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Apresentação
A imunologia investiga como o corpo se defende de agressões internas e externas, analisando os
componentes do sistema de defesa, os órgãos nos quais os componentes de defesa são produzidos
e como eles são treinados para evitar a propagação de uma infecção. Nesse contexto, a Imunologia
Clínica é uma disciplina que se dedica a trabalhar com o sistema imunológico, executando testes
que permitem a identificação de uma infecção presente ou passada, além de orientações sobre
como prevenir doenças ao ensinar o sistema imunológico a se defender, antes do contato com o
patógeno (caso das vacinas), entre outras ações.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as diferenças entre plasma e soro, analisando
como eles podem ser utilizados; vai, também, estudar as reações imunológicas cruzadas e o preparo
de soluções e diluições. Por fim, vai identificar práticas de biossegurança importantes para a
manipulação segura e eficaz de materiais biológicos.
Bons estudos.
A utilização de soros hiperimunes é uma medida de imunoterapia que pode salvar vidas. A
vantagem de utilizá-los está no fato de que eles são compostos por anticorpos prontos, sem a
necessidade de esperar dias para que o organismo os produza; assim, sua ação terapêutica é muito
rápida. Esses soros podem ser homólogos (produzidos por outras pessoas) ou heterólogos
(produzidos por outros animais) e podem neutralizar toxinas e venenos ou combater doenças. Uma
das principais utilizações de soros no Brasil é no tratamento de acidentes com serpentes venenosas
e outros animais peçonhentos.
Nesse contexto, veja o Infográfico a seguir para entender como são produzidos os soros
antiofídicos e ver algumas curiosidades sobre eles.
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Conteúdo do livro
A imunologia é a ciência que estuda os mecanismos de defesa do organismo, incluindo as
moléculas, as células, os órgãos e os tecidos envolvidos no processo, sendo baseada na interação
entre diferentes moléculas; tanto de patógenos, quanto dos componentes do sistema imune. A
Imunologia Clínica é a disciplina que esclarece como podem ser utilizados os conhecimentos
referentes à imunologia para realizar o diagnóstico de doenças, principalmente infectocontagiosas e
como utilizar antígenos e anticorpos para prevenir e tratar doenças; além de compreender os
mecanismos imunológicos envolvidos nos transplantes e nas doenças autoimunes.
No capítulo Introdução à Imunologia Clínica, da obra Imunologia Clínica, você vai conhecer as
diferenças entre soro e plasma, os tipos de soro existentes e vai ver como ocorrem reações
sorológicas cruzadas. Além disso, vai compreender o processo do preparo de soluções e diluições
realizadas em laboratório e as normas de biossegurança, que devem ser seguidas.
Boa leitura.
IMUNOLOGIA
CLÍNICA
Introdução
A Imunologia é uma disciplina dentro das ciências biológicas que investiga
o sistema de defesa humano, incluindo as células e as moléculas partici-
pantes desse processo. Algumas dessas células e moléculas do sistema
imune, uma vez produzidas, permanecerão para sempre no organismo
que a produziu e, por essa razão, podem ser utilizadas no diagnóstico de
doenças, principalmente das doenças autoimunes e infectocontagiosas.
O setor de imunologia de um laboratório clínico é um dos mais mo-
vimentados, pois é nele que são feitos diferentes exames, como testes
de gravidez, pesquisas de anticorpos para doenças como Hepatite B e
HIV (vírus da imunodeficiência humana), além da busca por anticorpos
importantes em doenças autoimunes, como o fator reumatoide (FR).
Neste capítulo, você vai entender como o sistema imune pode ser
utilizado, principalmente em métodos de diagnóstico de doenças infec-
tocontagiosas, diferenciando plasma de soro e aprendendo sobre reações
sorológicas cruzadas e como elas podem ser evitadas. Além disso, você
irá relembrar as medidas de biossegurança que são importantes para o
trabalho seguro em laboratórios clínicos.
2 Introdução à Imunologia Clínica
Figura 1. Interação entre a resposta imune inata e adaptativa e visão geral da resposta imune
após o contato comum patógeno. As células fagocíticas da imunidade inata, principalmente
os macrófagos e as células dendríticas, capturam o patógeno e o processam em pedaços
menores, que serão apresentados pela molécula do MHC ao linfócito T CD4+, o qual estimula
a ação dos linfócitos T citotóxicos (CD8+), bem como os linfócitos B.
Fonte: Levinson (2016, p. 478).
4 Introdução à Imunologia Clínica
https://qrgo.page.link/3g7T5
Há uma ordem que deve ser respeitada durante a coleta de sangue para análises,
que é a cor das tampas dos tubos coletados, haja vista que essas cores representam
os diferentes tipos de anticoagulantes utilizados. O primeiro frasco é para a análise
de hemocultura, quando requisitada, seguido pelo tubo contendo citrato (tampa
azul clara), pelo tubo do soro (com ou sem ativador de coágulo — tampas amarelas
ou vermelhas, respectivamente), da heparina (verde), do EDTA (do inglês ethylenedia-
minetetraacetic acid) ou ácido etilenodiaminotetracético (rosa) e do fluoreto (cinza).
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Para aprender como é feita uma diluição seriada, observe o exemplo a seguir. Digamos
que você precise fazer uma diluição 1/2 com sete diluições. O primeiro passo é rotular
os tubos com as diluições que serão feitas: 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32, 1/64 e 1/128. Se o
volume final da solução for 120 µL, você deve colocar 120 µL do diluente (geralmente
a água) em cada um dos tubos. Para fazer a primeira diluição, você deverá colocar
120 µL da amostra original (não diluída) no primeiro tubo (1/2) e homogeneizar bem,
com isso, você terá, na primeira diluição, uma concentração de metade da amostra
original. Para prosseguir com a diluição seriada, transfira 120 µL do tubo 1/2 para o
tubo 1/4, e a concentração do soluto será de um quarto em relação à amostra inicial.
A diluição prossegue, coletando 120 µL do tubo 1/4 e transferindo para o tubo 1/8,
e assim sucessivamente (Figura 3). O tubo final apresentará um volume final de 240
µL, enquanto os 120 µL adicionais deverão ser desprezados ou armazenados para a
continuação da diluição, se houver necessidade.
10 Introdução à Imunologia Clínica
Figura 3. Diluição seriada. A partir da amostra original (não diluída), um volume constante
será retirado de cada tubo, aumentando, dessa forma, o fator de diluição constantemente.
Fonte: Câmara (2016 , documento on-line).
A lavagem das mãos com água e sabão é uma atitude simples, mas que
promove a remoção de sujeiras e bactérias presentes na flora normal da pele,
diminuindo bastante o risco de infecção e contaminação. A lavagem das mãos
deve ser feita sempre após a retirada das luvas e ao final do trabalho (Figura 4).
Um dos principais cuidados que devem ser tomados em laboratórios é
minimizar a formação de aerossóis e partículas sólidas ou líquidas que se
encontram suspensas em um meio gasoso (geralmente o ar). A manipulação
de microrganismos, sangue, fluidos orgânicos, pós e reagentes químicos
poderá levar à formação de aerossóis, o que contribui para a transmissão de
doenças. Entre os fatores que geram aerossóis, citam-se o uso de centrífugas
e agitadores, a remoção e a desenroscagem de tampas de borracha, a remoção
de meio de cultura com seringa e agulha, o ato de abrir imediatamente líquidos
que acabaram de serem agitados, entre outros. A manipulação de materiais
que possam gerar aerossóis deve ser feita de maneira cautelosa e, sempre que
possível, em capelas ou cabines de contenção biológica.
14 Introdução à Imunologia Clínica
Para entender como essas reações ocorrem e como é possível evitá-las, aumentando a
confiabilidade do resultado, assista à Dica do Professor a seguir.
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Na prática
Na rotina de um laboratório clínico, muitas vezes, os profissionais deparam-se com uma grande
quantidade de amostras a serem analisadas em pouco tempo e diferentes técnicas são requeridas
para essas análises. Ainda, em um laboratório hospitalar, a tomada de decisões para o atendimento
pode depender dos resultados das análises laboratoriais, causando uma pressão para liberação de
resultados imediatos. Nesse contexto, podem ocorrer acidentes com materiais biológicos; é
importante manter a calma para tomar as atitudes corretas.
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