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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

DOENÇAS QUE ACOMETEM AS ABELHAS AFRICANIZADAS

RECIFE-2021
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

DAVI TAVARES DA SILVA

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO-UFRPE

DOENÇAS QUE ACOMETEM AS ABELHAS AFRICANIZADAS

RECIFE-2021

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SUMÁRIO

Lista de figuras ………………………………………………………………......…. 4


Cria pútrida ..…………………………...…………………………………...……….. 5
Cria giz ...………………………………………………………………………...…... 7
Cria ensacada ...…………………………………………………………………….. 8
Nosemose …………..……………………………………………………………….. 9
Varroatose ………….……………………………………………………………….. 11
Referência ………………………………………...…………………………………. 12

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Lista de figuras
figura 1 ……………………………………………………………… 5
figura 2……………………………………………………………… 6
figura 3……………………………………………………………… 7
figura 4……………………………………………………………… 7
figura 5……………………………………………………………… 8
figura 6……………………………………………………………… 8
figura 7……………………………………………………………… 10
figura 8……………………………………………………………… 11
figura 9……………………………………………………………… 11

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Cria pútrida

CRIA PÚTRIDA EUROPÉIA - (EFB)


A cria pútrida européia é uma enfermidade que assola as produções apícolas em todas as
regiões do Brasil. Sua ocorrência é devido a bactéria denominada de Melissococcus
plutonios, a qual não possui fase de esporos o que vem a ser uma vantagem frente às formas
de controle dessa doença. As larvas são infectadas quando comem alimento contaminado.
Dentre os sintomas ocasionados por esta bactéria, cita-se a morte da cria na fase inicial
(larval) em forma de U no fundo da célula, no estágio avançado da putrefação exala-se um
odor característico, podemos encontrar também cadáveres putrefeitos em forma viscosa na
tábua de pouso do alvado, devido ao comportamento higiênico da espécie apis mellifera.
Além disso há ainda a mudança de coloração das larvas, variando de um amarelo claro até
um marrom bem escuro e há a presença de quadros falhos caracterizando a higiene da
espécie.
Para o tratamento apesar de alguns antibióticos apresentarem bons resultados, não é
recomendado o uso, uma vez que a maioria apresenta variáveis residuais afetando a
produção, sendo assim a adoção de um bom manejo, retirando os quadros mais
contaminados, substituindo a rainha velha, é a melhor solução pois sendo assim há o
fortalecendo do enxame, colocando quadros de alimento (pólen e mel) e de crias operculadas
de outros enxames e oferecendo alimentação artificial de manutenção.

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Figura 1: Cria pútrida européia (Embrapa).

CRIA PÚTRIDA AMERICANA - AFB

Sua ocorrência ocorre principalmente em países de clima temperado e subtropical, podendo


se dar em qualquer época do ano. O primeiro caso no Brasil se deu por volta do ano de 2002,
através de identificação de esporos em amostras e de mel e pólen de um entreposto, no estado
do Rio Grande do Sul, na divisa com a Argentina. Posteriormente, no ano de 2006 foi
identificada, com sintomatologia na cidade de Quatro Barras no estado do Paraná.
O agente etiológico é uma bactéria chamada de Paenibacillus larvae, essa espécie possui dois
estágio, um vegetativo, durante o qual ela se reproduz; e o outro na forma esporulada,
altamente resistente às condições adversas do meio e sendo essa a responsável pela
dificuldade de se combater essa doença.
Essa enfermidade possui sintomas adversos os quais são, a morte das crias preferencialmente
nas fases de pré-pupa ou pupa, quando a célula já possui operculação, ocasionando um cheiro
pútrido forte semelhante ao cheiro de peixe podre, além disso os favos contaminados
apresentam-se falhados, os opérculos muita das vezes são perfurados, assim como a mudança
de cor das larvas (pré-pupa), variando de um amarelo claro até o marrom escuro. É

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importante saber ainda que após a desidratação, a cria se transforma em uma crosta aderida às
paredes da célula, o que resulta em dificuldades para a sua remoção dos quadros.
No tratamento dessa doença já foi usado diversas drogas, que não obtiveram sucesso na
erradicação da bactéria, sendo assim o método mais eficaz de combatê-la é através da
utilização de altas temperaturas, portanto, deve-se queimar todo o material contaminado.

Figura 2: Cria pútrida Americana (Embrapa).

Cria giz

O agente causador dessa doença é o fungo Ascosphaera apis, possui uma baixa incidência,
no Brasil, a “cria giz” foi relatada em três casos isolados: em Minas Gerais (CASTAGNINO
et al., 2004), em São Paulo (ROCHA et al., 1998) e no Rio Grande do Sul (SATTLER et
al.,1998). Neste último, a doença foi diagnosticada em apiários localizados no município de
São Gabriel, cujos apicultores faziam migração para regiões perto da fronteira com o Uruguai
e a Argentina. Entre as teorias tens que seu surgimento se deu devido a importação de pólen
contaminado, o que na alimentação dos indivíduos promove a infecção da colmeia.
Os sintomas estão desde as falhas presentes nos favos, com perfurações nos opérculos. A
morte da cria normalmente ocorre na fase de pupa e pré-pupa, se ausentando do cheiro
pútrido, sua coloração é apresentada na cor branca ou cinza escuro com característica de
mumificação.
Dentres as estratégias de controle a medida preventiva é a não utilização do pólen importado
de regiões onde já houve a registro de casos entre as colmeias, indica-se ainda que os
apicultores façam revisões periódicas nas áreas de cria, aprendam a reconhecer os sintomas
dessa doença, fiquem atentos ao fazer apicultura migratória para as regiões onde a praga já
foi constatada e busquem fazer seleção genética de colméias mais resistentes.

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Figura 3: Cria giz (Embrapa). Figura 4: Cria giz (Embrapa).

Cria ensacada

Essa doença é causada pelo Sac Brood Virus (SBV). No entanto, no Brasil, a ocorrência da
doença se dá através do pólen da planta conhecida como barbatimão (Stryphnodendron sp) e
não do vírus. A doença tem ocasionado prejuízos em várias regiões, exceto no Sul do Brasil.
Em alguns casos, pode provocar 100% de mortalidade de crias, chegando a destruir uma
colônia forte em menos de dois meses.
Os sintomas decorrem de falhas dos favos e perfurações nos opérculos, a morte das crias
ocorre no estágio de pré- pupa, e elas não apresentam mal cheiro. Ocorre a formação de
líquido entre a epiderme da larva e da pupa em formação. A cria doente quando retirada do
alvéolo apresenta formato de saco, ficando o líquido acumulado na parte inferior.
Para o controle dessa doença deve-se evitar a instalação de apiários em locais com registros
da planta que produz o pólen infectante, sendo assim é importante que seja feito a
alimentação artificial das colmeias nas épocas de floração do Stryphnodendron sp.

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Figura 5: Cria ensacada (Embrapa). Figura 6: Cria ensacada (Embrapa).

Nosemose

Essa doença causada pelo protozoário Nosema apis Zander está presente em muitos apiários
brasileiros durante todo o ano. Quando as condições ambientais são favoráveis, o parasito
pode multiplicar-se rapidamente, sem dúvida é uma doença amplamente difundida no Brasil e
sua ocorrência se dá entre o final do inverno e o início da primavera, os sintomas diminuem
ou desaparecem nos períodos mais quentes.
Os esporos desse protozoário são os agentes infectantes e, quando ingeridos, germinam e
penetram nas células do epitélio intestinal, onde se multiplicam, formando novos esporos,
que caem provavelmente no lúmen intestinal, sendo eliminados pelas fezes, quando a
infestação é muito alta estudos já encontraram o parasita habitando outros tecidos como as
glândulas faringianas, acarretando um decréscimo na produção da geleia real e nos ovários da
rainha, diminuindo, consequentemente, a sua postura.
Essa doença provoca a mortalidade das abelhas adultas indistintamente, das abelhas
operárias, das rainhas e dos zangões, com uma porcentagem que pode variar de 5% a 35%,
dependendo do grau de infecção, das condições da colônia e do clima. Como ocorre a morte

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de abelhas adultas que estão no estágio final de vida,há a renovação da colmeia,
principalmente se a rainha for de boa postura, sendo assim não haveria destruição da colmeia.
No entanto destaca-se o enorme prejuízo para os apicultores produtores de mel, pois a
manifestação na primavera, mata a maioria das abelhas campeiras, que estão em alta
atividade devido ao período de melhor florada.
Dentre os sintomas da doença está a exibição de movimentos como tremores, com
dificuldade para voar e andar pelo chão. O abdome fica geralmente inchado e brilhante, o
intestino delgado apresenta estrutura frágil e de cor branca leitosa, quando na abelha sadia, o
intestino tem a cor mais amarelada, provocando ainda graves distúrbios digestivos, como
exemplo a diarréia, donde quase sempre o fundo da colmeia se apresenta bem sujo de fezes;
as rainhas suspendem às vezes a postura e são substituídas pelas operárias (isto explica certas
substituições inesperadas de algumas rainhas). Vale destacar que isso leva a diminuição do
ciclo de vida das abelhas, fazendo com que a prole não se desenvolva pois as abelhas doentes
não podem cuidar das larvas, é importante ressaltar ainda que exames laboratoriais são
imprescindíveis para determinação da doença e tratamento
O tratamento mais eficiente é com antibiótico específico, com composto de
Bicychohexilaumonio de Fumagilina. No entanto, essa droga mata somente a forma
vegetativa. E deve ainda ser feita uma diluição pré determinada pelo fabricante, só após a
diluição deve ser administrada as colônias, em alimentadores, ou borrifados sobre os quadros.
Devem ser retirados os quadros com mel para forçar as abelhas a se alimentarem com xarope
medicamentado.

Figura 7: Nosemose (abelhas à beira)

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Varrositose

A Varroatose é hoje em dia o principal problema da atividade apícola na Europa e USA e nos
principais países apícolas de clima temperado. Esta parasitose é causada pelo ácaro Varroa
destructor, atualmente existente em todo o mundo, é uma doença que se considera como
impossível de erradicar, e a que maiores e mais graves prejuízos causa aos apicultores. No
Brasil, essa praga foi introduzida em 1972, dispersou-se rapidamente e, hoje, é encontrada em
todo o país. Há alguns anos, as taxas de infestação aumentaram e, em algumas regiões
brasileiras, já se assemelham às observadas na Europa (CARNEIRO et al., 2007
A varroatose é uma das doenças mais graves acometidas em abelhas, onde os ácaros usam
suas peças bucais para sugar a hemolinfa das abelhas. A alimentação repetida resulta em um
declínio do vigor das colônias, encurta o tempo de vida das abelhas e consequentemente
ocorre o perecimento das colônias (ROSENKRANZ et al., 2010). As varroas adultas vivem
sobre as abelhas, alimentando-se da hemolinfa, mas introduzem-se nas células de criação,
para completar o seu ciclo de vida. Preferem a criação de zangão, pois as larvas são maiores,
o que lhes assegura uma maior disponibilidade de alimentos. O seu ciclo prolonga-se por
todo o ano, desde que haja criação. na maioria das vezes as asas das abelhas se encontram
deformadas, além disso há um grande índice de mortalidade e os quadros de criação
apresentam-se com o tradicional aspecto em mosaico, ou com a criação salpicada
No diagnóstico da doença, pode-se igualmente recorrer a exames anátomo-patológicos, um
modo simples de diagnóstico consiste em retirar as larvas de zangão de dentro das células
onde se encontram, e nelas proceder à contagem das varroas.. A contagem de varroas, que
morrem e se acumulam no fundo da colméia, é também uma forma eficaz de diagnosticar a
doença. A forma de controle da varroatose devem seguir a utilização de produtos de uso
veterinário, atualmente são 4 esses produtos: o Apistan®, o Apivar®, o Bayvarol® e o
Apiguard®, de todos apenas este último pode ser utilizado em Agricultura Biológica. Sempre
que tiver que utilizar estes produtos, deve seguir atentamente as indicações constantes na
embalagem, bem como cumprir todos os prazos aí indicados, em especial os relativos a
intervalos de segurança. Hodiernamente há a utilização também de tratamentos alternativos,
utilizando o princípio ativo de timol, óleos essenciais e ácidos orgânicos.

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Figura 8: Varroatose (Embrapa) Figura 9: Varroatose (Embrapa)

REFERÊNCIAS

Apacame, 2014. Sanidade apícola: a chave para altas produções. Disponível em:
<https://www.apacame.org.br/mensagemdoce/128/artigo2.htm>. Acesso em: 03/06/2021.
Agricultura, 2020. Coordenação de sanidade apícola. Disponível em:
<http://www.agricultura.df.gov.br/coordenacao-de-sanidade-apicola/>. Acesso em:
02/06/2021
Agricultura, 2018. Programa sanitário s/doenças das abelhas. Disponível em:
<https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-
animal/programas-de-saude-animal/arquivos-programas-sanitarios/doenca-das-
abelhas-1.pdf> Acesso em: 01/06/2021
Agricultura, 2018. Programa sanitário s/doenças das abelhas. Disponível em:
<https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-
animal/programas-de-saude-animal/arquivos-programas-sanitarios/doenca-das-
abelhas-1.pdf> Acesso em: 01/06/2021
ROSENKRANZ, P.; AUMEIER, P.; ZIEGELMANN, B. Biology and control of Varroa
destructor. Journal of Invertebrate Pathology
2010.<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19909970/> Acesso em: 02/06/2021
CARNEIRO, F. E. et. al. Changes in the reproductive ability of the mite Varroa
destructor (Anderson e Trueman) in Africanized honey bees (Apis mellifera L.)
(Hymenoptera: Apidae) colonies in Southern Brazil. Neotropical Entomology, 2007.
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<https://www.scielo.br/j/ne/a/hZQsr7tqBsCs75DV4sWKzFQ/?lang=en>. Acesso em:
01/06/2021
CASTAGNINO, G.L.B et al. Doença Cria Giz Ascosphaera apis (Maassen ex Claussen)
Olive & Spiltoir em abelhas Apis mellifera L. na Depressão Central do Rio Grande do
Sul. Ciência Rural, 2006 <https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/29356/S0103-
84782006000600038.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 01/06/2021

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