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PROPÓSITO
Compreender os principais métodos laboratoriais empregados na imunologia clínica, bem como
sua importância e aplicabilidades na rotina laboratorial para auxiliar na escolha da melhor
metodologia para um diagnóstico confiável, rápido, de baixo custo e que possibilite um
tratamento eficaz e cuidadoso ao paciente.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos explorar um pouco mais sobre a metodologia dos principais testes
imunológicos empregados em um laboratório de análises clínicas.
Hormônios
Drogas
Ácidos nucléicos
A partir desses testes, podemos fornecer uma confirmação diagnóstica, o diagnóstico precoce,
a fim de acompanhar a evolução e o tratamento de uma doença, além de confirmar a presença
de uma substância no organismo.
Atualmente, existe uma enorme variabilidade de testes imunológicos, como, por exemplo, as
reações de precipitação, reações de aglutinação, reações de fixação de complemento, ensaios
imunocromáticos, imunoenzimáticos, dentre outros. Todas essas técnicas são baseadas no
reconhecimento antígeno-anticorpo e podem ser feitas a partir de reagentes marcados com
algum corante fluorescente ou quimioluminescentes, radioisótopos, enzimas que geram uma
coloração ao final da reação ou reagentes não marcados, gerando uma interação que é
visível a olho nu.
DICA
Você certamente já ouviu falar em ELISA, ensaios de precipitação e teste rápido. Sabe qual a
diferença entre eles? Ao longo desta jornada, vamos entender como esses testes são
realizados e como cada técnica pode ser empregada, compreendendo a diferença entre eles e
as principais vantagens e desvantagens. Para melhor entendimento, vamos dividir esses testes
em dois grandes grupos:
MÓDULO 1
Descrever os principais métodos laboratoriais imunológicos com reagentes não
marcados
MÉTODOS LABORATORIAIS
IMUNOLÓGICOS COM REAGENTES NÃO
MARCADOS
Como mencionamos, os métodos laboratoriais imunológicos que utilizam imunorreagentes
livres de marcação são técnicas que possibilitam uma interação antígeno e anticorpo que
podemos visualizar. Nesse tipo de reação, ocorre o reconhecimento de anticorpos com
antígenos solúveis e a formação de precipitados insolúveis.
PRECIPITADOS
REAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO
AGLUTINAÇÃO
FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO
REAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO
São técnicas que consistem no reconhecimento de antígenos solúveis com seus anticorpos
complementares que também estão em solução, originando um agregado (Imunocomplexo)
que não se solubiliza (Precipitado) e é visível (Figuras 2 e 3).
Fonte: O autor
Figura 2: Imunocomplexos.
Fonte: Wikimedia
Figura 3: Formação dos imunocomplexos.
É importante ressaltar que, para que a reação de precipitação seja visível, um fator
determinante é a concentração de antígeno (Ag) e anticorpo presentes (Ac) . Quando as
concentrações dessas duas moléculas são equivalentes, ocorre uma precipitação máxima e,
assim, é possível visualizar a precipitação. Chamamos esse fenômeno de zona de
equivalência. De forma diferente, quando existe excesso de antígeno ou anticorpo, a interação
diminui e a formação de precipitado também, gerando resultados falso-negativos. Quando
temos excesso de anticorpos, ocorrem reações que não são visíveis a olho nu (Precipitação
subótima) , esse fenômeno é chamado de prozona (Figura 4).
PROZONA
Esse efeito pode ser observado em outros testes sorológicos, como aglutinação. Durante
os exames, a partir dessa técnica, são realizadas diferentes diluições para evitar
resultados falhos.
A
Na figura, temos em (A) excesso de anticorpos, o que resulta em precipitados pequenos que
não são visíveis a olho nu, efeito prozona.
B
Representa a zona de equivalência, com concentrações de antígeno e anticorpo equivalentes e
precipitação máxima e visível.
C
Em (C), o excesso de antígeno também gera precipitados pequenos, não visíveis a olho nu,
efeito pós-zona.
Nas reações de precipitação, para verificar a interação antígeno e anticorpo, são utilizados
diferentes meios reacionais, como, por exemplo, o meio líquido ou semissólido. Quando
realizadas em meio semissólido, essas reações são dividias em imunodifusão e
imunoeletroforese. As principais vantagens dessa técnica são rapidez, fácil execução, baixo
custo, podem ser testadas diferentes amostras e boa especificidade. No entanto, elas
apresentam uma baixa sensibilidade.
IMUNODIFUSÃO
ESPECIFICIDADE
Capacidade de um anticorpo apenas reconhecer o seu antígeno específico.
AVIDEZ
Fonte: Biosciencenotes
Figura 6: Imunodifusão simples.
Após a imunodifusão, podemos utilizar um corante para marcar as proteínas, a fim de visualizar
melhor as linhas de precipitação. A utilização desses corantes é preconizada quando temos
uma baixa concentração de antígenos e anticorpos, o que torna as bandas não visíveis.
Fonte: Biosciencenotes
Figura 7: Imunodifusão dupla.
Fonte: Microbenotes
Figura 8: Imunodifusão radial.
Além das amostras testes, nessa técnica, são utilizadas soluções padrões com concentrações
conhecidas de antígenos. A partir do tamanho dos halos de precipitação obtidos com os
antígenos controles (padrão), podemos originar uma curva padrão e descobrir a concentração
de antígenos presentes em amostras de soros de pacientes, possibilitando uma análise
quantitativa. Essa técnica pode ser utilizada para quantificação de proteínas, como:
Imunoglobulinas
Proteínas séricas
Fatores do complemento
Fonte: Shutterstock
Para a detecção específica de enzimas e suas isoformas (por meio de sua atividade
particular)
SAIBA MAIS
As proteínas separadas por eletroforese podem ser fixadas e coradas com vários tipos de
corantes, como o preto de amido 10 B (azul escuro); Ponceau-S (vermelho); Coomassie G-250
(azul claro) ou Coomassie R-250 (violeta azul).
Nesse aparato, é aplicada uma diferença de potencial, que será responsável pela migração e
separação das moléculas de acordo com a carga, tamanho e conformação (Figura 9B).
Após a corrida eletroforética, é feita a imunodifusão de cada componente que foi separado no
gel. Para isso, é cortada uma canaleta entre os poços onde é colocado o antígeno ou anticorpo
correspondente (figura 9C).
À medida que ocorre uma interação antígeno-anticorpo, vamos ter uma linha de precipitação
em forma de arco na região de equivalência. Cada banda formada representa a formação de
um complexo imune específico (Figura 9D).
SAIBA MAIS
O mieloma múltiplo é uma neoplasia da medula óssea que leva à proliferação das células B e
ao aumento descontrolado da produção de anticorpos monoclonais (normalmente, do tipo IgG
ou IgA) e fragmentos deles, chamados de proteína M. Nessa doença, as proteínas
monoclonais de IgM, IgA, IgD e IgE podem estar presentes em quantidades relativamente
pequenas quando comparadas à IgG. Um resultado de imunoeletroforese que não detecta a
porção da cadeia leve das imunoglobulinas não-IgG, mostra uma alteração no padrão de
produção desses anticorpos, o que é indicativo de gamopatias como o mieloma.
A partir da técnica de Grabar e Williams, outras metodologias foram desenvolvidas, são elas:
REAÇÃO DE IMUNOELETROFORESE
UNIDIMENSIONAL SIMPLES (ELETROFORESE DE
FOGUETE OU TÉCNICA DE LAURELL)
É uma adaptação da técnica de Graber e Williams, onde a eletroforese e a imunodifusão
ocorrem ao mesmo tempo com o deslocamento apenas da substância que se deseja analisar.
Para isso, uma pequena camada de gel incorporada com o anticorpo ou antígeno é preparada
sobre uma lâmina de vidro. As amostras são aplicadas em poços pré-formados, o tampão é
escolhido para que as partículas a serem analisadas fiquem com as cargas negativas e migrem
para o polo positivo e esse conjunto é submetido à eletroforese. Durante a eletroforese, à
medida que a substância vai migrando a partir do orifício de aplicação, ocorre a separação das
moléculas e o reconhecimento do antígeno-anticorpo , com a formação das linhas de
precipitação em formato de cone ou foguete. Isto porque, no início, há uma grande
concentração da substância de interesse, que ao longo da corrida eletroforética vai
diminuindo até que se esgote. É importante ressaltar que, durante a técnica, não ocorre a
migração da substância que está incorporada ao gel.
REAÇÕES DE AGLUTINAÇÃO
As reações de aglutinação consistem na formação de um agregado visível após a interação de
anticorpos específicos com partículas insolúveis que contêm diferentes determinantes
antigênicos (local de ligação do anticorpo, ou epítopo) ligados à superfície dessas
partículas. Diferente da precipitação, onde os anticorpos e antígenos são solúveis, nessa
técnica, pelo menos uma substância deve ser insolúvel.
Como o nome diz, é a interação direta entre antígenos presentes na superfície de uma
célula com o anticorpo correspondente. Os antígenos podem estar na sua forma integra ou
fragmentada. No entanto, para ocorrer uma aglutinação visível, é necessário que o anticorpo
reconheça pelo menos dois sítios antigênicos (bivalente), o que permite a ligação simultânea
com mais de um antígeno formando interações cruzadas e um agrupado de partículas visíveis
(rever a Figura 1).
FIGURA 1
Fonte: Shutterstock
EXEMPLO
Quando desejamos encontrar um anticorpo específico, devemos fazer diluições seriadas das
amostras frente a uma concentração fixa e conhecida do antígeno correspondente. Após o
tempo de incubação, o resultado é expresso como título do anticorpo, ou seja, a última diluição
em que é possível verificar a aglutinação.
LÁTEX
ADSORÇÃO PASSIVA
O teste de Coombs indireto é um exemplo desse teste quando se utiliza hemácias como
suporte.
VOCÊ SABIA
A reação de aglutinação indireta com o látex como partícula inerte é amplamente utilizada para
a detecção do fator reumatoide. A artrite reumatoide é uma doença autoimune que leva à
inflamação crônica nas articulações, à ativação desregulada de células B e T e à produção de
autoanticorpos, moléculas que reconhecem a região Fc das imunoglobulinas produzidas no
nosso organismo, chamado de fator reumatoide que normalmente é uma variante de IgM. Na
pesquisa do fator reumatoide, o látex é sensibilizado com anticorpo do tipo IgM, IgG, IgM e IgA,
e essa partícula é reagida com o soro do paciente. Se o soro apresentar o fator reumatoide,
teremos a aglutinação.
Um paciente com uma suspeita de infecção viral faz um exame de sangue para confirmar a
presença de anticorpos contra esse vírus. O soro desse paciente é então diluído e colocado em
contato com quantidades fixas de antígenos virais e hemácias. Teremos uma competição da
ligação dos anticorpos aos antígenos livres e os que estão ligados a hemácias. À medida
que ocorre a ligação antígeno livre e anticorpo, a aglutinação diminui. Em seguida,
verificamos qual foi a diluição que não houve mais a aglutinação das hemácias, ou seja, a
inibição da propriedade aglutinante, e esse representa o título do anticorpo .
Uma paciente está com suspeita de gravidez e realiza a coleta da urina para o teste.
Normalmente, o teste de gravidez detecta o hormônio da gonodotrofina coriônica (hHCG) em
uma reação de inibição de aglutinação.
Fonte: O autor
REAÇÃO DE FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO
Podemos identificar e quantificar a presença de antígenos e anticorpos em uma amostra
através da formação de imunocomplexos e a avaliação da capacidade desses complexos em
fixar e consumir as moléculas do sistema complemento in vitro.
Essa técnica é barata, simples e utilizada para o diagnóstico de alguns agentes infecciosos
como a histoplasmose e a coccidioidomicose. No entanto, esses testes estão sendo
substituídos pelos ensaios enzimáticos, que são mais sensíveis, e são empregados apenas
como testes confirmatórios.
ETAPA 1
Na primeira etapa, ocorre a formação dos imunocomplexos (interação antígeno e anticorpo) e a
ligação (fixação) com as moléculas do sistema complemento.
ETAPA 2
Na segunda etapa, as hemácias ligadas aos anticorpos antieritrócitos (hemolisinas) são
adicionadas e, após um período, observamos se ocorreu ou não a hemólise.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) II e III
C) I e III
D) III
GABARITO
A aglutinação é uma técnica que apresenta alta especificidade e baixa sensibilidade, pois, se
os anticorpos e antígenos não estiverem nas concentrações equivalentes, pode ocorrer
resultados falso negativos (o paciente tem a doença, mas o teste não detecta).
MÓDULO 2
Explicar os métodos laboratoriais imunológicos com reagentes marcados
MÉTODOS LABORATORIAIS
IMUNOLÓGICOS COM REAGENTES
MARCADOS
Estudamos que as técnicas de precipitação, aglutinação e de fixação do complemento são os
principais ensaios imunológicos que utilizam reagentes não marcados. Agora, vamos conhecer
alguns métodos onde a verificação da presença de um antígeno e o anticorpo é realizado com
algum dos elementos (antígeno ou anticorpo) marcados com um corante fluorescente ou
quimioluminescentes, radioisótopos, enzimas, entre outros marcadores.
IMUNOFLUORESCÊNCIA
Em 1941, uma equipe de pesquisadores liderados por Albert H. Coons, desejando analisar as
técnicas imunológicas com auxílio de corantes, utilizou radicais fluorescentes, pois a coloração
com os reagentes comuns conferia uma fraca intensidade. Nessa época, já era conhecida a
capacidade dos anticorpos de ligar-se aos radicais químicos sem alterar sua conformação e
capacidade de interagir com os antígenos. Foi desenvolvido assim o teste de
imunofluorescência.
FOSFORESCÊNCIA
Quando a substância consegue armazenar energia luminosa por longos períodos até a sua
emissão.
FLUORESCÊNCIA
Quando a substância armazena energia luminosa por curto período até sua emissão.
Fonte: Wikipedia
NO CITÔMETRO DE FLUXO
A imunofluorescência representa um grande avanço na imunologia clínica, pois permitiu a
detecção de substâncias de forma direta, mesmo que em pequenas concentrações, e
utilizando pequenas quantidades de corantes fluorescentes, uma vez que esses corantes
emitem grande quantidade de energia. Antes, a detecção de um antígeno ou anticorpo era
realizado através de Reações secundárias (aglutinação ou precipitação) , ou seja, após a
formação de um imunocomplexo, sendo necessária grandes quantidades de antígenos e
anticorpos para sua visualização.
A partir dessa técnica, diferentes métodos foram descritos, como a imunoflorescência direta e
indireta.
IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA
Esta técnica é utilizada para detectar antígenos em biopsias de tecidos, como também a
presença de células, bactérias, vírus, fungos e protozoários. Ela consiste no reconhecimento
de antígenos por anticorpo correspondente que está conjugado com uma substância
fluorescente. A presença de fluorescência indica que a amostra tem a substância pesquisada.
A análise por esse método costuma ser qualitativa (Figura 11).
Fonte: Vshivkova/Shutterstock
Figura 11: Células leucêmicas marcadas com corante fluorescente, em que o núcleo está
corado em verde e o citoplasma em vermelho.
IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA
Nesta técnica, utiliza-se um anticorpo secundário conjugado com o radical fluorescente, ou
seja, um anticorpo anti-imunoglobulina que é capaz de reconhecer diferentes imunoglobulinas
ligadas a um antígeno específico. A principal vantagem desse método é a diminuição dos
custos, uma vez que o anticorpo secundário pode ser empregado para o reconhecimento de
qualquer anticorpo humano e utilizado para diferentes análises. Além disso, é um método mais
sensível e específico quando comparado à imunofluorescência direta. É utilizado para o
diagnóstico e o acompanhamento de diferentes doenças (Figura 12).
Fonte: Wikimedia
Figura 12: Teste de imunofluorescência. Em (A) e (B) fotos de células marcadas pela
imunofluorescência. (C) esquema mostrando a diferença entre a imunofluorescência direta e
indireta.
Fonte: Wikipedia
Uma microplaca de 96 poços usada para ELISA.
ETAPA 1
Inicialmente, a placa é previamente sensibilizada com a substância (antígeno e anticorpo)
específica que é complementar à molécula que desejamos identificar.
SENSIBILIZADA
ETAPA 3
Durante a execução do método, são realizadas várias lavagens (manual, por meio automático
ou por um sistema a vácuo) importantes para a retirada dos excessos de reagentes que não
estão ligados a nenhuma molécula, impedindo assim qualquer tipo de ligação cruzada e
interferências.
ETAPA 4
Dependendo do que queremos analisar, podemos utilizar antígenos conjugados com
enzimas (Ac-E) e anticorpos ou anti-anticorpos conjugados com enzimas (Ag-E) . As
enzimas mais empregadas são a fosfatase alcalina e peroxidase. Para revelar e verificar se
ocorreu interação antígeno-anticorpo conjugado com a enzima ou anticorpo-antígenos
conjugados com a enzima, é oferecido o substrato dessa enzima e um componente doador de
elétrons (cromógeno).
Quando a enzima está presente no meio reacional, ou seja, quando houve interação e
reconhecimento antígeno-anticorpo conjugado, a enzima quebra o substrato e o produto
formado atua no cromógeno, gerando uma cor. Agora, quando a alteração de cor não é
verificada, indica que a interação não ocorreu, não tendo assim no meio reacional a enzima
para agir no substrato
ETAPA 5
A leitura pode ser qualitativa, apenas verificando a alteração de cor, ou então pode ser
realizada a leitura em espectrofotômetro, o que converte as diferentes intensidades de cor em
valores numéricos (valores de densidade óptica). Quanto maior a cor obtida, maior é a
concentração da enzima conjugada e assim, maior a concentração da substância na amostra
investigada.
O método de ELISA pode ser classificado em direto, indireto ou competitivo, são eles:
ELISA direto
ELISA INDIRETO
Essa técnica pode ser adaptada para a pesquisa de antígenos em uma amostra biológica e é
chamada de ELISA Sanduíche. Para isso:
Depois, o anticorpo de captura reconhece o antígeno presente na amostra biológica.
Em seguida, a reação é revelada com um anticorpo-conjugado que reconhece o antígeno
ligado ao anticorpo de captura (Figura 14).
SAIBA MAIS
ELISA COMPETITIVO
Nessa técnica, pesquisamos antígenos nas amostras através da competição com antígenos
conjugados com a enzima. Para isso:
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
DIRETO
Pesquisa antígenos
INDIRETO
Pesquisa anticorpos
RADIOIMUNOENSAIO
Em 1956, foi desenvolvida a técnica radioimunoensaio (RIE) para a detecção da insulina.
Essa representa a primeira metodologia padronizada que utiliza reagentes marcados para a
detecção de moléculas na ordem de nano e picogramas. O RIE é semelhante ao ELISA
competitivo, no entanto, utiliza substâncias marcadas com o radioisótopo. O radioisótopo mais
empregado é o iodo-125.
SAIBA MAIS
A detecção de antígenos ou anticorpos ocorre pela competição pelo sítio de ligação entre a
substância marcada com radioisótopo e a substância que se deseja analisar. Os antígenos ou
anticorpos são adicionados à fase sólida e acrescentados às moléculas marcadas com
radioisótopo junto com a amostra do paciente. A quantificação é realizada em aparelho
específico para a detecção da radioatividade.
Quanto maior for a leitura da radioatividade, maior a formação de imunocomplexos com a
substância marcada e menor é a concentração do antígeno ou anticorpo investigado
(Figura 16).
É rápido, barato.
DESVANTAGEM DESSE TESTE
TESTES IMUNOCROMATOGRÁFICOS
Os testes imunocromatográficos realizam a detecção da interação antígeno-anticorpo pela
difusão cromatográfica, onde o complexo formado gera uma cor, e a partir deles, podemos
detectar antígenos ou anticorpos. Os testes rápidos são um exemplo clássico de
imunocromatografia e são muito utilizados para a detecção de várias doenças, como: HIV,
Hepatite, COVID. Essa metodologia é de fácil execução, baixo custo, que conferem resultados
rápidos, versáteis, dispensa equipamentos e que podem ser realizados em diferentes
amostras, como o soro, plasma, sangue total, saliva, swab de nasofaringe e orofaringe, urina e
fezes. Entretanto, apresentam baixa sensibilidade.
Fonte:Shutterstock
Teste Imunocromatográfico para HIV.
O teste rápido é realizado em um cassete constituído por uma membrana porosa de celulose
modificada e membranas absorventes de fibra de vidro. Envolvendo a membrana, temos um
dispositivo plástico que contém os locais de aplicação das amostras e verificação dos
resultados. Ele é constituído por uma fase sólida (Membrana porosa) , onde ocorre a interação
antígeno-anticorpo e é o local onde estão presentes os elementos de captura (Antígeno ou
anticorpos específicos) fixados na membrana e uma fase móvel com o deslocamento das
substâncias por capilaridade.
Após aplicação, a amostra migra em direção as regiões testes (T) e controle (C).
Caso haja reconhecimento entre o antígeno-anticorpo conjugado, esse complexo será retido
pela ligação com os anticorpos presentes na região T, que reconhecem os epítopos do
antígeno em investigação e gera uma linha colorida. Caso não haja interação, essa linha
colorida não aparecerá.
É importante ressaltar que, após a região teste, temos uma região controle, com anticorpos
anti-IgG que são capazes de se ligar a todos os anticorpos livres presentes na amostra. O
aparecimento da linha controle é essencial, pois indica que houve migração da amostra e deve
estar presente nos resultados positivos e negativos. O não aparecimento da linha controle
invalidada o teste (Figura 17).
IMUNO-HISTOQUÍMICA
O teste de imuno-histoquímica (IHQ) é uma técnica que combina a imunologia, histologia e
química e tem como finalidade o reconhecimento de proteínas de alta afinidade durante os
exames histopatológicos. Esse teste é empregado em cortes de tecidos obtidos após a biópsia
para a detecção de doenças degenerativas ou parasitárias, identificação de substâncias e
análises de estruturas dos tecidos normais e alteradas durante a evolução da doença.
Atualmente, existe uma série de anticorpos capazes de reconhecer com alta especificidade
proteínas do tecido e que garantem um diagnóstico mais fidedigno.
Existem dois tipos de técnicas que podem ser aplicadas para a imuno-histoquímica:
TÉCNICA DIRETA
Técnica que reconhece os antígenos presentes em um corte de tecido a partir de anticorpos
ligados a um marcador (anticorpos primários). Os cortes de tecidos são colocados em contato
com os anticorpos primários e, após um tempo de incubação, é realizada a leitura em
microscópios adequados. Os antígenos pesquisados no tecido serão observados pelo
aparecimento de uma cor, indicando que houve reconhecimento pelo anticorpo. Os anticorpos
não ligados são removidos por lavagens realizadas durante a técnica.
TÉCNICA INDIRETA
Técnica que reconhece proteínas pela ligação com um anticorpo (primário não marcado)
específico ao antígeno em investigação e depois essa interação é revelada pela utilização de
um anticorpo anti-IgG marcado (anticorpo secundário) e a amostra é observada em um
microscópio adequado.
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
ETAPA 1
São aplicados no antebraço do paciente 0,1 mL de antígeno específico com agulhas e seringas
estéreis, por via intradérmica.
ETAPA 2
No outro antebraço, é aplicado a mesma quantidade de Soro fisiológico 0,9% estéril (salina)
como controle.
ETAPA 3
Após 48-72 horas, é realizada a leitura, onde é medido o diâmetro do endurecimento (Parte
dura) . Normalmente, caroços superiores a 5 mm são indicativos de uma reação imune
celular (Tipo th1) no local e da exposição ao antígeno pesquisado, mas o tamanho depende
do tipo de antígeno (Figura 19).
Fonte: Adaptado de Shutterstock
Figura 19: Ilustração mostrando o teste de PPD.
Um teste positivo não indica que o paciente esteja doente ou que obrigatoriamente tenha tido
uma infecção. O aparecimento do eritema e do endurecimento indica a presença de células de
memória do tipo Th1, por uma doença que já foi curada ou uma infecção assintomática, onde o
participante não apresentou sintomas. O teste negativo indica a ausência de contato com
aquele agente infeccioso.
Fonte: Pixel-Shot/Shutterstock
CITOMETRIA DE FLUXO E
QUIMIOLUMINESCÊNCIA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. VIMOS QUE A TÉCNICA DE ELISA É AMPLAMENTE UTILIZADA NO
DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO DE DIFERENTES DOENÇAS
INFECCIOSAS, COMO HIV, DOENÇA DE CHAGAS, COMO TAMBÉM É
CAPAZ DE DETECTAR HORMÔNIOS COMO A GONADOTROFINA
CORIÔNICA HUMANA. ESSA TÉCNICA APRESENTA ALGUMAS
VARIAÇÕES E, DE ACORDO COM A METODOLOGIA, PODE SER
CLASSIFICADA EM ELISA DIRETO, COMPETITIVO E INDIRETO. SOBRE
ESSE ASSUNTO, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) Imunoenzimática
B) Imunocromatografia
C) Imuno-histoquímica
GABARITO
1. Vimos que a técnica de ELISA é amplamente utilizada no diagnóstico imunológico de
diferentes doenças infecciosas, como HIV, doença de chagas, como também é capaz de
detectar hormônios como a gonadotrofina coriônica humana. Essa técnica apresenta
algumas variações e, de acordo com a metodologia, pode ser classificada em ELISA
direto, competitivo e indireto. Sobre esse assunto, marque a alternativa correta.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta jornada, conhecemos os diferentes testes imunológicos empregados para a
confirmação diagnóstica, o diagnóstico precoce, acompanhar a evolução e o tratamento de
uma doença, além de confirmar a presença de uma substância no organismo. Vimos que a
maioria dos testes utilizados consistem na interação antígeno-anticorpo. Essa interação pode
ser visível a olho nu (teste de precipitação, aglutinação ou fixação de complemento) ou então
um dos componentes da interação deve estar marcado com corante fluorescente ou
quimioluminescentes, radioisótopos, enzimas, entre outros marcadores, para que essa
interação seja visível (ELISA, radioimunoensaio, teste de fluorescências).
Ao final, foi verificado que o teste de hipersensibilidade cutânea tardia é uma forma de
verificação in vivo da imunidade celular, sendo essencial para confirmar a exposição prévia a
alguns agentes infecciosos e estudar casos de diminuição da imunidade celular do tipo th1
(anergia).
REFERÊNCIAS
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H. Imunologia Celular e Molecular. 5. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2005.
EXPLORE+
Aprendemos que o efeito prozona acontece quando a concentração de anticorpos está maior
do que de antígenos e que isso pode levar a resultados falso negativos, pois a visualização
desses precipitados fica prejudica. Esse efeito é muito comum nos testes para detecção de
sífilis pelo teste de VDRL. Para conhecer mais sobre isso, busque o artigo Efeito prozona no
diagnóstico de sífilis pelo método VDRL: experiência de um serviço de referência no sul do
Brasil.
Conhecemos um pouco sobre o diagnóstico por ELISA e de que forma pode ser realizado.
Para saber mais, não deixe de pesquisar artigo Teste de ELISA indireto para o diagnóstico
sorológico de pitiose.
Para conhecer um pouco mais da aplicabilidade do teste rápido para HIV e como são utilizados
na clínica, leia o artigo Teste Rápido para Detecção da Infecção pelo HIV-1 em Gestantes.
Para compreender um pouco mais sobre o teste de sensibilidade cutânea Montenegro, leia o
artigo Avaliação do poder sensibilizante da reação de Montenegro.
Apreendemos que a citometria de fluxo é uma forma de avaliação da imunidade celular in vitro,
para conhecer mais sobre essa técnica leia Citometria de Fluxo no estudo das doenças infecto-
parasitárias.
CONTEUDISTA
Gabrielly Sbano Teixeira
CURRÍCULO LATTES