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Avaliação

Otoneurológica
PROF. NELSON ABRAHÃO
Indicações da Avaliação Otoneurológica

 Alterações do equilíbrio: Relatos: instabilidade corporal, tontura,


pisar em algodão, pés deslizando no chão, zonzeira, os quais podem
aparecer com mudança de posição, ou não.
 Alterações Auditivas: PASN unilateral, plenitude auricular e
zumbido.
 Síndromes neurológicas de fossa posterior: topografia da lesão
(mesencéfalo, ponte, bulbo ou cerebelo) e formação reticular.
 Distúrbios de aprendizado: baixo rendimento escolar associado com
desequilíbrio corporal e alterações do esquema corporal.
Objetivos da Avaliação Otoneurológica

 Investigar se há alteração vestibular;


 Investigar o nível da lesão;
 Descobrir a etiologia da lesão;
 Acompanhar o curso do tratamento.
Avaliação do Equilíbrio e da Função
Cerebelar
 Prova de Romberg e
Romberg-Barre
Avaliação do Equilíbrio e da Função
Cerebelar
 Prova de Unterberger
Avaliação do Equilíbrio e da Função
Cerebelar
 Prova Index-Index
Avaliação do Equilíbrio e da Função
Cerebelar
 Avaliação diadococinesia: Função cerebelar
Avaliação do Equilíbrio e da Função
Cerebelar
 Index-nariz:
Avaliação do Equilíbrio e da Função
Cerebelar
 Resultados sugestivos das provas vestibulares:
Prova de Romberg Anteropulsão ou retropulsão –
lesão central
Prova de Romberg-Barre Lateropulsão – lesão periférica
Prova de Unteberger Girar em torno do eixo – lesão
periférica
Index-Index Desvio harmônicos – quadro
periférico (lado lesado). Desvio
desarmônico – lesão central.
Diadococinesia Descoordenação – afecção
cerebelar
Index-nariz Desordem nos movimentos –
alteração cerebelar
Patologias Vestibulares Associadas:
 Alterações metabólicas: antecedentes de diabetes ou obesidade (glicemia, colesterol,
troglicerídeos,...);
 Hipertensão arterial ou cardiomiopatias: síndrome vertiginosa;
 Disfunções hormonais: maior incidência em mulheres, distúrbios labirínticos;
 Coluna cervical: compressão vascular, compressão muscular e irritação simpática
posterior. Costureiras.
 Ototoxicidade: gentamicina, anovulatórios (anticoncepcionais) e antinflamatórios;
 Infecções virais ou bacterianas: otites, Herpes Zoster Oticus (Ramsay Hunt), Sífilis,
neuronite vestibular (IVAS);
 Doença de Ménière: Síndrone vertiginosa;
 Tumores: Schwanoma vestibular;
 Trauma: fístulas e colesteatomas;
 Cupulolitíase: otocônia cristalizada nas cúpulas dos canais semicirculares;
 HIV: Pacientes com problemas de retificação neural por diminuição da plasticidade.
AVALIAÇÃO VESTIBULAR

 Nistagmo (grego nystagmós “me inclino”) retificação da cabeça em movimento.


 Nistagmo vestibular: movimentos oculares (CL e CR) oscilatórios de forma
alternada (horizontais, verticais ou oblíquos).
AVALIAÇÃO VESTIBULAR

 Componente Lenta (CL): origem no labirinto, acompanha o deslocamento da


endolinfa, importante para a unidade de medida do nistagmo e velocidade angular.
 Componente Rápida (CR): origem central (formação reticular), informa a direção
do nistagmo (direita, esquerda, cima ou baixo).
PESQUISA DE NISTAGMO

 A avaliação vestibular deverá sempre ser iniciada pela pesquisa do nistagmo ou da


vertigem postural.
Pesquisa:
 Decúbito dorsal;
 Decúbitos laterais (direito e esquerdo);
 Posição de Rose;
 Posição de Rose com torção para a direita e para a esquerda;
Deve-se solicitar ao paciente que mantenha os olhos fixados nos dedos a
distancia do examinador.
PESQUISA DE NISTAGMO

 A presença de nistagmo postural geralmente indica comprometimento vestibular


(periférico);
 Síndromes periféricas: aparece com latência;
 Paroxística: exacerbação súbita;

Quando é central é constante, não acompanhada de latência e nem de vertigem.


VETOELETRONISTAGMOGRAFIA
(VENG)

 Equipamento em 3 canais, capaz de detectar movimentos oculares horizontais,


verticais e oblíquos.
 Proporciona analise dos CSC verticais (nervo vestibular inferior).
 Possibilita a captação dos sinais por triangulação de sinal entre olhos e fronte.
VETOELETRONISTAGMOGRAFIA
(VENG)

 1 eletrodo terra + 3 eletrodos ativos.


 Eletrodo 1: ângulo lateral do OD.
 Eletrodo 2: ângulo lateral do OE.
 Eletrodo 3: linha média da fronte.
VETOELETRONISTAGMOGRAFIA
(VENG)

 Canal I: relação dos eletrodos


1 e 2.
 Canal II: relação dos eletrodos
2 e 6.
 Canal III: relação dos eletrodos
1 e 6.
Registros:

 Registro do nistagmo horizontal (direita e esquerda):


Observa-se registro nos 3 canais, sendo os canais I e II com a mesma direção e o
III com direção oposta.
Registros:

 Registro do Nistagmo Vertical:


Observa-se registros apenas nos canais II e III (com a mesma direção) e canal I
ausente. Neste tipo de análise, o que estaria a direita é chamado de superior e à
esquerda de inferior.
Registros:

 Registro do Nistagmo Oblíquo:


Pode ser observado nos canais I e II (com a mesma direção) ou nos canais I e III
(com direções opostas) sendo a direção do nistagmo indicada pelo canal I e o sentido
pelos canais II ou III.

 Canais I e II presentes e III ausente: direita e para cima


 Canais I e II presentes e III ausente: esquerda e para baixo
 Canais I e III presentes e II ausente: direita e para baixo
 Canais I e III presentes e II ausente: esquerda e para cima
Registros:
VESTIBULOMETRIA

Equilibriometria estuda as funções cerebelares e suas relações com sistema


ocular, proprioceptivo, cerebelo, medula espinhal e a formação reticular.
É um conjunto de provas que serão analisadas em conjunto com as demais já
realizadas.
Calibração dos Movimentos Oculares
(Movimentos Sacádicos)
Estabelecimento dos movimentos oculares padronizados do paciente.
 Paciente há uma distância de ~ 1 a 4 m;
 Paciente com a cabeça imóvel olhando para 2 pontos alternados;
 10 ° de distância entre os olhos ao longo do teste;
A relação da calibração dos movimentos oculares servirá como padrão para todas
as provas do exame vestibular.
o traçado resultante é classificado como regular (indivíduos normais) ou
irregular (lesão central).
Pesquisa do Nistagmo Espontâneo (NE)

Objetiva investigar a presença ou ausência de nistagmo espontâneo, tanto com


olhos abertos (AO) quanto com olhos fechados (OF).
 Solicita-se ao paciente que se mantenha olhando para um ponto fixo a sua frente.
 Pede-se ao paciente que feche seus olhos e imagine que o ponto continua no
mesmo lugar.
 Paciente deve ser mantido mentalmente ocupado para diminuir a participação do
córtex cerebral no controle ocular (cálculos mentais, datas importantes, nomes
completos de parentes,....).
Pesquisa do Nistagmo Espontâneo (NE)

 NE OA não é observado em pessoas normais (indica lesão central ou periférica)


 NE OF pode estar presente em indivíduos normais até 7°/s.
 Para se considerar que existe o NE é necessário que existam 3 registros para a
mesma direção.
 Efeito Inibidor de Fixação Ocular (EIFO) para pacientes que apresentam
nistagmos de AO e OF:
EIFO- indica lesão central
EIFO+ indica normalidade ou lesão periférica.
Pesquisa do Nistagmo Espontâneo (NE)

 CUIDADO:
1. Piscadas de olho ou tremores palpebrais podem mascarar a presença do NE;
2. Evitar medidas curtas;
3. Deve-se considerar NE a partir de 3 batimentos para obtenção da média.
Nistagmo Direcional ou Semi-espontâneo

 Verificar a presença de nistagmo em quatro direções do olhar ao olhar fixo para a


direita, esquerda, para cima e para baixo.
 Pesquisado com os olhos abertos; Desvio do olhar 30º; Evitar olhar extremo.
 Nistagmo direcional não está presente em pessoas normais. Quando está presente
em 1 direção é sugestivo de lesão periférica ou central, em várias direções é
patognomônico de lesão central.
Rastreio Pendular

 Perseguição ocular a um alvo que se movimenta horizontalmente (1 m a frente).


 Curvas do rastreio pendular:
• I – perfeitamente acoplada ao sinal;
• II – acoplada ao sinal com poucas irregularidades;
• III – curva serrilhada ou denteada para ambos os lados (periférico ou central);
• IV – total incompatibilidade do indivíduo para acompanhar o pêndulo (lesão
central – cerebelar).
Nistagmo Optocinético

 Nistagmo de origem visual mas de características semelhantes ao vestibular;


 Movimento ocular reflexo;
 Tambor optocinético (velocidade 60 a 90 rpm)
 Ocorre quando objetos se deslocam à frente dos olhos a uma velocidade maior
que 45°/seg.;
 Objetivo: manter a visão do objeto clara na retina.
 https://www.youtube.com/watch?v=CG5n516PCXM
 https://www.youtube.com/watch?v=r_CoT6ZZ69Q
Nistagmo Optocinético

 Análise dos resultados:

VACL maior – VACL menor x 100


VACL maior + VACL menor

• < 20% - Simétrico


• > 21% - Assimétrico (lesão central)

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