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Semiologia do sistema nervoso

DEFINIÇÕES Head turn (Rotação lateral da cabeça):


- Meningite: inflamação das meninges; Alteração postural caracterizada por
- Meningoencefalite: inflamação da rotação lateral da cabeça com manutenção
meninge e do cérebro; do plano mediano perpendicular ao chão.
- Meningoencefalite: inflamação do
cérebro, meninges e medula espinhal;
- Meningomielite: inflamação das meninges
e medula espinhal;
- Mielite: inflamação da medula espinhal.

1. ESTADO MENTAL E COMPORTAMENTO Curvaturas espinhais: Podem ocorrer em


O estado mental deve ser avaliado
alterações congênitas ou adquiridas,
inicialmente durante a anamnese,
permanentes ou intermitentes, e são
observando-se a interação do animal com o
classificadas em escoliose (desvio lateral
ambiente do consultório.
da coluna), lordose (desvio ventral da
Nível de consciência: alerta, deprimido,
coluna), cifose (desvio dorsal da coluna) e
obnubilado, estupor, comatoso.
torcicolo (desvio lateral do pescoço).

2. POSTURA E LOCOMOÇÃO/MARCHA
A postura deve ser avaliada de acordo com
o posicionamento da cabeça e do tronco
durante o repouso e deve ser classificada
em normal ou inadequada.
Head tilt (Inclinação de cabeça): Esta
Rigidez descerebrada: Postura
postura é caracterizada pela rotação do
caracterizada por rigidez e extensão dos
plano mediano da cabeça devido à
quatro membros com opistótono e estado
desordem vestibular central ou periférica,
mental estuporoso ou comatoso.
ipsilateral à lesão.
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Rigidez descerebelada: Postura - Tetraparesia/paralisia: alteração
caracterizada por extensão dos membros na função motora dos quatro membros.
torácicos, flexão dos membros pélvicos e - Movimentos involuntários
opistótono. (anormais): tremor, miotomia, mioclonia.

3. REAÇÕES POSTURAIS
- Procicepção.
- Reposicionamento do membro.

Propriocepção
Para avaliação da propriocepção, deve-se
Marcha: A avaliação da marcha é o posicionar o animal em postura
principal teste para pacientes com quadrupedal em superfície não deslizante e
alterações locomotoras e deve ser avaliada suportar, com uma das mãos, parte do seu
em uma área ampla e não escorregadia. peso pelo tórax (para avaliação dos
É necessário avaliar a marcha em membros torácicos) ou abdômen (para
diferentes pontos de vista: de frente, de avaliação dos membros pélvicos).
trás e lateralmente. O animal deve ser
guiado para caminhar em linha reta, em
círculos e realizar curvas para ambos os
lados.
Quando anormal, pode ser devido à ataxia,
paresia/paralisia (diminuição/ausência da
função motora) e claudicação. Saltitamento
- Ataxia: incoordenação. Pode ser O teste de saltitamento é realizado
de origem proprioceptiva, devido à lesão na segurando o paciente, de modo que grande
medula espinhal; vestibular, decorrente de parte do peso corporal seja sustentado por
alterações vestibulares; e cerebelar, um único membro, enquanto o animal é
associada à hipermetria e tremores de deslocado lateralmente.
intenção.
- Claudicação: dor.
- Paresia: diminuição da
movimentação voluntária dos membros.
- Paralisia (plegia): é ausência total
dessa movimentação voluntária.
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4. APRUMO VERTICAL
Posiciona-se atrás do paciente e coloca a
mão em torno do flanco, elevando os
membros pélvicos e retirando os torácicos
do chão.

Resposta à ameaça
Para avaliação da resposta à ameaça
devem-se testar os olhos separadamente.
Para tanto, o clínico precisa cobrir um dos
olhos, e após tocar suavemente o canto
medial do olho testado, para chamar a
5. NERVOS CRANIANOS atenção do animal, realizar um movimento
NC1 ( olfatório ) = olfato; de ameaça, induzindo o animal a piscar.
NC2 (óptico) = interpretação da visão,
reflexo pupilar; Reflexo pupilar
NC3 (oculomotor) = motilidade ocular, Deve ser realizado em ambiente escuro,
pupila; com os olhos previamente cobertos para
NC4 (troclear) = motilidade ocular; que haja midríase e se possa avaliar a
NC5 (trigêmeo)= sensibilidade da face, resposta à luz. Avalia-se a resposta de
músculo da mastigação; contração da pupila que recebeu a luz
NC6 (abducente)= motilidade ocular; (reflexo pupilar direto) e da pupila
NC7 (facial)= sensibilidade facial, pálpebra, contralateral (reflexo pupilar consensual).
glândulas lacrimais e lábios;
NC8 (vestíbulo-coclear)= informa a Reflexo palpebral e sensibilidade facial
posição da cabeça, audição; Para avaliação do reflexo palpebral, o
NC9 (glossofaríngeo), deglutição, faringe; clínico deve deflagrar um estímulo tátil
NC10 (vago), inervação visceral; suave nos cantos medial e lateral das
NC11 (acessório do vago)= inerva músculo pálpebras, e espera-se que o animal feche
do trapézio as pálpebras. O estímulo pode ser
NC12 (hipoglosso) = motilidade da língua. realizado com a ponta dos dedos ou
utilizando-se um cotonete.
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Nistagmo fisiológico
Para avaliação do nistagmo fisiológico
(reflexo oculovestibular) deve-se
movimentar a cabeça do animal para ambos
os lados na direção horizontal.

Para avaliação da sensibilidade facial


devem-se realizar estímulos de toque na
face em diferentes regiões com um
cotonete ou pinça hemostática em que se
espera, como resposta, contração da
musculatura facial e fechamento de
pálpebras. Nervos cranianos IX, X e XII
Para avaliação dos nervos cranianos IX e X
realiza-se o reflexo de deglutição ou ânsia.
Para tal, aplica-se uma pressão externa
nos ossos hióides e na cartilagem tireóide,
para gerar a deglutição.
A observação do tônus de língua avalia a
Simetria facial integridade do nervo hipoglosso, que
Realiza-se observação da face do animal fornece inervação motora para os
em que se busca observar qualquer músculos da língua.
assimetria entre a face direita e esquerda.

Estrabismo patológico e posicional


O estrabismo é um posicionamento
anormal do globo ocular. O posicionamento
normal dos globos oculares é dependente
da inervação da musculatura periorbital,
pelos nervos cranianos III, IV e VI e de uma
função normal do sistema vestibular.
Para avaliação dos globos oculares, o
avaliador deve posicionar-se de frente
para o animal e observar qualquer desvio
patológico e/ou posicional, após elevação e
extensão do pescoço
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6. REFLEXOS MIOTÁTICOS (ESPINHAIS) E Reflexo perineal
TÔNUS MUSCULAR A estimulação do períneo com uma pinça
Membros torácicos hemostática resulta em contração do
Para avaliação dos reflexos espinhais dos esfíncter anal e flexão da cauda. Esse
membros torácicos, apenas o de retirada é reflexo testa a integridade do nervo
testado. pudendo e segmentos espinhais S1- S3 e
Com o animal em decúbito lateral, o clínico cauda equina.
deve pinçar o interdigito com o dedo ou
uma pinça hemostática, realizando pressão
suficiente para provocar o reflexo.

7. AVALIAÇÃO SENSORIAL
Membros pélvicos Nocicepção
Para avaliação dos reflexos espinhais dos Para avaliação de dor superficial,
membros pélvicos, apenas o de retirada e o devem-se pinçar as membranas
patelar são testados. interdigitais dos membros pélvicos e
Para avaliá-lo, o membro testado deve ser torácicos. Se a dor superficial estiver
mantido relaxado em flexão parcial, de diminuída, realiza-se avaliação da dor
forma que se possa desferir um golpe suave profunda em que, com uma pinça
no tendão patelar com um martelo de hemostática, aplica-se uma pressão nas
Taylor. falanges distais.

Palpação da coluna
A palpação da coluna lombar e torácica
consiste de aplicações crescentes de
pressão (discreta, moderada, intensa)
lateralmente aos processos espinhosos em
uma sequência crânio-caudal ou caudo-
cranial.
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O animal deve permanecer em estação
para realização desta etapa. A coluna
cervical deve ser manipulada suavemente
com movimentos laterais, ventral e dorsal.

8. REAÇÃO TÔNICA DO PESCOÇO


Com uma mão segura no focinho e a outra
no pescoço, realizando uma extensão do
pescoço. A reação do animal é extensão
dos membros torácicos e uma ligeira flexão
dos pélvicos.
=> Avaliar postura, dor cervical, esta
extensão da cabeça pode provocar uma
resposta exagerada em pacientes com
lesões cerebelares extensas.

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