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APOSTILA TEÓRICA DE LÍNGUA PORTUGUESA

PROF. ELI CASTRO.

FUNDAMENTAÇÃO

Esta apostila está fundamentada nas seguintes gramáticas: Nova Gramática do Português
Contemporâneo, de Celso Cunha & Lindley Cintra; Nova Gramática da Língua
Portuguesa, de Evanildo Bechara; Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, de
Domingos Paschoal Cegalla, Gramática para Concursos, de Marcelo Rosenthal e A
Gramática para concursos, de Fernando Pestana. Das cinco, sugiro a última, uma vez que
ela é rica em exercícios e traz base teórica na medida certa. Também sugiro a aquisição
do Dicionário Houaiss, o melhor disponível no mercado.

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O AUTOR

Eli Castro é graduado pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com licenciatura em
Língua Portuguesa, Literatura e Língua Espanhola. Foi professor de espanhol do Núcleo de
Línguas da UECE entre os anos de 2002 e 2005. É mestre em Literatura Brasileira
Contemporânea pela Universidade Federal do Ceará (UFC), onde foi professor substituto
entre os anos de 2008 e 2010. É professor dos principais cursinhos preparatórios para
concursos em Fortaleza. Eventualmente, leciona, também, em cursos de pós-graduação
em faculdades particulares. Atualmente, dedica-se ao estudo da psicanálise. Em breve,
talvez possa exercer, também, o papel de analista.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Sumário
Fonologia.
Acentuação gráfica.
Domínio da ortografia oficial (Novo Acordo Ortográfico e uso do hífen).
Estrutura das palavras e Processos de formação de palavras.
Domínio da estrutura morfossintática do período (Morfologia II ─ inclui emprego e
correlação de tempos e modos verbais).
Regência verbal (Tema base para Termos da oração e crase).
Regência nominal (Tema base para Termos da oração e crase).
Colocação pronominal.
Emprego do sinal indicativo de crase.

Concordância verbal.
Concordância nominal.
Termos da oração (Tema base para as relações de coordenação e subordinação)
Emprego dos sinais de pontuação.
Relação de coordenação entre os termos da oração (Orações coordenadas)
Relação de subordinação entre os termos da oração (Orações subordinadas
adjetivas).
Relação de subordinação entre os termos da oração (Orações subordinadas
substantivas).
Relação de subordinação entre os termos da oração (Orações subordinadas
adverbiais).
Compreensão e interpretação de textos (análise do discurso: pressupostos,
subentendidos e implícitos).
Reconhecimento dos tipos e gêneros textuais (Tipologia textual e Gêneros textuais).

Domínio dos mecanismos de coesão textual (Coesão, coerência textual e


intertextualidade).
Bibliografia.

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FONOLOGIA

A fonologia é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma. A


palavra fonologia é oriunda do grego: phonos = voz/som e logos = palavra/estudo. Estuda
também a função que os sons da língua desempenham no sistema de comunicação linguística,
sua organização e classificação. Seu principal objeto de estudo é o fonema, menor unidade sonora
das palavras.

FONEMA

Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção
de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam
a distinção entre os pares de certas palavras:

barata batata
rato pato
morro corro
nexo sexo

Veja como esses sons distintivos (esses fonemas) são importantíssimos para um falante
do português:

- O jantar será peito de rato com purê de baratas.

- Se você terminar o nosso namoro, eu corro!

- Qual é o nexo desse jacaré?

Fonema e Letra

O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua escrita, representamos os
fonemas por meio de sinais chamados letras. Portanto, letra é a representação gráfica do
fonema. Na palavra sapo, por exemplo, a letra s representa o fonema /s/ (lê-se “sê”); já
na palavra brasa, a letra s representa o fonema /z/ (lê-se “zê”).

Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o
caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x:

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Exemplos:

PALAVRA LETRA FONEMA


Zebra Z /z/
Casado S /z/
Exame X /z/

Já em outros casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra x, por
exemplo, pode representar:

PALAVRA LETRA FONEMA


Texto X /ʃ/ ou /s/
Exemplo X /z/
Xícara X /ʃ/
Nexo X /ks/

ALFABETO FONÉTICO

Letra Fonema Exemplo


b /b/ Bata
p /p/ Pata
m /m/ Maia
f /f/ Fala
v /v/ Vala
t /t/ Tudo
d /d/ Dedo
s, c, ss, sc, x /s/ sacola, cedo, osso,
nascer
z, x, s /z/ zero, exame, casa
c, qu /k/ cama, queijo
g, gu /g/ gato, guerra
n /n / Nave
nh /ɲ/ Unha
l /l/ Lápis
lh /ʎ/ Palha
r /r/ caro, faro
rr /Ŗ / carro
ch, x / ʃ/ chave, xamã
J, g /Ӡ/ janela, gelo

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NÚMERO DE LETRAS X NÚMERO DE FONEMAS

Exemplos:

PALAVRA NÚMERO DE LETRAS NÚMERO DE FONEMAS


Planta 6 5
Anexo 5 6
Galho 5 4
Hoje 4 3
Compra 6 5

A LETRA DIACRÍTICA

Letra diacrítica é aquela não pronunciada quando há um agrupamento de duas letras,


mas com um único valor sonoro (os chamados dígrafos). Nos dígrafos SC, SÇ e XC a
primeira letra é a diacrítica. As letras M e N, nas nasalizações, são as diacríticas. Nos
demais dígrafos (RR, SS, CH, LH, NH, GU e QU) a segunda letra será a diacrítica. As letras
diacríticas são:

LETRA DIACRÍTICA EXEMPLO


R carro;
S assado;
H chave;
H telhado;
H galinha;
U guerra;
U quilograma;
M campo;
N tendes;
S adolescente;
S cresça;
X excesso.

LETRA ETIMOLÓGICA

Trata-se da letra H. Ainda que ela não represente nenhum som, faz parte do passado
etimológico de muitas palavras e, por isso, é conservada até os dias atuais em muitos
vocábulos.

Ex.: Habitante, horda, hodierno, hediondo etc.

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DÍGRAFO

O dígrafo ocorre quando duas letras representam um único fonema. A segunda letra é a
chamada diacrítica, como já vimos.

Os dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos (chamados também de nasais).

a) Consonantais: gu, qu, ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc, xs.
Ex.: guerreiro, queda, chave, nhoque, arrastão, assado, exceção, exsudar, exsicar,
descendente, excitar.

b) Vocálicos: a, e, i, o, u seguidos de M ou N na mesma sílaba.


Ex.: campo, anta, empresa, imbatível, ombro, onda, umbigo, untar.

Obs.: os conjuntos “ha”, “ho”, “he” das palavras Habitante, Homenagem e Hediondo, por
exemplo, não constituem dígrafos. O “H” nada mais é do que uma letra etimológica.

DICA PARA CONTAGEM DE FONEMAS

O número de fonemas é sempre o resultado do número de letras menos o número de


dígrafos. Veja: queijo ( 6 letras – 1 dígrafo = 5 fonemas)

Outros exemplos:

- GUERREIRO

- LANCHA

- EXCEÇÃO

- CHAMAR

- NHOQUE

DÍFONO

O dífono nada mais é do que o fonema /KS/ representado pela letra X.

Ex.: Tóxico, complexo, tórax, córtex, reflexo, dúplex etc.

CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS

VOGAIS SEMIVOGAIS CONSOANTES

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VOGAIS X SEMIVOGAIS

Dica:

A E I O U
3 2 1 2 1

Exemplos:

Pai, sério, reino, piada, treino, cânfora, mentiu, fui etc.

Obs.: as semivogais /j/ e /w/ podem aparecer representados na escrita por "e", "o" ou
"m".

Veja:

pães / pãjs / mão / mãw/ cem /sẽj/

CUIDADO!!!

Alguns gramáticos, como Celso Cunha e Sacconi, consideram a letra L uma semivogal (
/w/ ) em finais de sílabas (sal, mal, sol, alto, alvo etc.) por terem som de U. Esse pedido,
entretanto, é pouquíssimo visto em provas de concursos.

CLASSIFICAÇÃO DAS VOGAIS

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser:

a) Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.

Ex.: Faca, leque, livro, lógico, uva.

b) Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.

Ex.:

fã, canto, tampa


dente, tempero
lindo, mim
bonde, tombo
nunca, algum

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c) Átonas: pronunciadas com menor intensidade.

Ex.: aluno, rampa, ela etc.

d) Tônicas: pronunciadas com maior intensidade.

Ex.: até, bola, arma, lago etc.

Quanto ao timbre, as vogais podem ser:

e) Abertas:

Ex.: pé, lata, pó, copo etc.

f) Fechadas:

Ex.: mês, luta, amor, mesa etc.

Consoantes

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra


obstáculos ao passar pela cavidade bucal. Isso faz com que as consoantes sejam
verdadeiros "ruídos", incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém
justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam ("soam com") as vogais.

Exemplos:

/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/ etc.

Encontros Vocálicos

Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes


intermediárias. É importante reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e o hiato.

1) Ditongo

É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba.

Dica para os ditongos

Semivogal + vogal Ditongo crescente (DC)


Vogal + semivogal Decrescente (DD)

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a) Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal.
Por Exemplo: sé-rie (i = semivogal, e = vogal) área, marmóreo, tênue, nódoa, quieto,
aquoso.

b) Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal.


Por exemplo: pai (a = vogal, i = semivogal), caule, fui, estoura, degrau, dói, louco,
coitado.

c) Oral: quando o ar sai apenas pela boca.

Por exemplo: pai, série, peito etc.

d) Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.

Por exemplo: mãe, tem, pão, muito, trem etc.

2) Tritongo

É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nessa
ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal.
Exemplos:

Tritongo oral Tritongo nasal


Paraguai, iguais, averiguou, delinquiu. Quão, saguão, enxáguem, deságuam.

3) Hiato

É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes,
uma vez que nunca há mais de uma vogal numa sílaba.
Por Exemplo: saída (sa-í-da), poesia (po-e-si-a), rainha (ra-i-nha), ruim (ru-im), aí (a-í) etc.

4) Glide (falso hiato)

É considerado um falso hiato o encontro entre uma vogal + semivogal + uma, vogal que
pertencem a sílabas diferentes como em prai-a, mei-o, joi-o etc.

Esquematizando

Ditongo Tritongo Hiato Glide

V + SV SV + V + SV V+V V + SV + V

SV + V

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Mesma sílaba Mesma sílaba Sílabas diferentes Sílabas diferentes

Encontros Consonantais

Perfeitos pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se.


Imperfeitos por-ta, rit-mo, lis-ta, af-ta.

Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso,
inseparáveis:

- Pneu, gno-mo, psi-có-lo-go, mne-mô-ni-co...

ATENÇÃO!!!

O M e o N usados após as vogais (havendo nasalização) não são considerados consoantes.


Por exemplo, na palavra “tempo”, não está ocorrendo encontro consonantal em teMPo.
Também não estará ocorrendo encontro consonantal em “senta” no grupo seNTa. O M e
o N são apenas marcas de nasalização, pois não constituem sons independentes.

EXERCÍCIO I

01- Em qual item não há presença de ditongo.

A) HISTÓRIA
B) TAMBÉM
C) SAINDO
D) BEIJO
E) REFÉM

02- Em qual das opções se notam ditongos crescente e decrescente, respectivamente.

a) Peito / meia
b) Mãe / rei
c) Lírio / partiu
d) Quando / vácuo
e) Sua / pai

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03- Em qual opção em que não se nota uma palavra com uma vogal aberta, oral e
tônica.

a) Até
b) Bota
c) Patrulha
d) Trem
e) Vovó

04- Em qual vocábulo não se nota número de letras igual ao número de fonemas?

a) Trapaça
b) Montaria
c) Bem
d) Peixe
e) Revólver

05- Em qual vocábulo não se nota exemplo de tritongo?

a) Mínguam
b) Pinguim
c) Saguão
d) Uruguai

06- Em qual idem se nota a presença de hiato?

a) Praia
b) Meia
c) Saia
d) Gaiola
e) Poético

GABARITO

01 02 03 04 05 06
C C D B B E

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Regras que não mudaram com o Novo Acordo Ortográfico

1- Todas as palavras proparoxítonas (que têm o acento tônico na antepenúltima sílaba)


são acentuadas: árvore, lâmpada, têmpora, esplêndido, lápide, sôfrego, hambúrgueres
etc.

Os exemplos citados acima são chamados, também, de proparoxítonas reais.

CUIDADO!!!!! Polêmica!!!!!

Alguns gramáticos (e consequentemente algumas bancas, como o IMPARH) defendem a


ideia de que palavras como série, mágoa ou tênue são exemplos de proparoxítonas
(proparoxítonas eventuais). Assim, seriam separadas da seguinte forma: sé-ri-e, má-go-a
e tê-nu-e. Tais gramáticos costumam chamar esses vocábulos, também, de paroxítonas
aparentes ou eventuais. Pasme!!!

Obs.: Essa polêmica se restringe a vocábulos paroxítonos terminados em ditongo


crescente.

2- Acentuam-se as palavras paroxítonas (que têm o acento tônico na penúltima sílaba)


terminadas em:

A) ditongo crescente ou decrescente: sério, ânsia, Mário, mágoa, espontâneo, viáveis,


cárie, amáveis, jóquei, jóqueis, quisésseis etc.

B) -ão, -ãos, -ã, -ãs: órfão, órfãos, órfã, órfãs; ímã, ímãs, órgão, órgãos.

C) -i, -is: júri, júris, lápis, biquíni, biquínis, táxi, táxis etc.

D) -on, -ons: próton, prótons, nêutron, nêutrons, elétron, elétrons, íon, íons, píton,
pítons.

E) -um, -uns, -us: álbum, álbuns, bônus, Vênus, médium, médiuns, fórum, fóruns,
quórum.

F) l, n, r, x, ps,: amável, fácil, hífen, pólen, dólar, revólver, hambúrguer, Félix, tórax,
tríplex, látex, bíceps, fórceps.

3- As palavras oxítonas e os monossílabos tônicos acentuados são os que terminam em


A, E, O (seguidas, ou não, de “S”) e em ÉU(S), ÉIS, ÓI(S):

A) Oxítonas: vatapá, cajá, Pará, você, vocês, café, cipó, paletós, mocotó, avô, mantê-
los, propô-lo, manifestá-la, chapéu, chapéus, papéis, corrói, anzóis etc.

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CUIDADO: REGRA SOMENTE PARA AS OXÍTONAS.

Oxítonas terminadas em -ÉM e -ÉNS são sempre acentuadas.

TERMINAÇÃO EXEMPLO

-ém Porém, também, amém etc.

-éns Reféns, armazéns, parabéns etc.

A) Monossílabas: cá, fé, é, és, pó, pôs, mês, ré, sós, mês, fê-la, pô-los, dá-las, céu,
céus, réis, réu, réus, dói, róis etc.
4- Acento nas vogais i e u: Para serem acentuadas, as vogais I e U precisam preencher as
seguintes condições:

a) ser tônicas;
b) ser precedidas de vogal;
c) formar sílaba sozinha ou com S.

Exemplos: aí, caí, juízes, caído, Luís, incluí-lo, caíste, baú, saúde, gaúcho, balaústre.
Basta falhar uma dessas condições para não mais haver acento: vai, cai, juiz, caindo, Luiz.
Exceções:

- Rainha, fuinha, lagoinha, moinho etc.

Obs.: Para que se caracterize a exceção, é necessário existir o dígrafo NH depois da vogal.

REGRAS QUE MUDARAM COM O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto


completo passa a ser:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q RSTU V W X Y Z

As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da


nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg


(quilograma), W (watt);

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b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy,
playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Uso do Trema

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela
deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.

Como era Como fica


agüentar aguentar
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente
eloqüente eloquente

Atenção:

O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.

Exemplos: Müller, mülleriano, Bündchen, Schönberg etc.

Quanto à acentuação

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas
(palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

Como era Como fica


idéia ideia
paranóia paranoia
apóia (verbo apoiar) apoia
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
colméia colmeia

Atenção:

Essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser
acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis,
herói, heróis, troféu, troféus.

Atenção:

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Depois de ditongo crescente, nas palavras oxítonas, o i ou o u serão acentuados
normalmente.

Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

2. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Como era Como fica


abençôo abençoo
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
dôo (verbo doar) doo
enjôo enjoo
lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem
vôos voos

4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s),


pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Como era: Ele pára o carro.


Como fica: Ele para o carro.
Como era: Ele foi ao pólo Norte.
Como fica: Ele foi ao polo Norte.
Como era: Ele gosta de jogar pólo.
Como fica: Ele gosta de jogar polo.
Como era: Esse gato tem pêlos brancos.
Como fica: Esse gato tem pelos brancos.
Como era: Comi uma pêra.
Como fica: Comi uma pera.

Atenção:

 Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo


poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do
presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Exemplo: Ontem, ele não pôde sair
mais cedo, mas hoje ele pode.

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 Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo:
Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

 Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir,
assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir
etc.).

Exemplos:

-Ele tem dois carros. -Eles têm dois carros

-Ele vem de Juazeiro. -Eles vêm de Juazeiro.

-Ele mantém a palavra. -Eles mantêm a palavra.

-Ele convém aos estudantes. -Eles convêm aos estudantes.

-Ele detém o poder. -Eles detêm o poder.

-Ele intervém em todas as aulas. -Eles intervêm em todas as aulas.

 É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em


alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a
forma da fôrma do bolo?
 Uso do hífen

REGRAS

Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se
trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão
dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os
prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo.

1- EMPREGA-SE HÍFEN nos compostos sem elemento de ligação quando o 1º termo


está representado por forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbal.

Ano-luz, tio-avô, zé-povinho, má-fé, azul-escuro, seu-vizinho, sul-africano, afro-


asiático, vaga-lume, conta-gotas, primeiro-ministro, arco-íris, decreto-lei, joão-
ninguém, segunda-feira, porta-retrato, quebra-mar, porto-alegrense etc.

NÃO CONFUNDIR: As formas empregadas adjetivamente do tipo afro-, anglo-, euro-,


franco-, indo- ítalo- etc. continuam sem hífen em empregos em que só há uma etnia:

Afrodescendente, anglomania, eurocêntrico, lusofonia, francolatria etc.

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Obs.: Algumas palavras, com o tempo, perderam, em certa medida, a noção de
composição, e passaram a se escrever sem o hífen.

Ex.: girassol, paraquedas, mandachuva, pontapé.

Obs.: Mas, se a noção de composição se mantiver na memória do falante, usa-se hífen.

Ex.: para-brisa, para-choque, ave-maria, abaixo-assinado etc.

2- EMPREGA-SE HÍFEN nos compostos sem elemento de ligação quando o 1º


elemento está representado pelas formas além, aquém, recém, bem e sem.

Além-Atlântico, bem-aventurado, bem-estar, sem-vergonha, recém-eleito,


aquém-mar, bem-dizer, além-mar etc.

3- EMPREGA-SE HÍFEN nos nomes geográficos compostos pelas formas grã, grão, ou
por forma verbal ou, ainda, naqueles ligados por artigo:

Grã-Bretanha, Grão-Pará, Traga-Mouro, Baía de Todos-os-Santos, Trás-os-Montes


etc.

4- EMPREGA-SE HÍFEN nos compostos sem elemento de ligação quando o primeiro


elemento está representado pela forma mal e o 2º elemento começar por vogal, h
ou l.

Mal-afortunado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo etc.

PORÉM: malcriado, malgrado, malnascido, malpesado etc. (sem hífen).

5- EMPREGA-SE HÍFEN nos compostos que designam espécies botânicas (plantas) ou


zoológicas (animais).

Andorinha-do-mar, feijão-verde, erva-doce, couve-flor, capim-limão, bem-me-


quer (mas: malmequer é exceção), joão-de-barro, cobra-d’água etc.

6- NÃO SE EMPREGA HÍFEN em certas locuções consagradas pela gramática


normativa:

Cão de guarda, fim de semana, fim de século, sala de jantar, cor de açafrão, cor de
café, cor de vinho, depois de amanhã, em cima, por baixo de, por cima de, apesar
de, a fim de, em contrapartida, faz de contas, um deus nos acuda, tomara que
caia, maria vai com as outras, ponto e vírgula, comum de dois, arco e flecha etc.

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por


prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além,
ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro,
hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró,
pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.
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7- Com prefixos, USA-SE SEMPRE O HÍFEN diante de palavra iniciada por h.

Exemplos:
anti-higiênico anti-histórico
co-herdeiro macro-história
mini-hotel proto-história
sobre-humano super-homem
ultra-humano

8- NÃO SE EMPREGA HÍFEN quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal


com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos:
aeroespacial agroindustrial
anteontem antiaéreo
antieducativo autoaprendizagem
autoescola autoestrada
autoinstrução coautor
coedição extraescolar
infraestrutura plurianual
semiaberto semianalfabeto
semiesférico semiopaco

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este
se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar,
coocupante etc.

9- NÃO SE EMPREGA HÍFEN quando o prefixo termina em vogal e o segundo


elemento começa por consoante diferente de r ou s.

Exemplos:
anteprojeto antipedagógico
autopeça autoproteção
coprodução geopolítica
microcomputador pseudoprofessor
semicírculo semideus
seminovo ultramoderno

Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen.

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Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.

10- NÃO SE EMPREGA HÍFEN quando o prefixo termina em vogal e o segundo


elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras.

Exemplos:
antirrábico antirracismo
antirreligioso antirrugas
antissocial biorritmo
contrarregra contrassenso
cosseno infrassom
microssistema minissaia
multissecular neorrealismo
neossimbolista semirreta
ultrarresistente ultrassom

11- EMPREGA-SE HÍFEN quando o prefixo termina por vogal e o segundo elemento
começa pela mesma vogal.
Exemplos:
anti-ibérico anti-imperialista
anti-inflacionário anti-inflamatório
auto-observação contra-almirante
contra-atacar contra-ataque
micro-ondas micro-ônibus
semi-internato semi-interno

12- EMPREGA-SE HÍFEN quando o prefixo termina por consoante e o segundo


elemento começa pela mesma consoante.
Exemplos:
hiper-requintado inter-racial
inter-regional sub-bibliotecário
super-racista super-reacionário
super-resistente super-romântico
13- EMPREGA-SE HÍFEN sempre que o 1º elemento terminar graficamente acentuado.
Pré-natal, Pós-graduação, Pré-história, Pró-europeu, Pré-vestibular etc.
Atenção:
19
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
 Nos demais casos, não se usa o hífen.

Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.

 Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região,
sub-raça etc.

 Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e
vogal: circum-navegação, pan-americano etc

14- NÃO SE USA O HÍFEN quando o segundo elemento começar por vogal e o prefixo
termina por consoante.

Exemplos:
hiperacidez hiperativo
interescolar interestadual
interestelar interestudantil
superamigo superaquecimento
supereconômico superexigente
superinteressante superotimismo

15- USA-SE SEMPRE O HÍFEN com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré,
pró, vice.
Exemplos:
além-mar além-túmulo
aquém-mar ex-aluno
ex-diretor ex-hospedeiro
ex-prefeito ex-presidente
pós-graduação pré-história
pré-vestibular pró-europeu
recém-casado recém-nascido
sem-terra
16- DEVE-SE USAR O HÍFEN com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

17- DEVE-SE USAR O HÍFEN para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se
combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos
vocabulares.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo, o percurso Lisboa-Coimbra- Porto, o
trecho Fortaleza-Itapipoca-Sobral etc.

18- NÃO SE DEVE USAR O HÍFEN em certas palavras que perderam a noção de
composição.

Exemplos:
girassol madressilva
mandachuva paraquedas
paraquedista pontapé

Observações

1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por “r”: sub-
região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem
hífen: subumano, subumanidade.

2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e
vogal: circum-navegação, pan-americano etc.

3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se


inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.

Imposições do Acordo Ortográfico

Não se utiliza hífen nas seguintes locuções:

a) Cão de guarda
b) Fim de semana
c) Fim de século
d) Sala de jantar
e) Cor de açafrão
f) Cor de café com leite
g) Cor de vinho
h) Deus nos acuda
i) Salve-se quem puder
j) Um faz de contas
k) Um disse me disse
l) Um maria vai com as outras
m) Bumba meu boi
n) Tomara que caia
o) À toa
p) Dia a dia
q) Arco e flecha
r) Calcanhar de aquiles
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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
s) Comum de dois
t) Tão somente
u) Ponto e vírgula

Exceções impostas pelo Acordo Ortográfico

Utiliza-se hífen nas seguintes locuções:

a) Água-de-colônia
b) Arco-da-velha
c) Cor-de-rosa
d) Mais-que-perfeito
e) Pé-de-meia
f) Ao deus-dará
g) À queima-roupa

Acordo Ortográfico

Exercícios 1

Questão única: Analise as composições abaixo e, em seguida, justifique a presença


correta ou não do hífen.

a) Má-fé:

_________________________________________________________________________
_________________________________

Correto: 1º termo está representado por forma adjetiva. Ex.: luso-brasileiro, boa-fé,
ano-luz etc.

b) Luso-fonia:

_________________________________________________________________________
_________________________________

Errado: As formas afro- ,anglo-, euro-, indo-, franco- etc. continuam sendo grafadas sem
hífen.

c) Planalto:

_________________________________________________________________________
_________________________________
Correto: Não se reconhece mais o sentido de plano + alto. Ex.: Fidalgo, aguardente etc.

d) Conta-gotas:

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_________________________________________________________________________
_________________________________

Correto: 1º termo está representado por forma substantiva. Ex.: tio-avô, zé-povinho,
primeiro-ministro, porta-retrato etc.

e) Bem-dito
_________________________________________________________________________
_________________________________

Correto: Usa-se hífen quando o 1º elemento está representado por além, aquém,
recém, bem, sem. Ex.: bem-dizer, sem-número, recém-casado, além-mar, aquém-mar.

f) Sem-vergonha
_________________________________________________________________________
_________________________________

Correto: Usa-se hífen quando o 1º elemento está representado por além, aquém,
recém, bem, sem. Ex.: bem-dizer, sem-número, recém-casado, além-mar, aquém-mar.

g) Mal-humorado, Mal-entendido, mal-estar:


_________________________________________________________________________
_________________________________

Correto: Use-se hífen quando o 1º elemento for MAL e o 2º for VOGAL, H ou L. Exceção:
Mal de Alzheimer.

h) Malcriado, malvisto, malnascido:

_________________________________________________________________________
_________________________________

Correto: Use-se hífen quando o 1º elemento for MAL e o 2º for VOGAL, H ou L.

i) Belorizontino, matogrossense, portoalegrense:

_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_____________

Errado: Adjetivos gentílicos serão grafados sempre com hífen. Ex.: juiz-forano, ouro-
pretense etc.

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j) Erva-doce, galo-de-campina, feijão-verde, couve-flor:

_________________________________________________________________________
_________________________________

Correto: nos compostos que designam espécies botânicas e zoológicas, usa-se o hífen.
Ex.: joão-de-barro, cobra-d`água etc.

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS

A análise cuidadosa da estrutura das palavras mostra-nos que existem várias pequenas
partes que compõem um vocábulo, os chamados morfemas ou elementos mórficos.

MORFEMAS

Os elementos mórficos são os seguintes:

►Raiz;
►Radical;
►Vogal temática;
►Tema;
►Desinências;
►Afixos;
►Vogais e consoantes de ligação.

1º) RAIZ

É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras,


consideradas do ângulo histórico. Para muitos gramáticos, raiz é a mesma coisa que
radical. A raiz encerra sentido lato e geral, comum às palavras de mesma família
etimológica. Assim, a raiz seria o significado da palavra.

Assim, a raiz noc (do latim nocere = prejudicar) tem significação geral de causar dano, e a
ela se prendem, pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar,
inócuo etc.

2º) RADICAL

É o elemento básico e significativo das palavras. Tal morfema é a parte irredutível da


palavra, uma espécie de célula-mãe. O radical abriga a raiz, ou seja, abriga o significado
originário da palavra.

Como achar o radical de verbos e de nomes?

Em verbos

Coloque o verbo no infinitivo e isole o “R” final e a vogal anterior a ele. Assim, em
CANTAR, teremos:
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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
RADICAL VOGAL CONSOANTE “R”
CANT A R

A partir do radical, outras palavras podem ser criadas:

Radical CANT- Cantoria, cantiga, cantor, cantada, cantávamos etc.

Em nomes

Coloque o nome em sua forma primitiva. Depois, isole a parte irredutível do vocábulo.
Assim, em PANELA, teremos:

RADICAL VOGAL NÃO CONSTITUINTE DO RADICAL


PANEL A

A partir do radical, outras palavras podem ser criadas:

Radical PANEL- Panelas, panelada, panelaço, panelinha, paneleiro.

3º) VOGAL TEMÁTICA

Tem como função preparar o radical para ser acrescido pelas desinências de gênero e
número, quando for nome; e também, quando for verbo, para indicar a conjugação a que
este pertence.

►Exemplo: saber, cantar, vender, partir, terra, milho, cerveja, vinho etc.

OBSERVAÇÃO:

Nem todas as formas verbais ou nominais possuem a vogal temática.

Exemplo:

(Eu) parto (radical + desinência), barril, tatu, saci, sabiá, peru, caju, sutil etc.

Esses vocábulos que não possuem vogal temática são chamados de atemáticos. Nos
nomes, veja que a última vogal dos vocábulos atemáticos é tônica.

4º) TEMA

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
É o radical com a presença da vogal temática. O tema dá o “assunto” da palavra, ou seja,
diz o que ela, de fato, significa.

Veja:

RADICAL VOGAL TEMÁTICA


PONT- A
PONT- E
PONT- O

Ex.:

- O time precisa de dez...........................(pontos, pontes, pontas) para ser campeão.

- A cidade só tem três ....................(pontos, pontes, pontas) para o acesso à praia.

- Ele fez .................(pontos, pontes, pontas) para as estacas.

Conclusão: é possível que existam palavras com o mesmo radical, mas com significados
(raízes) diferentes. O tema, então, expõe essas diferenças.

Outros exemplos de temas: chora-r, canta-r, chove-r, bolo-s, bola-s etc.

5ª) DESINÊNCIAS

São elementos que indicam as flexões que os nomes e os verbos podem apresentar. São
subdivididas em desinências nominais e desinências verbais:

6ª) DESINÊNCIAS NOMINAIS – indicam o gênero e número. As desinências de gênero são


“a” e “o”; as desinências de número são o “S” para o plural e ZERO (Ø) para singular, pois
ele não tem desinência própria. Veja:

DESINÊNCIA DE GÊNERO FEMININO DESINÊNCIA DE GÊNERO MASCULINO


A O
MENIN- MENIN-
ATREVID- ATREVID-
GAT- GAT-
MAGR- MAGR-
ALUN- ALUN-
ESPERT- ESPERT-

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
DESINÊCIA DE NÚMERO (PLURAL) DESINÊNCIA DE NÚMERO (SINGULAR)
S ø
LIVRO- LIVRO-
MESA- MESA-
PRINCESA- PRINCESA-
CONFUSO- CONFUSO-
COERENTE- COERENTE-

Obs.: o símbolo de vazio (ø) indica que, no português, em geral, só se sabe quando uma
palavra está no singular quando não se nota o “S”.

Situações em que o “S” não indica plural

VOCÁBULO
LÁPIS
ÔNIBUS
ANIS
FÓRCEPS

Obs.: Lembre-se de que o plural dessas palavras é sabido apenas quando se tem o artigo
antes do vocábulo.

CUIDADO!!!

Nem todo “O” será uma desinência de gênero masculino. Muitas vezes, esse “O” não faz
a oposição entre os gêneros (masculino x feminino). Nesses casos, trata-se, apenas, de
uma vogal temática. Veja:

VOGAL TEMÁTICA VOGAL TEMÁTICA


MILH-A MILH-O
SAC- A SAC-O
BOL-A BOL-O
PORT-A PORT-O

7º) DESINÊNCIAS VERBAIS – indicam o modo, número, pessoa e tempo dos verbos.

a) Desinência modo-temporal (DMT): indica em que modo e tempo se encontra o


verbo.

MODO INDICATIVO

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Presente Pret. Pret. Perf. Pret. + q Fut. Pres. Fut. Pret.
Imperf. Perf.

ø - IA Ø - RA -RE - RIA
- VA - RÁ ~

MODO SUBJUNTIVO

Presente Pret. Futuro


Imperf.

-A -SSE -R
-E

b) Desinência número-pessoal (DNP): indica em que número se encontra o verbo. Os


números dos verbos são os seguintes:

1ª do singular (eu) falo


2ª do singular (tu) Falas
3ª do singular (ele/a) Fala

1ª do plural (nós) Falamos


2ª do plural (vós) Falais
3ª do plural (eles/as) Falam

8º) AFIXOS

São elementos que se juntam aos radicais para formação de novas palavras. Os afixos
podem ser:

PREFIXOS – quando colocado antes do radical.


SUFIXOS – quando colocado depois do radical.

Exemplo:

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
PREFIXO RADICAL SUFIXO
DES ARM- MENTO
IN ESQUEC- ÍVEL

Obs.: no primeiro exemplo acima, foi retirada a vogal de ligação “A” para que ficassem
expostos, apenas, os afixos e os radicais.

9º) VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO

São elementos que são inseridos entre os morfemas (elementos mórficos), em geral, por
motivos de eufonia, ou seja, para facilitar a pronúncia de certas palavras.
Exemplo: silvícola, cronômetro, psicodélico, cafeicultura, pazada, paulada, chapeLaria,
cafeTeira, sonoLento, frioRento etc.

Obs.: as organizadoras de concursos pouco pedem aos candidatos que identifiquem


as vogais e consoantes de ligação. Baixa possibilidade de esse aspecto aparecer em
provas.
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Inicialmente, observemos alguns conceitos sobre palavras primitivas e derivadas:

PALAVRAS PRIMITIVAS – palavras que NÃO são formadas a partir de outras.


Exemplo: pedra, casa, livro etc.

PALAVRAS DERIVADAS – palavras que SÃO formadas a partir de outras já existentes.


Exemplo: pedrada (derivada de pedra), casinha (derivada de casa), livraria (derivada de
livro) etc.

Na língua portuguesa, existem dois processos de formação de novas palavras: derivação e


composição.

DERIVAÇÃO

É o processo pelo qual palavras novas (derivadas) são formadas a partir de outras que já
existem (primitivas). Podem ocorrer das seguintes maneiras:

- Prefixal;
- Sufixal;
- Prefixal-sufixal;
- Parassintética;
- Regressiva;
- Imprópria.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
PREFIXAL

Processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo a um radical.

Exemplos:

DESFAZER

INÚTIL

AMORAL

IMORAL

AFÔNICO

REORGANIZAR

O VALOR SEMÂNTICO DOS PREFIXOS

Veja a sequência:

- ANORMAL (negação, ausência), ACRÍTICO (negação, ausência), ACÉFALO (negação,


ausência), APODRECER (processo de)

- DESAMOR (negação) , DESCONFIAR (negação) , DESLEAL (negação) , DESEMBOLSAR


(afastamento, separação), DESCASCAR (afastamento, separação).

Os falsos prefixos

Algumas palavras têm estruturas que se assemelham a prefixos. Contudo não o são, pois
fazem parte do radical e, consequentemente, não apresentam valor semântico. Veja:

INDÍGENA (não existe o substantivo “dígena”).

DESMANTELAR (não existe o verbo “mantelar”).

ATÔNITO (não existe o adjetivo “tônito”).

RETALIAR (não existe o verbo “taliar”)

SUFIXAL

Processo de derivação pelo qual é acrescido um sufixo a um radical.

Exemplos:

CARRINHO, LIVRINHO, CAMINHA, TAMPINHA ETC.


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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
LOUVÁVEL, AMÁVEL, SOFRÍVEL, ALIENÁVEL ETC.
BAMBUZAL, BABAÇUZAL, AÇAIZAL, CAPINZAL ETC.
REPUBLICANO, FRANCISCANO, CAMONIANO, ITALIANO ETC.
COMUNISTA, CAPITALISTA, MILITARISTA, INDIVIDUALISTA ETC.
HORROROSO, AFETUOSO, HABILIDOSO, CRITERIOSO ETC.
TOLICE, IMUNDICE, MALUQUICE, CHATICE, CAFONICE ETC.

O VALOR SEMÂNTICO DOS SUFIXOS

Veja a sequência:

- GOIABEIRA (árvore que produz) , FIGUEIRA (árvore que produz), BANANEIRA (árvore
que produz) , CEGUEIRA (doença, afecção), BEBEDEIRA (excesso de.) .

- REPUBLICANO (que segue os princípio da), FRANCISCANO (antropônimo), CAMONIANO


(antropônimo), ITALIANO (origem, gentílico).

PREFIXAL E SUFIXAL

Ocorre quando ambos os afixos surgem acoplados ao radical. Contudo, podem perder um
deles que, mesmo assim, o vocábulo continua com significação corrente.

- INFELIZMENTE

- AMORALIDADE

- DESMISTIFICAÇÃO

- DESMORALIZÁVEL

PARASSINTÉTICA

Processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo e sufixo, simultaneamente, ao


radical. Nesse casso, os dois afixos precisam estar acoplados ao radical. Detalhe: não é
todo gramático que reconhece esse processo.

Exemplo:

- A-NOIT-ECER

- PER-NOIT-AR

- EN-FORC-AR

- DES-ALM-ADO

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
REGRESSIVA (ou DEVERBAL)

Processo de derivação em que são formados substantivos a partir de verbos. As palavras


formadas por deverbal terminam em a, e, o e geram substantivos abstratos.

Exemplo:

- Ninguém justificou a compra antes do horário (do verbo comprar)

- O debate foi longo. (do verbo debater)

- Esse sufoco não sai do meu peito! (do verbo sufocar)

Outros exemplos:

Amparar = o amparo
Perder = a perda
Enlaçar = o enlace
Dançar = a dança
Fugir = a fuga
Engasgar = o engasgo

IMPRÓPRIA

Processo de derivação que consiste na mudança de classe gramatical da palavra sem que
sua forma se altere.

Exemplos:

Classe gramatical 01 (própria) Classe gramatical 02 (imprópria)


Ele vai jantar cedo. (verbo) O jantar estava ótimo. (substantivo)
Respeite os meus cabelos brancos. Respeite os meus cabelos, brancos.
(adjetivo) (substantivo)
Tenho dois filhos. (numeral) O dois é um número par. (substantivo)
Bebi meio litro de leite. (numeral) Ela está meio preocupada. (advérbio)

COMPOSIÇÃO

É o processo pelo qual a palavra é formada pela junção de dois ou mais radicais. A
composição pode ocorrer de duas formas: justaposição e aglutinação.

JUSTAPOSIÇÃO

Ocorre quando não há alteração nas palavras, e elas continuam sendo faladas e escritas
da mesma forma como eram antes da composição.

Detalhe: é possível, em palavras formadas por justaposição, que haja hífen ou não.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Exemplo: passatempo, seu-vizinho, beija-flor, guarda-roupa, radiocomunicação, boto-cor-
de-rosa, paraquedas, dezoito, beija-flor etc.

AGLUTINAÇÃO

Ocorre quando há alteração em pelo menos uma das palavras, seja na grafia, seja na
pronúncia.

Detalhe: Em palavras formadas por aglutinação, é impossível haver hífen.

Exemplo: boquiaberto (boca + aberta), petróleo (pedra + óleo), pernilongo (perna +


longa), planalto (plano + alto); embora (em+ boa+ hora); fidalgo (filho + de alguém
importante), lobisomem (lobo + homem), aguardente (água + ardente) etc.

OUTROS PROCESSOS

ABREVIAÇÃO (OU REDUÇÃO)

É a forma reduzida apresentada por algumas palavras:

Exemplo: auto (automóvel), quilo (quilograma), moto (motocicleta), boteco (botequim),


Rio (Rio de Janeiro), Zé (José), Pneu (pneumático), Foto (fotografia), Pólio (Poliomielite),
Ex (Ex-namorada/o), Fone (telefone), pornô (pornográfico) etc.

HIBRIDISMO

É a formação de palavras a partir da junção de elementos de idiomas diferentes.


Raramente aparece em provas de concurso.

Exemplo: automóvel (grego + latim), burocracia


(francês + grego), micro-ônibus (grego + latim), reportagem (inglês + latim), televisão
(grego + latim), bicicleta (latim + grego), cybervício (inglês + português) etc.

ONOMATOPEIA

Consiste na criação de palavras através da tentativa de imitar vozes ou sons da natureza.

Exemplo: fonfom, cocoricó, tique-taque, boom!, pingue-pongue, mimimi etc.

SIGLA OU SIGLONIMIZAÇÃO

Uma sigla é a criação vocabular a partir da redução de outras palavras ou expressões. Na


formação das siglas, utilizam-se as letras iniciais ou as sílabas iniciais de cada elemento
componente.

MEC: Ministério da Educação e Cultura.


FGTS: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
ENEM: Exame Nacional do Ensino Médio.
Médico Veterinário: Méd.Vet.
Ministro: Min.
Professor: Prof.

NEOLOGISMO

O neologismo é a criação de vocabular para atender a novas necessidades comunicativas.

Ex.:

- O texto foi deletado porque era impróprio.


- Muitos usam o internetês a todo instante.
- Não vou gastar o meu juridiquês com você!

ESTRANGEIRISMO

O estrangeirismo consiste no emprego de palavras de outras línguas, tomadas de


empréstimo.

Ex.:

Do inglês (anglicismos)

Marketing, chip, e-mail, on-line, show, smartphone, internet, site etc.

Do francês (galicismos)

Abajur, balé, garçom, toalete, bistrô, menu etc.

PALAVRA-VALISE

Consiste na combinação de duas palavras, sendo ao menos uma delas reduzida, formando
um novo vocábulo que abarque os dois significados anteriores.

Ex.:

Portunhol
Showmício
Chafé
Namorido
Sapatênis
Aborrecente
Dedoches
Chocotone

EXERCÍCIO

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
1. Assinale a opção em que todas as palavras se formam pelo mesmo processo:
a) ajoelhar / antebraço / assinatura
b) atraso / embarque / pesca
c) o jota / o sim / o tropeço
d) entrega / estupidez / sobreviver
e) antepor / exportação / sanguessuga

2. A palavra "aguardente" formou-se por:

a) hibridismo
b) aglutinação
c) justaposição
d) parassíntese
e) derivação regressiva

3. Que item contém somente palavras formadas por justaposição?

a) desagradável - complemente
b) navio- escola / pé-de-cabra
c) encruzilhada - estremeceu
d) supersticiosa - valiosas
e) desatarraxou - estremeceu

4. Numere as palavras da primeira coluna conforme os processos de formação


numerados à direita. Em seguida, marque a alternativa que corresponde à sequência
numérica encontrada:

( ) aguardente 1) justaposição
( ) casamento 2) aglutinação
( ) portuário 3) parassíntese
( ) pontapé 4) derivação sufixal
( ) os contras 5) derivação imprópria
( ) submarino 6) derivação prefixal
( ) acéfalo

5. Indique a palavra que foge ao processo de formação de “toque-toque”:

a) zunzum
b) reco-reco
c) toque-toque
d) tlim-tlim
e) fuga

6. Em que alternativa a palavra sublinhada resulta de derivação imprópria?

a- Às sete horas da manhã começou o trabalho principal: a votação.

35
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
b- Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto secreto ... Bobagens,
bobagens!
c- Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições continuariam sendo uma farsa!
d- Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se entenderam.
e- Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando de raiva.

7. Assinale a série de palavras em que todas são formadas por parassíntese:

a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer


b) solução, passional, corrupção, visionário
c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente
d) biografia, macróbio, bibliografia, asteroide
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo

8. As palavras couve-flor, planalto e aguardente são formadas por:

a) derivação
b) onomatopeia
c) hibridismo
d) composição
e) prefixação

9. A palavra resgate é formada por derivação:

a) prefixal
b) sufixal
c) regressiva
d) parassintética
e) imprópria

10. Assinale a opção em que nem todas as palavras são de um mesmo radical:

a) noite, anoitecer, noitada


b) luz, luzeiro, alumiar
c) incrível, crente, crer
d) festa, festeiro, festejar
e) tampa, destampado, tampão.

11. Em qual dos exemplos abaixo está presente um caso de derivação parassintética?

a) Lá vem ele, vitorioso do combate.


b) Ora, vá plantar batatas!
c) Começou o ataque.
d) Assustado, continuou a se distanciar do animal.
e) Não vou mais me entristecer, vou é cantar.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
12. Em "O pernalta da vida e o passatempo do tempo que passa não brincam nos lagos da
lua", há, respectivamente:
a) um elemento formado por aglutinação e outro por justaposição
b) um elemento formado por justaposição e outro por aglutinação
c) dois elementos formados por justaposição
d) dois elementos formados por aglutinação
e) n.d.a

13. Aponte a alternativa que classifica corretamente os elementos mórficos do verbo a


seguir: CONFI-A-SSE-S

a) Radical; VL; DNP; DMT


b) Raiz; VL; DNP; DMT
c) Radical; VT; DMT; DNP
d) Raiz; VT; DMT; DNP
e) Radical; VT; DNP; DMT

14. As desinências modo-temporais de LEVAR no futuro do presente (3ª pessoa do


singular) e pretérito imperfeito (2ª pessoa do singular) são:

a) RA e SSE
b) S e MOS
c) VA e RA
d) S e M
e) RÁ e VA

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B B B 2441536 E D A D C B

11 12 13 14
E A C E

DOMÍNIO DAS ESTRUTURAS MORFOSSINTÁTICAS DO PERÍODO

MORFOLOGIA
As classes de palavras

Qualquer idioma necessita de palavras para que a comunicação se estabeleça. Quando


essas palavras se organizam para formar um texto, adquirem significações específicas:
nomear seres, indicar características, qualidades, fazer conexões etc. De acordo com essas
significações, as palavras da língua portuguesa estão agrupadas em dez classes,
denominadas classes de palavras ou classes gramaticais, a saber: substantivo, artigo,
adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

37
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
1 - SUBSTANTIVOS

São as palavras que dão nome aos seres e às coisas em geral.

Como identificá-los em um texto? Os substantivos, em tese, virão sempre acompanhados


de um determinante (artigo, pronome, numeral, adjetivo e/ ou locução adjetiva). Leia o
poema baixo:

VERSOS ÍNTIMOS

Vês?! Ninguém assistiu ao formidável


Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!


O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!


O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,


Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL DOS SUBSTANTIVOS

Comum:

Indica um nome genérico, aberto e sem história no contexto.

Exemplos.: criança, rio, cidade, mesa, garrafa etc.

Próprio:

É aquele que particulariza uma coisa ou um ser. Os substantivos próprios têm uma história
no contexto.

Exemplos: Ayrton Senna, Recife, Gramado, Fortaleza, Audi, Pão de Açúcar, Heineken,
Coca-cola etc.

Concreto:

Nomeia coisas ou seres (reais ou imaginários) de existência independente de outros seres.

Exemplos: Casa, cobra, livros, mar, areia, rato, Deus, Saci etc.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
 Abstrato:

Nomeia seres ou coisas que dependem de outros seres ou de outras coisas para existir.

Exemplos: ódio, solidão, beleza, medo, pavor, salto, vantagem, amor etc.

 Coletivo:

Indica uma multiplicidade de coisas ou seres de uma mesma espécie.

Exemplos: antologia (de livros), conselho (de membros de associações, de parlamentares,


de classe etc.), horda (de bandidos, de bárbaros), banca (de examinadores) etc.

Substantivos coletivos x Concordância verbal.

Quando um substantivo coletivo apresenta valor partitivo, nossa banca pode envolvê-lo
numa questão de concordância verbal. Fique atento.

Ex.:

- Bando de bactérias................................o corpo do doente. (invadiu / invadiram).

- A multidão de torcedores........................ a conquista do título. (comemorava /


comemoravam).

Com quais verbos vamos preencher as lacunas acima? Resposta: com todos. Nesses
casos, o verbo pode concordar com o núcleo, ou com a expressão especificadora.

ARTIGOS

São as palavras que acompanham os substantivos, modificando-os ou determinando-os,


isto é, indicando gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural). Os artigos
podem ser definidos ou indefinidos.

DEFINIDOS O, A, OS, AS.

INDEFINIDOS UM, UNS, UMA, UMAS.

PEGADINHAS!!!
a) Não confundir os artigos definidos com os pronomes pessoais oblíquos.

-João é um rapaz muito determinado. Aquele fato o motivou. (pronome)

*o = representa alguém citado no texto; mas poderia, num outro texto, representar algo, e
não uma pessoa+

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-Ele não citou o motivo de sua demissão. (artigo)

*o = é o determinante de “motivo”+

-Maria muito trabalhava no ano passado. Nunca a encontrava em casa. (pronome)

*a = representa alguém citado no texto; mas poderia, num outro texto, representar algo, e
não uma pessoa+

- A moça encontrava-se em casa. (artigo)

* a = é o determinante de “moça”+

Morfologicamente Sintaticamente

Artigos A, O, AS, OS Adjuntos Adnominais (100% das vezes)

Pronomes A, O, AS, OS Objetos Diretos (em 99% das vezes)

b) Não confundir os artigos definidos com os pronomes demonstrativos.

- O que....= aquilo que ou aquele que

- Os que....= aqueles que

- A que....= aquela que

- As que....= aquelas que

ESQUEMATIZANDO

O “COMBO” DE PRONOMES

Pronome demonstrativo Pronome relativo

O que

Os que

A que

As que

Exemplos:

- Quase todos os alunos saíram; os que ficaram tinham dúvidas.

- O que mais admiro em você é a sinceridade.

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- Não sei se o que houve foi proposital.

- Mulheres são exigentes; as que não são devem ter valores diferenciados.

c) Não confundir os artigos indefinidos com os pronomes indefinidos.

- Uns dormem tarde; outros, cedo.


ADJETIVOS

São palavras que caracterizam os seres e as coisas em geral, podendo expressar


qualidade, estado, modo de ser, aparência etc. Os adjetivos sempre orbitam a “atmosfera”
do substantivo. Portanto, onde há substantivos, há grande chance de se notar, no mínimo,
um adjetivo.

Ex.: combativo, mau, amargurado, arrogante, tristíssimo etc.

PEGADINHA!!!!

As formas analíticas representadas por “mais bom”, “mais mau”, “mais grande” e “mais
pequeno” apenas devem ser utilizadas quando se comparam duas características de um
mesmo ser.

Exemplos:

- Pedro é mais bom (do) que esforçado.

- O garoto é mais mau (do) que esperto.

- Aquele cão é mais pequeno (do) que bravo.

- Teu quarto é mais grande (do) que ventilado.

Esquema 02
Grau superlativo relativo

de inferioridade de superioridade

Ele é o menos fraco do grupo. Ele é o mais fraco do grupo.

Grau superlativo absoluto

Analítico sintético

Este livro é muito fraco. Este livro é fraquíssimo.

Veja outros exemplos:


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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Adjetivos Superlativo absoluto sintético
Ágil Agilíssimo ou agílimo
Amargo Amaríssimo
Áspero Aspérrimo
Amigo Amicíssimo
Agradável Agradabilíssimo
Bom Boníssimo ou ótimo
Benéfico Beneficentíssimo
Benévolo Benevolentíssimo
Cruel Crudelíssimo
Capaz Capacíssimo
Difícil Dificílimo
Dócil Docílimo
Doce Dulcíssimo ou docíssimo
Eficaz Eficacíssimo
Fácil Facílimo
Fiel Fidelíssimo
Feroz Ferocíssimo
Frágil Fragílimo*
Geral Generalíssimo
Grande Máximo*
Humilde Humílimo*
Incrível Incredibilíssimo
Jovem Juveníssimo
Livre Libérrimo*
Magro Magríssimo ou macérrimo
Manso Mansuetíssimo
Miserável Miserabilíssimo
Negro Negríssimo ou nigérrimo
Notável Notabilíssimo
Nobre Nobilíssimo
Pobre Paupérrimo ou pobríssimo
Pequeno Mínimo*
Respeitável Respeitabilíssimo
Sábio Sapientíssimo
Sagrado Sacratíssimo
Simpático Simpaticíssimo
Terrível Terribilíssimo
Veloz Velocíssimo
Voraz Voracíssimo

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*O Dicionário Houaiss regista as formas marcadas também assim, respectivamente:
fragilíssimo, grandíssimo, humildíssimo ou humilíssimo, livríssimo, pequeníssimo.

NUMERAIS

São palavras que quantificam, ordenam, multiplicam ou fracionam o substantivo. Os


numerais podem ser:

- Cardinais: Indicam uma quantidade determinada de seres. Exemplos: um, dois, três...

- Ordinais: Indicam a ordem (posição) que o ser ou a coisa ocupa numa série. Exemplos:
primeiro, segundo, terceiro...

- Multiplicativos: Expressam ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade


foi aumentada. Exemplos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, Sêxtuplo, Sétuplo, Óctuplo,
Nônuplo, Décuplo, Undécuplo e Duodécuplo.

- Fracionário: Expressa ideia de divisão, indicando em quantas partes a quantidade foi


dividida. Exemplo: um meio, um terço, dois quartos, dois quintos...etc.

Obs.: Ambos e Ambas são considerados numerais duais.

Numerais x Concordância verbal

a- Já...............(são/é) cinco horas da tarde.

b- Acontece que, no meu relógio,............................ (marca/marcam) uma e meia.

c- Acontece que, no meu relógio,............................ (marca/marcam) 13h 30min.

d- ..............(É/São) meio-dia e meia.

e- ...................(É/São) 12h 30 min.

f- .........................(Resta/Restam) 15 minutos de jogo.

g- 1,4% não.....................(sabe/sabem) em quem votar.

h- 3% não .................................(resolve/resolvem) os problemas da população.

i- 51% .............................(decide/decidem) uma eleição.

RESPOSTAS

a- são, b- marca, c- marcam, d- É, e- São, f- Restam, g- sabe, h- resolvem, i- decidem.

PRONOMES

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Palavras que acompanham ou substituem o substantivo. Os pronomes apoiam os
substantivos ou evitam a repetição deles dentro do texto.

CUIDADO!!!!
a) Quando sujeitos, os pronomes retos não podem ser preposicionados.

1- Não era o momento dele abandonar o futebol. (frase................*).

2- Não era o momento de ele abandonar o futebol. (frase..............*).

RESPOSTAS: errada e certa, respectivamente.


JUSTIFICATIVA: Em 1, “DELE” é o sujeito preposicionado do verbo “abandonar”.

B) Nossa banca pode pedir, em relação ao pronome interrogativo “que”, para você
mudar a ordem dos elementos da frase. Note que o acento circunflexo passa a ser
obrigatório na ordem direta.

Ordem inversa Ordem direta

- O que você viu ontem? - Você viu ontem o quê?

- De que ele gosta mais? - Ele gosta mais de quê?

Para que eu fiz isso? - Eu fiz isso para quê?

Pronomes possessivos

O nome sugere, claramente, a sua função: indicar relação de posse. São estes:

Meu(s), minha (s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).

Como podem cair nas provas:

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
a) Os possessivos femininos no singular permitem, quando há situação de crase, a sua
facultatividade.
- Ele disse tudo à minha família. (a minha família)

- A direito à tua privacidade é fundamental (a tua privacidade).

- Esse fato diz respeito à sua vida. (a sua vida)

Pronomes demonstrativos

Os pronomes demonstrativos “apontam” para algo ou alguém, servem para precisar


dados, pessoas ou fatos que ocorram num texto.
Este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, isso, aquilo, tal, o, a, os, as.
Verbos

Sem dúvida, é a classe gramatical mais complexa de todas. Rica em variações, usos,
substituições, irregularidades, significações etc., é a classe que iremos analisar ao longo
do nosso curso; ou seja, não para por aqui, até porque seria uma grande injustiça.
Portanto, o que iremos investigar, agora, é apenas uma amostra dessa classe tão versátil.

Definição

Palavra que indica ação, estado ou fenômeno da natureza.

Obs.: “Ação” não significa, necessariamente, ação física.

Exemplos:

- Os médicos deixaram o hospital bem cedo. (ação)

- A Bovespa especula que tais ações podem cair. (ação)

- O tema “verbos” é complexo. (qualidade)

- A cidade parece calma. (estado)

- Choveu ontem. (fenômeno da natureza)

Modos verbais

Os verbos do português têm modos. Os modos indicam os valores semânticos que podem
ser notados em cada verbo. Vamos a eles:

a) Indicativo: Manifesta uma certeza da ação ou do estado que informa o verbo. O leitor
não tem dúvidas de que aquela ação esteja ocorrendo, tenha ocorrido ou venha a ocorrer.

- Ontem, Marcela fez um belo jantar.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- João sempre joga futebol depois da aula.

- No fim do ano, eles farão uma grande festa.

b) Subjuntivo: Manifesta uma ação incerta, duvidosa ou mesmo hipotética. Agora, o leitor
não está mais seguro quanto à ação verbal; tudo é dúvida.

- Quero que o livro desperte a atenção dos alunos. (Será que vai despertar? É uma
hipótese)

- Se eu fizesse uma requisição, eles poderiam me atender. (Eu farei a requisição? Talvez
sim, talvez não)

- Quando vocês decidirem, estaremos à disposição. (Quando eles vão decidir? Não se
sabe.)

c) Imperativo: Manifesta uma ordem, um conselho, um pedido, uma advertência ou uma


súplica. Agora, o sujeito da ação é orientado a fazer algo.

- Leve este livro até sua mãe, meu filho.

- Nunca mais faça isso, seu mentiroso!!!

- Rapaz, deixe essa vida de farras!

- Gente, fiquemos em pé para saudar o diretor!

TEMPOS VERBAIS

Os tempos verbais expressam o momento de uma ação. Os verbos podem estar no


presente, passado ou futuro. Visualmente, é possível identificar em que tempo e modo
estão muitos verbos.

MODO INDICATIVO

Presente Pret. Pret. Perf. Pret. + q Fut. Pres. Fut. Pret.


Imperf. Perf.

Ø - IA Ø - RA -RE - RIA
- VA - RÁ

MODO SUBJUNTIVO

Presente Pret. Futuro


Imperf.

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-A -SSE -R
-E

 TEMPOS VERBAIS

Presente do indicativo

O presente indica um fato que ocorre no momento do enunciado, não


necessariamente no momento cronológico atual. Não tem desinência fixa.

- O Brasil vive um momento decisivo: o repúdio à corrupção. (ação presente, mas em


curso neste momento)

- Nós, concurseiros, sempre estudamos bastante. (ação rotineira no presente).

- Quando Cabral chega ao Brasil, vê que o nosso povo é bem diferente do dele.

(o fato histórico é passado, mas dito como se fosse presente).

PRETÉRITOS

Perfeito

O pretérito perfeito indica uma ação totalmente realizada, que iniciou e terminou no
passado. Não tem desinência.

- Na Idade Média, os padres escreveram leis duras ao cristão.

- Ontem, todos foram ao cinema e se emocionaram.

- Há dez minutos, escrevi um artigo sobre verbos.

Imperfeito

O pretérito imperfeito indica uma ação que iniciou no passado, mas que não chegou a ser
totalmente concluída. As desinências são –VA e –IA.

- Hoje cedo, eu preparava os convites, quando tive que sair. (ação interrompida
bruscamente no passado)

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- Na década passada, os brasileiros comiam menos carne do que hoje. (ação iniciada, mas
não finalizada em sua totaalidade no passado).

Mais-que-perfeito

O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada, que começou no passado


distante, mas que foi, contudo, a primeira ação a terminar. Desinência: –RA.

- Quando deixamos o chalé, notamos que nosso filho caçula esquecera um de seus
brinquedos no quarto.

- O jovem fizera tudo para ser feliz.

Detalhe: as formas do pretérito mais-que-perfeito podem ser substituídas por HAVER


ou TER + PARTICÍPIO.

FUTUROS

Futuro do presente

O futuro do presente indica ações convictas (ou seja, certas) que acontecerão em relação
ao presente, já que este permite tal certeza. É um tempo meio “prepotente”, meio “já
ganhou”. Desinências: -RÁ ou -RE.

- No fim do ano, ele comprará aquele carro.

- Amanhã, resolveremos este problema.

Futuro do pretérito

O futuro do pretérito (ou condicional) inidica ações futuras em relação ao passado.


Desinência: -RIA.

- Caso Pedro chegasse cedo, resolveria esse problema. (Contexto: quem falou a frase
espera ainda a chegada de Pedro; ou seja, a ação ainda não aconteceu, é uma ação
futura).

Também serve para indicar ações hipotéticas ou irreais.

- O Brasil jamais seria goleado por time algum nesta Copa. (Contexto: o Brasil ainda não
havia enfrentado a Alemanha).

ADVÉRBIO:

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Classe que exprime valor circunstancial, podendo modificar um verbo, um adjetivo, ou
um advérbio.

Exemplo 1: Choverá amanhã - Advérbio de tempo.

O termo grifado, no caso, sob uma análise sintática, é um adjunto adverbial, modificando
um verbo intransitivo, de sentido pleno, que no caso é o verbo "chover".

Exemplo 2: Será um divórcio tão complicado! - Advérbio de intensidade.

O termo grifado, neste caso, “modifica” (torna mais “encorpado”) o adjetivo complicado.

Exemplo 3: Aquele foi um planejamento tão criteriosamente estudado! - Advérbio de


intensidade.

O termo grifado, neste caso, modifica o advérbio criteriosamente.

Classificação de alguns dos advérbios:

- LUGAR (aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, dentro, fora, longe, perto etc.).

Ex.: Ele dormiu aqui ontem.

- TEMPO (ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, ainda, agora).

Ex.: Amanhã, sairemos cedo.

- MODO (bem, mal, melhor, pior, assim, velozmente e quase todos terminados em -
mente).

Ex.: Ela deixou a sala de aula bem.

- INTENSIDADE (muito, pouco, mais, menos, bastante, intensamente etc.).

Ex.: Ele estudou muito.

- DÚVIDA (talvez, acaso, provavelmente, quiçá etc.).

Ex.: Talvez eu vá com você.

- AFIRMAÇÃO (Sim, certamente, realmente).

Ex.: Certamente sairemos hoje.

- NEGAÇÃO (não, nunca, jamais)


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Ex.: Nunca menospreze seus amigos.

- DE INCLUSÃO: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.

Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência.

- CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante).

Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução.

Algumas locuções adverbiais.

- CAUSA

Ex.: As pessoas não saíram de casa por conta do frio.

- FINALIDADE

Ex.: Estudava para a prova.

- INSTRUMENTO

Ex.: Feriu-se com o bisturi.

- COMPANHIA

Ex.: Saiu com os amigos.

- CONCESSÃO (se bem que, muito embora, apesar disso, a despeito de, malgrado etc.)

Ex. Malgrado o tempo ruim, todos foram à praia.

8. PREPOSIÇÃO:

Palavra invariável, que liga dois termos. São elas: a, ante, após, até, com, contra, de,
desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás, durante etc.

As preposições não têm, em si, sentido independente. Porém, podem “parasitar”


significados dos contextos.

- João falou a Pedro.


- João falou ante Pedro.
- João falou após Pedro.
- João falou com Pedro.
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- João falou contra Pedro.
- João falou de Pedro.
- João falou em Pedro.
- João falou para Pedro.
- João falou perante Pedro.
- João falou por Pedro.
- João falou sem Pedro.
- João falou sobre Pedro.

9. CONJUNÇÃO:

Conjunção é a palavra cuja função é ligar termos ou orações, atribuindo, muitas vezes,
valores semânticos às frases. Portanto, as conjunções podem ou não manifestar sentido.
Detalhe: às vezes, a conjunção apresenta mais de uma palavra; quando isso acontece,
chamamos locução conjuntiva.

Conjunções ou locuções que manifestam sentidos.

a) Coordenativas

b) Adverbiais

O que cai mais em provas?

Na maioria das vezes, pede-se ao candidato para reconhecer as conjunções, seus valores
semânticos e se certas trocas são possíveis.

Vamos, primeiro, ver as conjunções ou locuções coordenativas mais importantes:

1) Aditivas: e, nem, não só...mas também (não somente...como também etc.)

- O prefeito fez a licitação, e resolveu logo os problemas da população carente.

- O prefeito não só fez a licitação, mas também resolveu logo os problemas da população
carente.

2) Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, não obstante, em


contrapartida.

- O prefeito fez a licitação, mas não resolveu os problemas da população carente.

As demais conjunções coordenativas são as seguintes: alternativas (ou...ou; seja...seja;


ora...ora; quer...quer), conclusivas (portanto, logo, por conseguinte) e explicativas
(porque, pois, que).

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Vamos, agora, ver as conjunções ou locuções adverbiais mais importantes:

A) Causais: introduzem relação de causa e se combinam com uma ideia de consequência.


As conjunções e locuções mais importantes são as seguintes: já que, como, pois que, na
medida em que, uma vez que, visto que, sendo que, dado que, porquanto.

- Já que os médicos iniciaram uma pesada greve, as unidades de saúde vivem um


verdadeiro caos.

B) Concessivas: introduzem relação de contradição, oposição. As conjunções e locuções


mais importantes são as seguintes: ainda que, mesmo que, embora, posto que, se bem
que, em que pese, malgrado, a despeito de, não obstante, conquanto.

- Ainda que todos os médicos tenham entrado em uma pesada greve, as unidades de
saúde resistem bravamente.

As conjunções que não manifestam sentido são as integrantes.

- Os médicos não notaram que as unidades de saúde estavam precisando deles.

- Eles não viram se tudo aquilo era mesmo verdade.

10. INTERJEIÇÃO:

Palavra que procura expressar sentimentos, emoções. Ih! Oh! Viva! Psiu! Aleluia!

EXERCÍCIOS 01

01- Em: “Trata-se da construção de uma alternativa à lógica dominante, ao ajustamento


de todas as sociedades...” (L.32-33)

No trecho acima há:

a) quatro adjetivos

b) três adjetivos

c) dois adjetivos

d) um adjetivo

e) nenhum adjetivo

02- Assinale a frase em que os termos destacados estão corretamente empregados.

a) Promoveu um evento grandioso em setembro deste ano onde gastou uma


fortuna.

b) O meu engenheiro é um cidadão em cuja capacidade podemos confiar.

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c) Certificou a seus superiores no Ministério de que a Comissão de Licitações estava
prestes a pedir demissão.

d) Prefiro ficar sozinho do que perdoar os que me deixaram neste estado


deplorável de dependência física.

Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão e da próxima, sugiro que você
consulte a tabela de PRONOMES RELATIVOS, no final dessa bateria de exercícios, na
seção CURIOSIDADES SOBRE AS CLASSES DE PALAVRAS.

03- Assinale a opção em que é possível substituir, de acordo com a norma culta, a
expressão grifada pela palavra “onde”.

a) O cinema em que nos encontramos passa bons filmes.

b) Vejo você às 11 horas, quando iremos almoçar.

c) Se o tempo melhorar, então vamos à praia.

d) A situação que ele criou não é aceitável.

e) Lembrei-me do tempo no qual íamos junto trabalhar.

04- João e Maria

Agora eu era o herói

E o meu cavalo só falava inglês

A noiva do cowboy

Era você

Além das outras três

Eu enfrentava os batalhões

Os alemães e seus canhões

Guardava o meu bodoque

E ensaiava um rock

Para as matinês

(...)
Não, não fuja não

Finja que agora eu era o seu brinquedo

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Eu era o seu pião

O seu bicho preferido

Sim, me dê a mão

A gente agora já não tinha medo

No tempo da maldade

Acho que a gente nem tinha nascido

(Chico Buarque e Sivuca).

I. Nos versos Agora eu era o herói e A gente agora já não tinha medo, o uso do
advérbio agora mostra-se inadequado, pois os verbos conjugados no pretérito
imperfeito designam fatos transcorridos no tempo passado.

II. Em Finja que agora eu era o seu brinquedo e Sim, me dê a mão, os verbos
grifados estão flexionados no mesmo modo.

III. Substituindo-se a expressão a gente pelo pronome nós nos versos A gente agora
já não tinha medo e Acho que a gente nem tinha nascido, a forma verbal
resultante, sem alterar o contexto, será teríamos.

Está correto o que se afirma em

a) I, II e III.

b) I e II, apenas.

c) III, apenas.

d) II, apenas.

e) I, apenas.

Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão, sugiro que você revise o tema
MODOS VERBAIS. Lembre-se de que modo verbal é totalmente diferente de tempo
verbal.

05- “ À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de organização de
uma sociedade é a regulação pelo mercado, podemos opor a proposta de organizar
as sociedades e o mundo a partir do acesso para todos aos direitos fundamentais.”

As ocorrências da palavra QUE no trecho acima são classificadas como:

a) conjunção integrante e conjunção integrante.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
b) pronome relativo e conjunção integrante.

c) pronome relativo e pronome relativo.

d) conjunção subordinativa e conjunção subordinativa.

e) conjunção integrante e pronome relativo.

Obs.: Para um aprofundamento dessa questão, sugiro que você vá aos capítulos
FUNÇÕES DO “QUE” e ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS.

06- “Com o real, os brasileiros redescobriram o valor do dinheiro e das coisas.”; a frase a
seguir em que a preposição com tem o mesmo valor semântico da ocorrência
sublinhada é:

a) Com a chuva, todas as ruas ficaram alagadas.

b) Os turistas encontraram-se com os amigos no aeroporto.

c) Todos saímos com os amigos recém-chegados.

d) Com quem eles viajaram nós não vimos.

e) Brigaram com os adversários durante horas.

07- Em “Ninguém atinge a perfeição alicerçado na busca de valores materiais, nem


mesmo os que consideram tal atitude um privilégio dado pela existência”, os
pronomes destacados no período acima classificam-se, respectivamente, como:

a) indefinido - demonstrativo - relativo - demonstrativo

b) indefinido - pessoal oblíquo - relativo - indefinido

c) de tratamento - demonstrativo - indefinido - demonstrativo

d) de tratamento - pessoal oblíquo - indefinido - demonstrativo

e) demonstrativo - demonstrativo - relativo - demonstrativo

08- Na frase "As negociações estariam meio abertas só depois de meio período de
trabalho", as palavras destacadas são, respectivamente:

a) adjetivo, adjetivo

b) advérbio, advérbio

c) advérbio, adjetivo

d) numeral, adjetivo

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e) numeral, advérbio

Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão, sugiro que você vá ao capítulo
CONCORDÂNCIA NOMINAL e leia, com atenção, a parte que fala das palavras
“bastante”, “meio”, “caro” e “barato”.

01- Na frase: "Passaram dois homens a discutir, um a gesticular e o outro com a cara
vermelha", o termo a está empregado, sucessivamente, como:

a) artigo, preposição preposição

b) pronome, preposição, artigo

c) preposição, preposição, artigo

d) preposição, pronome, preposição

e) preposição, artigo, preposição

Obs.: Não cabe o uso de acento grave nas duas primeiras evidências de “a”, uma vez que,
na sequência de tais palavras, há dois verbos

02- Observe o período a seguir: "Podem acusar-me: estou com a consciência tranquila".
Os dois pontos do período acima poderiam ser substituídos por vírgula, explicando-se
o nexo entre as duas orações pela conjunção:

a) portanto

b) e

c) como

d) pois

e) embora

Obs.: para um melhor entendimento, sugiro que você vá ao capítulo PONTUAÇÃO e leia,
com cuidado, o uso de vírgulas em Orações Coordenadas.

03- Assinale a alternativa cuja relação é incorreta:

a) Sorria às crianças que passavam - pronome relativo

b) Declararam que nada sabem - conjunção integrante

c) Que manifestação alegre foi a sua - advérbio de intensidade

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d) Que enigmas há nesta vida - pronome adjetivo indefinido

e) Uma ilha que não consta no mapa - conjunção coordenativa explicativa

Obs.: Para um melhor entendimento, sugiro que você vá ao capítulo “FUNÇÕES DO


QUE”.

04- Há três substantivos em:

a) “... com sérias dificuldades financeiras.”

b) “... não conseguiu prever nem a crise econômica atual.”

c) “... vai tornar inúteis arquivos e bibliotecas.”

d) “... o site precisa da confirmação e do endosso do ‘impresso’,”

e) “Muitos dos blogs e sites mais influentes...”

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D B A D B A A C C D

11 12
E D

PARA VOCÊ SE ADMIRAR COM OS SUBSTANTIVOS

Gêneros confusos

1. Mascote é sobrecomum OU comum de dois gêneros? Os nossos principais dicionários


e o Vocabulário da ABL consideram MASCOTE um substantivo sobrecomum, ou seja, A
MASCOTE é uma palavra feminina que serve aos dois sexos.

Acredito que a forma masculina esteja consagrada e deva ser aceita. MASCOTE passaria a
ser um substantivo de dois gêneros: O MASCOTE e A MASCOTE.

2. Modelo é sobrecomum OU comum de dois gêneros? Para o dicionário Aurélio e para o


Vocabulário Ortográfico da ABL, é sobrecomum, ou seja, a forma masculina O MODELO

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serviria para homens ou mulheres. O dicionário Houaiss considera MODELO substantivo
de dois gêneros: O MODELO e A MODELO.

3. Ídolo é sobrecomum ou comum de dois gêneros? É sobrecomum. Devemos dizer O


ÍDOLO tanto para homens como para mulheres: “Ela é o meu ídolo”. Não há registro de
“ídola” nem de “ídala”.

4. Personagem é sobrecomum OU comum de dois gêneros? Originariamente,


PERSONAGEM era substantivo sobrecomum: A PERSONAGEM para homens e para
mulheres. Hoje em dia, PERSONAGEM é comum de dois gêneros: O PERSONAGEM e A
PERSONAGEM.

5. O tapa OU a tapa? A forma masculina é aceita por todos os dicionários: “Recebeu UM


TAPA no rosto”. A forma feminina é considerada regionalismo pelo dicionário Aurélio e
pelo Vocabulário Ortográfico da ABL.

6. O grama OU a grama? A forma feminina é a relva: “A grama do jardim estava bem


aparada”. A forma masculina refere-se à massa (peso): “Comprei DUZENTOS gramas de
mortadela”.

Acredito que a forma feminina (A GRAMA) para massa (peso) está de tal forma
consagrada que provavelmente venha a ser aceita em breve.

7. Um telefonema OU uma telefonema? As palavras de origem grega terminadas em “-


ema” são masculinas: o problema, o teorema, o estratagema, O TELEFONEMA.

8. O tsunami OU a tsunami? TSUNAMI refere-se a um fenômeno: terremoto no fundo do


mar que provoca ondas gigantes. Em japonês os substantivos são neutros e são
aportuguesados no masculino: o quimono, o caratê, o caraoquê ou o karaoke, o sushi, o
sashimi, O TSUNAMI.

9. O xerox OU a xérox? Tanto faz. Tudo é válido: o xerox, a xerox, o xérox ou a xérox.

10. O lotação OU a lotação? O LOTAÇÃO é o microônibus: A Dama do Lotação; A


LOTAÇÃO é a “capacidade de lotar”: “O cinema estava com sua lotação esgotada”.

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11. O moral ou a moral? O conjunto de regras, a ética ou a conclusão é A MORAL. O
ânimo, brio ou vergonha é O MORAL: “Os jogadores estão com o moral baixo”.

12. O alface OU a alface?


Alface é substantivo feminino. Devemos dizer A ALFACE.

13. Caixa eletrônica OU caixa eletrônico?


É caixa ELETRÔNICO. O caixa também pode ser o homem que trabalha no banco. A caixa
pode ser a mulher ou o objeto: a caixa registradora, a caixa de sapato.

14. O cal OU a cal?


Cal é substantivo feminino. No caso do pênalti, a bola deve ser colocada na marca da cal.

15. O chinelo OU a chinela?


Tanto faz. A forma mais usada é O CHINELO. A forma feminina é regional e está em
desuso.

16. Cônjuge é sobrecomum OU comum de dois gêneros?


Segundo os dicionários Aurélio e Houaiss, O CÔNJUGE é substantivo sobrecomum, ou
seja, é masculino e serve tanto para o homem como para a mulher. O Vocabulário
Ortográfico da Academia Brasileira de Letras já considera CÔNJUGE como substantivo de
dois gêneros: O CÔNJUGE e A CÔNJUGE.

17. O dengue OU a dengue? Segundo o dicionário Aurélio, é masculino: o dengue


hemorrágico.
Para o dicionário Houaiss, é feminino: a dengue hemorrágica. O Vocabulário Ortográfico
da ABL considera DENGUE um substantivo de dois gêneros: O DENGUE ou A DENGUE.

18. O diabete OU a diabete?


DIABETE ou DIABETES é substantivo de dois gêneros. Pode ser o diabete, a diabete, o
diabetes ou a diabetes.

19. O dó OU a dó?
DÓ é um substantivo masculino: “Estou com UM DÓ IMENSO”.

20. O êxtase OU a êxtase?


É substantivo masculino: O ÊXTASE.
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21. O fondue OU a fondue?
O dicionário Aurélio e o Vocabulário Ortográfico da ABL registram FONDUE como
substantivo feminino. Para o dicionário Houaiss, é substantivo de dois gêneros: O
FONDUE e A FONDUE.

22. O musse OU a musse?


Segundo os dicionários Aurélio e Houaiss, é substantivo feminino: A MUSSE.

23. O omelete OU a omelete?


O Aurélio registra A OMELETE. O dicionário Houaiss e o Vocabulário Ortográfico da ABL
consideram OMELETE um substantivo de dois gêneros: O OMELETE e A OMELETE.

24. O gambá OU a gambá?


Tanto faz. As duas formas são corretas.

25. O guaraná OU a guaraná?


É substantivo masculino. Vamos beber UM GUARANÁ.
OUTRAS CURIOSIDADES SOBRE OS SUBSTANTIVOS

Algumas curiosidades sobre os substantivos:


Palavras masculinas:
 o ágape (refeição dos primitivos cristãos);
 o anátema (excomungação);
 o axioma (premissa verdadeira);
 o caudal (cachoeira);
 o carcinoma (tumor maligno);
 o champanha, clã, clarinete, contralto, coma, diabete/diabetes (Fem classificam como
gênero vacilante);
 o diadema, estratagema, fibroma (tumor benigno);
 o herpes, hosana (hino);
 o jângal (floresta da Índia);
 o lhama;
 o praça (soldado raso);
 o proclama, sabiá, soprano (FeM classificam como gênero vacilante);
 o suéter, tapa (FeM classificam como gênero vacilante);
 o teiró (parte de arma de fogo ou arado);
 o telefonema, trema, vau (trecho raso do rio).
Palavras femininas:

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 a abusão (engano);
 a alcíone (ave doa antigos);
 a aluvião, araquã (ave);
 a áspide (reptil peçonhento);
 a baitaca (ave);
 a cataplasma, cal, clâmide (manto grego);
 a cólera (doença);
 a derme, dinamite, entorce, fácies (aspecto);
 a filoxera (inseto e doença);
 a gênese, guriatã (ave);
 a hélice (FeM classificam como gênero vacilante);
 a jaçanã (ave);
 a juriti (tipo de aves);
 a libido, mascote, omoplata, rês, suçuarana (felino);
 a sucuri, tíbia, trama, ubá (canoa);
 a usucapião (FeM classificam como gênero vacilante);
 a xerox (cópia).
Gênero vacilante:
 acauã (falcão);
 inambu (ave);
 laringe, personagem (Ceg. fala que é usada indistintamente nos dois gêneros, mas que
há preferência de autores pelo masculino);
 víspora.
Alguns femininos:
 abade - abadessa;
 abegão (feitor) - abegoa;
 alcaide (antigo governador) - alcaidessa, alcaidina;
 aldeão - aldeã;
 anfitrião - anfitrioa, anfitriã;
 beirão (natural da Beira) - beiroa;
 besuntão (porcalhão) - besuntona;
 bonachão - bonachona;
 bretão - bretoa, bretã;
 cantador - cantadeira;
 cantor - cantora, cantadora, cantarina, cantatriz;
 castelão (dono do castelo) - castelã;
 catalão - catalã;
 cavaleiro - cavaleira, amazona;
 charlatão - charlatã;
 coimbrão - coimbrã;
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 cônsul - consulesa;
 comarcão - comarcã;
 cônego - canonisa;
 czar - czarina;
 deus - deusa, déia;
 diácono (clérigo) - diaconisa;
 doge (antigo magistrado) - dogesa;
 druida - druidesa;
 elefante - elefanta e aliá (Ceilão);
 embaixador - embaixadora e embaixatriz;
 ermitão - ermitoa, ermitã;
 faisão - faisoa (Cegalla), faisã;
 hortelão (trata da horta) - horteloa;
 javali - javalina;
 ladrão - ladra, ladroa, ladrona;
 felá (camponês) - felaína;
 flâmine (antigo sacerdote) - flamínica;
 frade - freira;
 frei - sóror;
 gigante - giganta;
 grou - grua;
 lebrão - lebre;
 maestro - maestrina;
 maganão (malicioso) - magana;
 melro - mélroa;
 mocetão - mocetona;
 oficial - oficiala;
 padre - madre;
 papa - papisa;
 pardal - pardoca, pardaloca, pardaleja;
 parvo - párvoa;
 peão - peã, peona;
 perdigão - perdiz;
 prior - prioresa, priora;
 mu ou mulo - mula;
 rajá - rani;
 rapaz - rapariga;
 rascão (desleixado) - rascoa;
 sandeu - sandia;

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 sintrão - sintrã;
 sultão - sultana;
 tabaréu - tabaroa;
 varão - matrona, mulher;
 veado - veada;
 vilão - viloa, vilã.
Substantivos em -ÃO e seus plurais:
 alão - alões, alãos, alães;
 aldeão - aldeãos, aldeões;
 capelão - capelães;
 castelão - castelãos, castelões;
 cidadão - cidadãos;
 cortesão - cortesãos;
 ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães;
 escrivão - escrivães;
 folião - foliões;
 hortelão - hortelões, hortelãos;
 pagão - pagãos;
 sacristão - sacristães;
 tabelião - tabeliães;
 tecelão - tecelões;
 verão - verãos, verões;
 vilão - vilões, vilãos;
 vulcão - vulcões, vulcãos.
Alguns substantivos que sofrem metafonia no plural:

abrolho, caroço, corcovo,


corvo, coro, despojo,
destroço, escolho, esforço,
estorvo, forno, forro,
fosso, imposto, jogo,
miolo, poço, porto,
posto, reforço, rogo,
socorro, tijolo, toco,
torno, torto, troco.
Substantivos só usados no plural:
anais, antolhos, arredores, arras (bens, penhor), calendas (1º dia do mês romano), cãs
(cabelos brancos), cócegas, condolências, damas (jogo), endoenças (solenidades
religiosas), esponsais (contrato de casamento ou noivado), esposórios (presente de
núpcias), exéquias (cerimônias fúnebres), fastos (anais), férias, fezes, manes (almas),

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matinas (breviário de orações matutinas), núpcias, óculos, olheiras, primícias (começos,
prelúdios), pêsames, vísceras, víveres etc., além dos nomes de naipes.
Coletivos:
 alavão - ovelhas leiteiras;
 armento - gado grande (búfalos, elefantes);
 assembleia (parlamentares, membros de associações);
 atilho - espigas;
 baixela - utensílios de mesa;
 banca - de examinadores, advogados;
 bandeira - garimpeiros, exploradores de minérios;
 bando - aves, ciganos, crianças, salteadores;
 boana - peixes miúdos;
 cabido - cônegos (conselheiros de bispo);
 cáfila - camelos;
 cainçalha - cães;
 cambada - caranguejos, malvados, chaves;
 cancioneiro - poesias, canções;
 caterva - desordeiros, vadios;
 choldra, joldra - assassinos, malfeitores;
 chusma - populares, criados;
 conselho - vereadores, diretores, juízes militares;
 conciliábulo - feiticeiros, conspiradores;
 concílio - bispos;
 canzoada - cães;
 conclave - cardeais;
 congregação - professores, religiosos;
 consistório - cardeais;
 fato - cabras;
 feixe - capim, lenha;
 junta - bois, médicos, credores, examinadores;
 girândola - foguetes, fogos de artifício;
 grei - gado miúdo, políticos;
 hemeroteca - jornais, revistas;
 legião - anjos, soldados, demônios;
 malta - desordeiros;
 matula - desordeiros, vagabundos;
 miríade - estrelas, insetos;
 nuvem - gafanhotos, pó;
 panapaná - borboletas migratórias;

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 penca - bananas, chaves;
 récua - cavalgaduras (bestas de carga);
 renque - árvores, pessoas ou coisas enfileiradas;
 réstia - alho, cebola;
 ror - grande quantidade de coisas;
 súcia - pessoas desonestas, patifes;
 talha - lenha;
 tertúlia - amigos, intelectuais;
 tropilha - cavalos;
 vara - porcos.
TEMA BASE PARA TERMOS DA ORAÇÃO E CRASE

REGÊNCIA VERBAL

Sem dúvida, o assunto que mais ajudará você a resolver importantes questões das
principais bancas de concursos públicos do país. É que o tema “regência verbal” funciona
como uma espécie de “porta de acesso” a vários raciocínios gramaticais. Mas quais
questões, especificamente, você poderia resolver? Vamos a elas:

a) Todas as de regência verbal (o que é óbvio);


b) Muitas das de crase (quase todas, sem exagero);
c) Muitas das de análise sintática: sujeito, objeto direto, objeto indireto etc.
d) Muitas das de vozes verbais;
e) Muitas das de orações subordinadas substantivas;
f) Muitas das de funções do “QUE”;
g) Algumas das de funções do “SE”;
h) Algumas das de concordância verbal;
i) Algumas das de interpretação de texto.

O conceito de Regência Verbal.

Ocorre quando o termo regente (um verbo) se liga ao seu termo regido (o
complemento verbal) por meio de uma preposição ou não. Aqui, é fundamental o
conhecimento das transitividades verbais. Os verbos podem assumir as seguintes
transitividades:

a) Verbo transitivo direto (vtd)


b) Verbo transitivo indireto (vti)
c) Verbo transitivo direto e indireto / bitransitivo (vtdi)
d) Verbo intransitivo (vi)

Mas, para que você descubra a que transitividade pertence um verbo, é


necessário que utilize um simples procedimento para identificar se o verbo pede ou não
preposição. A seguir, você verá aquilo que eu chamo de “Aplicativo”. É com ele que você
descobre que tipo de complemento o verbo regerá.
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LADO A
LADO B

Quem + Verbo + Verbo → Algo ou Alguém

a, de, em, para, com, por.

Instalando o “Aplicativo”.

1. Deposite o verbo envolvido na questão onde há a palavra VERBO.

2. Leia a sequência completa da ferramenta (do LADO A ao LADO B), repetindo o verbo
duas vezes.

3. Se a leitura se efetivar de forma rápida e imediata (direta) até o LADO B (e você não
precisar usar nenhuma preposição do quadrado abaixo), o verbo é transitivo direto.

Ex.: Quem estuda + estuda algo ou alguém.

Logo, ESTUDAR é VTD (não rege preposição, apenas um objeto, que é direto)

Ex.: O técnico estudava as jogadas adversárias.

4. Caso haja uma pausa na leitura e a exigência de preposição por parte do verbo,
este será transitivo indireto.

Ex.: Quem crê + crê EM algo ou crê EM alguém.

Logo, CRER é VTI (rege preposição EM; tem-se, logo, um objeto indireto)

Ex.: Os cristãos creem na vida eterna.

5. Dependendo do verbo, o movimento pode ser duplo, o que gera verbos bitransitivos.

Ex.: Quem diz + diz algo A alguém.

Logo, DIZER é VTDI (regendo dois objetos: o primeiro sem preposição [objeto direto] e o
segundo com preposição [objeto indireto]).

Ex.: Nós dissemos a verdade aos nossos pais.

6. Agora, se a leitura nem precisar chegar ao ALGO ou ao ALGUÉM, o verbo deve ser
interpretado como intransitivo.

Ex.: Quem existe + existe.

Logo, EXISTIR é VI (não rege preposição, nem pede complemento)

Ex.: Fantasmas existem?

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CONTUDO, CUIDADO!

Algumas frases podem induzir você a interpretar certas estruturas de forma errada, a
saber:

- A mulher chegou ø.

- A mulher chegou ao entardecer.

- A mulher chegou de sapatos vermelhos.

- A mulher chegou em seu carro novo.

- A mulher chegou para o treino.

- A mulher chegou com os pais.

- A mulher chegou por volta das dez.

Conclusões

a) Nem tudo que é introduzido por preposição é objeto indireto;


b) Ainda que um verbo não peça (exija) uma preposição, ele pode aceitá-la;
c) Quando um verbo exige uma preposição, tem-se aí um objeto indireto.
d) Quando um verbo aceita uma preposição, tem-se aí um adjunto adverbial.
- Aquela criança não gosta de sapatos. (o verbo exige a preposição “de”).
- Aquela criança dormiu de sapatos. (o verbo não exige a preposição “de”, mas a aceita).

Obs.: os verbos intransitivos têm sentido cheio, completo, 100%. O que surgir a mais é só
“um extra”, ou seja, um Adjunto Adverbial (ou complemento circunstancial), que chamo
aqui de “10%”.

MAIS UM CUIDADO: O FALSO V.T.D.I .

Alguns verbos se parecem muito com VTD’Is, mas não o são.

- A criança riscou o livro do pai.

- A criança entregou o livro ao pai.

Nas frases acima, os dois verbos são bitransitivos? Antes de responder, veja as
construções a seguir:

- A criança riscou [ ] do pai.

- A criança entregou [ ] ao pai.

Conclusão

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Só o segundo é VTDI, pois o complemento “ao pai”, de fato, está ligado ao verbo, ou seja,
complementa o sentido do verbo “entregar”. Já o termo “do pai” se liga ao nome “livro”
(e manifesta ideia de posse), cumprindo papel de adjunto adnominal.

Vamos fazer um teste agora? Use o aplicativo e descubra as transitividades dos verbos
abaixo e transcreva os seus possíveis objetos:

Obs. 01: as regências não são fixas.

Obs.02: leve em conta o contexto de cada frase.

Só para lembrar:
Tipo de Verbo Exigência

VTD Objeto Direto (OD)

VTI Objeto Indireto (OI)

VTDI OD / OI

VI Ø

Obs.: “Ø” quer dizer que não vai aparecer nem OD nem OI na frase.

Verbos de ligação

São aqueles cuja função é conectar o sujeito a uma qualificação. A estrutura qualificadora
cumprirá a função sintática de Predicativo do Sujeito. Logo, esses verbos servem para
indicar estados ou qualidades do sujeito.

Ser, Estar, Permanecer, Ficar, Andar (=estar), Viver(=estar), Tornar-se, Continuar, Parecer.

Ex.:

- Brasil permanece caótico.

- Parecem insuficientes as medidas do governo.

- Tornou-se frequente banalizar a vida.

- O clima, depois da reunião, ficou tenso.

- Meu filho anda preocupado.

Verbos supostamente de ligação

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São aqueles que, pela morfologia (pela aparência), lembram verbos de ligação. Contudo,
não conseguem dar ao sujeito qualificação alguma.

Ex.:

- Os senadores ainda estão em Fortaleza.

- Os fãs permanecem na entrada do hotel.

- O pai está com as crianças.

Note que “em Fortaleza”, “na entrada do hotel” e “com as crianças” indicam ideia de
lugar (os dois primeiros) e companhia (o último), e não de estado ou qualidade. Logo, são
Adjuntos Adverbiais de lugar e companhia. Quando isso ocorre, o verbo não pode mais
ser considerado de ligação. Ele deverá ser reconfigurado e, assim, assume o caráter de
verbo intransitivo.

REGÊNCIAS CLÁSSICAS

As regências clássicas são aquelas que devem ser memorizadas por você. Por quê?
Simplesmente porque elas caem em provas, só por isso. Fechado?

1 – AGRADAR/DESAGRADAR (Duas possibilidades)

Sentido 1: Causar agrado, ser agradável (VTI).

Preposição exigida: a

Exemplo: Estes projetos já não agradam aos alunos.

Sentido 2: Acariciar; mimar (VTD).

Preposição exigida: 

Exemplo: Ele agradava o pelo do animal.

2 – ASPIRAR (Duas possibilidades)

Sentido 1: Desejar, pretender, ter como objetivo (VTI).

Preposição exigida: a

Exemplo: O homem aspirava a este posto de trabalho.

Sentido 2: Sorver, respirar (VTD).

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Preposição exigida: 

Exemplo: Aspire seu carro uma vez por semana.

3 – ASSISTIR (Quatro possibilidades)

Sentido 1: Ajudar, auxiliar (VTD) ou (VTI).

Preposição:  ou “a”.

Exemplo: Os pais assistem os filhos desde cedo.

Exemplo: Os pais assistem aos filhos desde cedo.

Os dois exemplos acima estão corretos e dizem, semanticamente, a mesma coisa.

Sentido 2: Presenciar, ver (VTI).

Preposição exigida: a

Exemplo: Eu assisti a uma cena degradante.

Exemplo: Vamos assistir ao jogo da Alemanha.

Sentido 3: Morar, ter residência ou fixar-se (VI).

Exemplo: Ele assiste em Fortaleza.

Exemplo: A loja de tintas assiste na avenida João Pessoa.

Ou seja, para concursos (que seguem a tradição), “em Fortaleza” e “na avenida João
Pessoa” NÃO são objeto indireto, mas sim ADJUNTO ADVERBIAL DE LUGAR (também
chamado de LOCATIVO ou mesmo COMPLEMENTO CIRCUNSTANCIAL).

Sentido 4: Ter direito; Caber (VTI).

Preposição: a

Exemplo: Este é um direito que assiste a todo trabalhador.

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4 - CHEGAR

Sentido: Atingir o término do movimento de ida ou vinda (VI).

Preposição exigida: Ø

Um porém: este verbo costuma ser acompanhado de uma expressão introduzida por “A”.
Tal expressão NÃO é o objeto indireto, mas sim o ADJUNTO ADVERBIAL DE LUGAR,
também conhecido como locativo ou complemento circunstancial.

Exemplo:

- Ele já chegou ao colégio.

- Minha filha nunca chegava cedo ao trabalho.

Obs.: É errada a construção que usa a preposição EM para indicar o adjunto adverbial
de lugar. Assim, em “Ele chegou em casa” é, para a gramática tradicional, um erro. A
forma correta é “Ele chegou a casa”. Detalhe: não se usa crase em “a casa”, pois não
está especificada. Caso estivesse, aí teria: “Ele chegou à casa das primas”. Fechado?

5 – IR

Sentido: Deslocar-se de um lugar para outro (VI).

Obs.: Esse verbo costumeiramente vem acompanhado de um complemento


circunstancial, o qual poderá ser introduzido ou por “a” ou por “para”.

- Para: Quando há intenção de permanecer, de fixar residência.

Ex.: Ele ia para Belém no fim deste ano.

- A: Quando há intenção de não se demorar, de não fixar residência.

Ex.: Ele irá a Sobral no próximo mês.

6 – MORAR

Sentido: Ter habitação ou residência, habitar (VI).

Preposição: Ø

Exemplos:

- Moro em Porto Alegre desde os sete anos.

- Nunca morei só.

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Obs.: “em Porto Alegre” é adjunto adverbial de lugar e, “desde os sete anos”, é de
tempo.

7 - NAMORAR

Sentido: Cortejar, desejar(VTD).

Preposição: 

Exemplos:

- Janaina namora seu primo desde a época do colégio.

- Depois da estressante festa do casamento, os noivos não namoraram.

8 – OBEDECER/DESOBEDECER

Sentido: Submeter-se à vontade de alguém (VTI).

Preposição: a

Exemplo: O atleta obedeceu às orientações do técnico.

Exemplo: O cão obedecia ao dono.

9– PAGAR (Também com AVISAR, DIZER, REVELAR, INFORMAR etc.).

Sentido: Satisfazer dívida, encargo etc.

De acordo com a tradição gramatical é: Transitivo Direto e Indireto.

Exemplos:
- Paguei a consulta (vtd).

- Paguei ao médico (vti).

- Paguei a consulta ao médico (vtdi).

10 - PISAR

Sentido: Pôr os pés sobre, humilhar, moer (VTD).

Exemplos:

Não pise o tapete da sala.

Ele sempre pisava os seus adversários.

O chef pisava as especiarias para compor o tempero.

11 – PREFERIR
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Sentido: Dar primazia a (VTDI).

Preposição: a

Exemplo: O governador preferiu investir em novas escolas a recuperar a penitenciária da


cidade.

Exemplo: Eu prefiro caju a goiaba.

Exemplo: Ele prefere Raul Seixas a Lobão.

12 – QUERER

Sentido 1: Ter afeto, amar, estimar (VTI).

Preposição: a

Exemplo:

- Os pais querem bem aos filhos.

Sentido 2: Ter posse (VTD).

Preposição: 

Exemplo: Ele só queria diversão.

13 – VISAR

Sentido 1: Almejar, ter em vista, objetivar (VTI).

Preposição: a.

Exemplo: Aqueles jovens profissionais visam a fins nobres.

Sentido 2: Ver, dar visto (VTD).

Preposição: 

Exemplo: A professora visou a tarefa da aluna.

14- IMPLICAR

Sentido 1: Provocar, acarretar: VTD.

Exemplo: Essa decisão deve implicar mudanças significativas.

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Obs.: alguns gramáticos consideram o verbo “implicar”, no sentido de “provocar”, VTI,
regendo a preposição EM. Tal ideia não é consensual.

Ex.: O depoimento implicou na descoberta dos fatos.

Sentido 2: Envolver (alguém ou a si mesmo) em complicação: VTDI, regendo preposição


“em”.

Exemplo: O depoimento que prestou implicava Fulano na fraude.

Sentido 3: Ser incompatível; não estar de acordo: VTI, regendo preposição “com”.

Exemplo: Tal atitude implica com as normas prescritas.

15- ABDICAR

Pode significar renunciar, desistir. Pode ser um verbo intransitivo, transitivo direto ou
transitivo indireto.

Exemplo:

- O príncipe abdicou. (VI)

- O príncipe abdicou o trono. (VTD)

- Não abdicarei das minhas ideias. (VTI)

16- AGRADECER

Pode aparecer como transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e indireto.

Exemplo:

- Agradeci as flores. (VTD)

- Agradeci aos diretores. (VTI)

- Agradeci o presente ao amigo. (VTDI)

17- CHAMAR

Será transitivo direto no sentido de convidar, convocar.

Exemplo:

- Nós chamamos todos os presentes.

No sentido denominar há 4 construções possíveis:

- Eles chamaram o político de ladrão. ( transitivo direto);

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- Eles chamaram o político ladrão. (transitivo direto);
- Eles chamaram ao político de ladrão. (transitivo indireto);
- Eles chamaram ao político ladrão. (transitivo indireto).

Obs.: todas as formas acima estão corretas e dizem a mesma coisa.

18- CUSTAR

- No sentido de ser custoso, ser difícil será transitivo indireto.

Exemplo:

Aquela difícil meta custou ao governo.

- No sentido de acarretar será transitivo direto e indireto.

Exemplo:

A insensatez custou a ele os bens.

19- ESQUECER

20- LEMBRAR

Serão transitivos diretos se não forem pronominais.

Exemplo:

- Esqueci o nome da rua.

- Lembrei um caso antigo.

Serão transitivos indiretos se forem pronominais.

Exemplo:

- Esqueci-me do nome da rua.

- Lembrei-me de um caso antigo.

21- PRECISAR

No sentido de marcar com precisão é transitivo direto.

Exemplo:

- Ele precisou a hora e o local da consulta.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
No sentido de necessitar é transitivo indireto.

Exemplo:

- Nós precisamos de bons políticos.

EXERCÍCIOS 01

01- FCC: “Mas o mundo globalizado também assiste a um ininterrupto e crescente


sistema de produção...”.

O mesmo tipo de regência, tal como está empregado o verbo grifado acima,
encontra-se na frase:

a) A sociedade mundial resultante do processo de padronização não tem


propriamente uma cultura global a ela vinculada, que possa distingui-la.

b) As práticas cotidianas dos povos, elementos de distinção entre eles, recebem


novos ingredientes que maculam a pureza cultural de cada nação.

c) Por haver predomínio de certos hábitos e comportamentos, é que o inglês


tornou-se uma espécie de língua global.

d) Observa-se, atualmente, que tem havido mais consciência das diferenças e maior
respeito pela especificidade de cada um.

e) Muitos críticos do processo de globalização discordam de seus possíveis


benefícios, comparando-os a situações perversas para pessoas e povos.

02- TRE (MA – 2009) CESPE: Em “Sem a teoria da evolução, a moderna biologia, incluindo
a medicina e a biotecnologia, simplesmente não faria sentido. O enigma reside na
relutância, quase um mal-estar, que suas ideias causam entre um vasto contingente
de pessoas, algumas delas fervorosamente religiosas, outras nem tanto”.

( ) A forma verbal “reside” (2º período do texto) tem sentido completo.

( ) A forma verbal “causam” (2º período do texto) não tem sentido completo.

03- FCC: “Todos os anos o Brasil perde com o tráfico uma quantia financeira
incalculável...” (final do texto)

A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento do verbo grifado acima é:

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
a) Grupos de preocupação ecológica investem na proteção aos recursos naturais do
país.

b) Compete à Justiça a aplicação de penalidades aos traficantes de animais


silvestres, nos termos da lei.

c) O comércio de animais silvestres é prática ilegal, reprovada por toda a sociedade.

d) Animais silvestres transportados sem o devido cuidado acabam morrendo.

e) Pesquisadores destacam a necessidade de maior proteção aos recursos naturais


do país.

04- FCC: “Todo lugar-comum, porém, tem um alicerce na realidade ou nos sentimentos
humanos ...”. (1o parágrafo)

A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:

a) ...ele é um dos nossos instintos básicos.

b) ....realidade que cresce a passos largos ...

c) ... situações que conduziram a isso ...

d) ... as famílias encolheram drasticamente ...

e) ... fator que acrescenta ansiedade ...

05- CESPE (2010) “A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis pelo baixo
nível de desenvolvimento humano e pela origem de uma série de mazelas, algumas
das quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil. A
chaga encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja
onde o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga crianças e adolescentes
a participarem do processo de produção”.

( ) O emprego de preposição em "a participarem" é exigido pela regência da forma


verbal "obriga".

06- CESPE: “Nas últimas décadas, o aumento dos índices de criminalidade e a atuação de
organizações criminosas transnacionais colocaram a segurança pública entre as
principais preocupações da sociedade e do Estado brasileiros. A delinquência e a
violência criminal afetam, em maior ou menor grau, toda a população, provocando
apreensão e medo na sociedade, e despertando o sentimento de descrença em
relação às instituições estatais responsáveis pela manutenção da paz social”.

77
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
( ) Estaria gramaticalmente correto o emprego da preposição “a” antes de "toda a
população" - a toda a população - visto que a forma verbal "afetam" apresenta
dupla regência.

07- CESPE: “Tendo como principal propósito a interligação das distantes e isoladas
províncias com vistas à constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no país explicitavam
firmemente a sua crença de que o crescimento era enormemente inibido pela
ausência de um sistema nacional de comunicações e de que o desenvolvimento dos
transportes constituía um fator crucial para o alargamento da base econômica do
país”.

( ) A preposição em "de que o desenvolvimento" é exigida pela regência da palavra


"crença".

08- CESGRANRIO: Assinale a opção que apresenta a regência verbal incorreta, de acordo
com a norma culta da língua:

a) Os brasileiros aspiram a uma vida mais confortável.

b) Obedeceu rigorosamente o horário do planejamento.

c) O rapaz assistiu à demolição do prédio.

d) O fazendeiro agrediu o funcionário sem necessidade.

e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro pretendido.

09- UECE: O “Que” devidamente empregado só não seria regido de preposição na


opção:

a) O cargo ............................. aspiro depende de concurso.

b) A situação....................... passei foi bem difícil.

c) Rui é o orador...................... mais admiro.

d) O jovem ................... te referiste foi reprovado.

e) Ali está o abrigo ....................... necessitamos.

05- CESGRANRIO: “Foram inúmeros os problemas ________ nos defrontamos e inúmeras


as experiências ________ passamos.
De acordo com a norma culta da língua, completam a frase, respectivamente,

a) que e em que.

b) que e de que.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
c) de que e por que.

d) com que e por que.

e) com que e em que.

10- FGV: “A crise imobiliária nos Estados Unidos revela o papel que o
superendividamento exerce...”.

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho destacado acima, não se


manteve adequação à norma culta. Ignore as alterações de sentido.

a) a que o superendividamento se refere

b) de que o superendividamento lembra

c) a que o superendividamento procede

d) a que o superendividamento prefere

e) de que o superendividamento se queixa

12- CESPE: “Em razão da complexidade, da amplitude e do poderio das redes criminosas
transnacionais, a solução para a criminalidade depende de decisões político-
econômico-sociais e, concomitantemente, de ações preventivas e repressivas de
órgãos estatais. Nesse contexto, as operações de inteligência são instrumentos legais
de que dispõe o Estado na busca pela manutenção e proteção de dados sigilosos”.

( ) A preposição "de" empregada antes de "que" é exigência sintática da forma


verbal "dispõe"; portanto, sua retirada implicaria prejuízo à correção gramatical
do período.

GABARITO EXERCÍCIOS 01

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

E F/V E E V F V B C D

11 12

B V

EXERCÍCIOS 02

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
01- ESAF (Denit: analista em infraestrutura e transporte 2012) “Coisas espantosas
acontecem conosco, a cada segundo, pelo simples fato de existirmos. Agora mesmo,
enquanto escrevo – ou enquanto você lê –, fatos fantásticos e dramáticos se
desenrolam dentro de nós. Células se reproduzem aos milhões. Bando de bactérias
percorrem nossas vias interiores, procurando encrenca. Nossos sucos se encontram e
se misturam em alquimias inacreditáveis. E giramos em torno do Sol, que, por sua
vez, se desloca pelo espaço, em alta velocidade, cuspindo fogo”.
(Verissimo, Luis Fernando. Orgias. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 1989, p.80-1,
Adaptado).

( ) No segmento “percorrem nossas vias interiores” o termo “nossas vias interiores”


expressa uma circunstância de lugar do verbo intransitivo “percorrem”.

( ) Na oração “e se misturam em alquimias inacreditáveis”, conforme faculta a regência,


o complemento do verbo “misturar” poderia ser introduzido pela preposição “com”.

02- ESAF (Denit: analista em infraestrutura e transporte 2012) Assinale a opção correta
a respeito do período “Tem um personagem de Voltaire que um dia descobre,
encantado, que falou em prosa toda a sua vida, sem saber”.
( ) O sentido com que foi empregada a forma verbal “Tem” possibilitaria, sem que
houvesse alteração do sentido do período, a seguinte organização dos termos da
primeira oração: Voltaire tem um personagem.

03- Padrão ESAF/CESPE - Nos itens a seguir, são apresentados trechos adaptados de
jornal de grande circulação. Julgue-os quanto à regência de verbos e de nomes.
Marque o que não apresentar erro.
a) Mais de 1 bilhão de moradores das cidades enfrentarão de uma grave escassez de
água em 2050 na medida em que o aquecimento global piorar os efeitos da
urbanização, indicou um estudo nesta segunda-feira.

b) A escassez ameaça o saneamento em algumas das cidades de mais rápido


crescimento no mundo, particularmente na Índia, mas também representa riscos
para à vida silvestre caso as cidades bombeiem água de fora, afirma o artigo
publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS).

c) O estudo concluiu que, se continuarem as atuais tendências de urbanização, em


meados deste século, em torno de 990 milhões de moradores de cidades viverão
com menos de 100 litros diários de água cada um ─ mais ou menos a quantidade
necessária para encher uma banheira ─, quantidade que, segundo os autores, é a
mínima necessária.

d) Além disso, mais 100 milhões de pessoas não terão água para beber, cozinhar,
limpar, tomar banho e ir no banheiro. "Não tomem os números como um destino.
São o sinal de um desafio", disse o principal autor do estudo, Rob McDonald.
80
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) Atualmente, cerca de 150 milhões de pessoas estão abaixo do patamar dos 100 litros
de uso diári o. A casa de um americano médio gasta 376 litros por dia por pessoa,
apesar do uso real variar dependendo da região, disse McDonald. Mas o mundo está
experimentando de mudanças sem precedentes no nível urbano, à medida que as
populações rurais de Índia, China e outras nações em desenvolvimento mudam-se
para as cidades

Correio Braziliense, 01/ 04/ 11 (Com adaptações)

04- ESAF (Denit: analista em infraestrutura e transporte 2012) “Restam os pedestres, em


sua humilde visibilidade, para nos lembrar de que as cidades foram feitas para as
pessoas”.
( ) Seriam mantidos o sentido original do período e a correção gramatical se o último
período do texto fosse reescrito da seguinte forma: Restam os pedestres que, em sua
humilde visibilidade, lembram-nos que cidades foram construídas para pessoas.

GABARITO EXERCÍCIOS 02

01 02 03 04

EE E C E

EXERCÍCIOS 03

01- CESPE (Câmara dos deputados 2012) “Quando possível, os teoremas e teorias mais
belos são também os mais simples: dadas duas ou mais explicações para o mesmo
fenômeno, vence a mais simples. Esse critério é conhecido como a lâmina de
Ockham, atribuído a William de Ockham, um teólogo inglês do século XIV”.

( ) No trecho “um teólogo inglês do século XIV” (R .13), que serve como aposto
apresentador de informações acerca de William de Ockham, o artigo indefinido
poderia ser omitido sem que se prejudicasse a correção gramatical do texto.

02- CESPE (Câmara dos deputados 2012) “O problema da linguagem é inseparável do


conteúdo essencial daquilo que se quer comunicar, quando não se visa apenas a
informar, mas também a fornecer modelos e diretivas de ação. A linguagem de um
código não se dirige a meros espectadores, mas se destina antes aos protagonistas
prováveis da conduta regulada”.
( ) No trecho “não se visa (...) a informar (...) a fornecer”, o elemento “a”, em ambas
as ocorrências, poderia ser omitido sem que isso trouxesse prejuízo à correção
gramatical do texto.

81
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
03- CESPE (Câmara dos deputados 2012) “Diferentes autores apresentam de maneiras
diversas as características que deve ter a lei bem feita. Em geral, todos concordam
que é mister conciliar cinco qualidades essenciais da linguagem legislativa, a saber:
simplicidade, precisão, clareza, concisão e correção”.

( ) A ausência do artigo “as” imediatamente antes de “cinco qualidades essenciais da


linguagem legislativa” permite inferir a possibilidade de a linguagem legislativa ser
caracterizada por outras qualidades essenciais não mencionadas.

04- (CESPE 2010 Ministério do Planejamento) “Naquele final de década de sessenta, no


entanto, o jovem arquiteto interessava-se menos por torres que escalavam os céus
do que por estruturas abandonadas na periferia e por sistemas subterrâneos da
cidade. Em vez de construir, seu projeto era ‘cortar’ edifícios ou ‘desfazer espaços’”.

( ) O uso da forma não pronominal “interessar”, retirando-se o pronome de


“interessava-se”, preservaria a correção gramatical e a coerência textual, desde que
fosse empregada a preposição “a” antes de “o jovem arquiteto”, escrevendo “ao
jovem arquiteto interessava”.

05- (CESPE 2013 Serpro) “O novo milênio ― designado como era do conhecimento, da
informação ―é marcado por mudanças de relevante importância e por impactos
econômicos, políticos e sociais. Em épocas de transformações tão radicais e
abrangentes como essa, caracterizada pela transição de uma era industrial para uma
baseada no conhecimento, aumenta-se o grau de indefinições e incertezas”.
( ) Estariam mantidos a correção gramatical e os sentidos do texto se, na oração
“aumenta-se o grau de indefinições e incertezas”, a forma verbal estivesse flexionada
no plural, desde que suprimida a partícula “-se”.

06- (CESPE MPU 2013) “A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar
desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam. Nessa desigualdade
social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da
igualdade”.

( ) A oração “quinhoar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam”


exerce a função de complemento indireto da forma verbal “consiste”.

GABARITO EXERCÍCIO 03

01 02 03 04 05 06

C C C E E C

82
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
EXERCÍCIOS 04

01- CESPE (Câmara dos deputados 2012) “Escrevi uma carta aos meus concidadãos,
pedindo-lhes que me dissessem francamente o que consideravam que fosse política,
e dispensando-os de citar Aristóteles, Maquiavelli, Spencer, Comte (...)”.
( ) Por terem como referente a palavra “concidadãos”, os pronomes empregados em
“pedindo-lhes” e “dispensando-os” poderiam ser intercambiados, sem prejuízo para
os sentidos e a correção gramatical do texto.

02- CESPE (Câmara dos deputados 2012) “ ‘Na hierarquia dos problemas nacionais,
nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação.’ (...) Escrito há 80
anos, o enunciado do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova continua tão atual
quanto em 1932”.
( ) Mantém-se a correção gramatical do primeiro período ao se considerar a forma
verbal ‘sobreleva’ como transitiva direta, com a seguinte reescrita: nenhum
sobreleva em importância e gravidade o da educação.

03- CESPE (PF 2012) “Essa discrição é apresentada como um progresso: os povos
civilizados não executam seus condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de
fato, um corolário da incerteza ética de nossa cultura.
Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos parecem ameaçar o convívio social.
Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se impõem as mesmas
renúncias. Mas a coisa muda quando a pena é radical, pois há o risco de que a morte
do culpado sirva para nos dar a ilusão de liquidar, com ela, o que há de pior em nós”.

( ) Considerando-se a dupla regência do verbo “impor” e a presença do pronome


“mesmas”, seria facultado o emprego do acento indicativo de crase na palavra “as”
da expressão “as mesmas renúncias”.

04- CESPE ( PF 2012)

“Considerai no mistério

dos humanos desatinos,

e no polo sempre incerto

dos homens e dos destinos!

Por sentenças, por decretos,

pareceríeis divinos:

e hoje sois, no tempo eterno,

83
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
como ilustres assassinos.

Ó soberbos titulares,

tão desdenhosos e altivos!

Por fictícia autoridade,

vãs razões, falsos motivos,

inutilmente matastes:

— vossos mortos são mais vivos;

e, sobre vós, de longe, abrem

grandes olhos pensativos.

Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Rio

de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8

( ) Os trechos “Por sentenças, por decretos” (v .29) e “Por fictícia autoridade, vãs
razões, falsos motivos” ( v.35-36) exercem função adverbial nas orações a que
pertencem e ambos denotam o meio empregado na ação representada pelo verbo a
que se referem.

GABARITO EXERCÍCIO 04

01 02 03 04

E C E E

COMPLEMENTOS VERBAIS X USO DE PRONOMES OBLÍQUOS

Para que você inicie esta segunda pare do assunto, é importante (para não dizer
fundamental) que você conheça o funcionamento dos pronomes enquanto elementos
que representam complementos verbais (ou seja, os objetos diretos e os indiretos).
Portanto, iniciemos com esta tabela:

o, a, os, as Terão, NORMALMENTE, função de OD.

lhe, lhes terão, NORMALMENTE, função de OI.

me, te, se, nos, vos terão, NORMALMENTE, função de OD


ou OI.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Exemplos com problemas:
- A criança riscou-lhe.
- O filho o obedecia.
- O ladrão lhes molestou.
Exemplos corrigidos:
- A criança riscou-o.
- O filho lhe obedecia.
- O ladrão os molestou.
Portanto, frases como “O professor viu-lhe na rua” não obedecem ao padrão culto da
língua, porque não podemos associar a um verbo transitivo direto (ver) o pronome LHE.

QUANDO USAR LO, LA, LOS e LAS?

- Se verbos terminam em R, S ou Z.
- E se os pronomes o, a, os ou as devem surgir na posição de ênclise.
FAÇA O SEGUINTE:
- Retire a dita consoante final.
- Coloque um hífen.
- E acrescente “L” ao pronome que o contexto pedir.
Exemplos:

- Trouxemos os livros ontem.


- Trouxemo-los ontem.

- Fiz todas as compras hoje.


- Fi-las hoje.

- Ele gosta de criticar esses atores.


- Ele gosta de criticá-los.
QUANDO USAR NOS, NAS, NO e NA?

Se você tiver os pronomes O, A, OS e AS ligados a verbos com finais nasais, faça assim:

- Acrescente a letra “N” ao pronome para indicar nasalização.

Ex.: O treinador propõe as mudanças antes do jogo.

O treinador propõe-nas antes do jogo.

Ex.: Levaram as alunas depois da aula.

Levaram-nas depois da aula.


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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
DETLAHE: A gramática diz que, toda vez que um verbo for flexionado na 1ª pessoa do
plural e tiver que usar, encliticamente, o pronome NOS o “S” do final do verbo deverá
ser suprimido. Assim:

- Vimos + nos perdidos = Vimo-nos perdidos. (forma correta)

- Vimos + nos perdidos = VimoS-nos perdidos. (forma INcorreta)

- Encontramos + nos na festa = Encontramo-nos na festa. (forma correta)

- Encontramos + nos na festa = EncontramoS-nos na festa. (forma INcorreta)

REGÊNCIA NOMINAL

Estuda as relações em que os nomes – substantivos, adjetivos e advérbios –


exigem complemento para que os sentidos da frase fiquem estabilizados. Essa relação
entre o nome e seus complementos é estabelecida pela presença de preposição e gera
uma função sintática chamada Complemento Nominal.

Exemplos:

1- O jovem tinha aversão ---------- a + os políticos.

2- O filho era atencioso---------- com + os avós.

Observação: Existem nomes que admitem mais de uma preposição; comportamento


absolutamente normal.

Exemplo:

- Minha amiga é pobre de espírito.

- Pedro está confiante na vitória.

- Eles se posicionaram favoravelmente aos empresários.

NOMES QUE ADVÊM DE VERBOS

1- Ele avançou 200 metros.

1.1- O avanço de 200 metros ocorreu em seguida. (o termo regente é um nome)

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
2- O convidado gostou do que foi oferecido pelo chef árabe.

2.1- O gosto pela gastronomia árabe é comum no Brasil. (o termo regente é um nome)

3- O motorista atrasou o ônibus.

3.1- O atraso do ônibus foi causado pelo motorista. (o termo regente é um nome)

4- Ele não confia em você.

4.1- A confiança em Deus é fundamental. (o termo regente é um nome)

Obs.: Perceba que, em quase todos os casos, quando o verbo transformou-se em nome, a
regência foi alterada. Portanto, atenção a esses movimentos.

► A seguir veremos a relação de alguns nomes e as suas preposições mais usuais:

acessível, adequado, alheio, análogo, apto, avesso, benéfico, cego,


conforme, desatento, desfavorável, desleal, equivalente, fiel, grato, guerra,
A
hostil, idêntico, inerente, nocivo, obediente, odioso, oposto, peculiar,
pernicioso, próximo (de), superior, surdo (de), visível.

amante, amigo, ansioso, ávido, capaz, cobiçoso, comum, contemporâneo,


curioso, devoto, diferente, digne, dotado, duro, estreito, fértil, fraco,
De
inocente, menor, natural, nobre, orgulhoso, pálido, passível, pobre,
pródigo (em), temeroso, vazio, vizinho.

afável, amoroso, aparentado, compatível, conforme, cruel, cuidadoso,


com descontente, furioso (de), ingrato, liberal, misericordioso, orgulhoso,
parecido (a), rente (a, de).

contra desrespeito, manifestação, queixa.

constante, cúmplice, diligente, entendido, erudito, exato, fecundo, fértil,


em
fraco (de), forte, hábil, indeciso, lento, perito, sábio, último (de, a), único.

entre convênio, união.

para apto, bom, essencial, incapaz, inútil, pronto (em), útil

para com afável, amoroso, capaz, cruel, intolerante, orgulhoso

Por ansioso, querido (de), responsável, respeito (a, de)

Sobre dúvida, influência, triunfo.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
DIFERENÇA ENTRE COMPLEMENTO NOMINAL E ADJUNTO ADNOMINAL

O complemento nominal sempre é iniciado por preposição; o adjunto, às vezes.

Quando o adjunto não é iniciado por preposição, é tranquilo, não existe a confusão
complemento/adjunto.

No entanto, quando é, surgem os casos em que o aluno tem dificuldade para distinguir
esses dois termos.

Para não ter essa dificuldade, o estudante tem de ficar atento às diferenças entre o
complemento nominal e o adjunto adnominal.
PRIMEIRA DIFERENÇA: o complemento nominal se liga a substantivos abstratos, a
adjetivos e a advérbios; o adjunto se liga a substantivos, que podem ser abstratos ou
concretos.

SEGUNDA DIFERENÇA: o complemento nominal tem sentido passivo, ou seja, recebe a


ação expressa pelo nome a que se liga; o adjunto tem sentido ativo, isto é, ele pratica a
ação expressa pelo substantivo modificado por ele.

TERCEIRA DIFERENÇA: o complemento não expressa ideia de posse; o adjunto


frequentemente indica posse.

Vamos agora praticar essa teoria: “As casas de madeira são ótimas no inverno".

“De madeira” é complemento nominal ou adjunto?

Lembra-se do que dissemos na “primeira diferença”? O complemento nominal se liga


exclusivamente a substantivos abstratos.

“De madeira” está modificando um substantivo concreto, “casas”.

Logo, “de madeira” é adjunto adnominal.

Outro exemplo: “Ele é igual ao pai”.

Qual a função de “ao pai”?

Ele está se referindo a “igual”, que é adjetivo.

Como dissemos na “primeira diferença”, o complemento nominal se liga a adjetivos, o


adjunto não.

Portanto, “ao pai” é complemento nominal.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Mais um exemplo: “Amor de mãe é eterno”.

Qual a função do termo “de mãe”?

Ele está modificando um substantivo abstrato, “amor”.

Logo, pode ser complemento nominal ou adjunto.

A “segunda diferença” vai nos ajudar: “de mãe” tem sentido ativo, a mãe sente o amor.

Assim, “de mãe” é adjunto adnominal.

Mais um: “O amor à mãe é sagrado”.

O termo “mãe” agora tem sentido passivo.

“Mãe” não está dando amor, mas sim recebendo.

Conclusão: “à mãe” é complemento nominal.

Um último exemplo: “A fuga do ladrão foi ousada”.

Há neste caso ideia de posse: “do ladrão” é, portanto, adjunto adnominal.

Outros exemplos de complemento nominal

- Ele lutou pela defesa da pátria.

-O estudo das células é fascinante.

- A resolução de exercícios ocorrerá à noite.

- O jovem é precavido contra os males.

- Meu filho está apto para o trabalho pesado.

-Ele mostrou-se insensível à dor.

- Ele tem bom gosto pela arte contemporânea.

- Eu estou satisfeito com o resultado.

EXERCÍCIOS 01

01- CESPE: “Floresta nacional, floresta estadual e municipal: é uma área com uma
cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo

89
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais de florestas nativas. É uma
área de posse e domínio públicos”.

( ) O vocábulo "públicos" está no plural por se tratar de caso de regência nominal.

Obs.: O detalhe dessa questão consiste numa “pegadinha”.

02- CESPE: “Hipermodernidade é o termo usado para denominar a realidade


contemporânea, caracterizada pela cultura do excesso, do acréscimo sempre
quantitativo de bens materiais, de coisas consumíveis e descartáveis”.

( ) A repetição da preposição “de” em "do acréscimo", "de bens materiais" e "de


coisas" indica que esses termos são empregados, no texto, como complementos
de "cultura", vocábulo que tem como primeiro complemento "do excesso".

Obs.: Uma boa leitura é fundamental para resolver essa questão.

03- CESPE: Com base no texto abaixo, julgue a questão a seguir.

O Brasil tem 24,8 milhões de pessoas consideradas aptas para trabalhar. Mas, nesse
universo, há cerca de 5,5 milhões de pessoas condenadas a ficar fora do mercado de
trabalho, tal como ele se apresenta hoje, visto que lhes falta a essencial qualificação.
Para estes, 20% da força de trabalho, resta tentar ganhar o pão de cada dia fazendo
bicos o trabalhos regulares, porém de baixa exigência e, portanto, com ganhos
ínfimos.

Esses números estão em trabalho recentemente divulgado pelo Instituto de


Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), no qual se revela que outros 653 mil
trabalhadores, no topo da pirâmide do preparo profissional, igualmente tenderão a
ficar batendo de porta em porta em busca de colocação. Para eles, em razão da crise
mundial, fecharam-se postos de trabalho, pois suas empresas preferiram liberar mão
de obra qualificada, reduzir gastos — esses profissionais são os de mais altos salários
— e esperar a tempestade passar. E ela ainda não passou.

Em outras áreas, porém, como construção civil, comércio e hotelaria, o estudo do


IPEA revela que já se faz sentir a falta de profissionais por motivo semelhante ao
causado pela crise. A recuperação econômica, que ocorreu com velocidade
espantosa em áreas como a de construção, não deixou espaço e tempo para que se
preparasse tanta gente, em número e qualidade, para atender à demanda,
especialmente no Sudeste e no Sul do país, onde se constroem mais moradias e
obras de infraestrutura alimentadas por programas habitacionais, pelas eleições e,
como não poderia deixar de ser, pelo futebol, que terá o Brasil como sede da Copa do
Mundo em 2014. Casas, saúde, transportes, saneamento e iluminação implicarão
investimentos superiores a R$ 1 trilhão, conforme anunciado pelo governo em

90
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
março. Para este ano, o crescimento econômico deve gerar 2 milhões de vagas,
dizem as estimativas oficiais.

Hélio Terra. Trabalho há e haverá. In:

O Estado de S.Paulo, 4/4/2010 (com adaptações)

Acerca da regência nominal e verbal empregada no texto, assinale a opção correta.

a) A substituição do termo “aptas” (1º parágrafo) por “capazes” manteria o sentido


original, mas não a correção gramatical do período.

b) Na oração “visto que lhes falta a essencial qualificação” (1º parágrafo), o verbo
não exige complemento indireto.

c) No trecho “por motivo semelhante ao causado pela crise” (3º parágrafo), o


elemento “ao” pode ser corretamente substituído por “com o”.

d) O uso do sinal indicativo de crase em “para atender à demanda” (3º parágrafo)


ocorre por conta da existência de regência nominal no período.

e) A inserção da preposição “em” imediatamente após a forma verbal “implicarão”


(3º parágrafo) não acarreta prejuízo ao sentido nem à estrutura sintática do
período.

04- FCC: “A ocupação do cerrado por agricultores provenientes de outras áreas ...” (3º
parágrafo)
O mesmo tipo de regência assinalado acima SÓ NÃO se configura no segmento
grifado em:

a) graças ao investimento em novas tecnologias.

b) nas condições de vida de milhões de brasileiros

c) o ingresso de centenas de milhões de pessoas.

d) a expansão do comércio.

e) por uma combinação de ações políticas e empresariais.

Obs.: Uma dica para você não perder a paciência ao resolver essa questão é perceber
que nem todos os nomes advêm das mesmas classes de palavras. Vimos isso no
início da aula. Volte um pouco, faça uma nova leitura.

GABARITO 01

01 02 03 04

91
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
F F A B

EXERCÍCIOS 02

01- A sentença em que o verbo pegar apresenta-se com o mesmo sentido e integra a
mesma construção sintática com que é usado em “ele pegou um balde grande de
plástico,” é:

a) Os alunos pegam facilmente tudo o que é ensinado.

b) Pegar um bom emprego é o objetivo de todos.

c) Pegou do irmão a mania de fazer coleção de figurinhas.

d) Pegou no que era seu, deu adeus e foi embora.

e) Pegou sem cuidado o copo e deixou-o quebrar

02- Assinale a opção em que a regência do verbo destacado difere da dos demais.

a) “...tal fato exige de nós a capacidade de atuarmos em áreas...”.

b) “O sentir faz a ponte entre o pensar e o agir”.

c) “... essa atitude consequentemente nos leva ao aprendizado”.

d) “alguém perguntou a um velho se ele tinha crescido naquela cidade”.

e) “...é esse ensinamento que nos ensina a resposta do velho sábio”.

03- O verbo destacado NÃO é impessoal em:

a) Fazia dias que aguardava a sua transferência para o setor de finanças.

b) Espero que não haja empecilhos à minha promoção.

c) Fez muito frio no dia da inauguração da nova filial.

d) Já passava das quatro horas quando ela chegou.

e) Embora houvesse acertado a hora, ele chegou atrasado.

04- Em relação à regência nominal, em qual das frases a seguir a preposição empregada
NÃO está ADEQUADA?

a) A partir daí, estava apto para ajudar alguém.

b) Ele, então, estava sedento por um futuro melhor.

92
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
c) Não seja inconstante em suas decisões.

d) Na vida, todos nós somos passíveis a equívocos.

e) Temeroso de um resultado negativo, não seguiu sua intuição.

05- Em relação à regência nominal, em qual das frases a seguir a preposição empregada
NÃO está ADEQUADA?

a) Aquele personagem é destituído de complexidade.

b) O vigilante estava atento a tudo que passava a sua volta.

c) O homem ficou grato com todos os que o ajudaram.

d) Aquele soldado foi cruel para com o preso.

e) Não houve a correta adaptação ao clima frio da Europa.

06- Assinale a opção em que a preposição destacada constitui caso de regência nominal.

a) “ele precisava se adaptar rapidamente a uma nova situação...”.

b) “acho que ele deve saber se comunicar com a equipe...”.

c) “ele deve ter capacidade de negociação são características extras...”.

d) “Para chegar a esta conclusão foram analisados três fatores:”.

e) “Então, que tal começar a exercitar a linguagem? Faz bem para você e para
aqueles com quem se relaciona”.

07- Marque o item que contempla incorreto uso de regência verbal.

a) O homem chamou o político de corrupto.

b) Ele chamou ao amigo de covarde.

c) Nós lhe chamamos crápula.

d) O jovem anuiu ao professor.

e) O belo projeto do governo implicou em esforço da população.

08- Marque o item que contempla incorreto uso de regência verbal.

a) Vimos o filme mencionado pela crítica.

b) Os protestantes só queriam a atenção de todos os presentes.

c) Os políticos não se lembram o que fazem com o dinheiro público.


93
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
d) O palestrante esqueceu tudo que ia dizer naquela apresentação.

e) A Igreja dos Milagres assiste na Avenida Dom Pedro.

GABARITO 02

01 02 03 04 05 06 07 08

E B E D C C E C

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os,
as, lhes) em relação ao verbo.

Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), no meio do


verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).

PRÓCLISE

Usamos a próclise nos seguintes casos:

(a) Com palavras negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem etc.

- Nada me perturba.
- Ninguém se mexeu.
- Jamais me afastarei daqui.
- Ela nem se importou com meus problemas.

Ou seja, seriam ERRADAS as seguintes construções:

- Nada perturba-me.
- Ninguém mexeu-se.
- Jamais afastar-me-ei daqui.
- Ela nem importou-se com meus problemas.

(b) Com conjunções ou locuções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme,
embora, ainda que, já que, quanto etc.

- Quando se trata de boa comida, ele é um especialista.


- É necessário que a deixe em casa.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.

94
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Ou seja, seriam ERRADAS as seguintes construções:

- É necessário que deixe-a em casa.


- Embora encontre-me com problemas, estou indo bem no trabalho.

(c) Advérbios: só, apenas, muito, pouco, cedo, tarde, ali, aqui, também etc.

- Aqui se tem paz.


- Sempre me dediquei aos estudos.
- Talvez o veja na escola.

OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pronome.

- Aqui, trabalha-se.

- Ontem, revelei-lhe toda a verdade.

(d) Pronomes relativos, indefinidos e interrogativos.

Um lembrete:

- Relativos: que, quem, onde.

- Indefinidos: tudo, nada, algo, alguém, ninguém, qualquer etc.

- Interrogativos: que, quem, qual, quanto etc.

- Exemplos:

- Quem te ligou bem cedo? (interrogativo)


- A pessoa que me chamou era minha amiga. (relativo)
- Nada nos traz felicidade. (indefinido)

(e) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).

- “Macacos me mordam!”
- Deus te abençoe, meu filho!

(f) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.

- Em se plantando tudo dá.


- Em se tratando de beleza, ela é a campeã.

CASOS FACULTATIVOS
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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
(a) Diante de substantivos quando funcionam como sujeito:

- Os alunos se aproximaram.

- Os alunos aproximaram-se.

(b) Diante de pronomes retos:

- Ela me disse tudo.

- Ela disse-me tudo.

(c) Diante de pronomes de tratamento.

- Vossa Excelência me perguntou algo?

- Vossa Excelência perguntou-me algo?

(d) Diante de pronomes demonstrativos.

- Aquilo me deixou triste.

- Aquilo deixou-me triste.

(e) Quando houver conjunções coordenativas (exceto as aditivas Nem, Não só...mas
também e companhia e todas as alternativas):

- O homem chegou e se dirigiu a mim imediatamente.

- O homem chegou e dirigiu-se a mim imediatamente.

- Eu cheguei cedo, mas me barraram na entrada.

- Eu cheguei cedo, mas barraram-me na entrada.

BOMBA BOMBA BOMBA!!!!! A maior pegadinha de todas!!!!

(f) Infinitivo não flexionado precedido de palavras atrativas ou de preposições:

- Meu desejo era não o incomodar. (FORMA CORRETA)

- Meu desejo era não incomodá-lo. (FORMA CORRETA)

- Calei-me para sempre o contrariar. (FORMA CORRETA)

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Calei-me para sempre contrariá-lo. (FORMA CORRETA)

- Corri para o defender. (FORMA CORRETA)

- Corri para defendê-lo. (FORMA CORRETA)

MESÓCLISE

Usada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito.

- Convidar-me-ão para a festa.


- Convidar-me-iam para a festa.

- Revelar-lhe-ei meus segredos.

Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.

- Não me convidarão para a festa.

- Algo te levará a um bom destino.

ÊNCLISE

Regra básica: a ênclise será sempre obrigatória no início de período.

- Amo-te muito, meu amor!

- Dá-me mais um pouco de vinho?

- Comprei-o no mês passado.

Outros casos:

a) Com o verbo no imperativo afirmativo:

- Alunos, comportem-se.

b) Com o verbo no gerúndio:

- Saiu rapidamente, deixando-nos a sós por alguns instantes.

c) Com o verbo no infinitivo impessoal:

- Contar-lhe tudo é fundamental.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS

Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou particípio.

AUXILIAR + INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes ou
depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.
- A polícia nos deseja revelar a verdade.

- A polícia deseja-nos revelar a verdade.

- A polícia deseja revelar-nos a verdade.

AUXILIAR + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o pronome


oblíquo virá antes ou depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.

- As crianças me vêm perguntando muitas coisas.

- As crianças vêm-me perguntando muitas coisas.

- As crianças vêm perguntando-me muitas coisas.

Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou depois do
verbo principal.

Infinitivo

- A polícia não nos deseja revelar a verdade.

- A polícia não deseja revelar-nos a verdade.

Gerúndio

- As crianças agora me vêm perguntando muitas coisas.

- As crianças agora vêm perguntando-me muitas coisas.

AUXILIAR + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar sempre depois do verbo auxiliar, nunca
depois do particípio. Se houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo
auxiliar.

- O preso lhe havia contado a verdade.


- O preso havia-lhe contado a verdade.

Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá SOMENTE antes do verbo auxiliar.
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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- O preso jamais lhe havia contado a verdade.

Para as perguntas de 01 a 28 você deverá assinalar com “C “ o que estiver correto e


com “I” os incorretos:

01) ( ) O presente é a bigorna onde se forja o futuro. (próclise)


02) ( ) Nossa vocação molda-se às necessidades. (ênclise)
03) ( ) Se não fosse a chuva, acompanhar-te-ia. (mesóclise)
04) ( ) Macacos me mordam!
05) ( ) Caro amigo, muito lhe agradeço o favor...
06) ( ) Ninguém socorreu-nos naqueles momentos difíceis.
07) ( ) As informações que se obtiveram, chocavam-se entre si.
08) ( ) Quem te falou a respeito do caso?
09) ( ) Não foi trabalhar porque machucara- se na véspera.
10) ( ) Não só me trouxe o livro, mas também me deu presente.
11) ( ) Ele chegou e perguntou-me pelo filho.
12) ( ) Em se tratando de esporte, prefere futebol.
13) ( ) Vamos, amigos, cheguem-se aos bons.
14) ( ) O torneio iniciar-se-á no próximo Domingo.
15) ( ) Amanhã dizer-te-ei todas as novidades.
16) ( ) Os alunos nos surpreendem com suas tiradas espirituosas.
17) ( ) Os amigos chegaram e me esperam lá fora.
18) ( ) O torneio iniciará-se no próximo domingo.
19) ( ) Ele tinha oferecido-lhe as explicações.
20) ( ) Convido-te a fazeres-lhes essa gentileza.
21) ( ) Para não falar- lhe, resolveu sair cedo.
22) ( ) É possível que o leitor nos não creia.
23) ( ) A turma quer-lhe fazer uma surpresa.
24) ( ) A turma havia convidado-o para sair.
25) ( ) Ninguém podia ajudar-nos naquela hora.
26) ( ) Algumas haviam-nos contado a verdade.
27) ( ) Todos se estão entendendo bem.
28) ( ) As meninas não tinham-nos convidado para sair.

29) Assinale a frase com erro de colocação pronominal:

a) Tudo se acaba com a morte, menos a saudade.


b) Com muito prazer, se soubesse, explicaria-lhe tudo.
c) João tem-se interessado por suas novas atividades.
d) Ele estava preparando-se para o vestibular de Direito.

30) Assinale a frase com erro de colocação pronominal:

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
a) Tudo me era completamente indiferente.
b) Ela não me deixou concluir a frase.
c) Este casamento não deve realizar-se.
d) Ninguém havia lembrado-me de fazer as reservas.
GABARITO
01.C
02.C
03.C
04.C
05.C
06.I
07.C
08.C
09.I
10.C
11.C
12.C
13.C
14.C
15.I
16.C
17.C
18.I
19.I
20.C
21.C
22.C
23.C
24.I
25.C
26.I
27.C
28.I
29.B
30.D
EXERCÍCIOS 05

01- FCC: em “Ajudamos a criar essa nova arma no intuito de impedir que os inimigos
tivessem acesso antes de nós a essa nova arma”.

Valendo-se do emprego de pronomes, estará correta a seguinte reconstrução da


frase acima:

100
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
a) Ajudamos a criar-lhe no intuito de impedir eles de acessarem antes de nós essa
nova arma.

b) Ajudamos a criá-la no intuito de lhes impedir o acesso dos inimigos a essa nova
arma antes de nós.

c) Ajudamo-la a criar no intuito de impedir-lhes que eles tivessem acesso à ela


antes de nós.

d) Ajudamos a criá-la no intuito de impedir que eles tivessem acesso a ela antes de
nós.

e) Ajudamos a criá-la no intuito de os impedir de acessar-lhe antes de nós

02- CESGRANRIO: Assinale a frase em que está usado indevidamente um dos pronomes
seguintes: o, lhe.

a) Não lhe agrada semelhante providência?

b) A resposta do professor não o satisfez.

c) Ana o ajudou na semana passada.

d) O poeta assistiu-a nas horas amargas, com extrema dedicação.

e) Vou visitar-lhe na próxima semana.

03- FCC: “Maquiavel escreveu um tratado político, e a potência de análise desse


tratado político permite considerar esse tratado político como um texto que
efetivamente revela os mecanismos do poder, embora sempre haja quem julgue
indevassáveis esses mecanismo do poder, pois todos os políticos buscam dissimular
esses mecanismo do poder”.

Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os segmentos


sublinhados, respectivamente, por

a) cuja potência de análise / considerá-lo / os julgue indevassáveis / dissimulá-los.

b) em cuja potência de análise / o considerar / lhes julgue indevassáveis / os


dissimular.

c) cuja a potência de análise / considerá-lo / julgue-os indevassáveis / dissimular-


lhes.

d) que a potência de análise / considerar-lhe / os julgue indevassáveis / dissimulá-los.

101
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) de cuja potência de análise / lhe considerar / os julgue indevassáveis / lhes
dissimular.

04- FCC: “A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a palavra
progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos que elevam essa palavra
ao patamar dos nomes miraculosos”.

Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo- se os elementos


sublinhados, na ordem dada, por:

a) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam

b) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na

c) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe

d) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam

e) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam

05- FCC: “O editorial foi considerado um desrespeito à soberania de Cuba, trataram a


soberania de Cuba como uma questão menor, pretenderam reduzir a soberania de
Cuba a dimensões risíveis, como se os habitantes do país não tivessem construído a
soberania de Cuba com sangue, suor e lágrimas”.

Evitam-se as viciosas repetições acima substituindo-se os segmentos sublinhados,


respectivamente, por

a) trataram a ela / reduzir-lhe / a tivessem construído.

b) trataram-na / reduzi-la / a tivessem construído.

c) a trataram / a reduziram / tivessem-na construído.

d) trataram-lhe / reduziram-lhe / lhe tivessem construído.

e) trataram-na / reduziram-lhe / lhe tivessem construído.

06- FCC (Metrô São Paulo) A substituição do elemento grifado pelo pronome
correspondente, com os necessários ajustes no segmento, foi realizada corretamente
em:

a) que pretende construir máquinas multifuncionais = que lhes pretende construir

b) que desejam limpar seu carpete = que desejam o limpar

c) precisa processar dados coletados = precisa processá-los.

d) que busque uma caneca = que busque-a.


102
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) requerem um grande conjunto de habilidades = requerem-nas.

GABARITO EXERCÍCIOS 02

01 02 03 04 05 06

D E A A B C

PRONOMES RELATIVOS E O USO DE PREPOSIÇÕES

Observe a seguinte oração:

- Os fatos que o jornalista não crê tinham muito fundamento.

Note que, aparentemente, o período não apresenta falhas; auditivamente, tudo parece
estar bem. Contudo, sabendo que a regência do verbo acreditar pede a preposição “em”,
fica mais claro que a construção não obedece à norma culta.

Em situações como esta, é necessário antecipar a preposição para antes do pronome


relativo QUE. Assim:

- Os fatos em que o jornalista não crê tinham muito fundamento.

Essa nova construção obedece à norma culta e também poderia ser reescrita da seguinte
forma:

- Os fatos nos quais o jornalista não crê tinham muito fundamento.

As duas últimas construções estão corretas, ao passo que a primeira apresenta erro
gramatical.

PRONOMES RELATIVOS

Como já sabemos, os pronomes substituem os nomes. Assim, no lugar de “Ana” em Ana


recebeu um comunicado, poderíamos escrever Ela recebeu um comunicado. Contudo, Ela
não é um pronome relativo, mas sim um pronome pessoal do caso reto.

Os pronomes relativos, além de mais complexos, são mais decisivos no momento da


redação de um texto. Os mais utilizados em provas de concurso são os seguintes: QUE (o
qual, a qual, as quais....), QUEM, ONDE e CUJ-. Esses pronomes seguem uma rigorosa
disciplina quanto à sua referência e uso.

Vejamos:

Pronome Referência

103
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
QUE (a qual....) A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele.

QUEM A um termo (substantivo comum ou próprio), na condição de Ser


Humano, anterior a ele.

ONDE A um termo (substantivo comum ou próprio) que indique lugar,


também anterior a ele.

CUJO(A)(S) A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele, mas


que estabelece concordância com seu termo posterior, que
também será um substantivo.

Exercícios reflexivos 01

Agora, vamos fazer um exercício prático!

a) A ideia ________ que ele discordou é antiga.


b) O livro ________ que o aluno concordou trazia cenas fortes.
c) As médicas ________ quem o paciente se referiu estavam cansadas.
d) Os policiais ________ quem o povo duvidou não eram culpados.
e) Os ensinamentos ________ que ele disseminava tinham fundamento.
f) As cidades ________ onde ele viveu são fascinantes.
g) As pousadas________ onde ele dormiu recebiam muitos turistas.
h) O restaurante ________ onde o homem foi só servia pratos franceses.
i) Os livros _____ cujas páginas ele se referiu sumiram.
j) A aluna _____ cujos cadernos foram roubados estava revoltada.
k) As personagens _____ cuja genialidade muitos discordam eram as mais
queridas pelo povo.
RESPOSTAS

a B c d E f g h i j k

de Com a de Ø Ø Ø a a ø de

Ou então,

a) A ideia ________ a qual ele discordou é antiga.


b) O livro ________ o qual o aluno concordou trazia cenas fortes.
c) As médicas ____que / ____ as quais o paciente se referiu estavam cansadas.
d) Os policiais ____ que/ ____os quais o povo duvidou não eram culpados.
e) Os ensinamentos ____ os quais ele disseminava tinham fundamento.

104
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
f) As cidades _____ que/ ____ as quais ele viveu são fascinantes.
g) As pousadas____ que/____as quais ele dormiu recebiam muitos turistas.
h) O restaurante ___ que/____ o qual o homem foi só servia pratos franceses.
i) Os livros ____ cujas páginas estavam resgadas sumiram.
j) Os políticos _____ cujos programas o povo acredita estão mortos.
k) As personagens _____ cuja força muitos admiram eram as mais queridas.
RESPOSTAS

a b c d e f g h i j k

de com a de ø em em a ø em ø

EXERCÍCIOS REFLEXIVOS 02

► Leia, reflita e constate se há a necessidade de preposição antes dos pronomes


relativos a seguir. Depois, confira as respostas.

01- As cidades brasileiras _______ que receberam novas propostas de crescimento


tinham boa reputação.

02- Os esforços da população ______ que o ministro se reportou antes das eleições
valeram muito.

03- A imagem daquela população ______ que o ministro se reportou antes das eleições
demonstrou que ela é, de fato, atuante.

04- As notícias _____ que os eleitores, de fato, necessitavam ainda não foram tão
alvissareiras.

05- O homem maduro, _______ quem ela se apaixonou, era, na verdade, cheio de
problemas.

06- As muitas pessoas ______ quem o político dizia se dedicar precisavam demasiado de
ajuda.

07- As ruas do bairro ______ onde ela morou no passado eram cheias de crianças.

08- A antiga cidade chilena _______ onde meu amigo foi produzia bons vinhos.

09- O prédio novo ______ onde os computadores foram roubados tinha péssima
segurança.

10- O prédio novo ______ onde os computadores foram levados tinha péssima
segurança.
105
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
11- Aceitei o perfume_____ cuja fragrância não gostei somente por educação.

12- Quem matou o hábito das cartas foi o telefone,____ cujo reinado trouxe muitas
mudanças.

RESPOSTAS

01- Ø

02- A

03- A

04- DE

05- POR

06- A

07- Ø

08- A ou PARA

09- DE

10- DE ou PARA

11- DE

12- Ø

EXERCÍCIOS 01

01- Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados em:

a) O autor se pergunta por que haveriam de ser cruéis os animais que aspiram à
propagação da espécie.

b) Quando investigamos o porquê da suposta crueldade animal, parece de que nos


esquecemos da nossa efetiva crueldade.

c) À lagarta, de cujo ventre abriga os ovos da vespa, só caberá assistir ao martírio


de sua própria devoração.

d) Se a ideia de compaixão é puramente humana, não há porque imputarmos nos


animais qualquer traço de crueldade.

e) Os bichos a cujos atribuímos atos cruéis não fazem senão lançar-se na luta pela
sobrevivência.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
02- Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:

a) Os restos de esperanças socialistas, por cujas o autor já demonstrara simpatia,


misturam-se a outras convicções.

b) Os impulsos missionários, de que o autor não se mostra carente, poderiam levá-


lo a combater a fome do mundo.

c) As propostas políticas, de cuja falta sentiu Mario Capanna, eram, na verdade,


inúmeras e contrastantes.

d) As posições dos jovens manifestantes, das quais o autor se congratulou, eram as


mais díspares possíveis.

e) As ruas de Gênova, aonde se fixaram grupos de manifestantes, ganharam uma


nova animação.

03- “... tema que faz com que em certas ocasiões ...” (último parágrafo)

A lacuna que deverá ser corretamente preenchida pela expressão grifada acima está
em:

a) O mercado editorial de autoajuda, ......... abrange várias categorias, cresce a


olhos vistos em todo o mundo.

b) O conteúdo dos livros de autoajuda, ......... os leitores acreditam, serve de


inspiração para o sucesso na vida e na carreira profissional.

c) Os leitores estão convictos .......... essas publicações serão a inspiração para uma
vida mais harmônica e feliz.

d) Os livros de autoajuda procuram conduzir as pessoas a obterem com tenacidade


tudo aquilo ........ sonham.

e) A literatura de autoajuda constitui, no momento, os meios ........ as pessoas


recorrem para viver melhor.

04- Está correto o emprego do elemento sublinhado em:

a) O Príncipe é um símbolo reincidente, a cujo nome pessoal talvez nem mesmo a


Branca de Neve tenha conhecimento.

b) A necessidade de bajular o poder é um vício de que muita gente da imprensa não


consegue se esquivar.

c) A trama com a qual o personagem anônimo participa jamais seria a mesma sem
o seu concurso.

107
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
d) Em dois segundos o lenhador tomou uma decisão na qual decorreria toda a
trama já conhecida de Branca de Neve.

e) Os figurantes anônimos muitas vezes são responsáveis por uma ação em que irão
depender todas as demais.

05- “A diferença é que eles viviam em comunhão com o mundo...” (final do texto)

A frase cuja lacuna estará corretamente preenchida pela palavra grifada acima é:

a) As hipóteses ........ que a humanidade teve sua origem na África já foram


comprovadas por cientistas.

b) As armas ......... que os homens primitivos se defendiam dos perigos eram feitas
de materiais encontrados na natureza.

c) Ossos de animais serviam ......... que os nossos ancestrais reproduzissem as


melodias percebidas nos sons da natureza.

d) São inúmeras as cavernas ......... que se encontraram desenhos primitivos, as


chamadas pinturas rupestres.

e) Instrumentos foram criados pelo homem de modo ......... que ele conseguisse
reproduzir os sons ouvidos no mundo exterior.

06- As expressões de que e com que preenchem corretamente, nessa ordem, as lacunas
da frase:

a) O prestígio ...... o texto de Maquiavel desfruta até hoje é merecido, pois é um


tratado político ...... muitos têm muito a aprender.

b) As qualidades morais ...... muitos estavam habituados a considerar como tais


foram substituídas pelas políticas, no tratado ...... Maquiavel tornou uma obra
basilar.

c) Os valores abstratos ...... muita gente costuma cultuar não tinham, para
Maquiavel, qualquer aplicação ...... pudesse se valer na análise da política.

d) O adjetivo maquiavélico, ...... muitos utilizam para denegrir o caráter de alguém,


ganhou uma acepção ...... costumam discordar os cientistas políticos.

e) A leitura de O Príncipe, ...... muita gente até hoje se entrega, interessa a todos
...... se sintam envolvidos na lógica da política.

07- “Mas o mundo globalizado também assiste a um ininterrupto e crescente sistema de


produção...”.

108
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
O mesmo tipo de regência, tal como está empregado o verbo grifado acima,
encontra-se na frase:

a) A sociedade mundial resultante do processo de padronização não tem


propriamente uma cultura global a ela vinculada, que possa distingui-la.

b) As práticas cotidianas dos povos, elementos de distinção entre eles, recebem


novos ingredientes que maculam a pureza cultural de cada nação.

c) Por haver predomínio de certos hábitos e comportamentos, é que o inglês se


tornou uma espécie de língua global.

d) Observa-se, atualmente, que tem havido mais consciência das diferenças e maior
respeito pela especificidade de cada um.

e) Muitos críticos do processo de globalização discordam de seus possíveis


benefícios, comparando-os a situações perversas para pessoas e povos.

08- Está adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

a) A obsolescência e o anacronismo, atributos nos quais os americanos manifestam


todo seu desprezo, passaram a se enfeixar com a expressão dez de setembro.

b) O estado de psicose, ao qual imergiram tantos americanos, levou à adoção de


medidas de segurança em cuja radicalidade muitos recriminam.

c) A sensação de que o 11/9 foi um prólogo de algo ao qual ninguém se arrisca a


pronunciar é um indício do pasmo no qual foram tomados tantos americanos.

d) Não é à descrença, sentimento com que nos sentimos invadidos depois de uma
tragédia, é na esperança que queremos nos apegar.

e) Fatos como os de 11/9, com que ninguém espera se deparar, são também lições
terríveis, de cujo significado não se deve esquecer.

GABARITO 01

01 02 03 04 05 06 07 08
A B D B B A E E

EXERCÍCIOS 02

(Cespe MPU 2010 Técnico) “O corte de 125 mil empregos em junho indica que a
esperança de gradual retomada do crescimento do mercado de trabalho no curto prazo
era prematura e não deverá se concretizar. As razões para esse estancamento

109
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
encontram-se no comportamento do polo dinâmico da economia mundial, os países
emergentes, cujo desenvolvimento econômico começou a desacelerar — ainda que a
partir de taxas exuberantes de expansão”.

01- No trecho “cujo desenvolvimento econômico (...) expansão”, identifica-se relação de


causa e consequência entre a construção sintática destacada com travessão e a
oração que a antecede.

(Cespe MPU 2010 Técnico) “Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e
traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da cidade são o cerne do
problema criminal. Mas os danos que tais criminosos causam são minúsculos quando
comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho branco e trabalham
para as organizações mais poderosas”.

02- A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas se a oração “que


possam ser encontrados em uma rua escura da cidade” estivesse entre vírgulas.
(Cespe Banco do Brasil 2010) “A rede de atendimento aos “famintos de felicidade”
tornou-se um negócio rendoso, e os usuários, para mantê-la, exigem mais exploração dos
que já são superexplorados. Quem vive permanentemente na infelicidade não pode olhar
o outro como alguém com quem possa ou deva preocupar-se. O sentimento íntimo de
quem padece é de que o mundo lhe deve alguma coisa, e não de que ele deva qualquer
coisa ao mundo”.

03- A substituição da preposição “com”, exigida pelo verbo “preocupar-se”, pela


preposição “em” preservaria a coerência do texto e o respeito às normas gramaticais.
(Cespe MPU 2010 Analista) “Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar a
eficiência, a produtividade e a competitividade nos processos gerenciais e nos produtos e
serviços das organizações. Ou seja, é o fermento do crescimento econômico e social de
um país. Para isso, é preciso criatividade, capacidade de inventar e coragem para sair dos
esquemas tradicionais. Inovador é o indivíduo que procura respostas originais e
pertinentes em situações com as quais ele se defronta. É preciso uma atitude de abertura
para as coisas novas, pois a novidade é catastrófica para os mais céticos”.

04- O segmento “as quais” remete a “situações” e, por isso, admite a substituição pelo
pronome “que”; no entanto, nesse contexto, tal substituição provocaria
ambiguidade.
(Cespe 2010 Ministério do Planejamento) “Naquele final de década de sessenta, no
entanto, o jovem arquiteto interessava-se menos por torres que escalavam os céus do
que por estruturas abandonadas na periferia e por sistemas subterrâneos da cidade. Em
vez de construir, seu projeto era “cortar” edifícios ou “desfazer espaços”. Matta Clark
interessava-se pela situação paradoxal de um contexto urbano em que conviviam
modernização e abandono”.

110
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
05- As relações gramaticais e textuais em que ocorre a expressão “em que” permitem sua
substituição no texto, tanto por “onde” como por “no qual”, sem se prejudicar a
coerência e a correção do texto.
(Cespe 2011 Ministério das Comunicações) “Essa abordagem “objetal” levanta um
problema específico no plano da memória. Não seria ela fundamentalmente reflexiva,
como nos inclina a pensar a prevalência da forma pronominal: lembrar-se de alguma
coisa é, de imediato, lembrar-se de si? Entretanto, insistimos em colocar a pergunta “o
quê?” antes da pergunta “quem?”, a despeito da tradição filosófica, cuja tendência foi
fazer prevalecer o lado egológico da experiência mnemônica”.

06- O pronome “cuja” introduz explicação acerca de “tradição filosófica”.


(Cespe 2011 Ministério das Comunicações) “As tecnologias digitais, segundo Pierre Lévy,
“surgiram com a infraestrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de
sociabilidade, de organização e de transação, mas também novo mercado da informação
e do conhecimento”. O ciberespaço abre caminhos para a cibercultura, pela qual a
produção e a disseminação de informações são pautadas pelo dispositivo de comunicação
todos-todos”.

07- A expressão “pela qual” poderia ser corretamente substituída por “por que”, o que
conferiria mais clareza ao texto, já que evitaria repetição — “pela” ( da expressão
“pela qual” ) e “pelo” (depois de “pautados”).

08- (TJ Rio de Janeiro 2012) “O restaurante Reis, ......... o poeta era assíduo frequentador,
ficava no velho centro do Rio”.
Preenche corretamente a lacuna da frase acima:

(A) de cujo.

(B) em que.

(C) o qual.

(D) no qual.

(E) de que.

09- (TRE São Paulo 2012) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados
na frase:
(A) A argumentação na qual se valeu o ministro baseava-se numa analogia em cuja
pretendia confundir função técnica com função política.

(B) As funções para cujo desempenho exige-se alta habilitação jamais caberão a
quem se promova apenas pela aclamação do voto.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
(C) Para muitos, seria preferível uma escolha baseada no consenso do voto do que a
promoção pelo mérito onde nem todos confiam.

(D) A má reputação de que se imputa ao "assembleísmo" é análoga àquela em que


se reveste a "meritocracia".

(E) A convicção de cuja não se afasta o autor do texto é a de que a adoção de um ou


outro critério se faça segundo à natureza do caso.

10- (TRT 11ª Região 2012) Está correto o emprego da expressão sublinhada em:

(A) Os dicionários são muito úteis, sobretudo para bem discriminarmos o sentido
das palavras em cujas resida alguma ambiguidade.

(B) O texto faz menção ao famoso caso das cotas, pelas quais muitos se
contrapuseram por considerá-las discriminatórias.

(C) Por ocasião da defesa de políticas afirmativas , com as quais tantos aderiram,
instaurou-se um caloroso debate público.

(D) Um dicionário pode oferecer muitas surpresas, dessas em que não conta quem
vê cada palavra como a expressão de um único sentido.

(E) Esclarece-nos o texto as acepções da palavra discriminação, pela qual se


expressam ações inteiramente divergentes.

GABARITO EXERCÍCIOS 02

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

E E E E C C E E B E

CRASE

Teoria
O uso do acento grave é produto da fusão de duas vogais idênticas: a + a = à (fusão). O
primeiro “a” é uma preposição, e o segundo “a” é um artigo.

Em geral, só ocorre crase diante das seguintes situações:

ANTES DURANTE DEPOIS


VTI SUB.FEM.
VTDI AQUILO, AQUELE(A)(S)
NOME A QUAL, AS QUAIS

112
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Obs.: todos os substantivos, adjetivos e advérbios são NOMES.

Detalhando a tabela acima:

ANTES Preposição FUSÃO artigo DEPOIS


a à a Sub.fem.
VTI
VTDI a à a -quilo
-quele(a)(s)
NOME a à a - qual
as - quais

ALGUNS NOMES QUE REGEM A PREPOSIÇÃO “A”.

Acessível (a) Habilitado (a) (em) (para)


Acostumado (a) (com) Habituado (a)
Adaptação (a) Hino (a)
Afeição (a) Homenagem (a)
Aliado (a) Horror (a)
Atentado (a) Hostil (a) (com) (contra) (em) (para com)
Apto (a) (para) Idêntico (a)
Oposto (a) Imune (a)
Brinde (a) Infiel (a)
Comum (a) Insensível (a)
Dedicado (a) Leal (a)
Contrário (a) Obediente (a)
Desrespeito (a) (contra) Nojo (a) (de)
Disposto (a) Necessário (a) (para)
Dedicado (a) Nocivo (a)
Essencial (a) (em) (para) Propício (a)
Estranho (a) Parecido (a) (com)
Favorável (a) Relativo (a)
Gratidão (a) (por) (para) (com) Superior (a)
Guerra (a) Vinculado (a) (com) (entre)

Na prática, teremos o seguinte:


Grupo 01
01- Todos os alunos se referiam......... .......... apresentação do fim de semana.

Antes Depois
Verbo ( x ) ou Nome ( ) Sub. Fem. ( x ) ou Pronome ( ).

113
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
02- A mãe deu um livro ........ .......... filha mais nova.

Antes Depois
Verbo ( x ) ou Nome ( ) Sub. Fem. ( x ) ou Pronome ( ).

03- O direito .......... ........... justiça deve ser buscado a todo custo.

Antes Depois
Verbo ( ) ou Nome ( x ) Sub. Fem. ( x ) ou Pronome ( ).

04- Essa proposta é nociva ......... .........comunidade indígena.

Antes Depois
Verbo ( ) ou Nome ( x ) Sub. Fem. ( x ) ou Pronome ( ).

05- O deputado votou favoravelmente ......... ..........pena de morte.

Antes Depois
Verbo ( ) ou Nome ( x ) Sub. Fem. ( x ) ou Pronome ( ).

Grupo 02

01- O aluno recorreu........ .........-quele fato da semana passada.

Antes Depois
Verbo ( x ) ou Nome ( ) Sub. Fem. ( ) ou Pronome ( x ).

02- Não houve continuidade....... .......-quela discussão do último congresso.

Antes Depois
Verbo ( ) ou Nome ( x ) Sub. Fem. ( ) ou Pronome ( x ).

03- São todos indiferentes ........ ........-quilo que magoa a humanidade.

Antes Depois
Verbo ( ) ou Nome ( x ) Sub. Fem. ( ) ou Pronome ( x ).

BASE PARA A RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO 04, 05 e 06.

- O homem DE que o médico DISCORDOU era o dono do hospital.


114
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- O homem Do qual o médico DISCORDOU era o dono do hospital.

- A mulher EM que os internautas ACREDITAVAM era uma farsa.

- A mulher Na qual os internautas ACREDITAVAM era uma farsa.

- A ideia A que todos os alunos SE REFERIRAM provocou discordância na escola.

- A ideia À qual todos os alunos SE REFERIRAM provocou discordância na escola.

- As medidas que a polícia TOMOU foram criticadas pela imprensa.

- As medidas as quais a polícia TOMOU foram criticadas pela imprensa

04- A propaganda, ........ ........ qual os alunos assistiram, não era ofensiva.

Antes Depois
Verbo ( x ) ou Nome ( ) Sub. Fem. ( ) ou Pronome ( x ).

05- As medidas, ....... ........ quais os políticos não aderiram, são importantíssimas.

Antes Depois
Verbo ( x ) ou Nome ( ) Sub. Fem. ( ) ou Pronome ( x ).

06- A iniciativa ........ .........qual o empresário era atento poderia lhe render muito
dinheiro.

Antes Depois
Verbo ( ) ou Nome ( x ) Sub. Fem. ( ) ou Pronome ( x ).

OBSERVAÇÃO: As formas craseadas “à qual” e “às quais” podem ser substituídas por “a
que”, sem crase.

Grupo 03

115
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Em alguns casos, um “à” ou um “às” é equivalente a “àquela(s)”. Nesses casos, o
substantivo feminino fica implícito no texto.

01- A novela que ele viu é semelhante à que passou nos anos de 1980.
[A novela que ele viu é semelhante àquela que passou nos anos de 1980].

02- Suas ideias são idênticas às do meu pai.

[Suas ideias são idênticas àquelas do meu pai].

Grupo 04: as três “meninas rebeldes”.

Nesse grupo, as palavras “casa”, “terra” e “distância” só receberão o acento grave se


estiverem especificadas.

Sem especificação, fica assim:

- Pedro não voltou a casa.

- Depois de dias, o jangadeiro voltou a terra.

- Eles namoram a distância.

Mas, se estiverem com especificação, recebem o acento:

- Pedro não voltou à casa dos amigos da faculdade.

- Depois de dias, o jangadeiro voltou à terra de seus colonizadores.

- Eles namoram à distância de 400 km.

CUIDADO:

- Se o verbo (o antes) não exigir ou sugerir a preposição “a”, não ocorrerá crase, ainda
que os vocábulos estejam especificados.

- O arquiteto projetou a casa dos meus pais.

- O náufrago cultivou a terra dos ingleses, onde esteve perdido por meses.

- O agente de trânsito calculou a distância de 8 km entre um carro e outro.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Obs.: esse mesmo procedimento também pode ser notado para o nome de certos
lugares.

Ex.:

- O jovem foi a São Paulo.

- O jovem foi à São Paulo da 25 de março.

- A turista irá a Londres.

- A turista irá à Londres dos famosos chás.

- Nossa equipe ia à China.

 DICA:

Volta de NÃO há crase.


Volta da HÁ crase.

CASOS FACULTATIVOS

1 . Antes de pronomes possessivos femininos no SINGULAR:

Ex.: Ele disse tudo à minha amiga. (a minha amiga)

Ex.: Convém à tua família enfrentar esse problema. (a tua)

Ex.: Ele disse tudo à minha professora e à tua mãe. (a minha / a tua).

PORÉM, há um caso de obrigatoriedade:

Ex.: O professor recorreu à minha tese e à tua.

Ex.: Isso diz respeito à tua vida e à nossa.

(As últimas evidências são obrigatórias).

2. Antes de nomes próprios femininos:

Ex.: O porteiro comunicou o ocorrido a Patrícia. (à Patrícia)

Obs. 1: Se o nome próprio feminino estiver especificado, dando a entender que tal
pessoa é única (e/ou que haja intimidade entre os interlocutores), o acento grave será
obrigatório.

Ex.: O porteiro comunicou o ocorrido à Patrícia do 4º andar.

*Veja que há, no mínimo, duas moradoras de nome Patrícia nesse condomínio. Contudo,
o texto refere-se apenas à do 4º andar.

117
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Obs. 2: se a mulher for historicamente famosa, não ocorre crase.

Ex.: O jornal dedicou um caderno especial a Clarice Lispector.

3. Depois da preposição ATÉ.

Ex.: O turista irá até à praça velha. (ou “até a praça velha”)

CASOS ESPECIAIS
a) Ocorre, obrigatoriamente, crase nas locuções adjetivas, adverbiais, conjuntivas e
prepositivas com núcleo substantivo feminino.

- O barco à vela ia muito longe no mar. (locução adjetiva)


- A criança sempre comia à vontade na casa dos avós. (locução adverbial)
- Deixou a capital do país às sete horas. (locução adverbial)
- À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos. (locução conjuntiva)
- Ele está à espera de um grande amor. (locução prepositiva).
Outros exemplos de locuções craseadas:

à tarde, à chave, à noite, à escuta, à direita, à deriva, às claras, às avessas, às escondidas,


às moscas, à toa, à revelia, à beça, à luz, à esquerda, à larga, às vezes, às ordens, às
ocultas, às turras, à beira de, à sombra de, à exceção de, à força de à frente de, à
imitação de, à procura de, à semelhança de, à proporção que, à medida que, à zero hora,
à uma hora, às duas horas, às oito e meia etc. (e todas as horas precisas).

b) Caso a locução NÃO tenha núcleo feminino, não ocorrerá crase:


- O leão sempre mata a sangue-frio.

- O quarto cheirava a óleo de cozinha.

- Ando muito a pé.

- Use sal e pimenta a gosto.

- O quarto cheirava a perfume barato.

c) Ocorrerá crase quando a locução “à moda (de)” ou “à maneira (de)” estiver


implícita:
- Pedro se vestia à Augustinho Carrara.
- Ele costumava sair das reuniões à francesa.
- Adoro peixada à cearense.
CASOS ESPECIAIS
a) Enquadramento de horas, páginas, dias da semana etc.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Enquadramento impreciso “....de....a....”
Enquadramento preciso “.....da...à.....” ou “...das....às.....”.

- Li de dez a vinte páginas daquele livro. (impreciso)


- Li da décima à vigésima página daquele livro. (preciso)
- Ela estuda de cinco a oito horas por dia. (impreciso)
- Ela estuda das cinco às oito horas, todos os dias. (preciso)

b) Não ocorre crase quando o paralelismo sintático não exigir do substantivo


feminino o artigo (situação muito rara):

- O comentário do turista remete a parques, a estádio, a praias e a noitada desta cidade.

Ou seja,

- O comentário do turista remete a Ø parques, a Ø estádio, a Ø praias e a Ø noitada desta


cidade.

- O comentário do turista remete a Ø parques, Ø estádio, Ø praias e Ø noitada desta


cidade. (construção também correta).

Ou seja, para ocorrer crase, basta usar os artigos antes de TODOS substantivos.

- O comentário do turista remete aos parques, ao estádio, às praias e à noitada desta


cidade.

CASOS PROIBITIVOS
(PARA LER EM CASA E FICAR AINDA MAIS SEGURO)
01- Antes de substantivos masculinos:

- Ele cheirava a vinho.


- Use sal a gosto.
02- Antes de artigos indefinidos, principalmente o “uma”:

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Dedico a minha vida a uma pessoa especial.
- O homem se referia a um caso de agressão.
03- Antes de pronomes pessoais do caso reto, especialmente o ELA:

- Nós dedicamos nossa atenção a ela.


04- Diante de santas e Nossa Senhora:
- Ele tem devoção a Santa Helena.
- Minhas orações são dedicadas a Nossa Senhora.

05- Antes do pronome interrogativo “quem”:


- Você disse isso tudo a quem mais?
06- Antes de pronomes demonstrativos:
- Não me refiro a esta questão.
- Ele só queria se dedicar a isto: um novo amor em sua vida.

Exceção: para todos os gramáticos, os pronomes demonstrativos aquilo, aquele(a)(s)


aceitam crase. Já outros aceitam que mesma(s), própria(s) e tal também possam receber
acento grave.

07- Antes de pronomes indefinidos:


- Essa criança não obedece a ninguém.
- Só não dê essa atenção toda a qualquer um que surja em sua vida.
Detalhe: os pronomes indefinidos são, APENAS, estes:

algum, alguma, nenhum, nenhuma, todo(s), toda(s), muitos, muitas, pouco(s), pouca(s),
demais, certa, certo, tanta(s), tanto(s), vários, diversos, bastante, ninguém, nada, tudo,
cada, algo, alguém, qualquer, quaisquer, determinado(s), determinada(s), outro(s),
outra(s).

Exceção:

Os pronomes indefinidos pouca(s), muitas, demais, outra(s) e várias podem receber


acento indicativo de crase quando houver, claro, contexto para a fusão de preposição mais
artigo.

- De uma geração à outra, tudo pode mudar.

08- Antes de verbos, principalmente os no infinitivo:


- O jovem dedica sua vida a buscar novas experiências.
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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
09- Entre palavras repetidas, componentes de uma expressão:
- A médica analisou o remédio gota a gota.
- Li página a página o romance de Machado de Assis.

Caso as palavras repetidas não façam parte de uma expressão, há amplas


possibilidades de crase:

- O jovem pai deu mais vida à vida de seus filhos.

10 Quando o substantivo feminino estiver no plural e a preposição surgir sozinha:

- Ele ofereceu livros a pessoas carentes.


- Esse tema remonta a situações complexas do nosso país.
11 Antes de pronomes de tratamento:
- Isso diz respeito a Vossa Excelência.
- Não negaria nada a você.

EXERCÍCIOS 01

01- CEPSE: “O desinteresse pela política e a descrença no voto são registrados como
mera “escolha”, sequer como desobediência civil ou protesto. A consagração da
alienação política como um direito legal interessa aos conservadores, reduz o peso da
soberania popular e desconstitui o sufrágio como universal”.

( ) Ao se substituir o trecho "aos conservadores" por à parcela inovadora da


sociedade, o uso do acento indicativo de crase será obrigatório.

02- ESAF: Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no


Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A iniciativa
do governo federal em conjunto com o Movimento Nacional pela Cidadania e
Solidariedade e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) vai
selecionar e dar visibilidade __1___ experiências em todo o país que estão
contribuindo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
(ODM), como __2__ erradicação da extrema pobreza e __3__ redução da
mortalidade infantil. Os ODM fazem parte de um compromisso assumido, perante
__4__ Organização das Nações Unidas, por 189 países de cumprir __5__ 18 metas
sociais até o ano de 2015.

121
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da
Presidência da República, n. 390, Brasília, 06 de janeiro de 2006)

a) a – à – à –a – às

b) as – a – a –à – as

c) às – à – a –à – às

d) a – a – a –a – as

e) a – a – a –à – às

03- CESGRANRIO: O item em que há crase é:

a) Responda a todas as perguntas.

b) Avise a moça que chegou a encomenda.

c) Volte sempre a esta casa.

d) Dirija-se a qualquer caixa.

e) Entregue o pedido a alguém na portaria.

04- CESPE: “O Decreto n.º 3.298/1999 considera apoios especiais a orientação, a


supervisão e as ajudas técnicas que auxiliem ou permitam compensar uma ou mais
limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa com deficiência.
Adaptar provas é tornar acessível o seu conteúdo, que é o mesmo para todos os
candidatos, de tal forma que o candidato com deficiência possa se apropriar do
inteiro teor das questões formuladas e, ao mesmo tempo, ter condições de proceder
à resposta à formulação”.

( ) O emprego do sinal indicativo de crase, nas duas ocorrências, em “ter condições


de proceder à resposta à formulação”, justifica-se pela regência de “proceder”,
que exige emprego de preposição “a”, e da presença de artigo definido feminino
precedendo os substantivos “resposta” e “formulação”.

05- FCC: Opção que preenche corretamente as lacunas: “O gerente dirigiu-se ....... sua
sala e pôs-se ....... falar ....... todas as pessoas convocadas”.

a) à, à, à

b) a, à, à

c) à, a, a

d) a, a, à

122
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) à, a, à

06- CESPE: “Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado


absolutamente frágeis os limites que separavam o público do privado, assiste-se hoje
a uma nova tendência de politização e visibilidade do privado, com a estruturação de
novas relações familiares, bem como à privatização do público”.

( ) O uso do sinal indicativo da crase em "à privatização" mostra que o conectivo


"bem como" introduz um segundo complemento ao verbo assistir.

DICA: “Conquanto” é conjunção concessiva, mesma coisa que “Embora”.

GABARITO

01 02 03 04 05 06

V D B F C V

EXERCÍCIOS 02

01- Qual das alternativas completa corretamente os espaços vazios?

I- " Ele não quis reconhecer, mas preferia esta vida insossa em casa humilde..........
outra de barão”.

II- " Habituara-se ....... boa vida, tendo de tudo, regalada."

III- " Os adultos são gente crescida que vive sempre dizendo pra gente fazer isso e
não fazer ....... ."

a) àquela, aquela, aquilo

b) do que àquela, àquela, àquilo

c) àquela, àquela, aquilo

d) aquela, àquela, aquilo

e) do que aquela, aquela, aquilo

02- Assinale a opção incorreta com relação ao emprego do acento indicativo de crase:

a) O pesquisador deu maior atenção àquela cidade menos privilegiada.

b) Este resultado estatístico complementa àquela opinião exposta.

c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu àquela entrevista.

123
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
d) A verba aprovada destina-se somente àquelas cidades interioranas.

e) Ele não costuma se referir àquilo que aconteceu no passado.

03- Analise as sentenças abaixo e, depois, faça o que se pede:

1- Quero agradecer àquela advogada a atenção dispensada.

2- Refiro-me aquilo que houve na aula passada.

3- Não dei importância àquilo que foi mencionado pelo André.

4- Foi ele quem escreveu àquele e-mail.

5- O jornal anunciou aquela notícia que todos esperavam.

Estão corretos, segundo a norma culta, os itens:

a) 1, 2 e 3 somente.

b) 1, 3 e 5 somente.

c) 1, 3 e 4 somente.

d) Somente 1.

e) Somente 3.

PADRÃO CESPE: “Segundo preceituam diversos documentos bioéticos, éticos e, em


alguns países, até normas legais, qualquer voluntário tem que ser informado sobre os
possíveis riscos que a experiência, à qual será submetido, poderá acarretar, para
somente depois dar seu aceite; porém, se considerarmos o desnivelamento sócio-
educacional da população, veremos que é no mínimo dúbia a plena capacidade de
entendimento dos voluntários sobre a experiência à qual será submetido”.

04- A ocorrência de crase em à qual (nas duas evidências) ocorre pelas seguintes razões:
primeiro, a estrutura será submetido é fornecedora de preposição A; e, segundo, o
pronome relativo a qual, cuja referência é feita à palavra experiência, disponibiliza o
artigo A em sua composição original.

05- Ainda sobre a ocorrência de crase do texto acima, é correto afirmar que, caso
substituíssemos o conjunto à qual (também nas duas possibilidades) por à que os
sentido bem como a correção gramatical seriam mantidos.

GABARITO

1 2 3 4 5

124
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
C B B V F

EXERCÍCIOS 03

01- CESPE: “A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), órgão central do Sistema


Brasileiro de Inteligência (SISBIN), deve assumir a missão de centralizar, processar e
distribuir dados e informações estratégicas para municiar os órgãos policiais
(federais, estaduais e municipais) nas ações de combate ao crime organizado. Além
disso, a ABIN é responsável por manter contato com os serviços de inteligência
parceiros, para favorecer a troca de informações e a cooperação multilateral”.

( ) A substituição da expressão "ao crime organizado" por à criminalidade


alteraria o sentido original do texto, mas não prejudicaria a correção gramatical
do período.

02- CESPE: “Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços de


inteligência exigem a criação de mecanismos eficientes de vigilância e de avaliação
desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes”.

( ) O uso do sinal indicativo de crase no trecho "os dilemas inerentes à convivência"


não é obrigatório.

03- CESPE: “A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados
por seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos
os assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da América durante uma década
inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano,
mais mortes do que essas”.

( ) No segmento "quanto as destruídas" o emprego do acento grave é facultativo,


visto que o termo "quanto" rege complemento com ou sem a preposição “a”.

04- CESPE: “Essa análise permite, ainda, abordar um outro ponto: a caracterização dos
grupos em função de sua representação social. Isto quer dizer que é possível definir
os contornos de um grupo, ou, ainda, distinguir um grupo de outro pelo estudo das
representações partilhadas por seus membros sobre um dado objeto social. Graças a
essa reciprocidade entre uma coletividade e sua teoria, esta é um atributo
fundamental na definição de um grupo”.

125
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
( ) Já que a estrutura sintática exige a preposição “a”, a ausência de sinal indicativo
da crase em "a essa reciprocidade" mostra que, por causa da presença do
pronome demonstrativo "essa", o artigo não é aí usado.

05- FCC: Leia atentamente as orações abaixo e, em seguida, faça o que se pede:

I - Em relação a renda familiar, o emprego intensivo de mão-de-obra não é a


melhor solução.

II - Desde a última década, sinistros presságios atormentavam-lhe a mente.

III - Os investidores americanos, habituados à lentidão do ritmo inflacionário,


conseguem acumular fortuna.

De acordo com a norma culta:

a) todos os períodos estão corretos

b) nenhum dos três períodos está correto

c) estão corretos os períodos I e II

d) estão corretos os períodos II e III

e) somente o período III está correto

06- CESGRANRIO: Na frase: "O pacote econômico tende a satisfazer as exigências do


mercado", substituindo-se satisfazer por satisfação, tem-se a forma correta:

a) tende à satisfação as exigências do mercado.

b) tende a satisfação das exigências do mercado.

c) tende a satisfação das exigências ao mercado.

d) tende a satisfação às exigências do mercado.

e) tende à satisfação das exigências do mercado.

07- FCC: “Uma floresta secundária apresenta, segundo estudo recente, biodiversidade
semelhante ...... da floresta original, embora haja especialistas que contestam o fato
de que as matas de segunda geração evoluam de modo ...... garantir as condições
ideais de sobrevivência ...... cada uma das espécies”.

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por

a) a - à - à

b) à - a - à

126
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
c) à-a-a

d) a - à - a

e) à - à - a

Obs.: O detalhe dessa questão é lembrar que crase pode ocorrer em palavras elididas (ou
seja, apagadas).

08- FCC: Os objetivos ...... que se propunham os idealizadores da Declaração dos Direitos
Humanos referiam-se ...... criação de situações favoráveis de vida ...... mais diversas
populações do planeta.

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente,


por:,,,,

a) a - a - às

b) à - à – as

c) à - à – às

d) à - a - as

e) a - à – às

Obs.: Lembre-se de que adjetivos não neutralizam crase. Tipo: “Eu fui à mais antiga praia
da cidade”.

09- FCC: Justificam-se ambas as ocorrências do sinal de crase em:

a) Na entrevista que concedeu à TV, a juíza recorreu à uma frase de Disraeli.

b) A frase à que se reportou a juíza diz respeito à distinções éticas.

c) Faltam audácia e iniciativa à quem deveria propor-se às ações afirmativas.

d) Não se abra àqueles inescrupulosos o campo favorável à impunidade.

e) A comunidade dos justos assiste à obrigação de dar combate à tal ousadia.

Obs.: O detalhe dessa questão baseia-se no fato de que “tal” é um pronome indefinido.
Não ocorre crase diante de pronomes indefinidos.

10- ESAF: Marque o item que preenche de forma correta as lacunas do texto seguinte:

“Institucionalizada ___ partir das lutas antiabsolutistas, no século 18, e da expansão


dos movimentos constitucionalistas, no século 19, ___ democracia representativa foi
consolidada ao longo de um processo histórico marcado pelo reconhecimento de três

127
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
gerações de direitos humanos: os relativos ___ cidadania civil e política, os relativos
___ cidadania social e econômica e os relativos ___ cidadania "pós-material", que se
caracterizam pelo direito ___ qualidade de vida, ___ um meio ambiente saudável,
___ tutela dos interesses difusos e ao reconhecimento da diferença e da
subjetividade”.

(Baseado em Mário Antônio Lobato de Paiva em www.ambitojurídico.com.br)

a) a, à, à, a, à, à, a, a

b) a, a, à, à, à, à, a, à

c) à, a, a, à, à, a, a, à

d) à, a, a, à, à, à, a, à

e) a, à, à, a, à, à, a, à

Obs.: Uma boa leitura, entendendo o conjunto das ideias, resolve suas dúvidas.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

V F F V D E C E D B

EXERCÍCIOS 04

01- CESPE: “E, enquanto os latifúndios de mais de mil hectares ─ 3% do total das
propriedades rurais do Brasil ─ ocupam 57% agriculturáveis, 4,8 milhões de famílias
sem-terra estão à espera de chão para plantar”.

( ) O emprego do sinal indicativo de crase na expressão "à espera" é obrigatório;


portanto, sua retirada acarretaria prejuízo ao sentido do texto.

Obs.: Mesmo que você não perceba, quando se retira acendo grave de expressões como
“à vontade” ou “às vezes” os sentidos serão alterados ou danificados.

02. Assinale a opção em que o A sublinhado nas duas frases deve receber acento
grave indicativo de crase:

a) Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar em voz alta.

b) Pedimos silêncio a todos. Pouco a pouco, a praça central se esvaziava.

c) Esta música foi dedicada a ela. / Os romeiros chegaram a Bahia.

128
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
d) Saiu, às escondidas, da casa do amigo. / O carro entrou a direita da rua.

e) Todos a aplaudiram. / Escreva a redação a tinta.

Obs.: Aqui você usar aquela conhecida dica:

03- Observe as alternativas e assinale a que não contiver erro em relação à crase:

a) Rabiscava todos os seus textos à lápis para depois escrevê-los à máquina.

b) Sem dúvida que, com novos óculos, ele veria a distância do perigo, aquela hora do
dia.

c) Referia-se com ternura ao menino, afeto às meninas e, com respeito, a várias


pessoas menos íntimas.

d) Àquela distância, os carros só poderiam bater; não obedeceram as regras do


trânsito.

e) Fui à Maceió provar um sururu à região.

04- Assinale a frase gramaticalmente correta:

a) O papa caminhava à passo firme.

b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.

c) Chegou à noite, precisamente as 10 horas.

d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas.

e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.

Obs.: Note que, no último item, há presença de paralelismo sintático.

05- De acordo com a norma padrão culta, a única frase incorreta é:

a) Partirei daqui à uma hora.

b) O teste visa à esta qualidade do produto.

c) Ele vive à margem da comunidade.

d) O funcionário foi chamado às pressas pelo diretor.

e) Deixou a cidade à procura de um ideal.

06- O acento grave, indicador de crase, está empregado incorretamente em:

a) Tal lei se aplica, necessariamente, à mulheres de índole violenta.

129
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
b) As novelas, às quais assisti, problematizam a questão da droga.

c) Entregou as chaves da loja àquele senhor que nos desacatou na praça.

d) O delegado disse ao prefeito e aos vereadores que estava à procura dos foragidos.

e) O bom atendimento às pessoas pobres deve ser prioridade da nova


administração.

Obs.: Se você vir uma “a” e, depois, uma palavra feminina no plural, nunca haverá crase.
Lembre-se!

Quem volta Não há crase


DE
Quem volta Há crase
DA

07- Assinale a frase que pode ser completada por Há - a - à, nessa ordem:

a) ....... tempos não ....... via, mas sempre estive ....... espera de um encontro.

b) Aqui, ....... beira do rio, ....... muitos anos, existiu ....... casa-grande do engenho.

c) Em resposta ....... essa solicitação, só posso dizer que não ....... vaga ........
disposição.

d) Fiz ver, ....... quem de direito, que não ....... possibilidades de atender .......
solicitação.

e) ....... esperança de obtermos, ....... custa de muito empenho, ....... vaga de


segurança.

Obs.: “ Haver” pode assumir valor de “existir” e de “fazer”, indicando tempo decorrido
(ou seja, tempo passado).

08- O uso da crase está incorreto está em:

a) Chegaram a argumentar cara à cara que não aceitariam sugestões.

b) Já demos nossa contribuição à associação beneficente do bairro.

c) À custa de sacrifício, os estudantes conseguiram ser aprovados.

d) Transmita àqueles jovens nossa mensagem de esperança no futuro.

e) Esta construção é igual à que meu primo construiu na periferia.

130
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
09- Preencha a sequência da melhor forma possível. “O fenômeno ....... que aludi é visível
....... noite e ....... olho nu”.

a) a - a - a

b) a - à - à

c) a-à-a

d) à - a - à

e) à - à – a

10- Assinalar a alternativa em que está correto o uso da crase:

a) Tenho um carro à álcool e outro à gasolina.

b) Os turistas ficaram um bom tempo à contemplar a praia.

c) Escreva sempre à tinta, nunca à lápis.

d) Andávamos às escuras, à procura dos índios.

e) Aquela expedição esteve à andar pelas selvas durante muito tempo.

11- Assinale a frase na qual a palavra não deve receber o acento indicativo de crase:

a) Os apelos a internacionalização da Amazônia ganham contornos de avalanche.

b) Toda manhã, a qualquer hora, depois de ler o jornal do dia, fico pensando na vida.

c) Aquela hora morta da madrugada, todos estavam recolhidos ao leito.

d) Muitas das reivindicações dos sindicatos trabalhistas são semelhantes as da classe


patronal.

e) Os petroleiros apresentaram ao Ministro uma pauta de reivindicações igual a que


haviam divulgado no ano anterior

Obs.: Note que, antes de “da” (item d) e “que” (item e) notam-se as respectivas palavras
subentendidas “reivindicações” e “pauta” (ambas femininas).

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11

V D C D B A A A C D B

131
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Exercícios 05

01- CESPE: “A tintura do alecrim-pimenta é um medicamento fitoterápico, ou seja,


produzido exclusivamente de matéria-prima ativa vegetal. O líquido, obtido após a
maceração das folhas e o descanso em uma solução com álcool, é indicado para
muitas aflições”.

( ) A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho "após a maceração"


fosse empregado acento indicativo de crase, dado que a expressão nominal está
antecedida da palavra "após", a qual faculta o uso desse acento.

02- CESPE: “Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços de


inteligência exigem a criação de mecanismos eficientes de vigilância e de avaliação
desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes”.

( ) O uso do sinal indicativo de crase no trecho "os dilemas inerentes à convivência"


não é obrigatório.

03- PADRÃO CESPE: “Em dezembro de 2010, no auge da perseguição ao Wikileaks, os


EUA conseguiram tirá-lo do ar. O site acabou voltando, mas, motivado por esse
episódio, um grupo de hackers e piratas quer tomar uma medida radical: criar uma
rede alternativa, que seria imune às autoridades. O projeto é encabeçado pelo sueco
Peter Sunde, que tem motivos para isso - é dono do site Pirate Bay, que vive na mira
da polícia”.

Revista Superinteressante (Com adaptações)

Com relação às estruturas linguísticas, assinale a opção correta.

a) Uma maneira correta de reescrever a estrutura “...quer tomar uma medida


radical:...” seria da seguinte forma: “...quer tomar à medida radical de...”.

b) A ocorrência de crase na estrutura “às autoridades” é, conforme as regras


gramaticais, facultativa e, por isso, poderíamos escrevê-la assim: “a
autoridades”.

c) A ocorrência de crase em “às autoridades” é obrigatória porque a estrutura


verbal reclama a presença de preposição e “autoridades” é substantivo feminino
que aceita artigo “as”.

d) Caso substituíssemos a expressão “na mira da polícia” por “à mercê da polícia”,


as regras gramaticais seriam respeitadas bem como os sentidos originais seriam
preservados.

132
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) Embora os sentidos fossem levemente alterados (sem que houvesse prejuízo ao
texto), seria correto gramaticalmente escrever “a autoridades” no lugar de “às
autoridades”.

Obs.: Volte aos casos facultativos e confirme quais elementos gramaticais permitem uso
ou não de crase.

04- PADRÃO CESPE: “Segundo o inglês Jack Challoner, autor de diversos livros sobre
história da ciência, entre eles 1.001 invenções que mudaram o mundo (Sextante),
recém-lançado no Brasil, embora toda invenção tenha a sua importância, algumas
mudaram mais os rumos do mundo por serem essenciais em momentos específicos.
“Se você estiver no banheiro e precisa se limpar, o motor a vapor ou a roda não tem
a mínima importância. Naquele momento, a maior invenção do mundo é o papel
higiênico, algo bem mais simples”, exemplifica o escritor em entrevista ao Correio.
A análise de Challoner mostra que não é porque algo foi criado há muito tempo e seu
uso acabou extremamente banalizado que ele deixa de ser importante. A cola, ele
lembra, foi desenvolvida pelos egípcios há cerca de 6 mil anos.

(...)

As primeiras versões, feitas à base de cera de abelha, serviam para colar as tábuas
dos barcos. “Os humanos inventam coisas há milhares de anos, e as espécies
anteriores ao homem, há mais tempo ainda. Mesmo assim, ao pensarmos em
invenções, logo imaginamos realizações do último século”, afirma Challoner. “Isso
acontece porque o mundo muda muito mais rápido do que antes. As novas invenções
chamam mais a atenção do que aquilo que foi feito há séculos”, completa”.

Correio Braziliense (Com adaptações)

Com relação às estruturas linguísticas, assinale a opção correta.

a) O uso de acento indicado de crase em “a”, antes de “sua” é facultativo, já que


existe a presença de pronome possessivo feminino.

b) As expressões “a vapor” e “a roda” não recebem acento indicador de crase por


tratarem de expressões gramaticais cuja classificação é igual à que surge na frase
a seguir: “O petroleiro cheirava a gás”.

c) O uso de acento grave na expressão “à base de” justifica-se pela mesma razão
que ocorre tal fenômeno na sentença a seguir: “Aquela criança está à margem da
civilidade humana”.

d) O verbo “há”, depois de “coisas”, poderia ser substituído por “à cerca de” sem
que a correção gramatical bem como os sentidos textuais fossem
comprometidos.

133
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) O uso de crase em “a” (último período) é facultativo.

Obs.: Adjuntos adverbiais (que se relacionam com verbos, adjetivos e até advérbios) são
diferentes de adjuntos adnominais (que se relacionam com substantivos).

GABARITO

01 02 03 04

F F E C

CONCORDÂNCIA VERBAL
Assunto sempre presente nas provas de concursos, a concordância verbal se destaca por
sua regularidade. Nesse assunto, um problema é evidente: a quantidade de regras. Numa
conta genérica, que leva em consideração apenas a regra isolada, sem avaliar, contudo, as
variações que decorrem do contexto, podemos contabilizar mais de vinte. No entanto, as
bancas costumam “girar em círculos”, abordando, ano a ano, as mesmas situações. Nessa
segunda conta, temos um número muito menor: oito.
Já que o nosso objetivo é passar, sugiro que você dê prioridade às regras que vamos
apresentar agora, as chamadas, por mim, de regras de “primeiro escalão”. Num segundo
plano, apresento as que fazem parte do “segundo escalão”, que têm menos
probabilidade de aparecer em provas. Por fim, colocarei as do “terceiro escalão”, que são
mui raras, mas bastante excêntricas.
Princípio
Em geral, na concordância verbal, quem dita as regras do jogo é o sujeito. Ou seja, será o
sujeito o termo sintático responsável pelo “movimento” do verbo. “Movimento” quer
dizer, na linguagem da gramática, flexão verbal. O verbo sofre seis (06) flexões: três no
singular e três no plural. Em provas de concurso, entretanto, as flexões que dominam são
as da terceira do singular e as da terceira do plural, ou seja, as bancas costumam exigir
apenas duas flexões. Assim, o que elas mais gostam de fazer é pedir ao candidato para
avaliar se um verbo pode sair do singular e ir para o plural (ou vice e versa).
1º ESCALÃO DE REGRAS

1- Somente o núcleo do sujeito é capaz de “acionar” (flexionar) o verbo ou a locução


verbal.

Ex.: A atividade dos novos funcionários americanos motivou os atletas locais.


Ex.: Os projetos da nova equipe do governo podem causar polêmica.

134
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
CONSTRUÇÕES ERRADAS

Ex.: A atividade dos novos funcionários americanos motivaram os atletas locais.


Ex.: Os projetos da nova equipe do governo pode causar polêmica.

2- É comum que o sujeito seja distanciado do verbo ou da locução verbal com o


propósito de confundir o candidato.

Ex.: O conceito, defendido amplamente em livros populares de condicionamento físico na


última década, dita que o ato de exercitar-se com o estômago vazio força o corpo a
buscar combustível nos depósitos de gordura acumulada.

Ex.: Após anos de revisão de pesquisas sobre o assunto, um relatório publicado nesse ano
em dois importantes jornais americanos concluiu que o corpo queima basicamente a
mesma quantidade de gordura, desconsiderando se você se alimentou ou não antes
do exercício.

3- É comum que o sujeito seja deslocado (daí a frase fica na “ordem indireta”) para o
meio ou o fim do período a fim de confundir o candidato.

Ex.: Embora remonte aos hábitos das sociedades mais violentas do passado, a pena de
talião ainda goza de prestígio entre cidadãos que se dizem civilizados.

Ex.: Demonstram como se formaram os primeiros agrupamentos humanos os vestígios


que a ciência estuda para tentar recompor os hábitos de nossos ancestrais.

CUIDADO!!!!

Se o sujeito for composto e estiver posposto ao verbo, este poderá concordar com o
núcleo mais próximo ou ir para o plural.

Nível básico:

- Saiu o pai e a mãe.

- Saíram o pai e a mãe.

Nível avançado:

- Embora remonte aos hábitos das sociedades mais violentas do passado, a pena de Talião
e a justiça com as próprias mãos ainda têm prestígio entre cidadãos que se dizem
civilizados.

- Embora remontem aos hábitos das sociedades mais violentas do passado, a pena de
Talião e a justiça com as próprias mãos ainda têm prestígio entre cidadãos que se
dizem civilizados.

135
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
4- Quando o sujeito for uma oração (ou seja, sua base for um verbo), lembre-se de
que o verbo fica, obrigatoriamente, na 3ª pessoa do singular.

Ex.: Malhar de estômago vazio não ajuda a queimar gordura, diz estudo.

Sujeito: “Malhar de estômago vazio”. Base do sujeito: Malhar.

Obs.: mesmo que haja dois ou três verbos no infinitivo, a regra do sujeito oracional
permanece.

Ex.: Estudar muitas horas por dia e cuidar da dieta exige muita força e muita fé.

Ex.: Cabe aos candidatos, segundo dizem os especialistas, organizar um horário


satisfatório de estudos.

CUIDADO!!!!!!

- O estudar e o cuidar exigem muita força e muita fé.

Obs.: agora, o sujeito tem base nominal, pois “estudar” e “cuidar” são substantivos.

5- Quando o sujeito estiver representado pelo pronome relativo “que”, concorde com
o termo ao qual o pronome se refere.

Ex.: O estudioso apresentou os detalhes que fazem toda a diferença na hora de estudar.

(O estudioso apresentou os detalhes. Que fazem toda a diferença na hora da prova).

Ex.: Grande foi a comoção que, depois de muitas horas passadas e discutidas, revelou as
verdadeiras facetas daquela instituição.

Ex.: A economia brasileira foi uma das que sofreu com a crise mundial.

Ex.: A economia brasileira foi uma das que sofreram com a crise mundial.

6- Quando a oração não tem sujeito, o verbo é chamado de impessoal e fica sem
“comando”; por isso, permanecerá na 3ª pessoa singular (e raras vezes no plural).

Ex.: Havia muitas dificuldades naquela escola.

Ex.: Grandes palestras houve no auditório da universidade.

136
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
O verbo EXISTIR, contudo, é pessoal e passa, automaticamente, a ter sujeito. Ou seja, o
objeto direto do verbo HAVER será, portanto, o sujeito do verbo EXISTIR. Sempre!!!

- Existiam muitas dificuldades naquela escola.

- Grandes palestras existiram no auditório da universidade.

Ex.: Faz trinta dias que o edital saiu.

Ex.: Neva na serra gaúcha.

Ex.: Chove muito em Londres.


As raras vezes!!!

- Muitos flocos bonitos nevavam naquela cidade europeia.

- Choviam péssimas notícias nos jornais.

- Eram seis horas quando a polícia chegou.

7- Quando o sujeito estiver na voz passiva sintética, tenha muita atenção.

Nível básico:

Ex.: Dominou-se o suspeito rapidamente.

(O suspeito foi dominado rapidamente).

Nível avançado:

Ex.: Organizam-se, no nosso atual século, num mesmo movimento, as resistências ao


poder, a constituição de si e o diagnóstico do presente.

(As resistências ao poder, a constituição de si e o diagnóstico do presente, num mesmo


movimento, no nosso século atual, são organizados).

CUIDADO!!!!!!

Quando o verbo (VTI, VI ou VL) vem acompanhado do pronome “se”, funcionando como
índice de indeterminação do sujeito, o verbo SEMPRE FICARÁ na terceira pessoa do
singular:

- Dos depoimentos prestados ontem pouco se discordou.

- Sempre se sofre muito no Brasil, pois a corrupção é implacável.

137
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Assiste-se a um novo momento cultural no Brasil.

- Era-se desconfiado naquela cidade.

8- Quando o sujeito formado por expressão partitiva, percentual ou fracionária.

Para termos que indiquem ideia partitiva ou fracionária, quando possuírem adjunto
adnominal pluralizado, admitirão que o verbo vá para o plural ou fique no singular.

Ex.:
- A maioria dos médicos quis a greve.
- A maioria dos médicos quiseram a greve.

- A menor parte dos testes revelou impropriedades no sistema.


- A menor parte dos testes revelaram impropriedades no sistema.

Caso a palavra partitiva vier encabeçada por uma porcentagem, a concordância


também se dará com o número percentual ou com o adjunto.

Ex.:.
- 30% da empresa receberam críticas.
- 30% da empresa recebeu críticas.

- 1,8% dos brasileiros pedia a intervenção militar.


- 1,8% dos brasileiros pediam a intervenção militar.

DETALHE: de 0,0% até 1,9% significa SINGULAR. De 2,0% até o infinito, PLURAL.

Caso não haja adjunto no plural, a concordância se dará normalmente com o número
percentual.

Ex.:

- 25% chegaram aos seus objetivos.


- 1,6% desistiu da prova.

ATENÇÃO: Caso surja o artigo “OS” (ou outro determinante, como ESSES, ESTES,
AQUELES) antes dos percentuais, o verbo irá, OBRIGATORIAMENTE, para o PLURAL.

Ex.: Os 10% da comunidade requereram novas eleições.

Ex.: Esses 15% da pesquisa não representam muita coisa.


138
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Caso o sujeito seja formado por um numeral em forma de fração, concorde com o
numerador ou com o adjunto.

Ex.:
- ¼ dos alunos não entregou (entregaram) o trabalho.
- 2/6 da cidade questionaram (questionou) a prefeitura.

EXERCÍCIOS

01- FCC 2016 Prefeitura de Campinas

As regras de concordância estão plenamente respeitadas em:

(A) A professora procurou fazer com que os alunos entendessem que eram possíveis
encontrar muitas maneiras de falar a mesma língua.

(B) A professora explicou que, embora exista diferenças na maneira como se falam nas
diferentes regiões do Brasil, todos falamos português.

(C) O sotaque e o vocabulário do gaúcho se mostrava muito diferente do português


falado na escola, o que despertou a curiosidade dos colegas.

(D) Na sala de aula, houve uma pequena parte dos alunos que não compreendeu por que
o novo colega falava “tu” em vez de “você”.

(E) Explicando que o povo do Sul e o do Sudeste falava a mesma língua, a professora
buscou convencer os alunos que não se deveriam zombar do colega gaúcho.

02- CESPE 2016 DPU


“O surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de relação jurídica então
existentes — e o chamamento da jurisdição para resolver essas contendas — já dava
início a situações em que constantemente as partes se viam impossibilitadas de arcar com
os possíveis custos judiciais das demandas”.
( ) Seria mantida a correção gramatical do período caso a forma verbal “dava” fosse
flexionada no plural, escrevendo-se davam.
03- (CCV- UFC 2011 / UNILAB) Assinale a alternativa cujo verbo grifado admite, no
contexto, outra concordância, conforme a norma gramatical.
A) “...a maioria das pessoas ‘tomasse’ a ciência como um ‘deus’”.
B) “...muitas ainda acreditam que a Ciência e a Tecnologia provocam...”.
C) “O conhecimento científico e tecnológico, (...), é uma forma que a ciência encontrou
para manipular...”.
D) “Ao mesmo tempo em que a ciência ultrapassou os seus limites de bondade”.

139
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
E) “... a escassa reflexão sobre a forma e o modelo do conhecimento produzido traz
algumas consequências negativas...”.
04- (CCV- UFC 2014 / Técnico administrativo) Assim como “haver” em “Isto porque a
gente havia que fabricar os nossos brinquedos” foi empregado corretamente, o verbo
destacado igualmente correto está na alternativa:
A) Haviam duas estátuas representando os heróis da guerra.
B) Havia participado da guerra soldados ainda muito jovens.
C) Sempre deverão haver soldados dispostos a defender a pátria.
D) Soldados bem treinados sempre se houveram bem nas batalhas.
E) Podem haver inúmeras guerras, mas a humanidade permanecerá.

GABARITO DO TESTE

01 02 03 04
D E A D

2º ESCALÃO DE REGRAS (Aparecem menos em provas de concursos)

Ficará como leitura de casa. Tal leitura é importante, pois deixará você mais seguro.
Porém, o mais importante agora é o grupo do 1º escalão. Concentremo-nos nele!

1º Caso:
Quando os núcleos do sujeito composto vierem resumidos por tudo, todos, nada, alguém
ou ninguém, o verbo concordará com a palavra resumidora.

Ex.:

- Leitura, trabalho, planejamento, nada parecia conveniente àquele novo governo.

- Motoristas, taxistas, caminhoneiros, todos queriam a greve.

2º. Caso: Sujeito ligado por “ou”.

Quando os núcleos do sujeito vierem ligados pela conjunção “Ou”, o verbo ficará no
singular se houver ideia de exclusão. Se houver ideia de inclusão o verbo irá para o plural.

Ex.:

- Brasil ou Argentina vencerá a Copa de 2018. (Exclusão)

- Queijo ou peixe combinam com vinho branco. (Inclusão)

140
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Pelé ou Maradona será escolhido o melhor do século. (Exclusão)

- Laranja ou mamão fazem bem à saúde. (Inclusão)

3º. Caso: com expressões aproximativas.

Quando o sujeito for constituído das expressões aproximativas "mais de", "menos de",
"cerca de" o verbo concordará com o numeral que segue as expressões.

Ex.:

Mais de uma pessoa protestou contra a lei.

Mais de vinte pessoas protestaram contra a decisão.

Cerca de seis homens discutiram.

4º. Caso: COM O PRONOME RELATIVO “QUE”.

Quando o sujeito de um verbo for pronome relativo "que", o verbo concordará com o
antecedente deste pronome.

Ex.:

- Sou eu que pago as minhas contas.

- Foi ele que compartilhou o jantar conosco.

- Foram Antônio e Adriano que controlaram a equipe.

5º. Caso: COM O PRONOME RELATIVO “QUEM”.

Quando o sujeito de um verbo for um pronome relativo "quem", o verbo concordará com
o antecedente ou ficará na 3º pessoa do singular concordando com o sujeito “quem”.

Ex.:

- Sou eu quem pago as minhas contas.

- Sou eu quem paga as minhas contas.

- (Quem paga as minhas contas sou eu)

- Foram elas quem compraram os vestidos.

- Foram elas quem comprou os vestidos.

141
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- (Quem comprou os vestidos foram elas).

- Era Fernanda quem recebia as encomendas.

- Fomos Pedro, André e eu quem discutimos (discutiu) o caso.

- (Quem discutiu o caso fomos Pedro, André e eu).

3º. Caso: QUANDO O SUJEITO FOR NOME PRÓPRIO PLURAL

Quando o sujeito for formado por nome próprio que só tem plural, não antecipado de
artigo, o verbo ficará no singular; se o nome próprio vier antecipado de artigo o verbo irá
para o plural.

Ex.:

- Minas Gerais possui grandes fazendas.

- As Minas Gerais possuem grandes fazendas

- Vidas Secas é um romance regionalista.

- As Vidas Secas são um romance regionalista.

- Os Estados Unidos fabricam muitas armas.

- Estados Unidos fabrica muitas armas.

- Os Emirados Árabes produzem muito petróleo.

- Filipinas planta banana.

- As Filipinas plantam banana.

- Alagoas tem lindas praias.

- As Alagoas têm lindas praias.

3º ESCALÃO DE REGRAS (Raras em provas de concursos)

 1º Caso: Sujeito ligado por uma série aditiva enfática:

Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por uma série aditiva enfática
(não só...mas também; tanto...quanto; não só...como também etc.), o verbo vai,
NORMALMENTE, para o plural.

Ex.: Tanto o Brasil como a Argentina haviam perdido a classificação.

142
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
 2º Caso: Sujeito ligado por “com”.

Se o sujeito no singular é seguido imediatamente de outro no singular ou no plural


mediante a preposição “com” o verbo ficar no plural se não houver presença de vírgulas:

Ex.:

Essas explicações evitavam que o desembargador com os seus velhos amigos


interrogassem os primeiros suspeitos.

Se houver presença de vírgulas, concorde com o núcleo anterior à expressão virgulada:

O rei, com toda a sua corte, estava satisfeito por tudo que ocorria no castelo.

Os alunos, com toda a equipe pedagógica, modificaram o planejamento.

 3º Caso: Sujeito ligado por nem...nem.

Quando o sujeito for ligado pela série aditiva nem..nem, o verbo pode ir,
NORMALMENTE, para o plural ou ficar no singular.

Ex.: É difícil entender que nem o respeito nem o amor comoviam (comovia) o ator.

 Mas cuidado!!!

Se o sujeito for constituído por nem um nem outro, o verbo fica, NORMALMENTE,
no singular.

Ex.: Nem um nem outro aluno compareceu à aula.


4º Caso: Sujeito ligado por “Um ou outro”.

Se o sujeito for constituído por Um ou outro, o verbo fica, NORMALMENTE, no


singular.
Ex.: Um ou outro menino usava sapatos.

5º Caso: Sujeito ligado por “Um e outro”

Se o sujeito for constituído por Um e outro, o verbo fica, NORMALMENTE, no


plural.

Ex.: Uma e outra aluna estudavam bastante.

CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER (concordância especial).

Para analisarmos o próximo caso, é importante que responda ao seguinte questionário:


01- O que vale mais, um ser humano ou uma xícara de chá?
02- O seu time procura um atacante, mas há um mistério em torno de seu nome. Entre
um goleador e Neymar, qual você queria que vestisse a camisa do seu time?
143
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
03- Entre comprar roupas ou uma roupa, você prefere o quê?

Como as repostas forma óbvias, vamos às conclusões:

- ENTRE pessoa x coisa, PREVALECE a pessoa.

Ex.:
- O mundo são os homens.
- Os professores são a educação.

- ENTRE nome próprio x nome comum, PREVALECE o nome próprio.


Ex.:
- Ayrton Senna era as alegrias de domingo.
- As tristezas daquela cidade é a Praça das dores, lugar feio e sujo.

- ENTRE plural x singular, PREVALECE o plural.

Ex.:
- Sua roupa eram alguns trapos.
- Nosso trabalho são batalhas.

a) Quando aparecerem os pronomes isto, isso, tudo, nada ou aquilo ou “coisas”


concorde com o sujeito ou com o predicativo:

Exemplos:
- Tudo eram /era alegrias e cânticos.
- Isso são / é mentiras.
- Aquilo são / é verdades incontestáveis.
- Isto não são / é palavras de amor.

b) Quando o sujeito for formado pelos pronomes interrogativos que, quem ou o que
concorde com o predicativo.

Exemplos:
- Que são essas cartas?
- O que são atos éticos?
- Quem eram os convidados?
- Não sei quem são os vencedores. (Veja que aqui há uma interrogação indireta).
c) Quando o verbo Ser for empregado impessoalmente.

Exemplos:
- São dez horas.
- Hoje são 15 de novembro.

144
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Obs.: Aqui também se permite a forma “Hoje é dia 15 de novembro” e “Hoje é 15 de
novembro”, quando, neste último caso, a palavra “dia” estará implícita.
- De minha casa ao Teatro José de Alencar são 5 quilômetros.

d) Quando o verbo “Ser” for usado nas expressões é muito, é pouco, é mais de, é tanto e
o sujeito for representado por termo no plural que denote preço, medida ou quantidade.
Exemplos:
- Oitenta mil reais é pouco para quem quer mudar radicalmente de vida.
- Duzentos gramas de queijo é muito para o café da manhã.

- 20 quilômetros é mais do que eu esperava.

 CONCORDÂNCIA COM PRONOMES PESSOAIS DO CASO RETO

Quando os pronomes pessoais do caso reto representarem o sujeito, você terá dois
caminhos, a saber:

a) Se o “Eu” fizer parte do sujeito, concorde SEMPRE com “Nós”.


- Eu, Marcela e Beatriz vamos ao teatro.

- Jorge, Túlio e eu detestamos este bar.

b) Se o “Tu” fizer parte do sujeito (sem que exista o “Eu”), concorde com “Vós” (menos
usual) ou com “Eles/as” (mais usual).
- Tu, Márcia e André desejais alguma coisa?

- Tu, Márcia e André desejam alguma coisa?

- João, Lara e tu pareceis nervosos.

- João, Lara e tu parecem nervosos.

COM FORMAS INTERROGATIVAS

Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular o verbo só


concordará com ele. Se esses pronomes estiverem no plural, o verbo concordará com ele
ou com o pronome pessoal. As expressões mais utilizas são: Quais de nós; qual de vós,
Alguns de nós, Muitos de vós, Poucos deles; Poucos de nós, Qual deles etc.

Ex.:

Qual de nós resolverá o assunto?

Qual de nós viajará?

145
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Quais de nós viajarão / viajaremos na próxima semana?

Quais de vós estudarão/estudareis matemática?

4- COM NÚCLEOS COLETIVOS

Quando o sujeito for um coletivo o verbo ficará no singular.

Ex.: A correição passeava pelo bosque.

Não esqueça!!!

Quando o coletivo vier seguido de um adjunto no plural, o verbo ficará no singular ou


poderá ir para o plural.

Ex.: A correição de tanajuras vermelhas passeava / passeavam pelo bosque.

CONCORDÂNCIA COM O VERBO AUXILIAR “PARECER”.

O verbo parecer, seguido de infinitivo admite duas construções:

A) Flexiona-se o verbo “parecer” e não se flexiona o infinitivo.

- Os alunos parecem entender o assunto.

B) Flexiona-se o infinitivo e não se flexiona o verbo “parecer”.

- Os alunos parece entenderem o assunto.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 01 ( Padrão CESPE)

01- Na oração "Há vinte meses que o Decreto foi revogado", a forma verbal "Há" poderia
ser corretamente substituída por Faziam.

02- Na oração "Segue anexa a nota editorial", foi atendida regra de concordância
nominal, visto que o adjetivo "anexa" está no feminino para concordar com a
expressão no feminino "a nota editorial", que exerce a função de sujeito da oração.

03- “Estudos e o senso comum mostram que a carga genética exerce forte influência nas
características pessoais às quais damos o nome de talento”.

► A flexão de plural em "mostram" deve-se à concordância com o sujeito composto por


dois termos; se qualquer um desses termos fosse retirado, o verbo deveria ir para o
singular para que as regras de concordância da norma culta fossem respeitadas.
146
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
04- “ Da combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade
surge a noção contemporânea de agilidade, transformada em principal característica
de nosso tempo. Uma agilidade que vem se tornando lugar comum, se não na vida
prática das organizações, pelo menos nos discursos. Empresas, governos,
universidades, exércitos e indivíduos querem ser ágeis”.

►A forma verbal "surge" poderia, sem prejuízo gramatical para o texto, ser flexionada no
plural, para concordar com "velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade".

05- “Não direi, senhores, que a obra chegou à perfeição, nem que lá chegue tão cedo. Os
meus pupilos não são os solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam
um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares”.

► A forma verbal "formam" está flexionada na terceira pessoa do plural para concordar
com a ideia de coletividade que a palavra "povo" expressa.

06- “A recuperação econômica dos países desenvolvidos começou perigosamente a


perder fôlego. A reação dos indicadores de atividade na zona do euro, que já não
eram robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à paralisia. Os
Estados Unidos da América cresceram a uma taxa superior a 3% em 12 meses, mas a
maioria dos analistas aposta que a economia americana perderá força no segundo
semestre”.

► Se o verbo da oração "mas a maioria dos analistas aposta" estivesse flexionado no


plural - apostam -, o período estaria incorreto, visto que, de acordo com a prescrição
gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa natureza, deve ser feita com o
termo "maioria".

07- “Assim, distintas teorias políticas e econômicas, fundadas em diferentes ideologias do


humano, enfatizam um aspecto ou outro dessa dualidade, seja reclamando uma
subordinação dos interesses individuais aos interesses sociais, ou, ao contrário,
afastando o ser humano da unidade de sua experiência cotidiana. Além disso, cada
uma das ideologias em que se fundamentam essas teorias políticas e econômicas
constitui uma visão dos fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em
uma descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou espiritual do
humano”.

► Na concordância com "cada uma das ideologias", a flexão de plural em


"fundamentam" reforça a ideia de pluralidade de "ideologias"; mas estaria
gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar "cada uma", empregando-se
o referido verbo no singular.

147
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
08- “O movimento da vida passa a ser uma efervescência constante e as mudanças a
ocorrer em ritmo quase esquizofrênico, determinando os valores fugidios de uma
ordem temporal marcada pela efemeridade. Como tentativas de acompanhar essa
velocidade vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade
hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a fluidez das relações
interpessoais”.

► A forma verbal "surge" está flexionada no singular porque estabelece relação de


concordância com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior.

06- “Em consonância com essa visão do desenvolvimento, a expansão da capacidade


humana pode ser descrita como a característica central do desenvolvimento. O
conceito de “capacidade” de uma pessoa pode ser encontrado em Aristóteles, para
quem a vida de um indivíduo pode ser vista como uma sequência de coisas que ele
faz e que constituem uma sucessão de funcionamentos. A capacidade refere-se às
combinações alternativas de funcionamentos a partir das quais uma pessoa pode
escolher”.

► A flexão de plural em "constituem" mostra que o pronome "que" (anterior ao verbo)


concorda em número com "coisas"; mas seria igualmente correto e coerente usar-se aí a
flexão de singular, constitui, caso em que o pronome concordaria com "sequência".

10- “Entre outros exemplos, citemos a formação da consciência moral, das modalidades
de controle de pulsões e afetos numa dada civilização, ou o dinheiro e tempo. A cada
um deles correspondem maneiras pessoais de agir e sentir, um habitus social que o
indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de sua
personalidade”.

► A flexão de plural em "correspondem" mostra que, pela concordância, se estabelece a


coesão com "maneiras"; mas seria igualmente correto e coerente estabelecer a coesão
com "cada um", enfatizando este termo pelo uso do verbo no singular: corresponde.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

E C E E E E E E C E

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 02

(Padrão CESPE)

TEXTO I

“Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está vinculado a um


pressuposto que se apresenta como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a
própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve contar, a partir das relações de
poder estendidas a todos os indivíduos, com um espaço político demarcado por regras e
procedimentos claros”.

01- O desenvolvimento das ideias demonstra que a flexão de singular em “deve”


estabelece relações de coesão e de concordância gramatical com o termo
“democracia”.

TEXTO II

“O governo garante que não faltarão recursos para as obras de infraestrutura. As favelas
ocupadas dispunham de cerca de 827 milhões de reais do Programa de Aceleração do
Crescimento para obras de saneamento e outras intervenções urbanas. Também foram
anunciados a construção de 19 escolas, obras de contenção de encostas e um programa
habitacional orçado em 144 milhões de reais, entre outras medidas”.

02- A substituição de “foram anunciados” por “foi anunciado” manteria a correção


gramatical do texto.

TEXTO III

“Por um lado, congestionamentos crônicos, queda da mobilidade e da acessibilidade,


degradação das condições ambientais e altos índices de acidentes de trânsito já
constituem problemas graves em muitas cidades brasileiras”.

03- A forma verbal “constituem” está flexionada na terceira pessoa do plural para
concordar com “problemas graves”.

TEXTO IV

“Contraposto aos sucessivos recordes de congestionamentos nas grandes cidades


brasileiras, esse resultado expõe as fragilidades de um modelo de desenvolvimento e
urbanização que privilegia o transporte motorizado individual, prejudica a mobilidade e
até a produtividade das pessoas. O carro, no entanto, não é o único vilão”.

04- O trecho “o transporte motorizado individual” poderia, sem prejuízo à coerência da


argumentação, ser substituído por os transportes motorizados individuais; contudo,

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para se preservar a correção gramatical do texto, seria necessário flexionar a forma
verbal “prejudica” na terceira pessoa do plural, escrevendo-se prejudicam.

TEXTO V

“A Bike será, quando entrar em linha de montagem, uma sucessora do Fusca. Tem a
mesma conjugação de linhas curvas. Encarna a próxima geração do meio de transporte ao
mesmo tempo racional, popular e simpático. Como tal, apresentou-se oficialmente ao
público, semanas atrás, em uma feira de automóveis na China.

Ela é elétrica. Carrega-se até em bateria de automóvel. Dobrável como um contorcionista


de circo, cabe no compartimento do estepe, no fundo do porta-malas”.

05- Preservam-se a correção gramatical e as relações de coerência entre os argumentos


do texto ao se inserir a forma verbal “É” no período sintático iniciado por “Dobrável”,
escrevendo-se “É dobrável”.

TEXTO VI

“A evidência surgiu com a análise das informações colhidas pela sonda Lcross da agência
espacial norte-americana. Os cientistas apresentam quatro hipóteses para explicar a
presença de água na Lua. Ela pode ter chegado ao satélite a bordo de cometas, astros
formados por gelo e poeira”.

06- A substituição de “apresentam” por “têm apresentado” mantém a correção


gramatical do texto.

TEXTO VII

“O medo tem raízes profundas na alma dos seres. Radica-se no inconsciente e é objeto
constante da pesquisa científica, com destaque para a psicanálise”.

07- Em “Radica-se”, o pronome indica que o sujeito é indeterminado.

TEXTO VIII

“Durante a realização das provas, o chefe da sala, verificando que Roberto não tinha
condições para a escrita cursiva, solicitou a presença do coordenador para orientá-lo
quanto à exigência dos procedimentos de identificação desse candidato. O coordenador
orientou-o, dizendo que a folha de respostas e a folha de frequência poderiam ficar em
branco, sem a assinatura do candidato e sem a transcrição da frase, e que a ocorrência
deveria ser relatada na ata de sala”.

08- Estaria mantida a correção gramatical do texto se, em “a folha de respostas e a folha
de frequência poderiam ficar em branco” , a forma verbal “poderiam” fosse

150
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
substituída pelo singular poderia, estabelecendo-se a concordância com o termo
mais próximo.

TEXTO IX

Quase dois terços da área sob risco de desertificação no Brasil estão na caatinga, que já
teve, a exemplo do cerrado, aproximadamente metade de sua extensão, que é de
826.000 km², destruída.

09- Preserva-se a correção gramatical do período substituindo-se a forma verbal “estão”


pelo singular “está”.

TEXTO X

“Mantido por contribuições das empresas associadas, o CIEE lançou o Guia Prático para
Entender a Nova Lei do Estágio, com respostas a mais de 30 perguntas acerca das
mudanças e normas mais importantes. Entre elas, destacam-se a limitação da jornada
diária para seis horas, a obrigatoriedade de pagamento do auxílio-transporte, a concessão
do recesso obrigatório de 30 dias após um ano de estágio e o limite máximo de dois anos
de permanência em uma mesma empresa”.

10- A concordância verbal permaneceria igualmente correta se, em lugar de “destacam-


se”, fosse empregada a forma “destaca-se”.

TEXTO XI

“Veja o que ocorre nos Estados Unidos da América. O país dispõe das melhores
universidades do mundo, detém metade dos cientistas premiados com o Nobel e registra
mais patentes do que todos os seus concorrentes diretos somados. Ainda assim, só um
em cada dois norte americanos acredita que o homem possa ser produto de milhões de
anos de evolução”.

11- O plural de “detém” grafa-se “deteem”.

12- Os sujeitos de “detém” e de “registra” são indeterminados.

13- Levando-se em conta o contexto, o verbo “acredita” poderia concordar com a ideia
de plural que a frase dá a entender que exista, escrevendo-se “acreditam”.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

E E E E C C E E C C

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
11 12 13

E E E

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 03

(padrão UECE, CESGRANRIO, FUNRIO, IMPARH)

01. Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de acordo com a
norma culta:

a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.


b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.

02. Assinale a frase em que há erro de concordância verbal:

a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.


b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da imigração.
c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.
d) Deve existir problemas nos seus documentos.
e) Choveram papéis picados nos comícios.

03. Assinale a opção em que há concordância inadequada:

a) A maioria dos estudiosos acha difícil uma solução para o problema.


b) A maioria dos conflitos foram resolvidos.
c) Deve haver bons motivos para a sua recusa.
d) De casa à escola é três quilômetros.
e) Nem uma nem outra questão é difícil.

04- Em todas as alternativas, o termo em negrito exerce a função de sujeito, exceto em:

a) Quem sabe de que será capaz a mulher de seu sobrinho?

b) Raramente se entrevê o céu nesse aglomerado de edifícios.

c) Amanheceu um dia lindo, e por isso todos correram às piscinas.

d) Era somente uma velha, jogada num catre preto de solteiros.

e) É preciso que haja muita compreensão para com os amigos.


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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
05- O “se” é índice de indeterminação do sujeito na frase:

a) Não se ouvia o sino.

b) Assiste-se a espetáculos degradantes.

c) Alguém se arrogava o direito de gritar.

d) Perdeu-se um cão de estimação.

e) Não mais se falsificará tua assinatura.

06- Indique o único segmento que apresenta concordância verbal condizente com as
normas do português padrão:

a) O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais são necessários tanto para as


atividades artísticas como para as científicas.

b) As diferentes divisões e subdivisões a que se submetem a área de ciências


humanas provocam uma indesejável pulverização de domínios do conhecimento.

c) Normalmente, a aplicação de métodos quantitativos e exatos acaba por distorcer


as linhas de raciocínio em ciências humanas.

d) Uma das premissas básicas do conjunto de assunções teóricas e epistemológicas


do trabalho que ora vêm a lume é a concepção da Arte como uma entre as
muitas formas por meio das quais o conhecimento humano se expressa.

e) Não existem fórmulas precisas ou exatas para avaliar uma obra de arte, não
existe um padrão de medida ou quantificação, tampouco podem haver modelos
rígidos pré-estabelecidos.

07- O verbo deve ir para o plural em:

a) Organizou-se em grupos de quatro.

b) Atendeu-se a todos os clientes.

c) Faltava um banco e uma cadeira.

d) Pintou-se as paredes de verde.

e) Já faz mais de dez anos que o vi.

08- O verbo certo no singular está em:

a) Procurou-se as mesmas pessoas

153
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
b) Registrou-se os processos

c) Respondeu-se aos questionários

d) Ouviu-se os últimos comentários

e) Somou-se as parcelas

09- Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal:


a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles chegaram.
b) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários, ninguém foram demitidos.
c) José chegou ileso a seu destino, embora houvessem muitas ciladas em seu
caminho.
d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão.
e) O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara sua petição.
07- A concordância verbal está correta na alternativa:
a) Ela o esperava já faziam duas semanas.

b) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro.

c) Eles parece estarem doentes.

d) Devem haver aqui pessoas cultas.

e) Todos parecem terem ficado tristes.

11- Assinale a incorreta:


a) Dois reais é pouco para se divertir.
b) Nem tudo são sempre tristezas.
c) Quem fez isso foram vocês.
d) Era muito árdua a tarefa que os mantinham juntos.
e) Quais de vós ainda tendes paciência?

12- É provável que ....... vagas na academia, mas não ....... pessoas interessadas: são
muitas as formalidades a ....... cumpridas.
a) hajam - existem - ser

b) hajam - existe - ser

c) haja - existem - serem

d) haja - existe - ser

e) hajam - existem – serem

13- Complete as lacunas: ........ de exigências! Ou será que não ....... os sacrifícios que
....... por sua causa?
a) Chega - bastam - foram feitos

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
b) Chega - bastam - foi feito

c) Chegam - basta - foi feito

d) Chegam - basta - foram feitos

e) Chegam - bastam - foi feito

Gabarito

01 02 03 04 05 06 07

C D D D B C D

08 09 10 11 12 13

C D C D C A

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 04

(padrão UECE, CESGRANRIO, FUNRIO, IMPARH)

01- Coloque C ou I nos parênteses, conforme esteja correta ou incorreta a concordância


verbal.

( ) Surgiu, na semana do evento, um novo problema, dois processos e duas críticas


construtivas.

( ) Surgiram, na semana do evento, um novo problema, dois processos e duas


críticas construtivas.

( ) O homem do campo e da cidade mantém diferenças flagrantes entre si.

( ) Os povos andinos e sua cultura, assim diz a tradição, contém muita riqueza.

Assinale a sequência correta.

a) I – C – C ─ C

b) I – C – I─ C

c) I–I–C─

d) C – I – I ─ I

e) C – C – C ─ I

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
02- Coloque C ou I nos parênteses, conforme esteja correta ou incorreta a concordância
verbal.

( ) Brasileiros ou americanos devem concorrer a prêmio em abril.

( ) Um líquido perigoso retém as finas camadas de gordura das veias.

( ) Colesterol ou açúcar pode ser o novo vilão da obesidade, dizem cientistas.

( ) Pode-se questionar o novo sistema do banco privado.

Assinale a sequência correta.

a) I – C – C ─ C

b) I – C – I─ C

c) C–I–C─C

d) C – I – I─ I

e) C – C – I─ I

03- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o registro
culto e formal da língua.

a) Eu, ela e João vamos ao parque no fim de semana.

b) Tu e elas trabalharíeis nos fins de semana?

c) Tu, ela e vocês formáveis uma grande equipe.

d) Eu e vocês deveríeis deixar logo a cidade.

e) Tu e ela vão cumprir todas as metas.

04- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.

a) Nem os alunos nem os professores porão seus registros à mostra.

b) Talvez, um e outro assunto serão discutidos.

c) É certo que um e outro assunto será discutido.

d) Nem a vida nem a morte podem mudar a força do amor.

e) Um ou outro candidato serão avaliados pelos jornalistas.

05- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.

a) 2/5 da cidade quis o plebiscito.


156
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
b) Somente 1/3 da comunidade acadêmica requereu novos livros para a biblioteca.

c) Grande parte dos impostos não são revertidos à comunidade.

d) Somente 40% do estoque mantiveram-se bem armazenados.

e) Somente os 0,98% da comunidade saldou suas dívidas.

06- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.

a) Mais de um torcedor invadiu o gramado.

b) Fomos nós quem requereu o aumento do salário.

c) Foste tu quem arrumaste a bancada dos livros?

d) Foste tu quem arrumou a bancada dos livros?

e) Foi eu quem questionou a equipe de médicos.

07- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.

a) Os assuntos principais da reunião foi Fernando Pessoa.

b) Cem mil reais era pouco para ele.

c) Já são uma e meia da manhã.

d) Hoje são 20 de abril.

e) Tudo eram vantagens para a empresa.

08- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o registro
culto e formal da língua.

a) Necessita-se de novos programas de qualidade de vida.

b) A pressão, a ansiedade e a tensão muscular, tudo prejudicava a saúde do


trabalhador.

c) Os Estados Unidos contrataram profissionais especializados em comunicação.

d) Já fazem três meses que ele se adaptou a uma nova realidade profissional.

e) Cada um dos profissionais do RH deve saber administrar o seu estresse.

09- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o registro
culto e formal da língua.

a) Necessita-se de novos programas de qualidade de vida.

157
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
b) A pressão, a ansiedade e a tensão muscular, tudo prejudicava a saúde do
trabalhador.

c) Os Estados Unidos contrataram profissionais especializados em comunicação.

d) Já fazem três meses que ele se adaptou a uma nova realidade profissional.

e) Cada um dos profissionais do RH deve saber administrar o seu estresse

10- Considere as frases abaixo.

I – Há amigos de infância de quem nunca nos esquecemos.

II – Deviam existir muitos funcionários despreparados; por isso, talvez, existissem


discordâncias entre os elementos do grupo.

Substituindo-se em I o verbo “haver” por “existir” e em II o verbo existir por haver, a


sequência correta é

a) existem, devia haver, houvesse.

b) existe, devia haver, houvessem.

c) existe, devia haver, houvesse.

d) existem, deviam haver, houvesse.

e) existe, deviam haver, houvessem.

11- De acordo com a norma, o verbo pode ficar, indiferentemente, no singular ou no


plural na frase da alternativa

a) Precisa-se (ou precisam-se) de funcionários dedicados

b) Perceberam-se (ou percebeu-se) os detalhes da cidade

c) Cada um dos brasileiros cuidará (ou cuidarão) do país.

d) Vendem-se (ou vende-se) frutas no mercado de nacional.

e) A maioria dos brasileiros pratica (ou praticam) esporte.

12- Assinale a alternativa em que a reescritura do trecho “’Dos entrevistados, 84%


afirmaram sentir raiva enquanto dirigem. Pessoas que tinham mais tempo de
habilitação e dirigiam com maior frequência cometiam mais erros e eram mais
agressivas’, diz Cláudia.” mantém a correção gramatical e não compromete o sentido
original.

158
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
a) A maioria dos entrevistados afirmou que sente raiva enquanto dirige. Pessoas
mais experientes na condução de veículos automotivos cometem mais erros e
são mais agressivas.

b) 84% dos entrevistados afirmou que sentem raiva enquanto dirigem. Pessoas, que
tinham mais tempo de habilitação e dirigiam com maior frequência, cometiam
mais erros e eram mais agressivas.

c) Dos entrevistados, 84% afirmou que sentem raiva enquanto dirigem. Pessoas
que tinham mais tempo de habilitação e dirigiam com mais frequência cometiam
mais erros e eram mais agressivas.

d) Dos entrevistados, 84% afirmou que sente raiva enquanto dirige. Pessoas com
mais tempo de habilitação e que dirigiam com mais frequência, cometiam mais
erros e eram mais agressivas.

e) A maior parte dos entrevistados afirmou que sente raiva enquanto dirigem.
Pessoas que dirigiam com mais tempo de habilitação frequentemente cometiam
mais erros.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

E C D E E E C D D A

11 12

E A

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 05 (Padrão FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS)

Itens aparentemente corretos.

- Devem-se ressaltar, nos meios de comunicação, a constância com que promovem


abusos, na exploração da cultura popular. (Forma verbal correta: Deve-se ressaltar)

- Restam das festas, dos ritos e dos artesanatos da cultura popular pouco mais que um
resistente núcleo de práticas comunitárias. (Forma verbal correta: Resta)

- Produzem-se nas pequenas células comunitárias, a despeito das pressões da cultura de


massa, lento e seguro dinamismo de cultura popular. (Forma verbal correta: Produz-
se)

159
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Não sensibilizavam aos possíveis interessados em apartamentos de luxo a visão
grotesca daqueles velhos carros-placa. (Forma verbal correta: sensibiliza)

- Destinam-se aos homens-placa um lugar visível nas ruas e nas praças, ao passo que
lhes é suprimida a visibilidade social. (Forma verbal correta: Destina-se)

- O motivo simples de tantos atos supostamente cruéis, que tanto impressionaram o


autor quando criança, só anos depois se esclareceram. (Forma verbal correta: se
esclareceu)

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO (BATERIA I)

01- Quanto à concordância verbal, está inteiramente correta a frase:

a) Devem-se ressaltar, nos meios de comunicação, a constância com que


promovem abusos, na exploração da cultura popular.

b) Nem mesmo um pequeno espaço próprio querem conceder à cultura popular os


que a exploram por interesses estritamente econômicos.

c) Restam das festas, dos ritos e dos artesanatos da cultura popular pouco mais que
um resistente núcleo de práticas comunitárias.

d) Muita gente acredita que se devem imputar aos turistas a responsabilidade por
boa parte desses processos de falseamento da cultura popular.

e) Produzem-se nas pequenas células comunitárias, a despeito das pressões da


cultura de massa, lento e seguro dinamismo de cultura popular.

02- A concordância verbal e nominal está inteiramente correta em:

a) A redução da emissão de partículas poluentes pelo escapamento dos carros é


uma das metas que devem ser atingidas pelos órgãos responsáveis pela
organização do trânsito nas grandes cidades.

b) Em cidades maiores, inúmeros moradores, para fugir da violência e do estresse


urbano, se mudou para condomínios fechados próximos e passou a depender de
carro para seus deslocamentos.

c) O planejamento urbano das grandes e médias cidades nem sempre


acompanharam os deslocamentos de grandes contingentes da população, que
depende de transporte coletivo para ir e vir do trabalho diariamente.

d) O número de automóveis nos países desenvolvidos costumam ser mais elevados,


mas nessas cidades existe bons sistemas de transporte coletivo e as pessoas
usam seus carros apenas para viagens e passeios de fins de semana.

160
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) No caso das regiões metropolitanas brasileiras, é necessário os investimentos na
expansão de sistemas integrados de transporte coletivo, para desestimular o uso
de veículos particulares no dia a dia das cidades.

03- Para cumprimento das normas de concordância verbal, será necessário CORRIGIR a
frase:

a) Atribui-se aos esquemas de construção das fábulas populares a capacidade de


representarem profundos anseios coletivos.

b) Reserva-se a pobres camponeses, nas fábulas populares, a possibilidade de virem


a se tornar membros da realeza.

c) Aos desejos populares de ascensão social correspondem, em algumas das


fábulas analisadas, a transformação de pobres em príncipes.

d) Prosperam no fundo do inconsciente coletivo incontáveis imagens, pelas quais se


traduzem aspirações de poder e de justiça.

e) Não cabe aos leitores abastados avaliar, em quem é pobre, a sensatez ou o


descalabro das expectativas alimentadas.

04- A concordância verbal e nominal está inteiramente correta em:

a) Presume-se que já tenha sido extinto muitas espécies da fauna e da flora com a
destruição de enormes extensões de florestas.

b) Os desequilíbrios no ecossistema de uma floresta pode pôr em risco a


sobrevivência de certas espécies de plantas.

c) Deve valer para todos os países as medidas de segurança a ser tomada em


relação à preservação de florestas.

d) Para a restauração de áreas ocupadas por atividades agrícolas, é observado os


tipos de uso do solo e as características do entorno para traçar o projeto de ação.

e) Projetos desenvolvidos por especialistas mostram que é possível conciliar


restauração de florestas nativas com o manejo sustentável de seus recursos
naturais.

05- As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:

a) Há frases que se repete à exaustão e que, exatamente por isso, passam a soar
como se constituíssem cada uma delas uma verdade incontestável.

b) Frases sempre haverão que, à força de se repetirem ao longo do tempo, acabam


sendo tomadas como verdades absolutas.

161
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
c) Quando a muitas pessoas interessam dar crédito a frases feitas e lugares-
comuns, há o risco de se cristalizar falsos juízos.

d) O hábito da repetição mecânica de frases feitas e lugares-comuns acabam por


nos conduzirem à fixação de muitos preconceitos.

e) Cabe aos indivíduos mais conscientes combater o chavão e o lugar-comum, para


que não se percam de vista os legítimos valores sociais.

GABARITO

01 02 03 04 05

B A C E E

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO (BATERIA II)

01. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para
preencher de modo correto a lacuna da frase:

a) Jamais ...... (satisfazer) as crianças aquele tipo de resposta convencional às


perguntas essenciais que elas formulam.
b) Como ...... (poder) ocorrer ao professor respostas exatas para um questionário
irrespondível?
c) Não ...... (dever) envergonhar a ninguém as lacunas do conhecimento humano
sobre os mistérios do universo.
d) A aflição a que ....... (levar) um cientista tais perguntas é a mesma que perturba as
crianças.

e) Quanto às questões que a mais ninguém ...... (conseguir) incomodar, ou já


encontraram resposta ou não eram essenciais.

02. Quanto à concordância verbal, a frase inteiramente correta é:

a) Entre as questões essenciais, que a todo cientista deve importar, estão as que se
prendem à origem e ao destino do ser humano.
b) Não houvesse outras razões, bastaria a propriedade das perguntas que lhe dirigiu
o público para fazê-lo sentir-se um professor privilegiado.
c) Só é dado alimentarem a curiosidade e a insatisfação ao cientista que não abdica
de fazer as perguntas fundamentais.
d) Diante do interesse que representavam cada uma das perguntas que lhe cabiam
responder, o professor sentiu-se um privilegiado.
e) O autor considerou um privilégio o fato de o interrogarem, com perguntas tão
instigantes, aquele público curioso que encontrou na escola.

162
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
03. Quanto à concordância verbal, está inteiramente correta a seguinte frase:

a) De diferentes afirmações do texto podem-se depreender que os atos de grande


violência não caracterizam apenas os animais irracionais.
b) O motivo simples de tantos atos supostamente cruéis, que tanto impressionaram
o autor quando criança, só anos depois se esclareceram.
c) Ao longo dos tempos tem ocorrido incontáveis situações que demonstram a
violência e a crueldade de que os seres humanos se mostram capazes.
d) A todos esses atos supostamente cruéis, cometidos no reino animal, aplicam-se,
acima do bem e do mal, a razão da propagação das espécies.
e) Depois de paralisadas as lagartas com o veneno das vespas, advirá das próprias
entranhas o martírio das larvas que as devoram inapelavelmente.

04. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural
para preencher corretamente a lacuna da frase:

a) Não se ...... (atribuir) às lagartas a crueldade dos humanos, por depositarem os


ovos no interior das vespas.
b) O que ...... (impelir) os animais a agirem como agem são seus instintos herdados, e
não uma intenção cruel.
c) Não se ...... (equiparar) às violências dos machos, competindo na vida selvagem, a
radicalidade de que é capaz um homem enciumado.
d) ...... (caracterizar-se), em algumas espécies animais, uma modalidade de violência
que interpretamos como crueldade.
e) ...... (ocultar-se) na ação de uma única vespa os ditames de um código genético
comum a toda a espécie.

05. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para
preencher corretamente a lacuna da frase:

a) Há muito não se ...... (tolerar) atitudes arrogantes como a do editorial da revista


britânica.
b) É natural que ...... (ferir) o orgulho do povo cubano as exortações publicadas na
revista britânica.
c) Os pesquisadores não ...... (haver) de se ofender, caso os termos do editorial da
revista fossem menos prepotentes.
d) Foi precisa a argumentação de que se ...... (valer) os pesquisadores latino-
americanos em sua réplica ao editorial.
e) Aos países ricos não ...... (competir) tomar decisões que afetem a soberania dos
países em desenvolvimento.

06. Para que se respeite a concordância verbal, será preciso corrigir a frase:

a) Têm havido dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano.


b) Têm sido levantadas dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano.
c) Será que o sistema de saúde cubano tem suscitado dúvidas sobre sua eficácia?
163
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
d) Que dúvidas têm propalado os adversários de Cuba sobre seu sistema de saúde?
e) A quantas dúvidas tem dado margem o sistema de saúde de Cuba?
07. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:

a) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso algumas


conotações mágicas.
b) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu sentido real muitos
equívocos ideológicos.
c) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a
representarem, de fato, qualquer avanço significativo.
d) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a fundo, veríamos
que são irrelevantes para a melhoria da vida.
e) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, com nossa cidade a
tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da vida.
08. As normas de concordância verbal estão plenamente atendidas na frase:

a) Fosse porcas, arruelas, parafusos, tudo o que não tivesse aplicação imediata era
remetido à “bacia das almas.”
b) O fato é que muita gente, tal como ocorre com o pai no referido texto da Internet,
têm a tendência de alimentar preconceitos contra os poetas.
c) Atira-se à “bacia das almas” as tranqueiras que não parecem úteis, e que talvez
nunca de fato os sejam.
d) Costumam-se atribuir às expressões evocativas e nostálgicas o sentido poético
que advém de tudo o que nos fala do passado.
e) Ao filho não pareceu coerente que expressões tão sugestivas fossem criadas
justamente por quem tinha por hábito desancar os poetas.
09. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural
para preencher de modo correto a lacuna da frase:

a) ...... (acabar) por mais nos favorecer o que foi esquecido do que todas as coisas de
que costumamos nos lembrar.
b) ......-se (costumar) atribuir às nossas memórias uma vantagem que, para o autor
do texto, elas não propiciam.
c) A ninguém ...... (dever) limitar essas expectativas, criadas pela memória que
cristaliza a personalidade.
d) ......-se (sedimentar) nos processos da nossa memória o perfil de uma
personalidade a que nos obrigamos a ser fiéis.
e) À força dos nomes próprios ...... (corresponder), pelas razões expostas no texto, a
força de estreitamento do espaço que há numa gaiola.
10. A concordância verbo-nominal está inteiramente correta na frase:

a) No século XX, a produção em massa permitiu que objetos, antes de posse restrita
a reis, fossem acessíveis a toda a população.
b) Sempre existiu colecionadores de objetos, que exerce maior poder de atração
sobre pessoas quanto mais estranho ele é.
c) No século XIX, foi dividido as áreas temáticas da ciência, surgindo então os
colecionadores especializados em reunir um único tipo de objetos.

164
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
d) Permaneceu imutável por séculos as razões que levam algumas pessoas a
colecionar objetos, algumas delas de gosto duvidoso.
e) O costume de enviar marinheiros pelo mundo para encontrar objetos exóticos
mudaram a paisagem de alguns países e modernizaram a Europa.
11. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:

a) Compreenda-se as lições de O Príncipe não como exercícios de cinismo, mas como


exemplos de análises a que não se devem furtar toda gente interessada na lógica
do poder, seja para exercê-lo, seja para criticá-lo.
b) A problemática divisão da Itália em principados, que tanto preocupavam
Maquiavel, fizeram com que ele se dedicasse à ciência política, em cujos
fundamentos espelha-se, até hoje, aqueles que se preocupam com o poder.
c) Integrava as qualidades morais a da virtude, tomada num sentido essencialmente
religioso, até que Maquiavel, recusando esse plano de valores em que a inseriam,
deslocou seu sentido para o campo da política.
d) Todas as acepções de virtude, até o momento em que surgiu Maquiavel,
compunha-se no campo da moral e da religião, e estendia-se à esfera da política,
como se tudo fosse essencialmente um mesmo fenômeno.
e) Nunca faltaram aos “príncipes” de ontem, de hoje e de sempre a ambição
desmedida pelo poder e pela glória pessoal, mas couberam a poucos discernir as
sutilezas da política, em que Maquiavel foi um mestre.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11

A B E E E A A E C A C

CONCORDÂNCIA NOMINAL

 REGRA GERAL:

O adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral e pronome) concordam em


gênero e número com o substantivo a que se refere.

Ex.: As minhas revistas novas estão no quarto.

No exemplo acima, percebe-se que as palavras adjetivas (as, minhas e novas)


referem-se ao substantivo revistas, concordando com ele.

 1º. Caso:
Quando o adjetivo é posposto a vários substantivos do mesmo gênero, ele vai
para o plural ou concorda com o substantivo mais próximo.

- O caju e o abacaxi azedo parecem bons.

165
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- O caju e o abacaxi azedos parecem bons.

 2º. Caso:
Se os substantivos forem de gêneros diferentes, o adjetivo pode ir para o plural
masculino ou pode concordar com o substantivo mais próximo.

Ex.:

- O caju e a manga madura estavam em falta no mercado.

- O caju e a manga maduros estavam em falta no mercado.

- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar antigo foram varridos pelo temporal.

- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar antigos foram varridos pelo temporal.

 3º. Caso:
Quando o adjetivo posposto funciona como predicativo, vai obrigatoriamente para
o plural e concorda com o sujeito.

Ex.:

- O caju e a laranja parecem azedos.

- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar estão devastados.

 REGRAS ESPECÍFICAS

► Adjetivo anteposto aos substantivos:

 1º. Caso:

Quando o adjetivo vem anteposto aos substantivos, concorde com o mais


próximo.1
Ex.:

- Ele era dotado de extraordinária coragem e talento.

- No hospital, percebi a cansada médica e enfermeiros.

 2º. Caso:
Quando o adjetivo anteposto funciona como predicativo, pode concordar com o
substantivo mais próximo ou pode ir para o plural.

1
Aqui existe uma divergência entre os gramáticos Evanildo Becharra e Celso Cunha. Para o primeiro, os adjetivos antepostos a vários
substantivos podem concordar com o mais próximo ou com todos os substantivos pela lei da soma. Exemplo: Lerei interessante
(interessantes) livro e jornal. Já para o segundo, a concordância, nesta situação, só ocorrerá com o mais próximo. Exemplo: Comprei
novo carro e casa.
166
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Ex.:

- Estavam desertos a casa e o barraco.

- Estava deserta a casa e o barraco.

► Um só substantivo e mais de um adjetivo:

1ª . Possibilidade:

Ex.: O produto conquistou o mercado europeu e o americano. (O substantivo fica no


singular e repete-se o artigo).

2ª . Possibilidade:

Ex.: O produto conquistou os mercados europeu e americano. (O substantivo vai para o


plural e não se repete o artigo).

- Esse autor aderiu à escrita clássica, à moderna e à contemporânea.

- Esse autor aderiu às escritas clássica, moderna e contemporânea.

- O país desenvolveu a cultura da leitura e a do estudo.

- O país desenvolveu as culturas da leitura e do estudo.

OUTROS CASOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL:

 1º. Caso:

A palavra Bastante:

- Função adjetiva: Variável - refere-se a substantivo.

- Função adverbial: Invariável - refere-se a verbo, adjetivo e a advérbio.

Ex.:

Ele tem bastantes livros. (pronome indefinido)

Havia bastantes pessoas na rua. (pronome indefinido)

Eles conversaram bastante ontem. (advérbios)

Eles chegaram bastante cansados (advérbio).

Eles estudam bastante. (advérbio)

Vanessa e Melissa têm bastantes motivos para estudar (pronome indefinido).


167
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
DICA: quando o a palavra BASTANTE for um pronome indefinido (o que significará,
sempre, volume, quantidade), permitirá as seguintes trocas:

Nosso país tem bastantes estados.

(Nosso país tem muitos estados).

Na rua, havia bastantes pessoas elegantes.

(Na rua, havia muitas pessoas elegantes).

Vi bastante gente educada.

(Vi muita gente educada).

Obs.:

- Nessa regra, podemos incluir ainda as seguintes palavras: meio, muito, pouco, caro,
barato, longe. Só variam se acompanhar o substantivo.

 2º. Caso:
Palavras como: quite, obrigado, anexo (incluso ou apenso), obrigado, mesmo,
próprio, leso e incluso são adjetivos. Devem, portanto, concordar com o nome a que se
referem.
Ex.:

- Nós estamos quites com o serviço militar.

- Ela mesma fez o café.

- Seguem anexos estes documentos para a devida verificação.

Obs.: A expressão "em anexo" é invariável.

Ex.: As cartas seguem em anexo.

3º. Caso:
Se nas expressões: "é proibido", "é bom", "é preciso" e "é necessário", o sujeito
não vier antecipado de artigo, tanto o verbo de ligação quanto o predicativo ficam
invariáveis.

Ex.:

- É proibido  entrada.

 Estudar é preciso.

168
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Entretanto: Se o sujeito dessas expressões vier determinado por artigo, numeral
ou pronome (femininos, no singular ou no plural), tanto o verbo de ligação quanto o
predicativo variam para concordar com o sujeito.

Ex.:

- É proibida a entrada de jovens menores de 35 anos neste local.

- A meia entrada é necessária aos estudantes.

 4º. Caso:

Palavras invariáveis:

- Menos.
- A olhos vistos (expressão).
- Em anexo.
- A sós.
- Azul-marinho.
- Monstro (na condição de adjetivo).
- Alerta.
- Todo (em termos compostos).
- Mediante.
- Tirante.
- Pseudo.
- Salvo (significando exceto, afora).
Ex.:

- Salvo aquelas poucas palavras, a palestra foi um desastre.

- Agora estou com menos fome.

- Os candidatos estão alerta.

- O homem ficou a sós com os seus problemas.

- As pseudomédicas foram localizadas pela polícia.

- Aquela foi uma partida monstro.

- As mulheres todo-poderosas deixaram a sala cedo.

5º Caso:
Nas expressões "o mais ... possível" e "os mais ... possíveis" , o adjetivo "possível"
concorde com o artigo que inicia a expressão

169
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Exs:

Tinha um carro o mais veloz possível.

Seus carros eram os mais velozes possíveis.

São alunos o mais estudiosos possível.

São alunos os mais estudiosos possíveis.

6º Caso: Haja vista/ Hajam vista

Evanildo Bechara afirma: “a construção natural e mais frequente da expressão


haja vista, com o valor de “veja” ou “por exemplo”, é ter invariável o verbo, qualquer que
seja o número do substantivo seguinte” (p. 565 de Moderna Gramática da Língua
Portuguesa, 1999).

Ex.: Ele foi sempre muito dedicado à família, haja vista o quanto era dedicado aos filhos.

Para Marcelo Rosenthal ”o termo serve para exemplificação. Caso o exemplificado


esteja no singular, o verbo somente poderá estar no singular; caso o elemento
exemplificado esteja no plural, o verbo tanto poderá vir no singular como no plural”. (p.
437 de Gramática para concursos, 2007).

Ex.: O repórter era mesmo competente, haja (hajam) vista seus últimos trabalhos.

DICA: Como é um caso polêmico, prefira usar a estrutura com o verbo sempre no singular
“haja vista”. Fazendo assim, você nunca estará errando.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 02

(Padrão UECE, IMPARH, FCC, CESGRANRIO, FGV).

01. A frase em que a concordância nominal está correta é:

a) A vasta plantação e a casa grande caiados há pouco tempo eram o melhor sinal da
prosperidade familiar.

b) Eles, com ar entristecidos, dirigiram-se ao salão onde se encontravam as vítimas


do acidente.

c) Não lhe pareciam útil aquelas plantas esquisitas que ele cultivava na sua pacata e
linda chácara do interior.

d) Quando foi encontrado, ele apresentava feridos a perna e o braço direitos, mas
estava totalmente lúcido.

170
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) Esses livro e caderno não são meus, mas poderão ser importante para a pesquisa
que estou fazendo.

02. Todas as alternativas, abaixo, estão corretas quanto à concordância nominal, exceto:

a) Conserve limpas as mãos e os pés.

b) O jovem, ao completar dezenove anos, deve estar quite com o serviço militar.

c) As edições extras dos jornais sempre trazem notícias interessantes.

d) No café da manhã deste hotel, servem-se geleia e pão torradinhos.

e) Deste lado da rua há menos casas, por isso precisamos ficar mais alerta.

03. Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância nominal:

a) Os torcedores traziam, em cada mão, bandeira e flâmula amarela.

b) Um e outro aplicador indecisos desistiram do negócio.

c) Tinha as mãos e o rosto coloridos de púrpura.

d) Escolheste ótima ocasião e lugar para o churrasco.

e) Ele estava com o braço e a cabeça quebradas.

04. Quanto à redação das frases a seguir, assinale a que estiver errada:

a) Ao voltar do passeio, encontrou o portão e a janela arrombados.

b) Os cavalarianos desfilavam com porte e garbo altivos.

c) O aluno destacava-se pelo raciocínio e objetividade aguçados.

d) Não podemos concordar com tantas máquinas e artifícios bélicos.

e) Belas poesias e discursos marcaram o encerramento do ano letivo.

05. Assinale a alternativa errada no que diz respeito ao atendimento à norma culta:

a) O escritor e o mestre alemães admiravam o belo quadro.

b) Estudaram o idioma francês e o espanhol.

c) O ministro e os deputados alagoanos votaram contra o projeto.

d) As opiniões e argumentos expostos não agradaram à plateia.

e) Considero fácil as questões e testes propostos na prova.

171
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
06. Está perfeitamente correta a concordância nominal apenas na frase:

a) Eles se moviam meios cautelosos.

b) O relógio da igreja bateu meio-dia e meio.

c) Seus argumentos eram sempre o mais pertinentes possíveis.

d) Os resultados falam por si só.

e) Chegada a sua hora e a sua vez, intimidou-se.

07. “Fazia ............................... elogios, embora as saudações fossem agora


........................ enfáticas para uns e talvez ............................... evasivas para outros”.

A opção que completa corretamente as lacunas da frase acima é:

a) bastante / menos / meio;

b) bastantes / menas / meia;

c) bastante /menos / meia;

d) bastantes / menas / meio;

e) bastantes / menos / meio.

08. Assinale a alternativa que preencha corretamente os espaços em branco:

"Ainda ............................ furiosa, mas com ..................................... violência, proferia


injúrias ..................................... para escandalizar os mais arrojados."

a) meia – menas – bastantes;

b) meia – menos – bastantes;

c) meio – menos – bastante;

d) meio – menos – bastantes;

e) meia – menas – bastantes.

09. Assinale a alternativa em que há erro de concordância nominal:

a) Com opinião e propostas claras desfez as dúvidas que pairavam sobre a questão.

b) Tenho por mentirosos o réu e seu cúmplice.

c) Por que os namorados preferem andar só, detestando as companhias?

d) Sua atitude, seu olhar, seu gesto suspeito chamou a atenção da polícia.
172
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) Não temos razões bastantes para impugnar sua candidatura.

10. Assinale a alternativa em que a concordância nominal está de acordo com a norma
culta.

a) A moça mesmo me disse que andava meia aborrecida com a vida.

b) O Presidente visitou as novas instalações da escola. Sua Excelência estava bem


disposto e bem-humorado.

c) A declaração de bens foi mandada anexo ao processo, pode verificar.

d) Sabemos que é necessário a paciência da mãe para suportar manha de criança.

e) Consegui comprar o que queria: um carro zero e um terreno próximos à praia.

11. Assinale a alternativa cuja redação não está de acordo com a norma culta.

a) Todos, parentes, amigos e vizinhos permaneceram juntos.

b) Seguem inclusas as certidões solicitadas.

c) As alunas foram ao teatro juntas com o professor de Educação Artística.

d) Patrícia e Luís, esquecidos de si próprios, cuidavam da filha.

e) Muito obrigados ficamos a você, por acompanhar-nos ao local do vestibular.

12. Preencha as lacunas das frases abaixo.

Vocês estão ............................. com a tesouraria.

As janelas ................................... abertas deixavam entrar a leve brisa.

Vai .......................... a presente a relação dos livros solicitados.

As matas foram ................................. danificadas pelo fogo.

É ...................... a entrada de animais.

A alternativa contendo a sequência verdadeira, de cima para baixo, é:

a) quite – meia – anexa – bastantes – proibida;

b) quites – meia – anexa – bastantes – proibida;

c) quite – meio – anexo – bastante – proibido;

d) quites – meio – anexa – bastante – proibida;

e) quites – meio – anexo – bastante – proibido.


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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
13. Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância.

a) No calor, água é bom para refrescar.

b) Deficiências de verbas não é o suficiente para desencorajar novas atividades


técnico-científicas.

c) Sambistas os mais brilhantes possível participaram dos desfiles.

d) Houve atitudes o mais belas possível.

e) Houve atitudes as mais belas possíveis.

14. Assinale a alternativa em que a frase está gramaticalmente correta quanto à


concordância nominal.

a) Eles estão só.

b) Não gostei dos seus ternos azul-celestes.

c) Pimenta não é bom, mas no momento é prato propício.

d) Vendeu duas meia entradas para o teatro.

e) Só as meninas estão meias sonolentas.

15. Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância nominal:

a) Foram previstas grandes safras para o próximo ano.

b) O juiz deu por terminada a audiência e foi para a outra sala.

c) Todas as estatísticas que comprovam meus argumentos estão anexas a esta


monografia.

d) Não revele tais segredos. Ainda é necessário essa discrição.

e) Entretidos com seus brinquedos, Guido e suas irmãs nem olharam para mim.

16. Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado, segundo a norma gramatical,


poderia igualmente aparecer flexionado em outro gênero.

a) "... permite que uns meninos boêmios e esquisitos toquem música [...] nas suas
missas."

b) "... começa a [...] abrir novas portas e janelas."

c) "... e também pelas minhas leituras e opiniões."

d) "... nós apegávamos a tesouros e pompas terrenos."

174
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) "Esse é o caso de muitos escritores e pensadores católicos..."

17. Todas as alternativas estão corretas quanto à concordância nominal, exceto em:

a) Todos os executivos da empresa optaram por champanha francês.

b) Homens e mulheres sindicalizados reivindicavam segurança no trabalho.

c) É proibido entrada de pessoas não identificadas naquele recinto.

d) O garimpeiro comemorou a descoberta de quinhentas gramas de ouro.

e) Durante o debate, a plenária permaneceu meio silenciosa.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09

D D E E E E E D C

10 11 12 13 14 15 16 17

B C D C C D D D

TERMOS DA ORAÇÃO

Para um concurseiro, entender os termos da oração é fundamental. Eles são decisivos


para o entendimento das relações sintáticas e, muitas vezes, influenciam até na
intepretação dos enunciados.

As bancas gostam de pedir o seguinte em relação aos termos da oração:

a) Reconhecimento de cada uma das estruturas.


b) Entendimento do que ocorre na frase quando um termo é suprimido ou
deslocado.
c) Discernimento quando um termo é trocado por outro no texto.
d) Crítica à norma culta quando certos procedimentos ferem o padrão gramatical.
e) Diálogo dos termos com outros aspectos do padrão culto, a saber: pontuação,
colocação pronominal, regência, concordância etc.

Os termos da oração estão divididos em essenciais, integrantes e acessórios.

01- Essenciais:
- Sujeito.
- Predicado.
02-Termos integrantes:
- Objeto direto.
175
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Objeto indireto.
- Complemento nominal.
- Agente da passiva.
03-Termos acessórios:
- Adjunto adnominal.
- Adjunto adverbial.
- Aposto.
- Vocativo.

Termos essenciais

Sujeito
Palavra ou expressão que pratica, sofre ou pratica e sofre (ao mesmo tempo) a ação
verbal. O sujeito pode também simplesmente receber uma qualidade, sem desenvolver
ação verbal alguma.

a) Simples.

Quando possui apenas um núcleo (geralmente um substantivo). Esse núcleo traz a


ideia principal do sujeito:
Ex.:
- O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais é necessário tanto para as atividades
artísticas como para as científicas.

b) Composto.

Quando possui mais de um núcleo:

Ex.:
- Os crimes de estelionato e o tráfico de drogas exigiram mais atenção das autoridades.

c) Subentendido, Elíptico, Oculto ou Desinencial, Implícito.

Neste caso, sabemos que ele existe, porém não está explícito na oração. A forma pela
qual o reconhecemos é pela terminação verbal (desinência).

Ex.:

- Compramos novos computadores para a empresa. (NÓS)

- Tens um cigarro aí? (TU)

d) Indeterminado.

Quando ele não está expresso e não podemos reconhecê-lo nem pela terminação do
verbo e nem pela identificação dos elementos aos quais o predicado se refere.

176
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Há, portanto, duas regras específicas para reconhecermos os casos de ocorrência:

1º) Quando o verbo está na terceira pessoa do plural, sem que se notem antecedentes
no texto:

- Quebraram a mesa da sala.


- Roubaram a santa da igreja.

Obs.: Na sentença a seguir, note que o sujeito não é indeterminado, mas sim
subentendido.

- Muitos policiais aderiram à greve da última semana. Devem, provavelmente, exigir


melhores condições de trabalho.

2º) Quando o verbo (VTI, VI ou VL) está na terceira pessoa do singular acompanhado do
pronome “se”, funcionando como índice de indeterminação do sujeito:

- Pouco se discordou dos depoimentos prestados ontem.


- Sempre se sofre muito no Brasil, pois a corrupção é implacável.
- Assiste-se a um novo momento cultural no Brasil.
- Era-se desconfiado naquela cidade.

e) Sujeito inexistente ou oração sem sujeito.

Ocorre quando simplesmente não existe um elemento ao qual o predicado se refere.


Especificamente neste caso, há regras mais complexas que o determinam:

i- Verbos que indicam fenômenos da natureza, como: nevar, chover, trovejar,


relampejar (raramente acionados).

- Está nevando muito na Suíça.


- Trovejou bastante hoje.

ii- Verbo “Haver” no sentido de “Existir”.

- Havia muitos indícios de corrupção naquele dossiê.

- Pode haver greves demoradas até o fim do mês.

iii- Verbo “Fazer” indicando tempo decorrido (tempo retroativo):

- Faz dois meses que os políticos corruptos foram presos.


- Amanhã fará seis dias que o país adotou as novas medidas.

f) Sujeito oracional (razoavelmente pedido pelas bancas de concursos).


Quando o sujeito é formado por uma estrutura verbal. Trata-se de uma oração
subordinada substantiva subjetiva ou de uma oração reduzida de infinitivo.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Deixou as cidades afetadas quem promoveu enorme baderna.
- Arriscar tudo uma vez na vida parece ser normal.

Dica: quando o sujeito é oracional, o verbo sempre fica na 3ª pessoa do singular.

O PREDICADO

(raramente acionado, em termos de classificação, pelas bancas em geral).

Os predicados contêm necessariamente um verbo, mas seu núcleo pode ser um verbo,
um nome, ou pode ser formado por um verbo e um nome. De acordo com o tipo de
núcleo os predicados se classificam em:

a) Predicado verbal é aquele que tem como núcleo um verbo.

Ex.:

- Os jogadores andam pelo gramado.

- A polêmica trouxe irritação na escola.

b) Predicado nominal é aquele que tem como núcleo um nome, uma forma nominal
(substantivo, adjetivo, locução adjetiva). Tipo de predicado em que ocorre verbo de
ligação e predicativo do sujeito.

Ex.:

- Ela anda feliz.

- Estão falidos os discursos moralistas.

- Ele está de ressaca.

C) Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: um verbo e um nome.

Ex.:

- Os jogadores andam pelo gramado cansados.

- A aluna deixou o auditório nervosa.

- O professor fez a chamada distraído.


02-Termos integrantes

Objeto direto: complemento verbal (geralmente não preposicionado) que estabiliza a


carência semântica do verbo.

Ex.:
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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Estes livros trazem a cultura do velho mundo.

- A chuva castiga a cidade de Petrópolis.

- Os professores leram os jornais de Pernambuco.

Objeto direto preposicionado.

Esse objeto é pouco conhecido. Ele só é utilizado quando se deseja valorizar muito o
objeto direto por algumas razões específicas, a saber: ambiguidade, ideologia ou
extração de sentido.

- O advogado o juiz viu. (ambiguidade)

- Ao advogado o juiz viu. (o juiz viu o advogado)

- O advogado ao juiz viu. (o advogado viu o juiz)

- O cristão ama a Deus. (ideologia)

- Ele comeu do bolo. (extração de sentido).

Objeto indireto: complemento (sempre preposicionado) que estabiliza a carência


semântica do verbo.

Ex.:

- O deputado, segundo jornais locais, discordou dos vereadores.

- Discordou dos vereadores , segundo os jornais locais, o deputado.

- Ele não crê em milagres.

- O tema se refere a novos questionamentos.

- A novos questionamentos o tema se refere.

Complemento nominal

Elemento (sempre preposicionado) que estabiliza os sentidos de um nome (substantivo,


adjetivo ou advérbio).

Ex.:
- Este medicamento é compatível com aquela erva medicinal.

179
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- O combate à dengue começa na casa de cada brasileiro.

- O pai tem orgulho da filha.

Agente da passiva

Termo que representa quem pratica a ação verbal na voz passiva. É sempre
preposicionado.

Ex.:
- O livro foi descrito pelo crítico.
(Na voz ativa: O crítico descreveu o livro)

- Os assuntos vêm sendo discutidos pela população.


(Na voz ativa: A população vem discutindo os assuntos)

- Os brasileiros são cercados de “impostos vampiros”.


(Na voz ativa: “Impostos vampiros” cercam os brasileiros)

Termos acessórios
Os termos acessórios da oração são aqueles considerados dispensáveis, porém
necessários, em alguns contextos, para o entendimento daquilo que é enunciado. Além
de serem termos de função secundária, os termos acessórios são responsáveis por
caracterizar um ser, determinar os substantivos e exprimir alguma circunstância. Os
termos acessórios são os seguintes: adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto.
Apesar de o vocativo ser um termo independente, ele está presente neste artigo.

Resumindo

Termos acessórios da oração:

- Adjunto adnominal.
- Adjunto adverbial.
- Aposto.
- Vocativo (com ressalvas).

ADJUNTO ADNOMINAL

Termo acessório cujo objetivo é apoiar os substantivos, determinando-os, especificando-


os e/ou adjetivando-os. As classes de palavras que podem desempenhar a função de
adjunto adnominal são adjetivos, locuções adjetivas, pronomes, numerais e artigos. Ele é
uma expressão que acompanha um ou mais nomes, conferindo-lhe um atributo. Trata-se,
portanto, de um termo de valor adjetivo que modificará o nome a que se refere.

- Duas meninas vestiam estas calças e camisetas verdes.

- O jogo de futebol foi suspenso até segunda ordem.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Aquele espetáculo coreográfico foi suspenso até segunda ordem.

- Este menino comprou dois brinquedos.

- O primeiro amor nunca se esquece.

DIFERENÇA ENTRE COMPLEMENTO NOMINAL E ADJUNTO ADNOMINAL

O complemento nominal sempre é iniciado por preposição; o adjunto, às vezes.

Quando o adjunto não é iniciado por preposição, é tranquilo, não existe a confusão
complemento/adjunto.

No entanto, quando é, surgem os casos em que o aluno tem dificuldade para distinguir
esses dois termos.

Para não ter essa dificuldade, o estudante tem de ficar atento às diferenças entre o
complemento nominal e o adjunto adnominal.

PRIMEIRA DIFERENÇA: o complemento nominal se liga a substantivos abstratos, a


adjetivos e a advérbios; o adjunto se liga a substantivos, que podem ser abstratos ou
concretos.

SEGUNDA DIFERENÇA: o complemento nominal tem sentido passivo, ou seja, recebe a


ação expressa pelo nome a que se liga; o adjunto tem sentido ativo, isto é, ele pratica a
ação expressa pelo substantivo modificado por ele.

TERCEIRA DIFERENÇA: o complemento não expressa ideia de posse; o adjunto


frequentemente indica posse.

Vamos agora praticar essa teoria: “As casas de madeira são ótimas no inverno".

“De madeira” é complemento nominal ou adjunto?

Lembra-se do que dissemos na “primeira diferença”? O complemento nominal se liga


exclusivamente a substantivos abstratos.

“De madeira” está modificando um substantivo concreto, “casas”.

Logo, “de madeira” é adjunto adnominal.

Outro exemplo: “Ele é igual ao pai”.

Qual a função de “ao pai”?

Ele está se referindo a “igual”, que é adjetivo.

181
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Como dissemos na “primeira diferença”, o complemento nominal se liga a adjetivos, o
adjunto não.

Portanto, “ao pai” é complemento nominal.

Mais um exemplo: “Amor de mãe é eterno”.

Qual a função do termo “de mãe”?

Ele está modificando um substantivo abstrato, “amor”.

Logo, pode ser complemento nominal ou adjunto.

A “segunda diferença” vai nos ajudar: “de mãe” tem sentido ativo, a mãe sente o amor.

Assim, “de mãe” é adjunto adnominal.

Mais um: “O amor à mãe é sagrado”.

O termo “mãe” agora tem sentido passivo.

“Mãe” não está dando amor, mas sim recebendo.

Conclusão: “à mãe” é complemento nominal.

Um último exemplo: “A fuga do ladrão foi ousada”.

Há neste caso ideia de posse: “do ladrão” é, portanto, adjunto adnominal.

Outros exemplos de complemento nominal

- Ele lutou pela defesa da pátria.

-O estudo das células é fascinante.

- A resolução de exercícios ocorrerá à noite.

- O jovem é precavido contra os males.

- Meu filho está apto para trabalhar.

- Tudo ficou reduzido a cinzas.

- Ele tem bom gosto pela arte contemporânea.

- Eu estou contente com a sorte.

182
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
ADJUNTO ADVERBIAL

O adjunto adverbial é um termo acessório da oração que obrigatoriamente exprime valor


circunstancial, podendo modificar um verbo, um adjetivo, ou um advérbio. Pode vir
preposicionado ou não.

Classificação de alguns dos adjuntos adverbiais:

- LUGAR (aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, dentro, fora, longe, perto, em casa, no
cinema).

Ex.: Ele dormiu aqui ontem.

- TEMPO (ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, ainda, agora).

Ex.: Amanhã, sairemos cedo.

- MODO (bem, mal, melhor, pior, assim, velozmente e quase todos terminados em -
mente).

Ex.: Ela deixou a sala de aula bem.

- INTENSIDADE (muito, pouco, mais, menos, bastante, intensamente etc.).

Ex.: Ele estudou muito.

- DÚVIDA (talvez, acaso, provavelmente, quiçá etc.).

Ex.: Talvez eu vá com você.

- CAUSA

Ex.: As pessoas não saíram de casa por conta do frio.

- FINALIDADE

Ex.: Estudava para a prova.

- INSTRUMENTO

Ex.: Feriu-se com a faca.

- COMPANHIA

Ex.: Saiu com os amigos.

- AFIRMAÇÃO (Sim, certamente, realmente).

183
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Ex.: Certamente sairemos hoje.

- NEGAÇÃO (não, nunca, jamais)

Ex.: Nunca menospreze seus amigos.

- DE INCLUSÃO: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.

Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência.

- CONCESSÃO (se bem que, muito embora, apesar disso, a despeito de, malgrado etc.)

Ex. Malgrado o tempo ruim, todos foram à praia.

- CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante).

Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução.

APOSTO

Serve para explicar, esclarecer, elucidar, discriminar ou mesmo enumerar um termo que
venha antes ou depois. Nesta função, os sinais gráficos, na maioria das vezes, são
decisivos.

Aposto explicativo

É aquele que explica um termo anterior ou posterior a ele. É marcado pelo uso de
vírgulas, travessões, parênteses ou dois pontos. Exemplo:

 Ele contou histórias sobre Hagar, o terrível homem de histórias horrendas.


 Helena, a professora do 4º ano, estava triste.
 A morte, angústia dos vivos, ocorre ao acaso.
 A morte ― angústia dos vivos ― ocorre ao acaso.
 A presidente do STF (Carmen Lúcia) vem sendo bastante questionado
ultimamente.

Aposto enumerativo

É aquele utilizado para enumerar dados relacionados ao termo fundamental.

Exemplo:

 Aquele funcionário tinha muitos problemas: fumo, álcool e farras.


 Tenho três amigos: José, Marcos e André.
 A pesquisa analisou dois grupos ― crianças e adolescentes.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Aposto especificativo

É aquele que especifica o termo a que se refere. Não é acompanhado de vírgulas.

Exemplo:

 O professor João Lucas é muito criativo.


 A empresa Gol é uma das mais criticadas.
 O livro Cinquenta tons de cinza causou frisson entre as mulheres.

Aposto oracional

É o aposto que possui um verbo.

Exemplo:

 Desejo uma única coisa: que plantem novas árvores.

 Ele me disse apenas esta verdade: que nossa sociedade acabou.

Aposto Resumidor (Recapitulativo)

É o aposto que resume toda a oração.

Exemplo:

 Trocar fraldas, amamentar, colocar para dormir, acordar à noite, tudo exige
paciência.
 Vento, chuva, neve, nada o impediu de cumprir sua missão.

VOCATIVO

É o nome do termo sintático que serve para nomear um interlocutor a que se dirige a
palavra ( chama a atenção da frase).

Exemplos

 "Tenho certeza, amigos, de que isso vai acabar bem."


 "José, venha cá."
 "Vamos logo sair desta casa, João!"
 "Camila, saia daí!"
 "Olhe aqui, Isabel!"
 "Deus, tenha piedade de nós!"

TEORIA DA PONTUAÇÃO

1. VÍRGULA: REGRA GERAL


S + V + C + Adj. Adv.
185
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Não se usa uma unidade de vírgula entre:

a) O sujeito e o verbo.

b) O verbo e o complemento.

Exemplos errados:

- A redução da emissão de partículas poluentes pelo escapamento dos carros, é uma das
metas que devem ser atingidas pelos órgãos responsáveis pela organização do trânsito
nas grandes cidades.

- A antiga cidade do sul da Polinésia, recebeu bem os turistas.

- Uns saem, lutam e vencem; já outros, ficam, acomodam-se e fracassam.

- O Brasil ainda não definiu, seus novos rumos.

Exemplos problemáticos

- Seus novos rumos, o Brasil ainda não definiu. (VÍRGULA POLÊMICA!!!)

É, entretanto, possível (em determinados contextos) usar uma unidade de vírgula entre:

c) O complemento e o adjunto adverbial, ainda que este esteja em sua posição


padrão.
Exemplos possíveis:

- O resultado saiu à tarde.

- O resultado saiu, à tarde. (uso enfático)

- Eu vou estudar só sem você.

- Eu vou estudar só, sem você. (uso para mudar o sentido)

REGRAS ESPECÍFICAS

Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):

a) para separar os elementos mencionados numa relação:

- Aquela sala é grande, arejada, iluminada e bem decorada.

Obs.: os elementos de uma lista sempre pertencem à mesma classe gramatical e têm a
mesma função sintática.

186
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois
banheiros.

A pontuação abaixo também está correta:

- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço, dois
banheiros.

A pontuação abaixo, contudo, está incorreta: não se usa “, e” para concluir listas.

- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço, e dois
banheiros.

b) para isolar o vocativo:

- Pedro, o que aconteceu?


- O que acontece, amiga, é que você não escuta ninguém.
- Ajude-me, Deus!

c) para isolar o aposto:

- Sebastião Salgado, um fotógrafo brasileiro extraordinário, denunciou a miséria humana


em seu trabalho.

Variações quanto ao posicionamento do aposto explicativo.

- Denunciou a miséria humana em seu trabalho Sebastião Salgado, um fotógrafo


brasileiro extraordinário.

- Um fotógrafo brasileiro extraordinário, Sebastião Salgado Denunciou a miséria humana


em seu trabalho.

Variações quanto à pontuação.

- Alex Atala ― um dos maiores chefs do mundo ― é um brasileiro apaixonado por sua
cultura.

- Alex Atala (um dos maiores chefs do mundo) é um brasileiro apaixonado por sua cultura.

- É um brasileiro apaixonado por sua cultura Alex Atala ― um dos maiores chefs do
mundo.

- É um brasileiro apaixonado por sua cultura Alex Atala (um dos maiores chefs do mundo).

É um brasileiro apaixonado por sua cultura Alex Atala: um dos maiores chefs do mundo.

187
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou
melhor, aliás, além disso etc.):

- Reinvenção do presente, o futuro está no passado, ou seja, temos de perceber o que


nos aconteceu há milhões de anos, o que aconteceu antes de nos ter acontecido alguma
coisa, para nos libertarmos desse vazio a que chamamos futuro.

- Pedro e Karina viajaram para a Europa, aliás, para a África.

e) para isolar o adjunto adverbial antecipado:

Lembrete: o que temos abaixo é uma mera especulação com base nos gabaritos das
bancas CESPE e FCC, pois nenhum gramático ousa resolver tal imbróglio.

REALIDADE A:

1 2

Adjuntos com até dois termos podem ser interpretados pelo CESPE ou pela FCC como
de pequena extensão. Assim sendo, a banca vê as vírgulas ou a vírgula como
facultativa(s).

REALIDADE B:

1 2 3

Adjuntos com até três termos podem ser interpretados pelo CESPE ou pela FCC como de
grande extensão. Assim sendo, as bancas podem interpretar as vírgulas ou a vírgula
como obrigatória(s).

"No ano de 2007, eu estava à frente da 28ª DP, investigava a atuação da milícia naquele
local e recebi, via disque-denúncia, três informes sobre a possibilidade de um atentado
que seria feito contra a minha pessoa", disse o investigador.

- À tarde, todos assistiram ao jogo do Brasil.

f) para isolar os adjuntos adverbiais:

- A multidão foi, aos poucos, avançando para o palco principal.

- Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente.

g) para isolar, nas datas, o nome do lugar:

- Fortaleza, 22 de maio de 2016.


- Paris, 13 de dezembro de 2016.
188
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
h) para isolar as orações coordenadas2:

- O médico chegou cedo e começou logo o expediente.

- Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança.

- Na manhã de hoje, houve um novo deslizamento de terra, mas, segundo o coordenador


da Defesa Civil de Santos, a queda do bloco não modificou a questão da segurança do
local.3

- Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.

(Obs.: Veja que a estrutura “,pois” poderia ser substituída por dois-pontos).

- Cheguei bem cedo ao estádio; não vi, entretanto, a apresentação do hino nacional.

(Obs.: Não se esqueça de que, nesse caso, as vírgulas que envolvem a conjunção
“entretanto” são obrigatórias porque a conjunção está posposta ao verbo VER. Sempre
que a conjunção estiver posposta ao verbo, uso obrigatório de duas vírgulas).

CONJUNÇÕES X PONTUAÇÃO

CONJUNÇÕES LEVES (VERSÃO I)

____________________ , e _____________________
Ou _________________ , ou ___________________
____________________ , mas___________________
____________________, pois__________________
____________________, porque________________
____________________, que___________________

CONJUNÇÕES LEVES (VERSÃO II)

____________________; e _____________________
Ou _________________; ou ___________________
____________________; mas___________________
____________________; pois_______________
____________________; porque________________
____________________; que___________________

Cuidado com a conjunção “e”:

2
Aqui existe uma pequena polêmica. Para alguns gramáticos, a vírgula antes das conjunções coordenadas (principalmente a E) é
obrigatória. Entretanto, gramáticos renomados, como Evanildo Bechara e Celso Cunha discordam dessa opinião. Para Bechara “A
vírgula pode ser usada para separar orações coordenadas aditivas ainda que sejam iniciadas pela conjunção E, proferida com pausa” (
Moderna Gramática da Língua Portuguesa, p.609). Para Cunha, a vírgula antes do E só aparecerá se os sujeitos das duas orações forem
diferentes.
3
Para Bechara e Cunha é possível, antes de conjunções adversativas, usar também o PONTO-E-VÍRGULA quando há a
intenção de realçar o contraste entre as duas orações.
189
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
a) O homem chegou e fez logo o seu serviço.

Para os gramáticos é proibida, pois os sujeitos das duas orações são iguais. Contudo, o
CESPE já interpretou como facultativa.

b) O tempo muda tudo, e as pessoas buscam, às vezes, o seu melhor.

Para a maioria dos gramáticos é obrigatória, pois os sujeitos das orações são diferentes.
Contudo, o CESPE já interpretou como facultativa.

c) O amor colocou tudo em desordem no coração do homem, e estava feliz.

Vírgula obrigatória, pois a conjunção “e” tem valor de “mas”.

d) O Brasil venceu a Copa, e todos foram às ruas comemorar.

Vírgula obrigatória, pois a conjunção “e” tem valor de “portanto”.

e) A conjunção “e” nunca fica entre vírgulas:

- O time jogou bem, e, depois de muitas tentativas, o atacante fez o gol.

Obs.: quem está entre vírgulas é o adjunto adverbial “depois de muitas tentativas”.

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO I)

____________________, porém________________
____________________, contudo_______________
____________________, todavia _______________
____________________, entretanto_____________
____________________, no entanto_____________
____________________, em contrapartida_______
____________________, todavia________________
____________________, portanto_______________
____________________, logo__________________
____________________, assim_________________

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO II)

(Essa versão somente será possível quando a conjunção estiver deslocada do verbo ou
do sujeito).

____________________, porém,________________
____________________, contudo,_______________
____________________, todavia, _______________

190
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
____________________, entretanto,____________
____________________, no entanto,____________
____________________, em contrapartida,______
____________________, todavia,_______________
____________________, portanto,______________
____________________, logo,_________________
____________________, assim,________________

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO III)

____________________; porém________________
____________________; contudo_______________
____________________; todavia _______________
____________________; entretanto_____________
____________________; no entanto_____________
____________________; em contrapartida_______
____________________; todavia________________
____________________; portanto_______________
____________________; logo__________________
____________________; assim_________________

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO IV)

____________________. Porém,________________
____________________. Contudo,______________
____________________. Todavia, ______________
____________________. Entretanto,____________
____________________. No entanto,____________
____________________. Em contrapartida,______
____________________. Todavia,_______________
____________________. Portanto,______________
____________________. Logo,_________________
____________________. Assim,________________

i) para indicar a elipse de um elemento da oração:

Obs.: Elipse quer dizer apagamento.

- Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um animal.

- O europeu costuma beber vinho em suas refeições; o sul-americano, refrigerante.

j) após a saudação em correspondência (social e comercial):

191
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Atenciosamente,

- Respeitosamente,

k) para isolar as orações adjetivas explicativas:

A)Explicativas: com vírgula(s), mas sem subentendidos.

B) Restritivas: sem vírgula(s), mas com subentendidos.

i- Sofre na vida o homem que não reconhece seus erros.

(Apenas os homens que não reconhecem seus erros sofrem).

ii- Sofre na vida o homem, que não reconhece seus erros.

(Todos os homens sofrem na vida).


- Dilma Russef, que é a ex-Presidente do Brasil, foi acusada de fraude fiscal.

- Os médicos, que nem sempre tratam bem os pacientes, receberam um “não” do


Conselho Regional de Medicina quanto ao aumento de salário.

- Por ser fã de águas profundas e de grandes deslocamentos, esse gigantesco bicho, que
pode chegar a 2 toneladas, dá muito trabalho para ser estudado.

- Fortaleza, onde há muitos concurseiros, é referência quando se fala em aprovação.

- O homem, cujo destino fatal é morte, mistifica a vida para suportá-la.

l) para isolar orações intercaladas:

- A maior invenção do mundo, exemplifica o escritor em entrevista ao jornal, é o papel


higiênico.

- Não lhe posso, respondi secamente, garantir nada.

2. PONTO

Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de um frase declarativa


de um período simples ou composto.
Desejo-lhe uma feliz viagem.

A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu


interior era conservado com primor.

O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. =


fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto
final.

3. PONTO E VÍRGULA

Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula,


praticamente uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula. Geralmente, emprega-
se o ponto-e-vírgula para:

a) separar orações coordenadas cujo sentido anterior deve ser enfatizado:

- A maioria dos alunos passou de ano; porém não houve a tradicional festa de formatura.

b) num trecho longo, onde já existam vírgulas, para enunciar pausa mais forte.

- “A introdução dos computadores pode acarretar duas consequências: uma, de natureza


econômica, é a redução de custos; a outra, de implicações sociais, é a demissão de
funcionários”.

- Vamos formar três equipes: João, Paulo e Carlos pertencem ao grupo azul; Maria, Jorge
e Rute, ao vermelho; e Otávio, Andréa e Lucas, ao branco.

c) separar vários itens de uma enumeração:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais.

(Constituição da República Federativa do Brasil)

4. DOIS-PONTOS

Os dois-pontos são empregados para:

a) uma enumeração:

- Comprou dois presentes: um livro e uma camiseta regata.

Obs.: Veja que, se os dois-pontos fossem substituídos por vírgula, os sentidos originais
seriam alterados, mas a correção gramatical seria preservada.
193
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
b) uma citação:

- Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:


― Afinal, o que houve?

- Irritada, Dilma declarou: “Não há crise no Brasil”.

c) um esclarecimento:

- Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse,
mas para magoar Lucila.

Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de exemplos,


notas ou observações.

- Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplos:


ratificar/retificar, censo/senso, descriminar/discriminar etc.

- Nota: A preposição per, considerada arcaica, somente é usada na frase de per si (= cada
um por sua vez, isoladamente).

NOTA
A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de
dois-pontos ou de vírgula:
Querida amiga:
Prezados senhores,

5. PONTO DE INTERROGAÇÃO

O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda


que esta não exija resposta:

O criado pediu licença para entrar:


- O senhor não precisa de mim?
- Não obrigado. A que horas janta-se?
- Às cinco, se o senhor não der outra ordem.
- Bem.
- O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou a cavalo?
- Não.
(José de Alencar)

6. PONTO DE EXCLAMAÇÃO

O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado


com entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro,
194
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
indignação etc.
- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível e
muito repousante, Jacinto!
- Então janta, homem!
(Eça de Queiroz)

NOTA
O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas:
Oh!
Valha-me Deus!

7. RETICÊNCIAS

As reticências são empregadas para:

a) assinalar interrupção do pensamento:

- Bem, eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meu dever. Mas o
mundo saberá...
(Júlio Dinis)

b) indicar passos que são suprimidos de um texto:

Assim, só aparece aos nossos olhos uma verdade que seria riqueza, fecundidade, força
doce e insidiosamente universal. E ignoramos, em contrapartida, a vontade de verdade,
como prodigiosa maquinaria destinada a excluir todos aqueles *...+.
(FOUCAULT: A ordem dos discursos).

c) marcar aumento de emoção:


- As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa da turvação do
infeliz, foram estas: "Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino... Perdi-te...
Bem sabes que sorte eu queria dar-te... E morro, porque não posso, nem poderei jamais
resgatar-te”.
(Camilo Castelo Branco)
8. ASPAS

As aspas são empregadas:

a) antes e depois de citações textuais:

- Roulet afirma que "o gramático deveria descrever a língua em uso em nossa época, pois
é dela que os alunos necessitam para a comunicação quotidiana".

b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões populares ou


vulgares:

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil
está cada vez mais descarado.

- Depois daquele encontro, ele saiu “queimado” da reunião.

- Com a chegada da polícia, os três suspeitos "puxaram o carro" rapidamente.

- Eu vou “ferrar” você!!!

c) para realçar uma palavra ou expressão:

- Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um "não" sonoro.


- A partícula “se” tem muitas funções.

9. TRAVESSÃO

Emprega-se o travessão para:

a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo:

― Que gente é aquela, seu Alberto?


― São japoneses.
― Japoneses? E... é gente como nós?
― É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são amarelos.
― Mas, então não são índios?

(Ferreira de Castro)

b) colocar em relevo certas palavras ou expressões:

Um novo livro ─ muito bem comentado pela crítica ─ foi lançado na livraria do centro.

Um grupo de turistas estrangeiros ― todos muito ruidosos ― invadiu o saguão do hotel


no qual estávamos hospedados.

10. PARÊNTESES

Os parênteses são empregados para:

a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário:

- Além dos bombeiros e da Defesa Civil, trabalham no resgate equipes do Instituto


Geológico (IG) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do governo de São Paulo, e a
Polícia Civil do Guarujá (litoral de SP).

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
b) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos
travessões:
- Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os
carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01

01- (MANAUPREV FCC 2015) Atente para as frases abaixo sobre a pontuação do texto.

I. No segmento

“Uma revista de vanguarda reúne algumas dessas representações, desde uma tapeçaria
persa do século IV, onde aparece a palmeira heráldica, até Chirico, o criador da árvore
genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título: Decadência da Árvore”. (3º parágrafo),

a vírgula pode ser corretamente suprimida, uma vez que é seguida da conjunção aditiva
"e".

II. No segmento

“Grave e solitário, o tronco vive num estado de impermeabilidade ao som, a que os


humanos só atingem por alguns instantes e através da tragédia clássica. Não logramos
comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo à nossa
domesticidade, consideramo-lo um elemento da paisagem, e pintamo-lo”. (2º parágrafo),

o ponto final pode ser corretamente substituído por ponto e vírgula, feita a alteração
entre maiúscula e minúscula.

III. No segmento

“Já em Picasso a árvore se torna raríssima, e a aventura humana seduz mais o pintor do
que o fundo natural em que ela se desenvolve”. (3º parágrafo),

o acréscimo de uma vírgula imediatamente após "pintor" acarretaria a separação


equivocada do verbo e seu complemento.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e II.

(B) III.

(C) II.

(D) II e III.

(E) I.

197
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
02- (TRE PIAUÍ CESPE 2016) A correção e a coerência do texto Elegibilidade dos
analfabetos:...seriam mantidas caso

A) a vírgula que sucede o nome “voto” fosse substituída por ponto, com a devida
alteração de maiúscula e minúscula.

“Durante o período colonial, os analfabetos tinham direito ao voto, ainda que mitigado e
suprimido, por meio do processo chamado voto ‘cochichado’. Nesse caso, as intenções de
voto de um analfabeto eram ouvidas por terceiros letrados”.

B) se eliminasse a vírgula empregada logo após o vocábulo “Saraiva”.

“Contudo, foi somente ao final do Império que esse direito foi totalmente retirado dos
brasileiros analfabetos por meio do Decreto n.º 3.029/1881, a chamada Lei Saraiva, que
instituiu um censo literário nos termos propostos por Rui Barbosa à época”.

C) o ponto que sucede o nome “país” fosse substituído por vírgula, com a devida
alteração de maiúscula e minúscula.

“Por sua vez, a elegibilidade, que constitui o direito de ser votado, em nenhuma
oportunidade foi reconhecida aos analfabetos na história breve de nosso país. Pelo
contrário, pouco se discute e pouco se discutiu sobre tal direito, e, reiteradamente, o tema
vem sendo esquecido no processo de consumação de uma cidadania plena, com acesso a
todos os direitos de participação política”.

D) se inserisse uma vírgula logo após o vocábulo “nacional”.

“A discussão sobre a participação dos analfabetos na vida política nacional remonta aos
tempos do Brasil colônia e se mantém durante a formação da sociedade brasileira e os
processos de reconhecimento de direitos e de visibilidade social das diferentes parcelas
sociais anteriormente excluídas do processo democrático”.

E) se inserisse uma vírgula logo após o vocábulo “colônia”.

“A discussão sobre a participação dos analfabetos na vida política nacional remonta aos
tempos do Brasil colônia e se mantém durante a formação da sociedade brasileira e os
processos de reconhecimento de direitos e de visibilidade social das diferentes parcelas
sociais anteriormente excluídas do processo democrático”.

03- (CETREDE 2015) Indique o período INCORRETO em relação ao uso da vírgula.

a) A vida, meus amigos, é um mergulho na bruma.


b) Um touro, um búfalo e um cavalo, devem ter feito esse estrago.
c) O homem velho, aborrecido, afastou-se devagar.
d) No chão, vários objetos quebrados.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) A casa, onde morava, era linda

04- (TRE PERNAMBUCO CESPE 2016) A correção gramatical e o sentido original do


texto Aspectos polêmicos das novas regras... seriam mantidos caso fosse inserida
vírgula imediatamente após

A) “recebido”.

“Antes da edição da Res.-TSE n.º 23.432/2014, a Res.-TSE n.º 21.841/2004 disciplinava os


processos de 16 prestação de contas dos partidos políticos e a tomada de contas especial,
sendo esta última um procedimento administrativo de controle, de caráter excepcional,
instaurado contra os partidos políticos que, tendo recebido recursos oriundos do Fundo
Partidário, não apresentassem suas contas ou não comprovassem a aplicação regular dos
recursos após trânsito em julgado da decisão que julgasse as contas irregulares ou as
considerasse não prestadas”.

B) “decisão”.

“...dos recursos após trânsito em julgado da decisão que julgasse as contas irregulares ou
as considerasse não prestadas”.

C) “recursos”.

“Haja vista as disposições contidas na 25 Res.-TSE n.º 21.841/2004, no processo de


prestação de contas partidárias, apreciava-se a regularidade da captação e dos gastos
dos recursos sem a aferição de eventual responsabilidade do ordenador de despesas
incumbido de controlar a gestão das finanças”.

D) “também”.

“A obrigatoriedade de prestação de contas anualmente é imposta aos partidos políticos e


encontra-se disciplinada na Lei n.º 9.096/1995, também conhecida como Lei dos Partidos
Políticos, que trata das finanças e da contabilidade dos partidos políticos”.

E) “políticos”.

“Antes da edição da Res.-TSE n.º 23.432/2014, a Res.-TSE n.º 21.841/2004 disciplinava os


processos de prestação de contas dos partidos políticos e a tomada de contas especial,
sendo esta última um procedimento administrativo de controle, de caráter excepcional,
instaurado

05- (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CESPE 2015 NÍVEL MÉDIO)

“ ‘O preconceito linguístico é um equívoco, e tão nocivo quanto os outros. Segundo


Marcos Bagno, especialista no assunto, dizer que o brasileiro não sabe português é um
dos mitos que compõem o preconceito mais presente na cultura brasileira: o linguístico’.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
A redação acima poderia ter sido extraída do editorial de uma revista, mas é parte do
texto O oxente e o ok, primeiro lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua
Portuguesa Escrevendo o Futuro, realizada pelo Ministério da Educação em parceria com
a Fundação Itaú Social e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação
Comunitária (CENPEC)”.

( ) Os trechos “especialista no assunto”, “o linguístico” e “primeiro lugar na categoria


opinião da 4.ª Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro” exercem a mesma
função sintática, a de aposto.

06- (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CESPE 2015 NÍVEL SUPERIOR)

“A tendência é que, à medida que esse mercado se desenvolva no Brasil, aumentem as


oportunidades nos próximos anos. Em momentos de incerteza econômica, buscar soluções
para aumentar a produtividade é uma escolha certeira para sobreviver e prosperar: nesse
sentido, as empresas brasileiras estão fazendo o dever de casa”.

( ) Preservam-se as relações sintáticas e a correção gramatical entre as orações ao


substituir o sinal de dois-pontos por ponto e vírgula ou vírgula.

07- (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CESPE 2015 NÍVEL SUPERIOR)

“Se observarmos as nações desenvolvidas, verificaremos que elas se destacam em termos


de produtividade total dos fatores, ou seja, são países que tornaram as economias mais
eficientes e produtivas e contam não só com a eficácia das máquinas e dos equipamentos
de seu parque industrial, mas também com o acesso a insumos mais sofisticados e
adequados, com mão de obra bem educada e formada, infraestrutura adequada e custos
justos de transação”.

( ) Para a retomada de ideias na organização das orações do texto, admite-se, após


“fatores”, a substituição da vírgula por ponto e vírgula.

08- (TJ DF SERVIDOR CESPE 2015)

“O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso. Enquanto cientistas e governos
buscam novas fontes de energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT”

( ) A vírgula empregada logo depois de “sustentáveis” é obrigatória, e sua supressão


prejudicaria a correção gramatical do texto.

09- (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CESPE 2015 NÍVEL MÉDIO)

Os juízes que se deparam com o tema dos conflitos familiares e da violência doméstica
assistem a situações de violência extrema, marcadas pelo abuso das relações de afeto e
parentesco, pela deslealdade nas relações íntimas de afeto e confiança. A violência
doméstica exclui e segrega os integrantes da família, pois as vítimas são muitas vezes
consideradas responsáveis pelas agressões que sofrem. É a mulher agredida quem “gosta

200
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
de apanhar”, é a criança espancada quem “provoca” os pais. Obviamente os membros da
família ficam apavorados diante da possibilidade da agressão e da exclusão e temem pela
própria vida quando dependem da família para sobreviver emocional ou materialmente.
Assim, todos são atingidos pela agressão a um deles dirigida.

( ) No primeiro parágrafo, as aspas foram empregadas em trechos que reproduzem


discursos de outras pessoas, e não da autora do texto.

10- (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CESPE 2015 NÍVEL MÉDIO)

“Estação do ano mais aguardada pelos brasileiros, o verão não é sinônimo apenas de
praia, corpos à mostra e pele bronzeada”.

( ) Seria mantida a correção gramatical do período caso o fragmento “Estação do ano


mais aguardada pelos brasileiros” fosse deslocado e inserido, entre vírgulas, após
“verão”, feitos os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas.

11- (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CESPE 2015 NÍVEL MÉDIO)

“O calor extremo provocado por massas de ar quente ― fenômeno comum nessa época
do ano, mas acentuado na última década pelas mudanças climáticas ― traz desconfortos
e riscos à saúde. Não se trata somente de desidratação e insolação. Um estudo da
Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o
momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência
renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades”.

( ) O emprego da vírgula após “momento” explica-se por isolar o adjunto adverbial,


que está anteposto ao verbo, ou seja, deslocado de sua posição padrão.

12- (SABESP FCC 2014 ANALISTA)

Com respeito à pontuação, considere as seguintes afirmações.

I- No segmento

“A praça, aliás, era já uma herdeira pobre da ágora, da praça ateniense, que não foi lugar
do footing ou da conversa mole, mas da decisão política. A ágora era praça no sentido
forte, onde as questões cruciais da coletividade eram debatidas e decididas”,

pode-se suprimir a vírgula colocada imediatamente após ágora sem prejuízo para o
sentido e a correção.

II. Na frase

“Já a rua é caminho de ida sem volta; fica-se na praça, anda-se na rua. Vai-se, sai-se”,

201
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
o ponto e vírgula após “volta” pode ser substituído por dois-pontos, sem prejuízo para o
sentido e a correção.

III. Na frase

“Continuam existindo elos fortes, os da intimidade, do amor, da grande amizade. Mas


os elos que se abrem para o social mudaram de natureza”,

a vírgula colocada imediatamente após fortes pode ser substituída por um travessão, sem
prejuízo para o sentido e a correção.

Está correto o que se afirma APENAS em:

(A) I e III.

(B) III.

(C) I e II.

(D) II.

(E) II e III.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C E B C C C C C C C
11 12
E E

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 03

01. Assinale a sequência correta dos sinais de pontuação que devem ser usados nas
lacunas da frase abaixo. Não cabendo qualquer sinal, O indicará essa inexistência:

‘Aos poucos .... a necessidade de mão-de-obra foi aumentando .... tornando-se


necessária a abertura dos portos .... para uma outra população de trabalhadores .....
os imigrantes’.

a) O - ponto e vírgula - vírgula - vírgula


b) O - O - dois pontos - vírgula
c) vírgula, vírgula - O - dois pontos
d) vírgula - ponto e vírgula - O - dois pontos
e) vírgula - dois pontos - vírgula - vírgula

202
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
02. (IBGE) Assinale a sequência correta dos sinais de pontuação que devem preencher
as lacunas da frase abaixo. Não havendo sinal, O indicará essa inexistência.

“Na época da colonização ..... os negros e os indígenas escravizados pelos brancos


..... reagiram ..... indiscutivelmente ..... de forma diferente”.

a) O - O - vírgula - vírgula
b) O - dois pontos - O - vírgula
c) O - dois pontos - vírgula - vírgula
d) vírgula - vírgula - O - O
e) vírgula - O - vírgula - vírgula

03. Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada:

a) O sol que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário.


b) Ele, modestamente se retirou.
c) Você pretende cursar Medicina; ela, Odontologia.
d) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja.
e) Estas cidades se constituem, na maior parte de imigrantes alemães.

04. No período a seguir: “Os textos são bons e entre outras coisas demonstram que há
criatividade”. Cabem no máximo:

a) 3 vírgulas
b) 4 vírgulas
c) 2 vírgulas
d) 1 vírgula
e) 5 vírgulas

05. Assinale o texto de pontuação correta:

a) Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma comadre, minha avó.
b) Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-me: provocava risos, muxoxos,
palavrões.
c) A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam deles os outros, sem que
este riso os impeça de conservar as suas roupas e o seu calçado.
d) Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliam muito dócil muito leve,
como os pedaços da carta de ABC, triturados soltos no ar.
e) Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tarde notei, que me achava lá,
numa sala pequena.

Instruções para as questões de números 06 e 07:


Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação, assinale a letra que
corresponde ao período de pontuação correta:

06.
a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião ficou mais animada.

203
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou mais animada.
c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião ficou mais animada.
d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião, ficou mais animada.
e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou, mais animada.

07.
a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu venho.
b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que eu venho.
c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que eu venho.
d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que eu venho.
e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que eu venho.

08. Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que


corresponde ao período de pontuação correta:

a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio.


b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.
d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.
e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio.

Gabarito

01 02 03 04 05 06 07 08

C E C A C C D E

RELAÇÃO DE COORDENAÇÃO ENTRE OS TERMOS DA ORAÇÃO

ORAÇÕES COORDENADAS

Conceitos básicos.

FRASE:

Todo enunciado linguístico dotado de sentido pode ser chamado de frase.

- Sinto muito, meu bom amigo!


- Tchau!
- Não esqueço aquele dia.

ORAÇÃO:
Todo enunciado linguístico dotado de sentido e com presença de verbo ou locução
verbal.
204
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- As verdades esquecidas mostraram que somos um país sem memória histórica.

PERÍODO:

É a frase constituída de uma ou mais orações. Um período é delimitado pelos seguintes


sinais gráficos: ponto final, ponto de interrogação e ponto de exclamação.

Exemplo:

“Num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, o ensino de ciências deve começar
na pré-escola. Aprendendo desde cedo, as crianças incorporarão o pensamento científico
à rotina de suas vidas e descobrirão belezas e mistérios inacessíveis aos que desconhecem
os princípios segundo os quais a natureza se organizou”.

Orações coordenadas
Princípios:
a) São estruturas independentes.
b) Podem ser ligadas, ou não, por conjunção.
c) São, portanto, sindéticas ou assindéticas.
Demonstrando os princípios:
a) A criança comeu todo o lanche. A criança estava faminta. (orações independentes)
b) A criança comeu todo o lanche, pois estava faminta.
(período composto sindético)
c) A criança comeu todo o lanche: estava faminta.
(período composto assindético)

Períodos sindéticos versus períodos assindéticos

Obs.: as conjunções funcionam como um GPS de sentidos: elas orientam como o leitor
deve interpretar a frase. Daí sua importância.

SINDÉTICOS: quando vêm introduzidos por conjunção.


- A prefeitura negou a fraude e mostrou provas a seu favor.
- Joana deu à luz um lindo bebê, portanto estava muito feliz.
- Comemoramos muito o título, pois a conquista foi espetacular.
ASSINDÉTICOS: quando não vêm introduzidos por conjunção.

Obs.: nesse caso, como o leitor não tem o “GPS”, ele fica, por um momento, sem
orientação, sem entender direito o texto. A frase não costuma ser agradável ao leitor, por
isso desperta a suspeita de que esteja gramaticalmente errada. Contudo, não está.

205
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- A prefeitura negou a fraude, mostrou provas a seu favor.
- Joana deu à luz um lindo bebê; estava muito feliz.
- Comemoramos muito o título: a conquista foi espetacular.

Obs.: costuma-se usar uma (01) vírgula nas assindéticas aditivas e alternativas, ponto e
vírgula nas conclusivas e dois pontos nas explicativas. Isso, contudo, não é uma regra, é
um costume seguido por muitos bons redatores. A vírgula e o ponto e vírgula podem
isolar todas as coordenadas assindéticas. Por outro lado, é quase um consenso que só as
explicativas podem ser isoladas por dois pontos.

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS

1. Aditivas

► Expressam uma adição, uma sequência de informações:

- Todos deixaram a sala de aula mais cedo e foram ao intervalo.

- Dez brasileiros foram barrados no aeroporto alemão, e três, no francês.

- Não falta um dia, não deixa de anotar nada, não esquece um trabalho nem se nega a
ajudar os colegas.

- Hoje, não cozinho nem lavo a louça.

- O marido não só trabalha dez horas por dia, mas também ajuda nas tarefas domésticas.

Principais conjunções aditivas: e; nem (= e não); (não só)... mas também; (não
somente)...mas ainda; (não apenas)...senão também; (não somente)...como também;
(não só)...bem como.

2. Adversativas

Expressam a valor de oposição, contraste, restrição ou mudança de assunto:


- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; PORÉM aquela semana foi de muita chuva.
(oposição)

Pontuações possíveis para um mesmo período:

- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; aquela semana, PORÉM, foi de muita chuva.
(construção culta)

- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; aquela semana foi, PORÉM, de muita chuva.
(construção culta)

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- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; aquela semana foi de muita chuva, PORÉM.
(construção cultíssima)

- A seleção brasileira jogou muito mal, ENTRETANTO venceu o jogo. (contraste)

- A vida é frágil e complexa, MAS é a única que temos. (restrição)

- Seu jantar estava maravilhoso, TODAVIA não precisava ter duas sobremesas. (restrição)

 Corrupção é o tema do dia, MAS vamos falar de futebol. (a conjunção “mas” indica
mudança de assunto).

Principais conjunções adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto,


entretanto, em contrapartida, não obstante, senão (= mas sim), ainda assim.

CUIDADO!!!!

Quando a conjunção MAS não pode substituir suas correspondentes

- As iniciativas do novo governo não receberam críticas da imprensa escrita ou mesmo


televisiva; a oposição, entretanto, disse que os jornalistas estão “pegando leve” com
Temer. (USO CORRETO).

- As iniciativas do novo governo não receberam críticas da imprensa escrita ou mesmo


televisiva; a oposição, mas, disse que os jornalistas estão “pegando leve” com Temer.
(USO INCORRETO).

3. Alternativas
Expressam alternância de ideias ou revezamento de ações:

- Venha logo ou perderá a sua vaga.

- Ora bebiam, ora comiam.

- Quer em casa, quer no trabalho ele sempre arranja confusão.

- Talvez chegue cedo, talvez demore muito.

Principais conjunções alternativas: ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer ... quer,
seja...seja..., talvez...talvez.

4. Conclusivas
Expressam ideia de conclusão, consequência (ou seja, dizem aquilo que não pode
ser evitado):

207
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- O novo contratado saiu-se muito bem no primeiro mês; merece, pois, toda a confiança
da empresa.

- Os cães passaram três dias sem comer, portanto estavam famintos.

- Os preços dos carros caíram muito nos últimos anos, logo é normal o aumento dos
engarrafamentos nas grandes cidades.

- Os preços dos carros caíram muito nos últimos anos; é, logo, normal o aumento dos
engarrafamentos nas grandes cidades.

Principais conjunções conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao


verbo), por isso, então, em vista disso, assim.

5. Explicativas
Indicam uma justificativa ou uma explicação ao fato expresso na primeira oração:

- Ele foi à praia, pois estava muito estressado.

- Vista-se logo, que seu pai já está chegando.

- A jovem chegou muito tarde ao trabalho, porquanto seu carro quebrara no caminho.

- Ela mudou a cor do cabelo, porque vivia uma nova fase de sua vida.

Principais conjunções explicativas: porque, porquanto, que, pois (anteposto ao verbo).

PORQUE, QUE, POIS, PORQUANTO 100% EXPLICATIVOS

a) Terão o seu primeiro verbo no modo imperativo.


Ou
b) Não se notará relação de causa e efeito entre as orações.

Quando o “GPS” está “desatualizado”

Quando as conjunções são utilizadas de forma errada, as relações de sentido “entram em


colapso”, e o texto não faz sentido. Veja:

- Todos deixaram a sala de aula mais cedo, mas foram ao intervalo.

- A seleção brasileira jogou muito mal, logo venceu o jogo.

- Venha logo, porém perderá a sua vaga.

208
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- O novo contratado saiu-se muito bem no primeiro mês, porque merece toda a confiança
da empresa.

- Ela mudou a cor do cabelo, portanto vivia uma nova fase de sua vida.

PARTICULARIDADES

► Com relação às orações coordenadas ainda se deve levar em conta que:

1) As orações coordenadas sindéticas aditivas podem estar correlacionadas através das


expressões: (não só)... mas também, (não somente)... mas ainda, (não só)... como
também. Exemplo:

- Não só se dedica aos esportes, como também à música.

- Não só fez o gol do título, mas também se sagrou artilheiro do campeonato.

2) A conjunção Que pode ter valor:

a) Aditivo:

- Ela varre QUE varre a sala, e não se cansa. (Varre e Varre.)

- menino fala QUE fala!!! Não para um instante! (Fala e fala.)

b) Adversativo:

- Todos receberão os salários hoje, que não você.

- Os funcionários da tesouraria, que não os diretores, estão dispensados despois das três
da tarde.

3) A conjunção E pode assumir valor adversativo ou conclusivo, também:

- Um homem estranho me perseguiu até a entrada do trabalho, e não senti medo.

- As passagens aéreas estão, no momento, muito abaixo do preço; e os aeroportos,


abarrotados de gente, como nunca se viu.

QUADRO DE MEMORIZAÇÃO

As conjunções COORDENATIVAS são classificadas em: aditivas, adversativas,


alternativas, conclusivas e explicativas, de acordo com o sentido das relações que
estabelecem.

209
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
CLASSIFICAÇÃO SENTIDO CONJUNÇÕES E
LOCUÇÕES

ADITIVAS
Adição E
Soma NEM (= e não)
Sequência de (NÃO SÓ)... MAS
informações TAMBÉM
(NÃO SÓ)... COMO
TAMBÉM
(NÃO APENAS)...MAS
AINDA
(NÃO SOMENTE)...SENÃO
TAMBÉM
(NÃO SOMENTE)...BEM
COMO
QUE (= e)

ADVERSATIVAS MAS
PORÉM
CONTUDO
Oposição ENTRETANTO
Contraste TODAVIA
Restrição (ressalva) NO ENTANTO
Mudança de assunto EM CONTRAPARTIDA
SENÃO
AINDA ASSIM
EXCETO
SALVO
NÃO OBSTANTE

OU...OU
ORA...ORA
Alternância de ideias QUER...QUER
ALTERNATIVAS
Exclusão SEJA...SEJA
JÁ...JÁ
NEM...NEM
TALVEZ...TALVEZ

210
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
LOGO
PORTANTO
CONCLUSIVAS
Conclusão POR CONSEGUINTE
Consequência POR ISSO
Ilação* ASSIM
ENTÃO
POIS (posposto ao verbo)

Explicação (a fato já QUE


expresso) PORQUE
EXPLICATIVAS
Justificativa PORQUANTO
POIS (anteposto ao verbo)

 ILAÇÃO = ação de inferir, de concluir; inferência; conclusão,


consequência, corolário, dedução, entrelinhas, indução, induzimento, inferência,
resultado, solução.

EXERCÍCIO 01

Texto I

“Em um dado momento ou em outro, passa pela cabeça da maioria das pessoas a
ambição de largar tudo e ir viver uma vida tranquila em outro lugar. Mudar de vida pode
ser uma excelente solução para a tensão, dependendo evidentemente da vida que se
leva. Qualquer decisão nesse sentido, porém, deve levar em conta um fato da natureza:
ninguém pode evitar completamente situações estressantes. O estresse não é doença, e,
sim, uma reação instintiva ao perigo real ou imaginário ou a uma situação de desafio.
“Uma cascata bioquímica que prepara o corpo para lutar ou fugir”, na definição do
manual de técnicas para aliviar o estresse, elaborado pela Escola de Medicina de Harvard,
um centro de excelência nos Estados Unidos da América”.

►Use “C” para correto e “E” para errado

01- Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao substituir “porém”


(depois de “nesse sentido”) por “mas”.

211
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
02- A conjunção “ou” (início do texto) estabelece relação de alternância. Acrescenta-se
que seria possível substituí-la pela conjunção “seja”. Tal mudança mantém a ideia de
alternatividade e a correção do período.

03- Por cumprir papel copulativo, a conjunção “e” (depois de “largar tudo”) permite
substituição por “mas”.

04- O valor adversativo da conjunção “e” (antes de “não é doença”) permite sua
substituição por “mas”, sem que a argumentação do texto seja prejudicada.

05- Por desempenhar papel explicativo, “que” (depois de “se leva”) poderia ser
substituído por “, pois”, sem que os sentidos nem a correção gramatical fossem
comprometidos.

06- “Ou” em “prepara o corpo para lutar ou fugir” estabelece coordenação entre termos
nominais, o que descarta a hipótese de se ter qualquer tipo de oração.

GABARITO

01 02 03 04 05 06
E E E C E E

EXERCÍCIO 02

A questão mais importante para entender a reforma tributária é saber por que a estamos
propondo. Não é um projeto que sai do nada, mas que herda muito das discussões
realizadas sobre o tema desde o início da década passada no Brasil. Naturalmente este
tem algumas diferenças em relação aos projetos anteriores. A principal é que prevê um
prazo longo de transição, um modelo importante para viabilizar política e tecnicamente
sua implantação.

Bernard Appy. Mudanças favorecem o crescimento. In: Cadernos de Problemas


Brasileiros, n.º 391, jan./fev./2009 (com adaptações).

Considerando as relações sintático-semânticas do texto, use C para certo e E para errado.


01- A conjunção “mas” (segundo período) poderia ser substituída por “em
contrapartida”, sem que os sentidos e as estruturas sintáticas do período não fossem
comprometidas.

02- O pronome “este” (3º período) refere-se a “projeto” (2º período).

03- A oração “que sai do nada” poderia ser inaugurada por uma vírgula sem que os
sentidos e classificação sintática sejam comprometidos.

04- Depois de “naturalmente” (3º período) uma vírgula poderia existir, sem que nenhum
prejuízo fosse causado ao texto.

212
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
05- Levando em conta que os sentidos originais serão alterados, uma maneira de
conectar o penúltimo período ao último seria assim: no lugar de “A principal é” usar
“, uma vez”.

06- A inserção de uma conjunção coordenativa “e” no lugar da vírgula presente no último
período não alteraria as relações de sentido do texto.

07- O trecho “um modelo importante para viabilizar política e tecnicamente sua
implantação” (último período) funciona como aposto enumerativo da expressão “um
prazo longo de transição”.

01 02 03 04 05 06 07
E C E C C E E

EXERCÍCIO 03

01- MPU Analista (2010)


“Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar a eficiência, a produtividade e a
competitividade nos processos gerenciais e nos produtos e serviços das organizações. Ou
seja, é o fermento do crescimento econômico e social de um país. Para isso, é preciso
criatividade, capacidade de inventar e coragem para sair dos esquemas tradicionais.
Inovador é o indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em situações com as
quais ele se defronta. É preciso uma atitude de abertura para as coisas novas, pois a
novidade é catastrófica para os mais céticos. Pode-se dizer que o caminho da inovação é
um percurso de difícil travessia para a maioria das instituições. Inovar significa
transformar os pontos frágeis de um empreendimento em uma realidade duradoura e
lucrativa”.

( ) O período sintático iniciado por “Inovar significa” estabelece, com o período


anterior, relação semântica que admite ser explicitada pela expressão Por conseguinte,
escrevendo-se: Por conseguinte, inovar significa (...).

02- MPU Analista (2010)


“Nós, seres humanos, somos seres sociais: vivemos nosso cotidiano em contínua
imbricação com o ser de outros. Isso, em geral, admitimos sem reservas. Ao mesmo
tempo, seres humanos, somos indivíduos: vivemos nosso ser cotidiano como um contínuo
devir de experiências individuais intransferíveis”.

( ) O sinal de dois-pontos (depois de “somos indivíduos”) tem a função de introduzir


uma explicação para as orações anteriores; por isso, em seu lugar, poderia ser escrito
“porque”, sem prejuízo para a correção gramatical do texto ou para sua coerência.

213
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
03- PREVIC Superior (2011)
“Nas últimas décadas, os fundos de pensão assumiram papel de fundamental importância
nas principais economias do mundo. Governos empenhados em reformar seus sistemas
de previdência têm incentivado a expansão dos regimes privados, seja como um
complemento para o regime público, seja como uma alternativa para substituí-lo. Em
nenhuma outra parte do mundo, esta última alternativa foi tão vigorosa como na América
Latina. Os fundos de pensão estão crescendo rapidamente e se colocam no centro do
debate sobre o desenvolvimento econômico e social dos países da região”.

( ) Se a conjunção “e” fosse substituída pela conjunção “mas”, antecedida de vírgula,


seria mantida a correção gramatical do período, mas a relação entre as ideias expressas
seria alterada.

04- SERPRO Analista (2012)

“Era uma vez uma rotina em que criança bem-criada e educada era aquela que tinha
horário para tudo e não misturava as coisas: brincar era brincar, estudar era estudar.
Pobres dos pais que ainda alimentam alguma ilusão de ritmo sequencial”.

( ) O sinal de dois-pontos depois de “coisas” tem a função de introduzir uma


explicação, ou justificativa, para a ideia expressa nas orações anteriores. Essa função
deixaria de ser marcada pela pontuação caso esse sinal fosse substituído pelo ponto —
com o correspondente ajuste na letra inicial de “brincar” —, mas a coerência e a correção
gramatical do texto seriam preservadas.

05- SERPRO Analista (2012)

“Pobres dos pais que ainda alimentam alguma ilusão de ritmo sequencial. Cercadas de
aparelhos eletrônicos que dominam desde cedo, as crianças da era dos estímulos
constantes e simultâneos são capazes de executar três, quatro, cinco atividades ao
mesmo tempo — e prestar pelo menos alguma atenção a todas elas. São crianças
multitarefa e encaram isso com total naturalidade”.

( ) A organização dos argumentos mostra que o conectivo “e” em “e encaram” tem o


valor de mas e por essa conjunção poderia ser substituído, sem prejuízo da coerência ou
da correção do texto.

06- PREFEITURA DE BOA VISTA Analista (2010).


“Assim, o drama da desigualdade não constitui apenas um problema de distribuição mais
justa da renda e da riqueza: envolve a inclusão produtiva digna da maioria da população
desempregada, subempregada, ou encurralada nos diversos tipos de atividades informais.
Um PIB que cresce mas não inclui as populações não é sustentável”.

( ) No desenvolvimento da argumentação, apesar de enfraquecer a ideia de oposição,


a substituição de “mas” por “e” mantém a coerência e a correção do texto.
214
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
07- MPU Analista (2013)
“No Panamá, por exemplo, o número é de 15,3 promotores para cada cem mil
habitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolívia, de 4,5. Em situação
semelhante ou ainda mais crítica do que o Brasil, estão, por exemplo, o Peru, com 3,0; a
Argentina, com 2,9; e, por fim, o Equador, com a mais baixa relação: 2,4. É correto dizer
que há nações proporcionalmente com menos promotores que o Brasil. No entanto, as
atribuições do Ministério Público brasileiro são muito mais extensas do que as dos
Ministérios Públicos desses países”.

( ) Seriam mantidas a coerência e a correção gramatical do texto se, feitos os devidos


ajustes nas iniciais maiúsculas e minúsculas, o período “É correto (...) o Brasil” fosse
iniciado com um vocábulo de valor conclusivo, como logo, por conseguinte, assim ou
porquanto, seguido de vírgula.

01 02 03 04 05 06 07
E C C C E C E

RELAÇÃO DE SUBORDINAÇÃO ENTRE OS TERMOS DA ORAÇÃO

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


São estruturas dependentes e funcionam como adjetivos. Obviamente, referem-se a
substantivos.

A origem dessas orações:

1- O time vitorioso.

2- O time das vitórias.

3- O time que vence os campeonatos.

4- O time que vence os campeonatos deixa sua torcida feliz.

Classificação das orações adjetivas

Adjetiva Restritiva Adjetiva Restritiva


Não há sinal ou sinais gráficos em sua Sua interpretação permite que o leitor
estrutura. “enxergue” dois grupos no contexto: um
explícito e outro implícito.
Adjetiva Explicativa Adjetiva Explicativa
É marcada por vírgula(s), travessão (ões) Sua interpretação só permite que o leitor
ou parênteses. “enxergue” um único grupo ou
individualize um único ser no contexto.

215
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Exemplos:

- O aluno que se dedica aos estudos passa.

(Há dois grupos de aluno: o dos que se dedicam e passam [informação explícita]; o dos
que não se dedicam; logo não passam [informação implícita]).

- O jornal denunciou os políticos corruptos que são filiados ao PSL.

(Há dois grupos de políticos corruptos: o dos que são filiados ao PSL [informação
explícita]; o dos que são filados a outros partidos [informação implícita]).

- O jornal denunciou os políticos corruptos, que são filiados ao PSL.

(Só há um grupo de políticos corruptos: o do PSL. O texto dá ao leitor a certeza de que


somente os políticos do PSL são corruptos, ou seja, há uma generalização).

- O aluno, que é uma peça importante da escola, deve estar disposto a aprender.

(Só há um grupo de aluno: todos. A oração dá ao leitor uma visão generalista, pois todos
os alunos são uma peça importante da escola).

- Jair Bolsonaro ─ que é o atual presidente ─ é visto, por muitos, como um lunático.

(Só há um ser particularizado nesse texto, pois só existe, no mundo, um cidadão chamado
Jair Bolsonaro).

DETALHE!!!
As orações adjetivas se parecem muito com um aposto, mas não o são. Na verdade, as
orações adjetivas (quer explicativas, quer restritivas) são, sintaticamente, adjuntos
adnominais oracionais.

PRONOMES RELATIVOS

Pronome Referência

QUE (a qual....) A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele.

QUEM A um termo (substantivo comum ou próprio), na condição de Ser


Humano, anterior a ele.

ONDE A um termo (substantivo comum ou próprio) que indique lugar,


também anterior a ele.

CUJ- A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele.

216
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Dossiê sobre o CUJ-

1- Está ligado ao termo de trás, mas concorda com o termo da frente.

2- O termo de concordância da frente será, sempre, um substantivo.

3- Não permite artigos depois dele.

4- Como estabelece relação de posse, será, sintaticamente, adjunto adnominal.

- O homem cujo filho é trabalhador vive satisfeito.

- A cidade por cujas ruas eu caminhei tem belas praias.

EXERCÍCIOS 01 (Padrão CESPE/UnB)

A disputa pelo controle de pontos de venda de drogas em favelas na Ilha do Governador


— que provocou a morte de 12 traficantes há 11 dias — impôs nova noite de terror no
bairro carioca. O tiroteio entre bandos rivais, em três diferentes localidades, matou uma
mulher que saía de uma padaria e feriu três pessoas, entre elas uma menina de seis anos.
A guerra entre integrantes de uma mesma facção criminosa fez que moradores do bairro
se mantivessem no chão de suas casas, atrás de móveis, enquanto durou a fuzilaria. Balas
atravessaram a lataria de carros estacionados próximos às entradas das favelas.

Jornal do Brasil, “Capa”, 11/11/2003 (com adaptações).


01- O primeiro QUE destacado no texto poderia ser substituído por O QUAL, pois ele se
relaciona diretamente com a palavra que a antecede, ou seja, Governador.

02- A função sintática da mesma palavra analisada na questão anterior é sujeito.

03- O conjunto “a morte de 12 traficantes há 11 dias” funciona como objeto direto do


verbo da oração subordinada adverbial.

04- O segundo QUE destacado no texto é um pronome relativo e pode ser substituído por
CUJA sem que haja nenhum dano à frase.

05- Já na frase “A violência urbana, cuja a vítima maior é sempre o cidadão, deve ser alvo
de projetos mais ousados por parte do Governo”, o pronome relativo CUJA está,
sintaticamente, bem estruturado dentro do período e deve ser classificado como
Adjunto Adnominal.

01 02 03 04 05

E C E E E

217
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
EXERCÍCIOS FINAIS

01- Na seguinte oração “Os viajantes, que possuem passaporte, podem viajar”.
► Em relação à frase, o único comentário falso é que:

a) Somente os viajantes que possuírem passaporte poderão viajar.


b) Os viajantes poderão viajar porque possuem passaporte.
c) QUE é pronome relativo como classe gramatical e sujeito como função sintática.
d) A segunda oração é QUE POSSUEM PASSAPORTE.
e) A oração subordinada é adjetiva explicativa.

02- Assinale o período em que há uma oração adjetiva restritiva.

a) A casa onde estou é ótima.


b) Brasília, que é a capital do Brasil, é linda.
c) Penso que você é de bom coração.
d) Vê-se que você é de bom coração.
e) Nada obsta a que você se empregue.

03- Assinale a opção em que apresenta um período com oração subordinada adjetiva.

a) Ele falou que compraria a casa.


b) Não fale alto que ele pode ouvir.
c) Vamos embora que o dia está amanhecendo.
d) Em time que ganha não se mexe.
e) Parece que a prova não está difícil.

01 02 03

A A D

RELAÇÃO DE SUBORDINAÇÃO ENTRE OS TERMOS DA ORAÇÃO

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

A origem dessas orações

Essas orações recebem esse nome porque exercem função própria dos substantivos. Os
substantivos desempenham, majoritariamente, as funções sintáticas. Daí essas orações
representam as seguintes funções: objeto direto, objeto indireto, sujeito, predicativo,
complemento nominal e aposto.

São introduzidas por conectivos específicos:


218
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- que, se, quem, quanto e como.

Obs.: dos cinco conectivos, somente “que” e “se” podem ser chamados de conjunção
integrante.

Dicas importantes:

a) Somente uma dessas seis orações será antecipada por sinal gráfico (: ─ ,), a saber:
a APOSITIVA.
b) Somente duas dessas seis orações serão antecipadas por preposição (a, de, em
para, com, por), a saber: a COMPLETIVA NOMINAL e a OBJETIVA INDIRETA.

A estrutura:

Oração principal Conectivo – Oração Subordinada Substantiva


Conectivo – Oração Subordinada Oração principal
Substantiva

A origem dessas oração:

1- A polícia impediu a confusão.

Desenvolvendo:

2- A polícia impediu ..............................................

3- ............................................impediu a confusão.

Ou seja:

- A polícia impediu que a confusão começasse.

- Quem representava a lei impediu a confusão.

Dica: substitua a oração subordinada iniciada por QUE, SE, COMO ou QUANTO por ISTO e
as iniciadas por QUEM, por ELE(A).

- A polícia impediu ISTO.

- ELA impediu a confusão.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

A Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta funciona como objeto indireto da


Oração Principal.

- A polícia discorda de que os bandidos ainda estejam escondidos na mata.


219
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Os motoristas não obedecem a quem organiza as leis.

- Os gerentes acreditam, desde ontem, em que o assalto ocorreu pela madrugada.

Obs.: alguns gramáticos consideram correto suprimir a preposição antes dos conectivos
nas orações objetivas indiretas e completivas nominais. Outros, contudo, não aceitam
tal mudança. Polêmica à vista!!!!

Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

A Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal funciona como complemento


nominal da Oração Principal.

- O ministro tem a convicção de que os fatos serão esclarecidos.

- Os números não são favoráveis a quem fez a declaração.

- O jovem diretor mostrou confiança, depois de muito esperar, em que seus filmes
fossem de fato bons.

Oração Subordinada Substantiva Apositiva

A Oração Subordinada Substantiva Apositiva funciona como aposto da Oração Principal.

- Só queremos uma coisa: que você procure um outro lugar.

- O propósito era este ─ que todos os brasileiros fossem comunicados antes.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

A Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta funciona como objeto direto da


Oração Principal.
- As professoras decidiram que a aula será adiada.
- O médico não notou se tudo aquilo tudo era mesmo verdade.
- O professor percebeu como tudo aconteceu.

Obs.: quando o verbo da oração principal for o “fazer” (VTD), é facultativo o uso da
preposição “com” por razões de eufonia. Veja:

- Os problemas no governo fizeram (com) que os executivos corruptos fossem


denunciados.

Oração Subordinada Substantiva Predicativa


A Oração Subordinada Substantiva Predicativa funciona como predicativo da Oração
Principal.
220
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- O certo é que todos deixarão o país depois da crise.

- O importante é como a cidade receberá todas as mudanças.

- Que tudo um dia irá mudar é a nossa certeza.

Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

A Oração Subordinada Substantiva Subjetiva funciona como sujeito da Oração Principal.

- É normal que a crise também chegue a outros países.

- Trouxe os livros quem recebeu o aviso.

01- (FCC MANAUPREV 2015) No segmento “...hoje pedimos ao amador que procure
tirar dela um prazer diferente...”, a oração sublinhada complementa o sentido de
um
(A) substantivo, e pode ser substituída por um verbo.

(B) verbo, e pode ser substituída por outro verbo.

(C) substantivo, e pode ser substituída por um adjetivo.

(D) verbo, e pode ser substituída por um substantivo.

(E) verbo, e pode ser substituída por um adjetivo.

02- Exercício de reconhecimento


Classifique as orações subordinadas abaixo.

a) É importante que você perceba as regras mais específicas.

________________________________________

b) Não sei se o resultado sairá.

________________________________________

c) A necessidade de que todos me apoiassem foi fundamental.

________________________________________

d) Só desejo uma coisa: que vivam felizes.

________________________________________

e) Quero saber como você chegou aqui.

221
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
________________________________________

f) Faço apenas um pedido ─ que você nunca abandone os seus princípios ─ , e todos os
seus amigos ficarão mais tranquilos.

________________________________________

g) Mariana lembrou-se de que Manoel chegará mais tarde.

________________________________________

h) É necessário que se estabeleçam regras nesta empresa.

________________________________________

i) Paulo José observa que o anti-heroísmo é uma característica forte dos personagens
da cultura latino-americana.

________________________________________

j) É difícil que ele venha.

________________________________________

k) A nova máquina necessitava de que os funcionários supervisionassem mais o


trabalho.

________________________________________

l) Há neste empresa uma norma, que todos os funcionários sejam respeitados.

________________________________________

m) Constata-se que valores diversos predominam em sociedades distintas.

________________________________________

n) Tenho a convicção de que ainda há esperanças.


________________________________________

GABARITO

a) Oração Subordinada Subjetiva.


b) Oração Subordinada Objetiva Direta.
c) Oração Subordinada Completiva Nominal.
d) Oração Subordinada Apositiva.

222
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
e) Oração Subordinada Objetiva Direta.
f) Oração Subordinada Apositiva.
g) Oração Subordinada Objetiva Indireta.
h) Oração Subordinada Subjetiva
i) Oração Subordinada Objetiva Direta.
j) Oração Subordinada Subjetiva.
k) Oração Subordinada Objetiva Indireta.
l) Oração Subordinada Apositiva.
m) Oração Subordinada Subjetiva.
n) Oração Subordinada Completiva Nominal.

EXERCÍCIOS FINAIS

01- Na oração: “Veja se a vendedora está na esquina”.


Qual das opções abaixo não analisa corretamente esse período.
a) Período composto por subordinação.
b) Conjunção integrante iniciando segunda oração.
c) Verbo da 1ª oração: transitivo direto.
d) Verbo da 2ª oração: de ligação.
e) Frase em discurso direto.

02- Em “Convém que a leitora do Jornal do Brasil e outros desinformados saibam que o
eucalipto é uma árvore predadora”, encontramos, além da oração principal,
respectivamente:
a) Duas orações subordinadas subjetivas.
b) Uma oração subordinada objetiva direta e uma subjetiva.
c) Uma oração subordinada objetiva direta e uma adjetiva.
d) Duas orações subordinadas completivas nominais.
e) Uma oração subordinada subjetiva e uma objetiva direta.

03- Se suprimirmos o pronome indefinido “Ninguém” e acrescentarmos “Se” à forma


verbal “informou”, na frase “Ninguém informou que haverá aula”, o sujeito da oração
principal é:

a) Ninguém.
b) Aula.
c) Indeterminado.
d) Que haverá aula.
e) Inexistente.

223
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
01 02 03
D E D

RELAÇÃO DE SUBORDINAÇÃO ENTRE OS TERMOS DA ORAÇÃO

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

A ORIGEM DESSAS ORAÇÕES

Essas orações desempenham função adverbial. Vamos ver como essas orações se
originam:

1- Todos deixaram a praia no final da tarde.

2- Todos deixaram a praia quando o sol começou a baixar.

A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa. A causa é uma espécie de


“estopim”, que aciona uma consequência. É iniciada por uma conjunção subordinativa
causal ou por uma locução conjuntiva subordinativa causal. São elas: porque, porquanto,
visto que, já que, sendo que, dado que, uma vez que, como, pois que, na medida em
que, por + infinitivo.

Obs.: A conjunção “como” deve ser usada apenas em início de período.

Exemplos:
- Já que os brasileiros vivem cada vez mais, a velhice vem se prolongando em nossa
sociedade.
- Ele não chegou cedo, porquanto o engarrafamento travou a cidade.
- Dado que a cidade estava sem segurança pública, os bandidos tomavam conta de tudo.
- Como tinha um compromisso, apressava-se com as tarefas.
- Por saber muito, o bandido foi morto pela quadrilha.

- Porque as cidades estão cada vez mais poluídas, muitas pessoas têm problemas
respiratórios.

B) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de consequência, ou seja, representa


aquilo que não pode ser evitado, já que algo a obriga. É iniciada pela conjunção
subordinativa consecutiva que. Na oração principal normalmente surge um advérbio de
intensidade tão, tal, tanto, tamanho(a), a tal ponto: (tão)... que, (tanto)... que,
(tamanho)... que, tanto assim que.

Exemplos:

- O médico foi tão competente, que o paciente recuperou-se em uma semana.


224
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Tamanha era raiva do injustiçado, que atirou contra todos e depois se matou.

- Ele fala tanta mentira, que ninguém o suporta.

- Ele bebeu a tal ponto que perdeu a noção de onde estava.


C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão, ou seja, indica uma
contraposição, uma oposição, uma ressalva. É iniciada por uma conjunção subordinativa
concessiva ou por uma locução conjuntiva subordinativa concessiva. São elas: embora,
conquanto, não obstante, apesar de que, se bem que, mesmo que, posto que, ainda
que, em que pese, a despeito de, malgrado.

Exemplos:

- Conquanto a vida sempre ofereça muitos obstáculos, nunca devemos nos deixar abater.

- O homem é um ser dotado de inteligência e capacidade, não obstante nem todos as


aproveitem para o bem de si e dos outros.

- Malgrado muitos estejam satisfeitos com a mudança de governo, eu continuo sem


nenhuma confiança em nada.

- Todos chegaram bem cedo, apesar de a prova só começar às dez da manhã.

- A despeito de muitos ativistas se esforçarem, a natureza continua sendo devastada dia a


dia.

- Mesmo que ele traga todos os documentos, não há mais tempo hábil para sua inscrição.

Obs.1: conjunções e locuções conjuntivas concessivas exigem verbos no modo


subjuntivo.

- Fulano é o melhor entre os candidatos ao cargo, embora não represente os anseios da


maioria. (correto)

- Fulano é o melhor entre os candidatos ao cargo, embora não representa os anseios da


maioria. (incorreto)

Obs.2: cito, a seguir, algumas locuções concessivas pouco comuns em provas de


concurso.

“Por (mais, menos, melhor, pior, menor, muito) que” e “quando” (=ainda que)

Ex.:

- Por mais que todos a avisem, ela teima em insistir naquele namoro.

225
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- Quando ela te ame tanto, você não se cansa de rejeitá-la.

DICA!

CONJUNÇÃO EQUIVALÊNCIA
Conquanto Embora
Posto que Embora e
Em que pese Apesar de
A despeito de Apesar de
Não obstante Embora / Apesar de
Malgrado Embora / apesar de

D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição, ou seja, indica valor


semântico de dependência em que há forte teor duvidoso, incerto e hipotético. É iniciada
por uma conjunção subordinativa condicional ou por uma locução conjuntiva
subordinativa condicional. São elas: se, a menos que, desde que, caso, contanto que, A +
infinitivo.

Exemplos:

- Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce.

- O governo fará as obras prometidas, contanto que todos os ministros se empenhem.

- A continuar essa chuva, toda a colheita será perdida.

- A menos que você saia cedo do trabalho, iremos ao cinema.

Obs.: cito, a seguir, algumas locuções pouco comuns em provas de concurso, mas que
também indicam valor de condição.

- Exceto se, salvo se, a não ser que e uma vez que (seguido de verbo no subjuntivo).

E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade. É iniciada por uma


conjunção subordinativa conformativa ou por uma locução conjuntiva subordinativa
conformativa. São elas: como, conforme, segundo, consoante.

Exemplos:

- Segundo revelou o IBGE, brasileiros estudam mais hoje do que na década passada

- Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.

- Como combinamos ontem, eis os documentos.

226
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
F) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o verbo
fica subentendido. É iniciada por uma conjunção subordinativa comparativa. São elas:
(mais) ... que, (menos)... que, (tão)... quanto, como.

Exemplo:

- Pedro gostava mais de literatura francesa do que da Alemã.

- João era mais esforçado (do) que o irmão.

Obs.1: o “do” é facultativo nas estruturas comparativas.

Obs.2: Perceba que o verbo “ser”, no segundo exemplo, está subentendido:

- João era mais esforçado que o irmão era.

G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo. É iniciada por uma conjunção
subordinativa temporal ou por uma locução conjuntiva subordinativa temporal. São elas:
quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que, mal, ao + infinitivo.

Exemplos:

- Assim que a aula terminar, vamos à sala de estudos.

- Ao terminar essa discussão, sairemos daqui.

H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade. É iniciada por uma conjunção
subordinativa final ou por uma locução conjuntiva subordinativa final. São elas: a fim de
(que), para que, para + infinitivo.

Exemplos:
- Alguns brasileiros procuram economizar no fim do ano para que consigam comprar mais
em janeiro.

- A fim de sair mais cedo, o funcionário adiantou os compromissos.

- Ele falava mais alto, para que todos pudessem ouvi-lo.

- Aqui estamos para estudar.

Obs.: “porque” também pode ser classificada como conjunção final, mas é algo muito
raro.

Ex.: Reze muito porque não caia nessa tentação!

I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção. É iniciada por uma


locução conjuntiva subordinativa proporcional. São elas: à proporção que, à medida que,
ao passo que, tanto mais...mais, tanto menos...menos.
227
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Exemplo:
- À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos.

- Ao passo que ganhava fama, ficava mais distante dos amigos antigos.

- Tanto menos fumava, menos adoecia.

Obs.: a conjunção “conforme” também pode desempenhar valor proporcional.

- Conforme o tempo passa, mais experientes ficamos.

DICA FINAL 01

LOCUÇÕES OU CONJUNÇÕES PARECIDAS:


a) Porquanto = Porque = Ideia de CAUSA/EXPLICATIVA.
b) Conquanto = Embora = ideia de CONCESSÃO.
c) Contanto que = Caso = ideia de CONDIÇÃO.
d) Portanto = Logo = ideia de CONCLUSÃO.
e) Entretanto = Mas = ideia de ADVERSIDADE.
f) No entanto = Contudo = ideia de ADVERSIDADE.

DICA FINAL 02

LOCUÇÕES OU CONJUNÇÕES MISTAS:


a) Porque: causal / explicativa.
b) Desde que: condicional / temporal.
c) Não obstante: adversativa / concessiva.
d) Ao passo que: proporcional / concessiva.
e) Como: causal / conformativa.
f) Conforme: conformativa / proporcional

QUADRO DE MEMORIZAÇÃO

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

As conjunções SUBORDINATIVAS ADVERBIAIS as seguintes: causais, consecutivas,


concessivas, comparativas, condicionais, conformativas, temporais, finais e
proporcionais.

CLASSIFICAÇÃO SENTIDO CONJUNÇÕES E


228
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
LOCUÇÕES

PORQUE
PORQUANTO
POIS (QUE)
JÁ QUE
VISTO QUE
CAUSAIS HAJA VISTA QUE
Causa UMA VEZ QUE
DADO QUE
SENDO QUE
NA MEDIDA EM QUE
COMO
QUE
POR + verbo no infinitivo

(TÃO)...QUE
(TAL)...QUE
CONSECUTIVAS
(TANTO)...QUE
(TAMANHO/
Consequência
TAMANHA)...QUE
DE MANEIRA QUE
DE FORMA QUE
DE SORTE QUE

229
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
EMBORA
CONQUANTO
NÃO OBSTANTE
CONCESSIVAS APESAR DE (QUE)
SE BEM QUE
Contraste SEM QUE
Contraposição MESMO (QUE)
Oposição POSTO QUE
AINDA QUE
POR MAIS QUE
EM QUE PESE
A DESPEITO DE (QUE)
MALGRADO

(MAIS / MENOS)...(DO)
QUE
(MAIOR / MENOR)...(DO)
QUE
(MELHOR / PIOR)...(DO)
COMPARATIVAS Comparação QUE
(TÃO / TANTO) QUANTO
(TÃO) QUANTO
(TÃO) COMO
ASSIM COMO
(TANTO) COMO

SE
CASO
CONDICIONAIS
DESDE QUE
SALVO SE
Condição EXCETO SE
CONTANTO QUE
A MENOS QUE
A NÃO SER QUE
SEM QUE
A + verbo no infinitivo

230
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
CLASSIFICAÇÃO SENTIDO PRINCIPAIS
CONJUNÇÕES

CONFORMATIVAS
CONFORME
CONSOANTE
Conformidade
SEGUNDO
COMO

QUANDO
ENQUANTO
ASSIM QUE
TEMPORAIS LOGO QUE
SEMPRE QUE
DESDE QUE
ATÉ QUE
MAL
DEPOIS QUE
ANTES QUE
Tempo
AO + verbo no infinitivo

À PROPORÇÃO QUE
À MEDIDA QUE
AO PASSO QUE
PROPORCIONAIS QUANTO MAIS / MAIS
Proporção OU MENOS
QUANTO MAIOR /
MAIOR OU MENOR
QUANTO
MELHOR/MELHOR OU MAIS

FINAIS A FIM DE QUE


Finalidade
PARA QUE
PORQUE (= para que)
PARA + verbo no
231
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
infinitivo

EXERCÍCIOS (Padrão CESPE)

“Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente


frágeis os limites que separavam o público do privado, assiste-se hoje a uma nova
tendência de politização e visibilidade do privado, com a estruturação de novas relações
familiares, bem como à privatização do público”.

01- A estrutura sintática iniciada por “Conquanto” é responsável pelo uso do modo
subjuntivo em “tenha”; por isso, a substituição dessa forma verbal por “tem”
desrespeita as regras gramaticais do padrão culto da língua.

“Dezenas de milhares de funcionários públicos gregos saíram às ruas em Atenas e


Tessalônica para protestar contra as medidas de austeridade, em um ambiente tenso que
teve como saldo 10 pessoas detidas. Num momento em que o fantasma do default ainda
ronda este país altamente endividado, as forças policiais lançavam bombas de gás
lacrimogêneo contra dezenas de jovens encapuzados que atiravam garrafas e pedras à
margem da manifestação de Atenas, que reuniu cerca de 18.000 pessoas, segundo a
polícia”.

Correio Braziliense (com adaptações).

02- A oração “para protestar contra as medidas de austeridade” se relaciona com a


oração anterior a partir de um vínculo de finalidade.

03- Seria facultativo o uso de uma vírgula após “Tessalônica”, sem comprometer a
correção gramatical.

04- Seria possível (mantendo os sentidos originais), correto gramaticalmente e coerente


articular a primeira oração do texto à segunda a partir da troca de “para protestar”
por “ao passo que protestavam”.

05- O segundo período é iniciado por uma oração de caráter temporal e permitiria, sem
comprometer os sentidos ou correção gramatical, a substituição da expressão “Num
momento em que ”por “Enquanto”.

06- A oração “que reuniu cerca de 18.000 pessoas” tem natureza restritiva.

07- No último período, após “segundo”, é notória a elipse de um verbo de valor


declarativo, como, por exemplo, “disse”.

232
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
08- A substituição de “segundo” por “conforme” não altera a correção gramatical ou
mesmo os sentidos textuais.

“Apesar de ter o maior índice de alta confiança na polícia, mesmo que seja abaixo dos
6%, o Nordeste também é a região que tem o menor índice de sensação de segurança do
País. Segundo o Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) sobre segurança
pública 2010, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 85,8% dos
entrevistados têm medo de serem assassinados”.

O Estado de São Paulo.

09- A substituição de “Apesar de” por “Porquanto” mantém correção gramatical do


período desde que se substitua o verbo “ter” por “tenha”.

10- A oração “mesmo que seja abaixo dos 6%” imprime uma relação de causa quando se
refere à oração anterior.

11- A substituição de “mesmo que” por “posto que” mantém correção gramatical do
período.

12- A oração “o Nordeste também é a região que tem o menor índice de sensação de
segurança do País” pode ser caracterizada como a oração principal da estrutura que
imediatamente a antecede.

“Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos


(Dieese) mostra que as vendas de materiais de construção têm crescido acima da média
do comércio em geral, mas que esse fator não se reflete em melhores salários para os
trabalhadores”.

Correio Braziliense

13- Seria possível manter a correção gramatical ao se substituir a expressão “mas que”
por “embora”.

“Segundo especialistas, esse comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo


que define o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos. Por
sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais quanto profissionais.
Priorizamos resultados de curto prazo e queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim,
aos poucos, sem perceber, vamos construindo uma sociedade descartável”.

14- Preservam-se a coerência e a correção do texto ao se ligar o período iniciado por


“Priorizamos” ao anterior por meio da conjunção “conquanto”, escrevendo-se do
seguinte modo: “(...) profissionais, conquanto priorizamos (...)”.

233
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
“O cérebro não guarda informações como em um dicionário, em que o verbete “teatro”
vai estar na letra “T”. Nele, a palavra “teatro” é associada a experiências distintas por nós
vividas. Algumas são lógicas, outras menos óbvias. Quanto maior a variedade de
experiências e de conhecimento, mais conexões o cérebro pode fazer”.

15- O período “Quanto maior a variedade de experiências e de conhecimento, mais


conexões o cérebro pode fazer” dá ideia de proporcionalidade.

16- Ao se substituir “Quanto maior” por “À medida que cresce”, mantém-se a correção
gramatical do período.

O mais curioso é que, a despeito de qualquer discussão sobre o dever das escolas, ajudar
no desenvolvimento do aluno com vistas à sua colocação no mercado de trabalho é um
fundamento no país, estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
conjunto de normas que dá o norte ao sistema educacional brasileiro”.

17- “A expressão “a despeito de” é sinônima de “apesar de”.

“Na realidade, à exceção das manifestações indígenas, o restante do que se pode definir
como cultura brasileira veio de fora. A multirracialidade do país contribuiu para isso.
Mesmo quando determinados movimentos estéticos adotaram um comportamento
nacionalista, os modelos foram importados. Apesar de as esculturas de Aleijadinho, do
século XVIII, terem fisionomia mestiça, esse era um artista barroco, com influência
europeia. A Semana de Arte Moderna em São Paulo, no ano de 1922, foi motivada pelo
Futurismo italiano”.

18- Caso se substitua “Apesar de” por “Embora”, é necessário também substituir “terem”
por “tenham”, de forma a assegurar a correção gramatical do período.

“Realizada em Copenhague, sob o signo da recessão mundial, a COP-15 foi uma relativa
decepção: não conseguiu produzir um documento tornando obrigatórias as metas de
redução da emissão de poluentes, mas houve consensos”.

19- A substituição do sinal de dois-pontos por uma vírgula seguida da expressão “uma
vez que” prejudicaria a correção gramatical e a informação original do período.

“Sabe-se que, no Brasil, a questão do acesso à escola não é mais um problema, já que a
quase totalidade das crianças ingressa no sistema educacional. Entretanto, as taxas de
repetência dos estudantes são bastante elevadas...”.

20- A locução “já que” confere a noção de causa à oração em que ocorre.

Várias cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Goiás e Minas Gerais
convivem com oferta anual inferior 2 milhões de litros por habitante, para uso direto e
indireto. O consumo per capita dobrou em 20 anos, enquanto a disponibilidade de água
ficou três vezes menor. Para piorar esse quadro, há muito desperdício: cerca de 30% da
234
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
água tratada é perdida em vazamentos nas ruas do país — só na Grande São Paulo o
desperdício chega a 10 metros cúbicos de água por segundo, o que daria para abastecer
cerca de 3 milhões de pessoas diariamente.

21- Prejudicam-se a coerência textual e as informações originais do texto ao se substituir


o termo “enquanto” por “ao passo que”.

A cena é muito comum: cidade afora, pessoas abusam do uso da água, lavando calçadas,
passeios e carros. Mesmo que o Brasil seja o grande reservatório de água doce do mundo
(11,6% do total disponível, com cada brasileiro, em tese, dispondo de 34 milhões de litros
por ano, embora possa levar vida confortável com 2 milhões de litros anuais), tem na
distribuição o seu maior gargalo: 80% concentram-se na Amazônia, onde vivem apenas
5% da população do país, com os 20% restantes abastecendo 95% dos brasileiros.

22- A expressão “Mesmo que” confere ao trecho em que se insere a noção de condição,
por isso, poderia ser trocada por “A menos que”.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

C C C E E E C C E E

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

C E E E C C C C C C

21 22

E E

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1

(Padrão UECE, CESGRANRIO, IMPARH)

01. Por definição, “oração coordenada que se prende à anterior por conectivo é
denominada sindética e é classificada pelo nome da conjunção que a encabeça”.

Assinale uma alternativa onde aparece uma coordenada sindética explicativa,


conforme a definição:

a) A casaca dele estava remendada, mas estava limpa.

b) Ambos se amavam, contudo não se falavam.

235
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
c) Todo mundo trabalhando: ou varrendo o chão ou lavando as vidraças.

d) Chora, que as lágrimas lavam a dor.

e) O time ora atacava, ora defendia, e no placar aparecia o resultado favorável.

02. No período “Sabe-se que Jacó propôs a Labão que lhe desse todos os filhos das
cabras...”, a alternativa que contém a análise correta das orações, na sequência em
que vêm no período, é:

a) principal; subordinada substantiva subjetiva, subordinada substantiva objetiva


direta.

b) coordenada sindética aditiva; subordinada substantiva objetiva direta;


subordinada substantiva apositiva.

c) absoluta; subordinada substantiva objetiva direta; subordinada substantiva


objetiva direta.

d) principal; subordinada substantiva subjetiva; subordinada substantiva objetiva


indireta.

e) coordenada assindética; subordinada substantiva subjetiva; subordinada


substantiva objetiva direta.

03. Assinalar a alternativa que apresenta orações de mesma classificação que as deste
período: “Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos.”

a) Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano.

b) Foi até a esquina, parou, tomou fôlego.

c) Depois que aconteceu aquela miséria, temia passar por ali.

d) Tomavam-lhe o gado quase de graça e ainda inventavam juro.

e) Não podia dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era.

04. Leia os períodos:

1) O dicionário que comprei contém mais de trezentas mil palavras.

2) Não aceitamos tarefas que se apresentem incompletas.

3) Feliz é o homem que obedece aos mandamentos de Deus.

4) O aluno que estuda alcança boas notas.

236
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
5) Aos homens que são racionais coube o domínio da natureza.

Qual das orações subordinadas adjetivas é explicativa e, portanto, deve ficar entre
vírgulas?

a) A oração adjetiva do 1º período.

b) A oração adjetiva do 2º período.

c) A oração adjetiva do 3º período.

d) A oração adjetiva do 4º período.

e) A oração adjetiva do 5º período.

05. Há no período uma oração subordinada adjetiva:

a) Ele falou que compraria a casa.

b) Não fale alto, que ela pode ouvir.

c) Vamos embora, que o dia está amanhecendo.

d) Em time que ganha não se mexe.

e) Parece que a prova não está difícil.

06. Classifique as orações em destaque do período abaixo:

"Ao analisar o desempenho da economia brasileira, os empresários afirmaram que


os resultados eram bastante razoáveis, uma vez que a produção não aumentou, mas
também não caiu."

a) principal – subordinada adverbial final.

b) subordinada adverbial temporal – subordinada adjetiva restritiva.

c) subordinada adverbial temporal – subordinada substantiva objetiva direta.

d) subordinada adverbial temporal – subordinada substantiva subjetiva.

e) principal – subordinada substantiva objetiva direta.

07. No período "É possível discernir no seu percurso momentos de rebeldia contra a
estandardização e o consumismo", a oração destacada é:

a) subordinada adverbial causal, reduzida de particípio.

b) subordinada objetiva direta, reduzida de infinitivo.

c) subordinada objetiva direta, reduzida de particípio.


237
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
d) subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo

e) subordinada substantiva predicativa, reduzida de infinitivo.

08. A oração sublinhada está corretamente classificada, EXCETO em:

a) Casimiro Lopes pergunta se me falta alguma coisa/ oração subordinada adverbial


condicional

b) Agora eu lhe mostro com quantos paus se faz uma canoa/ oração subordinada
substantiva objetiva direta

c) Tudo quanto possuímos vem desses cem mil réis/ oração subordinada adjetiva
restritiva

d) Via-se muito que D. Glória era interesseira/ oração subordinada substantiva


subjetiva

e) A ideia é tão santa que não está mal no santuário/ oração subordinada adverbial
consecutiva

09. No período: "Era tal a serenidade da tarde, que se percebia o sino de uma
freguesia distante, dobrando a ruas dos finados.", a segunda oração é:

a) subordinada adverbial causal

b) subordinada adverbial consecutiva

c) subordinada adverbial concessiva

d) subordinada adverbial comparativa

e) subordinada adverbial subjetiva

10. Observe o seguinte período: "Sabendo que seria preso, não saiu à rua". Nele, nota-se:

a) reduzida de gerúndio, conformativa

b) reduzida de gerúndio, condicional

c) reduzida de gerúndio, causal

d) reduzida de gerúndio, concessiva

e) reduzida de gerúndio, final

11. Na frase "Entrando na faculdade, procurarei emprego.", a oração subordinada indica


ideia de:

a) concessão
238
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
b) oposição

c) condição

d) lugar

e) consequência

12. Leia, com atenção, os períodos abaixo:

- Caso haja justiça social, haverá paz.

- Embora a televisão ofereça imagens concretas, ela não fornece uma reprodução
fiel da realidade.

- Como todas aquelas pessoas estavam concentradas, não se escutou um único


ruído.

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as circunstâncias indicadas


pelas orações sublinhadas:

a) tempo, concessão, comparação

b) tempo, causa, concessão

c) condição, consequência, comparação

d) condição, concessão, causa

e) concessão, causa, conformidade

GABARITO 1

01 02 03

D A D

04 05

E D

06 07 08 09 10 11 12

C D A B C C D

239
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (ANÁLISE DO DISCURSO: PRESSUPOSTOS,
SUBENTENDIDOS E IMPLÍCITOS)

INTERPRETAÇÃO versus COMPREENSÃO DE TEXTOS

Olá! Tudo bem com você? Espero que sim! Olha, nós vamos explicar a diferença entre
compreensão e interpretação de texto usando uma estratégia diferente. Em vez de teoria
“seca”, que tal se a gente fizesse uma explicação contextualizada? Vamos fazer assim: eu
vou comentar uma questão e, nesse comentário, toda a teoria e as dicas para você
acertar as questões serão dadas. Combinado? Vamos lá!

A questão que vamos comentar agora tem uma importância fundamental em nossa
aprovação. É possível até que mais de 50% das questões tratem daquilo que chamarei
aqui, genericamente, de leitura. Então, não temos tempo a perder. A primeira
providência é saber que, quando lemos qualquer texto, realizamos dois processos
mentais que se dão ao mesmo tempo. Nossa banca quer que saibamos exatamente o que
é cada processo. Assim, se não sabemos que eles existem, é possível que marquemos o
item errado em muitas questões. Para o concurseiro, não há margem para erro. Ele tem
que ser preciso em sua leitura e saber dividir muito bem as duas partes. As duas partes a
que me refiro são as seguintes: compreensão e interpretação.

A compreensão diz respeito àquela informação que está, explicitamente, no texto. Tudo
está à vista do leitor: fatos citados; números percentuais; comparações; citações de
estudiosos, políticos, advogados etc.; discordâncias ou concordâncias do autor, entre
outras. Ou seja, a compreensão de textos consiste em analisar o que realmente está
escrito. Porém, a banca não vai, simplesmente, fazer um “Ctrl C/Ctrl V” e pedir para você
checar essa informação. Na verdade, ela vai retirar uma passagem do texto e fazer uma
paráfrase dela. Paráfrase consiste em dizer uma mesma informação, mas com palavras
diferentes. Parece algo simples, mas nem sempre o é. Muitas vezes, a abanca muda tanto
as palavras do texto original, que muitos candidatos não reconhecem que a mesma
informação está ali, porém bem diferente, como uma “nova roupa”, uma “nova
maquiagem”. Para não cair nessa trapaça, fique bem atento ao vocabulário e às
equivalências de cada passagem proposta na questão. Reitero: não faça julgamentos pela
“aparência”. Duas frases podem ser bem diferentes no que diz respeito à forma, mas
iguais no que diz respeito ao conteúdo que elas veiculam.

Mas como vou saber que uma questão é de compreensão de textos? Para tal, você terá
alguns enunciados básicos, os quais se repetem com bastante frequência. Os comandos
(enunciados) de compreensão são, na maioria das vezes, os seguintes:

o Segundo o texto...
o O autor/narrador do texto diz que...
o O texto informa que...
o No texto, há uma crítica sobre...
o Tendo em vista o texto...
240
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
o De acordo com o texto...
o O autor defende que...
o O autor afirma que...
o Na opinião do autor do texto...

Entre os citados acima, tenha muito cuidado com os que dizem respeito à opinião do
autor. Sabe qual o principal problema que vejo nos meus alunos? Eles acabam
envolvendo as suas próprias opiniões com as do autor do texto. Cuidado!!! Não é o seu
ponto de vista que está em debate, mas sim o daquele(a) que escreveu o texto.
Entendido? Creio que sim! Vamos continuar.

Porém, se a informação estiver além do que o texto literalmente quis dizer, fora dele,
trata-se de uma questão de interpretação. Vamos fazer uma analogia: o que um ator faz
quando interpreta um personagem? Ele sai de si e entra noutra pessoa, concorda? Então,
ele fala diferente, veste-se de forma diferente de si, pensa com os paradigmas daquela
nova pessoa etc. Ou seja, se ele não sair do seu mundo, não haverá a interpretação.
Conosco, vai ocorrer algo semelhante.

E como o leitor vai conseguir enxergar fora do texto (sair do texto)? Aliás, o que significa
“fora do texto”? Vamos às respostas. Todo texto diz algo literal e que qualquer leitor
consegue perceber. Porém, todo texto também “diz” algo de forma “secreta”. Pus aspas
no “diz” para afirmar que ele quer dizer, na verdade, “permite entender”: um texto vale
por aquilo que ele diz e também por aquilo que ele permite que eu (a partir de uma lógica
universal) entenda. Se encontro uma pessoa no corredor do trabalho, e tal pessoa me diz
um “Bom dia!!!” de forma radiante, entendo duas mensagens: primeira, ela está sendo
educada e me dando bom dia (compreensão); segunda, tal pessoa deve estar vivendo um
ótimo momento de sua vida, daí imagino que ela esteja feliz (interpretação). Mas veja: ela
não me “disse”, literalmente, que estava feliz, ela apenas me deu autorização para que eu
entendesse isso. Pronto, isso é um exemplo de “interpretação”. Ou seja, as questões de
interpretação são essas discretas “autorizações” que o texto nos dá. Para ter mais
consciência desse processo, você precisará dominar o uso de uma ferramenta bem
especial: a inferência textual. Uma inferência é uma triangulação entre os seguintes
pontos: texto, contexto e mundo. O texto é a parte “material” que você tem: todas as
palavras são importantes nesse momento. Porém, o contexto (a parte mental) é a mais
valiosa nesse processo. O contexto é, na verdade, um conjunto de informações que está
em sua cabeça. Por exemplo, quando você percebe que o texto da prova trata de
alimentação saudável, automaticamente, você aciona um exército de informações a
respeito desse assunto: documentários que você já tenha visto, textos que já tenha lido,
conversas entre amigos, lembranças de sua infância à mesa, idas a feiras para a compra
de frutas e legumes etc. É esse conjunto de informações que auxilia você a fazer as
inferências textuais. O terceiro e último ponto dessa triangulação é o mundo. O mundo é
a realidade. É ela quem autoriza você a confirmar ou não a inferência. Assim, se digo
“João foi jogar futebol com os seus amigos e voltou com um galo enorme na cabeça”,
embora o texto não afirme, posso chegar à seguinte conclusão: João sofreu um pequeno
acidente quando jogava futebol. Isso é possível porque o texto nos dá pistas, o contexto
241
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
nos diz que futebol é um esporte de contato e que acidentes são normais e o mundo nos
autoriza essa conclusão. Contudo, se a frase fosse “João foi jogar xadrez com os seus
amigos e voltou com um galo enorme na cabeça”, jamais poderíamos inferir que João se
acidentara quando jogava xadrez, pois o contexto e o mundo não nos permitiriam chegar
a essa conclusão.

Portanto, a interpretação de texto consiste em saber o que se infere do que está escrito,
tem a ver com o que podemos chamar de “vazios textuais”, que todo texto deixa para o
leitor.

E como vamos saber que a questão é de interpretação? Agora, a nossa banca vai alternar,
normalmente, os seguintes verbos: inferir, depreender, concluir, deduzir. Detalhe: todos
esses verbos significam a mesma coisa, ou seja, são sinônimos. Os comandos de
Interpretação são, na maioria das vezes, os seguintes:

 Depreende-se/infere-se/conclui-se do texto que...


 O texto permite deduzir que...
 É possível subentender-se a partir do texto que...
 Qual a intenção do autor quando afirma que...
 O texto possibilita o entendimento de que...
 Com o apoio do texto, infere-se que...
 O texto encaminha o leitor para...
 Pretende o texto mostrar ao leitor que...
 O texto possibilita deduzir que...

QUESTÃO ÚNICA

Os anônimos

Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no


reino uma beleza maior do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são um
pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes dividida entre as necessidades de
bajular o poder e de refletir a realidade. O espelho tentou mudar de assunto, mas
finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve.

A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a levar Branca de Neve para a


floresta, matá-la, desfazer-se do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o
lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende da compaixão de um lenhador
sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua biografia não constam em nenhuma
versão do conto. (...)

A rainha má é a rainha má, claramente um arquétipo, e os arquétipos não precisam de


nome. O Príncipe Encantado, que aparecerá no fim da história, também não precisa. É um
símbolo reincidente, talvez nem a Branca de Neve se dê ao trabalho de descobrir seu
nome. Mas o personagem principal da história, sem o qual a história não existiria e os
outros personagens não se tornariam famosos, não é símbolo de nada. Ele só entra na

242
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
trama para fazer uma escolha, mas toda a narrativa fica em suspenso até que ele faça a
escolha certa, pois se fizer a errada não tem história. O lenhador compadecido representa
dois segundos de livre-arbítrio que podem desregular o mundo dos deuses e dos heróis.
Por isso é desprezado como qualquer intruso e nem aparece nos créditos.

Muitas histórias mostram como são os figurantes anônimos que fazem a história, ou
como, no fim, é a boa consciência que move o mundo. Mas uma das pessoas do grupo em
que conversávamos sobre esses anônimos discordou dessa tese, e disse que a entrada do
lenhador simbolizava um problema da humanidade, que é a dificuldade de conseguir
empregados de confiança, que façam o que lhes for pedido.

(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses)

01- Após a leitura, marque a opção incorreta:

a) Segundo o texto, parte da imprensa brasileira não segue uma linha jornalística
clara, pois oscila em sua atividade.
b) Infere-se do texto que uma parte da imprensa brasileira omite a realidade a fim de
ganhar crédito com os poderosos.
c) É possível depreender, a partir do segundo parágrafo, que o lenhador não tem um
caráter exemplar de cidadão.
d) Deduz-se do texto que o lenhador é figura decisiva no conto.
e) O texto faz um paralelo entre os espelhos de castelos e uma parte da imprensa
nacional.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO

ITEM A: Certo. Lembre-se de que este item trata de uma questão de compreensão, pois o
comando diz: “Segundo o texto”. Lembra a história da paráfrase? Então, é isso o que
temos. Veja:

Texto Paráfrase
“...certa imprensa brasileira...” “...parte da imprensa brasileira...”
“...muitas vezes dividida...” “...não segue uma linha jornalística
clara...”
“...as necessidades de bajular o poder e “...oscila em sua atividade...”
de refletir a realidade...”

Viu como, de fato, tudo o que está no item está também no texto? Claro que uma
paráfrase pode detalhar mais ou menos o que está escrito. Isso é do jogo! O que vale, no
fim das contas, é você responder à seguinte pergunta: o texto disse isso mesmo?

ITEM B: Certo. O detalhe desse item está em você notar que o texto não diz, literalmente,
que uma parte da imprensa omite a realidade. Mas, quando se lê que a dita imprensa
está “...dividida entre as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade”,
243
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
raciocina-se da seguinte maneira: se ora a imprensa reflete a realidade, ora bajula o
poder, deduzo que, quando bajula, essa certa imprensa não faz o seu real papel, daí ser
possível dizer que ela “omite” (esconde) a realidade, em vez de refleti-la. O outro ponto
desse item é como se chegar à conclusão de que a dita imprensa deseja ganhar crédito
com os poderosos. Como é possível depreender essa informação? Simples: quando se
bajula uma pessoa, por exemplo, não se está sendo espontâneo, não se está sendo 100%
verdadeiro com ela. Nenhuma bajulação é sem “segundas intenções”. É próprio do ato de
bajular querer alguma coisa em troca, e tal coisa tem que ser boa, valiosa. A bajulação
tem, intrinsecamente, uma essência falsa e individualista. Se eu bajulo meu pai, por
exemplo, tenho algum interesse por trás desse ato. Se bajulo o poder, quero algo dele.
Concorda?

ITEM C: certo. Talvez, este seja o item mais curioso dessa questão, porém será o mais
fácil de ser explicado. Quem marcou este item como o incorreto pensou da seguinte
forma: o texto diz que “o lenhador poupou Branca de Neve” e que “Toda a história
depende da compaixão de um lenhador”; então, o lenhador só pode ser uma pessoa de
bom caráter. Contudo, esse mesmo candidato se esquece de levar em conta que esse
mesmo lenhador aceitou a proposta da rainha de sequestrar Branca de Neve, matá-la e
ocultar o seu cadáver em troca de algum dinheiro. Você considera que uma pessoa que
aceita esse tipo de proposta tenha um caráter exemplar de cidadão? É próprio de um
cidadão aceitar encomendas de morte? Como se vê, é uma simples dedução. Uma
pergunta final: o arrependimento e, consequentemente, o não assassinato de Branca de
Neve transformam o lenhador em uma pessoa de bom caráter? Claro que não. Ele só não
matou Branca de Neve por alguma razão não mencionada no texto, mas seu objetivo era
matá-la.

ITEM D: Errado. Eis uma enorme “casca de banana”. O erro deste item está no simples
fato de essa informação não ser adquirida a partir de uma dedução (inferência). Na
verdade, está claramente explícito no texto que o lenhador é figura fundamental para o
conto. Ou seja, se, em vez de “Deduz-se do texto que o lenhador é figura decisiva no
conto” fosse “Segundo o texto, o lenhador é figura decisiva no conto”, aí teríamos mais
um idem certo. Moral da história: fique atento aos comandos de cada item e sempre
reflita se aquele é um item de compreensão ou de interpretação.

ITEM E: Certo. Embora não use os comandos habituais, nota-se que este item é de
compreensão, pois ele diz que “o texto faz um paralelo entre...”. Ou seja, se o texto,
literalmente, fizer essa comparação, o item é verdadeiro. Veja: “Os espelhos de castelo,
nos contos de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira”. Não há o que discutir:
item verdadeiro.

EXERCÍCIO 02

Terremoto

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Houve pânico em algumas cidades do Norte. A terra tremeu com força e em vários pontos
o mar arremeteu contra ela, avançando duzentos, trezentos metros, espatifando barcos
contra o cais e bramindo com estrondo. O povo saiu para as praças e passou a noite ao
relento; algumas construções desabaram, mas o único homem que morreu foi de susto.

Lamentemos essa morte e também os pobres pescadores que perderam seus barcos; mas
qualquer enchente carioca dá mais prejuízo e vítimas. Mas louvemos o maremoto e o
terremoto pelo que eles têm de fundamentalmente pânico, pela sua cega, dramática,
purificadora intervenção na vida cotidiana, pela sua lição de humanidade e de fatalidade.

Talvez seja bom que os homens não se sintam muito seguros sobre a terra, e que o
proprietário de imóvel possa desconfiar de que ele não é tão imóvel assim; que há diabos
loucos no fundo do chão e que eles podem promover terríveis anarquias. A natureza tem
outros meios de advertência, como o raio e a tromba d’água; mas são demônios do céu
que nos atacam. E o homem é fundamentalmente um bicho da terra, e é na terra que ele
se abriga e confia; apenas se move no céu e na água, na terra é que está o seu porto e seu
pouso. Ele pisa a terra com uma soberba inconsciente, seguro dela e de si mesmo; só o
terremoto consegue lembrar-lhe de maneira fundamental sua condição precária e vã e o
faz sentir-se sem base e sem abrigo. (...)

Não sei que influência tem o terremoto sobre o caráter chileno; sei que muitos poderosos
de nossa terra ficariam mais simpáticos e propensos à filosofia se o nosso bom Atlântico
fizesse uma excursão até a rua Barata Ribeiro e o velho Pão de Açúcar desmoralizasse um
slogan de propaganda comercial dando algumas estremeções nervosas.

Houve um tempo em que Deus bastava para tornar humilde o poderoso; hoje seus
pesadelos são apenas o comunismo, o enfarte e o câncer, mas ele já se acostumou a
pensar que essas coisas só acontecem aos outros. O terremoto ameaça a terra com seus
bens, e a própria vida; sua ocorrência só pode tornar as pessoas mais amantes da vida e
mais conscientes de sua espantosa fragilidade. E isso faz bem.

(BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1960, p.17-19)

02. Ao considerar o terremoto que presenciou no Chile, o cronista Rubem Braga

(A) julga definitivamente inúteis os esforços que os homens fazem para conviver em
harmonia com a natureza.

(B) avalia o efeito positivo que tais catástrofes acabam por trazer para o desenvolvimento
da tecnologia.

(C) rejubila-se com o efeito das grandes catástrofes sobre os projetos mais ambiciosos da
civilização moderna.

(D) lamenta os prejuízos econômicos que a natureza acaba por trazer à base mesma das
atividades essenciais.

245
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
(E) pondera que as violências da natureza alertam o homem contra a arrogância com que
costuma se conduzir.
03- Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento
em:

(A) propensos à filosofia (3º parágrafo) = infensos às especulações.

(B) conscientes de sua espantosa fragilidade (4º parágrafo) = ciosos de sua temerária
debilidade.

(C) pelo que eles têm de fundamentalmente pânico (2º parágrafo) = por aquilo que os faz
essencialmente assustadores.

(D) podem promover terríveis anarquias (2º parágrafo) = ameaçam constituir políticas
anárquicas.

(E) com uma soberba inconsciente (2º parágrafo) = com uma inconsciência avantajada.

EXERCÍCIO 03
TEXTO

Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar nada para
ninguém. Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não for
registrado e postado, não aconteceu. Comeu, jantou, bebeu? Então, prove. Não está na
rede? Então, não vale.

Não estou aqui desfiando lamúrias de dinossauro tecnológico. Pelo contrário: interajo
com muita gente e publico ativamente fotos de minhas fornadas. A vida, hoje, é digital.
Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de pertencer à esfera privada.
Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de uma etiqueta que
equilibre a convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade.

Em meados da década passada, quando a cozinha espanhola de vanguarda ainda povoava


os debates e as fantasias de muitos gourmets, fotografar pratos envolvia um dilema:
devorar ou clicar? A criação saía da cozinha, muitas vezes verticalizada, comumente
finalizada com esferas delicadas, espumas fugazes... O que fazer, capturá-la em seu
melhor instante cenográfico, considerando luzes e sombras, e comê-la depois, já
desfigurada, derretida, escorrida? Ou prová-la imediatamente, abrindo mão da imagem?
Nunca tive dúvidas desse tipo (o que talvez faça de mim um bom comensal, mas um mau
divulgador).

Fotos e quitutes tornaram-se indissociáveis, e acho que já estamos nos acostumando.


Mas será que precisa acontecer durante todo o repasto? Não dá para fazer só na chegada
do prato e depois comer sossegado, à maneira analógica? Provavelmente não: há o
tratamento da imagem, a publicação, os comentários, as discussões, a contabilidade das
246
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
curtidas. Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e
famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos presenciais ou
interações reais. A pizza esfria e perde o viço; mas a foto chega tinindo aos amigos de
rede.

(Adaptado de: CAMARGO, Luiz Américo. Comeu e não postou? Então, não valeu.
Disponível em:
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/09/opinion/1483977251_216185.html)

04- Depreende-se corretamente do texto que

(A) o hábito de fotografar os pratos, característico da sociedade contemporânea, deveria


ser abandonado, na opinião do autor, na medida em que a falta de uma distinção clara
entre vida pessoal e profissional tem prejudicado a rotina de amantes da gastronomia.

(B) o autor, embora não desaprove integralmente o uso das redes sociais para a
postagem de fotos das refeições, considera necessário que se imponha um limite para
isso, a fim de se preservar não apenas a apreciação do prato como também a interação
presencial.

(C) as pessoas, hoje, preferem partilhar com os amigos os momentos que consideram
mais importantes em seu cotidiano, o que justifica as fotos de refeições realizadas em
família, já que o convívio familiar continua sendo valorizado, apesar da expansão do meio
virtual.

(D) o autor vê com desaprovação a postagem de fotos de pratos em redes sociais, motivo
pelo qual prefere acessar a internet

para a interação com pessoas com as quais partilha desse mesmo sentimento, já que tem
consciência de que não será ouvido pela maior parte das pessoas.

(E) a experiência com a cozinha espanhola de vanguarda legou ao autor um olhar crítico
para a apresentação estética dos pratos, o que fez com que ele aprendesse a conter sua
ansiedade em degustá-los para antes fotografá-los em seu esplendor.

EXERCÍCIO 4

TEXTO

Sandberg, que mudou totalmente o conceito espectador/obra de arte com o seu trabalho
de duas décadas no Museu Stedelijk, de Amsterdã, iniciou sua palestra elogiando a
arquitetura do nosso MAM-RJ que, segundo ele, segue a sua teoria de que o público deve
ver a obra de arte de frente e não de lado, como acontece até agora com o museu
convencional de quatro paredes. O ideal, disse ele, é que as paredes do museu sejam de
vidro e que as obras estejam à mostra em painéis no centro do recinto. O museu não é

247
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
uma estrutura sagrada e quem o frequenta deve permanecer em contato com a natureza
do lado de fora:

“A finalidade do museu de arte contemporânea é nos ajudar a ter consciência da nossa


própria época, manter um espelho na frente do espectador no qual ele possa se
reconhecer. Este critério nos leva também a mostrar a arte de todos os tempos dentro do
ambiente atual. Isso significa que devemos abolir o mármore, o veludo, as colunas gregas,
que são interpretações do século XIX. Apenas a maior flexibilidade e simplicidade. A luz
de cima é natural ao ar livre, mas artificial ao interior. As telas são pintadas com luz lateral
e devem ser mostradas com luz lateral. A luz de cima nos permite encerrar o visitante
entre quatro paredes. Certos museólogos querem as quatro paredes para infligir o maior
número possível de pinturas aos pobres visitantes.

É de capital importância que o visitante possa caminhar em direção a um quadro e não ao


lado dele. Quando os quadros são apresentados nas quatro paredes, o visitante tem de
caminhar ao seu lado. Isso produz um efeito completamente diferente, especialmente se
não queremos que ele apenas olhe para o trabalho, mas o veja. Isso é ainda mais
verdadeiro em relação aos grandes museus de arte contemporânea. Eles são grandes
porque o artista moderno quer nos envolver com o seu trabalho e deseja que entremos
em sua obra. Ao organizar o nosso museu, devemos ter consciência da mudança de
mentalidade da nova geração.

Abolir todas as marcas do establishment: uniformes, cerimoniais, formalismo. Quando eu


era jovem, as pessoas entravam nos museus nas pontas dos pés, não ousavam falar ou rir
alto, apenas cochichavam.

Realmente não sabemos se os museus, especialmente os de arte contemporânea, devem


existir eternamente. Foram criados numa época em que a sociedade não estava bastante
interessada nos trabalhos de artistas vivos. O ideal seria que a arte se integrasse outra vez
na vida diária, saísse para as ruas, entrasse nas casas e se tornasse uma necessidade. Esta
deveria ser a principal finalidade do museu: tornar-se supérfluo”.

(Adaptado de: BITTENCOURT, Francisco. “Os Museus na Encruzilhada” *1974+, em Arte-


Dinamite, Rio de Janeiro, Editora Tamanduá, 2016, p. 73-75)

05- Conforme o texto,

(A) ainda que sejam convencionais, os museus antigos possibilitaram que a arte voltasse a
fazer parte da vida das pessoas, contribuindo para a mudança de mentalidade que
possibilitou a arte contemporânea.

(B) muito embora os museus de arte contemporânea optem pela simplicidade em sua
estrutura, não devem abrir mão do modo de expor as obras, tampouco das regras e
costumes que se foram sedimentando com o passar dos tempos.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
(C) os museus antigos precisam se adequar a uma nova mentalidade, tornando-se
verdadeiros mercados, que possibilitassem a aquisição de obras por qualquer pessoa, a
ponto de se tornarem supérfluos com o tempo.

(D) por serem pintadas com luz lateral, as telas antigas necessitam de uma luz neutra,
sem direcionamento específico e que não interfira em sua apreciação, razão pela qual
permanecem em museus tradicionais.

(E) os museus atuais deveriam privilegiar a maior aproximação do espectador em relação


às obras, o que fica patente pela oposição entre os verbos "olhar" e "ver".

06- Com a frase Quando eu era jovem, as pessoas entravam nos museus nas pontas dos
pés, não ousavam falar ou rir alto, apenas cochichavam (3º parágrafo), o autor

(A) exemplifica a ausência de uniformes e formalidades em sua juventude, em


contraposição ao papel social que agora devem assumir os museus, estimulando a
seriedade e o comprometimento dos espectadores.

(B) ilustra o caráter contemplativo do espectador naquela época, cuja presença, na


medida do possível, não devia ser percebida, para não interferir no ambiente.

(C) mostra como deve se portar, na sua opinião, qualquer pessoa que adentre o espaço
de um museu de arte, seja ela antiga ou contemporânea, de modo a demonstrar respeito
e educação.

(D) considera sua juventude como um período em que não se compreendia a verdadeira
função dos museus, o que ocorreu não apenas com sua própria maturidade, passando a
respeitá-los com a devida solenidade.

(E) ressalta as diferenças de mentalidade entre sua geração e a atual, uma vez que aquela
era reprimida por pretender usar o museu como um espaço de convivência.

IDEIA CENTRAL DO TEXTO

Algumas questões pedem para que o candidato marque o item que apresenta a ideia
central do texto (ou assunto principal ou principal ideia). Nesse tipo de questão, o texto
normalmente pertence à tipologia dissertativa. Assim, siga o seguinte roteiro:

1. Título: um título é sempre o resumo da principal ideia de um texto. Então, se


houver título no texto de sua prova, não deixe de levá-lo em consideração.
2. O 1º Parágrafo: no primeiro parágrafo, há o que se chama de tese. A tese é uma
afirmação do autor. Tal afirmação mostra o pensamento prioritário de quem
escreve o texto. Assim, nessa tese, nota-se claramente a ideia que será debatida
ao longo dos demais parágrafos. Todo o texto existirá em função dessa tese.
3. Último parágrafo: o último de um texto dissertativo reitera (reforça) a tese.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Conclusão, se você tiver esse tipo de questão, não perca tempo: procure logo as
extremidades do texto. Vamos a um exemplo:

TEXTO

A França, berço da tríade de valores modernos de liberdade, igualdade e fraternidade,


deu passo temerário ao proibir o uso, em espaços públicos, de véus que cubram
totalmente o rosto. Trata-se de uma manifestação de intolerância difícil de reconciliar
com os valores que a nação francesa veio a representar no mundo.

Na prática, a proibição criminaliza o porte de indumentárias tradicionais em alguns


grupos muçulmanos, como o niqab (que deixa só os olhos à mostra) e a burca (que os
mantém cobertos por uma tela). A legislação adotada em 2010 entrou em vigor nesta
semana e já motivou a aplicação de uma multa de cerca de R$ 340.

A lei interdita o uso de vestimentas que impeçam a identificação da pessoa, sob o


pretexto de que essa dissimulação pode favorecer comportamentos suscetíveis de
perturbar a ordem pública. Vale para ruas, parques, escolas, repartições, bibliotecas,
hospitais, delegacias e ginásios de esporte. Domicílios, veículos particulares e locais de
culto ficam excetuados.

Nesse grau de generalidade, a lei se aplicaria a qualquer acessório − como máscaras ou


capacetes − que oculte o rosto. A intenção de discriminar muçulmanas transparece
quando se considera a exceção feita na lei: máscaras usadas no contexto de festas,
manifestações artísticas ou procissões religiosas, "desde que se revistam de caráter
tradicional".

Cristãos, portanto, podem cobrir o rosto no Carnaval, no Halloween ou em procissões.


Muçulmanas, no dia a dia, não − ainda que a peça seja de uso tradicional. O argumento
da obrigatoriedade de identificação é ponderável. A própria legislação admite que a
identidade seja confirmada em recinto policial. A imposição de multa, porém, parece
abusiva.

A roupa e o uso de adereços − como crucifixos ou outros símbolos religiosos − deveriam


ser considerados parte integrante do direito à expressão da personalidade, o que inclui a
fé. Decerto que em muitos casos o uso do véu é imposto pela família e pode ser um
símbolo de sujeição da mulher, mas basta uma que o faça por vontade própria para que a
lei resulte em violação de seus direitos.

A medida extrema só encontra explicação no sentimento xenófobo que se dissemina pela


França. Vem a calhar para o presidente Nicolas Sarkozy, que parece disposto a tudo para
melhorar seus índices de popularidade.

(Folha de S.Paulo. Opinião. 13 de abril de 2011)

250
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
07- O título que dá conta do assunto tratado com prioridade no texto é:

A) Privilégios dos cristãos.

(B) Intolerância à francesa.

(C) Datas religiosas e pagãs.

(D) Índices de popularidade de Nicolas Sarkozy.

(E) Lugares públicos e privados.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07
D E C B E B B

TIPOLOGIA TEXTUAL

Os textos não são puros. Eles, na verdade, são formados pela reunião de várias tipologias.
É claro que, entre as tipologias presentes, uma sempre se destaca; daí afirmar-se que
haverá sempre uma predominante. As bancas de concursos querem que o candidato
perceba qual está em evidência no texto da prova. As tipologias existentes são as
seguintes: narrativa, descritiva, dissertativa, injuntiva, preditiva e dialogal
(conversacional).

Narrativa

É da natureza humana contar histórias. Talvez seja este o tipo mais antigo e do qual todos
os demais tenham surgido. Quem não gosta de ouvir uma bela história? Um texto
pertencerá à tipologia narrativa quando as seguintes características aparecerem:

a) Haverá um narrador (na 1ª ou na 3ª pessoa do singular ou do plural) que contará


um fato real (quando a história tratar de pessoas) ou ficcional (quando a história
utilizar personagens).

b) Um texto narrativo responde, explícita ou implicitamente, às seguintes perguntas:


Quem? Quando? Onde? O quê? Como?

Pessoa ou Tempo Cenário Fato / Trama /


personagem ocorrência desenvolvimento

251
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Exemplo:

Descritivo

A descrição costuma ambientar as narrações e, quando o faz, escolhe um “objeto” para


dedicar suas atenções. Pode ser uma casa, um livro, uma floresta, uma cena (sim, é
possível descrever uma cena), uma fotografia etc. Um texto predominantemente
descritivo apresentará as seguintes características:

a) O texto apresenta uma cadeia de características ou de procedimentos.

b) Nesse modelo, é frequente haver adjetivos, locuções adjetivas.

c) Esse tipo de texto costuma ter verbos de ligação, mas não é obrigatório.

Texto

Como você pode ver, uma garotinha está deitada displicentemente no colo de um senhor
bem velhinho e bem simpático. Ela parece um anjo. Loirinha, cabelo castanho claro,
encaracolado, nariz e boca perfeitos, ar inteligente e sadio, uma dessas crianças que a
gente vê em anúncios. Pelo jeito, deve ter uns três ou quatro anos, não mais que isso. Ela
está vestida em um desses macaquinhos de flanela, com florezinhas azuis e vermelhas e
uma malha creme por baixo. Calçando um tênis transadíssimo nas discretas cores
amarelo, vermelho e azul, o que nos mostra que a mocinha não é apenas novinha, mas
moderninha também. O velhinho tem um tipo bem italiano. O boné cinza é típico desses
senhores que a gente vê passeando pelo Bixiga nos domingos à tarde. (...)

Note que predomina no texto a descrição, já que o relato feito envolve uma cena estática,
isto é, em que nenhum acontecimento pode ser considerado cronologicamente anterior a
outro.

Dissertativo

Dissertar é um ato cognitivo e exige, portanto, conhecimento enciclopédico do redator.


Além de ter conhecimento de mundo, o autor desse tipo de texto deve saber fazer
formulações, lançar teses, defender seu ponto de vista a partir de argumentos, fazer
comparações, chegar a conclusões etc. Essa tipologia de texto pode ser escrita na 1ª ou
na 3ª pessoa (do singular ou do plural), cujo objetivo principal é manusear ideias (fatos,
problemas sociais, leis, acontecimentos históricos, questões filosóficas, descobertas
científicas etc.) a fim de informar ou opinar.

252
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Por isso, há dois formatos do tipo dissertativo:

a) Dissertação expositiva: não há uma tomada de partido ou mesmo presença de


tese, pois o autor apenas traz ideias a público.

b) Dissertação argumentativa: há uma tomada de partido. O autor trabalha em


função de uma tese e usa argumentos (exemplos, números, citações etc.) para
fundamentar seu ponto de vista.

Injuntivo

Nesse modelo de texto, o autor indica ao leitor como realizar uma ação, orienta um
procedimento, dá instruções ao leitor, enfim. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os
verbos desses textos são, em sua maioria, empregados no modo imperativo.

Ex.:

a) manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos;


b) textos com regras de comportamento;
c) textos de orientação (ex.: recomendações de trânsito);
d) receitas.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Texto

Note que há, nesse texto, características das tiplogias expositiva e injuntiva, como
prediminância da última.

Preditivo

Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual
ainda está por ocorrer. É o tipo predominante nos seguintes gêneros: previsões
astrológicas, previsões meteorológicas, análise de mercado, previsões
escatológicas/apocalípticas etc.

Dialogal / Conversacional

Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros:


entrevista, conversa telefônica, “watts zap”, peças teatrais etc.
GÊNEROS TEXTUAIS

Como nós já sabemos quais são os tipos de textos, ou seja, já conhecemos as tipologias
textuais, vamos agora entender os gêneros textuais. Estes seriam uma espécie de
aprofundamento dos tipos de textos.

Assim, se os gêneros textuais dizem respeito ao particular, a tipologia textual diz


respeito ao geral. Para que você tenha uma ideia, numa determinada tipologia, muitos
gêneros podem estar presentes, por exemplo: na tipologia narrativa, podemos encontrar
os seguintes gêneros: piada, conto, romance, novela, fábula, lenda etc. Por outro lado,
exemplos de gêneros possíveis para a tipologia dissertativa seriam os seguintes: ensaio,
dissertação de mestrado, TCC, artigo de opinião, peça processual, relatório etc.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Embora os diferentes gêneros textuais apresentem estruturas específicas, com
características próprias, é importante que os concebamos como flexíveis e adaptáveis, ou
seja, que não definamos a sua estrutura como fixa.

Dessa forma, os gêneros textuais possuem transmutabilidade, ou seja, é possível que se


criem novos gêneros a partir dos gêneros já existentes para responder a novas
necessidades de comunicação. São adaptáveis e estão em constante evolução.

Tipos e gêneros textuais

Tipos e gêneros textuais são duas categorias diferentes de classificação textual.

Como já sabemos, os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e
distinguem a estrutura e os aspectos linguísticos de uma narração, descrição, dissertação
e explicação.

Tipos textuais:

 Texto narrativo;
 Texto descritivo;
 Texto dissertativo expositivo;
 Texto dissertativo argumentativo;
 Texto injuntivo;
 Texto preditivo;
 Texto dialogal/conversacional.

Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos:

 romances;
 contos;
 fábulas;
 novelas;
 crônicas;
 lendas;
 piadas;

(entre outros afins)

Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos:

 diários;
 relatos de viagens;
 folhetos turísticos;
 cardápios de restaurantes;
 classificados;
255
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
 legendas de quadros ou fotografias;

(entre outros afins)

Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos:

 textos de divulgação científica;


 enciclopédias;
 resumos escolares;
 verbetes de dicionário;
 notas de aula;

(entre outros afins)

Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos:

 artigos de opinião;
 manifestos;
 sermões;
 dissertações;
 teses;
 editoriais;
 resenhas críticas;

(entre outros afins)

Gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos:

 receitas culinárias;
 manuais de instruções;
 bula de remédio;
 dicas de comportamento;

(entre outros afins)

Gêneros textuais pertencentes aos textos preditivos:

 horóscopo;
 análise de mercado;
 previsão do tempo;

(entre outros afins)

Gêneros textuais pertencentes aos textos dialogais:

256
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
 peças de teatro;
 entrevistas;
 debates;
 gravações telefônicas;

(entre outros afins)

A COERÊNCIA TEXTUAL

Quando estamos numa conversa entre amigos, e um assunto polêmico surge, é normal
que o debate fique cada vez mais acalorado. Daí alguém pode dizer: “Isso que você falou
não tem coerência nenhuma!”. Quando alguém diz isso, é esperado que esse alguém
tenha comparado as palavras da pessoa que estava falando como aquilo que
chamaremos de a lógica do mundo. Alguns fatos, dados ou conceitos costumam ser
incontestáveis em nossa consciência porque são entendidos, coletivamente, como
lógicos, como racionais. É como se todos nós tomássemos certas informações que estão
no mundo como referência daquilo que vamos designar, ao longo da vida, como o certo e
o errado. Por exemplo, matar pessoas é errado. Sabemos disso porque certos
“instrumentos” (como a bíblia e as leis) nos dizem, há séculos, que não é correto matar
pessoas. Assim, quando alguém, por conta da criminalidade urbana crescente, clama pela
paz nas grandes cidades e coloca como argumento central de seu discurso que “bandido
bom é bandido morto”, a coerência começa a ser quebrada porque uma regra maior foi
violada. Assim, a coerência textual diz respeito a essa “malha” de informações que,
quando cruzada, pode ser entendida como coerente ou incoerente. Nessa linha de
pensamento, quanto mais leituras de mundo você tem, mais há possibilidades de você ser
coerente como aquilo que vê, lê, fala ou escreve.

Como a coerência textual surge em nossas provas

Qualquer banca de concurso público, na prova de língua portuguesa, trará um texto para
que você responda às questões de compreensão e interpretação. É nesse momento que a
organizadora irá sondar se você consegue fazer, com precisão, os cruzamentos de
informações que estão no texto e fora dele. Como assim fora dele? É que todo leitor fará
consultas a um espécie de “google”, ou seja, todo leitor consultará seu conhecimento
enciclopédico (conhecimento de mundo) para julgar uma assertiva como correta ou
incorreta. É claro que você, nesse momento, terá como referência maior sempre o texto
que a banca colocou na prova. Não se esqueça disso! Assim, você deve ficar muito atento
a cada palavra do enunciado e dos itens. Muitas vezes, uma expressão ou palavra
utilizada fazem como um item perca coerência. Por exemplo: imaginemos que o texto da
sua prova trate de alimentação saudável nos dias atuais. Daí, um dos itens diz: “Segundo
o texto, alimentar-se de forma saudável é um ato que começa nos pequenos gestos
diários, pois prescinde que nos interessemos pelo valor energético e pela qualidade do
produto que estamos ingerindo”. Ora, se sei que “prescindir” significa “não levar em
conta”, o item é totalmente incoerente. É claro que estamos diante de um caso
específico, pois o vocabulário aqui atrapalhou um pouco. Contudo, você tem que ficar
atento a isso. Se “imprescindível” é aquilo que NÃO podemos dispensar, o prescindível
deve significar exatamente o contrário: aquilo que PODEMOS dispensar. Você fará essas
conferências em todos os enunciados e em todos os intens. Combinado?
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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
A COESÃO TEXTUAL

A coesão textual diz respeito às diversas formas que um produtor de texto tem para fazer
ligação entre as ideias do texto. Essas estratégias, quase sempre, exigem o domínio de
elementos gramaticais, como conjunções, locuções conjuntivas, pronomes ou advérbios,
por exemplo.

Tipos de coesão

- Coesão referencial.

- Coesão sequencial.

Coesão referencial

Na coesão referencial (também chamada de lexical), são utilizados elementos, como


pronomes, substantivos e expressões adverbiais, que evitam a repetição de palavras ou
expressões já mencionadas no texto. Tem-se um caso de coesão anafórica, ou seja, a
referência se dá para trás. Por outro lado, é possível uma referência para frente, a
chamada coesão catafórica.

Tipos de coesão referencial / lexical

- Sinonímia
- Hiponímia e hiperonímia
- Elipse
- Substituição pronominal

Coesão sequencial

Na coesão sequencial, é estabelecida uma conexão entre as ideias do texto por meio de
conjunções, conectivos ou expressões que servem para dar continuidade aos assuntos,
estabelecendo, assim, uma sequência entre aquilo que já foi afirmado e aquilo que se
deseja dizer. Nesse tipo de coesão, a lógica entre as ideias é determinante. Veja algumas
palavras ou expressões que podem realizar esse tipo de coesão: por conseguinte,
portanto, logo, embora, ainda que, dessa forma, caso, entretanto, porém, ainda assim,
mesmo que, por esse motivo etc.

Ex.:

Anteriormente à primeira Constituição pátria, a de 1824, vigoraram as Ordenações


Afonsinas, as Manuelinas e as Filipinas. Destas, somente as Ordenações Filipinas,
sancionadas em 1595 e que construíram a base do direito português até o século XIX, com
vigência de 1603 até o Código Civil brasileiro de 1916, trazem, em seu texto, algo que
remete ao entendimento de concessão de justiça gratuita, prevendo que, se o agravante
fosse tão pobre que jurasse não ter bens móveis, nem bens de raiz, nem como pagar o

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
agravo e se rezasse, na audiência, uma vez, a oração do Pai-Nosso pela alma do rei de
Portugal, seria considerado quitado o pagamento das custas de então.

Ainda com relação ao aspecto da gratuidade, em particular, o colonizador português


trouxe para o território brasileiro a praxe forense de acordo com a qual os advogados
deveriam assistir, de maneira gratuita e voluntária, os pobres que a solicitassem.

Note que a expressão em destaque retoma o parágrafo anterior e promove a sequência


do raciocínio.

Coesão por sinonímia

Léxico significa “conjunto de vocábulos de uma língua”. Na coesão lexical, são utilizados
recursos coesivos que permitem a manutenção do tema a partir de troca de vocábulos
afins.

Ex.:

“Francisco foi a Porto Alegre no final deste mês. Na capital gaúcha, o Sumo Pontífice
disse que a igreja católica tem que aderir aos movimentos sociais”.

Note que “capital gaúcha” e “Sumo Pontífice” são sinônimos de Porto Alegre e Francisco,
respectivamente. Por isso, essa coesão lexical pode ser chamada também de coesão
lexical por sinonímia.

Coesão por hiponímia e hiperonímia

Ex.:

“O médico desatento esqueceu uma tesoura ventre de seu paciente. O instrumento


permaneceu dentro da pessoa por três dias sem ser notado pelo obstetra”.

Esse tipo de coesão lexical exige que você conheça dois conceitos: hiponímia e
hiperonímia. Hiponímia é a relação vocabular que se dá do menor para o maior: tesoura é
mais específico (menor) e instrumento é mais genérico (maior); assim, pode-se dizer que
tesoura é um hipônimo de instrumento, nessa sequência. Hiperonímia é o contrário.
Pode-se dizer que médico é mais genérico (maior) do que obstetra (menor); assim,
médico é um hiperônimo de obstetra, considerando, claro, essa sequência de
aparecimento das palavras no texto.

Detalhe: ocorre também coesão por hiponímia entre paciente e pessoa.

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Coesão por elipse

Na coesão por elipse, é feita a omissão (elipse) de elementos anteriormente


mencionados, desde que facilmente identificáveis.

Ex.:

“Minha namorada fugiu do país sem me dizer nada. Eu acredito que deixou de me amar”.

Note que antes de “deixou” fica elidida (omitida) a expressão “minha namorada”. Isso é
coesão por elipse.

Coesão por substituição

Na coesão por substituição são também utilizadas palavras que retomam termos já
referidos, havendo, contudo, uma nova definição desse termo, sem que haja
correspondência total ao primeiro termo.

Ex.:

“Gosto muito de fotografia e de cinema. Embora este seja incrível e mais comum, é
aquela que me deixa mais impressionado”.

Note que este substitui cinema; e aquela, fotografia.

EXERCÍCIO DE REFLEXÃO

OBSERVAÇÃO: as respostas para as questões abaixo estão no final do exercício.

COESÃO COM PRONOMES DEMONSTRATIVOS


Os pronomes demonstrativos “apontam” para algo ou alguém, servem para precisar
dados, pessoas ou fatos que ocorram num texto.

Este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, isso, aquilo, tal, tais.

Como podem cair nas provas:

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
a) Alguns desses pronomes podem desempenhar o papel de retomar /sinalizar palavras
ou ideias no texto. Chamamos esse papel de anafórico (referência para trás) e
catafórico (referência para frente).

A dupla “Bebeto & Romário” = Este(a)(s) & Aquele(a)(s)

Chamo essa dupla de “Bebeto e Romário” porque imagino esses pronomes como se
fossem esses dois jogadores quando atuaram na seleção de 94, quando fomos campeões.
Bebeto e Romário tinham uma sintonia incrível: cada um fazia a sua parte no jogo! Assim,
a dupla Este(a)(s) & Aquele(a)(s) atuará da seguinte forma no “jogo” do texto:

Este(a)(s) retomará o referente mais próximo.


Aquele(a)(s) retomará o referente mais distante.

Obs.: “referente” é, na maioria das vezes, um substantivo.

“A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas
que ele realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Esta, infelizmente, já não parece
fazer muito sentido para aquela”.

a) “Esta” retoma “...............................”.


b) “Aquela” retoma “.................................”.

“A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas
que ele realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Estas deveriam ser mais valorizadas,
pois aquele lutou muito para que elas se realizassem”.

a)“Estas” retoma “............................”.


b) “Aquele” retoma “.............................”.

O “Este(a)(s)” pode surgir sozinho no texto:

- “Ela comprou os livros, os cadernos e os lápis. Estes, contudo, foram os mais fáceis de
achar”.

“Estes” remete a........................................

O “Este(a)(s)” pode surgir, também, acompanhado no texto:

261
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
- “Ela comprou os livros, os cadernos e os lápis. Estes foram os mais fáceis de achar, esses
estavam em promoção e aqueles tiveram seus preços reduzidos”.

“Estes” remete a.........................; “esses” remete a .......................; “aqueles” remete a


............................

- “Após a Lava a Jato, o único político tucano punido foi este: nenhum”.

- “Este” remete a........................................

A dupla Esse(a)(s) /Tal + Substantivo “lanterna”

Esses pronomes precisam da ajuda do substantivo que surge a sua frente. Tais
substantivos funcionam como uma lanterna, ou seja, seu significado “jogará luz” para a
parte de trás do texto, pois haverá uma correspondência de sentidos entre o substantivo
“lanterna” e o seu referente. Esses pronomes têm, assim, função anafórica.

SITUAÇÃO 01

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema


feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Esse fenômeno também pôde ser notado....

SITUAÇÃO 02

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema


feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Essa pesquisa foi divulgada....

SITUAÇÃO 03

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema


feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Tais consequências já apreciam em ....

SITUAÇÃO 04
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema
feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Essas patologias se destacaram em um estudo...

SITUAÇÃO 05
262
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema
feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Tal curso também divulgou trabalhos em áreas...
SITUAÇÃO 06
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema
feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Essa universidade colabora com produções científicas....

Como usar o ISSO

- O pronome “isso” retoma uma ideia (um processo), e não uma palavra ou expressão
isolada do texto.

“O Estado do Amazonas é o que tem a floresta mais preservada. Isso é repetido por todos
e lá eles dizem que 98% da floresta estão preservados”.
- “Isso” refere-se a..........................................

Como usar o ISTO


“Só desejo a você isto: que seja aprovado”.
- “Isto” refere-se a.................................
****

RESPOSTAS DO EXERCÍCIO

“A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas
que ele realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Esta, infelizmente, já não parece
fazer muito sentido para aquela”.

c) “Esta” retoma “ SUA VIDA.”.


d) “Aquela” retoma “A SOCIEDADE”.

“A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas
que ele realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Estas deveriam ser mais valorizadas,
pois aquele lutou muito para que elas se realizassem”.

a)“Estas” retoma “COISAS”.


c) “Aquele” retoma “VELHO”.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
O “Este(a)(s)” pode surgir sozinho no texto:

- “Ela comprou os livros, os cadernos e os lápis. Estes, contudo, foram os mais fáceis de
achar”.

“Estes” remete a LÁPIS.

O “Este(a)(s)” pode surgir, também, acompanhado no texto:

- “Após a Lava a Jato, o único político tucano punido foi este: nenhum”.

- “Este” remete a NENHUM.

A dupla Esse(a)(s) /Tal + Substantivo “lanterna”

SITUAÇÃO 01

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema


feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Esse fenômeno também pôde ser notado....

(TEMPERATURAS ALTAS)

SITUAÇÃO 02

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema


feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Essa pesquisa foi divulgada....

(UM ESTUDO)

SITUAÇÃO 03

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema


feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Tais consequências já apreciam em ....
264
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
(O AUMENTO DAS HOSPITALIZAÇÕES)

SITUAÇÃO 04

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema


feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Essas patologias se destacaram em um estudo...

(FALÊNCIA RENAL, INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO, SEPSE)

SITUAÇÃO 05

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema


feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Tal curso também divulgou trabalhos em áreas...

(FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA)

SITUAÇÃO 06

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema


feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por
falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades.
Essa universidade colabora com produções científicas....

(HARVARD)

Como usar o ISSO

- O pronome “isso” retoma uma ideia (um processo), e não uma palavra ou expressão
isolada do texto.
“O Estado do Amazonas é o que tem a floresta mais preservada. Isso é repetido por todos
e lá eles dizem que 98% da floresta estão preservados”.
- “Isso” refere-se a TUDO O QUE FOI DITO ANTERIORMENTE”.

Como usar o ISTO


“Só desejo a você isto: que seja aprovado”.
- “Isto” refere-se a TUDO O QUE FOI DITO POSTERIORMENTE”.

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
INTERTEXTUALIDADE

Quando escrevemos um texto, podemos “pedir ajuda” a um outro texto. Esse “pedir”
ajuda é a intertextualidade. O objetivo desse gesto é fazer com que o nosso texto ganhe
força e fique mais robusto.

Na história, inúmero grandes autores fizeram intertextualidade, o que mostra que tal
procedimento é normal e, muitas vezes, necessário.

A intertextualidade pode se fazer presente em inúmeros textos de quaisquer gêneros:


poesia, conto, artigo de opinião, crônica, notícia, romance etc.

Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita

A intertextualidade não necessariamente precisa ser clara no texto. Às vezes, ela é


evidente; outras, sutil.

A intertextualidade explícita.

Quando explícita, ela é facilmente identificada pelos leitores, uma vez que estabelece
uma relação direta com o texto fonte, o texto de origem. Quando digo, por exemplo,
“Michel Foucault, em seu livro História da loucura, afirma que...”, a intertextualidade é
flagrante, pois aparecem elementos que identificam facilmente o texto fonte. Nesse tipo
de intertextualidade, não há a necessidade de dedução por parte do leitor, já que tudo
está à vista de quem lê.

A intertextualidade implícita

Já quando implícita, ela não é facilmente identificada pelos leitores, haja vista que não
estabelece uma relação direta com o texto de origem. É como se as evidências ou pistas
das citações desaparecessem. Nesse caso, cabe ao leitor realizar deduções para notar
que aquela parte do texto vem de outro texto. Esse difícil procedimento exige que os
leitores recorram a conhecimentos prévios para a compreensão do conteúdo. Aqui,
quanto mais leituras tiver o leitor, mais facilmente notará a intertextualidade.

Tipos de intertextualidade

A intertextualidade não é única. Assim, ela pode ter diversas formas e ser realizada de
diversas maneiras. Vamos a elas.

Paráfrase

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Parafrasear é dizer o que outro disse, mas mudando as palavras originais. É claro que,
nesse processo, é possível que o texto original seja diminuído ou ampliado.

Ex.:

- “O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte”. Friedrich Nietzsche

- “O que não me mata me fortalece”. Ditado popular.

Paródia

A paródia ocorre quando se distorce da temática do texto fonte, alterando e contrariando


o que foi dito no texto original; nesse caso, usa-se a ironia e sátira. O objetivo da paródia
é fazer uma reflexão crítica usando um tom jocoso e zombeteiro.

Ex.:

IMAGEM ORIGINAL

IMAGEM PARODIADA

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Referência ou alusão

Na referência ou alusão, é realizada uma sugestão ou insinuação de algo, que pode ser
um acontecimento, personalidade, personagem, local, obra etc. Não é apresentada a
intertextualidade de forma direta, mas sim através da apresentação de características
simbólicas. Exige atenção e conhecimento de mundo do leitor.

Ex.:

“Todo camburão tem um pouco de navio negreiro”. O Rappa

Nesse caso, o título da música, assim como a música inteira, faz referência ao poema
Navio Negreiro, de Castro Alves. Se o leitor não conhece o poema e todo o contexto que
o envolve, não percebe que está havendo intertextualidade.

Citação

Já na citação, não há sutileza; pelo contrário, ocorre uma intertextualidade de forma


direta, havendo a reprodução de parte do texto fonte. Há a transcrição das palavras de
outro autor, com a presença obrigatória das aspas. A citação tem como objetivo dar
credibilidade ao novo texto. Esse recurso é muito comum nos textos acadêmicos.

Ex.:

Segundo QUINTET (2006, p.17), "A civilização exige do sujeito uma renúncia pulsional.
Todo laço social é, portanto, um enquadramento da pulsão, resultando em uma perda
real de gozo".

Epígrafe

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PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
Nesse tipo de intertextualidade, o autor utiliza uma passagem de um texto fonte para
iniciar um novo texto. Costuma aparecer isoladamente em uma única folha ou antes de
capítulos. É comum em trabalhos acadêmicos ou em obras literárias. Uma epígrafe é uma
espécie de antecipação cujo objetivo é fazer com que o leitor realize pontes com o texto
que irá começar.

Ex.:

“Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em
monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha
para dentro de ti” Friedrich Nietzsche

Pastiche

Aqui, ocorre a imitação direta do estilo de outro autor, misturando esses diversos estilos
numa única (e nova) forma. Surge como uma criação independente, sem o intuito de
criticar ou satirizar, o que o difere da paródia. O pastiche é muito utilizado em músicas e
imagens, mas pode ocorrer também na literatura.

Ex.:

As adaptações literárias são um belo exemplo. Fernando Sabino fez uma adaptação da
obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. Ao seu pastiche, Sabino deu o título Amor de
Capitu, e construiu uma narrativa independente, mas muito ligada à obra original do
grande mestre.

BIBLIOGRAFIA

PESTANA, Fernando. A gramática para concursos públicos. Editora Campus Elsever, 2013.
São Paulo.

BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo acordo ortográfico. Editora


nova fronteira, 2008, Rio de Janeiro.

CUNHA, Celso ; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português


Contemporâneo. Editora Nova Fronteira. 1985, Rio de Janeiro.

CEGALLA, Domingos P. Novíssima gramática da língua portuguesa. Editora


Nacional, 2008. São Paulo.

HOUAISS. Dicionário eletrônico. 2010.

269
PIRATARIA É CRIME - LEI 10.695/2003
LIMA, A. Oliveira. Manual de redação oficial. Editora Elsevier, 2010, Rio de
Janeiro.

MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Português forense. Editora Atlas,


2010, São Paulo.

SCHLITTLER, José Maria Martins. Manual prático de redação profissional.


Editora Servanda,2006, Campinas.

VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. Editora


Juarez de Oliveira, 2010, São Paulo.

HOUAISS. Dicionário eletrônico. 2010.

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