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Raciocínio clínico
Tripé do diagnóstico: conhecimento médico; coleta de dados e processo de raciocínio.
Relação médico/1000 habitantes: 2,4; Recomendada: 3,5/1000.
Passo a passo do raciocínio clinico:
1. Adquirir bons dados:
Dados podem vir de informações de anamnese (entrevista), sinais e achados no
exame físico ou dados de exames complementares que o paciente traga
consigo.
2. Determinar qual o problema clínico em questão:
3. Desenvolver um quadro de diagnósticos diferenciais;
4. Ordenar minhas hipóteses;
5. Dirigir meus “testes” de acordo com essa lista de hipótese que formulei;
6. Revisar minha lista de acordo com os resultados dos testes que realizei;
7. “Testar” novamente.
Há 2 tipos de raciocínio clínico:
Sistema 1 (coelho): rápido, inconsciente, não intencional, sem esforço, associativo,
afetivo, rígido, intuitivo e categórico.
Sistema 2 (tartaruga): lento, consciente, intencional, com esforço, lógico, neutro,
flexível, racional e individualizado.
Heurísticas: são atalhos de pensamento no diagnóstico. É importante tomar cuidado com os
vieses cognitivos.
Vieses cognitivos mais comuns:
Viés é um erro sistemático.
Fechamento prematuro: uma hipótese de pensamento clínico é gerada muito cedo e
tudo o que paciente conta após isso é desprezado, mesmo sendo importante.
Viés de confirmação: tendência a valorizar muito mais os dados que confirmam a
nossa hipótese inicial do que os dados que refutam essa hipótese.
Reflexão deliberada
Leia o caso e faca uma hipótese diagnostica;
Liste achados do caso que falam a favor de sua hipótese;
Liste achados que falam contra sua hipótese;
Liste achados que deveriam estar presentes se sua hipótese fosse correta mas não estão;
Liste então hipóteses alternativas;
Siga os mesmos passos para cada hipótese;
Numere as hipóteses por ordem de probabilidade: qual é o diagnostico mais provável?
Débora Rodrigues 20.2
Aula 2 – Anemia
Anemia: é a redução da capacidade do sangue em transportar oxigênio. Ocorre devido a:
1. Redução da massa das hemácias, o que faz com que não seja possível satisfazer a
demanda de transporte de oxigênio;
2. Diminuição no número de hemácias;
3. Diminuição da concentração de hemoglobina (Hb) nas hemácias.
Mede-se o número de hemácias e hemoglobina e quando esses parâmetros estão reduzidos é
considerado anemia.
A anemia é o problema de saúde mais prevalente no mundo, acometendo aproximadamente
¼ da população mundial.
Anemia não é diagnóstico final! É o começo do raciocínio clínico.
Red Flags
Padrão de instalação da dor de cabeça Quanto mais rápida a instalação de uma cefaleia,
maior o risco de ser um red flag – atinge o pico em menos de 60 segundos.
Mudança no padrão de uma cefaleia estável periodicidade;
Cefaleia que muda com a postura;
Cefaleia que acorda o paciente durante a madrugada;
Cefaleia precipitada por atividade física ou manobra de Valsava tosse, esforço, gargalhada,
espirro;
Primeira cefaleia após os 50 anos tumor, artrite temporal e cefaleia hipnica;
Presença de sinais e sintomas:
Perda de peso;
Déficit cognitivo;
Débora Rodrigues 20.2
Cefaleia em imunodeprimidos;
Cefaleia pós-trauma.
Migrânea
Pontos chaves para o diagnóstico:
o Paciente apresenta mais de 5 crises;
o Duração das crises de 4-72 horas;
o Paciente apresentar no mínimo 2 sintomas:
Cefaleia unilateral;
Cefaleia pulsátil;
Moderada a severa intensidade;
Piora aos pequenos esforços.
o Paciente apresentar no mínimo 1 dos sintomas:
Náuseas e vômitos;
Fotofobia e fonofobia.
o Apresenta normalidade no exame neurológico.
o Curva em J (C): é a mais utilizada atualmente. Nota-se que pressão muito baixa
também é risco de doença cardiovascular, pois a perfusão de sangue pode estar
prejudicada, provocando, por exemplo, síncope.
Técnica de aferição:
1. Paciente sentado em repouso por 5 minutos em um ambiente calmo e sentindo-se
tranquilo Ex.: medir no meio do exame físico – para o paciente já estar mais relaxado;
2. Não pode estar com a bexiga cheia – o estimulo simpático da bexiga cheia leva a um
aumento da pressão arterial;
3. Não pode ter praticado atividade física nos últimos 60 minutos – o exercício físico
aumenta a pressão sistólica do paciente;
4. Não fumar, ingerir bebida alcoólica ou café nos 30 minutos antes da aferição;
5. Paciente com pernas descruzada e pés apoiados ao solo;
o Baixo risco – é quando o paciente não apresenta fatores de risco graves ou não
apresenta DCV grave;
Médio risco – no mínimo 2 fatores de risco;
Alto risco – já apresenta lesões de órgão-alvo.
Débora Rodrigues 20.2
o Sempre deve se iniciar os anti-hipertensivos com doses baixas, para reduzir os efeitos
colaterais. O uso de duas classes permite sinergismo e aumento de efeitos
terapêuticos.
Fundo de olho
Pode-se observar: retinopatia aterosclerótica; retinopatia hipertensiva e retinopatia diabética,
que são micro lesões de órgãos-alvo.
Outras recomendações:
o Sempre antecipar efeitos colaterais – falar com o paciente;
o Otimizar custos – drogas que englobam várias classes são muito caras;
o Facilitar doses;
o Estimular aferições domiciliares da PA – explicando que a PA pode variar durante o dia.
Sintomas:
o Contratura e dor na região do processo espinhal da coluna lombar;
o A dor pode irradiar-se para a região abdominal;
o Fatores que ativam ou perpetuam esses pontos: acidentes de carro e exercícios que
movimentam a coluna lombar.
o Lordose ou escoliose.
Tratamento
Depende da etiologia – axial, neuronal ou muscular.
Anti-inflamatórios não hormonais;
Relaxantes musculares;
Antidepressivos tricíclicos;
Duloxetina – venlafaxina;
Fisioterapia;
Injeções epidurais de corticoide.
Colestase:
o É a diminuição da secreção biliar.
o Leva ao aumento da enzima Y-GT e fosfatase alcalina.
o Icterícia colestática ocorre em qualquer lugar que atrapalhe a secreção da bile.
o Exame: ecografia.
Nível de consciência
Há dois extremos: paciente totalmente acordado ou paciente em coma.
O que diferencia o sono profundo do coma é a capacidade de reação.
A capacidade de despertar normal utiliza o sistema reticular ascendente, os hemisférios
cerebrais e o sistema límbico. Indivíduos em coma possuem lesão em um desses sistemas.
Causas que levam ao estado de coma:
o Estrutural lesões definidas a partir do tentório:
Hematomas;
Infartos extensos;
Tumores;
Abcessos;
Traumas: pode ser direto (lesão ocorre no mesmo local que a batida) ou por
concussão (batida de um lado e lesão do lado contrario);
Hidrocefalias;
Encefalomielites difusas agudas;
Encefalite viral (herpes).
o Orgânica:
Uremia;
Encefalopatia hepática: deterioração da função cerebral que ocorre em pessoas
com doença hepática grave, porque substâncias tóxicas normalmente eliminadas
pelo fígado se acumulam no sangue e chegam ao cérebro.
Sinal de Flapping, Asterix ou tremor adejante;
Eritema palpar;
Aranha vascular;
Ginecomastia e perda da pelificação;
Atrofia testicular;
Circulação em cabeça de medusa;
Hipocratismo digital ou baqueteamento de tambor.
Hiperacapnia: aumento de CO2;
Hipotireoidismo: coma mixematoso. Pele em casca de laranja;
o Severo: 3-8.
o Moderado: 9-12.
o Sem alteração no nível de consciência: 13-15.