uma alteração de sinalização no interior
da célula, causando a ativação ou inibição de um domínio intracelular enzimático.
d) transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos traduzem uma
interação de ligação com ligantes extracelulares em uma ação intracelular
através da ativação de um domínio enzimático ligado.
e) nuclear produz seu efeito iniciando uma cascata de eventos intracelular com
a produção de um segundo mensageiro.

4. (2016 – CESPE- Polícia Científica/PE)- Considerando as bases


fisiológicas da farmacologia e os sistemas efetores-receptores, assinale a
opção que apresenta um exemplo de mensageiro secundário.

a) trifosfato de adenosina (ATP)


b) difosfato de adenosina (ADP)
c) adenosina monofosfato cíclico (AMPc)
d) adrenalina
e) noradrenalina

5. (2010 – FGV – FIOCRUZ) - O fármaco A apresenta afinidade (Ki= 30 nM)


e atividade intrínseca (I= 1) diferente do fármaco B (Ki= 0,15 ?M; I= - 1).
Considerando os valores de Ki e I, pode afirmar-se que:

I. O fármaco B é um agonista inverso.


II. O fármaco A é um agonista total.
III. O fármaco A apresenta potência 50 vezes maior que o fármaco B.

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a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.


b) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
e) se apenas a afirmativa I estiver correta.

6. (2013 – CETRO-ANVISA) - Quando um fármaco se liga a um receptor,


pode estabilizá-lo em uma conformação ativa ou inativa; a partir deste
conceito, é possível dividir os fármacos em agonistas e antagonistas. A esse
respeito, marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale
a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) Agonista é uma molécula que se liga a um receptor, estabilizando-o na


conformação ativa.
( ) Antagonista é uma molécula que inibe a ação de um agonista, mas não
exerce nenhum efeito na ausência deste.
( ) Uma das maneiras de os antagonistas não competitivos reduzirem a ação
dos agonistas é por sua afinidade muito maior com o receptor (sítio ativo).
( ) Pode-se reverter a ação de antagonistas não competitivos, pelo aumento
da concentração de agonista próximo ao receptor.
( ) Um antagonista competitivo liga-se reversivelmente ao sítio de um
receptor, estabilizando-o em uma conformação ativa.
a) F/ F/ V/ V/ V
b) F/ F/ F/ V/ V
c) V/ V/ F/ F/ V
d) V/ V/ V/ F/ F
e) V/ F/ V/ V/ F

7. (2016 – CESPE- Polícia Científica/PE)

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Relativamente às figuras A, B e C acima mostradas, e sabendo que, na figura


A, está representado um receptor não ligado, assinale a opção correta.

a) Caso a figura B represente o agonista em seu sítio de ligação, a figura C


representará um antagonismo Alostéricos.
b) Caso a figura B represente o agonista endógeno em seu sítio de ligação, a
figura C representará a ligação de um fármaco sintético agonista competitivo.
c)A figura C poderia representar a competição entre um agonista e um
antagonista.
d) A figura C poderia representar o mecanismo de antagonismo químico.
e)Analisando-se isoladamente as figuras A e B, é correto afirmar que a figura B
representa tanto a ligação de um agonista quanto a de um antagonista.

8. (2016 - PR-4/UFRJ – UFRJ) - O antagonismo não competitivo é


produzido por um fármaco que está ligado a um sítio no receptor distinto
daquele que o agonista se liga. Esse fármaco pode ser classificado como
antagonista:
a) alostérico.
b) pseudo-irreversível.
c) de ação.
d) parcial.
e) covalente.

9. (2008-FUNRIO-Corpo de Bombeiros Militar/RJ)- A teoria da ocupação dos


receptores assume que a resposta do fármaco é proveniente da interação do
fármaco com receptores específicos. A quantificação da interação fármaco-
receptor pode ser realizada através de experimentos in vitro para estimar as

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constantes de afinidade do agonista (Kd) ou do antagonista (Ki). Baseado no


conceito de Kd, pode-se afirmar que
A) Kd é a relação das constantes das velocidades de associação (k1) sobre a
dissociação (k2) da interação fármaco-receptor.
B) Kd é a concentração do fármaco que ocupa a metade dos receptores
disponíveis.
C) uma alta afinidade dos agonistas pelos receptores determina valores de Kd
elevados.
D) Kd é a concentração do fármaco que produz 50% do efeito máximo.
E) Kd é importante para determinar a eficácia do fármaco

10. (2007-FJPJ-MAPA-) Quando se descreve a potência de um fármaco


está se fazendo referência à:
a) eficácia clínica que reflete a constante de afinidade;
b) eficácia máxima para atingir um objetivo terapêutico;
c) afinidade pelos receptores e eficiência do acoplamento
d) dose máxima capaz de causar algum efeito tóxico;
e) concentração ou dose necessária para produzir 50% do efeito máximo

11. (2013 –IBFC- PC/RJ) - A representação gráfica sigmóide da curva dose-


resposta (ou dose-efeito) de um agonista pleno na presença de um
antagonista competitivo reversível é vista:
a) Sem alterar o desvio
b) Com desvio não paralelo para a esquerda
c) Com redução da eficácia máxima.
d) Sem mudança da potência
e) Com desvio paralelo para a direita.

12. (2014 – COSEAC – UFF) - Um fármaco com afinidade por seu receptor,
mas sem eficácia intrínseca, compete com o agonista pelo sítio de ligação
primário do receptor. O padrão característico desta interação é a produ ção
concentração-dependente de um desvio proporcional à direita da curva de

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dose-resposta do agonista, sem qualquer alteração da resposta máxima. A


magnitude do desvio da direita depende da concentração do antagonista e
da sua afinidade pelo receptor. A descrição acima refere-se ao:

a) agonista parcial.
b) antagonista competitivo irreversível.
c) antagonista não competitivo.
d) antagonista competitivo reversível.
e) agonista.

13. (2016 – IADES –PC/DF) - A associação de dois fármacos (A e B) pode


alterar a curva dose-resposta. Se essa associação deslocar a curva para a
direita, reduzindo a potência de A, o fármaco B é um
a) aloligante parcial.
b) coagonista alostérico.
c) antagonista competitivo.
d) agonista alotópico.
e) antagonista não competitivo.

14. (2016 – CESPE- Polícia Científica/PE)

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Em relação ao gráfico acima, que ilustra os efeitos de um antagonista sobre


a relação de dose-resposta, assinale a opção correta.

a) O gráfico é relativo a um antagonismo competitivo, pois a curva dose-


resposta não é alterada na presença do antagonista
b) No gráfico, está representado um antagonismo competitivo, pois há
diminuição da eficácia do agonista.
c) O gráfico é relativo a um antagonista do tipo não competitivo.
d) Na presença do antagonista, há diminuição da potência do agonista.
e) O gráfico ilustra um antagonismo alostérico, uma vez que o antagonista
isolado não produziu resposta.

15. (2016- CESPE- Polícia Científica de PE)- Após administrações repetidas


de efedrina a um paciente, observou-se perda rápida dos efeitos
farmacodinâmicos, ou seja, a reaplicação das doses não acarretou resposta
satisfatória. Nessa situação, pode ter ocorrido:
A. sensibilização.
B. tolerância inata
C. efeito idiossincrásico
D. taquifilaxia
E. anafilaxia

16. (2011-CESGRANRIO - SEPLAG) - O termo taquifilaxia significa:


(A) interação entre fármacos de estruturas químicas semelhantes
(B) desenvolvimento rápido de tolerância ao fármaco, devido à prévia exposição,
com consequente redução na responsividade tissular ao fármaco
(C) aumento na responsividade tissular ao fármaco, com duração de dias a
semanas para o surgimento
(D) aumento na meia-vida de eliminação do fármaco
(E) redução na meia-vida de eliminação do fármaco

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17. (2017-FCC-DPE/RS)- O sucesso no manejo terapêutico de doenças


depende de bases farmacológicas para escolha do medicamento mais
adequado, com base na farmacodinâmica e farmacocinética, sendo que:

a) um esquema posológico segundo idade, peso, insuficiência renal e hepática


é orientado por princípios da farmacodinâmica.
b) a característica do diclofenaco atuar sobre a atividade da ciclooxigenase,
promovendo a diminuição da produção de prostaglandinas, é relacionada a
aspectos de farmacocinética.
c) a atividade de um antiinflamatório de interferir e diminuir a vasodilatação e
permeabilidade vascular no local da lesão está ligada às suas propriedades
farmacocinéticas.
d) a via metabólica hepática e de excreção renal de um medicamento tem a ver
com aspectos da farmacodinâmica.
e) quando um comprimido de diclofenaco é desintegrado e absorvido no sistema
gastrointestinal e segue para a corrente sanguínea onde é transportado até o
local da inflamação, trata-se de fases da farmacocinética.

18. (2016-CIAAR-Aeronáutica)- Considerando Storpirtis (2011), associe as


duas colunas relacionando as seguintes definições com seus respectivos
fenômenos.
DEFINIÇÃO
(1) Interação por adição
(2) Interação por somação
(3) Incompatibilidade medicamentosa
FENÔMENO
( ) dois fármacos atuam simultaneamente, promovendo mesmo efeito, porém
por mecanismos diferentes.
( ) ocorre quase sempre fora do organismo, às vezes na seringa de injeção,
quando se misturam dois ou mais medicamentos para uma aplicação única.
( ) associação de dois fármacos que promovem efeitos semelhantes e por
mecanismos de ação também semelhantes.

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A sequência correta dessa classificação é:


a) 3 – 1 – 2
b) 1 – 2 – 3
c) 2 – 3 – 1
d) 2 – 1 – 3

19. (2012- PC/DF – UNIVERSA) - No que se refere à interação droga-


receptor, assinale a alternativa correta.

a) Se uma droga possuir um par de enantiômeros espera-se que o uso da


mistura racêmica gere um efeito aditivo mais intenso do que o uso de apenas
um deles.
b) Enzimas intracelulares não são hoje alvos farmacológicos de drogas, pois as
drogas não conseguem difundir-se pela membrana plasmática.
c) Se as curvas dose-resposta forem colocadas em um gráfico de
log(concentração) × resposta, a curva de um agonista parcial irá gerar um
deslocamento para a direita, em relação à curva de um agonista total.
d) As interações covalentes droga-receptor são mais estáveis do que as iônicas.
e) Receptores farmacológicos do tipo canais iônicos mudam de conformação em
resposta à ligação com agonista, permitindo a internalização celular deste.

20- (2016 – CESPE- Polícia Científica/PE)

De acordo com as informações do gráfico acima, que mostra a curva dose-


resposta graduada na escala semilogarítmica para os fármacos A e B, em

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que E é uma resposta quantificável do fármaco e [L], a concentração do


fármaco, assinale a opção correta.
a) Os fármacos A e B têm o mesmo índice terapêutico.
b) Os dados do gráfico em apreço são suficientes para se afirmar que 50% dos
indivíduos tiveram início da resposta mais rapidamente quando utilizaram o
fármaco A.
c) O fármaco A é mais potente que o fármaco B.
d) O fármaco A é mais tóxico que o fármaco B.
e) O fármaco B apresenta um valor de Emáx maior que o do fármaco A.

21- (2018-UFLA)-O agonista inverso é um agente que:


(A) Possui eficácia intrínseca.
(B) Estabiliza o receptor em uma conformação inativa.
(C) Aumenta a afinidade do receptor por um agonista endógeno.
(D) Comporta-se como agonista parcial quando interage sintopicamente com um
agonista pleno.

GABARITO
1-A 2-B 3-D 4-C 5-A
6-D 7-C 8-A 9-B 10-E
11-E 12-D 13-C 14-D 15-D
16-B 17-E 18-C 19-D 20-C
21-B

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