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ROTEIRO DE ESTUDOS – SISTEMAS ENDÓCRINOS

1 – Qual a definição de hormônios?


os hormônios são substâncias secretadas no sangue em quantidades pequenas e são levadas
pela corrente sanguínea para outras partes do corpo, onde interagem com as células alvo para
produzir resposta biológica particular
2 – A concentração plasmática dos hormônios é regulada por retroalimentação negativa.
Explique como isso ocorre.
Uma das características marcantes do sistema endócrino é a regulação por retroalimentação
(feedback). As células endócrinas têm a capacidade de manufaturar e secretar um hormônio
particular; em muitos casos, também podem detectar ou monitorar a intensidade do efeito
biológico daquele hormônio. Isso permite à célula endócrina ajustar a taxa de secreção
hormonal de modo apropriado para alcançar o efeito desejado. Geralmente, essa regulação
envolve retroalimentação negativa (embora alguns casos de retroalimentação positiva
também sejam conhecidos): o hormônio desencadeia uma resposta biológica específica na
célula-alvo, e a magnitude da resposta por sua vez é percebida, ou monitorada, pela célula
endócrina que secretou o hormônio. Se a resposta é pequena demais, a célula endócrina irá
produzir e secretar mais hormônio na tentativa de desencadear uma resposta maior, mais
próxima da normal. Se a resposta da célula-alvo é grande demais, a célula endócrina irá reduzir
a quantidade de hormônio secretada até que a resposta diminua para a faixa normal. Neste
caso, diz-se que a resposta particular produzida tem um efeito de retroalimentação negativa
sobre a quantidade de hormônio secretada pela célula endócrina.

3 – Os hormônios são classificados em três categorias químicas. Quais são elas? Dê alguns
exemplos de cada uma delas.
Os hormônios geralmente se enquadram em uma de três categorias químicas diferentes: 1)
derivados de aminoácidos, 2) peptídeos ou proteínas, e 3) esteroides.
- Derivados de aminoácidos tiroxina, epinefrina
- Peptídeos ou proteínas FSH e LH
- Esteroides colesterol, progesterona

4 – Os hormônios lipossolúveis são produzidos apenas sob demanda, isto é não são
armazenados nas glândulas endócrinas. Qual a explicação disso?
Os hormônios lipossolúveis, como os hormônios esteroides, são produzidos sob demanda
porque são sintetizados a partir de lipídios presentes nas membranas celulares.
Diferentemente dos hormônios hidrossolúveis, que são armazenados nas glândulas
endócrinas, os lipossolúveis são sintetizados quando necessário, pois podem ser rapidamente
produzidos a partir dos precursores lipídicos disponíveis.

5 – Os hormônios peptídicos e proteicos são produzidos e armazenados em grânulos


secretórios nas glândulas endócrinas. Qual a razão para isso?
Os hormônios peptídicos e proteicos são armazenados em grânulos secretórios nas glândulas
endócrinas para permitir uma liberação rápida em resposta a estímulos. Esse armazenamento
em forma de grânulos permite uma pronta disponibilidade dos hormônios quando necessário,
otimizando a resposta do organismo a diferentes condições fisiológicas ou estimulações
externas.

6 – Descreva os mecanismos de ação hormonal das diferentes classes de hormônios.


Existem três principais classes de hormônios com diferentes mecanismos de ação: hormônios
esteroides, hormônios proteicos e hormônios aminas biogênicas.
1. Hormônios Esteroides:
• Mecanismo de Ação: Penetram nas células-alvo e se ligam a receptores
intracelulares.
• Local de Recepção: Geralmente no núcleo celular ou no citoplasma.
• Ativação do Gene: A ligação do hormônio ao receptor estimula a transcrição
gênica e a síntese de proteínas.
2. Hormônios Proteicos:
• Mecanismo de Ação: Se ligam a receptores de membrana na superfície celular.
• Transdução de Sinal: Ativação de segundos mensageiros (ex: AMPc)
desencadeia respostas celulares.
• Cascata de Sinalização: Pode envolver fosforilação de proteínas e modulação
de enzimas.
3. Hormônios Aminas Biogênicas (ex: adrenalina):
• Mecanismo de Ação: Podem ter receptores de membrana ou intracelulares,
dependendo do tipo.
• Ativação Rápida: Receptores de membrana geralmente ativam segundos
mensageiros, resultando em respostas rápidas.
• Receptores Intracelulares: Algumas aminas biogênicas podem penetrar nas
células e se ligar a receptores intracelulares, semelhantes aos hormônios esteroides
Esses diferentes mecanismos de ação refletem as propriedades químicas e as características
das diferentes classes de hormônios.
7 – Quais são os hormônios da neuro-hipófise e como sua secreção é controlada?
A neuro-hipófise, também conhecida como lobo posterior da hipófise, libera dois principais
hormônios: a oxitocina e a vasopressina (também chamada de hormônio antidiurético - ADH).

**1. Oxitocina:**
- *Função:* Estimula as contrações uterinas durante o trabalho de parto e a liberação de
leite durante a amamentação.
- *Controle:* A liberação é estimulada por impulsos nervosos associados ao trabalho de
parto e à estimulação dos mamilos.

**2. Vasopressina (ADH):**


- *Função:* Regula a reabsorção de água nos túbulos renais, reduzindo a produção de urina e
mantendo a pressão sanguínea.
- *Controle:* A liberação é regulada principalmente pela osmolaridade do sangue. Se há
desidratação ou aumento na concentração de solutos no sangue, a liberação de ADH é
estimulada para conservar água.

A secreção desses hormônios é controlada pelo hipotálamo, que produz os hormônios


antecessores (neuro-hormônios) que viajam pela hipófise posterior e estimulam a liberação
dos hormônios armazenados. O feedback neural e a regulação osmótica desempenham papéis
cruciais na modulação da secreção desses hormônios pela neuro-hipófise.
8 – Quais os hormônios da adeno-hipófise e como sua secreção é controlada?
A adeno-hipófise, ou lobo anterior da hipófise, secreta vários hormônios importantes. Esses
hormônios são controlados pelo hipotálamo através de hormônios liberadores e inibidores que
são transportados pela circulação hipotálamo-hipofisária.

Principais hormônios da adeno-hipófise:


1. Hormônio do Crescimento (GH):
- Função:Estimula o crescimento e o desenvolvimento, principalmente de ossos e tecidos.
2. Prolactina (PRL):
- Função: Estimula a produção de leite nas glândulas mamárias.
3. Hormônio Adrenocorticotrópico (ACTH):
- Função: Estimula a liberação de hormônios pela glândula adrenal, como o cortisol.
4. Hormônio Folículo Estimulante (FSH):
- Função:Estimula o desenvolvimento de folículos ovarianos nas mulheres e a produção de
espermatozoides nos homens.
5. Hormônio Luteinizante (LH):
- Função: Regula a ovulação nas mulheres e a produção de testosterona nos homens.
6. Hormônio Tireotrópico (TSH):
- Função: Estimula a tireoide a produzir e liberar hormônios tireoidianos.
Controle da secreção:
- O hipotálamo libera hormônios liberadores e inibidores, que afetam as células da adeno-
hipófise.
- Esses hormônios hipotalâmicos viajam pela circulação hipotálamo-hipofisária.
- O feedback negativo e positivo regula a liberação dos hormônios da adeno-hipófise em
resposta às condições fisiológicas do corpo.

9 – Descreva o controle da secreção do hormônio de crescimento, seus órgãos-alvo e seus


efeitos principais.
Controle da secreção do Hormônio do Crescimento (GH):

Estímulo:
- O GH é controlado pelo hormônio liberador de GH (GHRH) e pelo hormônio inibidor de GH
(GHIH ou somatostatina) produzidos pelo hipotálamo.
- GHRH estimula a liberação de GH, enquanto a somatostatina inibe.
Mecanismo de Ação:
- O GH age nos tecidos-alvo, especialmente o fígado, estimulando a produção do fator de
crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1).
Órgãos-Alvo:
- Principalmente o fígado, mas também afeta outros tecidos como músculos, ossos e tecidos
adiposos.
Efeitos Principais:
- Crescimento Ósseo e Muscular: Estimula o crescimento e desenvolvimento de ossos e
músculos, especialmente durante a infância e adolescência.
- Metabolismo: Promove a síntese de proteínas e a utilização de gorduras como fonte de
energia.
- Regulação da Glicose: O GH aumenta a produção de glicose no fígado.
Controle Negativo:
- O aumento nos níveis de IGF-1 inibe a liberação adicional de GH, proporcionando um
feedback negativo.
Importante:
- A deficiência de GH na infância pode levar ao nanismo, enquanto o excesso pode resultar em
gigantismo ou acromegalia, dependendo do momento em que ocorre o excesso de produção.

10 – Descreva a estrutura da glândula tireoide. Quais hormônios são produzidos, regulação da


sua secreção, efeitos principais.
A glândula tireoide é uma glândula endócrina localizada na parte anterior do pescoço. Sua
estrutura é composta por dois lóbulos conectados por uma faixa de tecido chamada de istmo.
Cada lóbulo é formado por folículos, que são unidades funcionais.

Hormônios Produzidos:
A tireoide produz dois principais hormônios: triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). Esses
hormônios contêm iodo em sua composição.

Regulação da Secreção:
A secreção de T3 e T4 é regulada pelo hormônio tireotrópico (TSH), produzido pela hipófise
anterior. A liberação de TSH é controlada pelo hormônio liberador de tireotropina (TRH), que é
produzido pelo hipotálamo. O feedback negativo regula a quantidade de T3 e T4 circulantes,
inibindo a liberação excessiva de TSH quando os níveis desses hormônios estão elevados.

Efeitos Principais:
- Metabolismo: T3 e T4 aumentam a taxa metabólica basal, influenciando o consumo de
oxigênio e a produção de calor no corpo.
- Crescimento e Desenvolvimento: São essenciais para o desenvolvimento normal do sistema
nervoso central, especialmente durante a infância.
- Regulação da Temperatura Corporal:Contribuem para a regulação da temperatura corporal.
- Efeitos Cardiovasculares: Afetam a frequência cardíaca e a contratilidade cardíaca.
Um desequilíbrio na produção desses hormônios pode levar a distúrbios como hipotireoidismo
(baixa produção) ou hipertireoidismo (alta produção).

11 – A glândula suprarrenal é formada por duas regiões distintas: medula e córtex. A córtex
por sua vez é dividida em três zonas, cada uma responsável pela produção e secreção de
classes diferentes de hormônios esteroides. Quais hormônios são secretados por cada zona,
qual mecanismo que regula a secreção de cada uma delas e quais seus efeitos principais.

Glândula Suprarrenal:
A glândula suprarrenal é composta por duas regiões distintas: a medula e o córtex. A córtex,
por sua vez, é dividida em três zonas - a zona glomerulosa, a zona fasciculada e a zona reticular
- cada uma responsável pela produção e secreção de diferentes classes de hormônios
esteroides.
Zona Glomerulosa
- Hormônio Secretado: Aldosterona.
- Regulação da Secreção: Estimulada principalmente pelo sistema renina-angiotensina-
aldosterona em resposta à baixa pressão sanguínea, baixa concentração de sódio ou alta
concentração de potássio no sangue.
- Efeitos Principais: Aumenta a reabsorção de sódio e excreção de potássio nos rins,
contribuindo para a regulação do equilíbrio eletrolítico e da pressão arterial.
Zona Fasciculada:
- Hormônios Secretados: Cortisol e Cortisona.
- Regulação da Secreção: Controlada pelo hormônio adrenocorticotrópico (ACTH), liberado
pela hipófise anterior em resposta ao hormônio liberador de corticotropina (CRH) do
hipotálamo.
- Efeitos Principais: Desempenha papel crucial no metabolismo, reduzindo a formação de
proteínas, aumentando a síntese de glicose e promovendo a resposta anti-inflamatória.
Zona Reticular:
- Hormônios Secretados: Androgênios, como a dehidroepiandrosterona (DHEA).
- Regulação da Secreção: Influenciada pelo ACTH e outros fatores de crescimento.
- Efeitos Principais: Contribui para o desenvolvimento de características sexuais secundárias,
especialmente em mulheres, e tem efeitos metabólicos.
Essa complexa regulação e produção de hormônios pelas diferentes zonas do córtex
suprarrenal desempenham papéis cruciais em funções metabólicas, eletrolíticas e de resposta
ao estresse.
12 – O pâncreas endócrino secreta dois hormônios peptídicos envolvidos no controle do
metabolismo intermediário. Quais são esses hormônios, mecanismo de liberação, efeitos
principais.
O pâncreas endócrino secreta dois hormônios peptídicos envolvidos no controle do
metabolismo intermediário: insulina e glucagon.

Insulina:
- Mecanismo de Liberação: É liberada em resposta ao aumento dos níveis de glicose no
sangue. Estímulos como a ingestão de alimentos elevam a glicose sanguínea, estimulando a
liberação de insulina pelas células beta das ilhotas de Langerhans no pâncreas.
- Efeitos Principais: Facilita a entrada de glicose nas células, promovendo a absorção de glicose
pelos tecidos e a sua armazenagem como glicogênio no fígado e músculos. Além disso, inibe a
quebra de glicogênio em glicose e a produção hepática de glicose.

Glucagon:
- Mecanismo de Liberação: É secretado pelas células alfa das ilhotas de Langerhans em
resposta à diminuição dos níveis de glicose no sangue. Também é estimulado por aminoácidos.
- Efeitos Principais: Estimula a liberação de glicose pelo fígado (gliconeogênese), promove a
quebra de glicogênio em glicose (glicogenólise) e aumenta a utilização de ácidos graxos para a
produção de energia.

Esses hormônios trabalham em conjunto para manter a homeostase glicêmica, garantindo que
o organismo tenha um equilíbrio adequado de glicose no sangue para suas necessidades
metabólicas. O controle preciso desses hormônios é vital para a regulação do metabolismo
intermediário.

13 – A concentração de Ca2+ plasmática é mantida constante (cerca de 10mg/dL) por meio de


vários mecanismos hormonais e não hormonais. Quais são esses mecanismos e como atuam?
A regulação da concentração plasmática de Ca2+ envolve tanto mecanismos hormonais
quanto não hormonais. Os principais são:

1. Paratormônio (PTH): Liberado pelas glândulas paratireoides em resposta a baixos níveis de


cálcio, o PTH estimula a liberação de Ca2+ dos ossos, aumenta a reabsorção de Ca2+ nos rins e
ativa a conversão de vitamina D, que facilita a absorção intestinal de cálcio.

2. Calcitonina: Produzida pela glândula tireoide, a calcitonina é liberada em resposta a altos


níveis de cálcio. Ela inibe a liberação de cálcio dos ossos, reduz a reabsorção renal de Ca2+ e
diminui a absorção intestinal.

3. Vitamina D: A forma ativa da vitamina D, calcitriol, promove a absorção intestinal de cálcio.


Sua síntese é estimulada pelo PTH e depende da exposição à luz solar.

4. Hormônio do crescimento (GH): Estimula o crescimento ósseo e, indiretamente, pode


influenciar a homeostase do cálcio.

5. Estrogênio e testosterona: Esses hormônios sexuais desempenham papéis na regulação da


densidade óssea e, portanto, na homeostase do cálcio.

Mecanismos não hormonais incluem a regulação renal direta do cálcio e a deposição e


reabsorção óssea em resposta ao estresse mecânico. Esses sistemas trabalham em conjunto
para manter a homeostase do cálcio no organismo.
14 – Descreva o processo de diferenciação sexual do feto masculino.
O processo de diferenciação sexual em um feto masculino é controlado pelos cromossomos
sexuais e envolve várias etapas. Aqui está uma descrição resumida:
1. Determinação Genética:
- O feto recebe um cromossomo Y do pai e um cromossomo X da mãe.
- A presença do cromossomo Y leva à determinação do sexo masculino, enquanto a ausência
resulta no sexo feminino.
2. Desenvolvimento dos Ductos Genitais:
- A presença do cromossomo Y desencadeia a formação dos ductos genitais masculinos: os
ductos wolffianos.
- Hormônios como a testosterona, produzida nos testículos, são cruciais nesse estágio.
3. Inibição dos Ductos Müllerianos:
- Os ductos Müllerianos, que dariam origem aos órgãos reprodutivos femininos, são inibidos
pela ação dos produtos químicos liberados pelos testículos.
4. Desenvolvimento dos Órgãos Sexuais Masculinos:
- A genitália externa começa a desenvolver características masculinas, incluindo pênis e
escroto, sob a influência de hormônios como a di-hidrotestosterona (DHT).
5. Descida dos Testículos:
- Inicialmente, os testículos se desenvolvem na cavidade abdominal.
- Posteriormente, eles descem através do canal inguinal para o escroto, guiados pelo
hormônio antimülleriano e pela testosterona.
6. Maturação Sexual:
- Ao longo da puberdade, a produção de hormônios sexuais masculinos aumenta, levando à
maturação sexual completa, com características secundárias masculinas, como o crescimento
da barba, a voz mais profunda e o desenvolvimento muscular.
Essas etapas são coordenadas por uma complexa interação de fatores genéticos e hormonais,
resultando na formação dos órgãos reprodutivos e características sexuais secundárias
específicas do sexo masculino.

15 – Descreva o processo de diferenciação dos espermatozoides.


O processo de diferenciação dos espermatozoides, chamado espermatogênese, ocorre nos
testículos e envolve várias etapas. Aqui está uma visão geral do processo:
1. Proliferação (Mitose):
- As células germinativas primordiais nos testículos passam por mitose, aumentando o
número de células.
- Essas células são chamadas espermatogônias.
2. Crescimento e Diferenciação:
- As espermatogônias sofrem um processo de crescimento e diferenciação para se tornarem
espermatócitos primários.
- Durante essa fase, os cromossomos se emparelham em um processo chamado sinapse
cromossômica.
3. Meiose I:
- Os espermatócitos primários passam pela meiose I, resultando em duas células haploides
chamadas espermatócitos secundários.
- Este é um passo crucial na redução do número de cromossomos pela metade.
4. Meiose II:
- Os espermatócitos secundários, por sua vez, passam pela meiose II, gerando quatro
espermatídeos haploides.
5. Diferenciação em Espermatozoides:
- As espermatídeos, ainda imaturas, sofrem uma série de mudanças para se transformarem
em espermatozoides.
- O processo envolve a formação do acrossoma (estrutura enzimática na cabeça para
penetrar o óvulo), desenvolvimento de flagelo (cauda) e redução do citoplasma.
6. Liberação dos Espermatozoides:
- Os espermatozoides totalmente formados são liberados nos túbulos seminíferos.
- Eles passam por um processo adicional no epidídimo, onde adquirem a capacidade de se
locomover e fertilizar um óvulo.
Ao final do processo, os espermatozoides são células especializadas, prontas para participar da
fertilização. Essa complexa diferenciação ocorre ao longo de várias semanas e é essencial para
garantir a produção contínua de espermatozoides ao longo da vida reprodutiva masculina.

16 – Qual o papel das Células de Sertoli na espermatogênese?


As Células de Sertoli desempenham papéis cruciais na espermatogênese, o processo de
formação de espermatozoides nos testículos. Seus principais papéis incluem:
1. Suporte Estrutural:
- As Células de Sertoli fornecem uma estrutura de suporte físico para as células germinativas,
mantendo-as dentro dos túbulos seminíferos.
2. Nutrição e Sustentação:
- Elas nutrem as células germinativas, fornecendo nutrientes essenciais e garantindo um
ambiente propício para o desenvolvimento adequado dos espermatozoides.
3. Fornecimento de Hormônios:
- Células de Sertoli produzem hormônios essenciais para a regulação do sistema reprodutivo,
incluindo a hormona inibina, que regula a secreção de FSH (hormônio folículo-estimulante), e a
proteína ligadora de androgênio.
4. Fagocitose e Remoção de Células Indesejadas:
- Elas desempenham um papel na fagocitose, removendo células germinativas defeituosas ou
não diferenciadas durante a espermatogênese.
5. Barreira Hematotesticular:
- Células de Sertoli formam uma barreira hematotesticular que isola o ambiente das células
germinativas dos componentes sanguíneos, prevenindo a exposição do sistema imunológico às
células germinativas em desenvolvimento.
6. Regulação da Temperatura:
- Elas ajudam a regular a temperatura dentro dos testículos, essencial para a produção
eficiente de espermatozoides. Isso é possível por meio da contração e relaxamento do escroto.
7. Secreção de Fatores de Crescimento:
- Células de Sertoli secretam fatores de crescimento e outras moléculas sinalizadoras que
influenciam o desenvolvimento e a diferenciação das células germinativas.
Portanto, as Células de Sertoli desempenham um papel multifuncional na espermatogênese,
proporcionando o ambiente necessário para o desenvolvimento e maturação adequados dos
espermatozoides.

17 – Explique o controle hormonal da função reprodutora masculina.


O controle hormonal da função reprodutora masculina envolve uma complexa interação de
hormônios que regem a produção de espermatozoides e a secreção de hormônios sexuais. Os
principais hormônios envolvidos são:
1. Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH):
- Produzido pelo hipotálamo, o GnRH estimula a liberação de hormônios gonadotróficos pela
hipófise.
2. Hormônio Folículo Estimulante (FSH):
- Secretado pela hipófise em resposta ao GnRH, o FSH estimula as Células de Sertoli nos
testículos.
- Nas Células de Sertoli, o FSH desempenha um papel crucial na espermatogênese.
3. Hormônio Luteinizante (LH):
- Também liberado pela hipófise em resposta ao GnRH, o LH tem vários efeitos nos testículos.
- Ele estimula as Células de Leydig a produzirem testosterona.
4. Testosterona:
- Produzida principalmente nas Células de Leydig, a testosterona desempenha papéis
fundamentais na espermatogênese e no desenvolvimento das características sexuais
secundárias masculinas.
- Estimula o desenvolvimento dos túbulos seminíferos nos testículos e promove a
diferenciação das células germinativas em espermatozoides.
- Além disso, a testosterona influencia características como o crescimento muscular, voz mais
profunda e crescimento de pelos faciais.
5. Inibina:
- Secretada pelas Células de Sertoli em resposta à estimulação do FSH, a inibina atua como
um feedback negativo, inibindo a liberação excessiva de FSH pela hipófise.
6. Estradiol:
- Derivado da conversão periférica da testosterona, o estradiol tem influência na regulação
do GnRH e LH, proporcionando um feedback negativo para modular a produção de
testosterona.
Esse sistema complexo de feedbacks hormonais garante a regulação precisa da função
reprodutora masculina, controlando a produção de espermatozoides e a secreção de
hormônios sexuais. A interação equilibrada desses hormônios é vital para a fertilidade e o
funcionamento adequado do sistema reprodutor masculino.

18 – Quais os efeitos principais da testosterona?


A testosterona, principal hormônio sexual masculino, desempenha diversos papéis no corpo
masculino, influenciando uma ampla gama de funções fisiológicas. Alguns dos efeitos
principais da testosterona incluem:
1. Desenvolvimento dos Órgãos Sexuais Masculinos:
- A testosterona é crucial para o desenvolvimento dos órgãos reprodutivos masculinos
durante a vida fetal.
2. Espermatogênese:
- Estimula a produção de espermatozoides nos túbulos seminíferos dos testículos.
3. Desenvolvimento de Características Sexuais Secundárias:
- Contribui para o crescimento de pelos faciais e corporais, voz mais profunda, aumento da
massa muscular e distribuição de gordura típica do sexo masculino.
4. Crescimento Ósseo e Massa Muscular:
- Promove o crescimento ósseo e o desenvolvimento muscular, contribuindo para a força
física.
5. Regulação da Massa Corporal:
- Influencia o metabolismo, ajudando a manter uma distribuição saudável de gordura
corporal.
6. Estimulação da Produção de Hemácias:
- Aumenta a produção de células vermelhas do sangue na medula óssea.
7. Estímulo à Libido (Desejo Sexual):
- Joga um papel crucial na regulação da libido e no interesse sexual.
8. Manutenção da Saúde Óssea e Muscular:
- Contribui para a manutenção da densidade óssea e da saúde muscular.
9. Influência no Comportamento:
- Pode afetar o humor, a agressividade e outros aspectos comportamentais.
10. Regulação do Metabolismo:
- Influencia o metabolismo basal e o gasto energético.
A testosterona exerce uma ampla variedade de funções no corpo masculino, afetando não
apenas as características sexuais, mas também desempenhando papéis importantes em
aspectos relacionados à saúde e ao bem-estar geral.

19 – Comente a diferenciação das células germinativas femininas.


A diferenciação das células germinativas femininas ocorre durante a embriogênese. As células
germinativas primordiais migram para os cordões sexuais e dão origem às ovogônias. Após
mitoses, as ovogônias entram na meiose, mas a meiose I é interrompida até a puberdade.
Após a puberdade, a meiose I é retomada mensalmente, gerando um ovócito secundário. A
fertilização completa a meiose II, formando o ovócito maduro.

20 – Relacione os eventos do ciclo ovariano e como eles são controlados.


O ciclo ovariano compreende vários eventos cíclicos nos ovários.
• Fase Folicular:
• Controle hormonal pelo Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e pelo Hormônio
Luteinizante (LH).
• FSH estimula o desenvolvimento folicular, levando à maturação do óvulo.
• Ovulação:
• Aumento rápido de LH desencadeia a liberação do óvulo do folículo maduro.
• Fase Lútea:
• O folículo vazio se transforma no corpo lúteo, que secreta estrogênio e
progesterona.
• Controle hormonal pelo LH.

21 – Relacione os eventos do ciclo uterino e como eles são controlados.


O ciclo uterino envolve mudanças no endométrio do útero.
• Fase Menstrual:
• Início da descamação do endométrio.
• Fase Proliferativa:
• Estrogênio produzido pelos folículos em crescimento estimula o crescimento
do endométrio.
• Fase Secretora:
• Aumento de estrogênio e progesterona, secretados pelo corpo lúteo, prepara
o endométrio para a possível implantação de um embrião.

22 – Quais os efeitos biológicos do estrogênio e progesterona?


Estrogênio:
• Estimula o desenvolvimento dos órgãos reprodutivos femininos.
• Promove o crescimento mamário.
• Influencia a distribuição de gordura e o padrão de deposição.
• Mantém a integridade óssea.
• Participa na regulação do ciclo menstrual.
• Progesterona:
• Prepara o endométrio para a possível gravidez.
• Inibe as contrações uterinas durante a gravidez.
• Estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias durante a gestação.

Esses processos são finamente regulados por uma interação complexa de hormônios e
fornecem as condições necessárias para a reprodução e a manutenção do sistema reprodutivo
feminino.

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