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02.03.2021
O nosso corpo precisa ser regulado e essa regulação vai ser mediada por várias substâncias, tanto
dentro do próprio sistema nervoso quanto do sistema endócrino, exemplo: trato gastrointestinal é controlado
pelos dois. Então, aí algo importante do sistema endócrino vai ser o balanço de forças e a regulação de uma
forma geral do corpo.
Vão ter substâncias secretadas por glândulas ou células específicas que vão atuando na corrente
sanguínea ou em uma célula alvo, para desempenhar um papel regulatório, exemplo: a glândula hipófise que
vai regular diversas outras partes do corpo.
Principais glândulas endócrinas = Hipotálamo, hipófise, tireoide, paratireoide, adrenais, pâncreas, gônadas
masculinas e femininas.
Vão existir glândulas especificas para os sexos masculino e feminino, como as gônadas masculinas e
femininas, ovários, testículos e glândulas mamárias; mas que podem variar entre eles. De forma geral, o
nosso organismo vai agir como um balanço de forças entre o sistema endócrino e o sistema nervoso, eles
vão atuar em conjunto modulando o nosso organismo.
O sistema endócrino modula liberando hormônios que são secretados por glândulas endócrinas
(fazem parte do tecido epitelial, invaginação), as quais são diferentes das exócrinas, pois não possuem
ductos e suas secreções são liberadas em uma cavidade (interna ou externa), já a endócrina vai ser liberar
diretamente na corrente sanguínea. Existem algumas substâncias que vão ter efeitos parácrinos que vão
também estar servindo para regulação. O sistema nervoso vai liberar neurotransmissores; eles vão deferir
pela atuação e a resposta que vai se ter em relação aos seus estímulos.
Os hormônios
- São substâncias químicas, secretadas para o sangue por céls. especializadas, que regulam a(s)
função(ões) metabólica(s) de outras céls. do organismo.
- Produção: glândulas endócrinas ou tecido neurossecretor
- Composição química: derivados de aas ou de colesterol
- Transporte: no sangue, livres ou ligados às proteínas plasmáticas
- Degradação: pelo fígado e rins (excreção pelas fezes e urina)
- Atuação: nas células-alvo (com receptor)
Exemplo: acetilcolina na placa motora que vai contribuir para a contração muscular. Esses
mediadores químicos serão tanto do sistema endócrino quanto o sistema nervoso e existem células alvos
para esses mediadores, como é o caso do sistema nervoso autônomo, glândulas, músculo liso, músculo
cardíaco, o somático nas células musculares esqueléticas; a duração da ação do sistema nervoso vai ser
rápida enquanto o sistema endócrino vai ser mais longo. O sistema neuroendócrino vai regular diversas
atividades do nosso organismo, tendo princípios que são crucias para que a gente tenha um equilíbrio
dinâmico das diversas funções do organismo.
Funções:
Produzir substâncias através das glândulas;
Hormônios nas ilhoas pancreáticas.
Regulam a atividade dos músculos liso, cardíaco e de algumas glândulas.
Participam dos ritmos circadianos estabelecidos; Exemplo: acordar cedo ou tarde.
Coordena todas as atividades do organismo junto com o sistema nervoso
Estimula o crescimento e desenvolvimento. – Hormônio GH.
Manutenção do meio interno
Alteram o metabolismo e influenciam os processos reprodutivos (gônadas masculinas e femininas
vão contribuir para a formação de hormônios específicos, mas elas possuem dependência de um
estimulo de outros hormônios que saem lá da hipófise. A hipófise anterior vai liberar alguns
hormônios que vão agir nas gônadas para liberar outros hormônios).
Mecanismo de ativação
- Formação de 2 o mensageiro: ativação de AMPc e ativação de IP3/Ca ++
- Ativação direta do gene
A estrutura química dos hormônios esteroides é semelhante à do colesterol e, na maioria dos casos,
eles são sintetizados a partir do próprio colesterol. São lipossolúveis e consistem em três anéis ciclo-hexila e
um anel ciclopentila, combinados em única estrutura.
Grande parte do colesterol nas células produtoras de esteroides vem do plasma, mas também ocorre
síntese de novo colesterol, nas células produtoras de esteroides. Como os esteroides são muito lipossolúveis,
uma vez sintetizados, eles simplesmente se difundem através da membrana celular e entram no líquido
intersticial.
Diferenças entre ações de substâncias, parácrinas, endócrinas e neurócrinas
Hormônios endócrinos são liberados por glândulas ou células especializadas no sangue circulante e
influenciam a função das células-alvo em outro local do corpo.
Hormônios neuroendócrinos são secretados por neurônios no sangue circulante e influenciam a
função de células-alvo, em outro local do corpo.
Parácrinos são secretados por células no líquido extracelular e afetam células-alvo vizinhas de tipo
diferente.
Autócrinos são secretados por células no líquido extracelular e afetam a função das mesmas células
que os produziram, ligando-se a receptores na superfície celular.
Algumas características dos hormônios
Os hormônios endócrinos são transportados pelo sistema circulatório para células em todo o corpo,
incluindo o sistema nervoso em alguns casos, onde se ligam a receptores e iniciam muitas reações celulares.
Alguns hormônios endócrinos afetam muitos tipos diferentes de células do corpo; por exemplo, o hormônio
do crescimento (da hipófise anterior) causa crescimento da maioria das partes do corpo e a tiroxina (da
tireoide) aumenta a velocidade de muitas reações químicas em quase todas as células do corpo.
Outros hormônios afetam principalmente os tecidos-alvo específicos, porque somente esses tecidos
têm abundantes receptores para o hormônio. Por exemplo, o hormônio adrenocorticotrópico (ACTH), da
hipófise anterior, estimula, especificamente, o córtex adrenal, fazendo com que ele secrete hormônios
adrenocorticais e os hormônios ovarianos têm seus principais efeitos sobre os órgãos sexuais femininos e
sobre características sexuais secundárias do corpo feminino.
As células neuroendócrinas, localizadas no hipotálamo, têm axônios que terminam na hipófise
posterior e eminência mediana e secretam vários neuro-hormônios, incluindo o hormônio antidiurético
(ADH), a ocitocina e os hormônios hipofisiotrópicos, que controlam a secreção dos hormônios da hipófise
anterior.
MECANISMOS DE AÇÃO HORMONAL
Outro meio pelo qual os hormônios atuam — especificamente, os hormônios esteroides, secretados
pelo córtex adrenal, ovários e testículos — é causando a síntese de proteínas nas células-alvo. Essas
proteínas, então, funcionam como enzimas, proteínas de transporte ou proteínas estruturais, que, por sua vez,
exercem outras funções nas células.
A sequência de eventos na função dos esteroides é essencialmente a seguinte:
1. O hormônio esteroide se difunde pela membrana celular e entra no citoplasma da célula, onde se liga a
proteína receptora específica.
2. A proteína receptora-hormônio combinados, então, se difunde ou é transmitida para o núcleo.
3. A combinação se liga a pontos específicos nos filamentos de DNA nos cromossomos, o que ativa o
processo de transcrição de genes específicos para formar RNAm.
4. O RNAm se difunde para o citoplasma, onde promove o processo de tradução nos ribossomos, para
formar novas proteínas.
Para dar um exemplo, a aldosterona, um dos hormônios secretados pelo córtex adrenal, entra no
citoplasma das células tubulares renais, que contêm proteína específica, frequentemente chamada de
receptor mineralocorticoide. Portanto, nessas células, segue-se a sequência dos eventos citados antes. Depois
de cerca de 45 minutos, a proteína começa a aparecer nas células tubulares renais e a promover reabsorção
de sódio dos túbulos e secreção de potássio para os túbulos. Desse modo, a ação completa do hormônio
esteroide demora, caracteristicamente, pelo menos 45 minutos — até várias horas ou, mesmo, dias. Isso
contrasta acentuadamente com a ação quase instantânea de alguns dos peptídeos e hormônios derivados de
aminoácidos, como a vasopressina e a norepinefrina.
Hormônios da Tireoide Aumentam a Transcrição Genética no Núcleo das Células
Os hormônios da tireoide, tiroxina e tri-iodotironina, causam aumento da transcrição por genes
específicos no núcleo. Para isso, esses hormônios primeiro se ligam diretamente às proteínas do receptor no
próprio núcleo; esses receptores são fatores de transcrição ativados, localizados no complexo cromossômico
e, talvez, controlem a função dos promotores genéticos. Duas características importantes da função dos
hormônios da tireoide no núcleo são as seguintes:
1. Eles ativam os mecanismos genéticos para a formação de muitos tipos de proteínas intracelulares —
provavelmente 100 ou mais. Muitas dessas são enzimas que promovem aumento da atividade metabólica
intracelular, virtualmente, em todas as células do corpo.
2. Uma vez ligados aos receptores intranucleares, os hormônios da tireoide podem continuar a expressar
suas funções de controle por dias ou até semanas.
MECANISMOS DE AÇÃO HORMONAL: AMPc
Um dos meios pelos quais os hormônios exercem ações intracelulares é pelo estímulo da formação
de segundo mensageiro, AMPc, na face interna da membrana celular. O AMPc, então, causa efeitos
intracelulares subsequentes do hormônio. Desse modo, o único efeito direto que o hormônio tem sobre a
célula é ativar um só tipo de receptor de membrana. O segundo mensageiro faz o restante. O AMPc não é
apenas o segundo mensageiro usado pelos diferentes hormônios. Dois outros especialmente importantes são:
(1) os íons cálcio e a calmodulina associada e (2) produtos da degradação de fosfolipídios da membrana.
A ligação dos hormônios ao receptor permite o acoplamento do receptor à proteína G. Se a proteína
G estimular o sistema adenilil ciclase-AMPc, ela será chamada de proteína Ge, denotando proteína G
estimuladora. A estimulação da adenilil ciclase, uma enzima ligada à membrana pela proteína Gc, então,
catalisa a conversão de pequena quantidade de trifosfato de adenosina (ATP) citoplasmático em AMPc,
dentro da célula. Isso então ativa a proteínocinase dependente de AMPc, que fosforila proteínas específicas
na célula, desencadeando reações bioquímicas que, finalmente, produzem a resposta da célula ao hormônio.
Uma vez que o AMPc seja formado dentro da célula ele, em geral, ativa cascata de enzimas. Isso
significa que a primeira enzima é ativada, o que ativa uma segunda enzima, que ativa uma terceira e assim
por diante. A importância desse mecanismo é que somente algumas moléculas de adenilil ciclase ativadas,
na face interna da membrana celular, podem fazer com que muito mais moléculas da enzima seguinte sejam
ativadas, o que pode fazer com que ainda mais moléculas da terceira enzima sejam ativadas e assim por
diante. Desse modo, até a quantidade mais discreta de hormônio atuando sobre a superfície celular pode
iniciar cascata poderosa que ativa toda a célula.
Se a ligação do hormônio a seus receptores for acoplada à proteína G inibitória (denotada como
proteína G), a adenilil ciclase será inibida, reduzindo a formação de AMPc e, finalmente, levando à ação
inibitória da célula. Desse modo, dependendo do acoplamento do receptor hormonal à proteína G inibitória
ou estimuladora, o hormônio pode aumentar ou diminuir a concentração de AMPc e a fosforilação das
proteínas-chave no interior da célula.
A ação específica que ocorre em resposta a aumentos ou diminuições de AMPc, em cada tipo de
célula-alvo, depende da natureza da maquinaria intracelular — algumas células têm conjunto de enzimas e
outras células têm outras enzimas. Portanto, diferentes funções são desencadeadas em diferentes células-
alvo, tais como iniciar a síntese de substâncias químicas intracelulares específicas, causar contração ou
relaxamento muscular, iniciar a secreção pelas células e alterar a permeabilidade celular.
Desse modo, a célula da tireoide estimulada por AMPc forma os hormônios metabólicos tiroxina e
tri-iodotironina, enquanto o mesmo AMPc, na célula adrenocortical, causa secreção dos hormônios
esteroides adrenocorticais. Nas células epiteliais dos túbulos renais, o AMPc aumenta a permeabilidade à
água.
MECANISMOS DE AÇÃO HORMONAL: IP3 /Ca++
Alguns hormônios ativam receptores transmembranas que ativam a enzima fosfolipase C fixada às
projeções internas dos receptores. Essa enzima catalisa a degradação de alguns fosfolipídios na membrana
celular, especialmente o bifosfato defosfatidilinositol (PIP.2), em dois produtos diferentes de segundos
mensageiros: trifosfato de inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG). O IP, mobiliza os íons cálcio das
mitocôndrias e do retículo endoplasmático, e os íons cálcio, então, têm seus próprios efeitos de segundo
mensageiro, tais como a contração da musculatura lisa e as alterações da secreção celular. O DAG, o outro
segundo mensageiro lipídico, ativa a enzima proteinocinase C (PKC), que então fosforila grande número de
proteínas, levando à resposta celular. Além desses efeitos, a parte lipídica do DAG é o ácido araquidônico,
que é o precursor para as prosta- glandinas e outros hormônios locais, causadores de múltiplos efeitos nos
tecidos de todo o corpo.
Sistema de Segundo Mensageiro do Cálcio-Calmodulina
Outro sistema de segundo mensageiro opera em resposta à entrada de cálcio nas células. A entrada de
cálcio pode ser iniciada por: (1) alterações do potencial de membrana, que abrem os canais de cálcio ou (2)
hormônio interagindo com receptores de membrana, que abrem os canais de cálcio.
Ao entrar na célula, os íons cálcio se ligam à proteína calmodulina. Essa proteína tem quatro sítios
para a ligação do cálcio, e quando três ou quatro desses locais se ligaram ao cálcio, a calmodulina altera sua
forma e inicia múltiplos efeitos dentro da célula, incluindo ativação ou inibição de proteinocinases. A
ativação das proteinocinases dependentes da calmodulina causa, pela fosforilação, ativação ou inibição de
proteínas envolvidas na resposta da célula ao hormônio. Por exemplo, a função específica da calmodulina é
a de ativar a cadeia leve da miosinocinase, que atua diretamente sobre a miosina do músculo liso, causando
contração do músculo liso.
A concentração normal de íons cálcio na maioria das células do corpo é de 10“8 a 10“7 mol/L, o que
não é suficiente para ativar o sistema da calmodulina. Mas quando a concentração do íon cálcio se eleva
para 10“6 a IO-5 mol/L, ocorre ligação suficiente para causar todas as ações intracelulares da calmodulina.
Essa é quase exatamente a mesma quantidade de alteração do íon cálcio exigida no músculo esquelético para
ativar a troponina C, o que causa contração do músculo esquelético, como explicado no Capítulo 7. É
interessante que a troponina C é semelhante à calmodulina, em função e estrutura proteica.
MECANISMOS DE AÇÃO HORMONAL