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Universidade Federal de Pelotas

Fisiologia II - Medicina

Fisiologia Endócrina

Larissa Rodrigues ATM 281


Capítulo 74 Guyton
Larissa Rodrigues ATM 281 UFPel

Introdução à endocrinologia
o metabolismo, crescimento e desenvolvimento,
COORDENAÇÃO POR MENSAGEIROS QUÍMICOS equ ilíbrio h idroeletrolítico, reprodução e
comportamento
As atividades de células, tecidos e órgãos do
corpo são coordenadas pela interação entre os
sistemas de mensageiros químicos, podendo ser
eles:
- Neurotransmissores: liberados nas junções
sinápticas, atuação local.
- Hormônios endócrinos: liberados por
glândulas ou células especializadas no sangue,
influenciam a função das células- alvo à
distância
- Hormônios neuroendócrinos: secretados por
neurônios no sangue circulante e influenciam
a função de células-alvo à distância
- Parácrinos: secretados por células no líquido
extracelular, atuam sobre células-alvo
vizinhas de tipo diferente.
- Autócrinos: secretados por células no líquido
extracelular, afetam a função das mesmas
células que os produziram
- Citocinas: peptídeos secretados por células no
ESTRUTURA QUÍMICA E SÍNTESE
líquido extracelular e podem funcionar como
hormônios autócrinos, parácrinos ou Os hormônios possuem três classes gerais:
endócrinos. (Ex: interleucinas) - Proteínas e polipeptídeos: hormônios da
hipófise anterior e posterior, do pâncreas, das
Os hormônios endócrinos paratireoides e outros
- São transportados pelo sistema circulatório - Esteroides: hormônios liberados pelo do córtex
para células em todo o corpo, incluindo o adrenal, pelos ovários, pelos testículos e pela
sistema nervoso. placenta
- Podem afetar muitos tipos diferentes de células - Derivados da tirosina: hormônios liberados
do corpo ou afetar somente tecidos-alvo pela tireoide e medula adrenal
específicos.
- Os sistemas hormonais atuam na na regulação
de quase todas as funções corporais, incluindo
Hormônios Polipeptídicos e Proteicos Hormônios Esteróides
- Sintetizados na extremidade rugosa do - Possuem estrutura química semelhante ao
retícu lo endop lasmático das célu las colesterol podendo ser derivados dele.
endócrinas - São lipossolúveis = 3 anéis ciclo-hexila e um
- Geralmente são sintetizados primeiro como anel ciclopentila
proteínas maiores não ativas (pré-pró- - Em geral, pouco armazenados. Porém,
hormônios) e clivados para formar pró- grandes depósitos de ésteres de colesterol em
hormônios menores no retículo. va c ú o l os d o c ito p la s ma p o d e m se r
- No aparelho de Golgi são armazenados em rapidamente mobilizados para a síntese de
vesículas secretoras. Ocorre clivagem do pró- esteroides após o estímulo.
hormônio por enzimas produzindo hormônios - A maior parte do colesterol nas células
ativos. produtoras de esteroides vem do plasma, mas
- As vesículas se fundem à membrana para também ocorre síntese de novo colesterol.
serem exocitadas. A exocitose ocorre por
aumento da concentração de cálcio no citosol Hormônios derivados da tirosina
ou por estimulação de receptores endócrinos - Formados pela ação de enzimas nos
na superfície celular (aumento do AMPc=
compartimentos citoplasmáticos das células
ativação de proteinocinases)
glandulares.
- Os hormônios da tiroide são sintetizados e
a rmazenados na glândula tireoide e
incorporados a tireoglobulina. A secreção
ocorre quando as aminas são clivadas da
tireoglobulina. No sangue, os hormônios se
ligam à proteínas plasmáticas (globulina de
ligação à tiroxina) que são responsáveis pela
liberação do hormônio para as células-alvo de
forma controlada.
- O s h o r m ô n i o s d a m e d u l a a d re n a l
(catecolaminas epinefrina e noraepinefrina)
ocupam vesículas sendo lsecretadas via
exocitose. No sangue, podem estar na forma
livre ou em conjugação com outras
substâncias.

-
SECREÇÃO, TRANSPORTE E DEPURAÇÃO

Mecanismos Secretórios Mecanismos de Depuração


- Cada hormôn ios tem suas próprias Dois fatores podem aumentar ou diminuir a
características de início e duração da ação concentração de um hormônio no sangue:
bem como função de controle específica. - Intensidade de secreção no sangue
- As concentrações de hormônios necessárias - Intensidade da remoção do hormônio do
para exercer suas função são pequenas assim sangue = depuração metabólica
como as intensidades de secreção
- A secreção dos diferentes hormônios é Depuração Metabólica
estritamente controlada por mecanismos de A depuração metabólica é a razão entre a
Feedback negativo velocidade de desaparecimento do hormônio do
Estímulo causa liberação do hormônio-> o plasma e a concentração plasmática do hormônio
hormônio ou um de seus produtos tendem a
suprimir liberação adicional desse hormônio Os hormônios são depurados do plasma por:
- A variável controlada do Feedback negativo não - Destruição metabólica pelos tecidos
costuma ser a secreção do hormônio, mas o - Ligação com os tecidos
grau de atividade no tecido-alvo - Excreção hepática via bile
- Em alguns casos ocorre feedback positivo = - Excreção na urina pelos rins
a ação biológica do hormônio causa sua
secreção adicional MECANISMOS DE AÇÃO HORMONAL

Mecanismos de Transporte Receptores Hormonais


Hormônios hidrossolúveis - A primeira etapa da ação do hormônio é a sua
(peptídeos e catecolaminas) ligação a receptores específicos na célula-alvo.
São dissolvidos no plasma e transportados de - A ligação hormônio-receptor inicia uma cascata
seus locais de síntese para tecidos-alvo, onde se de reações na célula
difundem dos capilares, entram no líquido - Os receptores tendem a ser muito específico
intersticial e, finalmente, chegam às células-alvo. para um só hormônio= os tecidos-alvo afetados
por um hormônios são os que contêm seus
Hormônios esteroides e da tireoide receptores específicos.
Circulam no sangue ligados às proteínas
plasmáticas = menos de 10% transportados sob Enquanto a localização do
forma livre receptor hormonal temos:
- Em função de estarem ligados à proteínas 1. Receptores na membrana celular: específicos,
plasmáticas não se difundem facilmente para principalmente para os hormônios proteicos,
células-alvo= são biologicamente inativos até peptídicos e catecolamínicos.
que se dissociem das proteínas plasmáticas. 2. Receptores no citoplasma: receptores primários
para os hormônios esteroides
3. Receptores no núcleo da célula: receptores para Sinalização Intracelular pós ativação
os hormônios da tireoide são encontrados no 1- Receptores ligados à canais iônicos: a
núcleo formação do complexo hormônio-receptor
desencadeia abertura ou fechamento de um canal
Regulação dos receptores para um ou mais íons. A maioria dos hormônios
O número de receptores na célula-alvo, em geral, atua de forma indireta na abertura de canais
não permanece constante -> proteínas do receptor iônicos
costumam ser inativadas ou destruídas durante o
curso de sua função 2- Receptores Hormonais Ligados à
Proteína G: a formação do complexo hormônio-
Regulação para baixo /down- regulation receptor gera alteração da conformação no
O aumento da concentração de hormônio e o receptor, ativando as proteínas G e induzindo
aumento da ligação aos receptores de sua célula- sinais intracelulares que abrem ou fecham os
alvo fazem com que o número de receptores ativos canais iônicos da membrana celular, mudam a
diminua -> diminui a responsividade do tecido-alvo atividade de uma enzima no citoplasma da célula ou
ao hormônio. ativam a transcrição gênica.

Ocorre em decorrência de: 3- Receptores Hormonais Ligados a


- Inativação de algumas das moléculas de Enzimas: funcionam enzimas. Os receptores
receptores ligados a enzimas são proteínas que atravessam a
- Inativação de parte das moléculas de membrana e possuem seu local de ligação ao
sinalização das proteínas intracelulares hormônio no exterior da membrana celular e seu
- Sequestro temporário do receptor para o interior local catalítico no interior.
da célula, longe do local de ação dos hormônios
que interagem com os receptores de membrana; 4- Receptores Hormonais Intracelulares e
- Destruição dos receptores por lisossomos Ativação de Genes: ligam-se a receptores
depois de serem interiorizados; proteicos dentro da célula, e não na membrana
- Diminuição da produção dos receptores. Em celular.. O complexo hormônio-receptor se liga à
cada caso, a regulação para baixo sequência do DNA regulador específico (elemento
de resposta hormonal) eativa ou reprime a
Regulação para cima /up- regulation transcrição de genes específicos e a formação de
Estimular o hormônio induz a formação de mRNA.
receptores ou moléculas de sinalização intracelular
pela célula-alvo ou induz uma maior disponibilidade
do receptor para interação com o hormônio ->
aumenta a responsividade do tecido-alvo ao
hormônio.
Segundos mensageiros na mediação da
funções hormonais intracelulares
Os hormônios exercem ações intracelulares é pelo
estímulo da formação de segundo mensageiro
sendo os principais:
- AMPc
- Produtos da degradação de fosfolipídios da
membrana
- Íons cálcio e calmodulina

Sistema de Segundo Mensageiro via


Adenilil-Ciclase / AMPc
- A ligação dos hormônios ao receptor permite o
acoplamento do receptor à proteína G. A
proteína G pode ser estimuladora (proteína Ge ) Sistema de Segundo Mensageiro via
ou inibidora proteína Gi) Fosfolipídeos da membrana celular
- A ação específica que ocorre em resposta a - O acoplamento do hormônio ao seu receptor
aumentos ou diminuições de AMPc, em cada transmembrana ativa a enzima fosfolipase C
tipo de célula-alvo, depende da natureza da fixada às projeções internas dos receptores
maquinaria intracelular = diferentes funções são - A fosfolipase C catalisa a degradação de
desencadeadas em diferentes células-alvo fosfolipídios na membrana celular, especialmente
o bifosfato de fosfatidilinositol (PIP2), em dois
Proteína G estimulatória segundos mensageiros: trifosfato de inositol
- A estimulação da adenilil ciclase, uma enzima (IP3) e diacilglicerol (DAG)
ligada à membrana pela proteína Ge catalisa a - O IP3 mobiliza os íons cálcio das mitocôndrias
conversão de trifosfato de adenosina e do retículo endoplasmático= íons cálcio têm
citoplasmático em AMPc, dentro da célula. Isso seus efeitos de segundo mensageiro ->
ativa a proteínocinase dependente de AMPc, contração da musculatura lisa e alterações da
que fosforila proteínas específicas na célula, secreção celular
desencadeando reações bioquímicas que, - O DAG ativa a enzima proteinocinase C, que
finalmente, produzem a resposta da célula ao então fosforila proteínas, levando à resposta
hormônio. celular. Além desses efeitos, a parte lipídica do
DAG é o ácido araquidônico, o precursor para
Proteína G inibitória as prostaglandinas e outros hormônios locais,
- A adenilil ciclase será inibida, reduzindo a causadores de múltiplos efeitos nos tecidos de
formação de AMPc e levando à ação inibitória da todo o corpo.
célula
1- O hormônio esteroide se difunde pela membrana
celular e entra no
citoplasma da célula, onde se liga à proteína
receptora específica.
2- A proteína receptora-hormônio combinados,
então, se difunde ou é
transmitida para o núcleo
3- A combinação se liga a pontos específicos nos
filamentos de DNA nos
cromossomos, o que ativa o processo de
transcrição de genes específicos
para formar mRNA.
4- O mRNA se difunde para o citoplasma, onde
promove o processo de
tradução nos ribossomos, para formar novas
proteínas.

Sistema de Segundo Mensageiro via


Cálcio-Calmodulina Hormônios da Tireóide
- Opera em resposta à entrada de cálcio nas Hormônio da tireoide causam aumento da
células transcrição por genes específicos no núcleo.
- A entrada de cálcio pode ser iniciada por: Os hormônios primeiro se ligam diretamente às
alterações do potencial de membrana, que proteínas do receptor no núcleo. Esses receptores
abrem os canais de cálcio ou hormônio são fatores de transcrição ativados, localizados no
interagindo com receptores de membrana, que complexo cromossômico.
abrem os canais de cálcio.
- Ao entrar na célula, os íons cálcio se ligam à Os hormônios da tireoide no núcleo:
proteína calmodulina que altera sua forma e - Ativam os mecanismos genéticos para a
inicia os efeitos dentro da célula incluindo formação de muitos tipos de proteínas
ativação ou inibição de proteinocinases. intracelulares
- Uma vez ligados aos receptores intranucleares,
Hormônios que atuam sobre os hormônios da tireoide podem continuar a
maquinaria genética da célula expressar suas funções de controle por dias ou
Hormônios Esteróides até semanas.

Hormônios esteróides atuam ocasionando a


síntese de proteínas nas células-alvo
A sequência de eventos na
função dos esteroides é
Capítulo 76 guyton
Larissa Rodrigues ATM 281 UFPel

Hormônios Hipofisários e seu


Controle pelo Hipotálamo
HIPÓFISE 3. Tireotropos — produtoras do hormônio
tireoestimulante (TSH) => controla a secreção
- A hipófise é uma glândula pequena situada na dos hormônios tireoidianos = s controlam a
sela túrcica, cavidade óssea localizada na base velocidade da maioria das reações químicas
do cérebro e que se liga ao hipotálamo pelo intracelulares no organismo.
pedúnculo hipofisário.
- Fisiologicamente é dividida em hipófise anterior 4. Gonadotropos —produtoras dos hormônios
(adeno-hipófise) e hipófise posterior (neuro- gonadotrópicos= hormônio luteinizante (LH) e o
hipófise). hormônio foliculoestimulante (FSH)->
controlam o crescimento dos ovários e dos
testículos, bem como suas atividades hormonais e
reprodutivas.

5. Lactotropos —produtoras da prolactina


(PRL) -> promove o desenvolvimento da glândula
mamária e a produção do leite.

Adrenohipófise
Os hormônios da região anterior da hipófise
desempenham papéis no controle das funções
metabólicas.

A adeno-hipófise possui células especializadas


para secreção cada um dos seus hormônios:
1- Somatotropos — produtoras de hormônio do
crescimento humano (hGH) => promove o
crescimento de todo o organismo

2. Corticotropos — produtoras de hormônio


adrenocorticotrópico (ACTH) -> controla a
secreção de alguns dos hormônios adrenocorticais
que afetam o metabolismo da glicose, das proteínas
e das gorduras.
Neurohipófise
- Os hormônios da hipófise posterior são A secreção hipofisária é controlada por sinais
sintetizados por corpos celulares no hipotálamo hormonais e nervosos, vindos do hipotálamo:
- Os corpos das células que secretam os - A secreção da neuro hipófise é controlada por
hormônios da hipófise posterior estão nos sinais neurais que têm origem no hipotálamo
neurônios magnocelulares, localizados nos - A secreção da adenohipófise é controlada
núcleos supraópticos e paraventriculares do por hormônios hormônios liberadores e
hipotálamo. hormônios inibidores que são secretados pelo
- Os hormônios são então transportados no hipotálamo e levados para adenohipófise pelos
axoplasma das fibras nervosas dos neurônios vasos portais hipotalâmico-hipofisários.
que seguem do hipotálamo para a hipófise
posterior Os Hormônios Liberadores e Inibidores do
- O ADH é formado nos núcleos supraópticos, Hipotálamo
enquanto a ocitocina é formadanos núcleos Os hormônios liberadores e inibidores do
paraventriculares hipotálamo controlam a secreção da hipófise
anterior
Para todos os hormônios da hipófise anterior os
hormônios liberadores são importantes, exceto para
prolactina em que um hormônio inibidor exerce o
maior controle
1. Hormônio liberador de tireotropina (TRH), que
provoca a liberação do hormônio estimulante
da tireoide.
2. Hormônio liberador de corticotropina (CRH),
que provoca a liberação do hormônio
1 - H o r m ô n io a nt i d i u r é t i c o ( A D H ) /
adrenocorticotrópico.
vasopressina: controla a excreção da água na
3. Hormôn io libera dor do hormôn io do
urina= controle sa quantidade da água nos líquidos
crescimento (GHRH), que provoca a liberação
do organismo.
do hormônio do crescimento e do hormônio
2- Ocitocina: ejeção de leite pelas glândulas
inibidor do hormônio do crescimento (GHIH),
mamárias durante a sucção e papel de auxílio
também chamado somatostatina, que inibe a
durante o parto e no final da gestação.
liberação do hormônio do crescimento.
4. Hormônio liberador da gonadotropina (GnRH),
HIPOTÁLAMO que leva à liberação de dois hormônios
gonadotrópicos, o hormônio luteinizante (LH) e
O hipotálamo recebe sinais vindos de diversas
o hormônio foliculoestimulante (FSH).
fontes do sistema nervoso atuando como centro
5. Hormônio inibidor da prolactina (PIH), que
coletor de informações que servem para controlar
causa a inibição da secreção da prolactina.
as secreções dos vários hormônios
HORMÔNIO DO CRESCIMENTO /GH
- O hormônio do crescimento aumenta da
Ações Fisiológicas do Hormônio do deposição de proteínas pelas células
Crescimento osteogênicas e condrocíticas, que causam o
- O hormônio do crescimento não age por meio crescimento ósseo e aumenta da reprodução
de glândula-alvo específica = exerce seus dessas células
efeitos, diretamente, sobre todos ou quase
todos os tecidos do organismo. Existem dois mecanismos principais do
- Promove o aumento de tamanho das células e crescimento ósseo:
elevação do número de mitoses, causando a 1- O hormônio do crescimento estimula o
multiplicação e diferenciação específica crescimento dos ossos longos em comprimento,
- O hormônio do crescimento aumenta a nas cartilagens epifisárias -> provoca a deposição
captação de aminoácidos e síntese proteica de nova cartilagem, seguida por sua conversão em
pelas células e, ao mesmo tempo, reduz a osso novo
destruição das proteínas. 2- O hormônio do crescimento estimula os
- O hormônio do crescimento amplia a osteoblastos-> depositam osso novo nas
utilização das gorduras como fonte de energia superfícies do osso mais antigo aumentando a
-> libera os ácidos graxos do tecido adiposo, espessura do osso
aumentando sua concentração no sangue e
promovendo a sua conversão à acetilcoenzima - O hormônio do crescimento exerce seus
A (acetil-CoA) que é utilizada como fonte de efe ito s p o r m e i o d e s u b st â n c i a s
energia. intermediárias = “somatomedinas”
- Em casos de mobilização excessiva de - As somatomedinas tem sua maior produção
gordura do tecido adiposo grande quantidade pelo fígado e têm efeitos no crescimento
de ácido acetoacético é formada pelo fígado similares ao efeito da insulina sendo também
levando a um quadro de cetose além de levar chamadas de fatores de crescimento
à deposição de gordura no fígado semelhantes à insulina (IGFs)
- O hormônio do crescimento reduz a utilização - A principal somatomedina é a somatomedina
dos carboidratos -> diminuição da captação C
de glicose pelos tecidos + aumento da - O hormônio do crescimento tem apenas
produção de glicose pelo fígado + aumento da ligação fraca com as proteínas plasmáticas
secreção de insulina no sangue -> é rapidamente liberado do
- O GH causa “resistência à insulina” = atenua sangue para os tecidos = GH tem ação curta
as ações da insulina para estimular a - Já a somatomedina C tem ligação forte com
captação e a utilização da glicose pelos uma proteína transportadora no sangue ->
musculoesqueléticos e pelo tecido adiposo e liberada lentamente do sangue para os
para inibir a gliconeogênese (produção de tecidos = Somatomedina C tem ação
glicose) pelo fígado = efeitos diabetogênicos prolongada
Regulação da Secreção do Hormônio consideravelmente e permite que a maior parte
do Crescimento da água seja reabsorvida
O GH tem padrão da secreção pulsátil - O ADH age na célula se ligando aos
receptores de membrana que ativam a adenilil
Os principais estímulos para sua secreção são: ciclase
- jejum, especialmente com deficiência grave de - Os líquidos corporais concentrados estimulam
proteínas os núcleos supraópticos, e os líquidos diluídos
- hipoglicemia ou baixa concentração de ácidos os inibem.
graxos no sangue - Um dos estímulos para uma secreção intensa
- Exercício ou trauma; de ADH é a baixa volemia
- Liberação de grelina pelo estômago antes das
refeições
HORMÔNIO OCITOCINA

Sob condições agudas, a hipoglicemia é o


O hormônio ocitocina estimula a contração do
estimulante mais potente da para secreção do GH
útero grávido auxiliando no processo do parto e
enquanto em condições crônicas a influência maior
desempenha papel especialmente importante na
se dá pela depleção de proteínas.
lactação
Lactação
A secreção do GH é controlada por dois fatores - O estímulo da sucção no mamilo provoca a
secretados no hipotálamo e, em seguida,
transmissão de sinais por nervos sensoriais
transportados para a hipófise anterior pelos vasos
para os neurônios ocitocinérgicos nos núcleos
portais hipotalâmico- hipofisários paraventricular e supraópticos no hipotálamo,
1- Hormônio liberador do hormônio do crescimento o que leva à liberação da ocitocina pela
(GHRH) : estimula a secreção do GH ao ligar-se a hipófise posterior
receptores específicos de membrana celular da - A ocitocina é, então, transportada pelo
hipófise -> sistema da adenilil ciclase sangue para as mamas, onde provoca a
contração das células mioepiteliais dos
2- Hormônio inibidor do hormônio do crescimento
alvéolos das glândulas mamárias= ejeção do
(somatostatina)
leite

HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO /ADH

- Na ausência de ADH, os túbulos e ductos


coletores ficam quase impermeáveis à água, o
que impede sua reabsorção significativa
- Na presença de ADH, a permeabilidade dos
ductos e túbulos coletores au menta
Capítulo 77 Guyton
Larissa Rodrigues ATM 281 UFPel

Hormônios da tireóide

- A tireóide secreta dois hormônios principais: IODO E TIREÓIDE


tiroxina (T4) e a tri-iodotironina (T3)
- A tireoide também secreta calcitonina= O iodo é necessário para formação da tiroxina.
envolvido no metabolismo do cálcio - Iodetos ingeridos na alimentação sã o
- A secreção tireoidiana é controlada pelo absorvidos pelo TGI. A maior parte é excretada
hormônio tireoestimulante (TSH), secretado na urina, e uma porção é enviada à tireóide para
pela hipófise anterior. síntese hormonal.
- Dos hormônios metabolicamente ativos Captação de iodeto
secretados pela tireóide, 93% é tiroxina e É o processo de concentração do iodeto na célula
7% triiodotironina -> toda tiroxina é - Na membra na basolatera l das célu las
convertida em tri-iodotironina nos tecidos tireoidianas ocorre o bombeamento ativo de
- T3 e T4 tem mesma função, mas possuem iodeto o para o interior da célula em um
diferentes velocidades e intensidades de ação cotransporte com o sódio (um iodeto + 2 sódio)
= T3 é 4x mais potente que T4, mas está - O contransporte sódio-iodeto depende do
presente em menor quantidade e por curto gradiente de concentração gerado pela bomba
tempo. de sódio-potássio adenosina trifosfatase
(ATPase), que permite uma baixa concentração
ANATOMIA DA TIREÓIDE
de sódio intracelular e um gradiente de difusão

- facilitada para dentro da célula.


A tireoide é composta por folículos fechados
e revestidos por células epiteliais cuboide
Observação
contendo coloide. O principal componente do
coloide é a tireoglobulina.
- a captação de iodeto é influenciada pelo TSH
- (estimula a atividade da bomba de iodeto nas
A tireoide contém também células C, que
células tireoidianas)
secretam calcitonina
- O iodeto é transportado para fora das células
da tireoide pela membrana apical para o folículo,
por meio de molécula contratransportadora de
íons cloreto-iodeto, chamada pendrina.

TIREOGLOBULINA

- As células da tireoide sintetizam e secretam


para os folículos a glicoproteína tireoglobulina
- Cada molécula de tireoglobulina contém
aminoácidos tirosina que atuam como
substratos para o iodo formando os hormônios - O principal produto hormonal da reação de
tireoidianos =se formam no interior da acoplamento é a molécula tiroxina = formada
molécula de tireoglobulina. pela união de duas moléculas de di-iodotirosina
- Os hormônios T3 e T4 são formados a partir -> permanece como parte da molécula de
dos aminoácidos tirosina e formam parte da tireoglobulina
molécula de tireoglobulina durante a síntese dos - A tri-iodotironina é formada pela união de uma
hormônios tireoidianos molécula de monoiodotirosina com uma de di-
iodotirosina

4- armazenamento da tireoglobulina
Ao final da síntese dos hormônios tireoidianos,
cada molécula de tireoglobulina contém cerca de
30 moléculas de tiroxina e algumas de tri-
iodotironina que ficam armazenados nos folículos

SECREÇÃO DE T3/T4

Os hormônios antes de serem secretados na


corrente sanguínea precisam ser clivados da
molécula de tireoglobulina. Esse processos de
clivagem ocorre da seguinte forma:
- A superfície apical das células da tireoide emite
SÍNTESE DE T3/T4
pseudópodos, que cercam porções do coloide
formando vesículas pinocíticas
1- oxidação iodeto
- Lisossomos no citoplasma celular se fundem
Conversão dos íons iodeto para a forma oxidada
com as vesículas para formar vesículas
de iodo. Essa oxidação é feita pela enzima
digestivas
peroxidase+ peróxido de hidrogênio que localizam-
- P rote a ses d ig e re m a s m o l é c u l a s d e
se na membrana apical da célula
tireoglobulina e liberam tiroxina e tri-iodotironina
em sua forma livre no citoplasma da célula.
2- Iodização da Tirosina
- Os hormônios. Livres se difundem pela base da
Ocorre a ligação do iodo com a molécla de
célula tireoidiana para os capilares adjacentes.
tireoglobulina=organificação da tireoglobulina

3- síntese dos hormônios tireoidianas


- A tirosina é iodada para monoiodotirosina e
depois para di-iodotirosina->cada vez mais
resíduos de iodotirosina se acoplam uns aos
outros
TRANSPORTE DE T3/T4 PARA OS TECIDOS FUNÇÕES DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS

- Ao serem liberadas no sangue, T3 E T4 se - O efeito geral dos hormônios tireoidianos


combinam com proteínas plasmáticas consiste em ativar a transcrição nuclear de grande
sintetizadas pelo fígado = globulina de ligação número de genes = aumento generalizado da
de tiroxina > pré-albumina de ligação de atividade funcional de todo o organismo.
tiroxina > albumina.
- T3 e T4 possuem alta afinidade pelas
proteínas plasmáticas sendo liberadas de
lentamente para os tecidos alvo.
- Nas células, T3 e T4 também se ligam à
proteínas citoplasmáticas. A ligação da
tiroxina é mais forte que a da tri- iodotironina.

AÇÃO DO T3/T4 NOS TECIDOS

- Os hormônios da tireóide possuem um longo


período de latência = 2 a 3 dias para início
da ação
- Uma vez que a atividade se inicia, ela aumenta
progressivamente, até atingir um máximo em
10 a 12 dias
- Sua atividade declina com uma meia-vida de
cerca de 15 dias. Parte da atividade persiste
por 6 semanas a 2 meses.
- As ações de T3 são cerca de quatro vezes
1- A maior parte da tiroxina secretada pela
mais rápidas que as de T4
tireoide é convertida em tri-iodotironina
- Antes de agir nos genes, um átomo de iodo é
removido da tiroxina, formando tri-iodotironina.
- Os receptores intracelulares de hormônio
tireoidiano têm afinidade mais alta com a tri-
iodotironina.

2- Os hormônios tireoidianos ativam


receptores nucleares
- Os receptores de hormônio tireoidiano estão
ligados às fitas genéticas de DNA
- Os receptores ativados pós ligação do
hormônio iniciam o processo de transcrição,
formando um diferentes tipos de RNA
mensage iro que são traduzidos nos
ribossomos citoplasmáticos à novas proteínas
intracelulares.

3- Os hormônios tireoidianas aumentam a


atividade metabólica celular
- Aumentam o número e a atividade das
mitocôndrias
- + +
Aumentam a atividade da Na -K -ATPase =
potencializa o transporte de íons sódio e 6- Influenciam na atividade de outras
potássio através das membranas glândulas endócrinas a taxa metabólica basal
Aumentam a secreção de várias outras glândulas
endócrinas, mas ta mbém a u m enta m as
4- Atuam no metabolismo de
necessidades teciduais pelos hormônios.
macromoléculas
4.1- Carboidratos REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE T3 E T4
Estimulam a captação rápida de glicose pelas
células, o aumento da glicólise, da gliconeogênese, 1- Hipotálamo
da absorção pelo trato gastrointestinal e a - O hormônio liberador de tireotropina (TRH) é
secreção de insulina secretado por terminações nervosas na
eminência mediana do hipotálamo
4.2- Lipídeos - O TRH é transportado para a hipófise anterior
- Estimulam a mobilização dos lipídios partir do pelo sangue portal hipotalâmico-hipofisário
tecido adiposo, reduzindo os acúmulos de - O TRH se liga à receptores de TRH na
gordura teciduais e aumentam a concentração membrana das células hipofisárias ativando o
de ácidos graxos livres no plasma acelerando sistema de segundo mensageiro da fosfolipase C
sua oxidação pelas células -> íons cálcio e diacilglicerol
- Reduz as concentrações de colesterol,
fosfolipídios e triglicerídeos no plasma -> reduz 2- Hipófise
a concentração plasmática de colesterol por O TSH liberado pela da hipófise anterior se liga
aumento da secreção de colesterol na bile aos seus receptores específicos na superfície da
membrana basal das células tireoidianas->
ativação do sistema adenilil ciclase= aumento
5- Aumentam a taxa metabólica basal
imediato da secreção de hormônios tireoidianos e o
Aumentam o metabolismo médio basal de 60% a
crescimento prolongado do próprio tecido
100%
glandular.
DOENÇAS TIREOIDIANAS

O TSH tem como ação na tireóide: Hipertireoidismo


- Aumento da proteólise da tireoglobulina já Causas: Bócio Tóxico, Tireotoxicose, Doença de
armazenada nos folículos Graves
- Aumento da atividade da bomba de iodeto que Sintomas: estado de alta excitabilidade, exoftalmia,
aumenta a “captação de iodeto” pelas células intolerância ao ca lor,
glandulares redução da sudorese, perda
- Aumento da iodização da tirosina de peso ligeira a extrema,
- Aumento do tamanho e da atividade secretora fra q u e za m u s c u l a r ,
das células tireoidianas. nervosismo ou outros
- Aumento do número de células tireoidianas t ra n sto r n os ps í q u ic o ,
fa d i g a ext re ma ,
acompanhada de insônia
3- Regulação da secreção via Feedback
negativo
A elevação do hormônio tireoidiano nos líquidos Hipotireoidismo
corporais reduz a secreção de TSH pela hipófise
anterior -> a inibição ocorre por efeito direto do Causas: doença de Hashimoto, tireoidite, bócio
hormônio tireoidiano na hipófise anterior coloide endêmico, bócio coloide idiopático,
destruição da tireoide por radiação ou remoção
cirúrgica da glândula
Sintomas: fadiga e sonolência
extrema, extrema lentidão muscular,
ocasionalmente aumento de peso,
lentidão mental, insuficiência de
m u ita s fu n ç õ es t r ó fic a s d o
organismo, e, em casos graves, de
aparência edematosa em todo o
corpo, chamada mixedema.
Cap 78 Guyton
Larissa Rodrigues ATM 281 UFPel

Hormônios Adrenocorticais
Apresentam efeitos adicionais nos metabolismos
GLÂNDULAS ADRENAIS proteico e lipídico.
- A aldosterona é o principal mineralocorticoide,
Cada glândula adrenal possui duas regiões: medula
e o cortisol o principal glicocorticoide.
adrenal e o córtex adrenal.
- Medula (20% centrais): relacionada ao Síntese e Secreção de Adrenocorticóides
s istema nervoso s im pático-> secreta
O córtex da adrenal possui 3 camadas:
catecolaminas = epinefrina e norepinefrina
- Zona glomerulosa: 15% do córtex.
- Córtex: secreta os hormônios corticosteróides
Secreção de aldosterona porque contêm a
(derivados do colesterol)
enzima aldosterona sintase. Secreção
controlada pelas concentrações no LEC de
angiotensina II e de potássio (estimulam a
secreção de aldosterona)
- Zona fasciculada: 75% do córtex . Secreta
os glicocorticoides (cortisol e corticosterona)
e androgênios e estrogênios adrenais. A
secreção é controlada pelo eixo hipotalâmico-
h i p of is á r io p o r m e io d o h o r m ô n io
adrenocorticotrópico (ACTH).
- Zona reticular: secreta os androgênios
adrenais (desidroepiandrosterona (DHEA) e
androstenediona), estrogênios e alguns
glicocorticoides. Regulação dada pelo o
ACTH e pelo hormônio estimulante do
CORTICOSTERÓIDES androgênio cortical (hipófise)
- Secretados pelo córtex adrenal
- Dois tipos principais: mineralocorticoides e Observações
glicocorticoides - As secreções de aldosterona e cortisol são
- Ta mbém secreta hormônios sexua is= reguladas por mecanismos independentes.
hormônios androgênicos (efeitos iguais à - 90% a 95% do cortisol plasmático liga-se a
testosterona) proteínas plasmáticas (globulina ligadora de
- Os mineralocorticoides afetam os eletrólitos cortisol/ transcortina> albumina)
dos líquidos extracelulares, principalmente - A ligação dos esteroides adrenais às
sódio e potássio. proteínas plasmáticas pode servir como
- O s g l i c o c o rt i c o i d e s a u m e n ta m a reservatório para diminuir as rápidas
concentração sanguínea de glicose e
flutuações nas concentrações de hormônios - A secreção excessiva de aldosterona gera
livres redução da concentração plasmática de
- Quando entra na célula, o colesterol é potássio= hipocalemia.
transportado para as mitocôndrias onde é - A aldosterona provoca a secreção de íons
clivado pela enzima colesterol desmolase, hidrogênio em troca por potássio nas células
formando pregnenolona. intercaladas dos túbulos corticais = diminui a
- Os esteroides adrenais são degradados, concentração de íon hidrogênio no LEC=
principalmente, pelo fígado alcalose metabólica.
- A aldosterona aumenta a reabsorção de cloreto
FUNÇÕES DOS MINERALOCORTICÓIDES de sódio e a secreção de potássio nas glândulas
sudoríparas e salivares e estimula a secreção
aldosterona de potássio e o bicarbonato.
- A aldosterona é o principal mineralocorticoide
secretado pelas adrenais= exerce cerca de Mecanismo da Ação da Aldosterona
90% de toda a atividade mineralocorticoide (Ação genômica)
- A atividade mineralocorticoide da aldosterona é 1. A aldosterona se difunde para o interior das
aproximadamente 3.000 vezes maior que a do células epiteliais tubulares (é lipossolúvel)
cortisol, embora o cortisol esteja em maior 2. A aldosterona se combina a receptores
quantidade no plasma m i n e ra l o c o rt ic o i d es ( M R ) p rote ic o s
localizados no citoplasma
Efeitos da Aldosterona
3. O complexo aldosterona-receptor se difunde
- Aumenta a reabsorção de sódio e secreção de
para o núcleo= induz a produção de RNA
potássio pelas células epiteliais tubulares renais
mensageiro (mRNA) relacionados ao processo
(células principais) e, em menor quantidade, nos
de transporte de sódio e potássio.
túbulos distais e ductos coletores.
4. mRNA difunde-se de volta ao citoplasma
- Embora a aldosterona provoque um potente
iniciando a síntese de proteínas (enzimas e
efeito na redução da excreção renal de sódio, a
proteínas de transporte de membrana)
concentração desse elemento no LEC, aumenta
pouco = isso ocorrer porque ao reabsorver A aldosterona não apresenta efeito imediato
sódio, ocorre reabsorção simultânea de água importante no transporte de sódio. Esse efeito
- "Escape de aldosterona" = liberação excessiva somente ocorre após a sequência de eventos que
de aldosterona leva á retenção de sódio água, leva à formação de substâncias intracelulares
aumentando a volemia e a pressão arterial. A específicas necessárias para o transporte.
elevação da pressão arterial, então, aumenta a
excreção renal de sódio e água o que normaliza
Regulação da Secreção da Aldosterona
o débito renal de sódio e água, apesar do
1. A elevação da concentração de íons potássio
excesso de aldosterona
no líquido extracelular aumenta a secreção de
aldosterona.
2. A elevação da concentração de angiotensina II - O efeito global do cortisol é o aumento na
n o l í q u i d o ext ra c e l u l a r a u m e n ta produção de glicose pelo fígado.
acentuadamente a secreção de aldosterona.
3. A elevação da concentração de íons sódio no Redução da Utilização Celular de Glicose
líquido extracelular reduz muito pouco a - Gera dim inu ição da tra nslocação dos
secreção de aldosterona. transportadores de glicose GLUT 4 para a
4. O ACTH formado pela hipófise anterior é membrana celular= resistência à insulina
necessário para a secreção de aldosterona,
mas tem pequeno efeito no controle da Tanto o aumento da gliconeogênese quanto a
secreção. redução de utilização da glicose provocam a
elevação da concentração sanguínea de glicose=
Desses fatores, a concentração de íons potássio e estimula a secreção de insulina
o sistema renina- angiotensina são os mais
importantes na regulação da secreção de Influência no metabolismo de proteínas
aldosterona - Promove redução dos depósitos de proteínas
em todas as células corporais (exceto no
FUNÇÕES DOS GLICOCORTICÓIDES fígado) por diminuição da síntese e aumento
Cortisol do catabolismo das proteínas
9 5 % d a s s e c r e ç õ e s a d r e n o c o rt i c a i s - O cortisol aumenta as concentrações
correspondem à secreção de cortiso l/ plasmáticas e hepáticas de proteínas =
hidrocortisona e 5% é produção de corticosterona. estimula o transporte de aminoácidos para as
células hepáticas e a produção de enzimas
Efeitos do Cortisol hepáticas necessárias para a síntese proteica.
Influência no metabolismo de carboidratos
Estímulo à Gliconeogênese Influência no metabolismo de lipídeos
- Estimula a formação de carboidratos a partir de - o cortisol mobiliza os ácidos graxos do tecido
substâncias não glicídicas. adiposo= eleva a concentração de ácidos
- O cortisol aumenta as enzimas necessárias graxos livres no plasma = aumenta sua
para a conversão de aminoácidos em glicose utilização para a geração de energia-> "O
pelas células hepáticas por ativação da cortisol exerce efeito direto no aumento da
transcrição de DNA nos núcleos das células oxidação de ácidos graxos nas células.”
hepáticas
- O cortisol provoca a mob ilização de Influência nos processos inflamatórios
aminoácidos a partir dos tecidos extra- Estresse físico ou neurogênico provoca aumento
hepáticos, principalmente dos músculos. acentuado da secreção de ACTH pela hipófise
- O cortisol antagoniza os efeitos da insulina para anterior -> minutos aumento da secreção
inibir a gliconeogênese no fígado. adrenocortical de cortisol.
Exemplos: Trauma, infecção, calor/frio intensos, Mecanismo da Ação do Cortisol
injeção de norepinefrina e outros fármacos (Ação genômica)
simpatomiméticos, cirurgia. 1. O cortisol se difunde para o interior das
células-alvo
Efeitos Anti-inflamatórios 2. O cortisol liga-se a seu receptor proteico no
A secreção de grandes quantidade de cortisol citoplasma, indo para o núcleo.
exerce dois efeitos anti-inflamatórios: o bloqueio 3. O complexo hormônio-receptor interage com
dos estágios iniciais do processo inflamatório ou, sequências regulatórias específicas do DNA
se a inflamação já se iniciou, a rápida resolução da (elementos de resposta a glicocorticoides)
inflamação e o aumento da velocidade da induzindo ou reprimindo a transcrição gênica.
regeneração.
- O cortisol estabiliza as membranas dos
Regulação da Secreção do Cortisol
lisossomos: torna muito mais difícil a ruptura
Sua secreção é controlada quase inteiramente pelo
das membranas dos lisossomos intracelulares.
ACTH secretado pela hipófise anterior.
- O cortisol reduz a permeabilidade dos capilares
= impede a perda de plasma para os tecidos.
1. O fator liberador de corticotropina é
- O cortisol reduz a migração de leucócitos para
secretado no plexo capilar primário do
a área inflamada e a fagocitose das células
sistema portal hipofisário, na eminência
lesadas devido a diminuição da formação de
mediana do hipotálamo etransportado para
prostaglandinas e leucotrienos
a hipófise anterior, onde induz a secreção
- O cortisol suprime o sistema imunológico,
de ACTH.
reduzindo acentuadamente a reprodução de
2. ACTH nas células adrenocorticais ativa da
linfócitos.
adenilil ciclase na membrana celular= induz
- O cortisol atenua a febre, principalmente por
a formação de AMPc no citoplasma
reduzir a liberação de interleucina 1 a partir dos
celular= ativa as enzimas intracelulares que
leucócitos (um dos principais estimuladores do
causam a formação dos hormônios
s iste ma d e c o nt ro l e h i p ota l â m ic o da
adrenocorticais.
temperatura)
- O cortisol auxilia na resolução da inflamação
Observações
por estimular a mobilização de aminoácidos e
- A proteina cinase A gera a conversão inicial do
para reparar os tecidos lesados, estímula a
colesterol em pregnenolona. Essa é a “etapa
gliconeogênese que disponib iliza ma ior
limitante” da produção de todos os hormônios
quantidade de glicose nos sistemas metabólicos,
adrenocorticais.
produz maior disponibilidade de ácidos graxos
- O cortisol apresenta efeitos de feedback
para a produção de energia celular e inativa/
negativo direto no hipotálamo, reduzindo a
remove produtos inflamatórios.
formação de FLC; e na hipófise anterior,
reduzindo a formação de ACTH.
Ritmo Circadiano da Secreção de
Glicocorticoides
As intensidades secretoras do FLC, do ACTH e
do cortisol são altas no início da manhã, mas
baixas no final da noite.Esse efeito resulta de uma
alteração cíclica de 24 horas nos sinais do
hipotálamo que provocam a secreção de cortisol.
Capítulo 79 Guyton Larissa Rodrigues ATM 281 UFPel

Insulina e glucagon
PÂNCREAS 4- A insulina e o peptídeo C
são revestidos nos grânulos
Secreta dois hormônios importantes insulina e
secretores e secretados em
glucagon que atuam na regulação do metabolismo
quantidades equimolares sem
da glicose, dos lipídios e das proteínas.
atividade insulínica.

Insulina e glucagon são sintetizados nas ilhotas de


Langerhans que possuem 3 tipos celulares: Ativação dos receptores
- Células alfa (25%): secretam glucagon nas células-alvo
- Células beta (60%): secretam insulina A insulina circula quase
- Células delta (10%): secretam somatostatina inteiramente em sua forma
l iv re , te n d o m e ia - v i da
plasmática é de 6 minutos e
endo degradada por insulinases (maioria hepática)
Receptor para insulina
- Formado por 4 subunidades: duas subunidades
alfa no lado externo da membrana e duas
subunidades beta transmembrana.
- Insulina se acopla às subunidades alfa,
subunidades beta são autofosforiladas
juntamente com outras enzimas intracelulares =
INSULINA IRS (diferentes IRS expressas em diferentes
A insulina é uma proteína pequena sintetizada nas tecidos).
células beta das ilhotas de La ngerha ns
pancreáticas, tendo suas etapas de formação: Efeitos da estimulação dos
1- RNAm sintetizza proteína chamada de pré- receptores da insulina
proinsulina - Aumento da captação celular de glicose: glicose
2- Pré-proinsulina é clivada no retículo transportada para as células é fosforilada e se
endoplasmático para formar a proinsulina que transforma em substrato para todas as funções
consiste em três cadeias de peptídeos, A, B e C. metabólicas usuais dos carboidratos.
3- No. Golgi ocorre uma nova clivagem para - A membrana celular fica mais permeável a
formar insulina composta pelas cadeias A e B, aminoácidos, a íons potássio e fosfato
conectadas por ligações dissulfeto e peptídeo - Alteração do estado de fosforilação das
cadeia C, denominado peptídeo conector (peptídeo enzimas intracelulares
C).
3- Promove a captação, armazenamento e
utilização da glicose pelo fígado
- A insulina inativa a fosforilase hepática,
impedindo a clivagem do glicogênio armazenado
nas células hepáticas.
- A insulina aumenta a atividade da enzima
glicocinase que fosforila a glicose permitindo
sua difusão para as células hepáticas =
promove o aumento da captação de glicose do
sangue pelas células hepáticas
- A insulina aumenta as atividades das enzimas
que promovem a síntese de glicogênio como a
glicogênio sintase

A insulina aumenta o transporte e a utilização da


glicose pela maioria das células do organismo (com
Efeitos da insulina no exceção da maior parte dos neurônios)
metabolismo de carboidratos
4- Promove a conversão do excesso de
1- Promove captação e metabolismo da
glicose em ácido graxo
glicose nos músculos
- Quando a quantidade de glicose, que penetra as
- Durante o repouso, a membrana celular é pouco
células hepáticas é maior do que a que pode ser
permeável à glicose fazendo com que o tecido
armazenada sob a forma de glicogênio ou do
muscular dependa não só da glicose, mas
que pode ser utilizada para o metabolismo local
também dos ácidos graxos para gerar energia.
dos hepatócitos, a insulina promove a conversão
- Durante o exercício ou na utilização muscular
de todo esse excesso de glicose em ácidos
após refeição, a concentração de glicose
graxos.
sangue se eleva gerando alta secreção de
- Os ácidos graxos são empacotados na forma
insulina pelo pâncreas -> insulina transporta
de triglicerídeos e transportados pelo sangue
moléculas de glicose para as células musculares
para o tecido adiposo, onde são depositados
que passam a usar preferencialmente glicose
como gordura.
para gerar energia.

5- Inibe a gliconeogênese hepática


2- Estimula o armazenamento de glicose no
A insulina reduz a liberação de aminoácidos dos
músculo
músculos e de outros tecidos extra-hepáticos
- Toda glicose enviada às células musculares que
diminuindo sua disponibilidade para síntese de
não é usada para gerar energia é então
enzimas hepáticas necessárias ao processo de
armazenada sob forma de glicogênio
gliconeogênese
Observações e nz i m a l i p o p ro t e í n a q u e q u e b ra os
1- A glicose é liberada do fígado entre as triglicerídeos, formando outra vez ácidos graxos
refeições para que possam ser absorvidos pelas células
1- A redução da glicose sanguínea faz com que o adiposa. Nas células adiposas são novamente
pâncreas reduza sua secreção de insulina convertidos a trig l icerídeos e então
2- A ausência de insulina interrompe a síntese de armazenados.
glicogênio no fígado e impede a captação adicional
da glicose Na ausência de insulina temos como resultado:
3- A ausência de insulina ativa a enzima 1- Aumento da concentração de ácidos
fosforilase, que causa a clivagem do glicogênio em graxos no sangue
glicose fosfato. - Na ausência de insulina, a enzima lipase
4- A enzima glicose fosfatase, inibida pela insulina, hormônio-sensível nas células adiposas fica
é então ativada pela ausência de insulina e faz com ativada, levando à hidrólise dos triglicerídeos
que o radical fosfato seja retirado da glicose= armazenados e liberando ácidos graxos e
glicose se difunde de volta para o sangue. glicerol no sangue.

2- Relação entre insulina e a captação de 2- Aumento da concentração de colesterol e


glicose pelo cérebro fosfolipídeos plasmáticos
A insulina apresenta pouco efeito na captação ou - O excesso de ácidos graxos no plasma,
utilização da glicose no cérebro, pois as células associado à deficiência de insulina, também
neurais são permeável à glicose e pode utilizá-la promove a conversão hepática de alguns ácidos
sem a intermediação da insulina. graxos em fosfolipídios e colesterol

Efeitos da insulina no 3- Cetose e acidose


metabolismo de Gorduras - Na ausência de insulina, mas, na presença de

1- Promove síntese e armazenamento de grande quantidade de ácidos graxos nas

gorduras -> atua como um “poupador de células hepáticas, o transporte de ácidos

gordura" graxos para as mitocôndrias, fica ativado.

A insulina exerce diversos efeitos que levam ao - Nas mitocôndrias, a betaoxidação dos ácidos

armazenamento das gorduras no tecido adiposo: graxos libera acetil-CoA que é convertida à
- aumenta a utilização da glicose pela maioria dos ácido acetoacético que é liberado no sangue

tecidos do corpo, o que automaticamente reduz circulante-> estado de acidose

a utilização da gordura - Parte do ácido acético é convertido em ácido


- Promove a síntese de ácidos graxos em sua b-h idrox ib utírico e acetona= corpos
quase totalidade pelo fígado. Os ácidos graxos cetônicos= cetose

são transportados do fígado pelas lipoproteínas


plasmáticas.Quando chega no tecido adiposo, a
Efeitos da insulina no 4. O fechamento dos canais de potássio
metabolismo de proteínas despolariza a membrana celular, abrindo os
1- promove síntese e armazenamento de canais de cálcio dependentes de voltagem
proteínas 5. O influxo de cálcio, que estimula a fusão das
- A insulina estimula o transporte de muitos dos vesículas que contêm insulina, com a
aminoácidos para as células membrana celular e a secreção da insulina,
- A insulina aumenta os processos de tradução no líquido extracelular por meio de exocitose.
do RNA mensageiro, formando novas
proteínas.
- a insulina também aumenta a transcrição de
sequências genéticas formando, assim,
quantidade aumentada de RNA e síntese ainda
maior de proteínas
- A insulina inibe o catabolismo das proteínas
- No fígado, a insulina deprime a
gliconeogênese:os substratos mais utilizados
na síntese de glicose pela gliconeogênese são
os aminoácidos plasmáticos, essa supressão
da gliconeogênese conserva os aminoácidos
nas reservas de proteínas do corpo.
Controle da secreção da insulina
- O aumento da glicose sanguínea estimula a
2- atua em conjunto com o GH para secreção de insulina

promover o crescimento
- A secreção de insulina também pode ser
Os dois hormônios funcionam de modo sinérgico estimulada por aminoácidos (lisina e arginina),

atuando na captação celular de diferente de hormônios gastrointestinais (gastrina, secreta,

aminoácidos, todos necessários para que ocorra o GLP-1 e GIP / peptídeo insulinotrópico

crescimento. dependente de glicose).

Mecanismos de secreção da insulina Mecanismo de Feedback Glicose-Insulina


1. O aumento da concentração sanguínea de Qualquer elevação da glicose sanguínea aumenta a
glicose faz com que haja influxo de glicose secreção de insulina, e a insulina, por sua vez,
para células betapancreáticas que pelos aumenta o transporte da glicose para o fígado,
transportadores de glicose da membrana para os músculos e para outras células, reduzindo,
2. Uma vez nas células, a glicose é fosforilada consequentemente, a
pela glicocinase em glicose-6-fosfato. concentração
3. A glicose-6-fosfato é oxidada, formando plasmática da glicose
ATP que inibe os canais de potássio de volta até o seu
sensíveis ao ATP da célula. valor normal.
GLUCAGON
O glucagon é secretado pelas células alfa das Regulação da secreção do glucagon.
ilhotas de Langerhans quando a concentração da - A concentração da glicose sanguínea é o fator
glicose sanguínea cai tendo como função principal mais potente que controla a secreção do
o aumento da concentração da glicose sanguínea glucagon.
(efeito oposto ao da insulina) - Concentrações elevadas de
aminoácidos, estimulam a
secreção do glucagon.
Efeitos do glucagon no
metabolismo da glicose
1- Promove a glicogenólise e aumenta a
concentração de glicose sanguínea SOMATOSTATINA
- Glucagon ativa a adenilil ciclase na membrana
da célula hepática. - As células delta das ilhotas de Langerhans
- Essa ativação leva à formação de monofosfato secretam o hormônio somatostatina
cíclico de adenosina. - Quase todos os fatores relacionados à ingestão
- Que ativa a proteína reguladora da proteína de alimentos estimulam a secreção de
cinase; somatostatina: glicose sanguínea aumentada,
- Que ativa a proteína cinase. aminoácidos aumentados, ácidos graxos
- Que ativa a fosforilase cinase b. aumentados e concentrações elevadas de
- Que converte a fosforilase b em fosforilase a. hormônios gastrointestinais
- Que promove a degradação do glicogênio em - A somatostatina age localmente nas próprias
glicose-1-fosfato. ilhotas de Langerhans para deprimir a secreção
- Que é, então, desfosforilada, e a glicose é de insulina e de glucagon.
liberada das células hepáticas. - o principal papel da somatostatina é prolongar o
tempo em que os nutrientes alimentares são
2- Aumenta a gliconeogênese assimilados pelo sangue de deprimir a secreção
Aumenta a captação de aminoácidos pelas células da insulina e do glucagon reduzindo a utilização
hepáticas e, então, converte muitos dos dos nutrientes absorvidos pelos tecidos
aminoácidos em glicose por gliconeogênese.
DIABETES MELITO

3- Outros efeitos do glucagon Existem dois tipos gerais de diabetes melito:


- Ativa a lipase das célu las adiposas, 1. Diabetes tipo 1/diabetes melito dependente de
disponibilizando quantidades aumentadas de insulina: ocasionado pela ausência de secreção de
ácidos graxos para os sistemas de energia do insulina.
organismo. 2. Diabetes tipo 2/ diabetes melito não
- Inibe o armazenamento de triglicerídeos no dependente de insulina: provocado pela diminuição
fígado da sensibilidade dos tecidos-alvo ao efeito
metabólico da insulina= resistência insulínica
Capítulo 80 Guyton Larissa Rodrigues ATM 281 UFPel

Metabolismo do cálcio, fosfato e vitamina d

REGULAÇÃO CÁLCIO E FOSFATO Fosfato inorgânico nos líquidos


extracelulares
- A concentração de cálcio no líquido extracelular O fosfato inorgânico no plasma se encontra sob
tem valor normal em torno de 9,4 mg/dL forma de HPO4−2 ou de H2 PO4−1 sendo a primeira
aumentos da concentração deste elemento encontrada em maior quantidade
iônico acima do normal (hipercalcemia) - quando o pH do meio extracelular fica mais
provocam depressão progressiva do sistema ácido, há aumento e declínio relativos em
nervoso, enquanto a diminuição dessa H2 PO4−1 e HPO4−2 respectivamente, enquanto
concentração (hipocalcemia) causa mais ocorre o oposto quando esse meio fica alcalino.
excitação desse sistema.
- 0,1% do cálcio encontra-se no líquido Efeitos fisiológicos não ósseos das
extracelular, 1% nas células e organelas, e o
alterações da concentração de cálcio e
restante é armazenado nos ossos.
fosfatos
- 85% do fosfato corporal se encontram
1- A hipocalcemia causa excitação do sistema
armazenados nos ossos, 14% a 15% nas
nervoso e tetania
células e menos de 1% no líquido extracelular.
Quando a concentração de íons cálcio cai abaixo
do normal, o sistema nervoso fica mais excitável
Cálcio no plasma e líquido intersticial devido a uma maior permeabilidade da membrana
O cálcio no plasma está presente em três formas: aos íons sódio (desencadeiam potenciais de ação)
- 41% combinado às proteínas plasmáticas =
não é difusível através da membrana dos 2- A hipercalcemia causa depressão do
capilares sistema nervoso e da atividade muscular
- 9% combinado às substâncias aniônicas do Quando o nível de cálcio nos líquidos corporais se
plasma e líquidos intersticiais e não ionizado, eleva acima do normal, o sistema nervoso fica
mas difusíveis através da membrana dos deprimido, e as atividades reflexas do sistema
capilares nervoso central tornam-se lentificadas.
- 50% difusíveis através da membrana dos
capilares e ionizado Absorção e excreção de cálcio e fosfato
1- absorção intestinal e excreção fecal
- A vitamina D promove a absorção de cálcio
pelos intestinos -> 35% do cálcio ingerido é
absorvido. Quantidade adicional de cálcio chega
aos intestinos pelos sucos gastrointestinais->
90% da ingestão diária de cálcio é excretada
nas fezes
2- excreção renal de cálcio e fosfato Observações
Cálcio - A hidroxiapatita não consegue se precipitar nos
- 10% do cálcio ingerido é excretado na urina -> tecidos normais (exceto no osso) em função da
41% ligados às proteínas plasmáticas e não é presença do pirofosfato que atua como inibidor
filtrado pelos capilares glomerulares. O restante da cristalização dos sais de cálcio e fosfato
combinado aos ânions ou ionizado é filtrado
pelos glomérulos para os túbulos renais. 1. Intercâmbio do cálcio entre o osso e o
- 90% do cálcio no filtrado glomerular são LEC -> mecanismo de tamponamento do

reabsorvidos nos túbulos proximais, nas alças cálcio

de Henle e nos túbulos distais iniciais. Nos O aumento da concentração plasmática de cálcio

túbulos distais finais e nos ductos coletores induz a deposição óssea para diminuir sua

iniciais, a reabsorção remanescente é seletiva, concentração no plasma, enquanto a queda da sua

dependendo da concentração do cálcio iônico concentração indo retirada do cálcio depositado

no sangue. nos ossos em direção ao plasma para retornar as


Fosfato concentrações de cálcio no plasma aos níveis

A excreção renal do fosfato é controlada por um normais = cálcio intercambiável”

mecanismo de transbordamento:
- Concentração de fosfato no plasma baixa = 2. Deposição e reabsorção ósseas =

todo o fosfato no filtrado glomerular é remodelação óssea

reabsorvido, não ocorrendo qualquer perda - Os osteoblastos são os responsáveis pela


pela urina. deposição óssea e encontra m-se nas
- Concentração de fosfato no plasma alta = a superfícies externas dos ossos e nas cavidades

perda de fosfato é diretamente proporcional ósseas.

ao aumento adicional da concentração - Os osteoclastos são os responsáveis pela

plasmática reabsorção óssea sendo células fagocitárias


que liberam enzimas proteolíticas que dissolvem
Osso e sua relação com o cálcio e o a matriz orgânica e a dissolução dos sais
fosfato ósseos.
Ossos = matriz orgânica resistente + depósitos de - Os osteoblastos liberam osteoprotegerina
sais de cálcio (OPG) sendo um fator de inibição da
- Matriz orgânica: 90% a 95% de fibras osteoclastogênese que inibe a ressorção óssea.
colágenas e restante é substância fundamental
( l í q u i d o ex t ra c e l u l a r a c r e s c i d o d e Observações
proteoglicanos) - Exceto nos ossos em crescimento, a deposição
- Sais ósseos: principal deposição na forma de e a absorção ósseas costumam ser equivalentes
h idrox ia patita (sa l deca lco e fosfato entre si
combinados).
VITAMINA D

- A vitamina D aumenta a absorção de cálcio no Ações da vitamina D


trato intestinal e apresenta efeitos na deposição - Aumenta a absorção de cálcio e fosfato para o
e reabsorção ósseas líquido extracelular
- A vitamina D precisa passar por processos - Promove a absorção intestinal de cálcio =
metabólicos até assumir sua forma ativa =1,25- formação de calbindina, uma proteína ligante
di-hidroxicolecalciferol do cálcio, nas células epiteliais da borda em
escova intestinal
1- O Colecalciferol é formado na pele - Intensifica a absorção de fosfatos através do
A vitamina D3 /colecalciferol é produzida na pele epitélio intestinal
a partir do 7-desidrocolesterol modificado pelos - Aumenta a absorção de cálcio e fosfato pelas
raios ultravioleta provenientes do sol. células epiteliais dos túbulos renais e diminui
suas excreções na urina
2- O Colecalciferol é convertido em 25- - Intensificar a mineralização óssea
Hidroxicolecalciferol no fígado
O processo é restrito, já que o 25- PARATORMÔNIO
hidroxicolecalciferol apresenta efeito inibidor por
Controla as concentrações extracelulares de
feedback nas reações de conversão= impede a
cálcio e de fosfato, mediante redução da
ação excessiva da vitamina D, + conserva a
reabsorção intestinal, da excreção renal e do
vitamina D armazenada no fígado
intercâmbio desses íons entre o líquido extracelular
e o osso.
3- Formação do 1,25-Dihidroxicolecalciferol
nos rins
- A glândula paratireoide contém células
- Conversão do 25-hidroxicolecalciferol em 1,25- principais (ecretem grande parte do PTH) e
células oxifílicas (função desconhecida).
dihidroxicolecalciferol (forma mais ativa da
vitamina D,) nos túbulos proximais dos rins é
- O PTH aumenta a concentração plasmática de
cálcio por aumento da absorção de cálcio e de
mediana pelo paratormônio
- A concentração plasmática do 1,25-di- fosfato a partir do osso e diminuição da
excreção de cálcio pelos rins.
hidroxicolecalciferol é inversamente influenciada
pela concentração do cálcio no plasma =alta
- Grande parte do efeito do PTH em seus
órgãos-alvo é mediada pelo mecanismo de
concentração de cálcio iônico impede a
segundo mensageiro do monofosfato de
conversão em função da supressão da secreção
adenosina cíclico (AMPc)
do PTH

1- PTH mobiliza o cálcio e o fosfato dos ossos


A mobilização será em duas etapas: uma etapa
inicial rápida pela ativaçao de osteócitos e uma
segunda fase lenta pela indução à proliferação de
osteoclastos
2- O PTH diminui a excreção de cálcio e Em resumo, o PTH
aumenta a excreção de fosfato pelos rins - Estimula a ressorção óssea, levando à
- O PTH reduz a reabsorção tubular proximal liberação de cálcio para o líquido extracelular
dos íons fosfato e aumenta a reabsorção - Aumenta a reabsorção de cálcio e diminui a
tubular renal do cálcio, ao mesmo tempo em que reabsorção de fosfato pelos túbulos renais,
diminui a reabsorção de fosfato. levando à diminuição da excreção de cálcio e
- A absorção de cálcio ocorre nos túbulos distais ao aumento da excreção de fosfato
finais, nos túbulos coletores, nos ductos - É necessário para a conversão de 25-
coletores iniciais e, em menor escala, na alça h i d r ox i c o l e c a l c ife r o l e m 1 , 2 5 - d i -
ascendente de Henle. hidroxicolecalciferol, que, por sua vez,
aumenta a absorção de cálcio pelos intestinos.
3- O PTH aumenta a absorção intestinal de
cálcio e fosfato
CALCITONINA
O PTH intensifica a absorção de cálcio e fosfato
nos intestinos pelo aumento da vitamina D - Hormônio peptídico secretado pela tireoide
- Tende a diminuir a concentração plasmática
Controle da secreção de paratormônio do cálcio e, em geral, tem efeitos opostos aos
- Aumento da concentração do cálcio iônico do PTH (tem menor efeito quantitativo do que
acima do normal provocam diminuição da o paratormônio na regulação do cálcio)
atividade e do volume das glândulas - A síntese e a secreção da calcitonina ocorrem
paratireoides. nas células parafoliculares/ células C
- Alterações na concentração de íons de cálcio
no líquido extracelular são detectadas por um 1- O aumento da concentração plasmática do
receptor sensível ao cálcio nas membranas cálcio estimula a secreção de calcitonina
das células da paratireoide= receptor - O principal estímulo para a secreção de
acoplado à proteína G calcitonina é a elevação da concentração de
cálcio iônico no LEC

2- A Calcitonina diminui a concentração


plasmática do cálcio
- redução das atividades absortivas dos
osteoclastos = desvia o equilíbrio em favor da
deposição de cálcio
- diminuição da formação de novos osteoclasto =
redução nas atividades osteoclástica e
osteoblástica
3- A calcitonina tem fraco efeito sobre as
concentrações plasmáticas de cálcio em
adultos
Isso se deve por:
- qualquer redução inicial da concentração do
cálcio iônico, causada pela calcitonina, leva à
potente estimulação da secreção do PTH,
dentro de horas, o que acaba quase superando
o efeito da calcitonina.
- a intensidade diária de absorção e deposição do
cálcio no adulto é pequena e mesmo após o
retardo da velocidade de absorção pela
calcitonina, isso se reflete como efeito muito
leve na concentração plasmática do cálcio
iônico.
Capítulo 81 Guyton
Larissa Rodrigues ATM 281 UFPel

Hormônios masculinos e glândula pineal


1. Células germinativas primordiais migram para
As funções reprodutoras masculinas se dividem
os testículos e tornam-se células germinativas
em:Espermatogênese, desempenho do ato sexual e
imaturas (espermatogônia)-> se situam em
regulação das funções reprodutoras masculinas
duas ou três camadas das superfícies

ANATOMIA MASCULINA internas dos túbulos seminíferos


2. Na puberdade, as espermatogônias passam
- O testículo é composto por túbulos seminíferos por divisões mitóticas, proliferando e se
convolutos, onde é formado o esperma diferenciando continuamente
- O esperma é lançado no epidídimo que conduz 3. A espermatogônia é modificada para formar
ao canal deferente até entrar no corpo da os espermatócitos primários
próstata. 4. Os espermatócitos primários passam pela
- Duas vesículas seminais desembocam na primeira divisão meiótica para formar dois
terminação prostática. Seus conteúdos se unem espermatócitos secundários
aos das vesículas seminais e passam para o 5. Os espermatócitos secundários passam pela
ducto ejaculatório que segue no interior da segunda divisão meiótica para formar duas
próstata até desaguarem na uretra interna. espermátides que posteriormente entram em
- A uretra contém muco proveniente das p ro c esso d e es p e r m io g ê n ese se n d o
glândulas uretrais sendo as principais as modificadas até se transformarem em
glândulas bulbouretrais (glândulas de Cowper) espermatozóides.

ESPERMATOGÊNESE

A espermatogênese ocorre nos túb u los


seminíferos, como resultado da estimulação pelos
hormônios gonadotrópicos da glândula hipófise
anterior, começando, aproximadamente, aos 13
anos de idade
Espermiogênese 3. FSH: secretado pela hipófise anterior,
Processo de modificação das espermátides para estimula as células de Sertolia envolvidas
tornarem-se espermatozóides maduros no processo de espermiogênese
- Cada espermatozoide é composto por uma 4. Estrogênios: formados a partir da
cabeça e uma cauda. testosterona pelas células de Sertoli,
- Na cabeça temos o núcleo da célula e o estimuladas pelo FSH, essenciais para a
acrossomo que contém várias enzimas espermiogênese.
incluindo a hialuronidase enzimas proteolíticas 5. GH: controlar as funções metabólicas
- A cauda do esperma (flagelo) tem como basais dos testículos, promove a divisão
c o m p o n e ntes : es q u e l eto c e nt ra l ( 1 1 precoce das espermatogônias
microtúbulos =axonema),membrana celular
fina que recobre o axonema; e o conjunto de Maturação dos espermatozóides no
mitocôndrias que envolve o axonema na
epidídimo
porção proximal da cauda (corpo da cauda).
- No epidídimo, os espermatozóides são
- maturados = desenvolvem a capacidade de
A atividade do espermatozoide é aumentada
mobilidade
em meio neutro ou alcalino, mas é muito
deprimida em meio ligeiramente ácido.
- A maioria dos espermatozoides é estocada no
epidídimo, e uma pequena quantidade no canal
deferente.
- Nos locais de estocagem os espermatozóides
são mantidos em estado inativo= reprimidos por
substâncias inibitórias presentes nas secreções
dos ductos.
- As células de Sertoli e o epitélio do epidídimo
secretam líquido que é ejaculado junto com o
espermatozoide. Esse líquido contém hormônios,
enzimas e nutrientes essenciais para a
maturação dos espermatozoides.

Fatores hormonais envolvidos na Função das Vesículas Seminais


espermatogênese - As vesículas seminais possuem epitélio secretor
1. Testosterona: secretada pelas células de que secreta material mucoso contendo frutose,
L ey d ig ( i nte rst í c io d o test í c u l o ) , ácido cítrico, su bstâncias nutritivas,
crescimento e a divisão das células prostaglandinas e fibrinogênio.
germinativas. - Durante a ejaculação, cada vesícula seminal
2. LH: secretado pela hipófise anterior, esvazia seu conteúdo no ducto ejaculatório
estimula as células de Leydig a secretar aumentando o volume de sêmen
testosterona.
Função da Próstata - A membrana dos espermatozoides fica mais
- A próstata secreta o líquido prostático que permeável ao cálcio= a maior entrada de
contém cálcio, íon citrato, íon fosfato, uma cálcio no citosol do espermatozóide muda a
enzima de coagulação e uma pró-fibrinolisina. atividade do flagelo tornando o movimento
- O líquido prostático é levemente alcalino, mais intenso (movimento em chicote) além de
sendo importante para neutralizar a acidez alterar a membrana do acrossomo, tornando
dos outros líquidos sentados na ejaculação e possível a liberação rápida e fácil das enzimas
a acidez vaginal. pelo acrossomo na estrada da zona pelúcida
Sêmen do óvulo.
- O sêmen é composto por: líquido e Reação do acrossomo
espermatozoides do canal deferente (cerca de - Grande quantidade de enzimas proteolíticas e
10% do total), líquido das vesículas seminais de hialuronidase estão armazenadas no
(quase 60%), líquido da próstata (30%) e acrossomo do espermatozoide.
pequenas quantidades de líquido das glândulas - A hialuronidase despolimeriza os polímeros do
mucosas/glândulas bulbouretrais. ácido hialurônico que mantém juntas as
células granulosas ovarianas enquanto as
Os espermatozóides
enzimas proteolíticas digerem as proteínas das
- Sua atividade é mantida sob controle de
células teciduais do óvulo
fatores inibitórios secretados pelo epitélio do
- Quando o espermatozoide atinge a zona
ducto genital -> quando lançados inicialmente
pelúcida do óvulo ocorre ligação específica da
no sêmen são incapazes de fertilizar o óvulo.
cabeça do espermatozoide às proteínas da
- Ao entrar em contato com os líquidos do trato
zona pelúcia, o acrossomo se dissolve e libera
genital feminino, ocorrem múltiplas mudanças
suas enzimas.
que ativam o espermatozoide para os
- Alguns minutos após o espermatozoide ter
processos finais de fertilização =capacitação
penetrado a zona pelúcida os íons cálcio se
do espermatozoide
difundem através da membrana do oócito e
provocam a liberação de grânulos do oócito.
Capacitação do espermatozóide
Esses grânulos contêm substâncias que
- Os líquidos das trompas e do útero eliminam
impedem a ligação de espermatozoide
os fatores inibitórios que suprimem a
adicional
atividade dos espermatozoides
- No ductos genitais, os espermatozoides são
ATO SEXUAL MASCULINO
expostos à vesículas de colesterol. Quando na
vagina, ocorre o afastamento das moléculas - Glande: contém sistema de term ina is
d e c o l e ste ro l da p rox i m i da d e d o s sensoriais que transmite modalidade especial de
espermatozoides fazendo com que a sensação (sensação sexual) para o sistema

membrana não acrossomo se torne mais nervoso central pelo nervo pudendo.

frágil
- E re ç ã o : é ca usa da p o r i m p u lsos - A testosterona que não se fixa nos tecidos é
parassimpáticos que passam da região sacral convertida, principalmente pelo fígado, em
da medula espinal pelos nervos pélvicos para o androsterona e desidroepiandrosterona sendo
pênis gerando a liberação de óxido nítrico e/ou excretadas pelo intestino, por meio da bile, ou na
peptídeo intestinal vasoativo e acetilcolina. urina, pelos rins.
Ocorre relaxamento dos músculos lisos - A produção de testosterona aumenta sob
vasculares aumentando o o fluxo sanguíneo estímulo dos hormônios gonadotrópicos da
para o pênis hipófise anterior no início da puberdade,
- Ejaculação: impulsos simpáticos passam diminuindo rapidamente após os 50 anos
para os órgãos genitais por meio dos plexos
nervosos simpáticos hipogástrico e pélvico:
contração do canal deferente promovendo a
expulsão dos espermatozoides para a uretra
interna + contrações da camada muscular da
próstata e das vesículas seminais expelindo os
líquidos prostático e seminal + secreção de
muco pelas glândulas bulbouretrais. Sinais
sensoriais promovem as contrações rítmicas
dos órgãos genitais internos e contrações dos
músculos isquiocavernoso e bulbocavernoso ->
aumentos rítmicos e ondulatórios da pressão do
tecido erétil do pênis= ejaculação
Funções da Testosterona
HORMÔNIOS SEXUAIS MASCULINOS - Responsável pelo desenvolvimento das
características secundárias masculinas.
Secreção da Testosterona - A testosterona começa a ser elaborada pelos
- Os testículos secretam os hormônios sexuais testículos fetais masculinos por volta da sétima
mascu linos cha mados de a ndrogên ios semana de vida embrionária.
( testoste ro n a , d i - h i d rotestoste ro n a e - A testosterona é a responsável pela descida
androstenediona) sendo a testosterona a mais testicular para o saco escrotal durante os
abundante últimos 2-3 meses gestacional
- A testosterona é formada pelas células - Induz o crescimento de pelos no púbis, para
intersticiais de Leydig (20% da massa dos cima ao longo da linha alba do abdome, na face
testículos) e no tórax.
- A p ó s a s e c re ç ã o p e l o s te st í c u l o s , - Reduz o crescimento de cabelos no topo da
aproximadamente 97% da testosterona liga-se cabeça
a betaglobulina (+ forte) e à albumina (+ fraca) - Produz hipertrofia da mucosa laríngea e
- A maior parte da testosterona é convertida, nas alargamento da laringe, alterando o padrão de
células dos tecidos, em di-hidrotestosterona voz
- Aumenta a espessura da pele de todo o corpo e - Quando a espermatogênese ocorre rapidamente
a rigidez dos tecidos subcutâneos, além de é gerado mecanismo de Feedback negativo
aumentar a secreção de glândulas sebáceas do sobre a hipófise anterior. As células de Sertoli
corpo. liberam inibida que atua sobre a hipófise anterior
- Aumenta a formação de proteínas e o inibindo a secreção de FSH.
desenvolvimento muscular
- Aumenta a matriz óssea e induz a retenção de
cálcio = aumenta o tamanho e a força dos
ossos
- Aumenta o metabolismo basal em até 15% em
função do anabolismo proteico

Controle da secreção dos


hormônios masculinos
1. Secreção do hormônio liberador de
gonadotropina (GnRH) pelos neurônios do
núcleo arqueado do hipotálamo. GnRH
éliberado no sistema portal hipotalâmico-
hipofisário e atinge a hipófise
2. GnRH estimula a hipófise anterior a secretar
os hormônios gonadotrópicos: LH e FSH
3. LH é o estímulo primário para a secreção de
testosterona pelas células de Leydig nos
testículos.
4. O FSH atua sobre as células de Sertoli
estimulando a espermatogênese.

Observações
- Ambas gonadotrofinas (LH e FSH) exercem
seus efeitos nos tecidos- alvo dos testículos
por ativar o sistema de segundo mensageiro do
monofosfato de adenosina cíclico
- O aumento da testosterona circulante gera GLÂNDULA PINEAL

mecanismo de feedback negativo principalmente A glândula pineal, tem papel regulador na função
sobre o hipotálamo reduzindo a secreção de sexual e reprodutiva, na promoção o sono e na
GnRH e, consequentemente, de LH pela prevenção de infecções
hipófise anterior
- A glândula pineal é controlada pela quantidade
de luz -> a via neural envolve a passagem dos
sinais luminosos dos olhos para o núcleo
supraquiasmático do hipotálamo e deste para a
glândula pineal, ativando a secreção pineal.
- A glândula pineal secreta a melatonina que
passam por meio da circulação sanguínea ou
do líquido do terceiro ventrículo para a hipófise
anterior, reduzindo a secreção do hormônio
gonadotrópico
Capítulo 82 Guyton
Larissa Rodrigues ATM 281 UFPel

Hormônios femininos
ANATOMIA FISIOLÓGICA FEMININA 4. Na puberdade, cada oócito completa a meiose I
A reprodução começa com o desenvolvimento dos formando um oócito secundário e o primeiro
óvulos nos ovários-> No meio de cada ciclo sexual corpo polar contendo 23 cromossomos

mensal, um só óvulo é expelido do folículo ovariano duplicados cada


5. Na ovulação, o ovário libera um oócito
secundário na ovulação que se fecundado
completa a meiose II formando um óvulo e o
segundo corpo polar com 23 cromossomos
simples cada.

OOGÊNESE E DESENVOLVIMENTO FOLICULAR

oogênese = processo de diferenciação de um


oócito em um óvulo maduro

1. células germinativas primordiais da endoderme


dorsal do saco vitelino migram para a
superfície externa do ovário, que é revestida
de um epitélio germinal
2. As células germinativas dividem-se por
mitoses sucessivas e migram para o interior do
córtex ovariano onde se convertem à
ovogônias / oócitos primordiais.
3. Cada oócito primordial forma uma camada de
SISTEMA HORMONAL FEMININO
células fusiformes ao seu redor tornando-se
O sistema hormonal tem como eixos:
uma célula de características epitelioides
1- Hipota lâm ico: hormôn io l ibera dor de
(células da granulosa) -> oócito primordial +
gonadotropina (GnRH).
células da granulosa = folículo primordial ou
2- Hipofisário (adeno-hipófise): hormônio
oócito primário
foliculoestimulante (FSH) e o hormônio luteinizante
(LH)
As células germinativas atingem estágio de oócito
3- Gonadal: hormônios ovarianos = estrogênio e
primário ao final do quinto mês gestacional ficado
progesterona
os oócitos estacionados em meiose I até a
puberdade
O CICLO OVARIANO MENSAL
1.2- Crescimento acelerado
- Ciclo sexual mensal feminino: variações Crescimento do folículo primário do
rítmicas mensais da secreção dos hormônios estágio antral ao estágio vesicular
femininos - A secreção de estrogênio pelas células da
- O ciclo dura, em média, 28 dias granulosa indo a formação de um número cada
vez maior de receptores para o FSH
Hormônios Gonadotrópicos - LH e FSH - O FSH hipofisário + estrogênios promovem a
- Na puberdade (9 - 12 anos), a hipófise começa formação de receptores para o LH nas células
a secretar progressivamente FSH e LH levando da granulosa
ao início de ciclos sexuais mensais -> primeira - O aumento do LH + estrogênio estimulam a
menstruação (menarca) entre 11 e 15 anos proliferação das células tecais foliculares
- Na infância, as células da granulosa nutrem o
oócito primário e secretem fator inibidor da Observações
maturação do oócito para mantê-lo em seu No início do processo de maturação, o FSH induz
estado primordial o crescimento de 6 a 12 folículos primários por
- O FSH e o LH se combinam aos seus mês. Com o passar do crescimento, um folículo
receptores específicos nos ovários ativando o cresce mais que o demais levando a involução dos
sistema de segundo mensageiro do monofosfato outros folículos (“atresia folicular”) -> O processo
de adenosina cíclico = estimula a síntese e de atresia permite que somente um dos folículos
secreção dos hormônios sexuais cresça o suficiente todos os meses para ovular

O ciclo ovariano se divide em fases: 2. Ovulação


1. Fase Folicular: fase de crescimento folicular A ovulação na mulher que tem ciclo sexual de 28
nos ovários dias se dá 14 dias depois do início da
1.1- Crescimento Inicial induzido pelo FSH menstruação= “a ovulação ocorre no meio do
Crescimento do folículo primário até o estágio antral ciclo”
- O aumento da libertação de FSH estimula a
proliferação das células da granulosa - 2 dias antes do ovulação ocorre aumento
- Células fusiformes do interstício ovariano se significativo da secreção de LH pela adeno-
agrupam formando uma nova camada externa hipófise e aumento leve da secreção de FSH
às células da granulosa de células chamada - O LH passa a induzir as células da granulosa e
Teca. A Teca se divide em uma porção externa tecais a secretarem progesterona -> a secreção
(cápsula de tecido conjuntivo) e uma porção de estrogênio começa a cair e a de
interna (secreta estrogênio e progesterona) progesterona a aumentar
- As células da granulosa passam a secretar o - A teca externa libera enzimas proteolíticas que
líquido folicular (estrogênio) que leva ao dissolvem a parede capsular do folículo
aparecimento de antro dentro da massa de
células da granulosa
- Ocorre rápido crescimento de novos vasos - Cerca de 12 dias depois da ovulação, o corpo
sanguíneos na parede folicular+ secreção de lúteo involui e perde suas funções secretoras
prostaglandinas (vasodilatação).
4. Involução do corpo lúteo e início de um
Todos esses efeitos somados levam à liberação do novo ciclo ovariano
oócito secundário - A liberação de estrogênio (mais importante) e de
progesterona pelo corpo lúteo têm efeitos de
feedback negativo sobre na hipófise anterior ->
secreção reduzidas de FSH e LH
- As células luteínicas também secretam hormônio
inibina que inibe a secreção de FSH pela
hipófise anterior.
- Com a involução do corpo lúteo 12 dias após a
ovulação (26º dia do ciclo) ocorre a parada
súbita de secreção de estrogênio, progesterona
e inibina pelo corpo lúteo. Sem as secreções do
corpo lúteo, o mecanismo de Feedback negativo
sobre a adeno-hipófise é removido = adeno-
hipófise volta a secretar FHS e LH iniciando um
novo ciclo

3. Fase Lútea
O LH induz à luteinização das células da granulosa
e das células tecais
Após a ovulação, as células da granulosa e da teca
se tornam células luteínicas e formam o corpo
lúteo
- As células da granulosa no corpo lúteo formam
grandes quantidades de progesterona e
estrogênio (mais estrogênio do que progesterona
durante a fase lúteo)
- As células tecais formam androstenediona e
testosterona que são convertidas pela enzima
aromatase, nas células da granulosa, em
estrogênios
FUNÇÃO OVARIANA
4. Efeitos sobre metabolismo de macromoléculas
Síntese dos Hormônios Femininos - Os estrogênios causam leve aumento de
- Progesterona e androgênios (testosterona e proteína corporal total
androstenediona) são sintetizados primeiro - Os estrogênios causam depósito de
- Durante a fase folicular do ciclo ovariano quantidades maiores de gordura nos tecidos
quase todos os androgênios e grande parte subcutâneos.
da progesterona são convertidos em
estrogênios pela enzima aromatase, nas 5. Outros efeitos
células da granulosa. - Os estrogênios causam retenção de sódio e
- Tanto estrogênios quanto progesterona são água nos túbulos renais.
transportados no sangue ligados a proteínas - Os estrogênios aumentam ligeiramente o
plasmáticas (albumina e globulinas de ligação metabolismo de todo o corpo
específica a estrogênio e progesterona). Essa
ligação é fraca fazendo com que sejam Funções da Progesterona
rapidamente liberados nos tecidos 1. Efeito uterinos
Promove alterações secretoras no endométrio
Funções dos Estrogênios uterino
Crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais e 2. Efeito nas mamas
outros tecidos relacionados com a reprodução Promove o desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos
1. Efeito uterinos e nos órgãos sexuais externos das mamas
Alteram o epitélio vaginal, depósito de gordura no
monte pubiano e nos grandes lábios, aumento do CICLO ENDOMETRIAL
tamanho do útero, proliferação acentuada do
estroma endometrial e grande desenvolvimento das O ciclo endometrial se divide em 3 etapas:

glândulas endometriais proliferação do endométrio, desenvolvimento de


a lterações secretoras no endo métrio e

2. Efeito nas mamas descamação do endométrio/ menstruação.

Desenvolvimento dos tecidos estromais das


mamas, crescimento de um vasto sistema de 1. Fase poliferativa / Estrogênica

ductos e depósito de gordura nas mamas - No início do ciclo, sob a influência dos
estrogênios, das células do estroma e as

3. Efeitos no esqueleto células epiteliais proliferam rapidamente.

Inibem a atividade osteoclástica nos ossos - Antes de ocorrer a ovulação, a espessura do

estimulando o crescimento ósseo endométrio aumenta devido ao aumento do


- A queda da secreção de estrogênio na velhice número de células estromais, ao crescimento
é fator de predisposição à osteoporose das glândulas endometriais e à formação de
novos vasos sanguíneos
REGULAÇÃO DO CICLO MENSTRUAL
2. Fase secretora / Progestacional
- Após a o corpo lúteo secreta progesterona e
1. Depressão do LH eFSH entre a ovulação
o estrogênio -> estrogênios causam
e a menstruação
proliferação celular adicional do endométrio e
O corpo lúteo secreta progesterona, estrogênio e
p ro g este ro n a ca usa i n c ha ç o e
inibina que exercem feedback negativo sobre a
desenvolvimento secretor do endométrio
hipófise anterior (supressão da secreção de FSH e
- A finalidade é produzir um endométrio
LH ) e sobre o hipotálamo (diminuem a frequência
secretor que contenha grande quantidade de
de pulsos secretores de GnRH)
nutrientes a rmazenados pa ra prover
condições apropriadas à implantação do óvulo
2. Fase de crescimento folicular
fertilizado
Regressão do corpo lúteo regride cessa a
secreção de estrogênio, progesterona e inibina
3. Fase menstrual
liberando o hipotálamo e a hipófise anterior do
- Se o óvulo não for fertilizado o corpo lúteo
efeito de feedback negativo desses hormônios
involui e a secreção dos hormônios ovarianos
(estrogênio e progesterona) diminui -> A
3. Ovulação
menstruação é causada pela redução de
Aumento acentuado da secreção de LH e, em
estrogênio e progesterona (mais importante) no
menor extensão, de FSH -> o grande excesso de
final do ciclo ovariano mensal
LH leva à ovulação e ao desenvolvimento
- Ocorre vasoconstrição dos vasos endometriais
subsequente tanto do corpo lúteo quanto da sua
que diminui a chegada dos nutrientes = necrose
secreção.
no endométrio
- O líquido menstrual não coagula devido a
presença da fibrinolisina PUBERDADE E MENARCA

- O período da puberdade é causado por


aumento gradual na secreção dos hormônios
gonadotrópicos pela hipófise, começando em
torno dos 8 anos de idade
- Menarca = primeiro ciclo de menstruação
MENOPAUSA

- O período durante o qual o ciclo cessa e os


hormônios femininos caem a quase zero é
denominado menopausa -> “esgotamento”
dos ovários
- A produção de estrogênios pelos ovários
diminui à medida que o número de folículos
primordiais se aproxima de zero.
- A perda dos estrogênios gera como sinais e
sintomas: “fogachos”,; sensações psíquicas
de dispneia, irritabilidade; fadiga, ansiedade e
diminuição da resistência e da calcificação
óssea.

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