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ENDOCRINOLOGIA

Os hormônios são substâncias químicas capazes de serem sintetizadas por tecidos ou


órgãos específicos que irão ser levadas pelo sangue (sistema circulatório) em baixas
concentrações produzindo uma resposta fisiológica em um tecido alvo. Ele pode se ligar a
receptores específicos na célula alvo iniciando uma atividade fisiológica, mas para que ele
realize sua função ele precisa estar livre e encontrar o seu receptor específico.
Os hormônios possuem diversas ações e podem interagir no metabolismo, crescimento,
desenvolvimento, reprodução, gestação, lactação, etc.

Sistema Endócrino
● Glândulas
- Pineal melatonina
- Hipotálamo
- Hipófise
- Tireóide: T3 e T4
- Paratireoide: PTH
- Pâncreas: insulina
- Suprarrenais
- Testículos
- Ovários
● Órgãos- também tem a capacidade de produzir hormônio
- Coração
- Intestino
- Rim
- Placenta
Modos de Transmissão
● Parácrina
Não há a presença dos vasos sanguíneos para realizar o transporte do hormônio e ele irá
ser transportado da célula secretora para a célula receptora por meio do líquido intersticial.
Não é tão comum, mas pode ocorrer no sistema digestivo e no sistema imunológico, e
também algumas outras substâncias como citosina. A transmissão parácrina vai agir em
células vizinhas sem passagem pelo sangue e também através da sua ligação com os
receptores.
● Endócrina
O hormônio será secretado e transportado pela corrente sanguínea para a célula-alvo que
possui receptores. Esse tipo de transmissão é a mais comum e tem uma ação a distância
agindo em outras células, tecidos e órgãos desde estes possuam receptores para sua ação.
● Neurotransmissores
Os neurônios liberam neurotransmissores que irão se ligar ao receptor de uma célula-alvo
● Neuro-hormônios
Os neurônios secretam hormônios que vão ser liberados na corrente sanguínea e seguir até
a célula-alvo, essa transmissão age de forma similar a endócrina.
● Autocrina
A célula irá produzir o hormônio e ele pode atuar na mesma, ocorrendo em casos extremos.
Controle Neuroendócrino
Corresponde a relação do sistema endócrino com o sistema nervoso.

● Sistema Endócrino
- Liberação hormonal de forma lenta
- Menos dispendioso: não tem muito gasto de energia (ATP)
- Menos específico (receptor)
- Descontínuo: possui liberação em pulsos e em picos
Reflexo Neuroendócrino
● Interação entre mãe e cria
A medida que a cria mama ela cria uma via aferente de impulso e ao fazerem a sucção ele
envia o estimulo por neurônios aferentes até a medula e depois pela mesma via aferente
até o hipotálamo que é onde com a associação com a hipófise teremos a liberação da
ocitocina. A ocitocina será liberada pelo hipotálamo e armazenada na neuro-hipófise que irá
liberar ocitocina na corrente sanguínea que terá como célula-alvo as células mioepiteliais
(se contraem na presença de ocitocina) na que estão envolta do alvéolo na glândula
mamária (alvéolo local onde ocorre a produção de leite), dessa forma ocorre a ejeção do
leite. É chamado de reflexo, pois isso não ocorre de forma consciente e não chega no
córtex cerebral.
Classificação Hormonal
● Química
- Proteicos, peptídicos: derivados de aminoácidos
- Esteróides: seu precursor´é o colesterol
- Aminas: derivadas da tirosina (aminoácido) e tem como representantes as
catecolaminas, hormônios da tireoide
- Ácidos Graxos: precursor ácido aracdônico e seus representantes são as
prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos.
● Solubilidade, Receptores de de Células-Alvo, Mecanismo de Ação
Classificação baseada na forma de ação dos hormônios
- Solubilidade Considera a solubilidade e a facilidade de penetração e ação
nas células

Grupo 1 Grupo 2

Proteicos Esteróides

Peptídicos Hormônios tireoidianos

Aminas

Assim como os hormônios proteicos, os peptídicos e aminas possuem forma de


ação semelhante. E o mesmo acontece para os esteróides e hormônios tireoidianos
que também possuem forma de ação semelhante.

Hormônios Protéicos
São uma classe numerosa tendo por exemplo GH, insulina e ACTH como representantes.
Sua síntese ocorre da seguinte maneira:
1. Núcleo celular: Possui o gene para determinado hormônio que será sintetizado.
Esse gene então será transcrito em mRNA
2. Ribossomos: traduz a informação do mRNA em uma proteína, nesta fase ele já
pode ser chamado de pré-pró-hormônio e está na forma inativa.
3. Retículo Endoplasmático: no retículo endoplasmático esse pré-pró-hormônio será
transformado. Ele será clivado no retículo endoplasmático rugoso e será convertido
em pró-hormônio.
4. Aparelho de Golgi: o pró-hormônio será transformado no hormônio ativo no
complexo de golgi
5. Hormônio: o hormônio protéico então será armazenado em vesículas secretoras da
célula secretora e só será execrado quando ela for estimulada (pode haver a
necessidade de cálcio).
● Transporte
Geralmente é realizado pelo sangue (transmissão endócrina) e eles em sua maioria estão
dissolvidos no plasma sanguíneo. Os hormônios proteicos são considerados hidrofílicos, ou
seja, possuem afinidade por água e portanto não terá facilidade de penetrar na célula.
● Receptores
Como os hormônios proteicos são hidrofílicos e tem dificuldade de penetrar na célula os
seus receptores ficam posicionados na superfície celular. Como os hormônios peptídicos e
as aminas possuem um comportamento semelhante, eles também vão precisar se ligar a
receptores de superfície da membrana plasmática. Quando esses hormônios se ligam aos
receptores eles irão desencadear uma transcrição de sinais/ativação de segundos
mensageiros, esses segundos mensageiros serão mediadores da ação hormonal,porque
quando ativados eles irão ativar enzimas formadas nas células que então irão
desencadear uma resposta, ou seja, ação do hormônio na célula.
Como eles só ativam proteínas existentes na célula, sua ação é mais rápida.
Hormônios Esteróides
São derivados do Colesterol que é sintetizado pelo fígado
● Transporte
Assim como o proteico também é geralmente transportado pelo sangue, mas diferente do
proteico os esteróides são lipofílicos tendo livre acesso a membrana plasmática.
● Receptores
Por serem lipofílicos e tendo assim facilidade de penetrar na célula (atravessa a membrana
plasmática) seus receptores são intracelulares. Seu receptores podem ser encontrados no
citoplasma ou núcleo celular.
Sua forma de ação é diferente do proteico porque ele consegue atravessar a membrana. Ao
atravessar a membrana esses hormônios se ligam a receptores estimulando a transcrição e
tradução de novas proteínas que irão executar a ação hormonal na célula. Ação mais lenta

Interação dos Hormônios com Receptores na Células-Alvo


Se não houver receptores específicos a ação hormonal não acontece. Quanto maior a
afinidade do receptor maior será a resposta, o número de receptores também é importante
nessa ação pois mesmo em baixas concentrações se tem resposta biológica celular.
Quando sua ação é finalizada ocorre a dissociação do receptor com o hormônio.

Controle da Secreção Hormonal


O principal mecanismo de controle é o feedback, onde temos a retroalimentação que
corresponde a um estímulo inicial que será capaz de induzir uma resposta que pode
diminuir ou aumentar o estímulo inicial.
● Feedback negativo
Quando a resposta é suficiente e caso haja estímulo haverá excesso da ação hormonal, ou
seja o estímulo será diminuído.
● Feedback positivo
A resposta vai aumentar o estímulo.
Alguns hormônios também podem variar sua produção dependendo do horário (ritmo
circadiano)
EIXO HIPOTALÂMICO HIPOFISÁRIO
O hipotálamo e a hipófise têm uma comunicação essencial para os hormônios controlados
pelo eixo.

Hipotálamo e Hipófise
Estão localizados no cérebro e o hipotálamo se encontra muito próximo da hipófise/
glândula pituitária. A glândula pituitária se divide em adeno hipófise/hipófise anterior e
neurohipófisis/hipófisis posterior. O eixo hipotalâmico hipofisário interfere no controle de
alguns eletrólitos (osmorregulação), influência no crescimento, desenvolvimento, produção
da mama (lactação), adrenais, reprodução, etc.

Neurohipófise
O eixo hipotalâmico hipofisário faz uma comunicação do sistema nervoso com o sistema
endócrino. A comunicação entre o hipotálamo e a neurohipófise é feita por neurônios, onde
estes começam no hipotálamo, os axônios passam pelo infundíbulo e os seus terminais se
localizam na neurohipófise, essa comunicação é chamada de trato hipotálamo-hipofisário,
porque possui um conjunto de axônios fazendo essa comunicação no infundíbulo.
Os hormônios são produzidos no hipotálamo e armazenados na neurohipófise porque ela
não é capaz de produzir hormônios apenas armazenados. Os hormônios armazenados na
neurohipófise são: ocitocina e ADH. Tais hormônios só deixarão de ser armazenados
mediante estímulo sendo liberado na corrente sanguínea para agir no órgão-alvo (transporte
endócrino), onde alguns hormônios são levados de forma livre no plasma, já outros
necessitam de um carreador.

Adenohipófise
Tem uma comunicação vascular e os neurônios começam e terminam no hipotálamo
produzindo hormônios (neuro hormônios), tais hormônios produzidos pelos neuro hormônios
chegam a adenohipófise por vasos sanguíneos pelo infundíbulo. Essa comunicação é
chamada de sistema porta hipotalâmico-hipofisário porque corresponde a uma circulação
específica dessas duas glândulas.
No caso da adenohipófise o hipotálamo vai continuar produzindo hormônios nos
neurormônios, esses hormônios então chegam a adenohipófise via sistema-porta e são
capazes de estimulá-la a produzir também hormônios que serão lançados na corrente
sanguínea para agir no órgão-alvo (transporte endócrino). Com isso temos uma sequência
de hormônios tróficos porque eles vão estimular a produção de outros hormônios.

Hormônios Hipofisiotróficos
● H. Liberador de Tireotropina (TRH)
● H. Liberador de Corticotropina (CRH)
● H. Liberador de Gonadotropina (GnRH)
● H. Liberador do hormônio do crescimento (GHRH)
● H. Inibidor do hormônio do crescimento (GHIH)
● H. Liberador de prolactina (PRH)
● H. Inibidor da prolactina (PIH, dopamina)
Todos esses hormônios são os hormônios do hipotálamo.

Hormônios não Hipofisiotróficos


● Ocitocina
● ADH- Hormônio Antidiurético (vasopressina)
Esses hormônios serão exocitados pelo influxo de Ca.

Hormônios Adenohipofisários
● Hormônio do Crescimento ou Somatotrófico (GH)
● Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH)
● Hormônio Estimulador da Tireóide (TSH)
● Prolactina (PRL)
● Hormônio Folículo Estimulante (FSH)
● Hormônio Luteinizante (LH)
Todos os hormônios precisam estar dentro do seu limiar de normalidade, pois alterações
podem trazer algumas patologias.

Hormônios Armazenados na Neurohipófise


● Ocitocina
● ADH
Quando o organismo detecta uma contração maior que o necessário os hormônios fazer
feedback para quem os produziu hipotálamo/hipófise.
Ocitocina
Com relação à fisiologia humana é considerada como o hormônio do amor, empatia,
está ligado também a fidelidade e maternidade. Com relação aos animais esse
hormônio está ligado a descida do leite.
A ocitocina é produzida majoritariamente no hipotálamo, mas uma pequena
quantidade pode ser produzida pelo corpo lúteo, onde esta será liberada para agir
principalmente no endométrio auxiliando na liberação de prostaglandina para a
atividade luteolítica.
A neuro hipófise não tem capacidade de realizar a síntese hormonal apenas de
armazenamento. Dois hormônios produzidos no hipotálamo são armazenados nela,
onde um deles é a ocitocina, que será produzida tanto no núcleo paraventricular
quanto no supraóptico e será conduzida via axônio para ser armazenada na
neurohipófise . Os hormônios do hipotálamo tem terminações na neurohipófise e
essa comunicação na região do infundíbulo é chamada de trato
hipotalâmico-hipofisário, já que se trata de um conjunto de axônios.
Representação dos hormônios sintetizados no hipotálamo e armazenados na
neurohipófise:

O hormônio é sintetizado no corpo celular, são conduzidos em vesículas pelo axônio


e no canal pré sináptico vai ocorrer a exocitose dos hormônios, mas para que isso
aconteça é necessário que haja o influxo de cálcio no canal pré-sináptico. Quando
esses hormônios são armazenados eles irão ser conduzidos a corrente sanguínea
quando solicitado pelo corpo agindo em órgãos distantes.

A ocitocina é um hormônio peptídico e por ser dessa classe de hormônios a


ocitocina passa por transformações:
● Pré-pró-oxifisina
● Pré-oxifisina- transformação acontece no retículo endoplasmático
● Ocitocina- transformação acontece no complexo de golgi
Por ser um hormônio peptídico a ocitocina possui receptores na superfície da célula
alvo, porque é hidrossolúvel (não consegue adentrar na célula) precisando ativar
segundos mensageiros na célula alvo para que haja o aproveitamento de enzimas
previamente formadas, que serão ativadas uma vez que exista a ativação de
segundos mensageiros existindo assim a atividade biológica propriamente dita.
A ocitocina por causa da sua classificação química ela é conduzida de forma
dissolvida no plasma sanguíneo e sua forma de ação é igual a dos hormônios
proteicos

Principais Efeitos
● Contração das células mioepiteliais que circundam os alvéolos e os ductos
mamários na glândula mamária fazendo a ejeção ou descida do leite
● Contração do miométrio no parto e coito
● No macho auxilia na ejaculação

Reflexo Neuroendócrino
Quando a fêmea recebe o estímulo do filhote ocorre a realização de uma via
aferente de estímulo na teta que será conduzido pela medula até a região
hipotalâmica. Ao chegar na região hipotalâmica há a liberação e produção de
vesículas que armazenam na ocitocina e essas vesículas serão conduzidas a região
da neuro-hipófise que é onde ocorrerá a exocitose. Uma vez ocorrida a exocitose a
ocitocina é liberada na corrente sanguínea chegando à glândula mamária e agindo
nas células mioepiteliais (possuem músculo liso).
● Os alvéolos possui uma camada de células epiteliais que secretam o leite
(células alveolares) e envolta dessas células estão as células mioepiteliais
que possuem musculatura lisa, com isso a ocitocina terá o efeito de permitir a
sua contração, quando contraídas as células mioepiteliais fazem a contração
de todo o alvéolo tendo uma pequena ação na região do ducto.

● A ocitocina pode ser liberada através do estímulo da sucção do filhote, mas


também pela ordenha (mecânica ou manual). Animais condicionados
associam a presença do ordenhador, o horário que esse processo irá ocorrer,
ambiente e a visão do bezerro ao momento de ordenha e o leite começa a
gotejar, ou seja, ocorreu o estímulo da liberação da ocitocina pela visão e
pelo som do ambiente ficando além da mamada do bezerro.

Reflexo de Fergunson
A ocitocina também pode agir no momento do parto. Quando o filhote está apto ao
nascimento ele se insinua ao canal do parto estimulando a dilatação da região do
colo do útero assim como toda a região de saída do filhote.Essa região possui
receptores de pressão e quando é comprimida esse estímulo será enviado por uma
via aferente de estímulo para a medula e depois para o hipotálamo tendo assim a
liberação de ocitocina. A liberação de ocitocina vai atingir a região do útero mais
especificamente o miométrio (camada muscular) com o intuito de realizar a
contração uterina para a saída do feto. Esse processo é chamado de reflexo de
Fergunson que consiste justamente na liberação reflexo de ocitocina mediante o
parto.
Estresse
O estresse é um dos fatores mais importantes que irá interferir no processo de
liberação de ocitocina. Portanto o ambiente ordenha deve ter um controle rigoroso
para que não ocorra o estresse desses animais.
O estresse está associado ao sistema nervoso autônomo simpático que está
associado a liberação de catecolaminas como a adrenalina e noradrenalina. A
adrenalina tem a função de vasoconstrição agindo principalmente nas artérias para
que ocorra uma diminuição do diâmetro desses vasos.
No caso de animais leiteiros
HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH)
O ADH/vasopressina é um hormônio peptídico e com isso é sintetizado na forma de
pré-pró-pressofisina, depois é clivado no retículo endoplasmático em pró-pressofisina e por
último no complexo de golgi ele é convertido no hormônio ativo ADH.
Assim como a ocitocina o ADH é sintetizado pelo hipotálamo e é armazenado neurohipófise,
a comunicação do hipotálamo com a neurohipófise se dá por neurônios que se iniciam no
hipotálamo e passam pelo trato hipotalâmico-hipofisário se estendo até a neuro
hipófise/hipófise posterior.
O ADH é sintetizado nos corpos celulares do hipotálamo sendo conduzido através de
vesículas até o terminal pré-sináptico. No terminal pré-sináptico ocorre o influxo de cálcio
para que ocorra a exocitose do hormônio para a neurohipófise que o libera na corrente
sanguínea quando necessário.

Efeitos
Seu principal efeito é o antidiurético que também é conhecido como efeito de reabsorção de
água para o corpo. A diurese se refere a produção de urina e o ADH vai agir no rins órgão
produtor da urina fazendo o reaproveitamento de água para o corpo sempre que for
necessário, diminuindo o volume de urina aumentando sua concentração porque ela terá
menos água.
Outra ação do ADH é na pressão sanguínea e por essa razão que ele também é
denominado de vasopressina que se refere a capacidade de contração do músculo liso do
sistema vascular estimulando assim a vasoconstrição fazendo com que haja uma
diminuição no diâmetro dos vasos (principalmente arteriais) e como consequência disso há
o aumento de pressão (pressão baixa- estímulo e produção do ADH).

Regulação
Dois fatores são importantes na regulação do ADH sendo eles a osmolaridade e a pressão
sanguínea.
● Osmolaridade: refere-se a concentração dos fluídos, líquidos corpóreos,
ex-osmolaridade plasmática. Dos íons presentes no plasma temos que destacar a
concentração de sódio que é responsável por 90-95% da osmolaridade total dos
líquidos/fluidos extracelulares. Quando comemos algo salgado nos da sede porque
representa a necessidade que o organismo tem de água quando ocorre elevação de
sódio no organismo, pois como o sódio aumenta a osmolaridade há o estímulo de
vias que nos fazem buscar água no corpo que são a sede e o ADH.
Nos rins o ADH vai agir nos néfrons (unidades morfofuncionais dos rins), ele irá agir
na porção final do nefron a nível de túbulo distal e túbulo coletor, nesta região ele
aumenta a permeabilidade da água fazendo com que haja uma maior absorção para
o corpo.
Quando o indivíduo está em um contexto de privação de água (desidratação) ele
tem uma elevação da osmolaridade plasmática (sangue mais concentrado
principalmente por sódio), esse aumento na osmolaridade plasmática é detectado
por receptores químicos chamados de osmorreceptores que se localizam no
hipotálamo. Os osmorreceptores estimulam o hipotálamo a produzir o ADH que será
liberado pela neurohipófise. O ADH agirá nos néfrons aumentando a reabsorção de
água para o corpo e aumentando a osmolaridade urinária e consequentemente
diminuindo seu volume. O ADH age para a correção do aumento da osmolaridade
plasmática direcionando-a ao normal.
A sede é outra via estimulada pela osmolaridade elevada e quando o indivíduo bebe
água há um auxilio na correção da osmolaridade.
Quando ocorre a situação inversa (ingestão adequada de água) há uma diminuição
na osmolaridade plasmática e portanto vai ocorrer a inibição dos osmorreceptores
no hipotálamo e consequente não há maior produção e liberação do ADH, e ele
também não vai precisar atuar nos rins na reabsorção de água. Com a hidratação
adequada a urina fica mais diluída devido a baixa osmolaridade e com maior volume
para voltar ao equilíbrio. Também não haverá o estímulo da sede.
Em ambas situações há uma correção do estímulo inicial para que haja uma
homeostasia hídrica.

Não podemos ter uma urina diluída demais-hiposmótica nem concentrada demais-
hiperosmótica, a marcação em preto corresponde a uma urina isosmótica que se
encontra em contrações normais.

● Pressão Sanguínea: Tem a atuação dos barorreceptores que irão detectar


variações de pressão arterial principalmente a nível de grandes vasos e átrio,
com isso eles fazem uma via aferente de estímulo para o hipotálamo que ao
perceber a alteração estimula produção do ADH.
O ADH irá atuar na contração do músculo liso vascular; constrição das
arteríolas que são vasos que suportam pressão antes dos capilares-mais
frágeis- quando há um aumento na constrição de arteríolas ocorre um
aumento da resistência periférica total a qual é muito importante no controle
de pressão, com o estímulo do ADH acontece o aumento da pressão.
- Hipovolemia (hemorragia): A hipovolemia corresponde a uma diminuição do
volume sanguíneo que pode ser causada por um trauma (diminuição da pressão).
Se ocorrer perda de cerca de 10% do volume sanguíneo é o suficiente para
desencadear o estímulo para o ADH.
Então se essa pressão está baixa ocorre a detecção pelos barorreceptores no átrio
esquerdo, artéria carótida e arco aórtico. Após essa detecção de diminuição da
pressão esses receptores fazem via aferente para o nervo vago (X par de nervo
craniano) que faz a via sensitiva até o hipotálamo que é onde há a maior produção
do ADH. Tudo isso ocorre com o intuito de aumentar a vasoconstrição e como ele
tem como efeito principal reabsorção de água renal, portanto a não perda de água
pela urina e mais absorção de água para o corpo também fazem com que haja um
aumento na volemia.
Osmorregulação
A osmorregulação corresponde ao controle do equilíbrio hídrico corporal e quando há
perturbações nesse equilíbrio teremos a ação do hipotálamo que é denominado de “centro d
a sede” sendo responsável pela produção do ADH pelo estímulo de osmorreceptores.
Quando há uma osmolaridade plasmática elevada tem-se estímulo no hipotálamo para a
sede- aumento da ingestão de água e liberação do ADH- aumento da reabsorção de água
para o corpo e diminuição da excreção de água pela urina. Tudo isso vai resultar em um
aumento na retenção de água, corrigindo o estímulo inicial pois vai fazer com que haja uma
diminuição na osmolaridade plasmática. Quando a osmolaridade plasmática é corrigida
temos a diminuição do estímulo para o ADH e para a sede.
Quando há falhas na produção do ADH e no órgão-alvo sua síntese é comprometida e isso
pode acontecer por exemplo por causa de um número menor ou a ausência de receptores
adequados nos rins. Essas falhas podem ocasionar a diabetes insipidus, que pode ser de
origem central ou nefrogênica.
- Diabetes insipidus origem central: falha na produção do ADH que pode ser pela
pouca produção ou a não liberação adequada pela neuro-hipófise (falha no eixo
hipotalâmico hipofisário)
- Diabetes insipidus origem nefrogênica: não há uma quantidade adequada de
receptores para a atuação do ADH a nível renal.
Essa doença não ocorre com muita frequência e também é de difícil diagnóstico
(confunde-se com a diabetes mellitus). Como não há uma ação adequada do ADH a urina
do animal passa a ser mais diluída pois a água não vai estar sendo retida para o corpo e
sim perdida pela urina (poliúria).
PROLACTINA
A prolactina (PRL) é um hormônio protéico (receptores na região de superfície da
membrana celular) e é sintetizado na adenohipófise uma vez que ela recebe estímulo
hipotalâmico. A síntese da prolactina ocorre em células chamadas de lactotrofos que estão
presentes na adenohipófise.
Ela tem como efeito principal a lactogênese, produção de leite diferente da ocitocina que é
responsável pela descida do leite (ejeção).
A prolactina tem como células alvo as células alveolares produtoras de leite, elas fazem a
síntese do leite e fazem a armazenamento do mesmo nos alvéolos que quando acontece a
ação da ocitocina nas células mioepiteliais ocorre a sua contração e também consequente
dos alvéolos ocasionando a descida do leite.

Estímulo Para Produção de PRL


Seu estímulo é semelhante ao da ocitocina, sendo necessário ter o contato com a teta seja
pela sucção, mamada ou ordenha. Uma diferença das duas é que a ocitocina pode ser
estimulada também pela visão e o som, porém na prolactina é realmente necessário o
contato/estímulo mecânico.

Regulação
No hipotálamo iremos ter a produção do PRH (Hormônio Liberador de Prolactina) e o PIH
(hormônio Inibidor de Prolactina) que também é conhecido como dopamina.
Quando temos a liberação há alguns representantes do PRH onde um deles é o VIP
(Peptídeo Vasointestinal) que é produzido no hipotálamo por núcleos paraventriculares do
hipotálamo. Quando o VIP é estimulado ele irá modular a liberação do inibidor, ou seja,
enquanto ele estiver sendo estimulado ocorre então a diminuição da liberação de dopamina.
Com a diminuição da dopamina acontece uma liberação em maior quantidade da prolactina
a qual irá agir nas células alveolares para a produção do leite.
Além do VIP temos também como representante do PRH o TRH (Hormônio Liberador de
tireotrofina) e o GH (hormônio do crescimento) que tem uma relação de custo benefício na
produção, mas pode-se ter um problema na qualidade do leite.
Caminho da liberação: Estímulo mecânico na teta>via aferente de estímulo para região
hipotalâmica> produção do VIP> diminuição/inibição de dopamina>liberada em maior
quantidade prolactina> ação nas células alveolares> produção de leite.
Quando se tem ação de inibidores da prolactina não ocorre a sua ação na glândula
mamária.

Desenvolvimento Mamário
A prolactina é muito importante para o desenvolvimento mamário atuando no momento da
gestação junto com outros hormônios associados que irão ajudar no crescimento da mama.
E quando a fêmea está lactante temos novamente a presença prolactina e também de
esteróides adrenais fazendo um maior desenvolvimento do tecido.
O auge do pico de prolactina ocorre na lactação.
Lactogênese
Corresponde à síntese do leite pela ação da prolactina sendo estimulada pelo ato da
mamada. A fêmea não necessita obrigatoriamente ter gestado como por exemplo em
ninhadas com muitos filhotes que são transferidos alguns para outra fêmea ou até no caso
de rejeição mesmo que a fêmea não tenha parido o ato da mamada pelos filhotes
estimulam a produção de leite nessa fêmea.
Para uma boa produção de leite faz-se necessário uma boa nutrição da fêmea porque a
prolactina também estimula a síntese dos elementos principais do leite como a lactose e
alguns lipídios principalmente no colostro.
No início da gestação a fêmea geralmente não produz leite, produzindo-o na maioria das
vezes próximo ao parto ou após o parto. Isso ocorre porque além da prolactina na gravidez
há a presença de outros hormônios como estrógeno e progesterona e portanto ela não
atinge o seu maior pico, já na momento do parto temos o aumento da prolactina tendo o seu
auge e a diminuição do estrógeno e progesterona.
Com a alta da prolactina ocorre a inibição do GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina)
que se trata de um hormônio reprodutivo, ou seja, teoricamente a fêmea lactante não ovula
pela inibição do hormônio reprodutivo, porém isso muitas vezes não acontece e a fêmea
acaba por ovular. Ex: egua- cio do potro com 7 dias; gatas; e algumas mulheres.

Fisiopatologia
● Deficiência
- Problemas na adenohipófise: podemos ter patologias que destroem os lactotrofos ou
os danificam as células produtoras ou seus receptores conduzindo a uma menor
produção e liberação de prolactina o que consequentemente irá afetar na produção
de leite. A incapacidade na produção de leite pode não ser hormonal, pois, o animal
pode ter uma produção adequada de prolactina mas sua dieta ser deficitária
diminuindo a produção de leite.
● Excesso
- Problema hipotalâmico: destruição do hipotálamo tendo assim uma liberação
inadequada da dopamina por uma interrupção na sua liberação ou uma ausência por
exemplo
- Prolactinomas: neoplasias na região da adenohipófise nas células do lactotrofos
ocasionando uma produção em excesso da prolactina. Os sintomas observados são
a galactorréia (produção de leite fora do período de lactação) e infertilidade (muita
prolactina inibirá o GnRH).
HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH)
O GH é um hormônio protéico e é sintetizado em células chamadas somatotrofos que estão
localizadas na adenohipófise. A síntese desse hormônio é estimulada via eixo hipotalâmico
hipofisário, sua maior produção ocorre após o nascimento até o início da vida reprodutiva do
animal (pico até a puberdade) contudo ele não deixa de ser produzido após a puberdade
tendo apenas uma diminuição para a manutenção das células que fazem divisão celular e
se multiplicam ao longo da vida. O GH é então produzido em um padrão pulsátil/episódico
que dependendo da espécie temos um maior pico de produção durante alguma parte do
dia, não tendo uma quantidade constante ao longo da vida.

Para que a adenohipófise produza a somatotrofina pelos somatotrofos ela precisa ser
estimulada pelo hormônio GHRH (Hormônio Liberador do Hormônio do Crescimento) onde
ele é produzido pelo hipotálamo. Quando o hipotálamo produz e libera o GHRH ele age nos
somatotrofos presentes na adenohipófise, essas células irão passar por um processo de
hipertrofia e hiperplasia (crescem em número e tamanho) e com isso irão produzir o GH. O
GH vai agir no corpo podendo atingir alguns órgão-alvo como o fígado na produção de
somatomedinas como a IGF, principalmente a IGF-1. As somatomedinas trabalharão em
parceria com o GH em determinados tecidos.
O controle de feedback pode ser feito pela somatomedina que faz um feedback positivo, ela
irá estimular o hipotálamo a produzir a somatostatina (SRIF) onde este hormônio é inibidor
do hormônio do crescimento competindo com os receptores do GHRH nos somatotrofos, ou
seja, ela irá impedir que ele se ligue aos receptores (maior produção de somatostatina=
inibição do GHRH- diminuição da produção do GH). As somatomedinas também podem
fazer feedback negativo na adenohipófise quando há uma grande quantidade de IGF
produzida, além disso o hormônio somatotrófico também pode fazer esse controle com uma
retroalimentação positiva (feedback positivo) para a produção da somatostatina (hormônio
inibidor do hormônio do GH- GHIH) alguns autores também consideram a dopamina um
inibidor do hormônio somatotrófico.

Efeitos do GH
● Provoca o crescimento de todos os tecidos do corpo que podem crescer
● Promove hiperplasia e hipertrofia
● Estimula o fígado a produzir somatomedinas principalmente a IGF-1
● Tem um papel importante no controle do metabolismo, pois interfere em proteínas,
carboidratos e lipídeos.
● Junto com as IGF’s o GH irá trabalhar em parceria na promoção do crescimento.

Efeitos Metabólicos
Possui efeito em proteínas, lipídeos e carboidrato
● Proteína
Aumento na taxa de síntese protéica, principalmente das proteínas musculares (efeito
anabólico)
● Lipídio
Vai haver uma maior lipólise (quebra de gordura), ou seja, maior mobilização dos ácidos
graxos para produção de energia.
● Carboidratos
Diminuição do consumo de glicose e aumento dela no sangue (efeito diabetogênico),
diminuindo o seu consumo no organismo.
A glicose para entrar na célula necessita de proteínas carreadoras e a insulina fará o
intermédio para “abrir a porta de entrada”. A glicose ao entrar na célula pode ser
armazenada formando o glicogênio ou pode ser consumida realizando glicólise, a qual é
importante para fornecer energia. O GH então vai diminuir a sensibilidade dos receptores de
insulina, não havendo glicólise na célula há então o aumento da glicólise na corrente
sanguínea (glicemia). O GH também vai diminuir a quebra de glicogênio por que a fonte de
energia utilizada pela ação do GH não é a glicose então ele irá dar preferência como fonte
de energia a rota da gliconeogênese, ou seja, irá estimular a formação de glicose por rotas
alternativas através do uso da gordura por exemplo, ele irá poupar o glicogênio.
Se houver uma super produção do GH pode acontecer um aumento no nível de glicose na
corrente sanguínea até patogênico.

Resumidamente o efeito metabólico do GH vai fazer a utilização de gordura, conservar


glicose e promover o armazenamento de glicogênio. O indivíduo em crescimento pode
emagrecer nesse processo de crescimento, pois ele irá perder gordura e na maioria vezes
ele pode ter uma maior produção de massa muscular (atingindo estatura adulta). Os efeitos
metabólicos irão refletir em outras ações na atuação do hormônio do crescimento.

Atuação do GH
● Direta- Ele mesmo está produzindo o efeito
- Ação no fígado
- Músculo esquelético
- Tecido adiposo
Nesses locais o GH tem a capacidade de ligar seus próprios receptores nesses órgão e/ou
tecidos produzindo então seu efeito.
● Indireta- Estimula outro hormônio a causar o efeito esperado
O principal exemplo é a produção das IGFs (Somatomedina C- fígado). Essa somatomedina
vai ligar seus receptores em:
- Ossos- placas epifisárias (estimulação de células associadas ao crescimento ósseo)
- Cartilagens
- Glândula mamária
Ela realiza o efeito que o GH sozinho não consegue precisando delas na atuação como
intermediárias.
O GH e as somatomedinas são sinérgicos (agem em parceria) e ambos fazem o feedback
negativo.
A ação direta não necessita de intermediária ao contrário da ação indireta onde ele irá atuar
no fígado para estimular a produção de somatomedinas (principal somatomedina C/ IGF-1=
Fator de crescimento semelhante à insulina). A IGF-1 é um hormônio proteico tendo
sequência semelhante à da molécula de insulina, se ligando a receptores de insulina e
ativando efeito semelhante a ela porém não será tão bem executado.

O efeito do GH em carboidratos causa a elevação da glicose sanguínea, pois possui efeito


diabetogênico- efeito anti insulínico diminuindo a sensibilidade das células à insulina
(hormônio que retira a glicose da corrente sanguínea e estoca nos tecidos).
A somatomedina A (IGF-2) é produzida no fígado fetal e é importante para o crescimento
do feto. Pode também ser produzida na cartilagem, ovário e glândula mamária, e seu efeito
é menor do que o da IGF-1.
Algumas pesquisas mostram o uso do hormônio do crescimento no aumento da produção
de leite, pois a IGF-1 é capaz de desviar parte dos nutrientes do corpo para o leite
reduzindo o tecido adiposo sendo capaz de evitar a obesidade no final da lactação. É
preciso controlar o seu uso para esse fim porque ele pode gerar cetose, isso foi descoberto
a partir de experimentações onde um grupo de animais receberam o GH antes do parto e o
outro antes e após o parto. Foi observado que no grupo que recebeu antes e após o parto o
organismo das fêmeas era muito mais exigido, porque o hormônio desvia nutrientes
principalmente do tecido adiposo para produção do leite, com isso é necessário estar atento
principalmente a parte nutricional dos animais, pois esse desvio de nutrientes pode gerar
cetose no animal.
Como o GH em algumas situações age de forma indireta, ou seja, precisa que o fígado
produza a somatomedina C se o animal não tiver um fígado saudável isso vai interferir na
formação desse hormônio e consequentemente na atuação do GH, isso também pode
acontecer se os animais com possuírem algum déficit nutricional caso sua dieta apresente
por exemplo menos proteínas interferindo na sua função hepática principalmente na
produção da somatomedina C.

Fisiopatologia
● Deficiência
- Nanismo hipofisário: as causas do nanismo podem ser falhas na produção do
hormônio hipotalâmico GHRH, falhas na produção do hormônio adenohipofisário
(GH), falha na produção de somatomedinas (associado ao fígado) ou também pode
ocorrer por falha nos receptores dos hormônios (GH e/ou somatomedinas). A
maioria dos relatos estão associados a humanos e pequenos animais, esses
indivíduos geralmente possuem produção adequada do GH porém apresentam falha
nos receptores.
A ausência do GH afeta na não produção do estímulo para síntese do IGF o que
consequentemente afeta o osso do indivíduo não o deixando crescer em estatura, ele
também não terá aumento de massa muscular. Esses hormônios (GH e IGFs) são
importantes para o desenvolvimento motor, órgãos e entre outros adequados.
● Excesso
- Acromegalia ou hipersomatotrofismo (adulto): Esses indivíduos adultos possuem
uma produção excessiva do GH, continuando a crescer.
- Gigantismo (jovem)
No excesso a ação metabólica também será excessiva.

Filhotes que se encontram em situação de subnutrição não possuem desenvolvimento


adequado, mas antes de se pensar em deficiência no GH deve se descartar todas as outras
como nutrição, verminoses, virose, baixa de hormônios tireoidianos.
HORMÔNIOS TIREOIDEANOS
Os hormônios tireoideanos são sintetizados na glândula tireóide tendo um comportamento
semelhante no que diz respeito ao seu mecanismo de ação aos hormônios esteróides.

Glândula Tireóide
● Anatomia
Localiza-se próxima a traqueia e possui 2 lobos (direito e esquerdo), em algumas espécies
podemos ter uma melhor visualização da região de istmo que faz a ligação dos lobos da
tireóide, essa região é constituída por tecido tireoidiano. Em algumas espécies como os
felinos o istmo é praticamente ausente havendo a separação dos lobos direito e esquerdo.
Essa glândula também se localiza bem próxima a laringe (abaixo dela)
● Histologia
A tireoide é formada por folículos delimitados por células foliculares, onde essas células
são capazes de sintetizar os hormônios tireoidianos T3 e T4, esses folículos também são
preenchidos por um fluído chamado de colóide que faz o armazenamento dos hormônios
tireoideanos, esses hormônios são armazenados juntamente a proteína tireoglobulina.
A tireoide também contém células parafoliculares que se localizam próximas aos folículos,
essas células sintetizam o hormônio calcitonina.
.
A síntese dos hormônios T3 e T4 necessitam de uma ingestão adequada de iodo na dieta,
esse iodo será levado pela corrente sanguínea e é absorvido na tireoide pelas células
foliculares. O iodo será transportado para célula folicular por um transporte ativo secundário
do tipo co-transporte (proteínas simporte fazem o transporte do iodo para dentro da célula).
O iodo é captado a forma de iodeto e depois passará por um processo de oxidação,
paralelo a isso a célula folicular irá sintetizar proteínas principalmente a tireoglobulina a qual
possui várias estruturas de tirosina em sua constituição, depois de sintetizada a
tireoglobulina será exocitada ficando na região do colóide.
O iodeto será oxidado pela enzima tireoperoxidase se transformando na sua forma reativa
fazendo o processo de iodação, se ligando a estruturas da tirosina da tireoglobulina (pode
ser na posição 3 ou 5, com a ingestão adequada de iodo ele se liga nas 2 posições
formando o diiodotirosina porém quando não há uma quantidade adequada do iodo ele se
ligará apenas em uma dessas posições formando a monoiodotirosina). Após a iodação
ocorre a etapa de conjugação/fusão pelas extremidades das tirosinas iodadas, nesse
processo há a formação de uma molécula com 4 iodos (T4) ou 3 iodos (T3). Quando há o
estímulo hormonal ocorre o processo de endocitose e depois de proteólise para separar
esses hormônios tireoideanos da molécula de tireoglobulina, onde após a proteólise esses
hormônios serão lançados na corrente sanguínea para serem transportados por proteínas
carreadoras (grande parte) ou ficam livres(menor quantidade) até chegar nos tecidos alvos.

Particularidades
● Necessidade do iodo que provém da dieta e com isso é necessário ser feito um
balanceamento adequado do iodo, pois sua deficiência pode gerar o bócio.
● Síntese é parte intracelular (células foliculares) e parte extracelular (reação no
colóide)
● São armazenados extracelularmente, pois enquanto eles estiverem conjugados a
tireoglobulina no colóide (lúmen folicular) até que a glândula seja estimulada e
posteriormente sejam separados da tireoglobulina e sejam lançados na corrente
sanguínea.

Hormônios T3 e T4

● Hormônio T4 é produzido em maior proporção que o T3, mas apesar de estar em


maior quantidade tem menor atividade biológica. O T4 será convertido no tecido alvo
em T3 (forma ativa)
● O T3 é produzido em menor quantidade, mas sua ação biológica é 4x maior do que
o T4. Apesar de ter um período de meia vida mais curto, é ele que faz as ações
biológicas de interesse para o organismo.
● T3 e T4 passam por metabolização hepática, renal e muscular que envolve a perda
dos iodos (desiodação) transformando-os em moléculas inativas depois de
realizarem suas ações.
Transformação de T4 em T3
O T4 é transformado em T3 no tecido alvo, essa etapa é realizada por enzimas que
são as 5’-deiodinases e 5-deiodinases (diferenciadas pela sua estrutura). Porém a
sua diferença mais importante é quanto sua ação onde o 4° iodo da molécula é
retirado de posições diferentes dependendo da enzima que irá atuar. A
5’-deiodinases gera o T3 na sua forma ativa, já a 5-deiodinases gera o T3 reverso
que é um hormônio com fraca atividade biológica.
Como os hormônios da tireoide geralmente aceleram o metabolismo, quando se tem
situações em que o organismo não necessita aumentar sua atividade metabólica há
uma maior proporção de T3 R em relação ao T3 ativo, Ex: gravidez, jejum, estresse.
Porém em situações onde é preciso de uma maior atividade catalítica tem-se o
estímulo para uma maior produção de T3 ativo.
Regulação
O eixo hipotalâmico-hipofisário irá fazer esse controle dos hormônios da tireoide. O
hipotálamo sintetiza a TRH (Hormônio liberador de tireotropina) onde através do sistema
porta (comunicação vascular) esse hormônio atingirá a adenohipófise agindo nos seus
receptores que são os tireotrofos, esses receptores irão realizar a síntese do TSH
(Hormônio tireoestimulante- estimulante da tireoide), o TSH cai na corrente sanguínea e age
na tireoide. Quando o estímulo do hormônio chega a glândula tireoide são liberados o T4 e
o T3, o T3 pode agir nos tecidos, mas se estiver em uma concentração maior do que a
necessária ele fará um feedback negativo na adenohipófise. O T4 é convertido em T3 nos
tecidos e na forma de T3 ele faz o feedback negativo, ou em alguns casos mesmo quando o
T4 não é convertido em T3 ele pode fazer o feedback negativo quando se encontra em altas
concentrações.
Algumas situações podem estimular o eixo hipotalâmico-hipofisário como em situação de
frio, pois os hormônios tireoidianos têm a capacidade de produzir calor, e também em
outras situações em que há a necessidade do efeito desses hormônios.

Transporte na Circulação
Uma pequena proporção dos hormônios da tireoide se encontram de forma livre, mas
grande parte se encontra conjugada a proteínas, a principal delas é a TBG (Globulina
Fixadora de Tiroxina/Globulina de Ligação da Tiroxina) ela tem alta afinidade pelos
hormônios da tireoide, mas a TBG é produzida em pequenas proporções e todas as
espécies possuem a TBG com exceção dos gatos. Os gatos como não possuem a TBG
precisam então da presença da albumina que é sintetizada no fígado, ela tem uma maior
produção do que a TBG, porém não é tão específica quanto ela. Podemos encontrar
também a pré-albumina que está presente em todas as espécies, mas é específica para T4.
Os hormônios apresentam-se conjugados a essas proteínas para serem transportados até o
tecido alvo e enquanto estão conjugados a elas eles não vão estar em sua forma livre e
também não estarão na sua forma ativa.
Essas proteínas além de transporte também atuam como reservatório do hormônio na
circulação.
Quando esses hormônios se encontram na forma livre eles irão ser transportados sozinhos
para o tecido alvo podendo agir diretamente (T3) ou passar pela conversão (T4-T3) para
agir no tecido.

Ações
● Sinergismo com o GH: Importante para o crescimento podendo agir na ossificação,
maturação e fusão das placas ósseas. Já foi observado que filhotes que não
possuem desenvolvimento adequado podem ter problemas na tireoide, pois já foi
observado nanismo por diminuição dos hormônios tireoideanos
● Metabolismo: Os hormônios tireoideanos possuem atividade catalítica de proteínas,
lipídeos e carboidratos, com isso eles irão estimular lipólise, glicólise e diminuir a
concentração de colesterol no organismo. Essa atividade no metabolismo desses
hormônios ocorre em todo metabolismo basal acelerando-o e contribuindo para uma
maior produção de calor.
● Sistema Cardiorrespiratório: O T3 e T4 podem interferir no sistema cardio
respiratório atuando no aumento do fluxo sanguíneo, pressão arterial, frequência
cardíaca e respiratória. Vai haver também uma maior oferta e consequentemente
consumo de oxigênio.
● Sistema Nervoso: indivíduos com diminuição dos hormônios da tireoide podem
apresentar retardo mental, sonolência e sinais de lentidão. Já de contrapartida
quando há um aumento desses hormônios o indivíduo pode ter excesso de
excitabilidade e irritabilidade (ação exacerbada). Também foi observado que no
sistema nervoso eles atuam na maturação, interferindo na velocidade de condução
do impulso e diferenciação dos neurônios. Com isso observa-se a grande
interferência desses hormônios no sistema nervoso, em filhotes sua ausência ou
baixa pode gerar retardo mental irreversível.
● Sistema Reprodutor: Pode observar a influência desses hormônios nas fêmeas,
pois as que possuem baixas concentrações podem desenvolver retardo na
puberdade e ovulação impedida. No caso dos machos pode-se ter diminuição na
produção de espermatozoides.

Fisiopatologia
● Hipertireoidismo:
O hipertireoidismo ocorre quando há uma produção exacerbada do T3 e T4 e isso pode
acontecer por disfunção na glândula da hipófise e hiperfunção da tireóide. Nesses quadros
nós iremos observar um excesso de T3 e T4 e gerando efeitos de forma exacerbada em
vários sistemas. É comumente relatado em gatos e são observados magreza, irritabilidade e
sensibilidade por causa do excesso hormonal, também podemos observar alta na pressão
arterial e na frequência cardíaca, trazendo a longo prazo problemas cardíacos podendo
culminar em morte.
● Hipotireoidismo:
O hipotireoidismo desencadeia complicações decorrentes da baixa hormonal. Ele pode ser
ocasionado por inflamação na tireóide que pode trazer perdas nas células foliculares o que
consequentemente vai gerar menos produção de hormônios; deficiência de iodo; atrofia da
tireoide; disfunção do eixo hipotalâmico hipofisário. É mais observado em cães gerando
excesso de peso que consequentemente é gerado pela baixa atividade do metabolismo.

Os relatos dessas doenças em


animais de produção são menores até por ter um exame caro e tratamento oneroso.
METABOLISMO DE CÁLCIO E FÓSFORO
Tanto o cálcio quanto o fósforo podem ser encontrados em maior quantidade nos ossos e
dentes, cerca de 99% e 75% de cálcio e fósforo respectivamente são encontrados nos
ossos e dentes. O cálcio também pode ser encontrado dentro das células (células
musculares por exemplo) fora a reserva de cálcio intracelular há também uma menor
reserva no meio extracelular, mais especificamente no líquido extracelular (LEC) e mesmo
estando em uma quantidade pequena qualquer variação pode desencadear uma série de
respostas, ex: hipocalcemia (redução de cálcio sanguíneo)- estimula hormônios específicos
para o aumento do cálcio; hipercalcemia- estímulo hormonal para o controle do cálcio em
excesso.
Na hipocalcemia do pós-parto há como consequência a paresia muscular devido a uma falta
de cálcio para sinapses neuromusculares e consequentemente para a contração muscular.

Funções do Ca
● Condução nervosa: importante nas sinapses químicas para liberação do
neurotransmissor
● Excitabilidade neuromuscular: contração muscular
● Coagulação sanguínea: participa de algumas rotas de coagulação
● Composição do leite
● Secreção hormonal: exocitose de alguns hormônios de suas vesículas (ADH e
ocitocina por ex)
● Regulação enzimática: ajuda na regulação da sua atuação

Formas sanguíneas do Ca+2


No organismo há uma quantidade de cálcio total, mas parte desse cálcio na circulação (Ca
presente no LEC) está ligado a proteína ajudando no seu transporte e reservatório (40%); e
outra parte é considerada ultrafiltrável (60%) onde 10% dele se encontra fixado com ânions
e 50% livre que corresponde ao Ca livre ionizado e é biologicamente ativo. Essa fração livre
ao sofrer variações pode desencadear o aumento ou redução.

A deficiência de cálcio em pastagens é rara nas regiões tropicais e as forragens apresentam


maior concentração de [Ca] do que de [P]. E nelas a [Ca] não declina com a maturidade da
senescência da planta, mas com a [P] isso acontece. Os grãos fornecem baixo teor de Ca
para rebanhos que não recebem forragens. Isso mostra o quanto a nutrição é importante no
controle desses íons.

Funções do P
● Age como tampão do íon hidrogênio no sangue
● Constituição da membrana celular e ácidos nucleicos
● Atua como Coenzima de vários complexos da vitamina B (acelera as reações
junto as enzimas desse complexo)
● Faz a fosforilação para formação de ATP
● Auxilia a atividade da microbiota ruminal- O rúmen é muito importante para
animais poligástricos, pois nele encontramos uma microbiota importante para
digestão da celulose.

Pastagens e solos pobres (período de estiagem) tem uma média [P] em braquiárias menor
do que nos períodos de chuva com cerca de 0,13% e 0,05% a 0,07% na matéria seca
respectivamente.

Atuação Hormônios
Os ossos são a principal fonte de Ca e P, mas além deles o intestino e os rins também
podem atuar como fonte desses elementos.
O Ca e P é absorvido no intestino delgado, ficando disponível na corrente sanguínea. Eles
serão excretados via renal (urina) ou via fecal. Por esse motivo pode-se eleger o intestino e
os rins como uma fonte de P e Ca, justamente por serem vias de excreção. Em animais
com hipocalcemia o organismo pode buscar Ca nos ossos, mas também pode busca-lo no
intestino e nos rins (reabsorção de Ca e P).
A proporção adequada de Ca e P é 1:1 ou 2:1 (homeostase) quando não há esse equilíbrio
é desencadeado então estímulos hormonais para manutenção da homeostasia. Os três
hormônios principais para essa regulação são:
● Hipercalcêmicos: Aumenta a quantidade principalmente de Ca no organismo
- Paratormônio (PTH)
- 1,25 dihidrocolecalciferol ou vitamina D3
- Eles serão estimulados quando há hipocalcemia aumentando o limiar de Ca no
organismo
● Anti-hipercalcêmico: Age quando tem uma grande quantidade Ca no organismo,
diminuindo essa quantidade
- Calcitonina

PTH- Paratormônio
O paratormônio é produzido pela glândula paratireóide, que se localiza bem próxima a
tireoide e sua produção não depende do eixo hipotalâmico-hipofisário, mas sim da
concentração de Ca e P no organismo O PTH é um hormônio peptídico e tem duas formas
de ação:
● Ação direta- essa ação ocorre no osso, rins
● Ação indireta- estimula a vitamina D para trabalhar em parceria com esse hormônio
e age no intestino. Estimula a 1a-hidroxilase que fará com que haja uma maior
quantidade de fração ativa da vit. D.
Como ele é um hormônio hipercalcêmico seu estímulo advém da hipocalcemia. Ele possui
como efeitos o aumento da [Ca] no sangue e diminuição da [P]- [] representa concentração.
Como já foi comentado quando temos uma hipocalcemia, há então o estímulo para
produção de PTH pelas paratireoides.
● Ação nos ossos: aumenta a reabsorção óssea, atuando principalmente a nível de
osteoclastos
● Ação nos rins: aumenta a reabsorção de Ca e a diminuição do P estimulando a
fosfatúria que diz respeito a excreção de P pela urina. Ele também irá aumentar o
cAMP urinário que um segundo mensageiro que irá desencadear sua ação na
célula-alvo
● Essa ação de Aumento de Ca e diminuição de P ocorre para manter a proporção
adequada no organismo (homeostasia). Evitando também que o fosfato se una ao
Ca no organismo.
● Efeito indireto: estimula a produção de vit. D para que ela possa agir no intestino.
No intestino ele irá aumentar a concentração plasmática de Ca para a normalidade.
● Fisiopatologia:
- Hiperparatireoidismo primário: problema na paratireoide- produção de PTH em
excesso
- Hiperparatireoidismo secundário: estimulação exacerbada do PTH na paratireoide
por algum problema nutricional ou renal entre outros que pode desencadear o seu
estímulo constante.

Vitamina D
Corresponde a um hormônio esteroide. Possui ação direta nos ossos, rins e intestino
auxiliando o PTH na sua ação no intestino.
Seu estímulo é gerado por hipocalcemia (também aumenta o PTH) ou hipofosfatemia-
pouco P no sangue. Tem como efeito desse estímulo o aumento da [Ca e P].
A vitamina D tem como precursor o 7-desicrocolesterol (derivado do colesterol) onde a
medida que há incidência solar na pele do animal ocorre a sua conversão em
colecalciferol. O colecalciferol será convertido no fígado em 25- OH- colecalciferol que
posteriormente será convertido nos rins pela ação enzima 1a-hidroxilase(também é
estimulada pelo PTH) na fração ativa da vitamina D (1,25-diidroxi-calecalciferol) ou também
na fração inativa- sem ação da enzima (24,25-diidroxicolecalciferol).
● Ossos: Aumenta a reabsorção óssea
● Rins: aumento da reabsorção de Ca e P- mesmo perda pela urina
● Intestino: estimula uma proteína chamada de calbindin D28K, onde ela irá se ligar a
4 Ca fazendo sua reabsorção sem ser perdido pelas fezes podendo ser aproveitado
pelo organismo.
Pelo intermédio da ação da vit D juntamente com o PTH que é elevado Ca e P.
● Fisiopatologia
- Deficiência: raquitismo ou osteomalácia. O raquitismo também está associado ao
crescimento, mas não por déficit de GH e sim da vit. D e está associado a indivíduos
jovens. Já a osteomalácia está associada a indivíduos adultos e apresenta
deformações ósseas
- Resistência a vit. D: O rim é incapaz de produzir o metabólito ativo. Pacientes
renais podem ter essa deficiência e ela pode ser congênita ou adquirida (IRC-
Insuficiência renal crônica).

Calcitonina
Diferente do PTH e da vit. D a calcitonina é um hormônio anti-hipercalcêmico e então será
estimulada pela hipercalcemia. Ele é um hormônio peptídico e de ação direta.
A calcitonina tem um efeito de diminuição da [Ca] e [P], estimulando a sua excreção a nível
renal.
● Ossos
● Intestino
● Rim
Pâncreas
O pâncreas é um órgão e se localiza próximo ao fígado, vesícula biliar e duodeno. Ele é
uma glândula que possui dupla funcionalidade participando do sistema digestivo, assumindo
o caráter de uma glândula exócrina e através da secreção do suco pancreático ele irá
produzir enzimas que auxiliam no processo de digestão; o pâncreas também possui um
caráter endócrino onde ele será capaz de sintetizar hormônios.
Histologicamente o pâncreas possui "ácinos" aos quais realizam a secreção de enzimas
para o ducto pancreático que leva o suco pancreático até o duodeno. Ele também possui as
“ilhotas de Langerhans" que constituem a parte endócrina do pâncreas responsável pela
secreção de hormônios. O pâncreas não sofre influência do eixo hipotalâmico-hipofisário
para fazer a secreção hormonal.

Ilhotas de Langerhans
Elas possuem tipos celulares diferentes que são:
● Célula A ou α (20%): Secretam glucagon
● Célula B ou β (80%): Secretam insulina- produzido em maior quantidade
● Célula D ou Delta (5%): Secretam somatostatina
● Célula F ou PP (5%): Secretam o polipeptídeo pancreático

Insulina
A insulina é um hormônio peptídico (receptores de superfície que são os tirosina quinases)
e é considerado o primeiro hormônio que foi extraído de fontes animais e posteriormente
utilizado em humanos, foi também o primeiro hormônio a ter sua estrutura estudada
detalhadamente.
A regulação da sua secreção é feita mediante a concentração de glicose ([ ] glicose),
quando há o aumento da glicemia (hiperglicemia) tem-se o estímulo para liberação de
insulina. Outros mecanismos para a regulação da insulina são: a reserva de aminoácidos e
gordura, além de alguns hormônios digestivos como a gastrina que podem também
estimular a liberação de insulina.
A insulina corresponde a um hormônio de reserva, pois ela irá retirar da corrente sanguínea
glicose, aminoácido e gordura para realizar o seu estoque. O estoque de glicose
corresponde a reservas de glicose na forma de glicogênio, podendo estimular essa reserva
a nível muscular e hepático. Ela também pode estimular a formação de triglicerídeos no
tecido adiposo retirando tais componentes lipídicos da corrente sanguínea. A nível proteico
ela também pode realizar a retirada de aminoácidos da corrente sanguínea para fazer sua
estocagem no músculo permitindo um certo crescimento muscular. Essas ações da insulina
são consideradas anabólicas.
O metabolismo da insulina é realizado pela quebra das pontes de dissulfeto que serão
quebradas tanto na fase metabólica hepática quanto na renal tendo sua excreção pelos rins
na forma inativada.
A secreção de insulina pelas células B ocorre quando a glicose se liga ao receptor “GLUT 2”
e essa ligação irá desencadear a entrada da glicose na célula B por difusão facilitada.
Quando a glicose entra na célula ela será fosforilada por enzimas formando a
glicose-6-fosfato que posteriormente sofrerá oxidação produzindo ATP. O ATP estímula o
fechamento dos canais de potássio que interferem na quantidade de sódio e potássio da
célula em repouso, pois quando esse canal é fechado isso interfere na condutância da
célula fazendo com que ela se despolarize. Uma vez despolarizada será aberto então os
canais de cálcio, quando em concentrações significativas o cálcio então fará a união com
vesículas que contém insulina permitindo a exocitose desse conteúdo para que possa agir
nos tecidos alvo.
Ações da Insulina:
● Armazena nutrientes em excesso;
● Atividade hipoglicemiante:corresponde ao maior transporte de glicose da corrente
sanguínea para o meio intracelular e também está associada a uma maior formação
de glicogênio tanto hepático quanto muscular, diminuindo a glicogenólise (quebra de
glicogênio), pois ela irá estimular a sua formação. Essa sua atividade também
diminui a gliconeogênese (formação de glicose por rotas alternativas)
● Captação celular de K: uma de suas funções é estimular a bomba de sódio e
potássio fazendo com que haja uma maior quantidade de potássio extracelular
entrando no meio intracelular de forma mais rápida. Pacientes que tenham
deficiência na ação da insulina vão ter um nível mais elevado de potássio na
corrente sanguínea

Efeito da Insulina sobre a Célula- Lípidos


Como a insulina é considerada um hormônio de reserva com os lipídios, ela vai estocar
ácidos graxos para formação de triglicerídeos, inibindo a lipólise.
1. Com Insulina
A insulina irá se ligar ao seu receptor e permitir a entrada da glicose na célula que poderá
servir como fonte de energia para a célula.
2. Sem insulina
Mas se a célula não tiver insulina não vai haver a entrada de glicose na célula, portanto a
célula irá buscar essa fonte alternativa de energia nos lipídios, utilizando a gordura estocada
para um efeito catabólico e então a energia será oriunda da quebra de lipídios em reserva.

Fisiopatologia
● Diabetes
Tanto na diabete tipo 1 quanto na tipo 2 haverá uma hiperglicemia e essas doenças são
detectadas pois pacientes que apresentam hiperglicemia como sintoma poliúria e polidipsia,
em alguns casos pode ser notado formigas e um cheiro adocicado na urina porque como a
quantidade de glicose está elevada na corrente sanguínea o indivíduo também terá uma
certa quantidade de glicose sendo eliminada na urina, pois ao invés de ter sido absorvida
pelo néfron ela será eliminada em partes pela urina por causa da alta quantidade.
● Diabete tipo 1
Há insuficiência na produção de insulina pelo pâncreas e por isso suas causas estão
geralmente associadas a falhas na sua produção nas células B do pâncreas. O que pode
ocasionar essa falha nas células beta são: doenças auto-imunes que levam a destruição
dessas células; inflamação pancreática acentuada com comprometimento das células B.
Alguns fatores podem predispor a diminuição na produção de insulina e no caso da diabete
tipo 1 como se tem pouca insulina na corrente sanguínea todo efeito desencadeado por ela
vai acontecer em menor proporção o que ocasiona uma maior atividade catabolica (insulina
não realiza com eficiência o efeito anabólico de reserva), por isso o paciente será mais
magro, terá quebra de reservas muscular, lipídico e de glicose (glicogênio). Com menor
quantidade de insulina o organismo sofrerá com diminuição ou ausência dos seus efeitos.
Como tratamentos pode-se propiciar ao paciente o uso de insulina sintética, porém com
cautela porque ao ser utilizada uma dose errada o paciente pode ter hipoglicemia. A
espécie que possui maior índice de diabetes tipo 1 é o cão.
● Diabetes tipo 2
Esse tipo de diabetes não está associada à produção de insulina, mas possui problemas
nos seus receptores onde o indivíduo pode conter poucos ou algumas falhas nesses
receptores, por esse motivo a diabetes tipo 2 também pode ser conhecida como resistência
à insulina. Essa patologia geralmente está associada à obesidade e com isso se observa
uma saturação por efeito da obesidade e também pode-se perceber efeitos semelhantes a
diabetes tipo 1, porque como há falhas nos receptores à insulina não vai realizar com êxito
as suas ações. O animal pode assim como na diabetes tipo 1 apresentar poliúria, polidipsia,
polifagia, a insulina desempenha sua função de reservas. O animal com essa patologia
apresenta também hiperglicemia, aumento de gordura no sangue, aminoácidos e entre
outros efeitos contrários a ação da insulina.
O seu tratamento é realizado através do uso de medicações que tentam aumentar o tempo
da insulina no corpo e outras drogas que vão tentar aumentar a quantidade de receptores
para melhoria do caso.
Como essa patologia é causada pela obesidade, o tutor do animal deve estimular a sua
perda de peso e a espécie que normalmente apresenta a diabete tipo 2 é a felina.

Glucagon
O glucagon é um hormônio associado a quebra de reservas e tem efeito contrário à insulina,
também é um hormônio polipeptídico e a regulação da sua secreção também é regulada
pela [ ] glicose contudo ele não é só estimulado pela concentração de glicose, mas também
situações de jejum onde há a ausência de alimentos, nutrientes (aminoácidos, gorduras…).
Quando o indivíduo passa por um período de jejum, realiza exercícios em alta intensidade e
hipoglicemia, isso tudo causa um estímulo para a produção do glucagon pelas células A do
pâncreas. Como ele tem uma ação contrária à da insulina ao invés de estimular a formação
de glicogênio ele fará a ação de glicogenólise (quebra de glicogênio), estimula a
gliconeogênese (busca de glicose por rotas alternativas como por exemplo a partir de
aminoácidos) e também estimula a lipólise.
Seu mecanismo de ação em conjunto com a insulina ocorre da seguinte forma: Quando o
indivíduo se encontra com uma hiperglicemia as células B vão ser estimuladas a sintetizar a
insulina e as células A não vão ser estimuladas, ou seja, menos glucagon ou nenhum será
produzido. Já em situações de hipoglicemia temos estímulo para a célula A que irá sintetizar
o glucagon e não haverá estímulo para célula B produzindo assim menos ou nenhuma
insulina. Com isso pode-se concluir que o correto é o animal se encontrar em
“normoglicemia”, ou seja, nem hiperglicêmico e nem hipoglicêmico e para saber se o animal
se encontra nessa faixa de normalidade faz-se a dosagem no sangue (glicosímetros).
Quando o indivíduo se alimenta ele tem uma alta de glicose e portanto há um estímulo para
a célula B produzir a insulina e inibe-se a ação das células A. Porém em uma situação
posterior o indivíduo depois de algumas horas após ter se alimentado vai apresentar uma
baixa na taxa de glicose estimulando as células A a sintetizar o glucagon e inibindo as
células B, e como seu efeito é contrário ao da insulina ao invés de termos estoque de
glicogênio haverá a sua quebra a partir da glicogenólise para termos uma liberação dessa
glicose que aumenta assim sua taxa no sangue.

Somatostatina (pancreática)
A somatostatina pancreatica é um hormônio polipeptídico e age controlando a ação do
glucagon e da insulina, ela é secretada pelas células D. O estímulo para sua liberação
acontece quando há ingestão de alimentos onde ela realiza o controle da ação da insulina e
do glucagon, com isso temos que sua ação é de realizar a modulação/limitar as secreções
de insulina e glucagon, e também mediante a ingestão de alimentos ela interfere nos
processos digestivos buscando uma melhor absorção e digestão de nutrientes, interfere na
motilidade motilidade e atividade secretora do trato digestivo.
O glucagon também é capaz de estimular a insulina por que como ele quebra reservas e
lança nutrientes na corrente na sanguínea essa ação faz com se tenha uma elevação da
glicose na corrente sanguínea além de outros nutrientes com isso há um estímulo para a
insulina que vai agir no estoque desses nutrientes inibindo a ação do glucagon. O glucagon
também é capaz de estimular a somatostatina, pois como ele irá liberar nutrientes é um
estímulo também para a ação da somatostatina que vai inibir tanto a insulina quanto o
glucagon e também se autocontrola. Com isso pode-se concluir que a somatostatina tem
uma ação parácrina nas células vizinhas modulando sua atividade.

Polipeptídeo Pancreático
É regulado por hormônios intestinais, n. vago (cadiopneumogastrico X par de nervos
cranianos) e ingestão de proteínas. Ele será inibido pela somatostatina por causa da sua
ação parácrina.
Ele atua mais efetivamente no ponto de vista digestivo fazendo com que haja uma menor
secreção de enzimas pancreáticas (suco pancreático) e contração da vesícula biliar para
liberação da bile, interfere também na geração de maior peristaltismo e motilidade nas alças
intestinais e no esvaziamento gástrico.
O hormônio polipeptídeo pancreático será sintetizado pelas células F do pâncreas.

Grelina
Ainda está sendo estudada e é sintetizada pelas células epson do pâncreas, ela não é
sintetizada apenas no pâncreas mas também na mucosa gástrica, placenta e hipotálamo.
Esse hormônio é conhecido como o hormônio da fome, tendo a ação de reduzir os níveis de
insulina e estimular a liberação do GH que tem uma ação antagônica à insulina (hormônio
diabetogênico).
A grelina tem como efeito aumentar a glicemia plasmática.
Adrenais
São glândulas que anatomicamente estão próximas aos rins tendo a adrenal esquerda
(próxima a aorta) e direita (próxima à veia cava- se encontra um pouco mais cranial).
HIstologicamente essas glândulas possuem 2 regiões: cortical e medular; a zona cortical é
subdividida em zonas- zona glomerulosa, fasciculada e reticular, onde cada uma dessas
zonas produzem hormônios. Na região medular pelo estímulo simpático há a produção das
catecolaminas (adrenalina e noradrenalina).
A zona glomerulosa produz a aldosterona (classe hormonal mineralocorticóides); zona
fasciculada produz o cortisol (classe hormonal glicocorticóide); zona reticular produz os
androgênios.
Todos os hormônios produzidos na região cortical das adrenais são hormônios esteróides,
ou seja, são derivados do colesterol. O colesterol a partir de rotas metabólicas de conversão
hormonal vão gerar como produto um determinado hormônio, onde estes não serão
estocados e sim produzidos e liberados. Esses hormônios geralmente são transportados na
corrente sanguínea ligados a proteínas transportadoras até chegar à célula alvo, mas
também podem estar na sua forma livre.
Exemplo: animais com disfunção hepática podem ter hipoalbuminemia (albumina baixa) o
que reflete no transporte de hormônios, pois como ela é muito importante no transporte de
hormônios esse transporte pode sofrer um déficit por causa dessa baixa.
Quando os hormônios esteróides chegam a célula alvo eles atravessam facilmente a
membrana plasmática com facilidade por serem lipossolúveis, tendo seus receptores no
citoplasma ou no núcleo celular. Seu mecanismo de ação geralmente estimula a formação
de novas proteínas (ação mais demorada). A via de regulação desses hormônios envolve o
eixo hipotalâmico hipofisário onde irão atuar o CRH (hormônio liberador de corticotrofina
hipotalâmico), esse hormônio vai agir na adenohipófise estimulando a produção do ACTH
(hormônio adrenocorticotrófico), esse ACTH irá estimular a enzima colesterol desmolase
que faz a conversão do colesterol em outros hormônios.

Hormônios do córtex das Adrenais


● São hormônios esteroides- derivam do colestrerol
● Transporte: na maioria das vezes ocorre conjugado a proteínas como a albumina,
mas também pode ocorrer de forma livre
● Metabolismo= quebra: Após a sua utilização ele tem uma metabolização hepática,
que será importante, pois como ele é um hormônio lipídico é necessário convertê-los
através de uma rota metabólica desses hormônios na forma hidrossolúvel. Portanto
ocorrem algumas quebras no fígado para transformar esses hormônios em
substâncias hidrossolúveis para que essas possam ser excretadas pelos rins
● Regulação:
- Eixo hipotalâmico-hipofisário: No hipotálamo há a produção de CRH (hormônio
liberador de corticotrofina hipotalâmico), o CRH estimula a adenohipófise a produzir
o ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) onde este hormônio irá estimular o córtex
da adrenal. Quando o hormônio produzido pelo córtex da adrenal está em
quantidade suficiente ele pode realizar o feedback negativo para adenohipófise ou
hipotálamo.
- Sistema renina angiotensina aldosterona(acontece principalmente na zona
glomerulosa)

Mineralocorticóides
● Principal Representante: aldosterona, tem importância significativa no controle de
pressão arterial e regulação de íons
● Ações: têm como foco de ação os rins para regular a absorção de Na, K e H+. Ele
também vai agir no controle de pressão.
Esse hormônio será estimulado pela queda de pressão. Os rins possuem o aparelho
justaglomerular que detecta variação de pressão, quando a pressão está baixa há o
estímulo da enzima renina que irá converter a proteína angiotensinogênio em
angiotensina I, a qual ainda não possui função. A angiotensina I será convertida pela
enzima ECA (enzima conversora de angiotensina) em angiotensina II, que é uma
proteína ativa. A angiotensina II possui dupla função: 1- estimular as adrenais (zona
glomerular) a produzir a aldosterona; 2- vasoconstrição.
A aldosterona agirá nos rins fazendo com que haja uma maior reabsorção de sódio
para o organismo, o que consequentemente irá estimular o ADH por causa do
aumento da osmolaridade plasmática, com o estímulo do ADH haverá uma maior
reabsorção de água, isso tudo ocorre para que haja um aumento na pressão.
A aldosterona também interfere na quantidade de K e H+, pois ao absorver sódio ela
irá excretar esses 2 íons.
● Regulação: A sua regulação se dá pelo eixo hipotalâmico hipofisário em uma
pequena porcentagem, mas o principal estímulo da produção da aldosterona
acontece pelo sistema renina, angiotensina, aldosterona (baixa de pressão, baixa de
Na e aumento de K).
● Peptídeo natriurético atrial (PNA): Produzido a nível de cérebro e atrial, esse
hormônio vai ter um efeito contrário a aldosterona (antagonista).
● Inibidores de ECA: fazendo com que não haja o aumento da pressão arterial-
utilizados em pacientes que tenham pressão alta. Podem ser utilizados diuréticos em
pacientes cardiopatas para prevenir edemas pulmonares, pois eles irão controlar a
pressão a nível capilar pulmonar, controlando a quantidade de líquido no espaço
intersticial dos capilares.

Glicocorticóides
● Principais representantes: O seu principal representante é o cortisol- natural, os
corticoides são muito utilizados na medicina por sua ação antialérgica,
antiinflamatória, imunossupressora (doenças auto imunes). Podem ser utilizados em
problemas dermatológicos.
● Importância: Os corticoides são muito utilizados na medicina por sua ação
antialérgica, antiinflamatória, imunossupressora (doenças auto imunes). Podem ser
utilizados em problemas dermatológicos.
● Ações
- Intensificam a gliconeogênese: estimula a formação de glicose por rotas
alternativas que não são derivados de carboidratos. Estimula uma maior quantidade
de glicose na corrente sanguínea pela gliconeogênese e também por diminuir o
efeito da quebra de glicose nos tecidos para sua captação tendo assim um efeito
anti-insulínico, mas a nível de fígado e tecido muscular esse hormônio faz o estoque
de glicogênio. Animais que utilizam corticóides por longo período podem
desenvolver diabetes esteróide, porque ela é causada por causa do uso crônico do
cortisol levando a um efeito exacerbado no organismo, mas alguns animais podem
adquirir essa patologia por problemas na adrenal (hiperadrenocorticismo) ou
também no eixo produzindo um excesso de cortisol.
- Aumentam a lipólise: Animal fica mais magro pela quebra de gordura
- Diminui a síntese proteica: tem efeito catabólico do ponto de vista protéico e a
longo prazo causa enfraquecimento muscular e ósseo. O animal fica com o abdome
distendido porque no fígado vai haver uma maior concentração de gordura porque
sua atividade lipolítica não acontece no fígado, por isso o crescimento do fígado é
muito proeminente dando aspecto de abdômen pendular.
- Estimula a diurese: Animal possui polidipsia e poliúria porque o cortisol aumenta a
taxa de filtração glomerular estimulando assim o rim a trabalhar mais filtrando o
sangue e também diminui a ação do ADH, ou seja, o indivíduo vai ter menos
absorção de água para o organismo eliminado pela urina.
- Atividade anti inflamatória: diminui os sinais cardiais da inflamação como por
exemplo diminui a dilatação vascular inflamatória, deposição de fibrina, produção de
leucócitos, o rubor da inflamação, formação de edemas, etc. Age de forma positiva
para o quadro inflamatório.
- Atividade antialérgica: inibe a produção de Histaminas que são liberadas no
processo alérgico (anti-histamínicos).
● Regulação: A principal regulação é o eixo produzindo o CRH (hipotálamo) ACTH
(adenohipófise) e por fim o cortisol que é produzido na zona fasciculada da região
cortical.
O cortisol também pode ser influenciado pelo ritmo circadiano e já foi observado que o
maior pico de cortisol ocorre pela manhã. O estresse é outro fator importante para o
estímulo da produção do cortisol como por exemplo no parto, onde os niveis de cortisol
estarão altos no feto estimulando a rota para o parto; ambiente inadequado de ordenha.
Com isso toda situação de estresse vai estimular o eixo hipotalâmico-hipofisário
aumentando consequentemente os níveis de cortisol. Baixos níveis de cortisol também
estimula o hipotálamo a produzir CRH, ao qual faz estímulo positivo para la adenohipófise
que irá produzir o ACTH que agirá nas adrenais mais especificamente na zona fasciculada
que onde ele é produzido. O cortisol também realiza feedback negativo se ele estiver em
alta para o hipotálamo ou adenohipófise.
Se a situação de estímulo for constante mesmo que haja feedback negativo o organismo
não dá conta, ou seja, se o animal é submetido a um estresse constante há uma constante
produção desse hormônio.

Androgenios
Os hormônios androgênios são produzidos na zona reticular da região cortical das adrenais.
Os androgênio podem ter efeito sexual. Ele tem como principais representantes a DHEA e a
androstenediona. Sozinhos eles geralmente têm atividade biológica fraca podendo ser
convertidos em hormônios sexuais ativos como a testosterona e o estradiol. A castração
não zera os níveis de testosterona em machos por causa da sua produção nas adrenais,
porém quanto mais tempo o animal fica exposto aos hormônios reprodutivos mais o animal
será influenciado por ele.

Medula Adrenal
Apenas o sistema nervoso simpático age na adrenal. Nessa glândula não há o
desenvolvimento dos neurônios pós-ganglionares então na medula da adrenal há as células
de cromafins as quais produzem as catecolaminas
● Representantes: Adrenalina e noradrenalina são os principais representantes
● Ações: A adrenalina e a noradrenalina tem o efeito de aumentar a pressão
sanguínea, a frequência cardíaca, glicemia porque estimula várias rotas para o
aumento da glicose, há também o aumento da temperatura corporal.
● Regulação: Sua regulação é realizada pelo sistema nervoso autônomo simpático,
ou seja, situações que irão estimular a ação simpática como o estresse e medo por
exemplo que irá estimular a produção de adrenalina e noradrenalina.

Fisiopatologia
● Síndrome de Cushing (Hiperadrenocorticismo): Pode ser observada em animais
de grande porte mas em uma escala menor. Essa síndrome causa uma maior
produção no animal de cortisol que pode ser por problemas no eixo por estímulo
constante a nível hipotalâmico do CRH por alguma disfunção ou problema, mas
também pode ocorrer por problema na adenohipófise que irá produzir uma maior
concentração de ACTH, ou também na adrenal. O aumento de cortisol também pode
ocorrer por causa iatrogênica pelo uso de corticoides de forma inadequada.
● Síndrome de Addison (Hipoadrenocorticismo): Há uma menor produção de
cortisol e é de difícil diagnóstico porque causa vômitos, aumento na ingestão de
água. É causada pela insuficiência do cortisol pela glândula que pode ser resolvido
pelo uso de corticoides, mas ela também pode ser causada de forma autoimune ou
idiopática, ou também pode ser ocasionado pela deficiência de ACTH.
● Feocromocitoma: patologia na região medular por um tumor na medula da adrenal
trazendo complicações nas células cromafins causando uma produção excessiva
desses hormônios (adrenalina e noradrenalina). Com isso tem-se o efeito
exacerbado da adrenalina no organismo.
FISIOLOGIA REPRODUTIVA DO MACHO
É muito importante para poder identificar possíveis alterações que possam interferir no
ponto vista reprodutivo.
● Sexo Genético: Encontro de duas células haploides que se unem formando uma
célula diploide- embrião (fêmea geralmente XX; Macho geralmente XY). A
determinação do sexo do indíviduo é dada pelo espermatozoide.
● Sexo Gonadico: Formação de gonadas de acordo com o sexo genético (XX-
ovários; XY- testículos)
- Os testículos desencadeiam uma série de alterações no indivíduo que exclui toda
possibilidade de desenvolvimento para a fêmea. Isso tudo ocorre pois os testículos
possuem as células Sertoli e de Leydig, as células de Sertoli produzem o hormônio
antimulleriano que faz a inibição dos ductos de muller (os ductos de wolff= se
desenvolvem para a característica do macho; ductos de muller- características da
fêmea); já as células de Leydig produzem a testosterona.
- Como as fêmeas possuem ovários não haverá todo processo que ocorre nos
machos, os ductos de muller se desenvolvendo o sexo fenotípico feminino (não há
desenvolvimento dos ductos de wolff).
● Sexo fenótipico: caracteristicas sexuais do macho e da fêmea.

Anatomia
Alguns órgãos irão trabalhar em conjunto para que se tenha a funcionalidade do S.
reprodutor masculino de forma fisiológica.

Órgãos do Sistema Neuroendócrino


● Testículos: Normalmente tem-se a quantidade de 2 testículos externos
● Epidídimos: Quantidade= 2
● Ductos deferentes: Quantidade= 2
● Glândulas acessórias/anexas
- Próstata
- Glândula seminal
- Glândulas de Cooper
- Glândulas ampulares
- Glândulas bulbouretrais
- Glândulas vesiculares/vesículas seminais
As espécies apresentam variações quanto ao posicionamento dos testículos onde alguns
apresentam esses órgãos de forma pendular ou mais próximos ao corpo, mas apesar
dessas variações eles precisam estar externos, ou seja, não podem estar dentro da
cavidade ou região inguinal. Os testículos são formados internamente em uma região mais
caudal aos rins e devem migrar até a bolsa escrotal, o tempo de descida do testículo varia
de espécie para espécie. Eles geralmente apresentam pouco ou ausência de pêlos e pele
mais fina.

Há variações também nas glândulas acessórias, onde elas podem variar por exemplo em
tamanho e também no seu número, onde alguns animais podem não apresentar algumas
glândulas ou também podem ser mais desenvolvidas de acordo com a espécie.
O pênis também é outro órgão que possui variação entre as espécies no que diz respeito ao
seu formato.

Termorregulação
Por causa da termorregulação dos testículos é muito importante que eles se encontrem de
forma externa e na bolsa escrotal.
A termorregulação permite uma temperatura adequada para o testículo exercer suas
funções, principalmente na produção de espermatozóides que são termossensíveis, ou
seja, se esse testículo se encontrasse internamente esses espermatozoides estariam
submetidos a uma temperatura corporal elevada e caso isso aconteça o animal pode ser
infertil (pode ser que se encontre apenas 1 deles incluso).
● Escroto
Formado por uma pele, onde internamente haverá uma camada fina de musculatura lisa
chamada túnica dartus a qual permite certo enrugamento da bolsa escrotal em um ambiente
frio por exemplo fazendo com que haja uma menor perda de calor, o contrário ocorre em
ambientes quentes onde essa bolsa escrotal pode relaxar para permitir que haja trocas de
calor.
Em equinos o escroto possui glândulas sudoríparas e sebáceas onde estas irão facilitar a
produção de suor.
● Plexo pampiniforme
Formado por uma artéria e um emaranhado de veias, esse contato dessas veias permite
trocas de temperatura onde essa ação é chamada de mecanismo contracorrente de calor.
Esse mecanismo faz com que o sangue que venha das artérias não tenha a mesma
temperatura com que vem do corpo para o testículo (resfriamento do sangue)
● Músculo Cremaster
Faz parte do cordão espermático e serve para o mecanismo de contração e relaxamento do
testículo a depender se o ambiente está quente ou frio ajudando na termorregulação.
Possui reflexo onde o animal irá tracionar esse músculo caso algo encoste como forma de
defesa.

Testículos
Possui função esteroidogênica e espermatogênica.
● Função esteroidogênica: O testículos têm capacidade de sintetizar andrógenos,
principalmente a testosterona;
● Função espermatogênica: Capacidade produção de espermatozoides
● Túbulos seminíferos: Possui células capazes de formar os espermatozóides que
quando formados serão lançados na rede testes (região do mediastino testicular) e
seguirão em direção do epidídimo e depois para o ducto deferente para finalmente
serem lançados na uretra.
No ponto de vista histológico os testículos se dividem em 3 compartimentos: compartimento
intersticial (espaço entre os túbulos seminíferos) é onde vão ser encontradas as células de
leydig (produzem testosterona); compartimento basal, região onde há a presença de
espermatogônias (células germinativas que passam por divisões para formação de
espermatozóides) e das células de Sertoli (sustentação do túbulo seminífero, nutrição dos
espermatozóides, fazem parte da barreira hematotesticular a qual protege de substâncias
prejudiciais e produzem hormônios) ; compartimento adluminal, região que vai em direção
ao lúmen do túbulo seminífero.

Espermatogênese
Esse processo parte da espermatogônia a qual passa por algumas divisões mitóticas
(sofrem influência principalmente do FSH- hormônio folículo estimulante) e meióticas.
A partir da primeira divisão meiótica há a formação do espermatócito secundário e o
predomínio do hormônio LH (hormônio luteinizante). Na segunda divisão meiótica acontece
a formação de espermátides e posteriormente de espermatozoides, nessa etapa há uma
maior quantidade de testosterona.
OBS: LH e testosterona são importantes na fase final da espermatogênese.

Espermiação
Corresponde ao transporte dos espermatozóides e do líquido seminífero dos túbulos
seminíferos para a região do mediastino testicular/ rede testes, onde irá posteriormente para
o epidídimo.

Epidídimo
É dividido em cabeça, corpo e cauda, no seu interior possui canalículos que nos cavalos
podem chegar até a 80 metros .
Sua função é fazer com que haja uma concentração de espermatozóides que serão
amadurecidos e vão adquirir condições de promover a fertilização, porque antes de chegar
ao epidídimo eles estão praticamente imóveis, não possui motilidade adequada.
Ele também pode ter uma reserva extragonadal de esperma que possui reserva de
espermatozoides assim como a região da ampola do ducto deferente. Se não houver
ejaculação os espermatozóides serão degenerados e reabsorvidos.

Ductos Deferentes
Corresponde ao trajeto que os espermatozóides percorrem depois de passarem pelo
epidídimo. Essa região se inicia nos testículos, atravessam o anel inguinal e segue dentro
da cavidade até a uretra que é o local de saída dos espermatozóides.
Os ductos tem a função de auxiliar no transporte dos espermatozóides sendo um local de
passagem, na região de ampola (dilatação do ducto deferente) há uma reserva
espermatozóides e em algumas espécies esses ductos contribuem para a formação do
líquido seminal (touro e cavalo).

Glândulas Acessórias
São importantes na formação do volume, concentração e composição do líquido seminal
(semem= espermatozóides + líquido seminal) variando na sua composição e volume de
acordo com a espécie.
Pênis
Responsável pela ereção que é determinada por uma parceria do sistema vascular, nervo e
endócrino. Eles variam quanto a sua anatomia de acordo com as espécies como por
exemplo os ruminantes e suínos vão ter a flexura sigmóide, outra particularidade é o osso
peniano e as espículas (importante para estimular a ovulação da gata) no cão e no gato
respectivamente; os equinos têm um pênis do tipo vascular que recebe uma grande
quantidade de sangue para ter ereção.
O pênis é importante no processo de ejaculação. Onde a ejaculação e a emissão é
diferente, onde a emissão corresponde a chegada do semem na uretra, já a ejaculação
lança o semem no meio externo através de uma expulsão vigorosa que envolve os nervos
sensitivos da glande que são estimulados de forma aferente e com movimentos peristálticos
do epidídimo, canal deferente e uretra.

Endocrinologia
O sistema reprodutivo sofre influência do eixo hipotalâmico hipofisário, onde o hipotalamo
irá comandar a liberação do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) que irá agir pelo
sistema porta nas células denominadas gonadotrofos que estão presentes na
adenohipófise. A adenohipófise irá produzir e liberar dois hormônios que são o FSH e o LH,
o FSH tem receptores nas células de sertoli estimulando a produção de hormônios nessas
células que são a inibina, ativina e ABP. A inibina faz parte do mecanismo de feedback
negativo para a produção do FSH quando este hormônio está em excesso, já a ativina
realiza o feedback positivo para o FSH; e a proteína ABP (proteína ligadora de andrógenos)
que se liga a testosterona nos túbulos seminíferos (espermatogênese) onde essa
testosterona será importante na fase final da espermatogênese a partir do espermatócito 2
o que é muito importante no amadurecimento do espermatozóide, portanto essa proteína
fixadora de testosterona faz com que esse hormônio passe mais tempo agindo nos tubulos
seminíferos, na parte final da espermatogênese.
O LH tem receptores nas células de Leydig que produzem testosterona, essa testosterona
produzida pode realizar feedback negativo para adenohipófise e também vai atuar nas
células de sertoli na produção de estrógenos. As células de sertoli e leydig exercem
influência uma sobre a outra de forma paracrina.
Os hormônios reprodutivos masculinos são esteróides aos quais tem origem no colesterol e
passam por diversas transformações até chegar ao produto final que é a testosterona por
exemplo, a partir da testosterona pode haver a ação de uma enzima que é a 5a-redutase
nos tecidos alvo da testosterona para formação do hormônio dihidrotestosterona. O
dihidrotestosterona vai ser importante no desenvolvimento e diferenciação da genitália
externa (pênis, escroto e próstata), na distribuição de pelos e crescimento da próstata.
O cão possui uma próstata bem desenvolvida e com o passar da idade pode haver a
hiperplasia prostática (aumento da próstata), o hormônio que age nesse processo é a
dihidrotestosterona e o tratamento pode envolver inibidores da enzima 5a-redutase e a
castração também pode ajudar no não desenvolvimento dessa patologia porque ao castrar
o animal há a diminuição da quantidade de testosterona. A hiperplasia prostática diminui o
diâmetro da uretra causando no animal na maioria das vezes dificuldade ao urinar e
também interferindo na defecação pois o intestino grosso ficará comprimido.
Fatores que Afetam a Função Testicular
● Puberdade
A puberdade não é garantia de sucesso reprodutivo, porque a puberdade varia de espécie
para espécie e também não é sinônimo de maturidade sexual. Dependendo da espécie o
macho pode estar na puberdade quando atinge o tamanho e peso de um indivíduo adulto,
mas isso não quer dizer que ele será capaz de fecundar uma fêmea. A puberdade então se
refere ao início de uma maior produção dos hormônios e maior estímulo do eixo
hipotalâmico hipofisário, também ocorre um maior desenvolvimento das características
sexuais e observação de desejo e libido. Animais jovens na primeira cruza podem gerar
menos filhotes e obterem menor sucesso reprodutivo, podendo melhorar o desempenho na
segunda (espécies multíparas- mais de um filhote por gestação).
● Fotoperíodo
Refere-se a influência da luminosidade na estação de monta de algumas espécies. O
hormônio melatonina sintetizado pela glândula pineal e é produzido no escuro (estações do
ano que apresentam maior período noturno ocorre uma maior produção desse hormônio), a
melatonina inibe o GnRH então há espécies que apresentam baixa reprodutiva nesse
período, já outras se beneficiam para entrar na estação de monta. Os garanhões e os
machos felinos se beneficiam de períodos onde essa melatonina não é tão produzida,
porque haverá uma menor inibição do GnRH, mas caprinos e ovinos se beneficiam de
períodos em que há maior produção de melatonina porque não terão a influência negativa
da melatonina ao GnRH e em períodos que tenham um maior tempo de luminosidade essas
espécies terão uma menor atividades testicular.
● Esteróides anabolizantes
Produzidos sinteticamente e possuem derivados androgênicos com a promessa de
minimizar os efeitos colaterais e maximizar a ação anabolizante (ganho de massa). Como
os esteróides anabolizantes são derivados da testosterona onde esse hormônio é capaz de
estimular as últimas etapas da espermatogênese; promover o crescimento,
desenvolvimento e atividade secretoras das glândulas acessórias nos machos; estimular o
ganho de massa muscular e a libido.
Esses anabolizantes quando utilizados para aumentar massa muscular pode trazer como
efeitos colaterais dependendo da dosagem e do número de aplicações são de feedback
negativo no hipotálamo, porque como eles tem efeito semelhante à testosterona, com isso o
principal efeito colateral é a infertilidade e algumas vezes pode acarretar em atrofia
testicular a depender da dose utilizada.
Esses esteróides anabolizantes diminuem a capacidade reprodutiva do animal porque
causam uma menor produção espermática, menor produção diária de espermatozóide e
menor tamanho testicular .
Indivíduos com libido exagerado e agressividade geralmente é indicado realizar a castração.
FISIOLOGIA REPRODUTIVA DA FÊMEA

Anatomia e Funções
● Utero: Desenvolvimento do feto
● Ovários: Desenvolvimento dos folículos que irão abrigar as células germinativas e
vão participar de todo o processo de ovulação, que é muito importante na liberação
do oócito que irá ser fecundado formando um possível embrião.
● Ovidutos, trompas ou tubas uterinas
● Vulva
● Glândulas mamárias
As funções do sistema reprodutor feminino é a produção de oócito pelos ovários, ambiente
adequado para desenvolvimento e nutrição de um possível feto que acontece no útero, o
nascimento no momento apropriado (parto) e a nutrição do indivíduo depois de narcer
através da lactação.

Atividade Ovariana
Corresponde ao ciclo ovariano onde ocorrem alterações ao longo do ovário. As fêmeas
diferentes dos machos nascem com uma quantidade determinada de oócitos e ao longo de
cada ciclo elas vão diminuindo sua quantidade. Isso acontece porque normalmente os
oócitos se localizam dentro dos folículos que vão a cada ciclo estral se desenvolvendo e
passando por transformações até chegar ao folículo maduro que é realmente responsável
pela ovulação. Na ovulação há a liberação do oócito que irá se encontrar com o
espermatozóide. A estrutura que abrigava a célula germinativa se transforma em corpo
lúteo, ao qual possui funções hormonais principalmente na produção de progesterona e
depois do seu período de duração ele regride.Nem todos os folículos inicialmente
desenvolvidos irão ovular (folículo= células germinativas no centro, células da granulosa
envolta do folículo e na parte mais externa as células da teca). Conforme o desenvolvimento
do folículos podemos ter os folículos dominantes, aqueles que irão ovular (algumas
espécies possuem mais de uma ovulação) e os demais folículos que iniciaram a etapa de
desenvolvimento entram em estado de atresia (invadidos por células inflamatórias e tecido
conjuntivo formando cicatrizes), por esse motivo a cada ciclo há uma perda considerável de
folículos.

Ovários
Cada folículo ovariano possui uma célula germinativa, células da granulosa e as células da
teca. As células da granulosa tem contato com o oócito pela zona pelúcida e nessa região
da granulosa há receptores de FSH e na região da teca de LH. A região da granulosa
produz um hormônio chamado inibina que é um hormônio peptídico e inibe o FSH, e o
folículo quando dominante consegue se desenvolver mesmo com pouca quantidade de FSH
circulante, pois está maduro suficiente tendo mais receptores para o FSH.
O corpo lúteo será mantido na gestação e se não houver cópula ele possui uma certa
duração onde ele passará por uma regressão induzida principalmente pela
prostaglandina-F2α que corresponde a um hormônio sintetizado pelo útero que é capaz de
promover a luteólise. Na etapa de desenvolvimento folicular tem predomínio de FSH, na
formação do corpo lúteo há o predomínio de LH e na regressão do corpo lúteo haverá a
ação da PGF2α (muito observada em caprinos, ovinos, suínos, equinos e bovinos). A
Inflamação ou infecção uterina há uma alta produção de prostaglandina induzindo uma
regressão precoce do corpo lúteo (luteólise prematura) encurtando o ciclo estral. A PGF2 α
sintética pode ser utilizada na sincronização de cio, porque ela vai causar a luteólise
de possíveis corpos lúteos presentes e isso faz com que essas fêmeas entrem no
ciclo ovariano. Depois que há a regressão do corpo lúteo a fêmea pode ciclar
novamente.

Biossíntese de Estrógenos
Os estrógenos são derivados do colesterol, nas fêmeas esse colesterol vai sofrer influencia
do LH nas célula teca, nessas células haverá a conversão do colesterol, em
androstenediona que será convertida em testosterona. Esses precursores hormonais
(androstenediona e testosterona) passam para as células da granulosa e nesta região
haverá a transformação desses hormônios em estradiol (estrogênio).

Interferência dos Hormônios no Ciclo Ovariano

● Fase folicular
Corresponde a fase inicial do ciclo. O hipotálamo irá produzir o GnRH e este hormônio irá
agir na adenohipófise para que ocorra a síntese e secreção de FSH (hormônio folículo
estimulante- produzido em maior quantidade) e LH (hormônio luteinizante). O FSH vai agir
na fase de síntese folicular no aumento da síntese de estrógeno/estradiol, com o aumento
dos níveis desse hormônio ocorre um feedback negativo (quando presente em grandes
quantidades) diminuindo o FSH, mas ele também realiza feedback positivo para a liberação
do LH
● Meio do ciclo
Assim como na fase folicular há participação do GnRH que estimula a adenohipófise a
produzir FSH e LH (em maior quantidade nesta fase), o estradiol faz feedback positivo para
o LH. O pico pré ovulatório do LH é muito importante para o amadurecimento do folículo
dominante, para que este possa ovulação(o LH prepara o folículo para a ovulação)
● Fase lútea
Ocorre após a ovulação com a formação do corpo lúteo que sofre influência de hormônios
como o GnRH que ainda irá induzir a produção do LH na adenohipófise em quantidade
considerável o que irá fazer com que o corpo lúteo produza progesterona. Quando a
progesterona se encontra em alta quantidade ela pode fazer feedback negativo na hipófise
anterior diminuindo então o LH e também diminuindo consequentemente sua ação no corpo
lúteo.
Quando ocorre a cruza a progesterona é mantida por causa da permanência do corpo lúteo
não tendo assim a produção de PGF2α, porém se não houver a cruza haverá então a
atuação da PGF2α para a regressão do corpo lúteo, o que causa consequentemente uma
diminuição nos níveis de progesterona reiniciando o ciclo.

Em todas as fases há interferência do eixo hipotalâmico-hipofisário liberando GnRH


(hormônio peptídico) de forma pulsátil que irá agir na adenohipófise que produzirá o FSH e
LH (hormônios proteicos);

Ciclos Ovarianos
● Fases
- Folicular: desenvolvimento do folículo
- Lútea: Presença do corpo lúteo
● Ciclo Estral: alterações comportamentais de fêmeas representadas em fases e
citologicamente em cada fase há um perfil diferente de células. Essas fases são:
- Proestro: desenvolvimento folicular, podendo atrair o macho mas não aceita o coito
- Estro: período em que a fêmea aceita o macho e aceita a monta
- Metaestro: desenvolvimento inicial do corpo lúteo
- Diestro: fase madura do corpo lúteo
- Anestro: período em que as fêmeas não se enquadram em nenhuma etapa do ciclo
o que corresponde ao seu período de “descanso do reprodutivo”. É bem observado
em cadelas que passam 3 meses em anestro para nos próximos 3 meses entrarem
nas outras fases do ciclo.
Englobando o ciclo estral com o ciclo ovariano temos que a fase folicular corresponde ao
proestro e ao estro, e a fase lúteo ao metaestro e diestro.

Puberdade
Início da vida reprodutiva da fêmea, é o período ao qual ela ovula pela primeira vez, sendo
associada a estatura e peso adulto. Com uma nutrição adequada as fêmeas podem entrar
na puberdade em um período relativamente médio a sua espécie, porém a desnutrição
pode retardar esse período.
Essa primeira ovulação não é garantia de que a fêmea está apta para reprodução porque
ela está começando a ter a interferência dos hormônios do eixo hipotalâmico hipofisário,
que tem um aumento gradativo.

Comportamento Sexual
O comportamento sexual possui algumas particularidades de acordo com a espécie.
● Ovelhas: precisam ser expostas a progesterona para poder ter os sinais de primeiro
cio. Elas geralmente não têm sinais de cio na primeira ovulação, mas não terão cio
perceptível e então na segunda ovulação depois de ter sido exposta a progesterona
da primeira.
● Cadelas: Precisa ter exposição ao estrógeno e também de progesterona, onde
nesses animais as células da granulosa também são capazes de produzir
progesterona enquanto o corpo lúteo ainda não foi formado, fazendo com que a
fêmea tenha a presença dos dois hormônios estrógeno e progesterona para que
expressem as características do estro (tempo de estro relativamente longo, em torno
de 1 semana).
● Vacas (leite) e porcas: Apresentam redução do estro após o parto. Nas vacas há
uma baixa de progesterona, tendo então redução dos sinais de estro por causa da
lactação. Em porcas não há sinais de cio enquanto elas estão no período de
lactação.
● Gatas, cabras e éguas: Manifestam estro na primeira ovulação, sem a
necessidade de uma exposição prévia de progesterona, conseguindo já no primeiro
cio demonstrar sinais de receptividade sexual.

Senescência
Fase em que a fêmea está na fase idosa, em idade mais avançada e corresponde ao
término da atividade ovariana, porque como já citado ela perde a cada ciclo alguns folículos
tendo assim falência ovariana. Em cadelas a partir de 7 anos a chance de engravidar é
menor podendo até causar infecção uterina.
A senescência diminui o número de ninhadas e aumenta o risco de infecções uterinas e
mortalidade neonatal por causa das falhas foliculares e de ovulação. Com isso não é
recomendado colocar essas fêmeas para cruzar.
Fatores Externos- Ciclos Reprodutivos
● Lactação
Essa interferência é variável quanto a sua intensidade e depende da espécie. Um exemplo
disso é que as porcas lactantes não terão estro até o desmame, já as gatas vão ter estro no
final da lactação (quando o filhote está com 2 meses mais ou menos). As vacas corte tem
em 45 dias o primeiro estro pós-parto e as vacas leiteiras não sofrem supressão exceto em
casos de desnutrição. As cabras e as ovelhas confundem com o fotoperíodo o período do
cio pós parto, a lactação geralmente ocorre em um fotoperíodo supressivo para essas
espécies. As éguas não sofrem supressão da lactação tendo o conhecido “cio do potro”
onde essas fêmeas podem ter cio em até 7 dias tendo possibilidade de engravidar.
● Nutrição
O balanço energético negativo pós parto pode promover um atraso no ciclo ovariano, sendo
observado retardo do cio principalmente em novilhas porque elas precisam ainda mais de
uma atenção nutricional que nesse caso seria para o período pós parto e também pelo fato
dessa fêmea estar em fase de crescimento e lactante.
● Fotoperíodo
Tem a ação do hormônio melatonina produzido pela glândula pineal (encontrada no SNC). A
melatonina é produzida em períodos mais escuros. E por esse motivo temos o fotoperíodo
como a influência da luminosidade na reprodução de algumas espécies como éguas,
cabras, ovelhas e gatas. As gatas e éguas se beneficiam da luminosidade entrando na
estação reprodutiva em épocas que tem dias mais longos, ou seja, menos melatonina será
produzida pois a melatonina é um hormônio inibidor do GnRH. Se tratando de cabras e
ovelhas ocorre o inverso e seu período reprodutivo acontece geralmente em períodos com
dias mais curtos (sem muita luminosidade), ou seja, terá uma maior produção de melatonina
que nessas espécies essa inibição não vai ocorrer tendo efeito positivo (pode ser utilizado
implantes e injeção de melatonina para sincronização de cio em cabras e ovelhas).
● Feromônios
Os feromônios são compostos químicos que permitem a comunicação entre animais de
uma mesma espécie como para reprodução, demarcação de território, proteção contra
agentes diferentes do banho. Ex-quando as cadelas estão no cio os machos conseguem
perceber as substâncias exaladas do cio a km de distância (isso também pode ocorrer com
outras espécies).
O mecanismo de ação dos feromônios pode ser de efeito:
- Desencadeante: Ocorre no momento em que é liberado
- Sobrecarga: o cheiro só é percebido entre indivíduos de uma mesma espécie, um
exemplo disso é o efeito macho utilizado na reprodução para sincronização de cio;
rufiões que identificam fêmeas no cio.
Um exemplo de feromônios é o reflexo de flehmen que faz com que eles ativem o órgão
vômero nasal (faz parte do sistema olfatório) gerando uma maior captação do cheiro e
substâncias que podem estar junto a esse odor. Esse reflexo serve para detectar uma
fêmea no cio.

Fertilização
Espermatozoide vai de encontro ao oócito formando o embrião (oócito + espermatozóide).
O sêmen no organismo da fêmea é visto como corpo estranho e o espermatozóide precisa
percorrer todo um trajeto até as trompas, que é o local onde ocorre a fertilização. Antes de
chegar ao momento da fertilização o espermatozóide passa por transformações dentro do
organismo feminino que são: Capacitação, corresponde a perda de glicoproteínas que ficam
em volta dele e que os garantem certa proteção no ambiente, mas que atrapalha nesse
processo, a região do acrossoma tem proteínas importantes (hialuronidases) que agem no
momento em que eles estão tentando penetrar no oócito.

Mórula
Quando ocorre o processo de fertilização o embrião é formado e migra ao longo do oviduto,
em torno de 3 a 5 dias o embrião passa por transformações que o transforma em um
blastocisto inicial/mórula (não está fixado no útero). Durante esse processo o organismo
feminino prepara o ambiente para o embrião e o endométrio tem sua produção hormonal
voltada para recepção do embrião que quando se fixa no endométrio acontece o processo
de nidação que é quando o organismo reconhece esse organismo. Em algumas espécies
há a produção de proteínas de função imunológica que fazem com que o organismo não
faça o reconhecimento do embrião como corpo estranho.
Nas éguas a migração do embrião ao longo do corno uterino faz com que a fêmea
reconheça a gestação, do ponto de vista fisiológico. Nas porcas a partir de 4 embriões
fecundados ela também reconhece pela quantidade de embriões que está gestante.
A progesterona é muito importante nesse processo e por isso o corpo lúteo na maioria das
espécies é mantido durante a gestação. Esse hormônio é importante na gestação pois
mantém o útero sem contração (útero quiescente) diminuindo as chances de aborto, ela
também prepara o ambiente no momento da nidação. Se a progesterona estiver baixa pode
ser administrada progesterona sintética para a fêmea.

Manutenção da Gestação
Alguns hormônios e estruturas são importantes para a manutenção da gestação. Na maioria
das espécies utilizadas para fins produtivos o corpo lúteo é muito importante na produção
de progesterona. Esse hormônio além de ser produzido pelo corpo lúteo também será
produzido pela placenta.
A PGF2a é um hormônio uterino produzido quando não há gestação, realizando assim a
luteólise do corpo lúteo para que fêmea possa ciclar novamente.
O reconhecimento materno pode ser realizado pela ação de algumas substâncias como a
trofoblástina, a égua no início da gestação tem uma quantidade maior de estrógeno para
realização desse reconhecimento; as gatas e cadelas têm o hormônio relaxina que é
produzido pelo útero para manutenção da gestação.

Gestação
Quando o embrião se fixa no endométrio ocorre a formação da placenta, onde há alguns
tipos diferentes de desenvolvimento placentário de acordo com a espécie. Essa
implantação/fixação pode ocorrer de forma:
● Excêntrica/zonar
A implantação da placenta ocorre de forma excêntrica e a placenta é do tipo zonaria, esse
tipo de implantação e de placenta é observada em gatas e cadelas
● Carúnculas
Placenta presente em ruminantes, essas carúnculas fazem a sustentação da placenta e a
estrutura do feto que se une às carúnculas é chamada de cotilédone e sua união com as
carúnculas forma o placentoma.

● Vilosidades
Tem fixação difusa e sua placenta recebe o mesmo nome, ocorre geralmente em águas e
porcas. Os pontinhos observados na imagem correspondem a fixação de forma difusa.

● Discóide
Apresenta um disco e está presente em humanos

Placenta
Independente do tipo de fixação a placenta tem como função realizar a oxigenação do feto,
comunicação (realizada pelo cordão umbilical) entre mãe e feto na questão dos nutrientes,
age como bolsa protetora. Dentro da placenta existem alguns líquidos que além de lubrificar
o canal do parto, amortece impactos.
A placenta é constituída por:
● Córion, alantóide e âminion: o espaço entre o folheto alantóide e o âminion é
chamado de cavidade alantóide preenchido pelo líquido alantóide, esse líquido é
formado por urina fetal, resíduos da respiração e circulação. Esse líquido vai agir na
proteção mecânica do feto.
● Líquido amniótico: Está presente na cavidade amniótica e está diretamente em
contato com o feto lubrificando a sua pele e também ajudando nas trocas de
resíduos. No momento do parto os líquidos liberados são o alantóide e o amniótico
que ajuda na lubrificação no momento do parto.
● Uraco e canal vitelinico: Permitem a comunicação do circulatória do feto com a
mãe para aquisição de nutrientes e oxigênio. Quando os filhotes nascem e essa
estrutura não é fechada ocorrendo a persistência do úraco uma patologia rara e que
geralmente torna o animal inviável porque o predispõe a infecções na região

Hormônios Placentários
● Progesterona
● Estrógeno
Importante para as éguas no início da gestação para o reconhecimento materno e depois
tende a baixar, já em outras espécies esse hormônio é baixo durante a gestação e aumenta
com a proximidade do parto.
● Relaxina
Tem a função de reconhecimento materno em cadelas e gatas no início da gestação e
atuando também na manutenção da gestação. Em outras espécies seus níveis sobem
próximo ao parto.
● CG equina (eCG)
Tem a função de estimular uma maior produção de progesterona pelo corpo lúteo da égua e
também faz com que a égua forme corpos lúteos adicionais.
● Lactogênio placentário
Observado em cabras e ovelhas e tem efeito somatotrófico assim como acontece com o GH
na glândula mamária e também estimula a prolactina que será demandada no final da
gestação para o filhote.

Parto
Apresenta alguns sinais no comportamento quando está perto de parir como cansaço,
isolamento (procura um afastado de ruídos e de muita movimentação), diminuição na
alimentação, seu abdome fica bem distendido apresentando algumas vezes secreção
vaginal que pode ser de cor clara ou levemente esverdeada (sanguinolenta ou marrom-
sinal de sofrimento ou morte fetal), aumento da frequência respiratória e diminuição na
temperatura.
O parto é um processo fisiológico e se for feito na forma de cesárea deve ter
acompanhamento para ser realizado no período correto.
O feto induz todo o processo do parto que envolve a sua expulsão e também da placenta.
● Estágios
O feto primeiramente se insinua para o canal de parto e depois tem-se a expulsão do feto e
depois a expulsão da placenta. Se a placenta não for expulsa pode haver infecções
uterinas.
● Hormônios atuantes
O estresse fetal desencadeia o amadurecimento da adrenal fetal que fica sensível ao ACTH
que faz parte do circuito do cortisol, onde esse hormônio vai agir na mãe fazendo com que
duas enzimas que são a 17-hidroxilase e a C17-20 liase reduzam a progesterona e
aumente o estrógeno, pois não é mais necessária a ação da progesterona para a não
contração do útero. A prostaglandina F2a vai ser estimulada pelas duas enzimas citadas
agindo na regressão do corpo lúteo reduzindo assim os níveis de progesterona, atua
também no início das contrações e aumenta o nível de estrógeno ao qual vai
gerar/estimular receptores para a ocitocina no útero.
No momento em que o feto se insinua ele faz uma compressão de receptores de pressão
que fazem uma via aferente de estímulo para o hipotálamo. Quando a ocitocina chega no
útero ela vai contrair as células musculares do miométrio (reflexo de Ferguson). Além do
reflexo de Fergunson a fêmea também realiza a contração do abdome o que corresponde
ao reflexo de esvaziamento, esses dois reflexos juntos geram uma melhor força de
contração e expulsão fetal.

Puerpério
Essa fase ocorre após o parto e corresponde ao momento em que acontece a involução
uterina (diminuição do tamanho do útero). Isso vai acontecer pela ação da PGF2a que irá
contrair o útero auxiliando-o a eliminar resíduos de parto e ao passo que essa contração
acontece esse útero também começa a voltar ao seu tamanho original.
Esse período varia de espécie para espécie e é normal a presença de corrimento e
secreção. Algumas fêmeas como no caso da égua e da porca podem apresentar cio nesta
fase, a égua apresenta o cio do potro em torno de 7 a 13 dias, mas ele não é muito fértil
(ainda pode acontecer a fertilização, mas as chances são baixas); no caso das porcas elas
podem desenvolver cio em torno de 5 dias após o parto, mas ao contrário das éguas esse
não é fétil porque é suprimido por causa da lactação
FISIOLOGIA REPRODUTIVA: AVES

Particularidades
● Diferenciação sexual: ZZ- macho e ZW- fêmea. Assim como nos mamíferos há o
desenvolvimento dos ductos de wolff nos machos e dos ductos de muller nas
fêmeas.
● As aves não têm um ciclo estral bem definido, o que não permite uma divisão em
fases como nos mamíferos
● Ausência de gestação
● São ovíparas
● Sofrem influência do fotoperíodo. A luminosidade nesse caso é um fator positivo
para a reprodução, pois estimula a produção de GnRH. Essa exposição a luz não
pode ser de forma aleatória porque a resposta ao horário de iluminação é
influenciada pelo fotoperíodo anterior. Para estimular a reprodução da ave deve-se
aumentar a luminosidade de forma crescente, porque se a duração do dia for
decrescente (a ave é exposta a um tempo menor de luz) vai haver uma regressão
fotoinduzida/foto refratariedade.
● Outros fatores externos que influenciam na reprodução das aves é o estímulo
nutricional que também pode ser influenciado pela luminosidade, pois, aumentando
a exposição dessa ave a luminosidade fará com que ela coma mais, porém deve-se
atentar para o excesso de peso que é prejudicial para a reprodução porque aves
com excesso de peso tem uma qualidade de reprodução comprometida. Outro fator
externo são as chuvas porque a luminosidade natural será mais baixa e o produtor
pode fazer o uso de iluminação artificial, outra questão também é a proliferação de
doenças que podem pôr em risco o lote inteiro, pois nesse período as doenças
podem ser propagadas de forma mais fácil. As interações sociais também são
importantes onde na avicultura faz-se necessário um rígido controle de entrada de
pessoas que podem trazer riscos a sua sanidade e também gerar uma situação de
estresse.

Machos
● Testículos: Estão localizados na cavidade celomática (não é abdominal pela
ausência do diafragma para realizar a divisão entre cavidade torácica e abdominal)
próximos aos rins. Tem a função de produção hormonal e espermatogênica sendo
capazes de suportar temperaturas de 41ºC-43ºC sem comprometimento da função
espermatogênica a qual pode ser comprometida se a temperatura estiver abaixo ou
acima da sua temperatura corporal. Sofrem influência do fotoperíodo e da idade
para a produção de espermatozoides, que será proporcional ao tamanho desse
órgão. Se um testículo for retirado o que sobra geralmente tem um aumento de
tamanho para compensação
● Epidídimos: Possuem dois epidídimos relativamente pequenos
● Ductos deferentes/ canais deferentes: Há dois ductos os quais irão conduzir os
espermatozóides até a cloaca (presente nos machos e nas fêmeas) e é por onde os
machos entram em contato com a fêmea. A cloaca participa do sistema reprodutor,
do excretor e digestório.
● Não possuem órgãos acessórios/ glândulas acessórias
● Não possuem pênis verdadeiros.
- Patos e gansos possuem um pseudo pênis em espiral e a passagem do esperma
ocorre pelo sulco espiral
- Galos e Perus possuem um falo que corresponde a um pequeno pênis eretil
- Codornas possuem glândula cloacal, a qual é estimulada por andrógenos
(testosterona) e produz uma secreção espumosa depositada na cloaca da fêmea no
acasalamento.
● Maturidade sexual: não será definida pela produção dos primeiros gameta, porque a
sua capacidade de fecundação é baixa.
- Galos: 18 a 19 semanas

Regulação Endócrina- Macho


● GnRH I e GnRH II: está presente nos machos e nas fêmeas, onde o tipo I é
considerado o funcional e o tipo II não tem funcionalidade definida. Esses hormônios
são produzidos no hipotálamo estimulando a adenohipófise a secretar FSH e LH.
Os testículos dos machos assim como nos mamíferos também possuem como tipos
celulares as células de Sertoli e as células de Leydi.
● Células de Sertoli: têm receptores para FSH e testosterona. Também fazem
barreira hematotesticular e tem a função de suporte e nutrição dos espermatozóides
● Células de Leydig: secretam androgênios onde o principal é a testosterona e é
estimulada pelo LH.
● Androgênios: O principal é a testosterona que induz o crescimento da crista e da
barbela

Fêmeas
Sofrem modificações desde a fase embrionária e no caso das aves elas produzem
hormônio antimulleriano pelos dois ovários na fase embrionária. No ovário direito o
hormônio antimulleriano vai agir promovendo a apoptose das suas células e também do
oviduto direito; no ovário esquerdo também há a ação desse hormônio, mas como no lado
esquerdo há mais receptores de estrógeno garantindo um efeito protetor no ovário e no
oviduto, pois o estrógeno irá inibir a ação do hormônio antimulleriano. Com isso na maioria
das aves tem uma involução do oviduto e ovário direito tendo apenas o oviduto e ovário
esquerdo desenvolvido, com exceção das fêmeas do gavião e do falcão.

Ovários
● Tipos celulares: têm tipos celulares semelhantes aos mamíferos como oócitos
(células germinativas), células da granulosa e células da teca.
● Ovulação: Tem apenas um único folículo ovulado por vez e o oócito liberado
corresponde a gema e é liberado em um curto intervalo de tempo onde normalmente
as aves fazem uma ovulação diária. O óvulo quando liberado é um óvulo maduro
com uma quantidade suficiente de nutrientes para o embrião, porque como não há
gestação a gema precisa ter todos os nutrientes para o desenvolvimento do embrião
● Hierarquia folicular: Existe uma hierarquia de folículos onde o que irá ovular é
sempre o maior deles e esse folículo então é chamado de F1 e depois é liberado o
segundo maior deles (F2) e assim sucessivamente. Resumidamente a escolha do
folículo a ser ovulado é sempre do maior para o menor.

Oviduto
Localiza-se próximo ao ovário e faz conexão com a cloaca. Ele é dividido em 5 partes:
● Infundíbulo: tem a função de captar o óvulo e se tiver a presença de
espermatozóide esse óvulo já pode ser fertilizado nesta região (tempo de passagem
pelo infundíbulo= 15-30min).
● Magno: responsável pela secreção do albúmen e corresponde a parte mais longa
do oviduto (tempo de passagem pelo magno= 2h-3h).
● Istmo: responsável pela formação das membranas da casca e é uma região mais
curta que o magno (tempo de passagem pelo istmo= 1h-1,5h).
● Útero ou glândula da casca: O útero é um órgão muscular responsável pela
formação da casca, deposição da cutícula, adição de água, sais minerais e
pigmentação (tempo de passagem pelo útero= 20h)
● Vagina: local de passagem do ovo do útero para a cloaca
Regulação Endócrina- Fêmea
● GnRH I e GnRH II: age da mesma maneira como nos machos tendo o GnRH I como
funcional.
● FSH e LH: produzidos na adeno hipófise. Os dois hormônios têm receptores tanto
nas células da granulosa quanto nas células da teca, mas o FSH será mais presente
nas células da teca e terá mais receptores nas células da granulosa (menores
folículos).O LH terá mais receptores nas células da granulosa no desenvolvimento
de folículos maiores, esse hormônio também ´importante para o amadurecimento do
folículo (rompimento).
● Progesterona: células da granulosa produzem principalmente progesterona e
também pequenas quantidades de androgênios. Estimula o pico pré-ovulatório de
LH
● Estrogênios: as células da teca produzem androgênios e estradiol
● Peptídeo Intestinal Vasoativo (VIP): atua na liberação de prolactina pela
adenohipófise. Essa prolactina é importante na fase de choco porque estimula as
aves a incubar seus ovos.
● Arginina Vasotocina: produzido pela neurohipófise e atua na contração uterina
ajudando assim na oviposição (similar a ocitocina).

Oviposição/postura
Podem realizar a postura de 24h-26h após cada ovulação. A PGF2a é um hormônio
importante nesse processo porque atua na contração do útero, e a PGE2 atua na abertura
da passagem do útero para a vagina. Ambos os hormônios são secretados pelo folículo pré
e pós-ovulatório (secreção mais importante).

Alterações no Desempenho Reprodutivo


● Idade (aves mais velhas)
- Declínio na produção de ovos
- Baixa qualidade dos ovos (ex: casca mais fina, qualidade comprometida
internamente, maior incidência de ovos sem casca)
- Redução no recrutamento dos folículos para entrar em hierarquia (maior intervalo
entre as ovulações) e na atresia de folículos menores (não desenvolvimento de
folículos menores diminuindo a produção de ovos).
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO
A lactação é uma característica da classe Mammalia onde os filhotes vão depender da mãe
no início de suas vidas para se alimentar até que estejam prontos para se alimentarem
sozinhos. O colostro é muito importante nos primeiros dias de vida do animal porque é um
leite mais concentrado e rico em imunoglobulinas, sendo importante no processo
imunológico do filhote, tendo uma menor predisposição a doenças futuras. Quanto mais
rápido o filhote mama melhor porque a quantidade de imunoglobulinas será maior.

Mamogênese
Corresponde ao desenvolvimento mamário para capacidade de produção leiteira. A medida
que a fêmea entra na puberdade ela passa a ter influência de alguns hormônios (estrógeno,
GH, esteróides da adrenal) para o desenvolvimento inicial do tecido mamário
(desenvolvimento dos ductos).
No período da gestação a mama passa por uma fase de desenvolvimento que envolve o
crescimento lóbulo alveolar, para isso temos a ação de alguns hormônios estrógeno,
progesterona (corpo lúteo). prolactina, GH e esteróides da adrenal.
No período de lactação o tecido mamário está ainda mais desenvolvido (tecido alveolar
extremamente desenvolvido) tendo maior predominância do hormônio prolactina.

Glândula Mamária
O tecido mamário é formado por alvéolos que são estruturas circulares ocas para
armazenamento do leite. O limite dos alvéolos é formado por células alveolares (células
epiteliais) que irão produzir o leite pela ação da prolactina.
Os alvéolos se comunicam com a região de ducto do leite que mandam leite para as
cisternas que atuam no armazenamento do leite para que esse seja encaminhado para o
canal da teta e venha para o meio externo.
Para a ejeção do leite tem-se a ação de células mioepiteliais (células musculares) as quais
se localizam em volta de todo o alvéolo fazendo quando necessário a sua contração
liberando o conteúdo dos alvéolos para o ducto e daí seguir o seu caminho para o canal da
teta, para então ser liberado. Essa ejeção só acontece porque as células mioepiteliais
sofrem a ação do hormônio ocitocina estimulando a contração dessas células.
Anatomia- Localização
Há variações tanto na quantidade quanto na localização das mamas, e também na
quantidade de ductos onde a porca por exemplo terá dois em uma única teta (2 a 3 ductos
em cada teta), mas já nas cadelas haverá de cinco a seis ductos por teta. As vacas cabras
e ovelhas têm uma disposição mais inguinal das mamas e um único ducto para cada mama.
As éguas assim como as cabras também tem uma disposição inguinal com dois a três
ductos por teta.
As vacas que possuem aptidão leiteira tem um úbere bem desenvolvido e precisa ter um
ligamento suspensório resistente para ajudar na sustentação das mamas. Sua ordenha
precisa ser diária para que não ocorra inflamação ou que o leite empedre. Quanto maior o
estímulo com a ordenha mais leite será produzido (precisa ter um manejo nutricional e um
tratamento adequado para garantir o bem-estar do animal e também uma maior qualidade
do leite).

Colostro
É um leite produzido dias antes do parto que é rico em nutrientes, com alta quantidade de
gordura e também é rico em imunoglobulinas. Fêmeas de aptidão leiteira precisam ser
afastadas da área de ordenha para que o leite fique retido formando o colostro.
Tem uma função nutritiva, mas também de defesa imunológica porque são passados
anticorpos da mãe para os filhotes, e quanto mais rápido ele for fornecido melhor porque se
acontecer essa primeira mamada muito tardia menos nutrientes e imunoglobulinas o
colostro terá com o passar do tempo.
Esse leite é composto por carboidratos, lipídios e proteínas.

Lactogênese
A produção do leite envolve os hormônios:
● Prolactina- produção do leite e principal hormônio
● Ocitocina- ejeção do leite, trabalha em conjunto com a prolactina
● Hormônios das adrenais: auxilia no desenvolvimento mamário
● GH: auxilia no desenvolvimento mamário
● Adrenalina- vasoconstritora e por essa função diminui a quantidade de ocitocina nas
células mioepiteliais o que consequentemente interfere na quantidade do leite que
será ejetada.

Retirada
A presença do filhote é um estímulo para liberação do leite.
Às vezes não há a presença do bezerro para realizar o estímulo da sucção, mas o estímulo
visual e sonoro mesmo que em menor quantidade consegue estimular a ocitocina a ser
liberada.
Diferente da ocitocina, a prolactina necessita do estímulo tátil, ou seja, quanto mais ordenha
e quanto mais sucção do bezerro maior será o estímulo para produção de leite.
Lactação Induzida
Essa lactação induzida é feita com o intuito de aumentar os ganhos produtivos fazendo se
uso de hormônios sintéticos como por exemplo estrógeno, progesterona e GH que são
hormônios que atuam no desenvolvimento da glândula mamária (mamogênese), esse
estímulo junto ao manejo de ordenha estimulam a lactação. É necessário um aporte
nutricional adequado para que não venha a ter problemas na produção, pois um dos
elementos importantes para o leite é o Ca e quando este não é reposto pode ocasionar
problemas nos animais leiteiros
Fêmeas que adotam filhotes podem produzir leite por causa do estímulo tátil dos filhotes ao
mamarem podendo ser uma ama de leite (lactação induzida natural).

Patologias
● Mastite: Corresponde uma inflamação da glândula mamária que tem como agentes
causadores bactérias ou até mesmo pela não ordenha, porque o leite retido se torna
uma fonte de infecção para a teta gerando a mastite. Essa doença pelo seu carácter
infeccioso pode gerar nas fêmeas febre e aumento na taxa de leucócitos por
exemplo. O leite de uma fêmea com mastite é descartado porque está contaminado.
● Tumores: Podem ser malignos ou benignos e quando são retirados retira-se a
mama afetada ou também em alguns casos pode-se remover toda a cadeia
mamária. Uma de suas causas é o uso de anticoncepcionais nos animais, por isso é
indicado a castração.

Manejo x Ambiente
Um ambiente junto com um manejo adequado também é imprescindível para o sucesso na
produção de leite, pois um ambiente estressante não é favorável e proporciona uma
diminuição na produção do leite e também pode gerar problemas de sanidade dos animais
porque um ambiente estressante e com um manejo inadequado refletirá nos animais de
forma negativa pois estes terão menor produção de leite, menor ganho de peso e maior
susceptibilidade a doenças.

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