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FISIOLOGIA ENDÓCRINA

Aula 1- Sistema Endócrino


Hormônio

Profa. Mira Wengert


Sistema endócrino

Inúmeras funções, que podem ser resumidas:

A- Garantir a reprodução.

B- Promover crescimento e desenvolvimento.

C- Garantir a homeostasia (estado de equilíbrio) do meio interno.

COMO?
Comunicação celular

Relembrando a Biologia Molecular........

Ação endócrina Ação parácrina

A- Mediadores químicos B- Ocorre quando os mediadores


são secretados na químicos agem em células-alvos
corrente sanguínea, vizinhas à célula produtora,
atingindo por essa via atingindo-as por difusão pelo
células alvos distantes. interstício.

Ação intácrina Ação autócrina


D- O mediador químico interage C- O mediador químico age sobre
com a célula produtora, sem ser sua própria célula produtora. Na
liberado. Ligam-se a receptores ação autócrina os mediadores
Intracelulares. são secretados e ligam-se a
receptores na superfície da
célula produtora.
Comunicação celular

Relembrando a Biologia Molecular........

Comunicação intercelular

Ação endócrina
Célula secretora- é responsável
pela síntese e secreção do mediador
químico.

Célula secretora
Célula alvo

Ação parácrina Ação autócrina


Célula alvo- é aquela que vai
reconhecer o mediador químico e
modificar alguma função celular em
resposta a essa molécula sinalizadora.
Célula secretora Célula alvo Célula secretora e alvo

A função do mediador químico é atingir sua célula alvo e ter sua mensagem “entendida
e executada” por ela, ou seja, nela exercer seu efeito biológico
Conceitos gerais sobre os hormônios

Definição: Substância química capaz de conduzir determinada informação


entre uma ou mais células.

Hormônios = Mediadores Químicos

Sistema Endócrino: Tem a função de garantir o fluxo de informações entre diferentes células
(através da síntese e secreção de hormônios) , permitindo a integração funcional de todo o organismo.
• Manutenção do meio interno CONSTANTE e de um estado de equilíbrio fisiológico (homeostase)
• Integração e regulação do crescimento e desenvolvimento
• Controle e manutenção dos diferentes aspectos da reprodução

A PERDA DA HOMEOSTASE LEVA A DISFUNÇÕES QUE PODEM GERAR DOENÇAS E ATÉ A MORTE
Conceitos gerais sobre os hormônios

Desequilíbrio da
homeostase
sinal

Efeito sistêmico

reconhecimento

Biossíntese Efeito local


hormonal

Modifica a
Hormônio atividade celular
Liberado

Célula endócrina ou secretora Célula alvo


Conceitos gerais sobre os hormônios

Produção: São produzidos


por glândulas endócrinas
Definição: Substância ou por células endócrinas
química capaz de localizadas em tecidos e
conduzir determinada órgãos não-endócrinos,
informação entre uma cuja função primordial não
ou mais células. é glandular.

Hormônios = Mediadores Químicos


Principais glândulas endócrinas

Glândulas endócrinas são órgãos capazes de produzir e secretar hormônios que irão agir
a distância, modificando funções de outras estruturas.
Principais glândulas endócrinas e seus hormônios
Órgãos endócrinos não clássicos e seus hormônios
Conceitos gerais sobre os hormônios

Produção: São produzidos


por glândulas endócrinas
Definição: Substância ou por células endócrinas
química capaz de localizadas em tecidos e Composição química:
conduzir determinada órgãos não-endócrinos, Aminas, derivados de
informação entre uma cuja função primordial não colesterol ou de
ou mais células. é glandular. aminoácidos.

Hormônios = Mediadores Químicos


Tipos de hormônios

Monoaminas:
Derivados de tirosina
Ex: catecolaminas e
horm. tireoidianos.

Protéicos:
Constituem a maioria dos
hormônios e variam com relação a
seu tamanho, composição e grupos
modificados.

Esteróides:
Derivados do colesterol.
Tipos de hormônios: MONOAMINAS
Monoaminas: Derivados de tirosina Ex: catecolaminas e horm. tireoidianos.

Síntese de catecolaminas: supra-renal Síntese de hormônios tireoidianos: glândula da tireóide

DOPA- Diidroxifenilalanina
PNMT- feniletalonamina-N-metiltransferase
Tipos de hormônios: proteicos
Protéicos: Constituem a maioria dos hormônios e variam com relação a seu tamanho, composição e grupos
modificados.

Glucagon Insulina

Cadeia B

Cadeia A

Única cadeia polipeptídica Duas cadeias polipeptídicas


Síntese de hormônios proteicos

São produzidos nas células segundo o mecanismo de síntese proteica comum a todas
as células.

Relembrando a Biologia Molecular........

* Pré-pró-hormônio-apresenta
uma sequência sinalizadora,
que direciona os ribossomos à
membrana do retículo
endoplasmático. INATIVO

Ainda no RE a sequência sinal


é clivada por uma protease, transformando
o pré-pró-hormônio em pró-hormônio

* Pró-hormônio- é transferido
do RER para o Golgi, para ser
armazenado e depois
secretado. INATIVO
Síntese de hormônios proteicos
Insulina madura é formada a partir de seu precursor maior
preproinsulina por processamento proteolítico.

Ou peptídeo de ligação

Quando a seq sinal é clivada, a partir da ação de proteases, há formação de três pontes de dissulfeto, dando origem a
proinsulina. Esta é direcionada para o complexo de golgi, onde será armazenada em vesículas.
Síntese de hormônios proteicos

Conclusão......

Célula secretora- é responsável


pela síntese e secreção do mediador
químico.

Uma célula secretora contém


grandes quantidades de retículo
endoplasmático, complexo de
Golgi e grânulos secretórios.
Tipos de hormônios: Esteróides
 Apresentam estruturas químicas similares, pois
são derivados do colesterol;

 São sintetizados em apenas poucos órgãos;

 Exemplos??
Síntese de esteróides
Conceitos gerais sobre os hormônios

Produção: São produzidos


por glândulas endócrinas
Definição: Substância ou por células endócrinas
química capaz de localizadas em tecidos e Composição química:
conduzir determinada órgãos não-endócrinos, Aminas, derivados de
informação entre uma cuja função primordial não colesterol ou de
ou mais células. é glandular. aminoácidos.

Hormônios = Mediadores Químicos

Características físico-
química: Solubilidade,
circulação no plasma,
meia-vida e concentração
no plasma
Conceitos gerais sobre os hormônios
A membrana plasmática é impermeável a mol hidrossolúveis. Por isso utilizam o mecanismo
de empacotamento em forma de vesícula.

Solubilidade Hidrofílico Lipofílico

Estocagem após síntese Grânulos Liberados após síntese

Circulação no plasma Livre Ligados a proteínas * [H] + [Ptn]  [HPtn]

Tempo de meia-vida Curta (minutos)


Longa (horas/dias) ?
Concentração no plasma Muito baixa (nM a Baixa (mM)
pM)
A fração ligada dos hormônios está sempre em equilíbrio dinâmico com pequenas quantidades de hormônio livre, que, na
maior parte dos casos é a fração biologicamente ativa. Desta forma, as ptns transportadoras podem muitas vezes ser
encaradas como reservatórios circulantes de hormônios.
*É fundamental a ligação dos hormônios lipossolúveis a proteínas transportadoras, caso contrário essas moléculas
tenderiam a se ligar formando gotículas de gordura e posteriormente trombos nos vasos sanguíneos.
Hormônios tireoidianos que são parecidos com os derivados de colesterol, pois são ligados a proteínas transportadoras:
esta união ao transportador protege o hormônio da degradação enzimática, resultando em meia-vida
mais prolongada.
Tempo de meia-vida- tempo necessário para degradar 50% da quantidade secretada de hormônio
Conceitos gerais sobre os hormônios

Produção: São produzidos


por glândulas endócrinas
Definição: Substância ou por células endócrinas
química capaz de localizadas em tecidos e Composição química:
conduzir determinada órgãos não-endócrinos, Aminas, derivados de
informação entre uma cuja função primordial não colesterol ou de
ou mais células. é glandular. aminoácidos.

Hormônios = Mediadores Químicos

Características físico- químicas: Controle da secreção


Hormônios derivados de aas- hormonal: Neural,
hidrossolúveis e hormônios hormonal e humoral.
derivados do colesterol-
lipossolúveis.
Controle da secreção hormonal

A secreção hormonal é controlada por 3 estímulos: neural, hormonal e humoral

1. Neural

A medula adrenal é estimulada diretamente pelo sistema


nervoso simpático. Uma vez ativado o SNS irá estimular a
secreção de catecolaminas para a circulação ( adrenalina e
noradrenalina)
Controle da secreção hormonal

A secreção hormonal é controlada por 3 estímulos: neural, hormonal e humoral

2. Hormonal

Ocorre quando hormônios de uma glândula endócrina estimula


ou inibe a secreção de um hormônio proveniente de outra
glândula endócrina.

Feedback ou retroalimentação negativa Feedback ou retroalimentação positiva


EC= célula endócrina EC= célula endócrina
1- célula endócrina responde a
uma alteração na homeostase

2- hormônio liberado
estimula a cél. alvo

3- a célula alvo libera outro


hormônio, que, por sua vez, em
alta conc. inibe a cel. endócrina TEC= célula endócrina alvo TEC= célula endócrina alvo
Controle da secreção hormonal

Concentração do hormônio Concentração do hormônio


aumenta diminui

São ativados mecanismos inibidores São ativados mecanismos estimuladores


de sua produção de sua produção
Controle da secreção hormonal

A secreção hormonal é controlada por 3 estímulos: neural, hormonal e humoral

3. Humoral

Ocorre quando outras substâncias, sem ser hormônios,


controlam a secreção de glândulas endócrinas.

Ex: A secreção de insulina pelo pâncreas é determinada por


diferentes fatores.
- Altos níveis de glicose, após uma alimentação, aumentam a
secreção de insulina
Conceitos gerais sobre os hormônios

Produção: São produzidos


por glândulas endócrinas
Definição: Substância ou por células endócrinas
química capaz de localizadas em tecidos e Composição química:
conduzir determinada órgãos não-endócrinos, Aminas, derivados de
informação entre uma cuja função primordial não colesterol ou de
ou mais células. é glandular. aminoácidos.

Hormônios = Mediadores Químicos

Características físico- químicas: Controle da secreção


Hormônios derivados de aas- hormonal: Neural, Atuação: Receptores.
hidrossolúveis e hormônios hormonal e humoral.
derivados do colesterol-
lipossolúveis.
Regulação da sensibilidade das células a hormônios

Os receptores devem desempenhar


pelo menos duas funções:

1. Ter a capacidade de ligar os


hormônios com alta afinidade e
especificidade
2. Transmitirem a informação
levando ao desencadeamento da
resposta celular

Exemplo curioso: hemácia

A resposta a um determinado hormônio não depende só da presença do receptor, mas também da


presença dos sistemas de transdução de sinal hormonal na célula-alvo. Os eritrócitos apresentam
receptor para insulina , mas pela falta de moléculas necessárias para sua ação, não existe respostas
típicas para esse hormônio.
Tipos de receptores
Mecanismo celular de ação dos hormônios esteróides
 receptores no citoplasma ou núcleo
 destino final do complexo receptor-hormônio
esteróide é o NÚCLEO;
 o complexo atua como fator de transcrição, ligando-
se ao DNA e ativando 1 ou + genes;
 genes ativados formam RNAm que leva a síntese de
novas proteínas
Receptores de membrana
Classes de receptores de membrana
Classes de receptores de membrana
acoplados a proteína G
Mecanismo de ação hormonal: AMPc
Amplificação do sinal após ativação de
um receptor associados a proteína G

Como a concentração dos horm.


é muito baixa na circulação, as
células alvos devem não só
reconhecer o hormônio com alta
afinidade e especificidade, como
também devem ser capazes de
amplificar o sinal hormonal.
Receptores tirosina cinase

1. Dimerização (ligação de 2 receptores)


2. Ativação da enzima - Tirosina cinase
3. Adição de grupos fosfatos
4. Ativação de enzimas
5. Resposta celular
Ritmos Biológicos ou Biorritmos

Mimosa pudica

Um astrônomo francês, J.J. De Mairan, foi o primeiro pensador a propor a possível existência de um
reló-gio biológico. Ele observou o movimento regular de abertura e fechamento das folhas de uma
sensitiva (Mi-mosa pudica) .
Cu-rioso com a regularidade dos movimentos, levou o vaso para o porão da casa, colocou-o dentro de um
baú e, nessas condições de obscuridade constante, observou a persistência dos movimen-tos das folhas
coincidindo, aparentemente, com o dia/noite am-biental.
O astrônomo concluiu que a atividade de abrir e fechar as folhas era inerente à espécie e independente do
ciclo de luz. Até então, acreditava-se que as alterações rítmicas eram resultado exclusivo das ações
externas, como o dia, a noite, o frio e o calor.
Ritmos Biológicos ou Biorritmos

Os ritmos biológicos podem ser caracterizados pela ocorrência, em períodos


regulares de tempo, de eventos fisiológicos, bioquímicos e
comportamentais. Apesar de serem inerentes a todos os seres vivos e
determinados geneticamente, eles também podem sofrer influência de
eventos externos.

Classificação dos biorritmos

Infradianos: Circadianos: Ultradianos:


Com período de até 20 horas; Com período de 24 horas; Com período superior a 28
ou apresentando mais de um ou um ciclo por dia horas; ou menos de um ciclo
ciclo por dia por dia
Ritmos Biológicos ou Biorritmos

Na década de 70 demonstrou-se a importância dos núcleos


supraquiasmáticos hipotalâmicos na geração da ritmicidade
circadiana em mamíferos.

Lesões nos núcleos supraquiasmáticos hipotalâmicos.

Perda da ritmicidade circadiana em muitas variáveis fisiológicas e


comportamentais.

 Foi demonstrada atividade elétrica rítmica nesses núcleos e a


sua persistência mesmo quando os núcleos eram isolados de
suas conexões com o restante do sistema nervoso central.
Ritmos Biológicos ou Biorritmos
Cronobiologia - estuda a organização temporal da matéria viva

• Cronotipo matutino típico - têm maior disposição e desempenham melhor suas


atividades pela manhã (aproximadamente 10% da população).

• Cronotipo vespertino típico - têm uma performance superior à tarde e início da noite
(outros 10%).

• pessoas que são indiferentes ao período do dia, estas representam os outros 80% da
população.

Ao analisar os ciclos biológicos humanos, os cronobiologistas procuram identificar em


qual horário um fármaco deve ser administrado, para que tenha maior eficácia.

Até para nascer ou morrer existem horários preferenciais, o mesmo ocorrendo para
surtos de asma, acidentes vasculares cerebrais (derrames), infartos etc.
Cronobiologia – compreendendo melhor.....

 Experiência de laboratório feita com camundongos - animais com hábitos noturnos -


Os cientistas administraram a mesma dose de veneno (toxina de E. coli) a seis grupos de
camundongos, em seis diferentes horas do dia. Enquanto às 16 horas morreram 85%
dos animais, à meia-noite a mortalidade foi de apenas 13%.

 Experimentos cronofarmacológicos têm servido para aprimorar o combate a vários


tipos de câncer. Conhecendo o melhor momento para administrar as drogas
anticancerígenas, os médicos podem reduzir as doses das mesmas, o que minimiza
os seus efeitos colaterais, otimizando o tratamento. Tendo também uma implicação
econômica, pois os custos caem à medida que os medicamentos são usados em
menor proporção.
Impulso Sensorial do ambiente

SNC
Hormônios
Hipotálamo

Hormônios hipotalâmicos

Hipófise anterior
Hipófise posterior

ACTH Tirotrofina FSH LH Somatrofina Prolactina Ocitocina Vasopressina Glicemia

Células Medula
Cortical da Adrenal das Ilhotas Adrenal
Tireóide Ovários/Testículo

Insulina
Cortisol Glucagon Epinefrina
Cortisona Tiroxina (T4) Progesterona Testosterona
Triiodotironina Estradiol Somatostatina
Aldosterona
(T3) Glândulas
Mamárias
Arteríolas
Músculos e Fígado
Muitos tecidos Órgãos Músc. liso Fígado
Reprodutores Fígado Glândulas Músculos
Ossos Fígado
Mamárias Músculos Coração

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