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Testes Imunocromatográficos

TESTES QUALITATIVOS PARA A IDENTIFICAÇÃO DE VÍRUS

Licenciatura em Ciências Biomédicas Laboratoriais


2º Semestre Ano letivo 2021/2022
Unidade curricular: Microbiologia Clínico Laboratorial II
Discente: Leonor Morcela, nº20201539
Docente: Patrícia Fernandes
Data de entrega: 31/03/2022
Índice
Introdução ........................................................................................................................... 2
Testes imunocromatográficos ............................................................................................ 3
Testes por Imunocromatografia de fluxo lateral............................................................ 5
Imunocromatografia de dupla migração ........................................................................ 6
Testes por imunoconcentração ...................................................................................... 7
Teste por fase sólida ........................................................................................................ 9
Conclusão ........................................................................................................................... 11
Referencias bibliográficas .................................................................................................. 12

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Introdução
A Imunocromatografia é uma técnica que primeiramente foi utilizada para o estudo de
proteínas séricas e começou a ser desenvolvida nos anos 60. Com o avanço das
tecnologias, estes testes revelaram-se eficientes na investigação de doenças
infectocontagiosas.

A utilização destes testes foi aumentar a agilidade da resposta aos indivíduos,


permitindo o rápido encaminhamento para assistência médica e para o início do
tratamento. O aparecimento destes testes rápidos foi importante para o processo de
otimização dos sistemas de saúde publica, aplicável em diversos casos como por
exemplo no controlo de epidemias.

Nos dias de hoje os testes rápidos qualitativos são usados para a identificação de várias
doenças infeciosas, como o dengue, malária, hepatite B, infeção por vírus como HIV,
Helicobacter pylori, Streptococcus pneumoniae, sífilis, sendo usado também para a
deteção de Ags ou de Acs.

As principais vantagens e desvantagens dos testes baseados em métodos


imunocromatográficos são:

Vantagens:

➢ Rapidez;
➢ Baixo custo/ económico;
➢ Fácil execução;
➢ Período de validade elevado;
➢ Não necessitam de estruturas laboratoriais ou de profissionais graduados para
sua execução;
➢ Fácil interpretação.

Desvantagens:

➢ Pode necessitar de testes de confirmação;


➢ Qualitativo;
➢ Detetam um ou mais componentes simultaneamente;
➢ Apresenta sensibilidade (probabilidade de se obter um resultado positivo na
presença do analito específico) e especificidade (probabilidade de se obter um
resultado negativo na ausência do analito específico, ou seja, resultado negativo
para pessoas não doentes).

É essencial um cuidado na escolha da casa comercial do teste, pois deve-se ter em


conta diversos aspetos, como o preço, o kit que têm que apresentar todo o
equipamento necessário á execução do teste. É também necessário um especial
cuidado com as bulas relativas a cada teste, pois é importante que possuam diversas
imagens relativamente ao modo de execução do teste, tal como colheita da amostra e
volumes.

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Testes imunocromatográficos
Os testes imunocromatográficos são um tipo de testes rápidos e qualitativo que
identificam doenças infeciosas, hormônios e outros analitos, por associação específica
a anticorpos com partículas coloridas conjugadas. É um teste considerado qualitativo
porque apenas pesquisa a presença ou não de um determinado analito a pesquisar
presente numa amostra biológica.

Os testes rápidos são, primariamente, recomendados para testagens presenciais. E


podem ser feitos com:

➢ Amostra de sangue total, obtido através da colheita, recorrendo a um tubo


anticoagulante;
➢ Amostras de fluido oral, estas amostras são obtidas recorrendo ao uso de
uma zaragatoa;
➢ Soro, é obtido através da colheira recorrendo a um tubo sem anticoagulante e
sem fibrinogénio;
➢ Plasma, é obtido através da colheita recorrendo a um tubo com anticoagulante
com fibrinogénio.

O primeiro passo para a realização de um teste imunocromatográfico é a colheita da


amostra biológicas. Essa amostra é depositada no local indicado do exame, junto com
uma solução-tampão, ou seja, uma solução aquosa capaz de resistir a mudanças de ph,
e aguardar o tempo de reação, normalmente é entre 3 e 30 minutos.

Atualmente existem cinco tipos de testes imunocromatográficos:

➢ Imunocromatografia de fluxo lateral;


➢ Imunocromatografia de dupla migração;
➢ Teste por fase sólida;
➢ Dispositivos de imunoconcentração.

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Cada teste possui a sua própria realização, devidamente especificado por bulas,
contudo, os métodos são bastante semelhantes de teste para teste, sendo estes
constituídos por tiras ou dispositivos, estes possuem uma matriz de membrana de
nitrocelulose ligada a uma tira de acetato transparente.

Os resultados destes testes geralmente consideram a presença de antígenos ou


anticorpos na amostra do doente.

➢ Para detetar um antigénio: aplica-se um anticorpo de captura, ligado à


matriz e um anticorpo específico marcado para o antígeno que é pesquisado;
➢ Para detetar um anticorpo: utiliza-se um antigénio específico ligado à matriz
e um anticorpo anti imunoglobulina marcado.

Os testes imunocromatográficos são compostos por:

➢ Filtro de amostra, este promove a distribuição uniforme e controlada do


material a ser analisado, para o suporte do conjugado, impedindo o alagamento
do dispositivo
➢ Suporte do conjugado, este traduz-se no resultado da junção de anticorpos
ou antigénios com o ouro coloidal, ou outras moléculas.é o oiro coloidal fixado
no suporte do conjugado que vai distribuir de froma uniforme a amostra sob a
membrana do teste.
➢ Membrana de nitrocelulose, encontra-se na região analítica e contém os de
captura na linha de teste e linha de controlo. A capilaridade desta membrana
influencia a sensibilidade do teste, na medida em que uma baixa capilaridade
ocorre quando a quantidade da amostra é limitada e é necessário alta
sensibilidade do teste, já uma alta capilaridade ocorre quando existe um
excesso de amostra e a sensibilidade não é um fator limitante. A membrana
passa por alguns processos antes da montagem final do teste.
➢ Filtro de adsorção, encontra-se na extremidade da membrana de
nitrocelulose e tem como fim puxar todo a amostra adicionada no teste,
assegurando que este não volte para trás, evitando falsos positivos.

Figura 2- Esquema representativo da constituição de testes imunocromatográficos

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TESTES POR IMUNOCROMATOGRAFIA DE FLUXO LATERAL
Estes testes utilizam uma membrana de nitrocelulose subdividida em quatro áreas.

➢ Área de amostra (A), onde é aplicada a amostra e a solução tampão;


➢ Área intermediária (I), que contém o conjugado, geralmente composto de ouro
coloidal ligado a anticorpos (imunoglobulinas);
➢ Área de teste (T), que contém os antígenos fixados à membrana de
nitrocelulose, onde se lê o resultado da amostra testada;
➢ Área de controle (C), local de controle da reação e que permite a validação do
teste.

Figura 3- Representação esquemática de um teste de imunocromatográfia de fluxo lateral.

Neste tipo de teste a amostra é colocada na zona A, e a solução tampão sobre esta. Os
anticorpos fluem sobre a membrana, ligando-se ao conjugado na área I, prosseguindo
para a área T, onde se ligam aos antigénios, formando uma linha colorida. O conjugado
não ligado ao anticorpo e o excesso do complexo imune continuam a migração, ao
longo da membrana de nitrocelulose, em direção à área C, onde são capturados por
anticorpos anti-imunoglobulina, formando outra linha (ou banda) colorida.

Os resultados podem ser:

Positivos, quando há a formação de duas linhas, uma, na área de teste (T) e outra, na
área de controle (C).

Figura 4- Interpretação do resultado positivo do teste de imunocromatográfia de fluxo lateral.

Negativos, quando houver formação de uma linha, somente na área de controle (C).

Figura 5- Interpretação do resultado negativo do teste de imunocromatográfia de fluxo lateral.

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Inválidos, quando não houver linha colorida, na área de controle (C), ou houver
somente uma linha na área de teste (T)

Figura 6- Interpretação do resultado inválido do teste de imunocromatográfia de fluxo lateral.

TESTE POR IMUNOCROMATOGRAFIA DE DUPLA MIGRAÇÃO


Este teste é bastante semelhante ao teste de imunocromatográfia de fluxo lateral, mas
possui uma diferença, apesar da amostra e da solução tampão serem colocadas no
mesmo sítio, temos um segundo tampão que vai libertar as partículas conjugadas e vai
ser colocado numa outra área e vai migrar separadamente até a “janela” do teste.

O teste de dupla migração utiliza uma membrana de nitrocelulose, na qual estão


ligados antígenos e são subdivididos em três áreas:

➢ Área 1, onde se aplicam a amostra e o diluente.


➢ Área 2, onde se aplica o tampão para permitir a migração do conjugado.
➢ Área 3, que contém os antígenos fixados e onde se faz a leitura do teste e do
controle.

Figura 7- Teste por Imunocromatografia de dupla migração

O funcionamento destes testes começa com a amostra e o tampão a serem aplicados


na área 1 do teste e migram, em direção à área 3. Na área 3, vai haver antígenos fixados,
e se houver anticorpos na amostra, eles irão se ligar a esses antígenos.

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Em seguida, adiciona-se o tampão na área 2, que permite a migração do conjugado
composto por proteína A e partículas de ouro coloidal em direção à área 3. Essa
migração ocorre perpendicularmente ao fluxo da amostra.

A proteína A, componente do conjugado, liga-se às imunoglobulinas, anticorpos que já


estavam ligados aos antígenos fixados na área 3. Com a concentração do ouro coloidal
nessa área, é possível visualizar a presença de uma linha, de cor rosa ou púrpura, que
indica a presença de anticorpos na amostra. O conjugado continua o fluxo até ligar-se
ao reagente da área de controle, resultando no aparecimento de uma linha rosa ou
púrpura, indicando que o resultado é válido.

Os resultados deste teste são identificados e visualizados de igual forma que o teste
imunocromatográfico de fluxo lateral.

TESTES POR IMUNOCONCENTRAÇÃO


Nos testes por imunoconcentração, o resultado é alcançado por uma reação que tem
uma concentração de anticorpos, e estes irão ligar-se uns aos outros, para formar um
complexo.

Este tipo de teste apresenta uma membrana de nitrocelulose ou de náilon, na qual


estão imobilizados antígenos do agente infecioso investigado. Outra membrana, mas
esta é absorvente, que está sob a membrana de nitrocelulose, e apresenta também um
conjugado composto de proteína A conjugada com ouro coloidal.

Figura 8- Representação esquemática de um teste de imunoconcentração

Neste teste a amostra a amostra é colocada sobre a membrana, esta ao passar pela área
onde estão os antigénios do agente infecioso investigado, os anticorpos da amostra,
quando estão presentes, ligam-se, e formam um complexo. Seguidamente vai ser
adicionado um conjugado, a proteína A desse conjugado vai se ligar aos anticorpos do
complexo e a concentração de oiro coloidal vai permitir visualizar um ponto colorido.

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Os resultados podem ser:

Positivos, quando houver formação de um círculo colorido na área de controle (C) e


um círculo colorido na área de teste (T).

Figura 9-Interpretação do resultado positivo

Negativos, quando houver formação de um círculo colorido somente na área de


controle (C).

Figura 10- Interpretação do resultado negativo

Inválidos, quando não surgir cor na área de controle, o teste é considerado inválido.

Figura 11- Interpretação do resultado inválido

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TESTE POR FASE SÓLIDA
Os testes por fase sólida utilizam a metodologia ELISA. Este teste é constituído por um
pente com 12 dentes que carregam anticorpos anti-imunoglobulina humana e o
antígeno da doença, cada dente desse pente é colocado em contato com a amostra
extraída do paciente, para que seja observada uma possível reação, fruto do contato
das imunoglobulinas com as anti-imunoglobulinas.

Cada dente contém:

➢ Uma área com anticorpos anti-imunoglobulina humana;


➢ Uma área com antígenos;
➢ Alguns kits podem apresentar mais antígenos no pente.

Figura 12- Representação esquemática do pente de reação de um TR por fase sólida

Neste tipo de teste, é o dente do pente que é colocado num recipiente que contenha a
amostra, em que os anticorpos da amostra vão se ligar as anti-imunoglobulinas da área
de controlo, formando um complexo. Caso estejam presentes, os anticorpos vão se
ligar à área com antígeno, formando um complexo.

De seguida, o pente é colocado num outro recipiente, que contém o conjugado e


haverá a ligação das anti-imunoglobulinas do conjugado com os complexos formados
anteriormente. Por fim, o pente vai ser colocado em um terceiro recipiente, que
contém o substrato. A presença dos anticorpos será revelada pela formação de círculos
coloridos, na área do controle e nas áreas que contêm anticorpos.

Neste tipo de testes, existem três locais de visualização e interpretação dos resultados,
um na área de controle (C) e dois na área específica com diferentes antígenos.

Os resultados podem ser:

Positivos para HIV-1, quando houver formação de um círculo colorido na área


indicada para HIV-1 e na área de controle (C).

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Figura 13- Interpretação do resultado positivo para HIV-1
Positivos para HIV-2, quando houver formação de um círculo colorido na área
indicada para HIV-2 e na área de controle (C).

Figuro 14- Interpretação do resultado positivo para HIV-2

Negativo, quando houver formação de um círculo colorido somente na área de


controle (C).

Figura 15- Interpretação do resultado negativo

Inválido, quando não houver círculo colorido na área de controle (C).

Figura 16- Interpretação do resultado inválido

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Conclusão
Com este trabalho podemos concluir que existem diversos tipos de testes
imunocromatográficos para deteção rápida de diversos vírus. Os testes mais utilizados
são os testes imunocromatográficos de fluxo lateral, que podem ser usados na deteção
rápida do VIH e do Adenovírus/Rotavírus, apesar de poderem ser utilizados com
diversos outros vírus.

É relevante saber também que a escolha de uma casa comercial é muito importante,
pois a escolha não dependerá só das condições financeiras da unidade hospitalar, como
também da opinião dos técnicos de análises clínicas; e da constituição do kit…

Concluído o início da prática dos testes rápidos foi uma mais valia para a área da
saúde, uma vez que é possível um diagnóstico perspicaz num curto espaço de tempo.
Desta forma, o paciente em causa poderá iniciar o seu tratamento o quanto antes, caso
se depare com um resultado positivo.

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Referencias bibliográficas
(Telab, s.d.), disponível em:
https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22168/mod_resource/content/2/HIV
%20-%20Manual%20Aula%206%20%281%29.pdf

(Hilab, s.d.), disponível em: https://hilab.com.br/blog/imunocromatografia/

(Imunocromatografia, s.d.), disponível em:


https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTASSIE
R/aula-pratica-11--imunocromatografia-e-imunodot.pdf

(especificidade e sensibilidade , s.d.), disponível em: https://hilab.com.br/blog/o-que-


e-sensibilidade-e-especificidade-de-um-exame/

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